Gostei muito deste clássico que ainda não tinha visto. Lindamente filmado e muito bem montado, teleobjetivas usadas numa época que não era muito comum, as composições de quadro sempre recheadas de coisas acontecendo nos diferentes planos de profundidade, enquadramentos abertos justapostos a outros mais fechados durante as cenas de confronto, reforçando a ideia de muitos bandidos contra um pequeno contingente; uma movimentação de grupo linda e orgânica...
Gostei de como cada um dos samurais é apresentado e desenvolvido, assim como a relação deles com a aldeia, criando um senso de familiaridade que só aumenta a tensão para o showdown que está por vir. O Samurai jovem lá no seu arco de passagem para a vida adulta através do amor, traz uma dimensão mais individual para um enredo que trabalha mais com o senso de colaboração em conjunto; Kikuchiyo e suas camadas, tão interessante, Toshiro Mifune enche a tela, com esse personagem cativante e que tem o melhor tratamento do roteiro, sempre querendo provar seu valor para seus pares. Me apaixonei por ele.
O elenco todo é muito bom, a música... A história evoca muitos filmes que vieram depois que se baseiam nessa estrutura de escalar uma equipe de justiceiros para enfrentar uma ameaça maior - de imediato já lembro de "Vida de inseto" (1997) e "Os Vingadores" (2012). A influência no cinema do ocidente é realmente gigante.
Tem um ou outro momento inspirado (como aquela cena do prego), um elenco competente e uma premissa curiosa. Os personagens têm personalidades instigantes, entretanto não são desenvolvidas satisfatoriamente. Não curti a direção, o design de produção, o senso de humor dark, Samara Weaving não me cativa... pelo menos é despretensioso.
Poderia ser brilhante... não chega a ser ruim, só achei fraco.
Vi antes da estreia de "Pânico" (2022) e não me deixou muito animado com o que esses diretores poderiam fazer pela franquia - o que acabou se confirmando, na minha opinião.
Acho que esse foi o segundo "Freddy" que assisti ainda criança e lembro que a cena do Carlos morrendo com aquele aparelho auditivo me deu medo na época e desliguei a TV. Reassisti hoje e ela até que não envelheceu mal, uma das únicas legais do filme. Só essa e a do avião no início.
Não curti o elenco, o roteiro de novo com essas coisa de filho/filha... acho tão chato esse rumo que a franquia tomou. As cenas em 3D... caça-níquel barato. A maquiagem de Fred aqui é quase uma "máscara" (acredito que a pedido de Robert Englund), o que diminuiu seu aspecto grotesco, algo que eu considero essencial. O tom declaradamente cartunesco na morte do Breckin Meyer dentro do videogame até poderia funcionar, afinal sempre houve um aspecto de comédia dark na franquia, mas não curti a direção da Rachel Talalay.
O clímax menos empolgante de toda a franquia, certamente. O compilado de "melhores momentos" dos créditos finais conseguiu ser melhor.
Começou morno, com sustos pouco eficazes e um roteiro que, apesar de meio truncado, buscava desenvolver personagem e suas relações. Depois da primeira hora, as coisas vão se desenrolando e a história finalmente ganha corpo.
A inserção de um loop temporal e um fantasma crossdresser obrigado a se montar pela mãe foi algo inesperado e positivo.
Sempre gosto de como a direção do James Wan toma a frente em qualquer projeto dele: a maneira como ele posiciona a câmera, a mise-en-scene, a decupagem do roteiro... Jason Blum e ele têm essa pegada de terror à moda antiga, como na franquia "Invocação do Mal", que, paradoxalmente, traz algo 'fresh' para o gênero, algo que ninguém mais está fazendo.
Chega a ser desesperador como continua tão atual essa trama de misoginia, gaslighting, estupro, etc. Direção perturbadora e atmosférica de Polanski. Atuação vulnerável, delicada e super cativante de Mia Farrow. John Cassavetes está um canalha sedutor e intimidante. Aqueles vizinhos são o que há de mais sinistro. Filmaço cheio de cenas memoráveis.
Esta foi, talvez, a maior contribuição de Polanski para o feminismo antes de ele mesmo se revelar um monstro.
Sou apaixonado pelo plano-sequência musical de abertura, imagino o pesadelo logístico para dirigir aquilo. A noção de ritmo que Damien Chazelle imprime - seja em cenas musicais ou não - é notável, mesmo sem recorrer com frequência à edição para tal. As homenagens ao jazz e à old Hollywood (cinema e lugar) são irresistíveis, assim como as atuações de Emma Stone e Ryan Goslin. Uma direção de arte belíssima e cinematografia idem, a trilha sonora impecável e um texto esperto. O uso encantador das locações, o mote do sonho, o estilo de direção de Chazelle... tudo neste filme é muito charmoso e traz aquela magia do cinema.
