Renato Luiz

Que negócio over é esse...nem parece um filme, mas aquelas cabines 3d para ficar vendo cores e efeitos de vertigem. E todo mundo hypando... não entendo. É isso que virou o cinema?

Cara... KKKKK que porra foi essa que vi. Ainda não assimilei. O maior masoquista deve ser eu por assistir essa bagaça até o final.
O diretor coloca você num universo de violência e maldade extrema, ambientes tenebrosos, sangue e vísceras, personagens perturbados, masoquismo, brutalidade, estupro, tortura e mutilação... e é isso. O nível de gore e bizarrice beira o absurdo e chega a ser cômico em alguns momentos, mas inegável que muitas cenas ficam na sua cabeça. Talvez tenha algum sentido além do puro torture porn, mas não tenho certeza, provavelmente não. Não dá para refletir sobre nada em meio ao caos de cenas diabólica desse filme... peculiar.

Interessante que o personagem atua quase sempre em legítima defesa, ou pelo menos se poderia alegar isso (claro que ele passa "um pouquinho" do ponto, e vez ou outra rola um chumbo pelas costas dos marginais, para finalizar o serviço kkk), e mesmo assim é tratado como "vigilante". Aliás, nunca vi um sujeito ser assaltado tantas vezes em tão pouco tempo, na ficção ou na vida real.
O mais irônico de tudo é que durante todo o tempo as autoridades se empenham mais em identificar e punir o suposto vigilante do que próprios os criminosos. A razão disso fica explícita ao final, expondo a grande hipocrisia do nosso tempo: o Estado precisa de pessoas ordeiras e que aceitem pacificamente seu destino de vítima. A violência geral mantém a população desnorteada, anestesiada e sem meios de ação, facilmente controlável sob uma condição de medo perpétuo. Do contrário, a autonomia dos cidadãos que não dependem do governo e garantem sua própria segurança coloca em risco a estabilidade do sistema vigente. Eis a real face do estado social.

- Nada a fazer além de correr, hein? E o que mais? E quanto ao velho costume americano da autodefesa? Se a polícia não nos defende, talvez devêssemos fazê-lo nós mesmos.
- Não somos mais pioneiros, pai.
- Se não somos pioneiros, o que somos? Como você chama as pessoas que, quando se deparam com situação de medo, não fazem nada a respeito, apenas correm e se escondem?
- Civilizados?
- Não.