Bonito. Sensível. Sutil. Mais uma grande obra de Louis Malle (já me perco em qual gostei mais). Este, aparentemente começa com coisas triviais que vão se passando em uma escola católica francesa. O aprendizado, a descoberta da adolescência (algumas boas homenagens à literatura, à música e ao cinema que vão discorrendo)... As pequenas relações e ao mesmo tempo a tensão sempre acontecendo de forma sutil, leve, quase imperceptível...
o filme ensaia o tempo todo com aquele final, mas por diversas situações parece que vamos nos convencendo de que não acontecerá. São gestos, olhares, situações e laços de amizade (ou quem sabe amor), sutilezas que o filme carrega. Até que a realidade se apresenta, nua e crua. E sem dúvidas, o mais triste é saber que é uma história baseada nas lembranças do diretor, reais e, imortalizadas nesta bela obra de arte. Obrigado pelas memórias, Malle.
Uma bela história sobre amizade, amor, memórias da adolescência, arte e sobre a história, que não se apaga, por mais que a tentem distorcê-la.
Diferente. Brinca bastante com o gênero noir. Eu não conheço muitos filmes chineses, mas este, parece-me bastante ousado (especialmente na violência e sexo) pelo filtro de conteúdo do país. Isso é bem bacana.
Cabe mencionar que tem uma ótima fotografia. No geral é um bom filme, mas o ato do meio é um pouco longo. Cortaria uns 15 a 20 minutos e ficaria muito bom.
Filme com uma linda sensibilidade, especialmente em sua fotografia. Aqueles típicos filmes que nos apresenta uma personagem ótima e nos deixa querendo ler e ir atrás da artista e da obra original. Ademais, um grande retrato da época e da realidade dos ciganos, na trajetória e da vida de Papusza.
Filme bom de um diretor que fez vários trabalhos experimentais. Este, em especial, com um filme todo na linha "engarrafada" e com estudo de personagem. Ótima interpretação (e uhh para ensaiar e discorrer todo o texto, especialmente o André). Só não veja com sono.
Um grande espetáculo visual: musical com ópera, ballet e teatro. Os dois primeiros atos são bastante impressionantes, mas, a meu ver, o terceiro decai bastante (e torna o filme cansativo, poderia ser somente os dois primeiros contos).
É um filme com ótima cinematografia e performances, mas deixa a desejar em alguns momentos na sua edição e montagem, inclusive em algumas cenas sendo perceptível a dublagem de voz desnivelada do movimento de fala dos atores. Vale pelo espetáculo visual e construção cinematográfica.
Um tanto quanto nojento, exagerado e ridículo, mas são as sátiras e exageros que o fazem "diferente". São filmes trash, e este,recomendável e um bom passatempo, mas para quem já conhece e sabe o que esperar dos filmes da Troma. Segue a mesma linha de esquisitice e vulgaridade. Como paródia serve-nos algumas boas risadas.
Andei lendo que se não fossem os cortes, seriam mais de 3 horas e meia. Sofrível. Inimaginavelmente inferior a Donnie Darko. Espetacularização confusa, ideias mal-executadas, elenco desperdiçado. Foi difícil chegar ao final. Não à toa é lembrado como um fracasso.
Tudo é cruel (e real) ao mesmo tempo neste filme. Você se pega sempre pensando se é realmente ficção, tão natural são as filmagens e a dura realidade: crianças órfãs, pobres, trabalho infantil, casamentos arranjados, a dureza dos adultos (da religião e do sistema social), a doença sem cura do irmão, o clima pesado da guerra e do frio das montanhas, a exploração e incerteza do trabalho... a dureza da realidade que beira a falta de perspectivas é confirmada nas ótimas atuações das crianças, na fotografia e edição. Não há como ser mais arrebatadora, nua e crua. Ainda assim, as crianças sorriem e sonham. Enquanto os pequenos podem sonhar haverá esperança.
Boa premissa, porém mal executada. Muitos furos de roteiro em especial, mas gostei ao menos de algumas coisas.
Alguns pontos positivos a meu ver: a premissa do filme é bem interessante, especialmente em dar a sensação de ser quase um "episódio engarrafado", com poucos cenários, o que sempre exige bastante do roteiro e das atuações...a primeira parte do filme de fato é muito boa e bem construída, bem como algumas interpretações. O que realmente não funciona são
o artista que faz o mendigo não convence no papel, está desproporcional a condição física ao papel; também algumas soluções de roteiro ruins e confusas, por horas não sabendo direito para onde caminhar e com alguns vácuos.
