Era de um blockbuster como esse que o cinema vinha precisando: uma obra inteligente, ousada, profunda, que vai além da mera reverência ou cópia ao filme original e expande esse universo de uma forma genial.
Me faltam palavras que façam justiça ao que foi assistir esse filme, mas vamos colocar as coisas da seguinte forma: se por um tempo consideramos como heresia uma continuação de Blade Runner, agora é impossível imaginar como será o cinema da ficção científica (e no geral) sem Blade Runner 2049.
Facilmente o melhor filme do ano e uma das melhores sequências já feitas. Parabéns aos envolvidos.
Um dos filmes mais lindos que já assisti? Um dos filmes mais lindos que já assisti. E não apenas pelo romance belíssimo e delicado dos protagonistas ("e o cabelo? não acha que é castanho demais?" "adoro castanho"), que em muitos momentos ecoou o meu próprio namoro e como eu vejo a garota que eu amo, mas também - e ouso dizer: mais ainda - pela relação paternal de Tim com seu pai. É uma das mais bonitas que já vi.
A mensagem do filme é realmente tocante. Pelo gênero (e apesar da temática de viagem de tempo, que é só um complemento, e não o foco) podia descambar pros clichês, e enquanto não há nada de extraordinário na história, não há como não pensar que tendo o poder de voltar no tempo ou não, ainda teremos apenas uma vida - uma vida que vale ser vivida todo dia. Nos momentos bons ou ruins. Sob o sol ou sob a tempestade. Precisamos fazer dela a melhor possível.
Foi preciso a menor bilheteria dentre os quatro filmes da franquia pra mensagem de Jogos Vorazes ser devidamente transmitida. Enquanto que eu tenho aprendido a saber separar as linguagens literária e cinematográfica (o que implica dizer que 100% de fidelidade não necessariamente quer dizer uma boa adaptação), não deixo de olhar com orgulho para como esses filmes não são apenas absurdamente fiéis aos livros que originaram, mas ainda assim se constituem como fantásticas adaptações.
Os 30 minutos finais podiam ter sido enxugados um pouco mais, e são de fato anti-climáticos? São. Mas sem eles seria impossível compreender a proposta da saga. Um final agridoce era o único compatível com o tom desta franquia. Mesmo o epílogo, criticado por "trair" a essência do que tínhamos visto nos minutos anteriores, carrega consigo as marcas da guerra, marcas que não se apagarão. E é sobre isso que Jogos Vorazes fala, e muito mais: a manipulação midiática, a disputa pelo poder (impossível não olhar para a disputa entre Coin e Snow sem querer relacionar ao nosso cenário político atual), os horrores da guerra. Tudo isso vendido em filmes destinados ao público infanto-juvenil.
Enquanto era tudo sobre os Jogos Vorazes em si, a fama, a ação, o triângulo amoroso juvenil, o sucesso estava garantido. Mas a partir de Em Chamas já se podia notar uma mudança de foco. E quando as duas partes de A Esperança se afastaram do que os dois primeiros filmes tinham apresentado - fazendo nada mais do que seguir uma linha consistente com o apresentado nos livros - o sucesso se voltou contra a própria franquia. A política do "panis et circensis" foi expressa na própria bilheteria dos filmes. Como profundo fã do último livro da saga, posso aqui expressar inúmeros elogios a essa Pt. 2 que corajosamente não se desviou de seu final controverso, em tempos aonde os blockbusters a tudo aliviam. E mesmo que algumas cenas não tenham tido o mesmo impacto que no livro, como
a morte da Prim, que é muito mais desesperadora quando lida do que quando assistida - e digo isso como alguém que já tinha tomado esse spoiler antes de ler o livro
Ainda assim é louvável a atitude dos envolvidos no filme em manter essa coerência. É por isso que vejo esse filme como tremendamente subestimado, embora concorde que apresente alguns problemas menores, especialmente no seu último ato, que vi ser comparado ao final do Senhor dos Anéis em termos de anti-clímax. Mas não é nada que se revele um demérito da obra, que apenas prova o status de Jogos Vorazes como uma franquia de blockbuster acima da média hollywoodiana. Filmes pra entreter, mas também pra fazer refletir.
Um monstro de filme. A terceira vitória consecutiva do Lubezky já é certa, porque pode se dizer que ele atingiu o ápice de sua filmografia aqui. Uso e abuso da "hora mágica", uma vibe "Mallickesca", uma fotografia natural que nos deixa boquiaberto com tamanha beleza e majestade da natureza. São imagens tão belíssimas e contemplativas que só tornam o filme ainda mais chocante, dada a sua natureza brutal. Como um amigo meu disse:
"Isso pra mim é até algo que me fez refletir, sabe? Porque o filme parece muito selvagem. É como se a câmera não fizesse julgamentos. É a natureza, inclusive a humana, sendo a natureza."
Enquanto não há um uso de um "único plano-sequência" como em Birdman, a marca cada vez mais autoral de Lubezky e Iñarritu está lá, rendendo sequências impressionantes como a batalha com os índios no começo do filme, a cena do urso (sem querer entrar em spoilers, é a cena mais angustiante de 2015 e uma das melhores do cinema recente), dentre tantas outras sobre as quais não falarei pra não estragar o enredo.
"E o elenco?", você me pergunta. "DiCaprio merece levar o Oscar?" Sim, merece. Embora meu papel favorito dele ainda seja o do Lobo de Wall Street (seu papel mais complexo, também), ele simplesmente destrói nesse filme. Seu Hugh Glass pode ser um personagem mais bidimensional e linear, mas não deixamos de torcer por ele - e o que esse homem passa aqui é o puro inferno. A entrega de DiCaprio é simplesmente sensacional - muitas vezes ele precisa falar só com os olhos, com o corpo, e sim, ele consegue. Só não domina completamente o filme porque Tom Hardy é outro monstro em cena (monstro em muitos sentidos, inclusive). Seu personagem é extremamente odiável, e o sotaque que ele trouxe pro seu Fitzgerald é espetacular, mostrando o talento desse cara, que dominou 2015 com esse filme e Mad Max. Enfim, a vitória do DiCaprio é mais do que certa. Até porque, já passou da hora da Academia corrigir um erro tão grotesco quanto não conceder-lhe essa estatueta (não que ela seja medidor do talento desse cara que eu considero um dos maiores nomes do cinema dos últimos 20 anos).
Assistam The Revenant. Estamos diante de uma obra-prima do cinema moderno. Se eu tinha reservas com Birdman e a prepotência de Iñarritu, aqui eu me rendo ao gênio dele e de sua equipe em trazer um dos filmes mais desafiadores dos últimos tempos e uma experiência cinematográfica inigualável.
