A verdadeira manifestação de "não esperava nada, mas deu um caldo". Evidentemente, não é o melhor nem o mais tenso filme de suspense/terror que já assisti, mas me prendeu. Talvez algo que tenha ajudado bastante (e, quando digo bastante, se lê: "carregou o filme") foi eu ter gostado muito de Finney e Gwen e do seu núcleo família desestruturada.
Tiro meia estrela porque achei bem "Deus meu, por quê?" aquelas aparições das crianças mortas, não vi sentido algum a não ser tornar a obra estranha e não digerível. Por outro lado, fiquei SIM entretido com toda a situação vivenciada por Finn e, por vários momentos, pensei que o círculo não ia fechar, que existiriam muitas pontas soltas, mas grande parte das minhas dúvidas foi resolvida (e, adendo, de forma até que bem simples e rápida) e a outra menor parte delas pude constatar que não precisavam ser resolvidas, eram tentativas minhas de gourmetizar um enredo que, por sua natureza, não é tão complexo assim.
Eu ia dizer que Ethan Hawke faz uma bela performance (e de fato ele faz), mas não acho que esse seja o ponto alto da trama, ele só faz bem o papel dele e contribui para o filme ser interessante. Algumas coisas jogadas (ou não explicadas) dão seu ar da graça, como: Max, a psiquê doentia do vilão, a mãe dos irmãos... porém, não considero isso um problema, interpreto que o filme não teve nem intenção nem vontade de discorrer sobre esses tópicos e, visto que não era seu propósito, não considero um erro não os ter desenvolvido. É claro que eu gostaria, mas não me causou uma profunda falta. Ah, quase esqueci de mencionar: gostei também da forma como foi filmado.
Olha, superou minhas expectativas, eu tranquilamente assistiria de novo e posso até considerar indicá-lo a alguns amigos. Recomendo :)
UAU, fazia um tempão que não sentia algo assim dentro de um cinema. A excitação, a empolgação, o descompasso dos batimentos cardíacos, o querer-mais-querer-bis... Greta Gerwig mostrou que realmente não veio para brincar, quer dizer, se veio, foi para brincar de Barbie e brincar como ninguém.
Eu AMO o roteiro dessa pérola, eu AMO as sacadas que ele tem, eu AMO que ele me faz rir genuinamente ao mesmo passo que me provoca e eu AMO mais ainda que ele faz as pessoas do meu lado darem gargalhadas altíssimas.
Foi o primeiro filme a que eu assisti na estreia e, com certeza, se tornou uma experiência muito memorável. Visualmente, é um dos filmes mais formosos que já vi, dá gosto de ver as cores se comunicando e criando uma atmosfera muito própria, única, específica. O despudor de algumas falas transforma-se em nicotina no meu organismo e me faz querer ver mais disso. Aqui, não aliviamos para Mattel, não aliviamos para os estereótipos, mas o filme dá alívio ao espectador, alívio de ver algo de fato bom e inteligente sendo feito.
Eu queria muito, muito mesmo ter me emocionado na parte final do filme. Talvez a culpa não seja do filme, eu que não me senti completamente atraído pelo que Greta quis ressoar nos corações e nas mentes sobre ser mulher e viver num mundo como o nosso sendo mulher.
Barbie (e, aqui, me refiro à linha de boneca) não é uma criação recente, mas o filme atualiza toda a sua trajetória eficientemente. Quem não se identifica com alguns pensamentos que já eram para ter sido pulverizados é porque tem medo de admitir que sim, se identifica sim. Barbie (agora é o filme) é uma explosão de ideias, de criações, de cores, de vivências, de pontos de vista e de perspectivas; e eu posso afirmar, sem medo de ser feliz, dirigindo-me diretamente à Greta: que bom! Que bom que você não é a ideia, mas é a mente por trás dela.
O elenco é MUITO admirável, Margot Robbie já estava escalada para o papel desde o ventre da sua mãe, Ryan Gosling faz tudo e mais um pouco, a Weirdo Barbie é deliciosa, todo o elenco tem muito entrosamento com a proposta do filme e eu considero isso difícil de se fazer. Cada um contribuiu de forma significativa para a construção de Barbie, isso é lindo, isso é arte.
As notas de roteiro são HILÁRIAS, a narração é muito inteligente! Acho que o filme se perde um pouco em relação aos intelectuais da Mattel, que vão para a Barbielândia, somem e estranhamente aparecem do nada, mas o arco da funcionária e sua filha é bem construído.
Ai, eu amei, já quero ver novamente. Que sentimento gostoso, é pra isso que eu pago meu ingresso <3 (que ódio, eu anseio por assisti-lo mais uma vez e mais uma outra).
Eu já esperava que "Elementos" não fosse mais uma experiência de animação catártica da Disney. A fama já o precedia antes mesmo de eu entrar na sala de cinema. Claramente, não é um filme super memorável. Mas, engraçado..., por que é imposta essa necessidade de ser um filme inesquecível, estupendo, uma obra de arte?
Elementos é uma ótima animação. Tive uma grata surpresa porque realmente gostei das personagens, o roteiro é bom, fiquei feliz em ter assistido com a dublagem brasileira (pérolas como Marisa Orth e "10/10" estiveram presentes), gostei das cores, do visual do filme, não me arrependi em nenhum momento de ter pago meu ingresso.
Uma coisa é fato: o título do filme deveria ser "Fogo e Água" ao invés de "Elementos", pois são apenas esses os elementos desenvolvidos durante a trama (e não muito profundamente, diga-se de passagem). Não é A animação, mas é uma boa animação. Agrada-me bastante as leves sacadinhas que o roteiro tem para driblar a humanização de elementos naturais, são jocosas.
É batata: drama familiar é meu gênero queridinho. Não sei se é porque toca em tópicos muito profundos na minha alma, ou então porque curto ver as diversas formas de se conceber uma família, ou ainda porque é algo que abrange todo mundo, bom, não sei, o motivo é que gosto. Broker - Uma Nova Chance, como um ótimo filme sobre família, me arrancou algumas lágrimas.
Começo falando daquilo que eu não gostei tanto no filme. Eu achei o começo arrastado. O filme, para mim, demora a engrenar, mas, quando o faz, não tem quem o pare. As personagens são muito cativantes e dá vontade de conhecê-los melhor, gostaria até que a coadjuvante Su-jin tivesse sido mais desenvolvida, achei uma personagem com um arco interessantíssimo. Song Kang-ho faz um belíssimo trabalho, extremamente notável.
Algumas cenas são realmente marcantes, portanto, pretendo dar a elas os créditos que são merecidos (alerta de spoiler!).
A primeira tentativa de "venda/negócio" do bebê é MUITO desconfortável, e isso se deve à naturalidade que os atores conferem ao transformar o indefeso bebê em um produto, uma mercadoria e nada mais do que isso; a cena de So-Young declarando a importância da sua família de estimação é realmente tocante; muitas escolhas cênicas são bem acertadas - ponto para o diretor, bem como para os atores.
Não vou dizer que é um filme espetacular, super memorável, mas ele é bom no que se propõe a fazer. Me tocou, me fez pensar, me fez mais uma vez ver o copo mais vazio no que tange à família e suas inevitáveis e eternas consequências nas gerações. Mas há salvação, garanto.
Lindo filme, só que poderia ser mais dinâmico, de fato.
Precisei assistir a este filme duas vezes no cinema para ter certeza (de quê eu não sei) e a única certeza de que tive foi: eu não faço ideia do que está acontecendo.
Confesso: da primeira vez, saí decepcionado, mas coloquei a culpa nos meus pequenos/longos momentos de sonequinha durante o filme. Me obriguei a assistir por uma segunda vez para confirmar ou retificar o que tinha visto. A verdade é que "Beau Tem Medo" não é tudo isso. Para dizer a verdade, Ari Aster precisa baixar bastante sua bolinha. Só que eu não contava com uma coisa: até o dia de hoje (escrevo isso no dia 08/06/2023 e assisti pela primeira vez no dia 30/04/2023), o filme não saiu da minha cabeça. Meus amigos ODEIAM quando eu trago mais uma vez ao assunto da roda nosso queridíssimo Beau, ninguém me aguenta mais falando sobre esse filme. Por bem ou por mal, terão de me ouvir falando sobre ele aqui também, um beijo.
Vamos por partes. Afinal, meio que o filme é assim também.
A ambientação da primeira parte é genial. Tudo que acontece ali é muito perturbador. Vou começar do início e digo início mesmo.
Somos paridos juntamente com Beau e, na ínfima visão do mundo que temos quando saímos de um útero, já é possível notar que algo de errado está muito errado. Parece que a genitora de Beau é desesperada, por assim dizer. Corta para ele na terapia (aliás, o terapeuta atua muito bem) falando justamente de quem? de quem? da mãe, a tal. Façam terapia, essa é minha recomendação, principalmente Ari Aster, por favor, vá tratar seus "mommy issues". O lugar onde Beau mora é, nada mais, nada menos, do que a praça da Sé. Sim, o paralelo aqui é muito válido. É assim que eu me imagino andando pelo centro de São Paulo - totalmente angustiado, com medo de encontrar um cracudo no meio do caminho com intenção de me deixar com um objeto pessoal a menos. Bom, a coisa não está fácil para Beau também; na verdade, vai de mal a pior. Ele mora mal e mora numa contemporaneidade assustadora. Desde mãe brigando sem razão com o filho até gente que grava um suicídio por bel-prazer, passando por um homem que sai nu pelas ruas esfaqueando as pessoas, tudo é muito louco e mais desconfortável ainda. O que me deixa um pouco chateado é que sinto que Ari quis tanto vender Beau Tem Medo como um filme cabeção, reflexivo, mas, por vezes, ele é só sem sentido. Não entendi a questão da aranha no prédio, não entendi a questão do som alto (aliás, highlight para essa cena: o que a trilha sonora faz é brincadeira de tão bom; outro highlight: quando Beau pesquisa os efeitos colaterais do remédio no Google - hilário). Talvez não fosse para ser entendido, pode ser que sirva de baluarte para a composição de todos os medos, paranoias e angústias do nosso protagonista, mas enfim, fica aí meu apontamento.