Depois ele até engrena um pouco e volta a ficar com furos no ato final com decisões pouco críveis dos personagens, ainda que seja "para o filme acontecer" merecia ser melhor escrito...aliás até há certa mudança de estilo, tem um momento que o filme vira found footage (é uma ruptura de linguagem muito grande ou bem se é uma coisa ou outra).
Curiosidades: O ator que interpreta o Nacho lembra muito o Lucas do canal Refúgio Cult, enquanto a atriz que interpreta Elena lembra a Paola Oliveira, fiquei com essa impressão o filme todo (haha).
Ademais, vale ver uma vez, mas tem furos bem explícitos. Achei uma pena, a seguir o primeiro ato e usar mais da criatividade e roteiro teria mais potencial, assim ficou só no razoável.
Se te mostrarem este filme sem saber nada antes, certamente você diria que ele é produzido ou dirigido pelo Tim Burton, hehe.
Um bom filme e uma história cativante, apesar de não ser tão original é bem construído, com boa invenção de mundo e referências ao Tim Burton e Melies (parecia muito em alguns trechos de Hugo Cabret). O único ponto a desejar é a trilha sonora, que, apesar de boa, tem interpretações muito desafinadas (eu mais ri do que entrei na história com elas, hehe). É uma boa e diferente animação, vale o entretenimento.
Um bom retrato da ascensão e queda dos filmes B, em especial da Troma, e outras produtoras semelhantes. O documentário traz um bom panorama desta indústria e da mudança de época até os dias de hoje, onde, cada vez mais a indústria do mainstream, especialmente a hollywoodiana sufoca a diversidade cinematográfica, gerando certa homogenização na indústria, o que, sabemos, coloca muito a perder em termos de qualidade e diversidade cinematográfica. Importante para compreensão de produções "B" e de bastidores por trás das câmeras.
Filme bastante simbólico e alegórico. Confesso que faltam-me alguns elementos suficientes para saber se parte da realidade apresentada é totalmente comum no país ou se é mais alegórico com alguns outros subtextos. De todo o modo é um filme intrigante, frio e impactante. O país retratado, Butão, fica "emparedado" por dois únicos países, China e Índia...essa parece ser quase uma alegoria geográfica para a triste sina de Sangay, também sufocada pelo machismo e normas rígidas culturais e religiosas do pai e o fanatismo e machismo estrutural do homem o qual se intitula seu namorado (e que dela se aproxima). Sangay não possui qualquer referência feminina e para ela os sonhos e as perspectivas se prolongam em moroso e aviltante silêncio que lhe corrói a alma. Na realidade dura, pobre e difícil do interior do remoto Butão, ser e estar mulher e jovem parece quase uma sina determinista de sofrimento, preconceitos e exclusão. É um filme impactante, que dialoga também muito a partir das composições visuais e simbologias que o diretor vai apresentando.
Para quem cadastrou o filme, coloquem a descrição/sinopse.
A história de Tonio/Tonia e Franz, Paul e Erika se desenrola na cena queer de Nova York. Uma história de ativismo político e diferentes modelos de amor: trata-se de uma adaptação, tradução e nova leitura de “So Schön”, o romance de Ronald M. Schernikau dos anos 80.
O filme pode ser dividido em três atos: os dois primeiros ótimos, mas o terceiro deixa a desejar... A cinematografia, fotografia, trilha sonora e o clima de suspense gerados pelo filme são ótimos e vão nos colocando em ambientação e dentro do clima necessário, onde tudo se desenrola morosamente, mas com necessária atenção. O que decepciona são os problemas de roteiro, ele começa focado na questão da A cura como algo metafórico
a perceber, em especial, o mal do trabalho, do capitalismo, das relações com o ter e o ser em nossas vidas, porém não demora muito e abandona o propósito da sua ida até a clínica (a busca de Pembroke) e começa a focar em outros elementos da história (hora flerta a saber a sanidade dele, hora a ser uma história de assassinato/perseguição, hora um terror mais trash, hora um mistério investigativo e até espiritual)
o mal do filme está em querer abraçar muita coisa e desenvolver pouco, deixando várias arestas com problemas narrativos. É lógico que percebe-se as referências a filmes como Drácula, Ilha do Medo (estes em especial) e Laranja Mecânica, por exemplo, mas a meu ver, ele acaba por ter problemas narrativos e gerar tantas ambiguidades. O filme parece não saber para onde quer ir e assim acaba se arrastando, repetindo, ficando confuso e por vezes cansativo. Peguei-me por várias vezes ao longo dele pensando ou tentando deduzir qual era a alegoria central, mas isto na verdade, parecia ser o que menos importava... Em resumo: ótimos elementos técnicos, mas problemas de roteiro bem sérios (uma pena) que o tornam mais longo do que deveria e com final bizarro, ainda assim, é um filme que vale assistir por uma vez, pelo bom suspense criado. Alguns comentários aleatórios: - Que trauma de dentista ao ver a cena
Filmes com cachorro geralmente seguem uma estrutura: aventura, laços afetivos com os donos, algo que o cachorro faz que o traz e o leva a protagonista, superação, etc. É uma fórmula batida, mas que funciona. Filmes assim de vez em quando são necessários para "rehumanizar".