Stop-motion é, talvez, a técnica de animação mais cativante e capaz de imprimir sentimento com bem pouco e aqui não é diferente. O roteiro poderia ter um acabamento melhor, entretanto faz o suficiente para entreter por 6 minutos.
Lúdico, imaginativo e com sentimento e reverência na medida certa. Ter sido realizado por alunos de escola pública só torna o projeto mais impressionante e simpático.
Belíssimo exercício de coloração feito por Lumière, que coloriu 1.584 frames manualmente para obter este resultado impressionante e poético. Simplesmente arrebatador.
Mais um dos exercícios do diretor. Achei o efeito prático da punhalada bem realizado. Minha opinião técnica é que o ator que faz a vítima é um gostoso.
Terminei a segunda (e última até agora) temporada de "Filhos da Pátria" e... Nossa que jornada agridoce. Todos os paralelos óbvios dos ciclos que nosso país está fadado a repetir, satirizados a partir de uma família tradicional de classe média cuja matriarca (Fernanda Torres absolutamente brilhante) sonha com ascensão social a qualquer custo, e que flerta com a corrupção-nossa-de-cada-dia para atingir esse objetivo. Tudo isso enquanto o Brasil passa por mudanças definitivas, como a Independência de Portugal na 1ª temporada, e o início da ditadura na 2ª. Claro que os períodos históricos são apenas alegorias certeiras para o que acontecia no Brasil de 2017 e 2019, respectivamente. Mencionei Fernanda porque ela é um acontecimento, mas todo o elenco está fabuloso, Jéssica Ellen e Karine Teles roubam quaisquer cenas em que aparecem.
Uma equipe talentosíssima, Bruno Mazzeo escreve, Maurício Farias dirigindo... Perfeição! Série inteligente, necessária, faz rir, emociona, indigna... E dá um alívio saber que esse surto coletivo está acabando... 💟
Terminei a segunda (e última até agora) temporada de "Filhos da Pátria" e... Nossa que jornada agridoce. Todos os paralelos óbvios dos ciclos que nosso país está fadado a repetir, satirizados a partir de uma família tradicional de classe média cuja matriarca (Fernanda Torres absolutamente brilhante) sonha com ascensão social a qualquer custo, e que flerta com a corrupção-nossa-de-cada-dia para atingir esse objetivo. Tudo isso enquanto o Brasil passa por mudanças definitivas, como a Independência de Portugal na 1ª temporada, e o início da ditadura na 2ª. Claro que os períodos históricos são apenas alegorias certeiras para o que acontecia no Brasil de 2017 e 2019, respectivamente. Mencionei Fernanda porque ela é um acontecimento, mas todo o elenco está fabuloso, Jéssica Ellen rouba quaisquer cenas em que aparece.
Mesmo eu achando que esta segunda não está tão bem escrita quanto a primeira, ainda se faz necessária, faz rir, emociona, indigna... Mas dá um alívio saber que esse surto coletivo está acabando... 💟
Música atmosférica, segmentos irregulares como em toda antologia. A dublagem clássica da versão que assisti no YouTube foi um dos maiores atrativos.
A primeira história, "Assassinato por escrito", é bem creepy e a conclusão surpreendeu; "Museu de cera" conta com a presença ilustre de Peter Cushing, contudo foi o que menos agradou. Previsível, lenta e desinteressante; "Doces para um doce", com Christopher Lee, é o melhor episódio, com um mistério macabro e desfecho idem; O último causo, "O Manto", no qual um ator-estrela é transformado em vampiro ao usar uma capa mágica, parece ter sido pensado para satirizar o papel icônico de Lee, mas como o astro escolheu a outra história mais bem escrita, o papel do ficou nas mãos de Jon Pertwee. O tom de chanchada parece de uma produção nacional daquela década, mas o argumento é muito básico, não curti.
Não acredito que estou prestes a dizer isso, mas estou surpreso que não é tão ruim quanto eu esperava, levando em consideração que: 1) mexeram na origem/essência de Chucky, que foi de um boneco normal possuído pelo espírito de um assassino, para um boneco hi-tech que perde o controle (desde que eu soube dessa nova premissa, já tinha decidido que odiava o filme antes de ver); e 2) Que porra de rosto é aquele??