Pois bem, segunda parte. AMO. ADORO. GÊNIO. Não me canso de repetir que a cena de Grace montando o quebra-cabeça com a imagem do filho é pura genialidade. Aliás, o tópico "família e suas brutais consequências na vida dos descendentes" é muito bem tratado aqui. A cena com a tinta... extremamente desconfortável e angustiante, uma cena ímpar.
Bom, vamos lá, terceira parte. Foi nesse momento que eu vi que a coisa não andava muito bem das pernas. Chegamos a uma terceira parte. Essa fato por si só já é perturbador. Não dava para ter condensado mais? E a resposta é simples: claro que dava. Eu cortaria TRANQUILAMENTE toda a cena da floresta. O teatro que era para ser filosófico virou bagunça, não se fez entender e quis ser muito mais do que podia ser. Totalmente descartável, de verdade.
Finalmente, última parte. E aqui, meus caros, destaque para a diva Patti LuPone. Como pode ser tão boa no que faz? Muito, mas muito boa mesmo. Cena de sexo muito desconfortável, ponto para Ari. Diálogo com a mãe mais ainda, dois pontos para Ari. Cena final: gosto bastante do que é feito, mas isso é porque gosto da tirada de sarro sobre o sensacionalismo materno.
É um bom fim, mas graças a Deus que é o fim.
Beau Tem Medo não se faz entender em boas partes e se perde com facilidade. Mais do que isso, são três horas cansativas, vivemos a jornada junto a Beau e, assim como o pobre não tem seu lugar ao sol, o telespectador deve esperar que seu bumbum doa e deve se perguntar quando isso tudo acaba. Dá alívio quando acaba, mas não de um jeito saudável.
Eu entendo, entendo mesmo, que Ari quis despertar em nós nossa sensação de desconforto mais latente possível. Contudo, ele não faz isso com maestria aqui. Em boa parte, o filme fica tedioso, chato, chega a ser desinteressante. Em outras, não faz sentido. Ari tinha a faca e o queijo na mão, mas não viu que o queijo estava estragado e promoveu uma disenteria generalizada. Apesar dos pesares (e como pesam), é interessante pensar em como a figura da mãe é o fio condutor de tudo pelo qual Beau passa e dá nos nervos saber que a vítima se torna culpada sendo que suas ações refletem muito a dos seus antepassados. Somos, inerentemente, fruto do que nossos pais esperam de nós, fazem a nós e querem fazer de nós para outrem. Isso pode ser dilacerante e mesmo fatal. Temos Mona Wasserman, uma mãe extremamente controladora; temos Grace, uma mãe que não aceita a morte do filho e, como consequência imediata, negligencia totalmente a criação da caçula; temos uma mãe de teatro grávida, que não sabe ainda o que é criar um filho; temos uma mãe que separa a filha do seu primeiro amor na infância ainda... Muito do que acontece é resultado de uma ação de uma mãe. É sobre uma mãe, é sobre a mãe. Se Beau tem medo, tem medo por causa da mãe, ele tem medo mesmo é da mãe.
Bizarro, mas para ser digerido muito aos poucos. Por que você não sai da minha cabeça, Beau Tem Medo? Admito: eu tenho medo de Beau Tem Medo.
Será que não aprendemos com "Cats" o suficiente? Vamos aos fatos: A Pequena Sereia, o live-action, é estranho, beira a bizarrice. Tem muita cena, muitos movimentos, muitas ideias que, de fato, não funcionam. Eu senti que não parecia certo.
Assisti ao filme legendado e foi uma ótima escolha. A voz de Halle Bailey é tão encantadora quanto a de uma sereia. Não houve um pelo meu sequer que não se arrepiasse com "Part of Your World". Aliás, a orquestração (eu ia escrever "toda", mas acabo de apagar essa palavra - explico adiante) é belíssima e muito comovente. Agora, atenção: O QUE FOI "THE SCUTTLEBUTT"????? Socorro, eu fiquei vidrado nessa canção estilo rap, foi uma inserção muito, mas muito acertada mesmo. Acredito que seja para compensar o que fizeram com "Under the Sea"... O ritmo lento da canção não me agradou e muito do seu brilho se perdeu. Em relação à música em geral, realmente, fica essa crítica a "Under The Sea" e à ausência de outras que considero relevantes para a história ou pelo menos para massagear meu ego nostálgico.
Sebastião e Sabidão são um alivio cômico que eu não esperava, um humor atual, cirúrgico e realmente engraçado, o que é mais surpreendente ainda. Esses dois podiam ficar as 2 horas e 20 minutos na tela que eu não ia reclamar. Ah, e podem falar o que for, gosto BASTANTE da Ariel de Halle. Vejo naturalidade no caráter sereia e ela entrega, faz o que tem de fazer muito bem feito. Úrsula também é uma boa surpresa, mas não é extremamente notável. Quanto ao príncipe, gosto também. Infelizmente, as irmãs de Ariel tiveram, no máximo, 3 minutos de tela, totalmente esquecidas.
A cena final me deixou desconfortável de tão bizarro que foi... É, muita coisa ficou esquisita nesse live-action. Disney e sua mania de querer fazer grana com live-actions... tenho é medo do que virá pela frente.
Se não fosse o conceito, o filme seria lindíssimo (risos e gargalhadas). O que estraga é todo o negócio de, hum, como eu posso dizer? O mar. O problema não é o mar. O problema é como ele é utilizado, deixou bastante a desejar. Fico com a Halle, o Sebastião e o Sabidão; o pobre do Linguado não tem nem como se defender, o bichinho ficou feio. O resto é o resto.
Eu prometo que ia dar 4 estrelas, mas, após uma conversa com uma amiga, eu reconsiderei muitos pontos relacionados ao filme e cheguei à conclusão de que 3,5 estrelas é mais do que justo!
Super Mario Bros: O Filme é uma boa animação. Me arrisco a dizer que é deliciosa, um prato cheio para quem deseja passar um tempo leve e, ao mesmo tempo, animado nas salas de cinema ou no sofá de casa. A questão central é: ele poderia ser muito mais do que ele é.
Principiando com os elogios, a animação é colorida, é visualmente formosa e extremamente atrativa. Todo o cenário construído, de forma muito bem embasada no design do jogo, é um colírio para os olhos. A explosão de cores é companheira fiel dos acontecimentos do filme. Esse jogo, que pode ser por vezes perigoso, aqui, é bem acurado.
É legal pensar também como a trilha sonora faz referência à época em que o jogo foi lançado. Colocar "Holding out for a hero" enquanto Mario sua para ultrapassar os obstáculos foi uma sacada de mestre.
No entanto, como nem tudo são flores, há pontos, digamos, decepcionantes. O roteiro não é lá essas coisas. Somos telespectadores acostumados a roteiros de animação muito inteligentes, com piadas de duplo sentido e que, mesmo assim, atingem seu propósito de existência: entreter todos os tipos de público. Senti bastante falta disso em Super Mario, parecia muito politicamente correto à perspectiva infantil e um tanto quanto insosso.
Para além disso, Luigi, o irmão de Mario, foi totalmente esquecido no churrasco. É como se ele fosse irrelevante. Calma, não me entendam mal: todo o furdunço é fruto da sua captura. Certo, bacana. Só que não passa disso. Todas as camadas que podiam ser construídas para o Luigi resumem-se à superfície. Considero um erro de 0,5 estrela de magnitude.
Para que não digam que sou chato, quero ressaltar dois pontos que curti bastante. Primeiramente, gosto do fato de que a Princesa Peach é empoderada, independente do Mário e
. Em segundo lugar, a estrela pessimista é UM DELEITE e apresenta uma comicidade que eu esperava que houvesse mais no roteiro, essa estrela pode brilhar o quanto quiser <3
Em geral, recomendo bastante o filme, ele tem sim seu quê de especial, só que poderia ter dois quês de especial, sem sombra de dúvidas.
As artes evidenciam que fórmulas funcionam. Parece contraditório, mas até que é um tanto quanto previsível. Em "AIR: A História Por Trás do Logo", a fórmula de biografia e história de superação - já bem conhecida pelo grande público - funciona (e, diga-se de passagem, muito bem).
Na esmagadora maioria das vezes, um elenco estelar sustenta o filme. Aqui, julgo que o elenco não sustenta, mas faz a diferença. E isso é bom, porque o roteiro por si só, bem elaborado, é capaz de prender a atenção do espectador - logo, o elenco apenas se torna ferramenta de concretização das ideias transformadas em texto.
Foi uma escolha do Ben Affleck, diretor do filme, não mostrar o rosto de Michael Jordan nas telonas. Eu confesso que não entendi o porquê e, com uma boa porcentagem de quase certeza, afirmo que tal escolha deve-se única e exclusivamente ao ego de Jordan, mas posso estar enganado. Se a intenção não era mostrá-lo, para mim as cenas com apenas os familiares já bastavam, não era necessário colocar uma "voz" anônimo-imponente para representá-lo. Visto que tocamos no tópico família, faz-se mister destacar Viola Davis. Essa mulher não cansa de não errar? Viola interpreta convincentemente a mãe de Jordan, que, afinal, nada mais é do que uma parte que existe na mãe de cada um de nós. Certas feitas, não somos capazes de apostar nem ao menos um centavo em nossas habilidades e talentos, mas as mães sabem que eles existem, elas acreditam no nosso potencial quando nos autossabotamos e sabem também prender-nos de volta à Terra quando nossa arrogância e extrema confiança ultrapassam os limites.
Vamos aos fatos: é um filme típico biográfico e, ainda por cima, americano ao extremo. Não que isso seja um erro, só que cansa ver as mesmas histórias de sucesso (entendo que cada uma tem seu lugar ao sol) sendo representadas. A diferença brutal em "Air" é que tal história é contada de modo efetivo.
Dentre tantas cabeças que eu podia observar na sala de cinema, só me interessava os pés e, não surpreendentemente, vários calçados com Nike. Se isso hoje é possível, precisamos dar os devidos créditos ao trabalho em equipe, preconizado por Sonny (genuinamente moldado no corpo e interpretação de Matt Damon), incansável na busca incessante por talentos, e permitido por Phil. Vale destacar que o ambiente corporativo foi bem construído e transparece verdade.