O que pode funcionar de mensagem (e acredito que assim seja) que todos nós (e também os animais assim nos ensinam) temos um propósito e um objetivo e que só podemos ser felizes de verdade uma vez que encontramos nossos propósitos de vida e assim possamos sentirmo-nos realizados.
O filme que fica na sua memória pela infância, mas que quando vai rever não chama mais tanta atenção assim... Mas vale pela nostalgia, pela criação de mundo/gênero e como homenagem aos anos 80. É impossível passar pelos anos 80 e não lembrar do quarteto de caça-fantasmas, a trilha sonora, roupas e carros esquisitos, fantasmas muito loucos e atrapalhados...
Um filme importante e bastante interessante: principalmente em como lida as temáticas trans, identidade de gênero e as relações familiares nesta fase da adolescência/juventude.
Ao longo do filme, Lara (Victor Polster) atua muito bem, especialmente em momentos de sutileza que engrandecem a sua atuação e o filme ganho peso e relevância a partir destas sensações e situações tão bem representadas nas expressões. Dois exemplos
quando o maninho de Lara, de forma involuntária em uma situação chama ela pelo nome "de batismo como menino". Também quando em uma festinha das meninas, suas colegas de classe, pedem para ver seu órgão genital... cenas marcantes na interpretação e desconforto expressos sem verbalizar pelo ator.
Ao longo do filme vemos a evolução e a difícil aceitação de uma cirurgia de mudança de sexo, ainda que muito embora, você tenha, como Lara, um pai atencioso e compreensível, ainda assim ela se fecha e muitas vezes parece não encontrar ninguém em quem confiar ou desabafar: seja no pai, amizades ou psicólogo. Poxa, que agonia na cena
dela enrolando o pênis, bem como se mutilando os pés até sangrarem
ambas passam um grau extremo de verdade, bem como é quase impossível perceber que é um menino fazendo esta atuação, ficou realmente perfeita.
Talvez a única crítica negativa que percebo foi que como história o filme não avança muito, fica repetitivo (balé-escola-casa-rejeição ao corpo), mas talvez seja pelo foco na análise da personagem que o filme deseja, em como se dá esta repetida rotina e quanto pode ser e se vai sendo desconfortável.
ele dá indicativos de mais de uma interpretação, embora a mais óbvia e que eu comprei tenha sido que ela realmente conseguiu realizar a cirurgia, amadurecer e viver a sua vida, finalmente como Lara.
Um filme para contemplar: pela beleza das paisagens, cores e da passagem do tempo por meio das mulheres e filhos na vida de Renoir.
O filme, de fato, não foca tanto no pintor, apesar do título, mas que fica quase como de forma secundária, sendo Jean, e, principalmente Andrée os destaques e sobre quem o enredo se vai desenrolando e focando ao longo do filme.
Em suma, achei um belo retrato biográfico para um período importante, na vida destes três grandes artistas.
Um clássico. Fica difícil assistir Nicholson sem lembrar de personagens dele mais "malucos", especialmente quem ter visto O Iluminado antes. Ainda assim é inegável sua ótima atuação, que junto com o roteiro são os grandes destaques do filme.
Ele é um pouco moroso, mas a qualidade da história nos fazem ficar ligados o tempo todo para compreender e seguir a sagacidade e desenrolar dela. Filmão! Especialmente para quem gosta de roteiros sagazes e para fãs do Nicholson. Um clássico que homenageia o cinema noir e faz uma ácida crítica a especulação financeira e ao famigerado desde sempre "modo de vida americano", nos seus vícios e maneiras de construir a história de seu tempo. Um grande deleite a ser visto com calma e sem distrações.
Um bom retrato do Brasil "e seus rincões" na década de 40: o contexto e a visão do país (muitas vezes menosprezado na ótica do personagem Ranulpho, especialmente servindo a lógica do "oprimido também sendo opressor") são pontos interessantes do filme.