Eu nunca pensei que viveria pra ver um filme onde o Jason Statham fosse o alívio cômico, mas foi exatamente o que vi aqui. Que ano pros espiões foi 2015.
Filmaço! Para o bem ou para o mal, era o filme que esperávamos, sem mais ou menos.
Como ponto negativos, destaco a recauchutagem excessiva de elementos de Uma Nova Esperança (não falarei muito para não dar spoilers) e a sensação de "inconclusão", como se estivéssemos apenas diante do primeiro ato de algo maior - o que não seria um problema, não fosse a enorme quantidade de questões deixadas em aberto e perguntas a serem respondidas apenas com os próximos episódios.
Como pontos positivos, destaco o ritmo consistente, aonde com 20 minutos a situação e os personagens já estão bem delineados (desculpe, mas com exceção de O Ataque dos Clones todos os filmes da franquia tiveram problemas de ritmo em suas introduções, ao passo que esse segue muito bem a cartilha dos três atos, dosando o tempo necessário pra cada ato), as atuações do novo elenco, especialmente a Daisy Ridley, o John Boyega e o Adam Driver - heróis e vilão que já deixaram sua marca na série. E como não amar e se empolgar em cada referência (as quais não soam fanservices) e aparições dos personagens clássicos que amamos (destaque pro Han, que continua o melhor canalha da galáxia mesmo depois de todo esse tempo)? A galera do cinema pirava demais, eu e minha irmã inclusos.
A impressão final é que, mesmo com alguns problemas menores, O Despertar da Força cumpriu muito bem seu objetivo - um filme que soube agradar fãs antigos e novos, velha e nova geração, com equilíbrio, e que dá uma aula de como se fazer um blockbuster. Um dos melhores filmes do ano e uma experiência satisfatória pra todos (ou a grande maioria) os fãs da saga. Que quebre muitos recordes de bilheteria e traga novas legiões de fãs!
Ridículo como todo filme do Adam Sandler, mas divertido como todo filme do Adam Sandler, embora não seja um dos melhores deles. As melhores coisas são a atuação do Taylor Lautner e a
Muita gente vai xingar a Netflix por lançar um filme do Adam Sandler ou se decepcionar esperando que pelo nome dela envolvido verão uma obra-prima do ator. Depois da obra-prima que foi "Beasts of no Nation", o primeiro filme original da empresa, a decepção é ainda maior. Mas é engraçado se falar de "selo Netflix de qualidade". Não leio por aí "selo Warner/Disney/Paramount/etc de qualidade". A meu ver, o diferencial da Netflix está mais na forma de distribuição (e em menor escala de liberdade de conteúdo) do que numa marca inserida no produto que está sendo vendido, como se isso ( o nome Netflix) ditasse a qualidade dele. Vejam: Marco Polo recebe muitas críticas negativas (não assisti essa série então não darei minha opinião se as críticas são justificadas ou não), mas continua sendo uma série original Netflix. Então essa crítica em cima do filme por ser produzido e distribuído pela Netflix é infundada. Julguem-o por ser uma comédia típica do Sandler, pro bem ou pro mal.
Realmente inferior às minhas expectativas, mas um filme com seus méritos.
Vamos aos pontos fracos:
-Créditos iniciais fracos (e isso porque eu até gostei da música do Sam Smith)
-Subutilização de atores fantásticos, como a Monica Belucci (principalmente depois do alarde desta ser uma bond-girl de meia idade), Andrew Scott e acima de tudo Christoph Waltz, o qual embora tenha uma introdução tão fantástica quanto a de Javier Bardem em Skyfall, aparece muito pouco em tela pra nos dar uma impressão mais duradoura. Felizmente estamos diante de um grande ator que faz muito com o pouco que tem. E que...
Morte patética do personagem do Scott, que como foi dito em uma resenha do filme era um vilão mais do que adequado aos tempos atuais para Bond. Além disso, o roteiro sequer se esmera em esconder sua dupla identidade como vilão, nos jogando na cara que ele é um traidor após o conveniente ataque à Cidade do Cabo. Isso sem contar a nada reveladora revelação da verdadeira identidade do Oberhauser, mas considerando que todo mundo esperava isso, não diria que é demérito do roteiro.
Falta de aprofundamento na relação passada de Bond e Oberhauser. Ficou uma revelação muito clichê, infelizmente. Além do que as supostas ligações entre os vilões dos filmes anteriores com a Spectre ficam extremamente vagas, forçadas até (embora eu confesse que já esperava por algo do tipo antes mesmo do filme ser anunciado com esse título).
-Clímax anticlimático e enorme uso da suspensão de descrença que contraria a abordagem mais "realista" (com ressalvas, é claro) dos filmes anteriores. Toda a sequência final em Londres ficou estranhamente apressada e encaixada no filme, em contraste com as sequências no covil da SPECTRE que foram de longe as melhores do filme (junto com a abertura, da qual falarei logo embaixo nos pontos positivos). Com um roteiro mais equilibrado e "enxugado", o filme poderia apresentar um ritmo mais dinâmico. Sem contar que...
como raios você deixa a garota sozinha na noite desse jeito, Bond? Depois não quer que os vilões a sequestrem. Se bem que ela também não foi muito inteligente na escolha. Pelo amor de Deus, né.
Agora, os pontos positivos.
-Craig. Seu Bond pode não ter aqui o desenvolvimento visto em Casino Royale e Skyfall, mas vemos um ator mais do que confortável em seu papel e provando ser um dos melhores 007 da franquia. Até porque não é qualquer um que cai em um sofá durante a destruição de um quarteirão ou cai numa rua após ejetar-se de um carro e ainda manter tamanha elegância. Será realmente chato não vê-lo mais no papel e espero que o próximo ator, seja lá quem for, dê conta do recado.
-Lea Seydoux, essa mulher maravilhosa. Podia ter aparecido mais? Podia. Sua relação com Bond podia ser melhor explorada? Podia. mas a atriz novamente faz muito com o que lhe é dado e vai além dos estereótipos das bond-girls. Além do que, ô mulher linda, na moral.
-Daev Bautista e Ben Whishaw. O primeiro poderia se encaixar no subutilizado ali em cima, mas dentro da proposta de personagem "assassino-mudo", faz um ótimo trabalho, valendo-se de sua impressionante força física em tela. E o segundo como o alívio cômico e gênio nerd da computação de que precisamos, ganhando aqui mais espaço em tela do que no filme anterior.
