Shyamalan e suas escolhas... Se por um lado a tentativa de atualizar a graphic novel que inspirou o filme trazendo tensão racial é muita válida, o diretor falha e soa como alguém que quer surfar no hype do """"pós-terror"""". De resto, Shyamalan quer tanto imprimir sua identidade (ou melhor, vícios) na obra, que preenche uma história simples e com um enorme potencial filosófico com twists fracos e um clima de suspense que não funciona. Pesou a mão. Esse filme só serve pra que mais pessoas leiam Sandcastle.
legalzinho. mas fica aquela sensação de ser uma fórmula já desgastada... sdd de filmes de super herói mais low profile, tipo, precisam mesmo destruir uma cidade/salvar o universo sempre? é esse tipo de produção q bota batman pra lutar contra steppenwolf, arqueiro pra tacar flechinha no thanos, arlequina lutando contra entidade cósmica lovecraftiana, enfim. sempre imaginei q um grupo como esquadrão suicida deveria ter missões mais "black opps", coisas q não vão pra grande mídia inclusive. mas essas são minhas expectativas frustradas. o filme é bom.
acho que ainda vamos amadurecer mais o pensamento sobre o cinema autoindulgente de Kaufman. É problemático, muito white man problems (e eu confesso que me identifico muito), mas é Kaufman dando a cara à tapa. Como cantou Froid, "fazer arte é fácil, eu quero ver você se expor".
Será que vale questionar se Polanski estava denunciando ou sendo conivente com a violência contra a mulher retratada aqui e em O Bebê de Rosemary? Pode ser uma pergunta absurda, mas é difícil não ressignificar sua obra a partir da sua vida pessoal. E quanto a separar o autor da obra, bem, claramente não é tão simples. Entretanto, uma vez exposta, não é mais do autor, é nossa pra ser percebida das mais diversas formas.
Assim sendo, o filme transmite uma repulsa muito mais profunda da denunciada pelo seu título brasileiro. Através de Carole, a vida parece insossa no geral, a apatia - ressaltada pelas cores - permeia quase tudo e quando finalmente dá espaço para outra coisa, o nojo de fato aparece. A personagem é pressionada pelos signos masculinos até seu limite e devolver toda a violência que sofreu. E é exatamente nesse ponto que Repulsion me parece que poderia ser mais intenso.
Ora, até o final do filme eu já tinha comprado a motivação da protagonista. Uma realidade tão angustiante fazia jus a sua lenta e sofrida jornada. Mas,
numa abordagem mais psicológica do trauma e do recalque, Polanski revela que Carole tinha sofrido abuso na infância.
E apesar disso fazer muito sentido com a denúncia que o filme faz, principalmente levando em conta a época que foi feito, novamente: o fato de as motivações de Carole sem essa revelação ainda se susterem muito bem deixa o filme ainda mais aterrorizante e universal, ao meu ver. Mas é só uma expectativa subvertida que tive enquanto assistia e que de forma alguma diminui o filme.
demora pra ficar interessante e, infelizmente, tem dois finais. O primeiro é bom e o segundo, desnecessário. Uma história boa mal contada, atabalhoadamente mesmo, mas q ganha força com a atuação de Jeon Jong-seo
No início, achei que seria uma abordagem meio Kaufman, discutindo sobre a insensibilidade e a farsa masculina de querer parecer mais inteligente, mais culto, simplesmente mais do que se é. Tudo que saía da boca de Malcolm soava como esse esforço, mas vamos entendendo que o filme é muito mais do que isso. E o que poderia cair facilmente numa coisa de "tapas e beijos" acaba sendo bem complexo ao ponto de você desistir de procurar certo e errado. Nem sempre esses dois são confiáveis, pois estão muito empenhados em machucar o outro mais do que se sentiu machucado. É doloroso ver, e a cada vez que Marie some você se pega tão nervoso quanto o Malcolm, achando que ela finalmente se foi e pode ter desistido de outras coisas além do relacionamento.