A simplicidade do roteiro e direção servem uma história gostosa de acompanhar, mas, mais que falar do país, do contexto local e mundial é essencialmente um filme sobre amizade. Ranulpho e Johann parecem ser de mundos, culturas e visões completamente distintas, mas que, na convivência alargam suas visões e reflexões e acabam se descobrindo mais que companheiros de viagem, bons amigos.
Há uma pobreza sem tamanho em querer classificar este filme comparado aos dias atuais. Ele é muito bom no contexto e no tempo que foi feito. (Dar uma nota baixa apenas baseado no quanto de ação ou de efeitos especiais como se fosse o último Transformers para um filme de 77 é uma ignorância abismal).
Sobre o filme em si apresenta uma ótima direção (Spielberg em evolução) e na edição e fotografia também sem dúvidas muito bem elaboradas. Obviamente os efeitos especiais ficam datados (até que não em total demasia, mas é necessário o olhar para quando de seu lançamento). A atmosfera e história geram e dão um bom entretenimento, e, a meu ver, o principal legado foi uma boa ambientação para um Spielberg, mais maduro e seguro posteriormente elaborar obras como ET e Parque dos Dinossauros. É uma boa sessão de entretenimento. (mas se você é da geração ejaculação precoce, não veja)
Que filme desconfortável. Começa com narrativa morosa, parece nocivo, mas inegavelmente consegue provocar e chocar...quase não suportei duas cenas em especial e choquei com outra:
Steven jogando o filho no chão achando que era fingimento no corredor do hospital e aquele diálogo "abusivo", o diálogo entre Steven e Martin, onde Martin tira um pedaço do próprio braço e do braço de Steven, e o final é chocante, no jogo da roleta russa e depois a aparente vida que segue da família mesmo após o ocorrido, talvez isso o mais chocante.
De fato é um filme difícil e complicado de comentar sem cair em spoiler, mas como já citado fala da tragédia de Ifigênia, de Eurípedes, transcrevendo, logicamente, a narrativa dentro do contexto do filme, mas segue a sua premissa.
Ficam como mistérios o arquétipo da personagem de Martin, como ele consegue seus feitos (e que ótima atuação do ator, sociopata de primeira só pelo olhar rsrs), ótimas atuações também de Colin Farrel e Nicole Kidman e uma trilha sonora que casa muito bem com a direção, roteiro e momentos. Ainda assim é importante dizer que não é um filme para todos: aqueles não acostumados com a direção do Lanthimos ou mais sensíveis podem não gostar ou não entender e mesmo a quem assiste, exige atenção e, em desconhecendo o enredo, pesquisar e aprofundar os temas pós-filme, logo, recomenda-se com cautela.
Filme que trata sobre culpa, vingança, alter ego, abusos, assédios, troca de personalidade e esquisitice, muita esquisitice. Eu gostei, compreendi várias alegorias (exceto as que levantei acima de Martin), mas, de fato, é um filme importante que foge do padrão mainstream.
Infelizmente é um filme fraco (nem parece ser do mesmo diretor). O tema realmente é importante e necessário (não sei o quanto é fiel ao livro), mas o desenvolvimento da história e principalmente das personagens deixa muito a desejar. Uma mãe muito mal escrita e burra que chega a dar raiva. Não há um desenvolvimento da avó ou dos pais que também deixam um grande vácuo.
Melissa passa a sensação de vários problemas e ausências e a atriz que a interpreta até se sai bem com o material que tem, porém o enredo e a temática não são suficientes ao fraco roteiro, trilha sonora e demais personagens. Achei realmente muito fraco e esperava muito mais especialmente em ter Luca Guadagnino como diretor.
Simbólico e psicodélico. Por vezes achei estar vendo Black Swan ou Suspiria, rsrs com várias intertextualidades. Ao mesmo tempo que tem problemas de roteiro, tem uma fotografia de tirar o fôlego e uma história pesada. Várias são as alegorias presentes
demorei a sacar um pouco o lance antropofágico e dos triângulos, por exemplo
e o que por hora flerta com o simbólico e com o real.
Definitivamente não é um filme ruim, se peca em alguns aspectos, a fotografia, os temas, a trilha sonora e a edição são recompensatórias. Um tema pesado e necessário no submundo do glamour.