O motivo pelo qual o boneco perde tudo - um empregado da fábrica é demitido e, como vingança, desativa todos os protocolos inibidores de violência do brinquedo -, nem foi difícil de engolir, o que desceu quadrado foi o motivo de ele existir em primeiro lugar, e para qual público ele estava sendo marketado!? Além disso, todas aquelas pessoas loucas por um produto feio desse como se fosse o novo iPhone??
O que eu gostei: bom elenco, bons personagens, boas mortes, o humor do filme também me pegou e Mark Hamill como Chucky fez um excelente trabalho substituindo o icônico Brad Douriff! Seu texto tem boas sacadas; tudo que envolveu a "melancia" embalada para presente foi tenso e engraçado na mesma medida.
No final, terminei mais satisfeito do que entrei. Quem diria.
Duas palavras que, a partir deste momento, moram nos meus pesadelos: Baby Krueger.
Nunca ficam claros os mecanismos que trazem Freddy de volta, é tudo meio aleatório, "ah ele voltou porque os roteiristas quiseram e ponto"... enfim, anos 80.
Uma coisa que continua funcional é o trabalho de câmera da franquia, desta vez com muito mais câmera-na-mão e, junto com os efeitos especiais e a montagem, trazem aquela atmosfera surreal dos pesadelos 'Freddianos'.
Para assistir a um slasher dessa época a suspensão de descrença é sua melhor amiga; de que outra forma seria possível engolir
Alice caindo nas meeesmas armadilhas depois do que passou no 4, tipo, seguir uma criança misteriosa numa noite enevoada? E não seria mais fácil Alice ter tentado acordar o Mark do que se transportar para o sonho com ele??
E esse novo grupinho de amigos seguindo a meesmíssima configuração do filme anterior (ainda que Yvonne não tenha 1g do carisma de Sheila)?... Tem que embarcar para tirar um mínimo de diversão.
Por fim, destaco aquelas escadarias impossíveis no clímax, amo esse conceito e fica perfeito em sonhos. Mas o que estava acontecendo ali nunca empolga de fato, visto que previsível e uma cópia quase idêntica do anterior.
Apesar de chegar ao quinto volume ainda tendo a criatividade das mortes como seu principal atrativo, o tom derrapa no farsesco do jeito errado em muitos momentos e Freddy está sem credibilidade na praça.
O set da Mansão Hill (do brilhante Eugenio Zanetti) é impressionante em escopo e detalhes, o diretor Jan de Bont tem vasta experiência como DoP e compõe planos belíssimos; e a trilha sonora de Jerry Goldsmith amplia o senso de grandiosidade e espetáculo... Uma pena que esses mesmos elementos aproximem o filme mais de uma aventura de fantasia family-friendly com a cara da Dreamworks de Spielberg do que de um terror de casa mal-assombrada propriamente dito.
O diretor parece ter muita proficiência na parte mais técnica, de visual, montagem e ritmo (vide sua filmografia baseada em filmes de ação), mas peca na construção das personagens ou de uma atmosfera arrepiante - que é o mínimo que se espera. E a cereja estragada neste bolo são os efeitos visuais em CGI - novidades irresistíveis na segunda metade dos anos 90 -, que reforçam a sensação de atração de parque de diversões. A junção de sustos à moda antiga com a tecnologia da virada do milênio foi um equívoco descomunal.
Vamos deixar claro uma coisa: Lili Taylor e Zeta-Jones são péssimas scream queens. Lili, porém, faz de Nell uma personagem bem menos irritante que sua contraparte do filme de 1963, enquanto Zeta-Jones traz algo da sedução empolgante da Theo do original, mas sem tanto charme. O roteiro e a direção esvaziam sua personagem do ar misterioso que fez dela um ícone bi muito à frente do seu tempo, substituindo sua tensão sexual com Nell por cenas que só causam constrangimento, apresentando-nos uma versão ironicamente muito mais conservadora que a do filme de 1963. Liam Neeson e Owen Wilson fazem um arroz com feijão e não atrapalham, mas nem de longe são tão marcantes quanto as únicas falas da Sra. Dudley vivida por Marian Seldes, que deixou uma impressão e tanto com o mesmíssimo texto do original. E ainda tem o cameo de Virginia Madsen ("Candyman"), uma das atrizes mais lindas do terror.
O roteiro guarda algumas similaridades com a sua inspiração dos anos 60, mas adiciona explicações forçadas e desnecessárias para o background da casa e a origem da assombração, num mistério que não engaja. Um filme vistoso e estranho onde os arrepios nunca vêm de fato.
durante o que descobrimos ser um pesadelo estendido de Laurie,
e que termina por servir apenas como homenagem ao legado do segundo filme da série original, passado quase todo dentro do hospital.