Se tem algum ponto negativo, talvez os atores devessem ter entregado mais nos seus monólogos, principalmente Zendaya, pois é dela a cena mais oscar material do filme. De qualquer forma, fuck the oscars, esse filme é maravilhoso.
vamos ser francos - a visão original do diretor é sempre melhor do que um filme corporativo, um "corte dos produtores", q foi o caso do Liga da Justiça de 2017. Mas o cavaleiro do apocalipse Snydercut é bom? Não. Menos pior, eu diria. Os problemas continuam e até escalonam, como é o caso dessa megalomania do Snyder de tentar ser o Juscelino Kubitschek (50 anos em 5) da DC e tentar colocar aquilo deveria ser construído em anos de filmes em apenas 4 horas. Ironicamente, essas 4 horas, apesar de tentarem dar conta de um universo que não foi bem definido, se arrastam longamente, literalmente, já que o diretor parece pesar a mão na câmera lenta só por birra mesmo, tentando dar dramaticidade a cenas q não correspondem, jogando por cima um trilha sonora irritante. Não, SnyderCut não é "épico".
Outro problema é a identidade visual do filme. Isso é um problema generalizado desse pretenso DCU; todos os seus filmes têm escolhas de design horríveis, a exceção de Aves de Rapina. Esse Cyborg é estranhíssimo, seria melhor ter recortado o de Jovens Titãs Em Ação e renderizado no filme. E quanto ao seu peso trama, é uma das poucas coisas legais do filme, mas, novamente, precisava de um filme solo, pois é difícil se importar com personagens que você não conhece. O mesmo se aplica aos vilões, não conheço, não me importo, por mais que a câmera lenta e a trilha sonora tentem me convencer de que algo importante está acontecendo. Ah, e, como não poderiam ser diferentes, são horríveis, têm uma textura cinza zoada, algo genérico que parece ter saído de um PS3, beirando ao cômico (não é à toa que viraram meme).
Outra questão que não desce é esse Batman bonachão. Zack Snyder claramente não entendeu o personagem que, nessa versão, contrasta tanto com o Batman de BvS.
De resto, têm umas cenas de ação divertidas, umas lutas e tu fica "massa, véio", mas é só. Já estou esquecendo esse filme, assim como esqueci o de 2017, e esqueço a maioria das coisas que a Marvel faz também. Filmes bestas e cafonas. Coisa que fanboy idolatra nem sei por quê.
Vi uns cara respondendo comentários negativos com enérgicos "SEU MARVETE!", e, na boa, acho que isso prova meu ponto kkkkkkk cresçam, pelo amor de Deus
antiquado no melhor sentido possível, parece que foi feito há décadas atrás. A coreografia é sempre importante, mas também é parte da temática - a identidade chinesa (e, agora nesse filme, até identidades diversas) frente ao imperialismo americano. Pra mim, é uma fórmula que não se desgasta nunca, talvez pela nostalgia dos trashs de artes marciais asiáticos, principalmente os chineses que me fizeram acreditar que, com o treino e perseverança, é possível voar.
o que eu mais tô gostando nessa nova leva de filmes de terror é a possibilidade de perceber outros medos para além das fobias do homem branco - e, a partir disso, compreender com um pouco mais de clareza o outro. assistir a His House foi como ver Síndrome de Berlim e Corra! Não obstante, acho que o diretor é muito fruto desse movimento e consigo ver muito da ambientação de A Bruxa, da introspecção de Babadook e até algo de lovecraftiano ali. As ressalvas ficam apenas no design - se His House acerta no que tem de melhor dessa onda pedantemente chamada de pós-terror, também cai no mesmo erro que alguns dos seus semelhantes: CGI. Talvez tenha faltado um pouco de orçamento, mas particularmente, prefiro maquiagem. Porém, é só um detalhe que ofusca a parte terror de mais um ótimo terror social.
só agr a gente fica zoando branco universitário despolitizado, e pensar q esse filme já tinha deixado bem claro o quanto a realidade no Brasil é complexa. Uma pena q caiu no gosto popular pelos motivos errados, mas é sempre assim - Joker, Death Note, Matrix, Scarface, Taxi Driver, e tantas outras obras q parece q todo mundo "viu errado". Filmaço,
Aliás, o Neto ali no espelho engatilhando a pistola... Taxi Driver total!