-A trilha sonora de Thomas Newman, que particularmente achei superior a de Skyfall.
-A abertura na Cidade do México. Infelizmente cheguei atrasado pra minha sessão do filme e perdi o tão elogiado plano-sequência que abre o filme, mas toda a sequência ficou impressionante. Assim como em Skyfall, nenhuma outra cena de ação no filme a bate.
-As homenagens aos filmes anteriores, em especial a "Moscou contra 007" na sequência do trem, ou o covil da Spectre (que sai de um vulcão para estar localizada em uma cratera).
-A direção do Sam Mendes. Pena que ele não vai voltar pra franquia.
-A fotografia do Hoyte Van Hoytema, especialmente quando ele usa as cores quentes, como nas sequências na Cidade do México e no Norte da África.
-A impressionante e assustadora cena em Roma que nos introduz a Spectre, "Oberhauser" e Jinx. Cena que resume a qualidade de algumas das atuações, a direção de Mendes, a trilha sonora de Newman e a fotografia de Hoytema.
Entre altos e baixos, o filme cria um final relativamente satisfatório, que abre uma brecha tanto pro retorno (cada vez mais improvável) de Craig como para um novo ator na pele do maior espião de todos os tempos. Resta saber, de acordo com os futuros resultados na bilheteria de 007, se a franquia ainda terá fôlego, e se no caso de continuar, se manterão uma "continuidade" ou rebootarão tudo de novo.
Acho que não há um que não se sentiu identificado com pelo menos algum momento, alguma cena, alguma coisa desse filme. E é exatamente por isso, por ele falar tanto a nós, por sua abordagem (relativamente) inovadora em acompanhar o crescimento físico e pessoal de seus personagens, que se revela como uma obra-prima.
Missão Impossível é uma franquia que nunca me decepcionou. Lembro-me muito bem de assistir o primeiro nos sábados à tarde na Globo e o segundo nos domingos na Temperatura Máxima. Sendo assim, é uma franquia que assisto desde pequenino, e mesmo com os longos intervalos entre seus filmes, fico no aguardo cada vez que um novo é lançado.
Em tempos em que franquias se desgastam já no seu segundo filme, fazendo você se perguntar "por que raios fazer mais um?" (resposta: dinheiro), vem MI e te mostra que ainda tem muito fôlego. Há uma certa "maldição" sobre quintos filmes, mas Nação Secreta se mostra uma mais que bem-vinda exceção à regra. E se depois de vinte anos a série ainda rende ótimas produções, sempre entre as melhores nos gêneros ação/espionagem, é muito em parte devido ao talento e a dedicação de Tom Cruise, que abraça essas obras como poucos fariam. Ele gosta de estar nesses filmes, gosta de atuar sem dublês (e é justamente por isso que a cena inicial dele pendurado no avião ou a do tanque d'água se tornam ainda melhores e memoráveis - sério, quase tive ataques de acrofobia e hidrofobia assistindo as duas cenas), e devemos admirá-lo por isso. Como o RottenTomatoes disse, ele é um astro de ação sem igual.
Mas Tom não é a única estrela do show. A novata Rebecca Ferguson é a personagem feminina mais forte que a franquia já teve, uma linda e mortal agente dupla que brinca conosco até os últimos momentos do filme. Afinal de contas, de que lado ela está? Não espere ver essa resposta tão facilmente respondida. Simon Pegg está em sua melhor forma aqui, não apenas como alívio cômico mas mostrando que é um agente e aliado inestimável para Ethan Hunt. Renner e Rhames, embora em papéis menores do que nos antecessores, conduzem muito bem como coadjuvantes, e Sean Harris manda muito bem como um vilão frio e calculista, o melhor dentre os cinco filmes depois do saudoso Phliph Seymour Hoffman em MI:3. No campo técnico, a trilha sonora de Joe Kraemer é a melhor da franquia desde a de Danny Elfman no primeiro filme, e o trabalho de Christopher McQuarrie como diretor e roteirista é mui digno de aplausos. O cara tem um grande talento pro cinema de ação, e é um nome com futuro. Será que pela primeira vez na série teremos um diretor dirigindo mais de um filme? Fica a dica aí, Paramount.
Esse ano ainda não me decepcionou em se tratando dos blockbusters pelos quais estava ansioso, e Nação Secreta é um dos melhores dele. Que a franquia permaneça assim revigorada, enquanto depender de seu grande nome, Tom Cruise. Afinal de contas, "impossível" é uma palavra que Ethan Hunt já riscou do seu dicionário há muito tempo.
Uma das raras vezes em que esperava menos de um filme e acabei me surpreendendo positivamente. Passa longe de ser o melhor ou um dos melhores da franquia (os dois primeiros são obras-primas insuperáveis), mas posto de lado todo saudosismo irritante de fãs e a verdade dolorosa dos caça-níqueis que são essas franquias voltando às telonas, o filme consegue trazer uma nova e interessante abordagem. O maior problema está justamente no marketing, pois convenhamos que entregar o maior plot twist do filme já nos trailers é de uma idiotice inexplicável e sem tamanho - o que não é um problema exclusivo dessa produção, mas é algo comum nos blockbusters hollywoodianos.
Muito amor por esse filme e pela versão de "Tempo Perdido" que permeia a obra e que se encaixa perfeitamente com a temática dele. Muito amor pelas atuações (especialmente a do Wagner, sempre soberbo) e por ver uma obra de qualidade que deve servir pra valorizarmos o nosso cinema. Uma comédia, mas não boba, e sim inteligente e encantadora. Muito boa :)
Na minha opinião, o filme é tão bom quanto o primeiro, garantindo muitas risadas. A grande sacada dele é fazer as piadas auto-referenciais sobre os diversos aspectos e problemas das sequências hollywoodianas, brincando (e até mesmo subvertendo, mesmo que nisso acabe se tornando previsível) com o "mais do mesmo" visto na maioria delas. A química entre Hill e Tatum é ótima, uma perfeita definição de "bromance" - ainda que de forma quase exagerada, como se os dois fossem mais um casal do que irmãos mesmo. E além das atuações deles, ressalto a de Jillian Bell como uma universitária que beira o sadismo e Ice Cube roubando a cena. Ah, e os créditos finais satirizando as 3593036760 sequências produzindo em Hollywood é impagável.
QUE FILME! Tem clichê? Tem sim, senhor? Mas tem dinossauros tocando o terror, trilha sonora massa, referências ao inigualável primeiro filme, hype sendo saciado? Tem também! Vale a pena ver, e é digno de todos os recordes de bilheteria que está quebrando! Que venha sequências no mesmo nível! <3
Sabe aquela amarga impressão de que o filme não é ruim, mas poderia ter sido MUITO melhor? Então, poucas vezes senti isso de uma forma tão nítida como com Tomorrowland.