Adeus, Meninos
4.2 257 Assista AgoraBonito. Sensível. Sutil. Mais uma grande obra de Louis Malle (já me perco em qual gostei mais). Este, aparentemente começa com coisas triviais que vão se passando em uma escola católica francesa. O aprendizado, a descoberta da adolescência (algumas boas homenagens à literatura, à música e ao cinema que vão discorrendo)... As pequenas relações e ao mesmo tempo a tensão sempre acontecendo de forma sutil, leve, quase imperceptível...
o filme ensaia o tempo todo com aquele final, mas por diversas situações parece que vamos nos convencendo de que não acontecerá. São gestos, olhares, situações e laços de amizade (ou quem sabe amor), sutilezas que o filme carrega. Até que a realidade se apresenta, nua e crua. E sem dúvidas, o mais triste é saber que é uma história baseada nas lembranças do diretor, reais e, imortalizadas nesta bela obra de arte. Obrigado pelas memórias, Malle.
Uma bela história sobre amizade, amor, memórias da adolescência, arte e sobre a história, que não se apaga, por mais que a tentem distorcê-la.
O Lago do Ganso Selvagem
3.6 38 Assista AgoraDiferente. Brinca bastante com o gênero noir. Eu não conheço muitos filmes chineses, mas este, parece-me bastante ousado (especialmente na violência e sexo) pelo filtro de conteúdo do país. Isso é bem bacana.
Cabe mencionar que tem uma ótima fotografia. No geral é um bom filme, mas o ato do meio é um pouco longo. Cortaria uns 15 a 20 minutos e ficaria muito bom.
A História de Papusza
4.0 10Filme com uma linda sensibilidade, especialmente em sua fotografia. Aqueles típicos filmes que nos apresenta uma personagem ótima e nos deixa querendo ler e ir atrás da artista e da obra original. Ademais, um grande retrato da época e da realidade dos ciganos, na trajetória e da vida de Papusza.
Meu Jantar com André
4.1 78Filme bom de um diretor que fez vários trabalhos experimentais. Este, em especial, com um filme todo na linha "engarrafada" e com estudo de personagem. Ótima interpretação (e uhh para ensaiar e discorrer todo o texto, especialmente o André). Só não veja com sono.
Os Contos de Hoffmann
3.9 15 Assista AgoraUm grande espetáculo visual: musical com ópera, ballet e teatro. Os dois primeiros atos são bastante impressionantes, mas, a meu ver, o terceiro decai bastante (e torna o filme cansativo, poderia ser somente os dois primeiros contos).
É um filme com ótima cinematografia e performances, mas deixa a desejar em alguns momentos na sua edição e montagem, inclusive em algumas cenas sendo perceptível a dublagem de voz desnivelada do movimento de fala dos atores. Vale pelo espetáculo visual e construção cinematográfica.
Tromeu & Julieta
3.6 57Um tanto quanto nojento, exagerado e ridículo, mas são as sátiras e exageros que o fazem "diferente". São filmes trash, e este,recomendável e um bom passatempo, mas para quem já conhece e sabe o que esperar dos filmes da Troma. Segue a mesma linha de esquisitice e vulgaridade. Como paródia serve-nos algumas boas risadas.
Southland Tales - O Fim do Mundo
2.2 168Andei lendo que se não fossem os cortes, seriam mais de 3 horas e meia. Sofrível. Inimaginavelmente inferior a Donnie Darko. Espetacularização confusa, ideias mal-executadas, elenco desperdiçado. Foi difícil chegar ao final. Não à toa é lembrado como um fracasso.
Tempo de Cavalos Bêbados
4.1 56 Assista AgoraTudo é cruel (e real) ao mesmo tempo neste filme. Você se pega sempre pensando se é realmente ficção, tão natural são as filmagens e a dura realidade: crianças órfãs, pobres, trabalho infantil, casamentos arranjados, a dureza dos adultos (da religião e do sistema social), a doença sem cura do irmão, o clima pesado da guerra e do frio das montanhas, a exploração e incerteza do trabalho... a dureza da realidade que beira a falta de perspectivas é confirmada nas ótimas atuações das crianças, na fotografia e edição. Não há como ser mais arrebatadora, nua e crua. Ainda assim, as crianças sorriem e sonham. Enquanto os pequenos podem sonhar haverá esperança.
O Bar
3.2 568Boa premissa, porém mal executada. Muitos furos de roteiro em especial, mas gostei ao menos de algumas coisas.
Alguns pontos positivos a meu ver: a premissa do filme é bem interessante, especialmente em dar a sensação de ser quase um "episódio engarrafado", com poucos cenários, o que sempre exige bastante do roteiro e das atuações...a primeira parte do filme de fato é muito boa e bem construída, bem como algumas interpretações. O que realmente não funciona são
o artista que faz o mendigo não convence no papel, está desproporcional a condição física ao papel; também algumas soluções de roteiro ruins e confusas, por horas não sabendo direito para onde caminhar e com alguns vácuos.