famoso "filme da netflix" - um conceito bom, mas mal executado, vide I Am Mother e O Poço. Geralmente esse combo impede a netflix de emplacar obras de melhor qualidade, o que não é problema pra um serviço que tem foco na quantidade. No meio de um mar de produções genéricas e ruins, confesso que quero ver Old Guard 2.
rami malek odiando o capitalismo e ecos de clube da luta. Não, não é mr robot kkkkk mas é maneiríssimo como a discussão foi atualizada com a inserção do imigrante e da semi-servidão de certos empregos
Uma palavra pra definir o filme: datado. 1973. Japão. "Veja bem, JAPÃO", como diria Sr. K.; um lugar onde a representatividade feminina na cultura pop ainda é bastante complicada para nossos padrões ocidentais e no qual a cultura do cancelamento não afeta nem um pouco o status quo. Vá lá, tenta cancelar Boku no Hero ou Naruto no twitter e vc vai se deparar com um bando de otaku troll q vai rir do seu "esquerdismo" e dizer q mulher é merda. Quanto aos japoneses, bem, as autoras de mangás estão fazendo micro-revuloções q são maneiríssimas, mas se trata de um movimento de nicho ainda. Dito isso, é um filme q, se não cumpre (para os padrões de hj) o papel de trabalhar com a bruxaria enquanto forma de demonização das mulheres q não correspondem as expectativas da sociedade patriarcal medieval, é bem eficaz em trabalhar o sexo enquanto taboo. O erotismo está latente em tudo e todos no filme, mas é a sexualidade da plebe e da mulher q incomoda. A orgia do povão é muito mais afrontosa do q o estupro praticado legalmente pelo monarca (uma referência ao suposto "Direito da primeira noite" em sociedades feudais) Sexualidades essas q não são só reprimidas pela aristocracia, mas pela Igreja q é representada por um padre idêntico à iconografia medieval de Jesus - com auréola e tudo! Vai dizer q esse filme não é corajoso?
Vale destacar a cena em que se tem uma montagem mostrando a sexualidade no decorrer do séculos, destacando como a indústria cultural moderna lucra "vendendo sexo", embora nunca cruzando a fronteira q ofende a moral hipócrita do cidadão de bem. Dentro dessa montagem vemos várias mulheres nuas mas sempre com o sexo censurado, contrastando com a história contada q, embora parta só da perspectiva masculina, é explícita. Ao final, o que vemos é o rosto de Jeanne, nossa bruxa heroína, aparecendo na face todos que assistem à sua execução.
Eu parto da perspectiva mais pessimista e penso q o filme está nos dizendo q a sociedade embora tenha evoluído na relação com o sexo, continuamos no falso moralismo, ainda assistindo bruxas serem queimadas enquanto consumimos mídias q lucram com a objetificação da mulher (de Boku no Hero à Vingadores), mas sem nunca assumirem a faceta sexual q têm. Faltou a sensibilidade de um A Bruxa (um filme feito em 2015 no ocidente e q tem a obrigação de ser representativo) na relação da bruxa com a entidade demoníaca? Sim. É um filme falocêntrico? Demais, mas esse falocentrismo parece ser mais ignorante e passivo do qualquer coisa, como se o falo fosse um símbolo q representasse a sexualidade em geral, sem o estigma q têm hj enquanto símbolo de opressão. Enfim, é difícil lidar com peças datadas, tem gente q acha Lolita e outras coisas q o valem obras primas, e eu imagino (só imagino, não entendo de fato) o quão desagradável é ver representações femininas tão escrotas. Mas é isso, um filme q peca tentando acertar e acerta em alguns momentos, não só tematicamente, mas sensorialmente tbm.