Vamos ignorar o fato de que o marketing nos vendeu um filme diferente daquele que assistimos no cinema e nos concentrar na verdade: tratava-se de uma obra com potencial. História interessante, personagens em sua maioria cativantes (pelo menos as de Britt Robertson e Raffey Cassidy, esta o grande destaque do filme), efeitos visuais e produções incríveis. Certo. Mas o desenvolvimento é extremamente irregular. O prólogo até impressiona, mas me soa bastante desnecessário. 15 minutos que incharam o filme e que poderiam ter sido recapitulados
nas conversas entre Frankie e Athena ao longo do filme, destacando a mágoa dele em ser expulso de Tomorrowland e explorando mais a missão dela no nosso mundo e também explicando como se deu a saída dela daquele universo.
Embora o filme realmente se destaque no foco em diálogos ao invés da ação exagerada que contamina Hollywood hoje em dia, não há como negar que o ritmo não se sustenta. A própria Tomorrowland aparece muito menos do que deveria, ainda mais se considerando que ela não é um segredo guardado a sete chaves ou algo assim. Isso me entristece, considerando que eu partilho do ponto de vista dos personagens de preferir essa visão clássica e até utópica de futuro às sombrias de hoje em dia (mesmo que eu ame muitas obras de distopia). Por fim, há diversos futuros no roteiro inconsistente e mal-trabalhado, especialmente no que diz respeito à própria Tomorrowland. Senti que poderiam ter sido dado muito mais informações sobre aquele universo. É um grande desperdício de potencial, a meu ver.
Pondo na balança, há uma série de pontos positivos, mas os negativos me incomodam muito pra que eu dê uma classificação maior ao filme. Foi bom? Até certo ponto, sim. Poderia ter sido melhor? Ô, com certeza. Poderia até haver uma sequência que explorasse maior toda a mitologia com potencial pra ser construída em torno de Tomorrowland, mas duvido que haverá uma diante das bilheterias desastrosas do filme. É uma pena.
Segunda vez na vida que um filme me faz chorar. Mesmo que tenha tido meus momentos de Alegria (especialmente nas partes aonde são mostrados os centros de comando das mentes de outras pessoas além da Riley), fui especialmente tocado pelas cenas aonde a Tristeza falou mais forte, como
quando a Alegria percebe a importância da Tristeza pro bom funcionamento da Riley (mostrando uma ideia inversa aos ideais banais e enganosos de felicidade destes dias) e Bing-Bong se sacrifica pra ela conseguir sair do abismo do esquecimento
quando a Riley finalmente se abre, em meio às lágrimas resultantes da breve liderança da Tristeza, com os pais sobre o desejo de voltar pra Minnesota
As lágrimas não foram muitas, mas foram inevitáveis e significativas. De uma forma especial esse filme falou comigo, ao tratar de temas como mudança - não apenas de cidade, como de vida no geral - e sobre a transição para uma nova fase da vida. Então é brilhante ver como as ações das cinco emoções representadas e tantos outros conceitos abstratos sobre nossa mente são traduzidos nas ações e pensamentos de Riley, em seu modo de agir a partir do momento em que sua vida dá uma guinada. Então, em alguns momentos me senti representado na pequena Riley, e dessa empatia resultaram minhas lágrimas, tanto de tristeza e de saudosismo, quanto de alegria pelo que está por vir.
E é por isso que mesmo não sendo um dos filmes mais engraçados da Pixar, este se tornou um dos meus favoritos pela temática ambiciosa e magnificamente representada e por essa construção única desse mundo complexo e tão peculiar que é a mente humana, traduzida de uma forma que todas as idades, do mais novo ao mais velho (apesar de que quanto mais velho, mais fácil de se captar a mensagem). Portanto, 5 estrelas e uma adição aos meus favoritos mais do que merecida pra essa obra-prima que mostra a Pixar de volta ao jogo pelo trono que lhe é seu por direito.
Percebam como a família é o cerne e a grande mensagem dos filmes do estúdio. Eu sinceramente já esperava que a ilha da família fosse a única a não ser destruída, mas ao mesmo tempo me gratifica ver como a Pixar sabe trabalhar esse conceito e trazê-lo de uma forma central em seus filmes. E mais uma vez me senti representado, pois em muitas ocasiões, quando me sentia desamparado e sozinho, podia contar com a minha família como um porto seguro, mesmo a quilômetros de distância. E esse amor jamais deve ser abalado.
Eu tenho um fraco por comédias pastelão, então já é meio caminho andado com esse filme. Ri do começo ao fim, com tantas referências, piadas escrachadas ("quantas vezes já disse pra lavar as mãos depois de queimar as cruzes?"), metalinguagem (especialmente no final insano) e anacronismos ("devo ter matado mais pessoas que o Cecil B. DeMille"). Enfim, uma comédia sensacional, divertida, repleta de altas doses de ironia e críticas ("espero que não conte a ninguém que conversamos"), vale muito a pena ver se o gênero for do seu agrado.
Finalmente tive a honra de assistir esse clássico. E que obra-prima sensacional!
Uma referência pro gênero do faroeste como um todo, o filme é definitivamente o mais representativo e conhecido do gênero "spaguetti western". A trilha sonora clássica do Morricone (vai dizer que tu não tem vontade de assobiar o tema do filme?), os duelos sensacionais (em especial o último, provavelmente o melhor e mais tenso impasse mexicano de todos os tempos), as atuações estupendas do trio principal Eastwood, Wallach (especialmente este) e Van Cleef... impossível não amar esse filme, não ser envolvido em suas três horas. Tudo o que um bom faroeste deve ser, e muito mais. 5 estrelas!
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraEra de um blockbuster como esse que o cinema vinha precisando: uma obra inteligente, ousada, profunda, que vai além da mera reverência ou cópia ao filme original e expande esse universo de uma forma genial.
Me faltam palavras que façam justiça ao que foi assistir esse filme, mas vamos colocar as coisas da seguinte forma: se por um tempo consideramos como heresia uma continuação de Blade Runner, agora é impossível imaginar como será o cinema da ficção científica (e no geral) sem Blade Runner 2049.
Facilmente o melhor filme do ano e uma das melhores sequências já feitas. Parabéns aos envolvidos.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista Agora"I... was... watching... porn."