Curiosidades: O ator que interpreta o Nacho lembra muito o Lucas do canal Refúgio Cult, enquanto a atriz que interpreta Elena lembra a Paola Oliveira, fiquei com essa impressão o filme todo (haha).
Ademais, vale ver uma vez, mas tem furos bem explícitos. Achei uma pena, a seguir o primeiro ato e usar mais da criatividade e roteiro teria mais potencial, assim ficou só no razoável.
Jack e a Mecânica do Coração
3.9 226 Assista grátisSe te mostrarem este filme sem saber nada antes, certamente você diria que ele é produzido ou dirigido pelo Tim Burton, hehe.
Um bom filme e uma história cativante, apesar de não ser tão original é bem construído, com boa invenção de mundo e referências ao Tim Burton e Melies (parecia muito em alguns trechos de Hugo Cabret). O único ponto a desejar é a trilha sonora, que, apesar de boa, tem interpretações muito desafinadas (eu mais ri do que entrei na história com elas, hehe). É uma boa e diferente animação, vale o entretenimento.
VHS Massacre
2.6 3Um bom retrato da ascensão e queda dos filmes B, em especial da Troma, e outras produtoras semelhantes. O documentário traz um bom panorama desta indústria e da mudança de época até os dias de hoje, onde, cada vez mais a indústria do mainstream, especialmente a hollywoodiana sufoca a diversidade cinematográfica, gerando certa homogenização na indústria, o que, sabemos, coloca muito a perder em termos de qualidade e diversidade cinematográfica. Importante para compreensão de produções "B" e de bastidores por trás das câmeras.
The Red Phallus
3.7 3"Quem disse que não sou forte o suficiente?".
Filme bastante simbólico e alegórico. Confesso que faltam-me alguns elementos suficientes para saber se parte da realidade apresentada é totalmente comum no país ou se é mais alegórico com alguns outros subtextos. De todo o modo é um filme intrigante, frio e impactante. O país retratado, Butão, fica "emparedado" por dois únicos países, China e Índia...essa parece ser quase uma alegoria geográfica para a triste sina de Sangay, também sufocada pelo machismo e normas rígidas culturais e religiosas do pai e o fanatismo e machismo estrutural do homem o qual se intitula seu namorado (e que dela se aproxima). Sangay não possui qualquer referência feminina e para ela os sonhos e as perspectivas se prolongam em moroso e aviltante silêncio que lhe corrói a alma. Na realidade dura, pobre e difícil do interior do remoto Butão, ser e estar mulher e jovem parece quase uma sina determinista de sofrimento, preconceitos e exclusão. É um filme impactante, que dialoga também muito a partir das composições visuais e simbologias que o diretor vai apresentando.
So Pretty
3.1 4Para quem cadastrou o filme, coloquem a descrição/sinopse.
A história de Tonio/Tonia e Franz, Paul e Erika se desenrola na cena queer de Nova York. Uma história de ativismo político e diferentes modelos de amor: trata-se de uma adaptação, tradução e nova leitura de “So Schön”, o romance de Ronald M. Schernikau dos anos 80.
https://mubi.com/pt/films/so-pretty
A Cura
3.0 707 Assista AgoraO filme pode ser dividido em três atos: os dois primeiros ótimos, mas o terceiro deixa a desejar...
A cinematografia, fotografia, trilha sonora e o clima de suspense gerados pelo filme são ótimos e vão nos colocando em ambientação e dentro do clima necessário, onde tudo se desenrola morosamente, mas com necessária atenção. O que decepciona são os problemas de roteiro, ele começa focado na questão da A cura como algo metafórico
a perceber, em especial, o mal do trabalho, do capitalismo, das relações com o ter e o ser em nossas vidas, porém não demora muito e abandona o propósito da sua ida até a clínica (a busca de Pembroke) e começa a focar em outros elementos da história (hora flerta a saber a sanidade dele, hora a ser uma história de assassinato/perseguição, hora um terror mais trash, hora um mistério investigativo e até espiritual)
Peguei-me por várias vezes ao longo dele pensando ou tentando deduzir qual era a alegoria central, mas isto na verdade, parecia ser o que menos importava... Em resumo: ótimos elementos técnicos, mas problemas de roteiro bem sérios (uma pena) que o tornam mais longo do que deveria e com final bizarro, ainda assim, é um filme que vale assistir por uma vez, pelo bom suspense criado.
