A mescla de ingenuidade e perspicácia dos protagonistas criaram uma ambientação com uma delicadeza digna de apreciação!
O uso das cores também é muito perspicaz. Geralmente vemos filmes do gênero usando muito vermelho, mas aqui não. Aqui é tudo muito frio, pálido, o vermelho entra em pequenos detalhes esporádicos. Porém, com o passar do tempo e com a influência que Eli vai tendo nas micro-relações entre os personagens, vemos o vermelho tomando conta dos cenários em proporções maiores, e muito simbólicas aliás.
Sensacional! A crueza se evidencia de todas as formas, nos diálogos astuciosos, nos planos demasiadamente estáticos, na letargia e falta de crença das vítimas e até mesmo na comicidade das cenas "desastrosas", como a do secador de cabelo e o telefone.
As quebras da quarta parede são orquestradas com tamanha genialidade que causam no espectador um sentimento de ser ridicularizado por Paul, da mesmo forma que ele ridiculariza as vítimas da trama. De todo modo, tanto as vítimas quando o espectador já sabem do final trágico da história, e mesmo assim Paul nos desafia de maneira perversa a jogar junto com os personagens um jogo sem saída, como se tivéssemos alguma opção em um jogo que não trabalha com opções. Isso nos coloca na mesma posição das vítimas e causa um sentimento de impotência ao favorecer uma falsa esperança de um final feliz.
A cena que finaliza o filme, com Paul olhando diretamente para a câmera antes de iniciar uma nova sessão de tortura com outra família, confirma a tese de que também somos vítimas de sua perversão. É como se ele estivesse nos dando um aviso.
Entretanto, nós somos as vítimas mas também estamos na posição de perversos, uma vez que temos conhecimento do inevitável desde o início da trama e mesmo assim nos prendemos à tela esperando a crueldade sem grandes esforços!
Aquela velha história: um roteiro demasiadamente simples, retilíneo e banal, que não abre espaço para que o espectador tenha a oportunidade de participar da trama de maneira minimamente introspectiva. Apesar de cumprir com o que proproe, é mastigado como papinha de criança.
O enredo dessa versão é muito mais envolvente, captura muito mais a atenção. Pra quem viu "A menina que matou os pais" primeiro fica nítido que o roteiro dessa versão sustenta muito mais a trama do início ao fim...
Alguns furos de roteiro somados a pontos da trama meio fora da realidade. Mas não é de todo ruim, a fotografia é muito boa, por exemplo. Mas é aquela coisa, somente uma boa apresentação visual não sustenta um longa-metragem!
Tem vários méritos, não tem como negar. A mixagem de som é muito boa, algumas atuações também são bem interessantes. Mas não tenho como não dizer que a direção pecou um pouco.
A premissa é muito boa, mas por se tratar de um tema peculiar e pouco explorado no cinema, a direção perdeu uma ótima oportunidade de ter inovado e explorado de maneira mais profunda a questão caótica em que os personagens vivem, me pareceu que isso foi muito pouco desenvolvido.
Faltou alguma coisa, faltou uma ambientação mais convincente da angústia de viver anos em completo silêncio. Faltou uma ambientação mais densa, mais atmosférica, sabe? E diga-se de passagem, isso não era algo difícil de fazer, mas a direção achou melhor apelar pra monstros que não assustam nem amedrontam: não causam nada. Exatamente nada.
Uma premissa muito boa pra uma execução bem meia boca.
Violento, imprevisível. Eu diria tranquilamente que é um dos melhores filmes de terror dos últimos 20 anos. Passa longe de todo o combo de tramas clichês tradicionais e merece muita atenção dos amantes de terror. A direção não erra o passo desviando as câmeras das cenas violentas. É o gore em sua forma mais crua. Mas é interessante pensar que de maneira alguma essa violência hiper realista é gratuita, com o único intuito de chocar, muito pelo contrário, a violência gráfica se faz super necessária para mostrar a trama e o final da história de maneira que o espectador entenda a dureza da crueldade de maneira quase sensorial. Trilha sonora, direção, atuações e trabalho de maquiagem simplesmente impecáveis.
[/spoiler] O segundo ato é muito angustiante. A incógnita do final do filme é extremamente perturbadora. Perturbadora porque te mostra de forma cruel que se você quer saber o que existe após a morte, SEJA UM MÁRTIR. Somente um mártir poderia saber. E é isso: vale a pena passar pelo que Anna passou? Vale a pena saber a resposta? A mademoiselle suicidou-se após a descoberta. Os últimos minutos do filme são construídos com um caráter tão intimista, tão sensorial, que beira o palpável. Você termina o filme com a trama à flor da pele, a narrativa ecoa em nossa mente, você simplesmente sente. Depois disso o filme te proporciona aquele gosto amargo, um combo de questionamentos perturbadores que percorrem nossas vísceras por um longo tempo. [spoiler]
Se engana quem entra nessa esperando um terror sobrenatural. O filme te mostra com maestria como pessoas que aparentemente são inofensivas podem carregar consigo uma natureza extremamente perversa. Fazia anos que eu não sentia o que senti com Martyrs. Sem sombra de dúvidas entrou pra minha lista de favoritos!