Uma das coisas mais legais (?) em VelociPastor é que seu título funciona também como sinopse. Um padre que adquire o incrível poder de se transformar em um Velociraptor. Aí está; Velocipastor in a nutshell. Ou não. O fato é que esse filme não segue nenhuma regra. Tudo é vago, dando a impressão de não ser planejado e beirando ao improviso numa sequência de acontecimentos que não fazem muito sentido, mas que é bem divertida. O vazio é tamanho que o filme dá espaço para o expectador imaginar uma cena em que um carro é incendiado, mas o orçamento do filme não foi o suficiente para custear os efeitos. Porém, diante do vazio caótico que é a (falta de) história do longa, ainda há espaço para algum subtexto — eu acho. Começando pela estrutura do filme, não é de se surpreender que se tem uma paródia das fórmulas desgastadas do cinema de ação. O anti herói hesitante — aqui o nosso fervoroso padre dinossauro — e que se vê obrigado a entrar no conflito pois “é a coisa certa a se fazer” é satirizado, assim como os demais arquétipos da “Jornada do Herói”, deixando claro que o filme é mais autoconsciente do que parece. Porém, nada disso é feito com seriedade, fazendo você duvidar se o diretor e roteirista Brendan Steere realmente está fazendo uma desconstrução. Se, por um lado, dá quase pra você imaginar o diretor dizendo algo tipo “Quer saber? Vou fazer meu próprio filme com ninjas, sangue, kung fu e prostitutas e vai ser do c*r*lh*!”, por outro o exagero dessas convenções têm um forte tom satírico que é complementado por essa pegada punk do it yourself presente no gênero. Aliás, o filme é repleto de montagens longas demais e antiquadas demais para não serem uma piada metalinguística ao som de punk. O padre, inicialmente um religioso convicto, tem sua fé abalada ao presenciar a morte dos pais. De luto, ele viaja a fim sair de sua zona de conforto espiritual e, nessa viagem, é amaldiçoado com a transformação em velociraptor. Quando confrontado com esse fardo e após de ter matado um criminoso e salvar uma donzela em perigo, o personagem entra num estado de negação, recorrendo ao seu criacionismo e dizendo que dinossauros não existem, ignorando sua nova natureza. Simultaneamente, nosso padre em crise religiosa se vê na expectativa de um romance, apesar de seu celibato, e tentado a usar seu novo poder para punir aqueles que “merecem”, os caras maus. Quando o padre finalmente aceita o dinossauro que há dentro de si (eu não acredito que escrevi essa frase) e descobre o plano maligno da Igreja Católica é também quando ele se entrega à paixão, numa catarse que é quase (quase) profunda. E com essa libertação, vem a cruzada por justiça ou matança de criminosos promovida pelo VelociPastor, o anti-herói surpreendentemente metafórico. Ainda que parte de mim acredite que se trate apenas de um filme vazio e despretensioso e que eu estou tentando justificar minhas não tão preciosoas horas gastas , toda essa trama meio Bruce Banner, com uma pulsão jurássica e, não à toa, primitiva que faz nosso protagonista encarar tudo aquilo que ele decidiu ignorar — sua sexualidade, a crueldade das pessoas, a corrupção da Igreja Católica, a ciência (kkkk) — realmente me deixou intrigado e me divertiu mais que as piadas metalinguísticas sobre ser um filme com baixo orçamento e propositalmente ruim.
Por fim, VelociPastor ri dos arquétipos dos filmes de ação e nos traz um filme que pode ser classificado como de super-herói (???) e que com certeza me fez pensar muito mais do que os filmes enlatados que a gente vê de balde, adora, mas já esquece completamente quando sobem os créditos.