No final, é difícil quem não declare que histórias de pessoas bem-sucedidas não inspiram. O único pequeno detalhe é que histórias como esta nos fazem lembrar do quão insignificantes podemos ser. Vejamos sob outra ótica: também nos recorda do potencial que temos para retribuir à sociedade o bem que um dia ela nos proporcionou.
Em suma, "Air" vale a pena, não serão quase 2 horas perdidas, muito pelo contrário. Uma fórmula bem estruturada, popular, jocosa e, como bem sabemos, as fórmulas existem, porém, é preciso saber utilizá-las. A direção, o roteiro e o elenco apresentam uma sinergia monstruosa para aplicarem a fórmula e, oh! como num passe de mágica, ela funciona. Sem grandes surpresas. Assista!
"I NEED TO KNOW THAT I HAVE DONE ONE THING RIGHT WITH MY LIFE..."
Existe uma linha muito tênue entre o egoísmo e o cuidado com o próximo. Quem cuida, sofre? Quem é cuidado, é egoísta? Quem se dispõe a cuidar, o faz de livre e espontânea vontade ou é pressionado a fazê-lo? Quem necessita de cuidado, é incapaz?
Não conheço as respostas para estas perguntas, mas se tem algo que sei é que NÃO existe uma linha tênue entre a vida de Charlie e o sofrimento, já que, afinal, ambos se tornaram um só. Charlie não vê mais por quê. A única coisa que, segundo ele, podia salvar alguém nos seus últimos dias seria o amor, mas nem isso pode ser suficiente o bastante.
Brendan Fraser nos serve uma atuação na taça de champanhe, com gelo, uma rodela de limão espremido e um toque de canela. O filme é claustrofóbico, é angustiante, é agoniante. Ver o protagonista lutando contra seu próprio corpo e nós, enquanto espectadores, nos percebermos impotentes por não poder fazer nada para auxiliá-lo machuca muito.
Chorei. Chorei mesmo, dane-se, não me contive.
Será que é a religião que adoece? Bato mais mil vezes na tecla que não. O problema nunca foi Deus, nunca foram os mandamentos religiosos, os dogmas, as doutrinas. O problema sempre foram os homens (vejo essa história se repetindo com certa constância nos últimos tempos).
Eu só queria ter tido a oportunidade de abraçar Charlie e dizer que, certo, nem tudo vai ficar bem, mas é esse o fim? Tudo isso para nada? Para jogar tudo no lixo, chutar o balde de vez?
Amo famílias. A família é a base de tudo. Porém, ela pode ser tanto a graça quanto a disgraça, tanto o auge quanto a ruína. Dói ser rejeitado, dói não ser aceito, mas dói mais ainda quando isso parte daqueles que nos amam.
Brendan Fraser, Hong Chau e Sadie Sink tinham poucos cômodos para contar uma história profunda, com gatilhos desde depressão até transtorno alimentar. O Charlie de Brendan é dolorido, mas é doce. É animal, mas é humano antes de tudo. É cético, mas acredita que sua filha, rebeldemente interpretada por Sadie, é sim uma pessoa boa. A Liz de Hong Chau é alguém cansado de deixar as coisas escaparem do seu alcance, cansado de carregar pesos - aqui não literais - e fardos que são extra-Liz.
Por fim, é bom sinal ver que a leitura acalma, desde que seja a leitura do autêntico, daquilo que foi escrito da fagulha mais genuína, em essência, é claro.
Eu preciso saber que eu fiz uma coisa certa na minha vida. Isso pode não me bastar, mas eu preciso ter a certeza de que minha vida não foi em vão, de que eu não fui em vão. Charlie, aquiete-se, você não passou em vão por mim. Eu te vejo, eu te sinto, não sinto sua dor, mas a considero digníssima de ser vivida e sentida. Só queria um outro final para você :(
Women Talking é sobre mulheres conversando, acho que nunca houve um título que fizesse tão jus à obra. Mas é engraçado constatar que, diferentemente de grande parte dos espectadores, o que mais me atiçava era o diálogo, o debate.
Há quem diga que o filme poderia ter sido feito de outra forma, há quem afirme que é chato, parado, lento. Não concordo (é claro que tenho minhas ressalvas também). No entanto, sob a ótica do escopo do filme, ele é certeiro no que faz. Assisti ao filme já sabendo que ele tinha levado para casa o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e, quando saí da sala de cinema, não foi nenhuma surpresa o porquê disto.
Já pensou se nos fosse sequelado o direito de pensar? Se isso acontecesse de fato, não poderíamos nem estar imaginando o que essa pergunta propôs, não poderíamos pensar o que é pensar. Não temos aqui mulheres militantes, mas sim um grupo de mulheres que anseia pelos direitos básicos e essenciais da vida, será que é pedir demais?
Como Mariche resume muito bem, o que elas desejam são: o direito de proteger seus filhos, o direito de exercer sua fé e o direito de pensar, nada mais nada menos.
August é um contraponto dos homens inescrupulosos e um último fio de esperança de mudar a concepção animalesca, devoradora e violenta a qual os meninos são submetidos desde cedo. É muito interessante pensar como a cosmovisão em que estamos inseridos molda intensamente nosso caráter, nossas ideias e atitudes. Seja por uma educação ideológica precoce, seja pela inserção de um ponto de vista goela abaixo, seja pelo que se vê dentro de casa e no próprio núcleo familiar, seja pelo espelho que são as ações de outrem... Por vezes, nos encontramos tão arraigados a uma crença que um dia nos fizeram acreditar, ao que consideramos ser o certo - à nossa bolha - que não vemos mais a moral nem a ética nem a conduta pautada no amor ao próximo,
vide a necessidade de Salome de dopar o próprio filho, pois ele já se encontrava moralmente cego.
Gosto demais como o tópico "fé" é conduzido durante a trama, trazendo questionamentos saudáveis como também importantes, sem menosprezá-la ou então desmerecê-la. O problema não é Deus, o problema não é a fé, sabemos muito bem que o problema é o ser humano, retificando, o desumano.
As atuações são realmente formidáveis, o elenco é estelar e faz do filme o que ele é. Caso queira saber "o que ele é", precisa assistir. Recomendo fortemente!
Os Daniels conseguiram um feito extraordinário - eles não me permitiram organizar meus pensamentos sobre o filme. Até agora, não sei muito o que falar.
Em primeiro lugar, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é tudo junto ao mesmo tempo de forma literal. São miríades de lugares, universos, personalidades, desejos, batalhas, tudo isso reunido em mais de 2 horas de projeção. Diferentemente do que foi falado por alguns, eu não senti o filme arrastado nem cansativo, pelo contrário.
Eu não sabia muito o que esperar do filme e isso eu considero um sentimento prazeroso, ir com a cara e a coragem. De princípio, eu pensei com meus botões: "é sério que vai ser um pouco mais de 2 horas de Evelyn lutando com pessoas e fazendo dessas cenas um precedente para tentar nos arrancar risadas?" Corta pro final do filme, em que é possível visualizar algo se formando, mesmo que diminuto, sobre minha face - ah, são minhas lágrimas.
O roteiro, bem como as atuações, conseguem atingir o clímax da película e do sentimento humano quando falam de duas coisas que nos fazem os mais semelhantes possível: afeto e sonhos. A necessidade de afeto, de ser amado, de ser compreendido, de ser visto e ouvido é algo que urge dentro de nós. Essa sensação mostra-se mais intensa ainda quando solicitamos essa validação daqueles que mais nos amam, a nossa família - e como dói, por vezes, não atingir o patamar estabelecido. Por outro lado, ou na mesma moeda, não sei dizer muito bem, a frustração de não realizar os sonhos que um dia sonhamos é perigosa, porque ela nos persegue até atingir nosso âmago e, enquanto não os realizamos, tendemos a engendrar egoísmo gratuitamente.
Uma cena genial pra mim é o "diálogo" entre as pedras. É isso que somos? Meras pedras? Pedras no sapato de alguém? Ou então, seres sésseis que só se movem quando nos convém? Daí, o abraço mais sincero entre uma mãe e uma filha mostra que todas essas perguntas são respondidas com uma única palavra: amor. É necessário esse choque entre duas pessoas, um contato físico provocado pela união de braços que chancela o afeto que se sente e se quer dar, o choque do abraço nos lembra do choque que é ser alguma coisa para alguém em algum lugar e em algum tempo.
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, ao tocar nesses tópicos, fala simplesmente de tudo, porque é o que nos resume, de modo mais conciso. Amar e ser amado são duas ações que incitam a vontade de sonhar. Quando se ama a si mesmo, os sonhos tornam-se força motriz para satisfação pessoal. Quando se ama ao próximo, os sonhos são baluarte do desejo de compartilhar suas realizações com o ser amado. Todos esses sentimentos são extremamente confusos, eles estão por aí, em todo lugar e ao mesmo tempo. Pra nós, eles são tudo, tudo em todo lugar ao mesmo tempo - é isso de que somos feitos.
Depois de tanto encher linguiça, explico minha nota. Ainda me sinto acuado por muito do filme se resumir ao físico (lutas, embates e derrotar o mal e blá-blá-bla), o que mais me interessam são as relações, acabaram de perder 1 estrela, meus caros Daniels.
Contudo, não posso me despedir sem declarar que Michelle Yeoh é uma pérola. Ela transparece verdade, consigo acreditar na mentira mais cabulosa que essa mulher inventar.
Antes de falar sobre o filme propriamente dito, eu queria fazer um adendo: esse foi o primeiro filme que assisti no cinema durante a pandemia, por isso, ele tem um lugar cativo no meu coração hehe.
Eduardo e Mônica - e, aqui, me refiro à dupla e não ao filme - é a combinação mais perfeita desde Romeu e Julieta, desde queijo e goiabada. Eles são o que são e são um para o outro tal qual o Sol é para a Lua.