A casa dos 100 corpos é um dos filmes de terror com a pegada mais thrash que já vi, de longe é um dos meus favoritos. Mas depois de longas horas vendo os 3 infernais fugindo e se livrando de todas as embocas possíveis sem dar a mínima impressão de que estavam à beira de qualquer risco, a minha opinião é de que rejeitados pelo diabo teve o final perfeito, nem precisava dessa continuação. O filme é morno até acabar (e demora pra acabar). É tudo convencional e previsível. Tudo o que os dois filmes anteriores tinham se perderam aqui. Entrou mudo e saiu calado.
Esse filme entregou tudo e mais um pouco, a direção foi impecável. Todos os planos gravados, desde o mais subjetivo ao mais aberto, em consonância com todos os tons escuros e o jogo de sombras que o diretor usa, intimida o espectador e proporciona uma empatia imensa pela personagem, além de servir como uma alavanca para experienciar todas as variações do sentimento de angústia. A ausência de trilha sonora contribui para uma sensação de realismo cru e rude de cada situação que a protagonista presencia. A imersão é profunda, intrigante, visceral. 9.3/10
Crítico e cômico. Todos os detalhes com nítidas conotações sexuais do filme servem para escrachar o "tesão" que homens sentem por armas e guerras, e que são capazes de destruir o mundo pra provar sua virilidade. Fora as críticas sobre as aparências de poder, onde os norte americanos são ridicularizados por terem um sistema de segurança tão falho que acabaram criando um conflito nuclear sem que o próprio presidente soubesse. E do outro lado, os russos, que criaram uma arma capaz de destruir o planeta mas "esqueceram de avisar o mundo". Filme incrível!
Exatamente todos os clichês do terror estão presentes nesse filme. É exagerado em tudo, nos personagens, na história, na narrativa, no jump scare... Existem pelo menos uns 10 filmes iguais a este. Não consegui assistir mais de 1 hora. Horrível!
A metalinguística do filme é bem interessante e proporciona um final aberto "na medida certa", pois dá base suficiente para interpretações compatíveis com o contexto de informações apresentadas pelo roteiro.
Ao meu ver, o livro "animais noturnos" era uma grande metáfora para a vida de Edward, assim como era uma forma de ele poder expressar sua "força" para Susan, que vivia dizendo-lhe o quão era fraco, isso é aparente na forma como o diretor relaciona as duas histórias, por vezes reproduzindo diálogos exatos que foram ditos na vida real do autor, mesclado ao fato que os atores são os mesmos nas duas histórias.
Se formos pensar por essa via, podemos concluir que o final aberto do filme quer nos mostrar que "animais noturnos" era uma maneira de Edward contar para Susan a trajetória trágica de sua vida, pois assim como no fim do livro, em que Tony morre, o não comparecimento de Edward ao encontro com Susan significa uma coisa: ele comete suicídio!
Eu não acredito que o diretor usou um filme sobre um DESASTRE NATURAL de proporção IMENSAMENTE CATASTRÓFICA como base pra uma trama clichê sobre VALORES FAMILIARES.
Deixa Ela Entrar
4.0 1,6KA mescla de ingenuidade e perspicácia dos protagonistas criaram uma ambientação com uma delicadeza digna de apreciação!
O uso das cores também é muito perspicaz. Geralmente vemos filmes do gênero usando muito vermelho, mas aqui não. Aqui é tudo muito frio, pálido, o vermelho entra em pequenos detalhes esporádicos. Porém, com o passar do tempo e com a influência que Eli vai tendo nas micro-relações entre os personagens, vemos o vermelho tomando conta dos cenários em proporções maiores, e muito simbólicas aliás.
(Por exemplo, quando Oskar veste um casaco vermelho logo após a cena que Eli pergunta se ele gosta dela)
Fiquei morrendo de curiosidade pra saber o que os dois dialogaram por código morse dentro do trem na cena final.
A Hora dos Mortos-Vivos
3.8 354Acho que o corte de custos no orçamento teve efeitos no desfecho do filme... pois que bom, né!? Pelo menos virou um clássico do thrash.
