Conspirações governamentais envolvendo manipulação genética e clonagem de meta-humanos, conflitos ideológicos sobre o uso de poder, numa trama que não apenas fica mais sinistra, intrincada e envolvente, como ainda consegue amarrar praticamente todas as pontas soltas espalhadas pelas séries relacionadas ao Universo DC que precederam Liga da Justiça. A equipe de roteiristas responsáveis por esta temporada alcançaram um nível de excelência que nem mesmo a temporada final conseguiu superar, tanto que optaram por tramas mais convencionais e um estilo super-heróico mais tradicional. Mas o que conseguiram aqui é algo que transcendeu os quadrinhos, criando uma cronologia própria tão empolgante e rica quanto as melhores histórias publicadas pela DC Comics.
Já assisti duas vezes esta temporada, e não canso de elogiá-la pela consistência na qualidade dos roteiros. Dwayne McDuffie provando que foi uma grande perda para a divisão da Warner responsável pelas adaptações animadas dos heróis da DC. Grande responsável pela brilhante construção que teve início na temporada anterior e aqui alcançou a épica culminância. Ao término dá vontade de ir correndo pra coleção de quadrinhos e devorá-los numa sentada só.
A Marvel pode ter sido a pioneira em construir gradativamente um universo para seus super-heróis no cinema, que culminou no filme dos Vingadores, mas antes disto a DC conseguiu fazer isto na TV, através da divisão de animação da Warner Brothers.
Aqui vemos o resultado, há muito esperado, daquilo que se iniciou com a já clássica obra-prima que foi Batman Animated, que veio seguida de Superman Animated, Batman Beyond e The New Batman Adventures. Valeu a pena acompanhar durante toda aquela década para sermos brindados com uma das melhores adaptações de super-heróis para os desenhos animados, especialmente quando ela veio com uma temporada recheada de ótimas histórias, cada uma delas apresentando um aspecto do rico universo dos quadrinhos da DC Comics.
Começando em grande estilo com um episódio triplo, e encerrando com outro de maneira grandiosa, a temporada cumpre muito bem tanto a função de introduzir personagens não muito conhecidos do público pouco habituado com os quadrinhos, como Lanterna Verde e Mulher Gavião, como também apresenta um quadro amplo do universo fantástico que os cerca, além de plantar mistérios e propositalmente oferecer pouca informação a respeito de alguns heróis e vilões que aparecem em participações especiais dentro de cada arco.
Ajuda muito a estrutura de arcos duplos, usando o recurso do gancho para manter o público cativo, além de sempre garantir, através da variação do gênero da história e da crise enfrentada pelos heróis, um renovado interesse, mesmo quando um arco é fechado, e é seguido de outro sem relação direta com o anterior.
Talvez o único ponto negativo desta temporada seja a ordem em que se encontra o arco "Fury", que claramente ocorre cronologicamente após "Injustice for All", quando analisamos a relação entre o grupo de vilões que aparece em ambos. Fora este pequeno equívoco, esta se mantém como uma excelente temporada de estréia de uma das melhores e mais divertidas séries animadas da década passada.
A temporada mais fraca da série, com episódios pouco inspirados, e alguns que dão até vergonha de assistir, de tão ruins que são os roteiros (sim, "Unity", estou falando de você).
Além disto, a qualidade da animação decaiu muito, o que quase prejudica a conclusão da série, que acaba sendo seu melhor momento, por deixar em mãos competentes a seqüência da luta final entre Superman e Darkseid. Sem dúvida um dos mais marcantes de toda série, que a fecha como deve ser: de maneira épica, relativamente conclusiva, e ainda assim deixando um espaço para que a trama fosse retomada na vindoura Liga da Justiça. Se esta temporada merece ser vista é pelos dois episódios finais.
Ótima reformulação visual e temática do universo criado nas 3 temporadas de Batman Animated Series. As histórias ficaram ainda mais sombrias e maduras, o que acaba contrastando ainda mais com o design mais arrojado e pontiagudo dos personagens, que ganharam mais leveza e flexibilidade, e consequentemente as cenas de ação ganharam maior dinâmica, tornando-as mais empolgantes.
Os destaques vão para os episódios "Cold Confort" que reinventa o Sr. Frio pela segunda vez, e é um dos mais sinistros da temporada, ao lado de "Growing Pains", um dos mais perturbadores. "Double Talk" é outro ótimo exemplo de quão ricos são os vilões de Batman, e como podem render boas histórias. E não dá pra falar desta temporada sem elogiar o excelente exercício proposto por "Over the Edge", levando todos os principais personagens do mundo do Homem Morcego a seus limites.
Excelente continuação que superou minhas expectativas. Confesso que temia uma infantilização e amenizada no tom das histórias devido ao "rejuvenescimento" de alguns heróis e vilões, felizmente estava enganado.
Acho que a pergunta mais importante que a próxima temporada deve responder é: será que o T-Dog vai pegar a Michonne e finalmente fazer algo útil?