Gabriel Leone e Alice Braga entregam nessa película atuações convincentes, e isso é algo que admiro. É um filme doce, acima de tudo, e ponho minha cara à tapa que, após o fim do filme, todos desejarão ter algo com alguém como Mônica tinha com Eduardo, e vice-versa.
É bom ver um romance sendo costurado de forma bem-feita. É mais gostoso ainda você se encontrar apaixonado pela história do casal e, digo mais, torcendo pela felicidade deles. Feliz pelos caminhos que o cinema nacional tem trilhado!
Vamos aos fatos: o filme é sustentado pela atuação primorosa de Kristen Stewart. Não há muito mais o que dizer. Mas não há mais o que dizer porque, quando saí da sessão de cinema, ainda estava tão imerso no Palácio Real, na vida e profundo sofrimento de Diana, que não sabia mais o que dizer, apenas lembrar, apenas sentir.
Eu gosto muito mesmo da forma intimista com que nos conectamos com Diana - e isso é mérito do diretor. A fotografia é de uma beleza ímpar e é possível sentir o desespero da princesa frente ao que ela vive.
Cortaria algumas coisas que considero desnecessárias, mas, no geral, é um filme bom.
Essa é uma pergunta a que o filme não tenta responder, mas, com toda a certeza, procura instigar. Triângulo da Tristeza é uma sátira um tanto quanto gráfica sobre aquilo que todos querem, poucos têm, uns com tanto e tantos com um: dinheiro.
É circular pensar no dinheiro. A gente não chega a um começo, muito menos a um fim. No final das contas - mesmo que essas contas sejam altíssimas -, quem tem poder é quem tem grana. Mas, o que adianta ser podre de rico em um lugar onde seu dinheiro não vale nada, o máximo que pode prestar é para limpar seu bumbum?
Vi muita gente decepcionada com o final, eu achei genial.
É ilusão pensar que a disputa secular dinheiro-comunidade-servidão vá um dia cessar fogo sem muitos problemas. Se é o dinheiro quem dita as regras do jogo, não há muita esperança pra quem não está no topo. Embora o topo seja passivo de ser subvertido, há quem encontre um jeito de metê-lo ao seu "eixo natural" novamente, porque, afinal, é dinheiro, não é? Quem não quer?
As cenas no iate são perturbadoras e hilárias - não aconselho assistir ao filme logo após uma refeição rs.
Gostei por demais, um ótimo filme! A direção é muito inteligente, devo destacar. Gosto de como a narrativa é desenrolada pelas lentes espertas da câmera, dá vontade de querer ver, conhecer as personagens. Recomendo altamente!
Até agora, estou em um dilema interno sobre a nota que devo dar: 4 estrelas ou 4 estrelas e meia?
Ultimamente, tenho pensado muito sobre o mundo, a vida, o ser humano. Infelizmente, quando acabo por ser levado a esses lugares de reflexão, chego em conclusões que são, majoritariamente, pessimistas. Nesse quesito, o filme veio ao meu encontro de forma sagaz.
[/spoiler] O que desatina o mal em nós? Literalmente, nada. O mal é inerente, é intrínseco. Pádraic começa a se descobrir como um homem capaz de crueldades quando a ele é imposto o silêncio - apenas isso, nada mais. Não lhe maltratam, ou cometem injustiças, ou então o machucam. Apenas Colm lhe impõe o dever de ficar calado.
Se o silêncio, que nada mais é do que a ausência de som, pode provocar atitudes hediondas, então, concluímos que o nada sonoro, o nada mudo, o nada por si só incita o mal? [spoiler]
Um filme que nos provoca reflexões perversas. E até mesmo os que veem o copo meio cheio questionar-se-ão sobre a POSSIBILIDADE de algum dia jogar todo o líquido do copo no chão, pisar em cima e, por fim, escorregar em sua própria culpa.
As atuações são primorosas, é um ponto a ser frisado. A fotografia, por sua vez, também é digna de ser mencionada e elogiada.
Ah, quer saber? Depois desse textão, merece sim 4,5 estrelas. Só tiro meia estrela porque confesso: não fui arrebatado pelo filme. Não me senti o humano da guerra, que não passa da nossa própria essência - acredito que terei muitos outros arrependimentos futuros que me recordarão dessa obra.
Talvez eu não tenha sido arrebatado exatamente pelo fato de já estar acostumado a tudo isso? Bom, vai saber... Enquanto eu não descubro, assistam. E tirem suas próprias conclusões.
O filme iniciou um processo de flerte intenso comigo antes mesmo de começar a ser projetado. Spielberg agradece aos espectadores por terem ido ao cinema para assistir a um filme SOBRE o amor ao cinema. E quem melhor para fazer isso do que o mestre Spielberg?
Como disse anteriormente, foi só o início do flerte. Ao longo das 2 horas e 30 minutos, o filme, com sua sensibilidade tanto sagaz quanto tocante, ganhou meu coração. Não à toa por ser uma história sobre família - algo que eu, na maioria esmagadora das vezes, aprecio -, mas pelo poder que ela tem.
Michelle Williams entrega mais uma atuação excepcional.
Esse é um lembrete pessoal para que eu nunca mais vá assistir a um filme baseado na nota do Rotten Tomatoes. Criei expectativas altíssimas e, infelizmente, não foram atingidas. Contudo, acredito que o erro é quase totalmente meu. Se pensarmos na proposta do filme, ele entrega tudo o que é possível de ser entregue.
Allison Williams faz mais um papel o qual temos prazer em detestar e/ou criar um certo ranço. Queria que houvesse mais mortes (não confundam com psicopatia).
Os pontos altos, para mim, são as atuações individuais. Margot Robbie está em sua melhor fase da carreira, com certeza, com atuações muito acertadas. Christian Bale também não fica para trás. Eu não esperava pelo final, e me surpreendi bastante. Confesso que não esperava que fosse tão criticado negativamente, pois tive uma ótima experiência no cinema. Um filme bom para assistir, que entrega o que o trailer prometeu.
Um clássico classudo. As coreografias são estonteantes, com números musicais realmente notáveis. Não houve um pelo meu que não tenha se arrepiado com a transição para a dança do baile.
Tiro meia estrela porque a concepção da última cena da Maria (com a arma) para o palco é bem melhor executada do que no filme. De resto, não tem o que criticar. É bom, é ótimo, é formidável, esquece - é EXCELENTE do começo ao fim. Amei!
Não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que estou dando 5 estrelas ao filme porque compreendi tudo que a mim foi passado. Muito pelo contrário. Mas eu gosto de ser enfrentado por um roteiro que não teme o espectador ignorante, aquele que não conhece música clássica, ou então que não está inserido na cúpula dos estudiosos do tema.
Sob meu ponto de vista, uma atuação que me desperta conhecer mais sobre a protagonista e levar um susto ao descobrir que ela não é real é o maior auge que se pode atingir. Se uma atuação leva os que a assistem a crer que é verossímil, melhor ainda, tangível, não há mais o que ser lapidado. Cate Blanchett como Lydia Tár é uma das melhores atuações femininas que já vi, sem medo de errar.
Há cenas memoráveis e a sutileza - e, ao mesmo tempo, agressividade - com que o tema do cancelamento é tratado me provocou diversas reflexões.
Confesso que não é um filme que pretendo assistir em uma tarde com tempo livre e, muito provavelmente, terei dificuldades em revisitá-lo, porque não basta assisti-lo, é necessário apreciar.
Ainda me encontro em um estado de inércia, como se o rosto de Mia Goth - ou melhor, de Pearl - estivesse por me acompanhar. Aquele sorriso sórdido, aqueles gritos estridentes, aquela face perturbadora... eu sinto que deveria ter sido indenizado por Mia pelo que ela causou em mim. Acima de tudo, é um filme de terror, mas não o terror do senso comum, do susto, do sangue. É o terror de saber que o ser humano é capaz de fazer qualquer coisa para cumprir seus objetivos. É o terror de viver preso(a) em uma vida que já não te satisfaz. É o terror de se arrepender e não poder voltar atrás. É o terror de ser sua pior versão. É o terror de notar-se, por vezes, vivendo o próprio terror. Sem muito o que fazer, convivamos com esse terror - essa é nossa realidade. Afinal, "não dá pra fazer o que queremos, mas podemos fazer o melhor com o que temos".
Não consigo entender o porquê de tanto hate sobre esse filme. Tiro meia estrela porque, muito possivelmente, foram 3 horas de filme não contundentemente justificadas, mas, enquanto no cinema, a experiência foi ótima!
A cena final de Manny no cinema me pegou de uma tal forma que não consigo descrever.
A trilha sonora, pra mim, é uma personagem à parte. Saí da sessão cantarolando o que ouvi sair daqueles trompetes. Um ótimo filme, Damien Chazelle não me decepciona.
Entrega o que é esperado - nada além, nem tampouco aquém. Robert De Niro pode fazer uma propaganda que eu vou aclamar sua atuação - que homem! Já esperava pelo final desde a metade do filme, mas o ver se concretizando foi satisfatório (por isso, 3.5 ao invés de 3 estrelas).
O Telefone Preto
3.5 1,0K Assista AgoraA verdadeira manifestação de "não esperava nada, mas deu um caldo". Evidentemente, não é o melhor nem o mais tenso filme de suspense/terror que já assisti, mas me prendeu. Talvez algo que tenha ajudado bastante (e, quando digo bastante, se lê: "carregou o filme") foi eu ter gostado muito de Finney e Gwen e do seu núcleo família desestruturada.
Tiro meia estrela porque achei bem "Deus meu, por quê?" aquelas aparições das crianças mortas, não vi sentido algum a não ser tornar a obra estranha e não digerível. Por outro lado, fiquei SIM entretido com toda a situação vivenciada por Finn e, por vários momentos, pensei que o círculo não ia fechar, que existiriam muitas pontas soltas, mas grande parte das minhas dúvidas foi resolvida (e, adendo, de forma até que bem simples e rápida) e a outra menor parte delas pude constatar que não precisavam ser resolvidas, eram tentativas minhas de gourmetizar um enredo que, por sua natureza, não é tão complexo assim.