Aliás, o conto do Lovecraft também é muito bom!
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraSensacional! A crueza se evidencia de todas as formas, nos diálogos astuciosos, nos planos demasiadamente estáticos, na letargia e falta de crença das vítimas e até mesmo na comicidade das cenas "desastrosas", como a do secador de cabelo e o telefone.
As quebras da quarta parede são orquestradas com tamanha genialidade que causam no espectador um sentimento de ser ridicularizado por Paul, da mesmo forma que ele ridiculariza as vítimas da trama. De todo modo, tanto as vítimas quando o espectador já sabem do final trágico da história, e mesmo assim Paul nos desafia de maneira perversa a jogar junto com os personagens um jogo sem saída, como se tivéssemos alguma opção em um jogo que não trabalha com opções. Isso nos coloca na mesma posição das vítimas e causa um sentimento de impotência ao favorecer uma falsa esperança de um final feliz.
A cena que finaliza o filme, com Paul olhando diretamente para a câmera antes de iniciar uma nova sessão de tortura com outra família, confirma a tese de que também somos vítimas de sua perversão. É como se ele estivesse nos dando um aviso.
Entretanto, nós somos as vítimas mas também estamos na posição de perversos, uma vez que temos conhecimento do inevitável desde o início da trama e mesmo assim nos prendemos à tela esperando a crueldade sem grandes esforços!
Histórias Assustadoras para Contar no Escuro
3.1 551 Assista AgoraAquela velha história: um roteiro demasiadamente simples, retilíneo e banal, que não abre espaço para que o espectador tenha a oportunidade de participar da trama de maneira minimamente introspectiva. Apesar de cumprir com o que proproe, é mastigado como papinha de criança.
Matando Cabos
3.6 14 Assista AgoraUma das melhores comédias que já assisti!
O Menino que Matou Meus Pais
3.0 515 Assista AgoraO enredo dessa versão é muito mais envolvente, captura muito mais a atenção. Pra quem viu "A menina que matou os pais" primeiro fica nítido que o roteiro dessa versão sustenta muito mais a trama do início ao fim...
A Menina que Matou os Pais
3.1 679 Assista AgoraTá mais pra um romance do tela quente...
O Bastardo
2.7 40 Assista AgoraAlguns furos de roteiro somados a pontos da trama meio fora da realidade. Mas não é de todo ruim, a fotografia é muito boa, por exemplo. Mas é aquela coisa, somente uma boa apresentação visual não sustenta um longa-metragem!
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraTem vários méritos, não tem como negar. A mixagem de som é muito boa, algumas atuações também são bem interessantes. Mas não tenho como não dizer que a direção pecou um pouco.
A premissa é muito boa, mas por se tratar de um tema peculiar e pouco explorado no cinema, a direção perdeu uma ótima oportunidade de ter inovado e explorado de maneira mais profunda a questão caótica em que os personagens vivem, me pareceu que isso foi muito pouco desenvolvido.
Faltou alguma coisa, faltou uma ambientação mais convincente da angústia de viver anos em completo silêncio. Faltou uma ambientação mais densa, mais atmosférica, sabe? E diga-se de passagem, isso não era algo difícil de fazer, mas a direção achou melhor apelar pra monstros que não assustam nem amedrontam: não causam nada. Exatamente nada.
Uma premissa muito boa pra uma execução bem meia boca.
Já imaginou o Ari Aster na direção? Aí sim!
Mártires
3.9 1,6KViolento, imprevisível. Eu diria tranquilamente que é um dos melhores filmes de terror dos últimos 20 anos. Passa longe de todo o combo de tramas clichês tradicionais e merece muita atenção dos amantes de terror. A direção não erra o passo desviando as câmeras das cenas violentas. É o gore em sua forma mais crua. Mas é interessante pensar que de maneira alguma essa violência hiper realista é gratuita, com o único intuito de chocar, muito pelo contrário, a violência gráfica se faz super necessária para mostrar a trama e o final da história de maneira que o espectador entenda a dureza da crueldade de maneira quase sensorial.
Trilha sonora, direção, atuações e trabalho de maquiagem simplesmente impecáveis.
[/spoiler]
O segundo ato é muito angustiante. A incógnita do final do filme é extremamente perturbadora. Perturbadora porque te mostra de forma cruel que se você quer saber o que existe após a morte, SEJA UM MÁRTIR. Somente um mártir poderia saber. E é isso: vale a pena passar pelo que Anna passou? Vale a pena saber a resposta? A mademoiselle suicidou-se após a descoberta.