review completa no medium: https://medium.com/@allef7K/devaneios-sobre-the-velocipastor-2018-b5e7932ecbc5
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Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraShyamalan e suas escolhas... Se por um lado a tentativa de atualizar a graphic novel que inspirou o filme trazendo tensão racial é muita válida, o diretor falha e soa como alguém que quer surfar no hype do """"pós-terror"""". De resto, Shyamalan quer tanto imprimir sua identidade (ou melhor, vícios) na obra, que preenche uma história simples e com um enorme potencial filosófico com twists fracos e um clima de suspense que não funciona. Pesou a mão. Esse filme só serve pra que mais pessoas leiam Sandcastle.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista Agoralegalzinho. mas fica aquela sensação de ser uma fórmula já desgastada... sdd de filmes de super herói mais low profile, tipo, precisam mesmo destruir uma cidade/salvar o universo sempre? é esse tipo de produção q bota batman pra lutar contra steppenwolf, arqueiro pra tacar flechinha no thanos, arlequina lutando contra entidade cósmica lovecraftiana, enfim. sempre imaginei q um grupo como esquadrão suicida deveria ter missões mais "black opps", coisas q não vão pra grande mídia inclusive. mas essas são minhas expectativas frustradas. o filme é bom.
ps.: dc finalmente tem seu deadpool né kkkkk
Adaptação.
3.9 707 Assista Agoraacho que ainda vamos amadurecer mais o pensamento sobre o cinema autoindulgente de Kaufman. É problemático, muito white man problems (e eu confesso que me identifico muito), mas é Kaufman dando a cara à tapa. Como cantou Froid, "fazer arte é fácil, eu quero ver você se expor".
Marighella
3.9 1,1K Assista Agorapor mais que eu tenha amado o filme e a atuação de Seu Jorge, é difícil não continuar fantasiando sobre Mano Brown no papel de Marighella
Jiu Jitsu
1.6 61 Assista Agoraé bom demais pra ser verdade (aguardando ansiosamente o filme baixar)
O Céu de Suely
3.9 464 Assista Agoratem coisa que só quem é do nordeste entende...
Repulsa ao Sexo
4.0 461 Assista AgoraSerá que vale questionar se Polanski estava denunciando ou sendo conivente com a violência contra a mulher retratada aqui e em O Bebê de Rosemary? Pode ser uma pergunta absurda, mas é difícil não ressignificar sua obra a partir da sua vida pessoal. E quanto a separar o autor da obra, bem, claramente não é tão simples. Entretanto, uma vez exposta, não é mais do autor, é nossa pra ser percebida das mais diversas formas.
Assim sendo, o filme transmite uma repulsa muito mais profunda da denunciada pelo seu título brasileiro. Através de Carole, a vida parece insossa no geral, a apatia - ressaltada pelas cores - permeia quase tudo e quando finalmente dá espaço para outra coisa, o nojo de fato aparece. A personagem é pressionada pelos signos masculinos até seu limite e devolver toda a violência que sofreu. E é exatamente nesse ponto que Repulsion me parece que poderia ser mais intenso.
Ora, até o final do filme eu já tinha comprado a motivação da protagonista. Uma realidade tão angustiante fazia jus a sua lenta e sofrida jornada. Mas,
numa abordagem mais psicológica do trauma e do recalque, Polanski revela que Carole tinha sofrido abuso na infância.
A Ligação
3.6 512 Assista Agorademora pra ficar interessante e, infelizmente, tem dois finais. O primeiro é bom e o segundo, desnecessário. Uma história boa mal contada, atabalhoadamente mesmo, mas q ganha força com a atuação de Jeon Jong-seo
Malcolm & Marie
3.5 314 Assista AgoraNo início, achei que seria uma abordagem meio Kaufman, discutindo sobre a insensibilidade e a farsa masculina de querer parecer mais inteligente, mais culto, simplesmente mais do que se é. Tudo que saía da boca de Malcolm soava como esse esforço, mas vamos entendendo que o filme é muito mais do que isso. E o que poderia cair facilmente numa coisa de "tapas e beijos" acaba sendo bem complexo ao ponto de você desistir de procurar certo e errado. Nem sempre esses dois são confiáveis, pois estão muito empenhados em machucar o outro mais do que se sentiu machucado. É doloroso ver, e a cada vez que Marie some você se pega tão nervoso quanto o Malcolm, achando que ela finalmente se foi e pode ter desistido de outras coisas além do relacionamento.
