— As rachaduras nas paredes são por causa de fantasmas? — A parede está doente. — Como assim? — A casa é uma pessoa. Fica doente, fica velha. As rachaduras nas paredes são como rugas. Está vendo? Toda casa tem uma história.
O filme parece ter uma fenda temporal, um ponto de quebra, que é evidenciado pela mulher de espírito maternal do mercado, no momento em que vai ao prédio alimentar os cachorros no prédio abandonado. Mas estes estão já de fastio. Adentrando as instalações, ela para e observa longamente um mural representando um rio de pedras, um rio seco. Mural que na verdade é parte do seu próprio passado. Nos momentos finais em que essa mulher resgata as crianças de serem lançadas pelo pai embriagado num rio em tempestade, uma elipse nos joga no interior de uma casa degradada e lá estão as crianças e uma mulher mais jovem, que parece ser a mãe. Ela sai com o pai das crianças para alimentar aqueles mesmos cachorros, daquele mesmo prédio, adentrando-o para contemplarem longamente aquele mesmo mural. Os cães, o mural, o vazio, as marcas nas paredes, tudo são substâncias do qual esses personagens são feitos. As longas sequências paradas, quase obsessivas em que os dois contemplam são excessivas, potencializam as introjeções e perplexidade dos próprios, ao se observarem nos reflexos que todas essas marcas, umidade, fendas e paredes arruinadas carregam, como traços de suas biografias.
de Little Odessa já prenuncia tudo o que esse filme não é...Uma história arquetípica de mocinhos e vilões, tal qual a película queimada de um western estrelado por Burt Lancaster, exibido incompleto numa sala de cinema decadente em que Reuben está. Este último vira pro projecionista e pergunta: “So, is that it?” E ouve um seco “That’s it”. Assimilando isso, Little Odessa me soou como uma desconstrução de um gênero, pelo seu olhar diferenciado, que antes pretende focar nos vínculos entre as personagens da família Shapira, entre alguns de seus conterrâneos do bairro de Little Odessa, seus dramas e suas memórias coletivas, tornando matanças e tiros elementos secundários (ainda que uma tensão crescente de violência pareça irromper a qualquer instante). A profundidade das relações vai sendo mostrada dosadamente, cultivando no expectador um paulatino fascínio pelos personagens (principalmente Joshua e Reuben), culminando em um intempestivo e brutal desenlace de erros. Desenlace esse que, aliás, nem sei se posso chamar assim, já que a história deixa dever intencionalmente um desfecho usual, esperado em filmes de vingança. Após o termino, me senti como Reuben na sala de cinema vazia, me perguntando: “So, is that it?”; ouvindo mentalmente a resposta do projecionista: "That's it".
para mim. Mas na medida em que o filme avançou, comecei a perceber como o diretor operou numa subversão de gêneros cinematográficos (ação/noir/policial), para então criar um desfecho sarcástico e absurdo. Tão absurdo que em dado momento, os assassinos passam até a conviver juntos! No final, não há vitória de lado algum, e a lona do (muito simbólico) ringue continua vazia.
Mesmo quando arrastados, esses road movies do Wim Wenders me fazem pensar sobre o ato de viajar, sobre as reflexões que surgem do silêncio da viagem e sobre a capacidade que a mesma possui de nos modificar drasticamente, depois da chegada ao destino esperado, ou estando ainda em percurso. Este filme, especialmente, me faz pensar ainda na eminente possibilidade de seguirmos nos enganando no percurso, perseguindo uma imagem que projetamos sobre nossas escolhas e no ciclo retroalimentado por essas escolhas guiando a busca por essas imagens, até chegar ao ponto em que não se sabe mais exatamente o que se almejava, mas faz-se conhecimento do que se perdeu durante a trajetória.
Normalmente é difícil seguir ao pé da letra e agradar a quem recorre primeiro a obra literária para posteriormente a adaptação cinematográfica, e foi isso que ficou me incomodando um bom bocado do filme. Cheguei a conclusão de que depois de ler o livro do Saramago e ver o filme do Villeneuve, o barato do cinema é que definitivamente as coisas não precisam ser as mesmas.