Eu ia dizer que Ethan Hawke faz uma bela performance (e de fato ele faz), mas não acho que esse seja o ponto alto da trama, ele só faz bem o papel dele e contribui para o filme ser interessante. Algumas coisas jogadas (ou não explicadas) dão seu ar da graça, como: Max, a psiquê doentia do vilão, a mãe dos irmãos... porém, não considero isso um problema, interpreto que o filme não teve nem intenção nem vontade de discorrer sobre esses tópicos e, visto que não era seu propósito, não considero um erro não os ter desenvolvido. É claro que eu gostaria, mas não me causou uma profunda falta. Ah, quase esqueci de mencionar: gostei também da forma como foi filmado.
Olha, superou minhas expectativas, eu tranquilamente assistiria de novo e posso até considerar indicá-lo a alguns amigos. Recomendo :)
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraUAU, fazia um tempão que não sentia algo assim dentro de um cinema. A excitação, a empolgação, o descompasso dos batimentos cardíacos, o querer-mais-querer-bis... Greta Gerwig mostrou que realmente não veio para brincar, quer dizer, se veio, foi para brincar de Barbie e brincar como ninguém.
Eu AMO o roteiro dessa pérola, eu AMO as sacadas que ele tem, eu AMO que ele me faz rir genuinamente ao mesmo passo que me provoca e eu AMO mais ainda que ele faz as pessoas do meu lado darem gargalhadas altíssimas.
Foi o primeiro filme a que eu assisti na estreia e, com certeza, se tornou uma experiência muito memorável. Visualmente, é um dos filmes mais formosos que já vi, dá gosto de ver as cores se comunicando e criando uma atmosfera muito própria, única, específica. O despudor de algumas falas transforma-se em nicotina no meu organismo e me faz querer ver mais disso. Aqui, não aliviamos para Mattel, não aliviamos para os estereótipos, mas o filme dá alívio ao espectador, alívio de ver algo de fato bom e inteligente sendo feito.
Eu queria muito, muito mesmo ter me emocionado na parte final do filme. Talvez a culpa não seja do filme, eu que não me senti completamente atraído pelo que Greta quis ressoar nos corações e nas mentes sobre ser mulher e viver num mundo como o nosso sendo mulher.
Barbie (e, aqui, me refiro à linha de boneca) não é uma criação recente, mas o filme atualiza toda a sua trajetória eficientemente. Quem não se identifica com alguns pensamentos que já eram para ter sido pulverizados é porque tem medo de admitir que sim, se identifica sim. Barbie (agora é o filme) é uma explosão de ideias, de criações, de cores, de vivências, de pontos de vista e de perspectivas; e eu posso afirmar, sem medo de ser feliz, dirigindo-me diretamente à Greta: que bom! Que bom que você não é a ideia, mas é a mente por trás dela.
O elenco é MUITO admirável, Margot Robbie já estava escalada para o papel desde o ventre da sua mãe, Ryan Gosling faz tudo e mais um pouco, a Weirdo Barbie é deliciosa, todo o elenco tem muito entrosamento com a proposta do filme e eu considero isso difícil de se fazer. Cada um contribuiu de forma significativa para a construção de Barbie, isso é lindo, isso é arte.
As notas de roteiro são HILÁRIAS, a narração é muito inteligente! Acho que o filme se perde um pouco em relação aos intelectuais da Mattel, que vão para a Barbielândia, somem e estranhamente aparecem do nada, mas o arco da funcionária e sua filha é bem construído.
Ai, eu amei, já quero ver novamente. Que sentimento gostoso, é pra isso que eu pago meu ingresso <3 (que ódio, eu anseio por assisti-lo mais uma vez e mais uma outra).
Elementos
3.7 470Eu já esperava que "Elementos" não fosse mais uma experiência de animação catártica da Disney. A fama já o precedia antes mesmo de eu entrar na sala de cinema. Claramente, não é um filme super memorável. Mas, engraçado..., por que é imposta essa necessidade de ser um filme inesquecível, estupendo, uma obra de arte?
Elementos é uma ótima animação. Tive uma grata surpresa porque realmente gostei das personagens, o roteiro é bom, fiquei feliz em ter assistido com a dublagem brasileira (pérolas como Marisa Orth e "10/10" estiveram presentes), gostei das cores, do visual do filme, não me arrependi em nenhum momento de ter pago meu ingresso.
Uma coisa é fato: o título do filme deveria ser "Fogo e Água" ao invés de "Elementos", pois são apenas esses os elementos desenvolvidos durante a trama (e não muito profundamente, diga-se de passagem). Não é A animação, mas é uma boa animação. Agrada-me bastante as leves sacadinhas que o roteiro tem para driblar a humanização de elementos naturais, são jocosas.
E, vamos combinar, foi de partir o coração a morte - e, graças a Deus, posterior ressurreição - de Gota. A Disney não tinha esse direito!
É bom sim, eu gostei, é atual, deixa um quentinho no coração, é divertido... enfim, é Pixar.
Broker - Uma Nova Chance
3.6 29É batata: drama familiar é meu gênero queridinho. Não sei se é porque toca em tópicos muito profundos na minha alma, ou então porque curto ver as diversas formas de se conceber uma família, ou ainda porque é algo que abrange todo mundo, bom, não sei, o motivo é que gosto. Broker - Uma Nova Chance, como um ótimo filme sobre família, me arrancou algumas lágrimas.
Começo falando daquilo que eu não gostei tanto no filme. Eu achei o começo arrastado. O filme, para mim, demora a engrenar, mas, quando o faz, não tem quem o pare.
As personagens são muito cativantes e dá vontade de conhecê-los melhor, gostaria até que a coadjuvante Su-jin tivesse sido mais desenvolvida, achei uma personagem com um arco interessantíssimo. Song Kang-ho faz um belíssimo trabalho, extremamente notável.
Algumas cenas são realmente marcantes, portanto, pretendo dar a elas os créditos que são merecidos (alerta de spoiler!).
A primeira tentativa de "venda/negócio" do bebê é MUITO desconfortável, e isso se deve à naturalidade que os atores conferem ao transformar o indefeso bebê em um produto, uma mercadoria e nada mais do que isso; a cena de So-Young declarando a importância da sua família de estimação é realmente tocante; muitas escolhas cênicas são bem acertadas - ponto para o diretor, bem como para os atores.
Não vou dizer que é um filme espetacular, super memorável, mas ele é bom no que se propõe a fazer. Me tocou, me fez pensar, me fez mais uma vez ver o copo mais vazio no que tange à família e suas inevitáveis e eternas consequências nas gerações. Mas há salvação, garanto.
Lindo filme, só que poderia ser mais dinâmico, de fato.
Beau Tem Medo
3.2 411 Assista AgoraPrecisei assistir a este filme duas vezes no cinema para ter certeza (de quê eu não sei) e a única certeza de que tive foi: eu não faço ideia do que está acontecendo.
Confesso: da primeira vez, saí decepcionado, mas coloquei a culpa nos meus pequenos/longos momentos de sonequinha durante o filme. Me obriguei a assistir por uma segunda vez para confirmar ou retificar o que tinha visto. A verdade é que "Beau Tem Medo" não é tudo isso. Para dizer a verdade, Ari Aster precisa baixar bastante sua bolinha. Só que eu não contava com uma coisa: até o dia de hoje (escrevo isso no dia 08/06/2023 e assisti pela primeira vez no dia 30/04/2023), o filme não saiu da minha cabeça. Meus amigos ODEIAM quando eu trago mais uma vez ao assunto da roda nosso queridíssimo Beau, ninguém me aguenta mais falando sobre esse filme. Por bem ou por mal, terão de me ouvir falando sobre ele aqui também, um beijo.
Vamos por partes. Afinal, meio que o filme é assim também.
A ambientação da primeira parte é genial. Tudo que acontece ali é muito perturbador. Vou começar do início e digo início mesmo.
Somos paridos juntamente com Beau e, na ínfima visão do mundo que temos quando saímos de um útero, já é possível notar que algo de errado está muito errado. Parece que a genitora de Beau é desesperada, por assim dizer. Corta para ele na terapia (aliás, o terapeuta atua muito bem) falando justamente de quem? de quem? da mãe, a tal. Façam terapia, essa é minha recomendação, principalmente Ari Aster, por favor, vá tratar seus "mommy issues". O lugar onde Beau mora é, nada mais, nada menos, do que a praça da Sé. Sim, o paralelo aqui é muito válido. É assim que eu me imagino andando pelo centro de São Paulo - totalmente angustiado, com medo de encontrar um cracudo no meio do caminho com intenção de me deixar com um objeto pessoal a menos. Bom, a coisa não está fácil para Beau também; na verdade, vai de mal a pior. Ele mora mal e mora numa contemporaneidade assustadora. Desde mãe brigando sem razão com o filho até gente que grava um suicídio por bel-prazer, passando por um homem que sai nu pelas ruas esfaqueando as pessoas, tudo é muito louco e mais desconfortável ainda.
O que me deixa um pouco chateado é que sinto que Ari quis tanto vender Beau Tem Medo como um filme cabeção, reflexivo, mas, por vezes, ele é só sem sentido. Não entendi a questão da aranha no prédio, não entendi a questão do som alto (aliás, highlight para essa cena: o que a trilha sonora faz é brincadeira de tão bom; outro highlight: quando Beau pesquisa os efeitos colaterais do remédio no Google - hilário). Talvez não fosse para ser entendido, pode ser que sirva de baluarte para a composição de todos os medos, paranoias e angústias do nosso protagonista, mas enfim, fica aí meu apontamento.
Pois bem, segunda parte. AMO. ADORO. GÊNIO. Não me canso de repetir que a cena de Grace montando o quebra-cabeça com a imagem do filho é pura genialidade. Aliás, o tópico "família e suas brutais consequências na vida dos descendentes" é muito bem tratado aqui. A cena com a tinta... extremamente desconfortável e angustiante, uma cena ímpar.