Porque ficou tão óbvio nesta temporada que ele tá no elenco fixo só pra cumprir a quota racial, que acabou virando piada interna a inutilidade dele dentro da série. E quando ele finalmente teve a chance de mudar o jogo, deixou a Lori baixar a bola dele.
Walking Dead tá parecendo o BBB, os mais sonsos são os últimos a serem eliminados.
Eu realmente não entendo qual é a dos roteiristas desta série. Pelo que fizeram com praticamente todos os personagens nesta temporada (talvez a única exceção seja o Daryl), eles não nutrem simpatia por nenhum deles. Dale tinha tudo pra ser o veterano boa praça, o sábio do grupo, que tenta apaziguar os ânimos, e tornando-se sua bússola moral, mas fizeram dele um verdadeiro mala, seja por sua implicância com a Andrea no início da temporada, e o disco arranhado que virou em seu episódio final.
Carl, que na HQ é bem mais calado e menos pirralho, virou um moleque cada vez mais irritante, enquanto Lori continua sendo aquele poço de apatia que a tornou tão detestável já no primeiro episódio em que apareceu na série.
Daí teve o Shane, que pirou o cabeção depois de matar o gordo lá, e só ficava dando tapa na cachola, e alisando a careca toda vez que ficava irritado/preocupado/prestes a explodir. Fora que ficou muito na cara o que aconteceria com ele, tamanha a sutileza dos roteiristas.
Talvez a melhor surpresa seja o que ocorreu com Sofia, e um ou outro episódio muito bem dirigido, em que o clima perfeito de desolação e desespero, aquele que fez falta durante boa parte das cenas na fazenda, voltou a tomar conta da trama.
Juro que comecei a assistir a temporada tentando não esperar muito, e acabou sendo ótimo nos primeiros episódios, que conseguiram reacender minhas esperanças de que a série finalmente exploraria o potencial que sempre teve. Mas olhando pra trás, pra todos os 13 episódios, vejo mais falhas do que acertos.
A 3º temporada têm de tudo pra ser mais empolgante, porque marca a passagem para uma das melhores fases das histórias em quadrinhos nas quais a série é baseada. O problema é que lá nós já estávamos tão envolvidos com os personagens, que realmente nos importávamos com a segurança deles, já aqui, só consigo me importar com o Rick, e tenho um bocado de simpatia com o Glenn, apesar de ter virado um banana nos últimos episódios. O resto pode servir de comida pra próxima horda que atacar o grupo.
Não entendo a implicância que algumas pessoas tem com esta temporada. A trama central de Dexter ganhando finalmente a chance de ter um amigo a quem pudesse confiar seu segredo foi muito bem explorada ao longo dos episódios, tornou a história mais tensa conforme avançava, e ainda serviu para mudar um pouco o formato da série, desviando o foco do serial killer investigado, que por sua vez rendeu algumas boas viradas na trama.
Ao contrário da temporada anterior, que possuía várias subtramas dispensáveis, e personagens bons desperdiçados, aqui todos os coadjuvantes ganharam boas chances de brilhar sem que os roteiristas apelassem para encheção de lingüiça tola. Foi a temporada mais enxuta até o momento.
Miguel Prado enriqueceu a série apresentando a Dexter vários dilemas até então não enfrentados por ele, além de gerar problemas que me deixaram perguntando diversas vezes como ele resolveria cada obstáculo que surgia em seu caminho, especialmente pelo vínculo formado entre os personagens, e todos os riscos provenientes dele. Numa série que sustenta-se especialmente no suspense gerado a cada episódio, acho essencial que existam personagens que botem mais lenha na imprevisibilidade da trama.
Novamente os roteiristas conseguiram evoluir o personagem, fugir de uma estrutura formulaica, construindo outra temporada totalmente diversa das anteriores. Reforçou minha admiração pelos realizadores da série, e minha certeza de estar diante de uma das melhores produções televisivas dos últimos anos.
Felizmente toda a fama que precedeu meu primeiro (e tardio) contato com ela vem se mostrando merecida.
Vejo esta temporada como uma evolução da primeira. Apesar de os primeiros episódios cometer alguns dos "pecados" da temporada anterior, como as subtramas desinteressantes (todo aquele lance da Laguerta pra retomar o comando dormindo com o namorado da chefe chegou ao ponto de tornar-se insuportável), mas felizmente os roteiristas se deram conta de que o melhor era se concentrar em todos os problemas que envolveram o protagonista ao longo dos episódios.
Ver Dexter num estado de tensão constante, muitas vezes a um passo de ser pego, tendo que lidar com suas imperfeições, conflitos internos, e questões morais, e ainda lidar com a culpa de envolver tantos na "teia" criada por seu "vício" foi o suficiente pra esta temporada superar a primeira, na minha opinião.