Gostei de ''Édipo Arrasado'', já ''A Vida Sem Zoe'' achei bem fraco. Porém, nenhum dos dois se comparam a Lições de Vida. Senti um abismo entre ele e os outros dois curtas. Simplesmente maravilhoso. Scorsese sendo Scorsese.
É difícil não ceder á profusão de imagens desse filme, ora da trama, ora das paisagens amazônicas que giram ao redor de tudo aquilo. Curti a atmosfera e de quebra, tem aquela trilha sonora experimental sinestésica. Eu só fiquei incomodado mesmo foi com a quantidade de Fade Out's (hahaha)
"-Vi 3 destes guarda-pós há pouco tempo. Estavam esperando o trem. Dentro dos guarda-pós havia 3 homens." "-E daí?" "-Dentro dos homens havia 3 balas."
Legalzinho, fiquei meio surpreso quando ouvi duas faixas da Kaki King no filme, e tem a fotografia e tudo, mas porra...Tinha que cair nessa balela pessimista e tendenciosa sobre drogas. O irmão do cara deveria largar essa vida de vez e cair de cabeça na natação olímpica, hmm.
Manie-Manie: Histórias do Labirinto
3.9 14doido hein
Cães Errantes
3.8 42— As rachaduras nas paredes são por causa de fantasmas?
— A parede está doente.
— Como assim?
— A casa é uma pessoa. Fica doente, fica velha. As rachaduras nas paredes são como rugas. Está vendo? Toda casa tem uma história.
O filme parece ter uma fenda temporal, um ponto de quebra, que é evidenciado pela mulher de espírito maternal do mercado, no momento em que vai ao prédio alimentar os cachorros no prédio abandonado. Mas estes estão já de fastio. Adentrando as instalações, ela para e observa longamente um mural representando um rio de pedras, um rio seco. Mural que na verdade é parte do seu próprio passado. Nos momentos finais em que essa mulher resgata as crianças de serem lançadas pelo pai embriagado num rio em tempestade, uma elipse nos joga no interior de uma casa degradada e lá estão as crianças e uma mulher mais jovem, que parece ser a mãe. Ela sai com o pai das crianças para alimentar aqueles mesmos cachorros, daquele mesmo prédio, adentrando-o para contemplarem longamente aquele mesmo mural.
Os cães, o mural, o vazio, as marcas nas paredes, tudo são substâncias do qual esses personagens são feitos. As longas sequências paradas, quase obsessivas em que os dois contemplam são excessivas, potencializam as introjeções e perplexidade dos próprios, ao se observarem nos reflexos que todas essas marcas, umidade, fendas e paredes arruinadas carregam, como traços de suas biografias.
A Pequena Cidade
3.7 7https://www.youtube.com/watch?v=PDMnfdZm3Xw
Leviatã
3.8 299...não existem heróis...nem justiça...deus também não...quem tem poder vence no fim...o resto são lágrimas e vodka.
...puxado...
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista Agoramas que p foi essa que eu vi
Em Chamas
3.9 378 Assista Agora"...não imagine que a laranja esteja aqui, apenas esqueça que ela não está."
Washington
4.5 3É mermo que ainda tem?!
Fuga para Odessa
3.8 30O início
de Little Odessa já prenuncia tudo o que esse filme não é...Uma história arquetípica de mocinhos e vilões, tal qual a película queimada de um western estrelado por Burt Lancaster, exibido incompleto numa sala de cinema decadente em que Reuben está. Este último vira pro projecionista e pergunta: “So, is that it?” E ouve um seco “That’s it”.
Assimilando isso, Little Odessa me soou como uma desconstrução de um gênero, pelo seu olhar diferenciado, que antes pretende focar nos vínculos entre as personagens da família Shapira, entre alguns de seus conterrâneos do bairro de Little Odessa, seus dramas e suas memórias coletivas, tornando matanças e tiros elementos secundários (ainda que uma tensão crescente de violência pareça irromper a qualquer instante). A profundidade das relações vai sendo mostrada dosadamente, cultivando no expectador um paulatino fascínio pelos personagens (principalmente Joshua e Reuben), culminando em um intempestivo e brutal desenlace de erros. Desenlace esse que, aliás, nem sei se posso chamar assim, já que a história deixa dever intencionalmente um desfecho usual, esperado em filmes de vingança.