Bom, vamos lá, terceira parte. Foi nesse momento que eu vi que a coisa não andava muito bem das pernas. Chegamos a uma terceira parte. Essa fato por si só já é perturbador. Não dava para ter condensado mais? E a resposta é simples: claro que dava. Eu cortaria TRANQUILAMENTE toda a cena da floresta. O teatro que era para ser filosófico virou bagunça, não se fez entender e quis ser muito mais do que podia ser. Totalmente descartável, de verdade.
Finalmente, última parte. E aqui, meus caros, destaque para a diva Patti LuPone. Como pode ser tão boa no que faz? Muito, mas muito boa mesmo. Cena de sexo muito desconfortável, ponto para Ari. Diálogo com a mãe mais ainda, dois pontos para Ari. Cena final: gosto bastante do que é feito, mas isso é porque gosto da tirada de sarro sobre o sensacionalismo materno.
Beau Tem Medo não se faz entender em boas partes e se perde com facilidade. Mais do que isso, são três horas cansativas, vivemos a jornada junto a Beau e, assim como o pobre não tem seu lugar ao sol, o telespectador deve esperar que seu bumbum doa e deve se perguntar quando isso tudo acaba. Dá alívio quando acaba, mas não de um jeito saudável.
Eu entendo, entendo mesmo, que Ari quis despertar em nós nossa sensação de desconforto mais latente possível. Contudo, ele não faz isso com maestria aqui. Em boa parte, o filme fica tedioso, chato, chega a ser desinteressante. Em outras, não faz sentido. Ari tinha a faca e o queijo na mão, mas não viu que o queijo estava estragado e promoveu uma disenteria generalizada. Apesar dos pesares (e como pesam), é interessante pensar em como a figura da mãe é o fio condutor de tudo pelo qual Beau passa e dá nos nervos saber que a vítima se torna culpada sendo que suas ações refletem muito a dos seus antepassados. Somos, inerentemente, fruto do que nossos pais esperam de nós, fazem a nós e querem fazer de nós para outrem. Isso pode ser dilacerante e mesmo fatal. Temos Mona Wasserman, uma mãe extremamente controladora; temos Grace, uma mãe que não aceita a morte do filho e, como consequência imediata, negligencia totalmente a criação da caçula; temos uma mãe de teatro grávida, que não sabe ainda o que é criar um filho; temos uma mãe que separa a filha do seu primeiro amor na infância ainda... Muito do que acontece é resultado de uma ação de uma mãe. É sobre uma mãe, é sobre a mãe. Se Beau tem medo, tem medo por causa da mãe, ele tem medo mesmo é da mãe.
Bizarro, mas para ser digerido muito aos poucos. Por que você não sai da minha cabeça, Beau Tem Medo? Admito: eu tenho medo de Beau Tem Medo.
A Pequena Sereia
3.3 527 Assista AgoraSerá que não aprendemos com "Cats" o suficiente? Vamos aos fatos: A Pequena Sereia, o live-action, é estranho, beira a bizarrice. Tem muita cena, muitos movimentos, muitas ideias que, de fato, não funcionam. Eu senti que não parecia certo.
Assisti ao filme legendado e foi uma ótima escolha. A voz de Halle Bailey é tão encantadora quanto a de uma sereia. Não houve um pelo meu sequer que não se arrepiasse com "Part of Your World". Aliás, a orquestração (eu ia escrever "toda", mas acabo de apagar essa palavra - explico adiante) é belíssima e muito comovente. Agora, atenção: O QUE FOI "THE SCUTTLEBUTT"????? Socorro, eu fiquei vidrado nessa canção estilo rap, foi uma inserção muito, mas muito acertada mesmo. Acredito que seja para compensar o que fizeram com "Under the Sea"... O ritmo lento da canção não me agradou e muito do seu brilho se perdeu. Em relação à música em geral, realmente, fica essa crítica a "Under The Sea" e à ausência de outras que considero relevantes para a história ou pelo menos para massagear meu ego nostálgico.
Sebastião e Sabidão são um alivio cômico que eu não esperava, um humor atual, cirúrgico e realmente engraçado, o que é mais surpreendente ainda. Esses dois podiam ficar as 2 horas e 20 minutos na tela que eu não ia reclamar. Ah, e podem falar o que for, gosto BASTANTE da Ariel de Halle. Vejo naturalidade no caráter sereia e ela entrega, faz o que tem de fazer muito bem feito. Úrsula também é uma boa surpresa, mas não é extremamente notável. Quanto ao príncipe, gosto também. Infelizmente, as irmãs de Ariel tiveram, no máximo, 3 minutos de tela, totalmente esquecidas.
A cena final me deixou desconfortável de tão bizarro que foi... É, muita coisa ficou esquisita nesse live-action. Disney e sua mania de querer fazer grana com live-actions... tenho é medo do que virá pela frente.
Se não fosse o conceito, o filme seria lindíssimo (risos e gargalhadas). O que estraga é todo o negócio de, hum, como eu posso dizer? O mar. O problema não é o mar. O problema é como ele é utilizado, deixou bastante a desejar. Fico com a Halle, o Sebastião e o Sabidão; o pobre do Linguado não tem nem como se defender, o bichinho ficou feio. O resto é o resto.
Super Mario Bros.: O Filme
3.9 785 Assista AgoraEu prometo que ia dar 4 estrelas, mas, após uma conversa com uma amiga, eu reconsiderei muitos pontos relacionados ao filme e cheguei à conclusão de que 3,5 estrelas é mais do que justo!
Super Mario Bros: O Filme é uma boa animação. Me arrisco a dizer que é deliciosa, um prato cheio para quem deseja passar um tempo leve e, ao mesmo tempo, animado nas salas de cinema ou no sofá de casa. A questão central é: ele poderia ser muito mais do que ele é.
Principiando com os elogios, a animação é colorida, é visualmente formosa e extremamente atrativa. Todo o cenário construído, de forma muito bem embasada no design do jogo, é um colírio para os olhos. A explosão de cores é companheira fiel dos acontecimentos do filme. Esse jogo, que pode ser por vezes perigoso, aqui, é bem acurado.
É legal pensar também como a trilha sonora faz referência à época em que o jogo foi lançado. Colocar "Holding out for a hero" enquanto Mario sua para ultrapassar os obstáculos foi uma sacada de mestre.
No entanto, como nem tudo são flores, há pontos, digamos, decepcionantes. O roteiro não é lá essas coisas. Somos telespectadores acostumados a roteiros de animação muito inteligentes, com piadas de duplo sentido e que, mesmo assim, atingem seu propósito de existência: entreter todos os tipos de público. Senti bastante falta disso em Super Mario, parecia muito politicamente correto à perspectiva infantil e um tanto quanto insosso.
Para além disso, Luigi, o irmão de Mario, foi totalmente esquecido no churrasco. É como se ele fosse irrelevante. Calma, não me entendam mal: todo o furdunço é fruto da sua captura. Certo, bacana. Só que não passa disso. Todas as camadas que podiam ser construídas para o Luigi resumem-se à superfície. Considero um erro de 0,5 estrela de magnitude.
Para que não digam que sou chato, quero ressaltar dois pontos que curti bastante. Primeiramente, gosto do fato de que a Princesa Peach é empoderada, independente do Mário e
não fica junto a ele no final do filme
Em geral, recomendo bastante o filme, ele tem sim seu quê de especial, só que poderia ter dois quês de especial, sem sombra de dúvidas.
AIR: A História Por Trás do Logo
3.6 244 Assista AgoraAs artes evidenciam que fórmulas funcionam. Parece contraditório, mas até que é um tanto quanto previsível. Em "AIR: A História Por Trás do Logo", a fórmula de biografia e história de superação - já bem conhecida pelo grande público - funciona (e, diga-se de passagem, muito bem).
Na esmagadora maioria das vezes, um elenco estelar sustenta o filme. Aqui, julgo que o elenco não sustenta, mas faz a diferença. E isso é bom, porque o roteiro por si só, bem elaborado, é capaz de prender a atenção do espectador - logo, o elenco apenas se torna ferramenta de concretização das ideias transformadas em texto.
Foi uma escolha do Ben Affleck, diretor do filme, não mostrar o rosto de Michael Jordan nas telonas. Eu confesso que não entendi o porquê e, com uma boa porcentagem de quase certeza, afirmo que tal escolha deve-se única e exclusivamente ao ego de Jordan, mas posso estar enganado. Se a intenção não era mostrá-lo, para mim as cenas com apenas os familiares já bastavam, não era necessário colocar uma "voz" anônimo-imponente para representá-lo.
Visto que tocamos no tópico família, faz-se mister destacar Viola Davis. Essa mulher não cansa de não errar? Viola interpreta convincentemente a mãe de Jordan, que, afinal, nada mais é do que uma parte que existe na mãe de cada um de nós. Certas feitas, não somos capazes de apostar nem ao menos um centavo em nossas habilidades e talentos, mas as mães sabem que eles existem, elas acreditam no nosso potencial quando nos autossabotamos e sabem também prender-nos de volta à Terra quando nossa arrogância e extrema confiança ultrapassam os limites.
Vamos aos fatos: é um filme típico biográfico e, ainda por cima, americano ao extremo. Não que isso seja um erro, só que cansa ver as mesmas histórias de sucesso (entendo que cada uma tem seu lugar ao sol) sendo representadas. A diferença brutal em "Air" é que tal história é contada de modo efetivo.
Dentre tantas cabeças que eu podia observar na sala de cinema, só me interessava os pés e, não surpreendentemente, vários calçados com Nike. Se isso hoje é possível, precisamos dar os devidos créditos ao trabalho em equipe, preconizado por Sonny (genuinamente moldado no corpo e interpretação de Matt Damon), incansável na busca incessante por talentos, e permitido por Phil. Vale destacar que o ambiente corporativo foi bem construído e transparece verdade.
No final, é difícil quem não declare que histórias de pessoas bem-sucedidas não inspiram. O único pequeno detalhe é que histórias como esta nos fazem lembrar do quão insignificantes podemos ser. Vejamos sob outra ótica: também nos recorda do potencial que temos para retribuir à sociedade o bem que um dia ela nos proporcionou.