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraUm dos filmes mais lindos que já assisti? Um dos filmes mais lindos que já assisti. E não apenas pelo romance belíssimo e delicado dos protagonistas ("e o cabelo? não acha que é castanho demais?" "adoro castanho"), que em muitos momentos ecoou o meu próprio namoro e como eu vejo a garota que eu amo, mas também - e ouso dizer: mais ainda - pela relação paternal de Tim com seu pai. É uma das mais bonitas que já vi.
A mensagem do filme é realmente tocante. Pelo gênero (e apesar da temática de viagem de tempo, que é só um complemento, e não o foco) podia descambar pros clichês, e enquanto não há nada de extraordinário na história, não há como não pensar que tendo o poder de voltar no tempo ou não, ainda teremos apenas uma vida - uma vida que vale ser vivida todo dia. Nos momentos bons ou ruins. Sob o sol ou sob a tempestade. Precisamos fazer dela a melhor possível.
Steve Jobs
3.5 591 Assista AgoraFazia tempo que eu não via um filme com diálogos tão afiados.
"Você teve três semanas. O universo foi criado em um terço disso."
"Deus mandou seu filho numa missão suicida. Mas todo mundo o agradece pelas árvores"
"Quem criou a frase 'o cliente sempre tem razão' provavelmente foi um cliente."
Se esse filme tivesse sido indicado a Melhor Roteiro Original no Oscar, Spotlight não teria chances.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraFoi preciso a menor bilheteria dentre os quatro filmes da franquia pra mensagem de Jogos Vorazes ser devidamente transmitida. Enquanto que eu tenho aprendido a saber separar as linguagens literária e cinematográfica (o que implica dizer que 100% de fidelidade não necessariamente quer dizer uma boa adaptação), não deixo de olhar com orgulho para como esses filmes não são apenas absurdamente fiéis aos livros que originaram, mas ainda assim se constituem como fantásticas adaptações.
Os 30 minutos finais podiam ter sido enxugados um pouco mais, e são de fato anti-climáticos? São. Mas sem eles seria impossível compreender a proposta da saga. Um final agridoce era o único compatível com o tom desta franquia. Mesmo o epílogo, criticado por "trair" a essência do que tínhamos visto nos minutos anteriores, carrega consigo as marcas da guerra, marcas que não se apagarão. E é sobre isso que Jogos Vorazes fala, e muito mais: a manipulação midiática, a disputa pelo poder (impossível não olhar para a disputa entre Coin e Snow sem querer relacionar ao nosso cenário político atual), os horrores da guerra. Tudo isso vendido em filmes destinados ao público infanto-juvenil.
Enquanto era tudo sobre os Jogos Vorazes em si, a fama, a ação, o triângulo amoroso juvenil, o sucesso estava garantido. Mas a partir de Em Chamas já se podia notar uma mudança de foco. E quando as duas partes de A Esperança se afastaram do que os dois primeiros filmes tinham apresentado - fazendo nada mais do que seguir uma linha consistente com o apresentado nos livros - o sucesso se voltou contra a própria franquia. A política do "panis et circensis" foi expressa na própria bilheteria dos filmes. Como profundo fã do último livro da saga, posso aqui expressar inúmeros elogios a essa Pt. 2 que corajosamente não se desviou de seu final controverso, em tempos aonde os blockbusters a tudo aliviam. E mesmo que algumas cenas não tenham tido o mesmo impacto que no livro, como
a morte da Prim, que é muito mais desesperadora quando lida do que quando assistida - e digo isso como alguém que já tinha tomado esse spoiler antes de ler o livro
Ainda assim é louvável a atitude dos envolvidos no filme em manter essa coerência. É por isso que vejo esse filme como tremendamente subestimado, embora concorde que apresente alguns problemas menores, especialmente no seu último ato, que vi ser comparado ao final do Senhor dos Anéis em termos de anti-clímax. Mas não é nada que se revele um demérito da obra, que apenas prova o status de Jogos Vorazes como uma franquia de blockbuster acima da média hollywoodiana. Filmes pra entreter, mas também pra fazer refletir.
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 942 Assista Agora"Time to met God"
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraUm monstro de filme. A terceira vitória consecutiva do Lubezky já é certa, porque pode se dizer que ele atingiu o ápice de sua filmografia aqui. Uso e abuso da "hora mágica", uma vibe "Mallickesca", uma fotografia natural que nos deixa boquiaberto com tamanha beleza e majestade da natureza. São imagens tão belíssimas e contemplativas que só tornam o filme ainda mais chocante, dada a sua natureza brutal. Como um amigo meu disse:
"Isso pra mim é até algo que me fez refletir, sabe? Porque o filme parece muito selvagem. É como se a câmera não fizesse julgamentos. É a natureza, inclusive a humana, sendo a natureza."
Enquanto não há um uso de um "único plano-sequência" como em Birdman, a marca cada vez mais autoral de Lubezky e Iñarritu está lá, rendendo sequências impressionantes como a batalha com os índios no começo do filme, a cena do urso (sem querer entrar em spoilers, é a cena mais angustiante de 2015 e uma das melhores do cinema recente), dentre tantas outras sobre as quais não falarei pra não estragar o enredo.
"E o elenco?", você me pergunta. "DiCaprio merece levar o Oscar?" Sim, merece. Embora meu papel favorito dele ainda seja o do Lobo de Wall Street (seu papel mais complexo, também), ele simplesmente destrói nesse filme. Seu Hugh Glass pode ser um personagem mais bidimensional e linear, mas não deixamos de torcer por ele - e o que esse homem passa aqui é o puro inferno. A entrega de DiCaprio é simplesmente sensacional - muitas vezes ele precisa falar só com os olhos, com o corpo, e sim, ele consegue. Só não domina completamente o filme porque Tom Hardy é outro monstro em cena (monstro em muitos sentidos, inclusive). Seu personagem é extremamente odiável, e o sotaque que ele trouxe pro seu Fitzgerald é espetacular, mostrando o talento desse cara, que dominou 2015 com esse filme e Mad Max. Enfim, a vitória do DiCaprio é mais do que certa. Até porque, já passou da hora da Academia corrigir um erro tão grotesco quanto não conceder-lhe essa estatueta (não que ela seja medidor do talento desse cara que eu considero um dos maiores nomes do cinema dos últimos 20 anos).
Assistam The Revenant. Estamos diante de uma obra-prima do cinema moderno. Se eu tinha reservas com Birdman e a prepotência de Iñarritu, aqui eu me rendo ao gênio dele e de sua equipe em trazer um dos filmes mais desafiadores dos últimos tempos e uma experiência cinematográfica inigualável.