Se tem algum ponto negativo, talvez os atores devessem ter entregado mais nos seus monólogos, principalmente Zendaya, pois é dela a cena mais oscar material do filme. De qualquer forma, fuck the oscars, esse filme é maravilhoso.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3Kvamos ser francos - a visão original do diretor é sempre melhor do que um filme corporativo, um "corte dos produtores", q foi o caso do Liga da Justiça de 2017. Mas o cavaleiro do apocalipse Snydercut é bom? Não. Menos pior, eu diria. Os problemas continuam e até escalonam, como é o caso dessa megalomania do Snyder de tentar ser o Juscelino Kubitschek (50 anos em 5) da DC e tentar colocar aquilo deveria ser construído em anos de filmes em apenas 4 horas. Ironicamente, essas 4 horas, apesar de tentarem dar conta de um universo que não foi bem definido, se arrastam longamente, literalmente, já que o diretor parece pesar a mão na câmera lenta só por birra mesmo, tentando dar dramaticidade a cenas q não correspondem, jogando por cima um trilha sonora irritante. Não, SnyderCut não é "épico".
Outro problema é a identidade visual do filme. Isso é um problema generalizado desse pretenso DCU; todos os seus filmes têm escolhas de design horríveis, a exceção de Aves de Rapina. Esse Cyborg é estranhíssimo, seria melhor ter recortado o de Jovens Titãs Em Ação e renderizado no filme. E quanto ao seu peso trama, é uma das poucas coisas legais do filme, mas, novamente, precisava de um filme solo, pois é difícil se importar com personagens que você não conhece. O mesmo se aplica aos vilões, não conheço, não me importo, por mais que a câmera lenta e a trilha sonora tentem me convencer de que algo importante está acontecendo. Ah, e, como não poderiam ser diferentes, são horríveis, têm uma textura cinza zoada, algo genérico que parece ter saído de um PS3, beirando ao cômico (não é à toa que viraram meme).
Outra questão que não desce é esse Batman bonachão. Zack Snyder claramente não entendeu o personagem que, nessa versão, contrasta tanto com o Batman de BvS.
De resto, têm umas cenas de ação divertidas, umas lutas e tu fica "massa, véio", mas é só. Já estou esquecendo esse filme, assim como esqueci o de 2017, e esqueço a maioria das coisas que a Marvel faz também. Filmes bestas e cafonas. Coisa que fanboy idolatra nem sei por quê.
Vi uns cara respondendo comentários negativos com enérgicos "SEU MARVETE!", e, na boa, acho que isso prova meu ponto kkkkkkk cresçam, pelo amor de Deus
Willy's Wonderland: Parque Maldito
2.8 205 Assista Agoraquando o trailer é tão melhor que o filme... 3 estrelas pelo nic cage dançando enquanto joga pinball
O Grande Mestre 4
3.8 105 Assista Agoraantiquado no melhor sentido possível, parece que foi feito há décadas atrás. A coreografia é sempre importante, mas também é parte da temática - a identidade chinesa (e, agora nesse filme, até identidades diversas) frente ao imperialismo americano. Pra mim, é uma fórmula que não se desgasta nunca, talvez pela nostalgia dos trashs de artes marciais asiáticos, principalmente os chineses que me fizeram acreditar que, com o treino e perseverança, é possível voar.
O Que Ficou Para Trás
3.6 510 Assista Agorao que eu mais tô gostando nessa nova leva de filmes de terror é a possibilidade de perceber outros medos para além das fobias do homem branco - e, a partir disso, compreender com um pouco mais de clareza o outro. assistir a His House foi como ver Síndrome de Berlim e Corra! Não obstante, acho que o diretor é muito fruto desse movimento e consigo ver muito da ambientação de A Bruxa, da introspecção de Babadook e até algo de lovecraftiano ali. As ressalvas ficam apenas no design - se His House acerta no que tem de melhor dessa onda pedantemente chamada de pós-terror, também cai no mesmo erro que alguns dos seus semelhantes: CGI. Talvez tenha faltado um pouco de orçamento, mas particularmente, prefiro maquiagem. Porém, é só um detalhe que ofusca a parte terror de mais um ótimo terror social.