Doctor Loomis re-reimaginado agora como uma versão mais odiosa da Gale Weathers de "Pânico" (mas sem ⅓ do charme da repórter), capitaliza em cima do massacre de Michael sem nenhum remorso, algo impensável no Loomis de Donald Pleasence. Louco esclerosado sim, ganancioso sem caráter, não. Essas novas interpretações de caminhos que certos personagens poderiam ter pego dado o contexto são comuns em reboots e remakes, porém esta aqui fez dele uma caricatura de si mesmo e desagradou demais.
O filme não nos dá um único personagem por quem torcer (Octavia Spencer, a mais carismática do elenco, faz apenas um cameo), precisei me agarrar ao xerife Brad "Chucky" Douriff e sua filha Danielle Harris (atriz veterana da franquia) para criar qualquer laço de identificação.
Fotografia escura e suja, sem a inspiração do anterior, toda aquela baboseira sobrenatural, visões compartilhadas ou surto coletivo com a mãe e Michael criança... pareceu a viagem que foi o sexto filme e apenas uma desculpa para a esposa do diretor ter algum papel, mas fez zero sentidos aquilo. Nem o gore extremo consegue salvar o filme. Terceiro pior da franquia, atrás do 6 e do "Resurrection", um lixo total.
Sensacional tema orquestral nos créditos de abertura creditado ao competente Christopher Young. A maquiagem continua sendo o departamento mais bem realizado da franquia e gosto de como a montagem resolve as sequências de terror envolvendo efeitos práticos, com close-ups e reações.
A trama é qualquer nota, com toda sorte de incongruência de roteiro, tendo como única redenção nos jogar no inferno dimensional cheio de labirintos, uma criação impressionante para o baixo orçamento do filme. Me atrai esse aspecto Lovecraftiano e BDSM-ish desse universo, mas acho que para por aí.
A protagonista Kristy (Ashley Laurence I) é linda com um quê de Winona Ryder, mas a madrasta bitch vivida com certo comprometimento por Clare Higgins é quem rouba a cena aqui. Gostei de rever o uncle Frank por nenhum motivo em particular.
Pinhead e os cenobitas não sendo os "big bads" da coisa toda é um pouco decepcionante, passando para o lado de Kristy em um momento bem "Super Xuxa contra Baixo-astral".
O vilão Leviathan já estava me irritando na segunda frase de efeito envolvendo o universo cirúrgico, no melhor estilo Freddy Krueger... Mas, de novo, os efeitos envolvendo o personagem são divertidos e inquietantes.
De alguma forma este não decaiu tanto em relação ao primeiro (o que não é dizer muito), sendo uma body horror fest com efeitos que me agradam até hoje e qualquer coisa escrita em volta disso tudo para justificar a realização do filme.
Direção de arte ostensiva, capturada por planos bem compostos e lindamente iluminados foram o que mais gostei no filme. Aplaudo também o tratamento dado à personagem Theo nas sugestões muito bem encaixadas de sua sexualidade "desviante" em plenos anos 60 para burlar a censura imposta pelo código Hays. E, para fãs de "A Maldição da Residência Hill", adaptação excelente de Mike Flanagan para a Netflix, ficam evidentes aqui muitas das inspirações do diretor, as estátuas, a dança de Nell, a escada em espiral... são muitas, e encontrá-las foi divertido.
Considerando que este foi um dos filmes que escreveram a cartilha do "horror de casa mal-assombrada", é de se admirar o que o diretor Robert Wise alcança estabelecendo tropos que são usados até hoje. Apesar de diálogos algo repetitivos, pouca ação de fato a maior parte da projeção e uma protagonista insuportável, os 20 minutos finais são bem tensos e fazem jus ao termo "clímax".
Quero ver agora a famigerada adaptação de Jan De Bont de 1999.
Os Sete Samurais
4.5 404Gostei muito deste clássico que ainda não tinha visto. Lindamente filmado e muito bem montado, teleobjetivas usadas numa época que não era muito comum, as composições de quadro sempre recheadas de coisas acontecendo nos diferentes planos de profundidade, enquadramentos abertos justapostos a outros mais fechados durante as cenas de confronto, reforçando a ideia de muitos bandidos contra um pequeno contingente; uma movimentação de grupo linda e orgânica...