A Espiã que Sabia de Menos
3.5 651 Assista AgoraEu nunca pensei que viveria pra ver um filme onde o Jason Statham fosse o alívio cômico, mas foi exatamente o que vi aqui. Que ano pros espiões foi 2015.
"Isso é um lago, Cooper!"
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraFilmaço! Para o bem ou para o mal, era o filme que esperávamos, sem mais ou menos.
Como ponto negativos, destaco a recauchutagem excessiva de elementos de Uma Nova Esperança (não falarei muito para não dar spoilers) e a sensação de "inconclusão", como se estivéssemos apenas diante do primeiro ato de algo maior - o que não seria um problema, não fosse a enorme quantidade de questões deixadas em aberto e perguntas a serem respondidas apenas com os próximos episódios.
Como pontos positivos, destaco o ritmo consistente, aonde com 20 minutos a situação e os personagens já estão bem delineados (desculpe, mas com exceção de O Ataque dos Clones todos os filmes da franquia tiveram problemas de ritmo em suas introduções, ao passo que esse segue muito bem a cartilha dos três atos, dosando o tempo necessário pra cada ato), as atuações do novo elenco, especialmente a Daisy Ridley, o John Boyega e o Adam Driver - heróis e vilão que já deixaram sua marca na série. E como não amar e se empolgar em cada referência (as quais não soam fanservices) e aparições dos personagens clássicos que amamos (destaque pro Han, que continua o melhor canalha da galáxia mesmo depois de todo esse tempo)? A galera do cinema pirava demais, eu e minha irmã inclusos.
A impressão final é que, mesmo com alguns problemas menores, O Despertar da Força cumpriu muito bem seu objetivo - um filme que soube agradar fãs antigos e novos, velha e nova geração, com equilíbrio, e que dá uma aula de como se fazer um blockbuster. Um dos melhores filmes do ano e uma experiência satisfatória pra todos (ou a grande maioria) os fãs da saga. Que quebre muitos recordes de bilheteria e traga novas legiões de fãs!
Os Seis Ridículos
2.5 458 Assista AgoraRidículo como todo filme do Adam Sandler, mas divertido como todo filme do Adam Sandler, embora não seja um dos melhores deles. As melhores coisas são a atuação do Taylor Lautner e a
cena da decapitação do Harvey Keitel
Muita gente vai xingar a Netflix por lançar um filme do Adam Sandler ou se decepcionar esperando que pelo nome dela envolvido verão uma obra-prima do ator. Depois da obra-prima que foi "Beasts of no Nation", o primeiro filme original da empresa, a decepção é ainda maior. Mas é engraçado se falar de "selo Netflix de qualidade". Não leio por aí "selo Warner/Disney/Paramount/etc de qualidade". A meu ver, o diferencial da Netflix está mais na forma de distribuição (e em menor escala de liberdade de conteúdo) do que numa marca inserida no produto que está sendo vendido, como se isso ( o nome Netflix) ditasse a qualidade dele. Vejam: Marco Polo recebe muitas críticas negativas (não assisti essa série então não darei minha opinião se as críticas são justificadas ou não), mas continua sendo uma série original Netflix. Então essa crítica em cima do filme por ser produzido e distribuído pela Netflix é infundada. Julguem-o por ser uma comédia típica do Sandler, pro bem ou pro mal.
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista AgoraRealmente inferior às minhas expectativas, mas um filme com seus méritos.
Vamos aos pontos fracos:
-Créditos iniciais fracos (e isso porque eu até gostei da música do Sam Smith)
-Subutilização de atores fantásticos, como a Monica Belucci (principalmente depois do alarde desta ser uma bond-girl de meia idade), Andrew Scott e acima de tudo Christoph Waltz, o qual embora tenha uma introdução tão fantástica quanto a de Javier Bardem em Skyfall, aparece muito pouco em tela pra nos dar uma impressão mais duradoura. Felizmente estamos diante de um grande ator que faz muito com o pouco que tem. E que...
Pode ter a chance de dar as caras em futuros filmes da franquia
Morte patética do personagem do Scott, que como foi dito em uma resenha do filme era um vilão mais do que adequado aos tempos atuais para Bond. Além disso, o roteiro sequer se esmera em esconder sua dupla identidade como vilão, nos jogando na cara que ele é um traidor após o conveniente ataque à Cidade do Cabo. Isso sem contar a nada reveladora revelação da verdadeira identidade do Oberhauser, mas considerando que todo mundo esperava isso, não diria que é demérito do roteiro.
Falta de aprofundamento na relação passada de Bond e Oberhauser. Ficou uma revelação muito clichê, infelizmente. Além do que as supostas ligações entre os vilões dos filmes anteriores com a Spectre ficam extremamente vagas, forçadas até (embora eu confesse que já esperava por algo do tipo antes mesmo do filme ser anunciado com esse título).
-Clímax anticlimático e enorme uso da suspensão de descrença que contraria a abordagem mais "realista" (com ressalvas, é claro) dos filmes anteriores. Toda a sequência final em Londres ficou estranhamente apressada e encaixada no filme, em contraste com as sequências no covil da SPECTRE que foram de longe as melhores do filme (junto com a abertura, da qual falarei logo embaixo nos pontos positivos). Com um roteiro mais equilibrado e "enxugado", o filme poderia apresentar um ritmo mais dinâmico. Sem contar que...
como raios você deixa a garota sozinha na noite desse jeito, Bond? Depois não quer que os vilões a sequestrem. Se bem que ela também não foi muito inteligente na escolha. Pelo amor de Deus, né.
Agora, os pontos positivos.
-Craig. Seu Bond pode não ter aqui o desenvolvimento visto em Casino Royale e Skyfall, mas vemos um ator mais do que confortável em seu papel e provando ser um dos melhores 007 da franquia. Até porque não é qualquer um que cai em um sofá durante a destruição de um quarteirão ou cai numa rua após ejetar-se de um carro e ainda manter tamanha elegância. Será realmente chato não vê-lo mais no papel e espero que o próximo ator, seja lá quem for, dê conta do recado.
-Lea Seydoux, essa mulher maravilhosa. Podia ter aparecido mais? Podia. Sua relação com Bond podia ser melhor explorada? Podia. mas a atriz novamente faz muito com o que lhe é dado e vai além dos estereótipos das bond-girls. Além do que, ô mulher linda, na moral.
-Daev Bautista e Ben Whishaw. O primeiro poderia se encaixar no subutilizado ali em cima, mas dentro da proposta de personagem "assassino-mudo", faz um ótimo trabalho, valendo-se de sua impressionante força física em tela. E o segundo como o alívio cômico e gênio nerd da computação de que precisamos, ganhando aqui mais espaço em tela do que no filme anterior.