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista Agorasó agr a gente fica zoando branco universitário despolitizado, e pensar q esse filme já tinha deixado bem claro o quanto a realidade no Brasil é complexa. Uma pena q caiu no gosto popular pelos motivos errados, mas é sempre assim - Joker, Death Note, Matrix, Scarface, Taxi Driver, e tantas outras obras q parece q todo mundo "viu errado". Filmaço,
Aliás, o Neto ali no espelho engatilhando a pistola... Taxi Driver total!
The Old Guard
3.5 662 Assista Agorafamoso "filme da netflix" - um conceito bom, mas mal executado, vide I Am Mother e O Poço. Geralmente esse combo impede a netflix de emplacar obras de melhor qualidade, o que não é problema pra um serviço que tem foco na quantidade. No meio de um mar de produções genéricas e ruins, confesso que quero ver Old Guard 2.
Buster's Mal Heart
3.3 117rami malek odiando o capitalismo e ecos de clube da luta. Não, não é mr robot kkkkk mas é maneiríssimo como a discussão foi atualizada com a inserção do imigrante e da semi-servidão de certos empregos
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraSe for tão bom quanto o livro é masterpiece! E na mão do Kaufman então...
A Tragédia de Belladonna
4.1 97Uma palavra pra definir o filme: datado. 1973. Japão. "Veja bem, JAPÃO", como diria Sr. K.; um lugar onde a representatividade feminina na cultura pop ainda é bastante complicada para nossos padrões ocidentais e no qual a cultura do cancelamento não afeta nem um pouco o status quo. Vá lá, tenta cancelar Boku no Hero ou Naruto no twitter e vc vai se deparar com um bando de otaku troll q vai rir do seu "esquerdismo" e dizer q mulher é merda. Quanto aos japoneses, bem, as autoras de mangás estão fazendo micro-revuloções q são maneiríssimas, mas se trata de um movimento de nicho ainda. Dito isso, é um filme q, se não cumpre (para os padrões de hj) o papel de trabalhar com a bruxaria enquanto forma de demonização das mulheres q não correspondem as expectativas da sociedade patriarcal medieval, é bem eficaz em trabalhar o sexo enquanto taboo. O erotismo está latente em tudo e todos no filme, mas é a sexualidade da plebe e da mulher q incomoda. A orgia do povão é muito mais afrontosa do q o estupro praticado legalmente pelo monarca (uma referência ao suposto "Direito da primeira noite" em sociedades feudais) Sexualidades essas q não são só reprimidas pela aristocracia, mas pela Igreja q é representada por um padre idêntico à iconografia medieval de Jesus - com auréola e tudo! Vai dizer q esse filme não é corajoso?
Vale destacar a cena em que se tem uma montagem mostrando a sexualidade no decorrer do séculos, destacando como a indústria cultural moderna lucra "vendendo sexo", embora nunca cruzando a fronteira q ofende a moral hipócrita do cidadão de bem. Dentro dessa montagem vemos várias mulheres nuas mas sempre com o sexo censurado, contrastando com a história contada q, embora parta só da perspectiva masculina, é explícita.
Ao final, o que vemos é o rosto de Jeanne, nossa bruxa heroína, aparecendo na face todos que assistem à sua execução.
Eu parto da perspectiva mais pessimista e penso q o filme está nos dizendo q a sociedade embora tenha evoluído na relação com o sexo, continuamos no falso moralismo, ainda assistindo bruxas serem queimadas enquanto consumimos mídias q lucram com a objetificação da mulher (de Boku no Hero à Vingadores), mas sem nunca assumirem a faceta sexual q têm.
Faltou a sensibilidade de um A Bruxa (um filme feito em 2015 no ocidente e q tem a obrigação de ser representativo) na relação da bruxa com a entidade demoníaca? Sim.