Alguns comentários aleatórios:
- Que trauma de dentista ao ver a cena
da broca e eles arrancando/furando os seus dentes
- Qual a primeira coisa que você faz/busca depois de um tempo privado de liberdade? Sai no rolê da cidade e
e vai beber cerveja!!! Eu ri bastante, hahaha.
Quatro Vidas de Um Cachorro
3.8 720 Assista AgoraFilmes com cachorro geralmente seguem uma estrutura: aventura, laços afetivos com os donos, algo que o cachorro faz que o traz e o leva a protagonista, superação, etc. É uma fórmula batida, mas que funciona. Filmes assim de vez em quando são necessários para "rehumanizar".
O que pode funcionar de mensagem (e acredito que assim seja) que todos nós (e também os animais assim nos ensinam) temos um propósito e um objetivo e que só podemos ser felizes de verdade uma vez que encontramos nossos propósitos de vida e assim possamos sentirmo-nos realizados.
Os Caça-Fantasmas
3.7 733 Assista AgoraO filme que fica na sua memória pela infância, mas que quando vai rever não chama mais tanta atenção assim... Mas vale pela nostalgia, pela criação de mundo/gênero e como homenagem aos anos 80. É impossível passar pelos anos 80 e não lembrar do quarteto de caça-fantasmas, a trilha sonora, roupas e carros esquisitos, fantasmas muito loucos e atrapalhados...
Obs: por mais que seja besteirol
só não lembro por que alguns fantasmas mais parecem monstros que fantasmas (os bonecos), erro de roteiro/construção de época mesmo?
Alguns pontos mesmo sutis (legais) são as formas como ele satiriza alguns elementos de fanatismo religioso e de corrupção como na cena
da prefeitura, onde estão todas as “autoridades” decidindo o melhor para a cidade ao combater os fantasmas
Girl
3.8 161 Assista AgoraUm filme importante e bastante interessante: principalmente em como lida as temáticas trans, identidade de gênero e as relações familiares nesta fase da adolescência/juventude.
Ao longo do filme, Lara (Victor Polster) atua muito bem, especialmente em momentos de sutileza que engrandecem a sua atuação e o filme ganho peso e relevância a partir destas sensações e situações tão bem representadas nas expressões. Dois exemplos
quando o maninho de Lara, de forma involuntária em uma situação chama ela pelo nome "de batismo como menino". Também quando em uma festinha das meninas, suas colegas de classe, pedem para ver seu órgão genital... cenas marcantes na interpretação e desconforto expressos sem verbalizar pelo ator.
Ao longo do filme vemos a evolução e a difícil aceitação de uma cirurgia de mudança de sexo, ainda que muito embora, você tenha, como Lara, um pai atencioso e compreensível, ainda assim ela se fecha e muitas vezes parece não encontrar ninguém em quem confiar ou desabafar: seja no pai, amizades ou psicólogo. Poxa, que agonia na cena
dela enrolando o pênis, bem como se mutilando os pés até sangrarem
Talvez a única crítica negativa que percebo foi que como história o filme não avança muito, fica repetitivo (balé-escola-casa-rejeição ao corpo), mas talvez seja pelo foco na análise da personagem que o filme deseja, em como se dá esta repetida rotina e quanto pode ser e se vai sendo desconfortável.
Sobre o final
ele dá indicativos de mais de uma interpretação, embora a mais óbvia e que eu comprei tenha sido que ela realmente conseguiu realizar a cirurgia, amadurecer e viver a sua vida, finalmente como Lara.
Renoir
3.5 208 Assista AgoraUm filme para contemplar: pela beleza das paisagens, cores e da passagem do tempo por meio das mulheres e filhos na vida de Renoir.
O filme, de fato, não foca tanto no pintor, apesar do título, mas que fica quase como de forma secundária, sendo Jean, e, principalmente Andrée os destaques e sobre quem o enredo se vai desenrolando e focando ao longo do filme.
Em suma, achei um belo retrato biográfico para um período importante, na vida destes três grandes artistas.
Chinatown
4.1 636 Assista AgoraUm clássico.
Fica difícil assistir Nicholson sem lembrar de personagens dele mais "malucos", especialmente quem ter visto O Iluminado antes. Ainda assim é inegável sua ótima atuação, que junto com o roteiro são os grandes destaques do filme.
Ele é um pouco moroso, mas a qualidade da história nos fazem ficar ligados o tempo todo para compreender e seguir a sagacidade e desenrolar dela. Filmão! Especialmente para quem gosta de roteiros sagazes e para fãs do Nicholson. Um clássico que homenageia o cinema noir e faz uma ácida crítica a especulação financeira e ao famigerado desde sempre "modo de vida americano", nos seus vícios e maneiras de construir a história de seu tempo. Um grande deleite a ser visto com calma e sem distrações.