Após o termino, me senti como Reuben na sala de cinema vazia, me perguntando: “So, is that it?”; ouvindo mentalmente a resposta do projecionista: "That's it".
A Marca do Assassino
4.0 19Confesso que do início até a metade, foi penoso
para mim. Mas na medida em que o filme avançou, comecei a perceber como o diretor operou numa subversão de gêneros cinematográficos (ação/noir/policial), para então criar um desfecho sarcástico e absurdo. Tão absurdo que em dado momento, os assassinos passam até a conviver juntos! No final, não há vitória de lado algum, e a lona do (muito simbólico) ringue continua vazia.
Troublemakers: The Story of Land Art
4.2 1preciso ver isso
Movimento em Falso
3.8 38Mesmo quando arrastados, esses road movies do Wim Wenders me fazem pensar sobre o ato de viajar, sobre as reflexões que surgem do silêncio da viagem e sobre a capacidade que a mesma possui de nos modificar drasticamente, depois da chegada ao destino esperado, ou estando ainda em percurso. Este filme, especialmente, me faz pensar ainda na eminente possibilidade de seguirmos nos enganando no percurso, perseguindo uma imagem que projetamos sobre nossas escolhas e no ciclo retroalimentado por essas escolhas guiando a busca por essas imagens, até chegar ao ponto em que não se sabe mais exatamente o que se almejava, mas faz-se conhecimento do que se perdeu durante a trajetória.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraNormalmente é difícil seguir ao pé da letra e agradar a quem recorre primeiro a obra literária para posteriormente a adaptação cinematográfica, e foi isso que ficou me incomodando um bom bocado do filme. Cheguei a conclusão de que depois de ler o livro do Saramago e ver o filme do Villeneuve, o barato do cinema é que definitivamente as coisas não precisam ser as mesmas.
Comboio
3.5 46 Assista Agorathese motherfucking truckers
Contos de Nova York
3.5 267 Assista AgoraGostei de ''Édipo Arrasado'', já ''A Vida Sem Zoe'' achei bem fraco. Porém, nenhum dos dois se comparam a Lições de Vida. Senti um abismo entre ele e os outros dois curtas. Simplesmente maravilhoso. Scorsese sendo Scorsese.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraQuando ouvi uma pessoa da poltrona de trás dizer ''esse é o pior filme que eu já vi'', eu pensei ''Eis que o Lars cumpriu o seu papel'' HAHAHAHA.
Kick-Ass 2
3.6 1,8K Assista AgoraTratando-se de adaptações desse tipo, penso cada vez mais que eu deveria ter ficado só nos quadrinhos..
Scanners: Sua Mente Pode Destruir
3.5 251Eu quero Efemerol
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
3.5 554 Assista AgoraÉ difícil não ceder á profusão de imagens desse filme, ora da trama, ora das paisagens amazônicas que giram ao redor de tudo aquilo. Curti a atmosfera e de quebra, tem aquela trilha sonora experimental sinestésica. Eu só fiquei incomodado mesmo foi com a quantidade de Fade Out's (hahaha)
O Futuro
3.5 155 Assista AgoraO que sucede é incerto. Mas é certo que virá...
Headhunters
3.9 355O sujeito parece o Steve Buscemi
Inquietos
3.9 1,6K Assista Agora"Sabe, temos pouco tempo para dizer tudo. Temos pouco tempo para qualquer coisa."
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista Agora"-Vi 3 destes guarda-pós há pouco tempo. Estavam esperando o trem. Dentro dos guarda-pós havia 3 homens."
"-E daí?"
"-Dentro dos homens havia 3 balas."
Paraísos Artificiais
3.2 1,8K Assista AgoraLegalzinho, fiquei meio surpreso quando ouvi duas faixas da Kaki King no filme, e tem a fotografia e tudo, mas porra...Tinha que cair nessa balela pessimista e tendenciosa sobre drogas. O irmão do cara deveria largar essa vida de vez e cair de cabeça na natação olímpica, hmm.
Cassino
4.2 649 Assista Agora''Always the dollars. Always the fuck Dollars''