É um filme falocêntrico? Demais, mas esse falocentrismo parece ser mais ignorante e passivo do qualquer coisa, como se o falo fosse um símbolo q representasse a sexualidade em geral, sem o estigma q têm hj enquanto símbolo de opressão. Enfim, é difícil lidar com peças datadas, tem gente q acha Lolita e outras coisas q o valem obras primas, e eu imagino (só imagino, não entendo de fato) o quão desagradável é ver representações femininas tão escrotas. Mas é isso, um filme q peca tentando acertar e acerta em alguns momentos, não só tematicamente, mas sensorialmente tbm.
Vida
3.4 1,2K Assista AgoraJake Gyllenhaal nem se esforçou, fez o filme no automático
The VelociPastor
2.8 67 Assista AgoraUma das coisas mais legais (?) em VelociPastor é que seu título funciona também como sinopse. Um padre que adquire o incrível poder de se transformar em um Velociraptor. Aí está; Velocipastor in a nutshell.
Ou não.
O fato é que esse filme não segue nenhuma regra. Tudo é vago, dando a impressão de não ser planejado e beirando ao improviso numa sequência de acontecimentos que não fazem muito sentido, mas que é bem divertida. O vazio é tamanho que o filme dá espaço para o expectador imaginar uma cena em que um carro é incendiado, mas o orçamento do filme não foi o suficiente para custear os efeitos. Porém, diante do vazio caótico que é a (falta de) história do longa, ainda há espaço para algum subtexto — eu acho.
Começando pela estrutura do filme, não é de se surpreender que se tem uma paródia das fórmulas desgastadas do cinema de ação. O anti herói hesitante — aqui o nosso fervoroso padre dinossauro — e que se vê obrigado a entrar no conflito pois “é a coisa certa a se fazer” é satirizado, assim como os demais arquétipos da “Jornada do Herói”, deixando claro que o filme é mais autoconsciente do que parece. Porém, nada disso é feito com seriedade, fazendo você duvidar se o diretor e roteirista Brendan Steere realmente está fazendo uma desconstrução. Se, por um lado, dá quase pra você imaginar o diretor dizendo algo tipo “Quer saber? Vou fazer meu próprio filme com ninjas, sangue, kung fu e prostitutas e vai ser do c*r*lh*!”, por outro o exagero dessas convenções têm um forte tom satírico que é complementado por essa pegada punk do it yourself presente no gênero. Aliás, o filme é repleto de montagens longas demais e antiquadas demais para não serem uma piada metalinguística ao som de punk.
O padre, inicialmente um religioso convicto, tem sua fé abalada ao presenciar a morte dos pais. De luto, ele viaja a fim sair de sua zona de conforto espiritual e, nessa viagem, é amaldiçoado com a transformação em velociraptor. Quando confrontado com esse fardo e após de ter matado um criminoso e salvar uma donzela em perigo, o personagem entra num estado de negação, recorrendo ao seu criacionismo e dizendo que dinossauros não existem, ignorando sua nova natureza. Simultaneamente, nosso padre em crise religiosa se vê na expectativa de um romance, apesar de seu celibato, e tentado a usar seu novo poder para punir aqueles que “merecem”, os caras maus.
Quando o padre finalmente aceita o dinossauro que há dentro de si (eu não acredito que escrevi essa frase) e descobre o plano maligno da Igreja Católica é também quando ele se entrega à paixão, numa catarse que é quase (quase) profunda. E com essa libertação, vem a cruzada por justiça ou matança de criminosos promovida pelo VelociPastor, o anti-herói surpreendentemente metafórico.
Ainda que parte de mim acredite que se trate apenas de um filme vazio e despretensioso e que eu estou tentando justificar minhas não tão preciosoas horas gastas , toda essa trama meio Bruce Banner, com uma pulsão jurássica e, não à toa, primitiva que faz nosso protagonista encarar tudo aquilo que ele decidiu ignorar — sua sexualidade, a crueldade das pessoas, a corrupção da Igreja Católica, a ciência (kkkk) — realmente me deixou intrigado e me divertiu mais que as piadas metalinguísticas sobre ser um filme com baixo orçamento e propositalmente ruim.
review completa no medium: https://medium.com/@allef7K/devaneios-sobre-the-velocipastor-2018-b5e7932ecbc5