Gostei de como cada um dos samurais é apresentado e desenvolvido, assim como a relação deles com a aldeia, criando um senso de familiaridade que só aumenta a tensão para o showdown que está por vir. O Samurai jovem lá no seu arco de passagem para a vida adulta através do amor, traz uma dimensão mais individual para um enredo que trabalha mais com o senso de colaboração em conjunto; Kikuchiyo e suas camadas, tão interessante, Toshiro Mifune enche a tela, com esse personagem cativante e que tem o melhor tratamento do roteiro, sempre querendo provar seu valor para seus pares. Me apaixonei por ele.
O elenco todo é muito bom, a música... A história evoca muitos filmes que vieram depois que se baseiam nessa estrutura de escalar uma equipe de justiceiros para enfrentar uma ameaça maior - de imediato já lembro de "Vida de inseto" (1997) e "Os Vingadores" (2012). A influência no cinema do ocidente é realmente gigante.
Casamento Sangrento
3.5 950 Assista AgoraTem um ou outro momento inspirado (como aquela cena do prego), um elenco competente e uma premissa curiosa. Os personagens têm personalidades instigantes, entretanto não são desenvolvidas satisfatoriamente. Não curti a direção, o design de produção, o senso de humor dark, Samara Weaving não me cativa... pelo menos é despretensioso.
Poderia ser brilhante... não chega a ser ruim, só achei fraco.
Vi antes da estreia de "Pânico" (2022) e não me deixou muito animado com o que esses diretores poderiam fazer pela franquia - o que acabou se confirmando, na minha opinião.
A Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final, A Morte de …
3.0 376 Assista AgoraAcho que esse foi o segundo "Freddy" que assisti ainda criança e lembro que a cena do Carlos morrendo com aquele aparelho auditivo me deu medo na época e desliguei a TV. Reassisti hoje e ela até que não envelheceu mal, uma das únicas legais do filme. Só essa e a do avião no início.
Não curti o elenco, o roteiro de novo com essas coisa de filho/filha... acho tão chato esse rumo que a franquia tomou. As cenas em 3D... caça-níquel barato. A maquiagem de Fred aqui é quase uma "máscara" (acredito que a pedido de Robert Englund), o que diminuiu seu aspecto grotesco, algo que eu considero essencial. O tom declaradamente cartunesco na morte do Breckin Meyer dentro do videogame até poderia funcionar, afinal sempre houve um aspecto de comédia dark na franquia, mas não curti a direção da Rachel Talalay.
O clímax menos empolgante de toda a franquia, certamente. O compilado de "melhores momentos" dos créditos finais conseguiu ser melhor.
Sobrenatural: Capítulo 2
3.4 1,2K Assista AgoraComeçou morno, com sustos pouco eficazes e um roteiro que, apesar de meio truncado, buscava desenvolver personagem e suas relações. Depois da primeira hora, as coisas vão se desenrolando e a história finalmente ganha corpo.
A inserção de um loop temporal e um fantasma crossdresser obrigado a se montar pela mãe foi algo inesperado e positivo.
Sempre gosto de como a direção do James Wan toma a frente em qualquer projeto dele: a maneira como ele posiciona a câmera, a mise-en-scene, a decupagem do roteiro... Jason Blum e ele têm essa pegada de terror à moda antiga, como na franquia "Invocação do Mal", que, paradoxalmente, traz algo 'fresh' para o gênero, algo que ninguém mais está fazendo.
Gostei bem mais desse que do primeiro.
O Bebê de Rosemary
3.9 1,9K Assista AgoraChega a ser desesperador como continua tão atual essa trama de misoginia, gaslighting, estupro, etc. Direção perturbadora e atmosférica de Polanski. Atuação vulnerável, delicada e super cativante de Mia Farrow. John Cassavetes está um canalha sedutor e intimidante. Aqueles vizinhos são o que há de mais sinistro. Filmaço cheio de cenas memoráveis.
Esta foi, talvez, a maior contribuição de Polanski para o feminismo antes de ele mesmo se revelar um monstro.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraSou apaixonado pelo plano-sequência musical de abertura, imagino o pesadelo logístico para dirigir aquilo.
A noção de ritmo que Damien Chazelle imprime - seja em cenas musicais ou não - é notável, mesmo sem recorrer com frequência à edição para tal. As homenagens ao jazz e à old Hollywood (cinema e lugar) são irresistíveis, assim como as atuações de Emma Stone e Ryan Goslin.
Uma direção de arte belíssima e cinematografia idem, a trilha sonora impecável e um texto esperto.
O uso encantador das locações, o mote do sonho, o estilo de direção de Chazelle... tudo neste filme é muito charmoso e traz aquela magia do cinema.