Em suma, "Air" vale a pena, não serão quase 2 horas perdidas, muito pelo contrário. Uma fórmula bem estruturada, popular, jocosa e, como bem sabemos, as fórmulas existem, porém, é preciso saber utilizá-las. A direção, o roteiro e o elenco apresentam uma sinergia monstruosa para aplicarem a fórmula e, oh! como num passe de mágica, ela funciona. Sem grandes surpresas. Assista!
A Baleia
4.0 1,0K Assista Agora"I NEED TO KNOW THAT I HAVE DONE ONE THING RIGHT WITH MY LIFE..."
Existe uma linha muito tênue entre o egoísmo e o cuidado com o próximo. Quem cuida, sofre? Quem é cuidado, é egoísta? Quem se dispõe a cuidar, o faz de livre e espontânea vontade ou é pressionado a fazê-lo? Quem necessita de cuidado, é incapaz?
Não conheço as respostas para estas perguntas, mas se tem algo que sei é que NÃO existe uma linha tênue entre a vida de Charlie e o sofrimento, já que, afinal, ambos se tornaram um só. Charlie não vê mais por quê. A única coisa que, segundo ele, podia salvar alguém nos seus últimos dias seria o amor, mas nem isso pode ser suficiente o bastante.
Brendan Fraser nos serve uma atuação na taça de champanhe, com gelo, uma rodela de limão espremido e um toque de canela. O filme é claustrofóbico, é angustiante, é agoniante. Ver o protagonista lutando contra seu próprio corpo e nós, enquanto espectadores, nos percebermos impotentes por não poder fazer nada para auxiliá-lo machuca muito.
Chorei. Chorei mesmo, dane-se, não me contive.
Será que é a religião que adoece? Bato mais mil vezes na tecla que não. O problema nunca foi Deus, nunca foram os mandamentos religiosos, os dogmas, as doutrinas. O problema sempre foram os homens (vejo essa história se repetindo com certa constância nos últimos tempos).
Eu só queria ter tido a oportunidade de abraçar Charlie e dizer que, certo, nem tudo vai ficar bem, mas é esse o fim? Tudo isso para nada? Para jogar tudo no lixo, chutar o balde de vez?
Amo famílias. A família é a base de tudo. Porém, ela pode ser tanto a graça quanto a disgraça, tanto o auge quanto a ruína. Dói ser rejeitado, dói não ser aceito, mas dói mais ainda quando isso parte daqueles que nos amam.
Brendan Fraser, Hong Chau e Sadie Sink tinham poucos cômodos para contar uma história profunda, com gatilhos desde depressão até transtorno alimentar. O Charlie de Brendan é dolorido, mas é doce. É animal, mas é humano antes de tudo. É cético, mas acredita que sua filha, rebeldemente interpretada por Sadie, é sim uma pessoa boa. A Liz de Hong Chau é alguém cansado de deixar as coisas escaparem do seu alcance, cansado de carregar pesos - aqui não literais - e fardos que são extra-Liz.
Por fim, é bom sinal ver que a leitura acalma, desde que seja a leitura do autêntico, daquilo que foi escrito da fagulha mais genuína, em essência, é claro.
Eu preciso saber que eu fiz uma coisa certa na minha vida. Isso pode não me bastar, mas eu preciso ter a certeza de que minha vida não foi em vão, de que eu não fui em vão. Charlie, aquiete-se, você não passou em vão por mim. Eu te vejo, eu te sinto, não sinto sua dor, mas a considero digníssima de ser vivida e sentida. Só queria um outro final para você :(
Entre Mulheres
3.7 262Women Talking é sobre mulheres conversando, acho que nunca houve um título que fizesse tão jus à obra. Mas é engraçado constatar que, diferentemente de grande parte dos espectadores, o que mais me atiçava era o diálogo, o debate.
Há quem diga que o filme poderia ter sido feito de outra forma, há quem afirme que é chato, parado, lento. Não concordo (é claro que tenho minhas ressalvas também). No entanto, sob a ótica do escopo do filme, ele é certeiro no que faz. Assisti ao filme já sabendo que ele tinha levado para casa o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e, quando saí da sala de cinema, não foi nenhuma surpresa o porquê disto.
Já pensou se nos fosse sequelado o direito de pensar? Se isso acontecesse de fato, não poderíamos nem estar imaginando o que essa pergunta propôs, não poderíamos pensar o que é pensar. Não temos aqui mulheres militantes, mas sim um grupo de mulheres que anseia pelos direitos básicos e essenciais da vida, será que é pedir demais?
Como Mariche resume muito bem, o que elas desejam são: o direito de proteger seus filhos, o direito de exercer sua fé e o direito de pensar, nada mais nada menos.
August é um contraponto dos homens inescrupulosos e um último fio de esperança de mudar a concepção animalesca, devoradora e violenta a qual os meninos são submetidos desde cedo. É muito interessante pensar como a cosmovisão em que estamos inseridos molda intensamente nosso caráter, nossas ideias e atitudes. Seja por uma educação ideológica precoce, seja pela inserção de um ponto de vista goela abaixo, seja pelo que se vê dentro de casa e no próprio núcleo familiar, seja pelo espelho que são as ações de outrem... Por vezes, nos encontramos tão arraigados a uma crença que um dia nos fizeram acreditar, ao que consideramos ser o certo - à nossa bolha - que não vemos mais a moral nem a ética nem a conduta pautada no amor ao próximo,
vide a necessidade de Salome de dopar o próprio filho, pois ele já se encontrava moralmente cego.
Gosto demais como o tópico "fé" é conduzido durante a trama, trazendo questionamentos saudáveis como também importantes, sem menosprezá-la ou então desmerecê-la. O problema não é Deus, o problema não é a fé, sabemos muito bem que o problema é o ser humano, retificando, o desumano.
As atuações são realmente formidáveis, o elenco é estelar e faz do filme o que ele é. Caso queira saber "o que ele é", precisa assistir. Recomendo fortemente!
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraOs Daniels conseguiram um feito extraordinário - eles não me permitiram organizar meus pensamentos sobre o filme. Até agora, não sei muito o que falar.
Em primeiro lugar, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é tudo junto ao mesmo tempo de forma literal. São miríades de lugares, universos, personalidades, desejos, batalhas, tudo isso reunido em mais de 2 horas de projeção. Diferentemente do que foi falado por alguns, eu não senti o filme arrastado nem cansativo, pelo contrário.
Eu não sabia muito o que esperar do filme e isso eu considero um sentimento prazeroso, ir com a cara e a coragem. De princípio, eu pensei com meus botões: "é sério que vai ser um pouco mais de 2 horas de Evelyn lutando com pessoas e fazendo dessas cenas um precedente para tentar nos arrancar risadas?" Corta pro final do filme, em que é possível visualizar algo se formando, mesmo que diminuto, sobre minha face - ah, são minhas lágrimas.
O roteiro, bem como as atuações, conseguem atingir o clímax da película e do sentimento humano quando falam de duas coisas que nos fazem os mais semelhantes possível: afeto e sonhos.
A necessidade de afeto, de ser amado, de ser compreendido, de ser visto e ouvido é algo que urge dentro de nós. Essa sensação mostra-se mais intensa ainda quando solicitamos essa validação daqueles que mais nos amam, a nossa família - e como dói, por vezes, não atingir o patamar estabelecido.
Por outro lado, ou na mesma moeda, não sei dizer muito bem, a frustração de não realizar os sonhos que um dia sonhamos é perigosa, porque ela nos persegue até atingir nosso âmago e, enquanto não os realizamos, tendemos a engendrar egoísmo gratuitamente.
Uma cena genial pra mim é o "diálogo" entre as pedras. É isso que somos? Meras pedras? Pedras no sapato de alguém? Ou então, seres sésseis que só se movem quando nos convém? Daí, o abraço mais sincero entre uma mãe e uma filha mostra que todas essas perguntas são respondidas com uma única palavra: amor. É necessário esse choque entre duas pessoas, um contato físico provocado pela união de braços que chancela o afeto que se sente e se quer dar, o choque do abraço nos lembra do choque que é ser alguma coisa para alguém em algum lugar e em algum tempo.
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, ao tocar nesses tópicos, fala simplesmente de tudo, porque é o que nos resume, de modo mais conciso. Amar e ser amado são duas ações que incitam a vontade de sonhar. Quando se ama a si mesmo, os sonhos tornam-se força motriz para satisfação pessoal. Quando se ama ao próximo, os sonhos são baluarte do desejo de compartilhar suas realizações com o ser amado. Todos esses sentimentos são extremamente confusos, eles estão por aí, em todo lugar e ao mesmo tempo. Pra nós, eles são tudo, tudo em todo lugar ao mesmo tempo - é isso de que somos feitos.
Depois de tanto encher linguiça, explico minha nota. Ainda me sinto acuado por muito do filme se resumir ao físico (lutas, embates e derrotar o mal e blá-blá-bla), o que mais me interessam são as relações, acabaram de perder 1 estrela, meus caros Daniels.
Contudo, não posso me despedir sem declarar que Michelle Yeoh é uma pérola. Ela transparece verdade, consigo acreditar na mentira mais cabulosa que essa mulher inventar.
Um ótimo filme (memorável, me arrisco a dizer)!
Eduardo e Mônica
3.6 369Antes de falar sobre o filme propriamente dito, eu queria fazer um adendo: esse foi o primeiro filme que assisti no cinema durante a pandemia, por isso, ele tem um lugar cativo no meu coração hehe.
Eduardo e Mônica - e, aqui, me refiro à dupla e não ao filme - é a combinação mais perfeita desde Romeu e Julieta, desde queijo e goiabada. Eles são o que são e são um para o outro tal qual o Sol é para a Lua.
Gabriel Leone e Alice Braga entregam nessa película atuações convincentes, e isso é algo que admiro. É um filme doce, acima de tudo, e ponho minha cara à tapa que, após o fim do filme, todos desejarão ter algo com alguém como Mônica tinha com Eduardo, e vice-versa.
É bom ver um romance sendo costurado de forma bem-feita. É mais gostoso ainda você se encontrar apaixonado pela história do casal e, digo mais, torcendo pela felicidade deles.