Os últimos minutos do filme são construídos com um caráter tão intimista, tão sensorial, que beira o palpável. Você termina o filme com a trama à flor da pele, a narrativa ecoa em nossa mente, você simplesmente sente. Depois disso o filme te proporciona aquele gosto amargo, um combo de questionamentos perturbadores que percorrem nossas vísceras por um longo tempo.
[spoiler]
Se engana quem entra nessa esperando um terror sobrenatural. O filme te mostra com maestria como pessoas que aparentemente são inofensivas podem carregar consigo uma natureza extremamente perversa.
Fazia anos que eu não sentia o que senti com Martyrs. Sem sombra de dúvidas entrou pra minha lista de favoritos!
A Mulher na Janela
3.0 1,1K Assista Agoracoitada da amy adams
Passageiros
3.3 1,5K Assista AgoraMirei numa ficção científica e acertei num romance...
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraA experiência fica melhor ainda se você teve acesso à obra do Mario Puzo antes de assistir o filme. É uma adaptação e tanto!
Os 3 Infernais
2.7 143 Assista AgoraA casa dos 100 corpos é um dos filmes de terror com a pegada mais thrash que já vi, de longe é um dos meus favoritos. Mas depois de longas horas vendo os 3 infernais fugindo e se livrando de todas as embocas possíveis sem dar a mínima impressão de que estavam à beira de qualquer risco, a minha opinião é de que rejeitados pelo diabo teve o final perfeito, nem precisava dessa continuação. O filme é morno até acabar (e demora pra acabar). É tudo convencional e previsível. Tudo o que os dois filmes anteriores tinham se perderam aqui. Entrou mudo e saiu calado.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraEsse filme entregou tudo e mais um pouco, a direção foi impecável. Todos os planos gravados, desde o mais subjetivo ao mais aberto, em consonância com todos os tons escuros e o jogo de sombras que o diretor usa, intimida o espectador e proporciona uma empatia imensa pela personagem, além de servir como uma alavanca para experienciar todas as variações do sentimento de angústia. A ausência de trilha sonora contribui para uma sensação de realismo cru e rude de cada situação que a protagonista presencia. A imersão é profunda, intrigante, visceral. 9.3/10
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraCrítico e cômico. Todos os detalhes com nítidas conotações sexuais do filme servem para escrachar o "tesão" que homens sentem por armas e guerras, e que são capazes de destruir o mundo pra provar sua virilidade. Fora as críticas sobre as aparências de poder, onde os norte americanos são ridicularizados por terem um sistema de segurança tão falho que acabaram criando um conflito nuclear sem que o próprio presidente soubesse. E do outro lado, os russos, que criaram uma arma capaz de destruir o planeta mas "esqueceram de avisar o mundo". Filme incrível!
O Quarto dos Desejos
3.0 374 Assista AgoraEsse filme brinca com a capacidade cognitiva e intelectual do espectador de tão estúpido que é!
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraNão tem como voltar atrás e dar um Oscar pra Björk?
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraJuntou mitologia grega, Lovecraft e um pouco de Hitchcock e deu nisso, baita filme!
A Casa do Medo: Incidente em Ghostland
3.5 752Exatamente todos os clichês do terror estão presentes nesse filme. É exagerado em tudo, nos personagens, na história, na narrativa, no jump scare... Existem pelo menos uns 10 filmes iguais a este. Não consegui assistir mais de 1 hora. Horrível!
Prazeres Mortais
3.3 304 Assista Agoraplot twist duplo carpado
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraA metalinguística do filme é bem interessante e proporciona um final aberto "na medida certa", pois dá base suficiente para interpretações compatíveis com o contexto de informações apresentadas pelo roteiro.
Ao meu ver, o livro "animais noturnos" era uma grande metáfora para a vida de Edward, assim como era uma forma de ele poder expressar sua "força" para Susan, que vivia dizendo-lhe o quão era fraco, isso é aparente na forma como o diretor relaciona as duas histórias, por vezes reproduzindo diálogos exatos que foram ditos na vida real do autor, mesclado ao fato que os atores são os mesmos nas duas histórias.
Se formos pensar por essa via, podemos concluir que o final aberto do filme quer nos mostrar que "animais noturnos" era uma maneira de Edward contar para Susan a trajetória trágica de sua vida, pois assim como no fim do livro, em que Tony morre, o não comparecimento de Edward ao encontro com Susan significa uma coisa: ele comete suicídio!
A Casa dos 1000 Corpos
3.2 421 Assista AgoraQue estética!
Terremoto: A Falha de San Andreas
3.0 1,0K Assista AgoraEu não acredito que o diretor usou um filme sobre um DESASTRE NATURAL de proporção IMENSAMENTE CATASTRÓFICA como base pra uma trama clichê sobre VALORES FAMILIARES.