Cat in the Bag
3.2 1 Assista AgoraStop-motion é, talvez, a técnica de animação mais cativante e capaz de imprimir sentimento com bem pouco e aqui não é diferente. O roteiro poderia ter um acabamento melhor, entretanto faz o suficiente para entreter por 6 minutos.
As Curvas de Niemeyer
3.0 1Lúdico, imaginativo e com sentimento e reverência na medida certa. Ter sido realizado por alunos de escola pública só torna o projeto mais impressionante e simpático.
Os Dementes
1.7 188 Assista AgoraDesde a direção, passando por roteiro, atuações, maquiagem e efeitos, absolutamente nada funciona neste "filme", que ainda
consegue irritar com seu final falso metido a espertinho
Nocturne
3.3 60Alguns planos bonitos, som bem trabalhado, bem atmosférico e misterioso. Difícil de tirar alguma conclusão além disso.
A Dança Serpentina
4.4 75Belíssimo exercício de coloração feito por Lumière, que coloriu 1.584 frames manualmente para obter este resultado impressionante e poético. Simplesmente arrebatador.
Assassinato
2.7 10Mais um dos exercícios do diretor. Achei o efeito prático da punhalada bem realizado. Minha opinião técnica é que o ator que faz a vítima é um gostoso.
Interrompendo a Festa
3.1 11Para mim, este curta é só experimentalismo, exercício de decupagem, montagem e edição de som. Bela fotografia em preto-e-branco.
Um Sorriso
3.0 14Uma vez pervertido....
Filhos da Pátria (1ª Temporada)
4.2 16Terminei a segunda (e última até agora) temporada de "Filhos da Pátria" e... Nossa que jornada agridoce.
Todos os paralelos óbvios dos ciclos que nosso país está fadado a repetir, satirizados a partir de uma família tradicional de classe média cuja matriarca (Fernanda Torres absolutamente brilhante) sonha com ascensão social a qualquer custo, e que flerta com a corrupção-nossa-de-cada-dia para atingir esse objetivo.
Tudo isso enquanto o Brasil passa por mudanças definitivas, como a Independência de Portugal na 1ª temporada, e o início da ditadura na 2ª. Claro que os períodos históricos são apenas alegorias certeiras para o que acontecia no Brasil de 2017 e 2019, respectivamente.
Mencionei Fernanda porque ela é um acontecimento, mas todo o elenco está fabuloso, Jéssica Ellen e Karine Teles roubam quaisquer cenas em que aparecem.
Uma equipe talentosíssima, Bruno Mazzeo escreve, Maurício Farias dirigindo... Perfeição! Série inteligente, necessária, faz rir, emociona, indigna... E dá um alívio saber que esse surto coletivo está acabando... 💟
Filhos da Pátria (2ª Temporada)
4.4 7Terminei a segunda (e última até agora) temporada de "Filhos da Pátria" e... Nossa que jornada agridoce.
Todos os paralelos óbvios dos ciclos que nosso país está fadado a repetir, satirizados a partir de uma família tradicional de classe média cuja matriarca (Fernanda Torres absolutamente brilhante) sonha com ascensão social a qualquer custo, e que flerta com a corrupção-nossa-de-cada-dia para atingir esse objetivo.
Tudo isso enquanto o Brasil passa por mudanças definitivas, como a Independência de Portugal na 1ª temporada, e o início da ditadura na 2ª. Claro que os períodos históricos são apenas alegorias certeiras para o que acontecia no Brasil de 2017 e 2019, respectivamente.
Mencionei Fernanda porque ela é um acontecimento, mas todo o elenco está fabuloso, Jéssica Ellen rouba quaisquer cenas em que aparece.
Mesmo eu achando que esta segunda não está tão bem escrita quanto a primeira, ainda se faz necessária, faz rir, emociona, indigna... Mas dá um alívio saber que esse surto coletivo está acabando... 💟
A Casa que Pingava Sangue
3.5 77 Assista AgoraMúsica atmosférica, segmentos irregulares como em toda antologia. A dublagem clássica da versão que assisti no YouTube foi um dos maiores atrativos.
A primeira história, "Assassinato por escrito", é bem creepy e a conclusão surpreendeu;
"Museu de cera" conta com a presença ilustre de Peter Cushing, contudo foi o que menos agradou. Previsível, lenta e desinteressante;
"Doces para um doce", com Christopher Lee, é o melhor episódio, com um mistério macabro e desfecho idem;
O último causo, "O Manto", no qual um ator-estrela é transformado em vampiro ao usar uma capa mágica, parece ter sido pensado para satirizar o papel icônico de Lee, mas como o astro escolheu a outra história mais bem escrita, o papel do ficou nas mãos de Jon Pertwee. O tom de chanchada parece de uma produção nacional daquela década, mas o argumento é muito básico, não curti.