Feliz pelos caminhos que o cinema nacional tem trilhado!
Spencer
3.7 569 Assista AgoraVamos aos fatos: o filme é sustentado pela atuação primorosa de Kristen Stewart. Não há muito mais o que dizer. Mas não há mais o que dizer porque, quando saí da sessão de cinema, ainda estava tão imerso no Palácio Real, na vida e profundo sofrimento de Diana, que não sabia mais o que dizer, apenas lembrar, apenas sentir.
Eu gosto muito mesmo da forma intimista com que nos conectamos com Diana - e isso é mérito do diretor. A fotografia é de uma beleza ímpar e é possível sentir o desespero da princesa frente ao que ela vive.
Cortaria algumas coisas que considero desnecessárias, mas, no geral, é um filme bom.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraQUEM QUE ESTÁ POR CIMA AGORA?
Essa é uma pergunta a que o filme não tenta responder, mas, com toda a certeza, procura instigar. Triângulo da Tristeza é uma sátira um tanto quanto gráfica sobre aquilo que todos querem, poucos têm, uns com tanto e tantos com um: dinheiro.
É circular pensar no dinheiro. A gente não chega a um começo, muito menos a um fim. No final das contas - mesmo que essas contas sejam altíssimas -, quem tem poder é quem tem grana. Mas, o que adianta ser podre de rico em um lugar onde seu dinheiro não vale nada, o máximo que pode prestar é para limpar seu bumbum?
Vi muita gente decepcionada com o final, eu achei genial.
É ilusão pensar que a disputa secular dinheiro-comunidade-servidão vá um dia cessar fogo sem muitos problemas. Se é o dinheiro quem dita as regras do jogo, não há muita esperança pra quem não está no topo. Embora o topo seja passivo de ser subvertido, há quem encontre um jeito de metê-lo ao seu "eixo natural" novamente, porque, afinal, é dinheiro, não é? Quem não quer?
As cenas no iate são perturbadoras e hilárias - não aconselho assistir ao filme logo após uma refeição rs.
Gostei por demais, um ótimo filme! A direção é muito inteligente, devo destacar. Gosto de como a narrativa é desenrolada pelas lentes espertas da câmera, dá vontade de querer ver, conhecer as personagens. Recomendo altamente!
Os Banshees de Inisherin
3.9 570 Assista AgoraAté agora, estou em um dilema interno sobre a nota que devo dar: 4 estrelas ou 4 estrelas e meia?
Ultimamente, tenho pensado muito sobre o mundo, a vida, o ser humano. Infelizmente, quando acabo por ser levado a esses lugares de reflexão, chego em conclusões que são, majoritariamente, pessimistas. Nesse quesito, o filme veio ao meu encontro de forma sagaz.
[/spoiler] O que desatina o mal em nós? Literalmente, nada. O mal é inerente, é intrínseco. Pádraic começa a se descobrir como um homem capaz de crueldades quando a ele é imposto o silêncio - apenas isso, nada mais. Não lhe maltratam, ou cometem injustiças, ou então o machucam. Apenas Colm lhe impõe o dever de ficar calado.
Se o silêncio, que nada mais é do que a ausência de som, pode provocar atitudes hediondas, então, concluímos que o nada sonoro, o nada mudo, o nada por si só incita o mal? [spoiler]
Um filme que nos provoca reflexões perversas. E até mesmo os que veem o copo meio cheio questionar-se-ão sobre a POSSIBILIDADE de algum dia jogar todo o líquido do copo no chão, pisar em cima e, por fim, escorregar em sua própria culpa.
As atuações são primorosas, é um ponto a ser frisado. A fotografia, por sua vez, também é digna de ser mencionada e elogiada.
Ah, quer saber? Depois desse textão, merece sim 4,5 estrelas. Só tiro meia estrela porque confesso: não fui arrebatado pelo filme. Não me senti o humano da guerra, que não passa da nossa própria essência - acredito que terei muitos outros arrependimentos futuros que me recordarão dessa obra.
Talvez eu não tenha sido arrebatado exatamente pelo fato de já estar acostumado a tudo isso? Bom, vai saber... Enquanto eu não descubro, assistam. E tirem suas próprias conclusões.
Os Fabelmans
4.0 389O filme iniciou um processo de flerte intenso comigo antes mesmo de começar a ser projetado. Spielberg agradece aos espectadores por terem ido ao cinema para assistir a um filme SOBRE o amor ao cinema. E quem melhor para fazer isso do que o mestre Spielberg?
Como disse anteriormente, foi só o início do flerte. Ao longo das 2 horas e 30 minutos, o filme, com sua sensibilidade tanto sagaz quanto tocante, ganhou meu coração. Não à toa por ser uma história sobre família - algo que eu, na maioria esmagadora das vezes, aprecio -, mas pelo poder que ela tem.
Michelle Williams entrega mais uma atuação excepcional.
Deixo meu destaque para o momento em que ela é confrontada pelo próprio filho sobre suas segundas intenções com o amigo próximo da família.
Aos amantes de cinema, é um filme indispensável.
Coloquemos as cartas na mesa: a cena final com o diretor é o melhor desfecho que poderia ser feito.
Bom, o tempo passa, mas Spielberg envelhece como vinho. Excelente filme <3
M3gan
3.0 799 Assista AgoraEsse é um lembrete pessoal para que eu nunca mais vá assistir a um filme baseado na nota do Rotten Tomatoes. Criei expectativas altíssimas e, infelizmente, não foram atingidas.
Contudo, acredito que o erro é quase totalmente meu. Se pensarmos na proposta do filme, ele entrega tudo o que é possível de ser entregue.
Allison Williams faz mais um papel o qual temos prazer em detestar e/ou criar um certo ranço. Queria que houvesse mais mortes (não confundam com psicopatia).
Um highlight para a cena de M3gan cantando "Titanium" - achei simplesmente genial e perturbador.
Amsterdã
3.0 158Os pontos altos, para mim, são as atuações individuais. Margot Robbie está em sua melhor fase da carreira, com certeza, com atuações muito acertadas. Christian Bale também não fica para trás.
Eu não esperava pelo final, e me surpreendi bastante. Confesso que não esperava que fosse tão criticado negativamente, pois tive uma ótima experiência no cinema. Um filme bom para assistir, que entrega o que o trailer prometeu.
Amor, Sublime Amor
3.8 372 Assista AgoraUm clássico classudo. As coreografias são estonteantes, com números musicais realmente notáveis. Não houve um pelo meu que não tenha se arrepiado com a transição para a dança do baile.
Tiro meia estrela porque a concepção da última cena da Maria (com a arma) para o palco é bem melhor executada do que no filme.
De resto, não tem o que criticar. É bom, é ótimo, é formidável, esquece - é EXCELENTE do começo ao fim. Amei!
Tár
3.7 395 Assista AgoraNão vou ser hipócrita ao ponto de dizer que estou dando 5 estrelas ao filme porque compreendi tudo que a mim foi passado. Muito pelo contrário. Mas eu gosto de ser enfrentado por um roteiro que não teme o espectador ignorante, aquele que não conhece música clássica, ou então que não está inserido na cúpula dos estudiosos do tema.
Sob meu ponto de vista, uma atuação que me desperta conhecer mais sobre a protagonista e levar um susto ao descobrir que ela não é real é o maior auge que se pode atingir. Se uma atuação leva os que a assistem a crer que é verossímil, melhor ainda, tangível, não há mais o que ser lapidado. Cate Blanchett como Lydia Tár é uma das melhores atuações femininas que já vi, sem medo de errar.
Há cenas memoráveis e a sutileza - e, ao mesmo tempo, agressividade - com que o tema do cancelamento é tratado me provocou diversas reflexões.
Confesso que não é um filme que pretendo assistir em uma tarde com tempo livre e, muito provavelmente, terei dificuldades em revisitá-lo, porque não basta assisti-lo, é necessário apreciar.
Pearl
3.9 992Ainda me encontro em um estado de inércia, como se o rosto de Mia Goth - ou melhor, de Pearl - estivesse por me acompanhar. Aquele sorriso sórdido, aqueles gritos estridentes, aquela face perturbadora... eu sinto que deveria ter sido indenizado por Mia pelo que ela causou em mim.
Acima de tudo, é um filme de terror, mas não o terror do senso comum, do susto, do sangue. É o terror de saber que o ser humano é capaz de fazer qualquer coisa para cumprir seus objetivos. É o terror de viver preso(a) em uma vida que já não te satisfaz. É o terror de se arrepender e não poder voltar atrás. É o terror de ser sua pior versão. É o terror de notar-se, por vezes, vivendo o próprio terror.
Sem muito o que fazer, convivamos com esse terror - essa é nossa realidade. Afinal, "não dá pra fazer o que queremos, mas podemos fazer o melhor com o que temos".
Babilônia
3.6 332 Assista AgoraNão consigo entender o porquê de tanto hate sobre esse filme.
Tiro meia estrela porque, muito possivelmente, foram 3 horas de filme não contundentemente justificadas, mas, enquanto no cinema, a experiência foi ótima!
A cena final de Manny no cinema me pegou de uma tal forma que não consigo descrever.
A trilha sonora, pra mim, é uma personagem à parte. Saí da sessão cantarolando o que ouvi sair daqueles trompetes.
Um ótimo filme, Damien Chazelle não me decepciona.
Frankenstein
4.0 285 Assista AgoraDestaque para o início do filme, que se dá com uma apresentação sobre a potencial perturbação que a película pode te causar.
Tal perturbação pude sentir genuinamente na cena com a garotinha - causa arrepios, já digo de antemão.
Um ótimo filme à sua época, mas que, sem sombra nem sobra de dúvidas, sobreviverá ao teste do tempo. Um must-see!
Vigaristas em Hollywood
2.8 30 Assista AgoraEntrega o que é esperado - nada além, nem tampouco aquém.
Robert De Niro pode fazer uma propaganda que eu vou aclamar sua atuação - que homem!
Já esperava pelo final desde a metade do filme, mas o ver se concretizando foi satisfatório (por isso, 3.5 ao invés de 3 estrelas).