Cinema, Aspirinas e Urubus
3.9 364 Assista AgoraUm bom retrato do Brasil "e seus rincões" na década de 40: o contexto e a visão do país (muitas vezes menosprezado na ótica do personagem Ranulpho, especialmente servindo a lógica do "oprimido também sendo opressor") são pontos interessantes do filme.
A simplicidade do roteiro e direção servem uma história gostosa de acompanhar, mas, mais que falar do país, do contexto local e mundial é essencialmente um filme sobre amizade. Ranulpho e Johann parecem ser de mundos, culturas e visões completamente distintas, mas que, na convivência alargam suas visões e reflexões e acabam se descobrindo mais que companheiros de viagem, bons amigos.
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
3.7 577 Assista AgoraHá uma pobreza sem tamanho em querer classificar este filme comparado aos dias atuais. Ele é muito bom no contexto e no tempo que foi feito. (Dar uma nota baixa apenas baseado no quanto de ação ou de efeitos especiais como se fosse o último Transformers para um filme de 77 é uma ignorância abismal).
Sobre o filme em si apresenta uma ótima direção (Spielberg em evolução) e na edição e fotografia também sem dúvidas muito bem elaboradas. Obviamente os efeitos especiais ficam datados (até que não em total demasia, mas é necessário o olhar para quando de seu lançamento). A atmosfera e história geram e dão um bom entretenimento, e, a meu ver, o principal legado foi uma boa ambientação para um Spielberg, mais maduro e seguro posteriormente elaborar obras como ET e Parque dos Dinossauros. É uma boa sessão de entretenimento. (mas se você é da geração ejaculação precoce, não veja)
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraQue filme desconfortável. Começa com narrativa morosa, parece nocivo, mas inegavelmente consegue provocar e chocar...quase não suportei duas cenas em especial e choquei com outra:
Steven jogando o filho no chão achando que era fingimento no corredor do hospital e aquele diálogo "abusivo", o diálogo entre Steven e Martin, onde Martin tira um pedaço do próprio braço e do braço de Steven, e o final é chocante, no jogo da roleta russa e depois a aparente vida que segue da família mesmo após o ocorrido, talvez isso o mais chocante.
Ficam como mistérios o arquétipo da personagem de Martin, como ele consegue seus feitos (e que ótima atuação do ator, sociopata de primeira só pelo olhar rsrs), ótimas atuações também de Colin Farrel e Nicole Kidman e uma trilha sonora que casa muito bem com a direção, roteiro e momentos. Ainda assim é importante dizer que não é um filme para todos: aqueles não acostumados com a direção do Lanthimos ou mais sensíveis podem não gostar ou não entender e mesmo a quem assiste, exige atenção e, em desconhecendo o enredo, pesquisar e aprofundar os temas pós-filme, logo, recomenda-se com cautela.
Filme que trata sobre culpa, vingança, alter ego, abusos, assédios, troca de personalidade e esquisitice, muita esquisitice. Eu gostei, compreendi várias alegorias (exceto as que levantei acima de Martin), mas, de fato, é um filme importante que foge do padrão mainstream.
100 Escovadas Antes de Dormir
2.7 503Infelizmente é um filme fraco (nem parece ser do mesmo diretor). O tema realmente é importante e necessário (não sei o quanto é fiel ao livro), mas o desenvolvimento da história e principalmente das personagens deixa muito a desejar. Uma mãe muito mal escrita e burra que chega a dar raiva. Não há um desenvolvimento da avó ou dos pais que também deixam um grande vácuo.
Melissa passa a sensação de vários problemas e ausências e a atriz que a interpreta até se sai bem com o material que tem, porém o enredo e a temática não são suficientes ao fraco roteiro, trilha sonora e demais personagens. Achei realmente muito fraco e esperava muito mais especialmente em ter Luca Guadagnino como diretor.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista Agora"A beleza não é tudo, ela é a única coisa".
Simbólico e psicodélico. Por vezes achei estar vendo Black Swan ou Suspiria, rsrs com várias intertextualidades. Ao mesmo tempo que tem problemas de roteiro, tem uma fotografia de tirar o fôlego e uma história pesada. Várias são as alegorias presentes
demorei a sacar um pouco o lance antropofágico e dos triângulos, por exemplo
Definitivamente não é um filme ruim, se peca em alguns aspectos, a fotografia, os temas, a trilha sonora e a edição são recompensatórias. Um tema pesado e necessário no submundo do glamour.