Gostei de ter visto, mas não mudou a linha vida.
Brinquedo Assassino
2.7 612 Assista AgoraNão acredito que estou prestes a dizer isso, mas estou surpreso que não é tão ruim quanto eu esperava, levando em consideração que: 1) mexeram na origem/essência de Chucky, que foi de um boneco normal possuído pelo espírito de um assassino, para um boneco hi-tech que perde o controle (desde que eu soube dessa nova premissa, já tinha decidido que odiava o filme antes de ver); e 2) Que porra de rosto é aquele??
O motivo pelo qual o boneco perde tudo - um empregado da fábrica é demitido e, como vingança, desativa todos os protocolos inibidores de violência do brinquedo -, nem foi difícil de engolir, o que desceu quadrado foi o motivo de ele existir em primeiro lugar, e para qual público ele estava sendo marketado!? Além disso, todas aquelas pessoas loucas por um produto feio desse como se fosse o novo iPhone??
O que eu gostei: bom elenco, bons personagens, boas mortes, o humor do filme também me pegou e Mark Hamill como Chucky fez um excelente trabalho substituindo o icônico Brad Douriff! Seu texto tem boas sacadas; tudo que envolveu a "melancia" embalada para presente foi tenso e engraçado na mesma medida.
No final, terminei mais satisfeito do que entrei. Quem diria.
A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy
3.0 298 Assista AgoraDuas palavras que, a partir deste momento, moram nos meus pesadelos: Baby Krueger.
Nunca ficam claros os mecanismos que trazem Freddy de volta, é tudo meio aleatório, "ah ele voltou porque os roteiristas quiseram e ponto"... enfim, anos 80.
Uma coisa que continua funcional é o trabalho de câmera da franquia, desta vez com muito mais câmera-na-mão e, junto com os efeitos especiais e a montagem, trazem aquela atmosfera surreal dos pesadelos 'Freddianos'.
Para assistir a um slasher dessa época a suspensão de descrença é sua melhor amiga; de que outra forma seria possível engolir
Alice caindo nas meeesmas armadilhas depois do que passou no 4, tipo, seguir uma criança misteriosa numa noite enevoada? E não seria mais fácil Alice ter tentado acordar o Mark do que se transportar para o sonho com ele??
Por fim, destaco aquelas escadarias impossíveis no clímax, amo esse conceito e fica perfeito em sonhos. Mas o que estava acontecendo ali nunca empolga de fato, visto que previsível e uma cópia quase idêntica do anterior.
Apesar de chegar ao quinto volume ainda tendo a criatividade das mortes como seu principal atrativo, o tom derrapa no farsesco do jeito errado em muitos momentos e Freddy está sem credibilidade na praça.
A Casa Amaldiçoada
2.7 321 Assista AgoraO set da Mansão Hill (do brilhante Eugenio Zanetti) é impressionante em escopo e detalhes, o diretor Jan de Bont tem vasta experiência como DoP e compõe planos belíssimos; e a trilha sonora de Jerry Goldsmith amplia o senso de grandiosidade e espetáculo... Uma pena que esses mesmos elementos aproximem o filme mais de uma aventura de fantasia family-friendly com a cara da Dreamworks de Spielberg do que de um terror de casa mal-assombrada propriamente dito.
O diretor parece ter muita proficiência na parte mais técnica, de visual, montagem e ritmo (vide sua filmografia baseada em filmes de ação), mas peca na construção das personagens ou de uma atmosfera arrepiante - que é o mínimo que se espera. E a cereja estragada neste bolo são os efeitos visuais em CGI - novidades irresistíveis na segunda metade dos anos 90 -, que reforçam a sensação de atração de parque de diversões. A junção de sustos à moda antiga com a tecnologia da virada do milênio foi um equívoco descomunal.
Vamos deixar claro uma coisa: Lili Taylor e Zeta-Jones são péssimas scream queens. Lili, porém, faz de Nell uma personagem bem menos irritante que sua contraparte do filme de 1963, enquanto Zeta-Jones traz algo da sedução empolgante da Theo do original, mas sem tanto charme. O roteiro e a direção esvaziam sua personagem do ar misterioso que fez dela um ícone bi muito à frente do seu tempo, substituindo sua tensão sexual com Nell por cenas que só causam constrangimento, apresentando-nos uma versão ironicamente muito mais conservadora que a do filme de 1963. Liam Neeson e Owen Wilson fazem um arroz com feijão e não atrapalham, mas nem de longe são tão marcantes quanto as únicas falas da Sra. Dudley vivida por Marian Seldes, que deixou uma impressão e tanto com o mesmíssimo texto do original. E ainda tem o cameo de Virginia Madsen ("Candyman"), uma das atrizes mais lindas do terror.