-A trilha sonora de Thomas Newman, que particularmente achei superior a de Skyfall.
-A abertura na Cidade do México. Infelizmente cheguei atrasado pra minha sessão do filme e perdi o tão elogiado plano-sequência que abre o filme, mas toda a sequência ficou impressionante. Assim como em Skyfall, nenhuma outra cena de ação no filme a bate.
-As homenagens aos filmes anteriores, em especial a "Moscou contra 007" na sequência do trem, ou o covil da Spectre (que sai de um vulcão para estar localizada em uma cratera).
-A direção do Sam Mendes. Pena que ele não vai voltar pra franquia.
-A fotografia do Hoyte Van Hoytema, especialmente quando ele usa as cores quentes, como nas sequências na Cidade do México e no Norte da África.
-A impressionante e assustadora cena em Roma que nos introduz a Spectre, "Oberhauser" e Jinx. Cena que resume a qualidade de algumas das atuações, a direção de Mendes, a trilha sonora de Newman e a fotografia de Hoytema.
Entre altos e baixos, o filme cria um final relativamente satisfatório, que abre uma brecha tanto pro retorno (cada vez mais improvável) de Craig como para um novo ator na pele do maior espião de todos os tempos. Resta saber, de acordo com os futuros resultados na bilheteria de 007, se a franquia ainda terá fôlego, e se no caso de continuar, se manterão uma "continuidade" ou rebootarão tudo de novo.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraAcho que não há um que não se sentiu identificado com pelo menos algum momento, alguma cena, alguma coisa desse filme. E é exatamente por isso, por ele falar tanto a nós, por sua abordagem (relativamente) inovadora em acompanhar o crescimento físico e pessoal de seus personagens, que se revela como uma obra-prima.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805 Assista AgoraMissão Impossível é uma franquia que nunca me decepcionou. Lembro-me muito bem de assistir o primeiro nos sábados à tarde na Globo e o segundo nos domingos na Temperatura Máxima. Sendo assim, é uma franquia que assisto desde pequenino, e mesmo com os longos intervalos entre seus filmes, fico no aguardo cada vez que um novo é lançado.
Em tempos em que franquias se desgastam já no seu segundo filme, fazendo você se perguntar "por que raios fazer mais um?" (resposta: dinheiro), vem MI e te mostra que ainda tem muito fôlego. Há uma certa "maldição" sobre quintos filmes, mas Nação Secreta se mostra uma mais que bem-vinda exceção à regra. E se depois de vinte anos a série ainda rende ótimas produções, sempre entre as melhores nos gêneros ação/espionagem, é muito em parte devido ao talento e a dedicação de Tom Cruise, que abraça essas obras como poucos fariam. Ele gosta de estar nesses filmes, gosta de atuar sem dublês (e é justamente por isso que a cena inicial dele pendurado no avião ou a do tanque d'água se tornam ainda melhores e memoráveis - sério, quase tive ataques de acrofobia e hidrofobia assistindo as duas cenas), e devemos admirá-lo por isso. Como o RottenTomatoes disse, ele é um astro de ação sem igual.
Mas Tom não é a única estrela do show. A novata Rebecca Ferguson é a personagem feminina mais forte que a franquia já teve, uma linda e mortal agente dupla que brinca conosco até os últimos momentos do filme. Afinal de contas, de que lado ela está? Não espere ver essa resposta tão facilmente respondida. Simon Pegg está em sua melhor forma aqui, não apenas como alívio cômico mas mostrando que é um agente e aliado inestimável para Ethan Hunt. Renner e Rhames, embora em papéis menores do que nos antecessores, conduzem muito bem como coadjuvantes, e Sean Harris manda muito bem como um vilão frio e calculista, o melhor dentre os cinco filmes depois do saudoso Phliph Seymour Hoffman em MI:3. No campo técnico, a trilha sonora de Joe Kraemer é a melhor da franquia desde a de Danny Elfman no primeiro filme, e o trabalho de Christopher McQuarrie como diretor e roteirista é mui digno de aplausos. O cara tem um grande talento pro cinema de ação, e é um nome com futuro. Será que pela primeira vez na série teremos um diretor dirigindo mais de um filme? Fica a dica aí, Paramount.
Esse ano ainda não me decepcionou em se tratando dos blockbusters pelos quais estava ansioso, e Nação Secreta é um dos melhores dele. Que a franquia permaneça assim revigorada, enquanto depender de seu grande nome, Tom Cruise. Afinal de contas, "impossível" é uma palavra que Ethan Hunt já riscou do seu dicionário há muito tempo.
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraUma das raras vezes em que esperava menos de um filme e acabei me surpreendendo positivamente. Passa longe de ser o melhor ou um dos melhores da franquia (os dois primeiros são obras-primas insuperáveis), mas posto de lado todo saudosismo irritante de fãs e a verdade dolorosa dos caça-níqueis que são essas franquias voltando às telonas, o filme consegue trazer uma nova e interessante abordagem. O maior problema está justamente no marketing, pois convenhamos que entregar o maior plot twist do filme já nos trailers é de uma idiotice inexplicável e sem tamanho - o que não é um problema exclusivo dessa produção, mas é algo comum nos blockbusters hollywoodianos.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraUm daqueles filmes pra explodir sua cabeça sem dó em piedade. Fui altamente surpreendido por esse roteiro intrincado.
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraMuito amor por esse filme e pela versão de "Tempo Perdido" que permeia a obra e que se encaixa perfeitamente com a temática dele. Muito amor pelas atuações (especialmente a do Wagner, sempre soberbo) e por ver uma obra de qualidade que deve servir pra valorizarmos o nosso cinema. Uma comédia, mas não boba, e sim inteligente e encantadora. Muito boa :)
Anjos da Lei 2
3.5 748 Assista AgoraNa minha opinião, o filme é tão bom quanto o primeiro, garantindo muitas risadas. A grande sacada dele é fazer as piadas auto-referenciais sobre os diversos aspectos e problemas das sequências hollywoodianas, brincando (e até mesmo subvertendo, mesmo que nisso acabe se tornando previsível) com o "mais do mesmo" visto na maioria delas. A química entre Hill e Tatum é ótima, uma perfeita definição de "bromance" - ainda que de forma quase exagerada, como se os dois fossem mais um casal do que irmãos mesmo. E além das atuações deles, ressalto a de Jillian Bell como uma universitária que beira o sadismo e Ice Cube roubando a cena. Ah, e os créditos finais satirizando as 3593036760 sequências produzindo em Hollywood é impagável.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraFinalmente testemunhei essa obra-prima! Que filmaço! Que insanidade! Um dos melhores do ano!
"Eu vivo, eu morro, eu vivo de novo"
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraQUE FILME! Tem clichê? Tem sim, senhor? Mas tem dinossauros tocando o terror, trilha sonora massa, referências ao inigualável primeiro filme, hype sendo saciado? Tem também! Vale a pena ver, e é digno de todos os recordes de bilheteria que está quebrando! Que venha sequências no mesmo nível! <3
Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível
3.2 737 Assista AgoraSabe aquela amarga impressão de que o filme não é ruim, mas poderia ter sido MUITO melhor? Então, poucas vezes senti isso de uma forma tão nítida como com Tomorrowland.
Vamos ignorar o fato de que o marketing nos vendeu um filme diferente daquele que assistimos no cinema e nos concentrar na verdade: tratava-se de uma obra com potencial. História interessante, personagens em sua maioria cativantes (pelo menos as de Britt Robertson e Raffey Cassidy, esta o grande destaque do filme), efeitos visuais e produções incríveis. Certo. Mas o desenvolvimento é extremamente irregular. O prólogo até impressiona, mas me soa bastante desnecessário. 15 minutos que incharam o filme e que poderiam ter sido recapitulados
nas conversas entre Frankie e Athena ao longo do filme, destacando a mágoa dele em ser expulso de Tomorrowland e explorando mais a missão dela no nosso mundo e também explicando como se deu a saída dela daquele universo.
Embora o filme realmente se destaque no foco em diálogos ao invés da ação exagerada que contamina Hollywood hoje em dia, não há como negar que o ritmo não se sustenta. A própria Tomorrowland aparece muito menos do que deveria, ainda mais se considerando que ela não é um segredo guardado a sete chaves ou algo assim. Isso me entristece, considerando que eu partilho do ponto de vista dos personagens de preferir essa visão clássica e até utópica de futuro às sombrias de hoje em dia (mesmo que eu ame muitas obras de distopia). Por fim, há diversos futuros no roteiro inconsistente e mal-trabalhado, especialmente no que diz respeito à própria Tomorrowland. Senti que poderiam ter sido dado muito mais informações sobre aquele universo. É um grande desperdício de potencial, a meu ver.
Pondo na balança, há uma série de pontos positivos, mas os negativos me incomodam muito pra que eu dê uma classificação maior ao filme. Foi bom? Até certo ponto, sim. Poderia ter sido melhor? Ô, com certeza. Poderia até haver uma sequência que explorasse maior toda a mitologia com potencial pra ser construída em torno de Tomorrowland, mas duvido que haverá uma diante das bilheterias desastrosas do filme. É uma pena.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraSegunda vez na vida que um filme me faz chorar. Mesmo que tenha tido meus momentos de Alegria (especialmente nas partes aonde são mostrados os centros de comando das mentes de outras pessoas além da Riley), fui especialmente tocado pelas cenas aonde a Tristeza falou mais forte, como
quando a Alegria percebe a importância da Tristeza pro bom funcionamento da Riley (mostrando uma ideia inversa aos ideais banais e enganosos de felicidade destes dias) e Bing-Bong se sacrifica pra ela conseguir sair do abismo do esquecimento
e
quando a Riley finalmente se abre, em meio às lágrimas resultantes da breve liderança da Tristeza, com os pais sobre o desejo de voltar pra Minnesota
As lágrimas não foram muitas, mas foram inevitáveis e significativas. De uma forma especial esse filme falou comigo, ao tratar de temas como mudança - não apenas de cidade, como de vida no geral - e sobre a transição para uma nova fase da vida. Então é brilhante ver como as ações das cinco emoções representadas e tantos outros conceitos abstratos sobre nossa mente são traduzidos nas ações e pensamentos de Riley, em seu modo de agir a partir do momento em que sua vida dá uma guinada. Então, em alguns momentos me senti representado na pequena Riley, e dessa empatia resultaram minhas lágrimas, tanto de tristeza e de saudosismo, quanto de alegria pelo que está por vir.
E é por isso que mesmo não sendo um dos filmes mais engraçados da Pixar, este se tornou um dos meus favoritos pela temática ambiciosa e magnificamente representada e por essa construção única desse mundo complexo e tão peculiar que é a mente humana, traduzida de uma forma que todas as idades, do mais novo ao mais velho (apesar de que quanto mais velho, mais fácil de se captar a mensagem). Portanto, 5 estrelas e uma adição aos meus favoritos mais do que merecida pra essa obra-prima que mostra a Pixar de volta ao jogo pelo trono que lhe é seu por direito.
Ps.:
Percebam como a família é o cerne e a grande mensagem dos filmes do estúdio. Eu sinceramente já esperava que a ilha da família fosse a única a não ser destruída, mas ao mesmo tempo me gratifica ver como a Pixar sabe trabalhar esse conceito e trazê-lo de uma forma central em seus filmes. E mais uma vez me senti representado, pois em muitas ocasiões, quando me sentia desamparado e sozinho, podia contar com a minha família como um porto seguro, mesmo a quilômetros de distância. E esse amor jamais deve ser abalado.
Banzé no Oeste
3.7 117 Assista AgoraEu tenho um fraco por comédias pastelão, então já é meio caminho andado com esse filme. Ri do começo ao fim, com tantas referências, piadas escrachadas ("quantas vezes já disse pra lavar as mãos depois de queimar as cruzes?"), metalinguagem (especialmente no final insano) e anacronismos ("devo ter matado mais pessoas que o Cecil B. DeMille"). Enfim, uma comédia sensacional, divertida, repleta de altas doses de ironia e críticas ("espero que não conte a ninguém que conversamos"), vale muito a pena ver se o gênero for do seu agrado.
Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraFinalmente tive a honra de assistir esse clássico. E que obra-prima sensacional!
Uma referência pro gênero do faroeste como um todo, o filme é definitivamente o mais representativo e conhecido do gênero "spaguetti western". A trilha sonora clássica do Morricone (vai dizer que tu não tem vontade de assobiar o tema do filme?), os duelos sensacionais (em especial o último, provavelmente o melhor e mais tenso impasse mexicano de todos os tempos), as atuações estupendas do trio principal Eastwood, Wallach (especialmente este) e Van Cleef... impossível não amar esse filme, não ser envolvido em suas três horas. Tudo o que um bom faroeste deve ser, e muito mais. 5 estrelas!
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraMEUA MIGO A CENA DA IGREJA