O roteiro guarda algumas similaridades com a sua inspiração dos anos 60, mas adiciona explicações forçadas e desnecessárias para o background da casa e a origem da assombração, num mistério que não engaja.
Um filme vistoso e estranho onde os arrepios nunca vêm de fato.
Halloween 2
2.6 680O filme que poderia ter sido está nos primeiros minutos
durante o que descobrimos ser um pesadelo estendido de Laurie,
Doctor Loomis re-reimaginado agora como uma versão mais odiosa da Gale Weathers de "Pânico" (mas sem ⅓ do charme da repórter), capitaliza em cima do massacre de Michael sem nenhum remorso, algo impensável no Loomis de Donald Pleasence. Louco esclerosado sim, ganancioso sem caráter, não.
Essas novas interpretações de caminhos que certos personagens poderiam ter pego dado o contexto são comuns em reboots e remakes, porém esta aqui fez dele uma caricatura de si mesmo e desagradou demais.
O filme não nos dá um único personagem por quem torcer (Octavia Spencer, a mais carismática do elenco, faz apenas um cameo), precisei me agarrar ao xerife Brad "Chucky" Douriff e sua filha Danielle Harris (atriz veterana da franquia) para criar qualquer laço de identificação.
Fotografia escura e suja, sem a inspiração do anterior, toda aquela baboseira sobrenatural, visões compartilhadas ou surto coletivo com a mãe e Michael criança... pareceu a viagem que foi o sexto filme e apenas uma desculpa para a esposa do diretor ter algum papel, mas fez zero sentidos aquilo. Nem o gore extremo consegue salvar o filme. Terceiro pior da franquia, atrás do 6 e do "Resurrection", um lixo total.
Hellraiser II: Renascido das Trevas
3.4 304 Assista AgoraSensacional tema orquestral nos créditos de abertura creditado ao competente Christopher Young. A maquiagem continua sendo o departamento mais bem realizado da franquia e gosto de como a montagem resolve as sequências de terror envolvendo efeitos práticos, com close-ups e reações.
A trama é qualquer nota, com toda sorte de incongruência de roteiro, tendo como única redenção nos jogar no inferno dimensional cheio de labirintos, uma criação impressionante para o baixo orçamento do filme. Me atrai esse aspecto Lovecraftiano e BDSM-ish desse universo, mas acho que para por aí.
A protagonista Kristy (Ashley Laurence I) é linda com um quê de Winona Ryder, mas a madrasta bitch vivida com certo comprometimento por Clare Higgins é quem rouba a cena aqui. Gostei de rever o uncle Frank por nenhum motivo em particular.
Pinhead e os cenobitas não sendo os "big bads" da coisa toda é um pouco decepcionante, passando para o lado de Kristy em um momento bem "Super Xuxa contra Baixo-astral".
De alguma forma este não decaiu tanto em relação ao primeiro (o que não é dizer muito), sendo uma body horror fest com efeitos que me agradam até hoje e qualquer coisa escrita em volta disso tudo para justificar a realização do filme.
A Casa Assombrada
4.2 38Efeitos especiais incríveis para os padrões da época e de hoje também!
Desafio do Além
3.7 138 Assista AgoraDireção de arte ostensiva, capturada por planos bem compostos e lindamente iluminados foram o que mais gostei no filme. Aplaudo também o tratamento dado à personagem Theo nas sugestões muito bem encaixadas de sua sexualidade "desviante" em plenos anos 60 para burlar a censura imposta pelo código Hays. E, para fãs de "A Maldição da Residência Hill", adaptação excelente de Mike Flanagan para a Netflix, ficam evidentes aqui muitas das inspirações do diretor, as estátuas, a dança de Nell, a escada em espiral... são muitas, e encontrá-las foi divertido.
Considerando que este foi um dos filmes que escreveram a cartilha do "horror de casa mal-assombrada", é de se admirar o que o diretor Robert Wise alcança estabelecendo tropos que são usados até hoje. Apesar de diálogos algo repetitivos, pouca ação de fato a maior parte da projeção e uma protagonista insuportável, os 20 minutos finais são bem tensos e fazem jus ao termo "clímax".
Quero ver agora a famigerada adaptação de Jan De Bont de 1999.