Sim, Lila foi um calo no pé do protagonista, e muitas vezes parecia "segurar" a trama. Tornou-se uma coadjuvante antipática, que fez com que o espectador adorasse odiá-la. Sua "coroação" foi o uso reservado a ela no episódio final, onde acabou servindo para desatar o "nó górdio" que a trama armou ao longo dos 11 primeiros episódios. Neste ponto é que encontramos os outros pontos fracos da temporada, as "forçadas de barra", para conduzir a um final que não tornasse a situação tão difícil de resolver que qualquer solução soaria incompleta. Acabou soando, de qualquer forma, mas pelo menos nos ofereceu a satisfação de ver o personagem mais odiável da temporada receber aquilo que merecia nas mãos de quem devia fazê-lo.
Resumindo, ainda que tenha suas deficiências, não dá pra negar que trata-se de um entretenimento de primeira. História envolvente, que impulsiona o espectador para o próximo episódio. Imagino a angústia sofrida por quem a acompanhou na época, assistindo um episódio por semana, quando pra mim já foi difícil esperar até o dia seguinte para assistir o próximo.
Toda a direção de arte, o trabalho de direção e a qualidade do elenco de Boardwalk Empire são elementos da série que se tornaram incontestáveis desde a 1ª temporada, e nesta nada disto mudou.
A temporada começou muito bem, prometendo grandes conflitos, diversas reviravoltas, e um tratamento mais diferenciado aos coadjuvantes. Vimos Chunky passar do quase figurante da temporada anterior, para um coadjuvante com uma história que fez por merecer nossa atenção. Tivemos também Richard deixando de ser apenas uma figura bizarra para ganhar complexidade, além de desenvolver um relacionamento curioso com Angela, que por sua vez prometia tornar-se uma figura mais relevante para a trama ao lado dele.
O grande problema desta 2ª temporada de Boardwalk Empire é que todas estas promessas ficaram concentradas na primeira metade dos 12 episódios que a compõem. Personagens deram indícios de que seriam melhor desenvolvidos, e suas relações testadas em combinações que fariam a trama ir adiante, mas a impressão que se tem quando chega ao final dela é que, fora leves mudanças no status de algumas subtramas, tudo voltou ao ponto em que a série começou lá atrás.
Nelson, um dos personagens mais intrigantes da temporada passada, passou a temporada inteira sendo jogado de um lado para o outro pelos roteiristas, que claramente não sabiam o que fazer com ele. Enquanto isto Jimmy só evidenciava a cada episódio o destino que o aguardava no final, algo que já estava muito evidente no final da temporada passada.
Faltou sutileza aos roteiristas, a mesma que os diretores e montadores de alguns dos melhores episódios desta temporada usaram com destreza, quando a série nos fez lembrar de quem bateu o carimbo de aprovação e dirigiu o piloto. Faltou também um direcionamento mais definido, que fez com que diversos personagens perdessem a força e a importância conforme os episódios saíam, e a trama pouco se movia.
Boardwalk termina esta temporada como a série tecnicamente magnífica que é desde sua estréia, mas nos entrega um conteúdo que está muito abaixo das capacidades daqueles que nos presentearam com uma temporada de estréia quase impecável.
Se conseguirão dar a volta por cima no próximo ano da série eu não sei, mas garanto que não estou tão ansioso para conferi-la como fiquei ao término da 1ª. Lá terminamos com uma gama de possibilidades promissoras, nesta ficamos com uma meia dúzia de subtramas desinteressantes, e um núcleo de personagens avariado pela perda do eixo que o sustentava. Uma pena, porque Richard, um dos meus preferidos, faz parte dele, e agora só Deus sabe se não será outro a ser jogado de um lado pro outro na próxima, sem destino certo.
Sabe aquele vazio que vem depois que você termina de assistir algo que mexeu com você profundamente? Ele é maior quando você acaba Six Feet Under. Série pra guardar com carinho, compartilhar com seus entes mais queridos, e rever de tempos em tempos, pra pôr em perspectiva sua vida diante das experiências que adquiriu com o tempo.
Impossível não se emocionar com uma história tão humana em seu acertos e falhas, e tão plena em sua mensagem final. Concordo com a minha irmã, top 5 das melhores séries que assisti na vida, e dificilmente sairá dele.
The Maxx é uma das melhores adaptações de uma história em quadrinhos para animação. A fidelidade ao traço de Sam Kieth, por si só, já a diferencia de outras séries animadas, e demonstra o respeito dos produtores pela obra original.
Os roteiros são ótimos, cheios de boas tiradas de humor negro, com destaque para a introdução de todos os episódios, apresentada por Mr. Gone, um dos vilões mais carismáticos já concebidos.
Também merece elogios todo o cuidado com que o quadro psicológico de Julie e Maxx foi composto, além das metáforas visuais e simbolismos presentes na natureza do relacionamento de ambos, na origem do herói, e sua ligação com Pangea.
Só é uma pena que tenham optado por encerrar a série na primeira temporada, ao invés fazer outras, adaptando o restante da série em quadrinhos, que ainda teve mais dois arcos de histórias além daquele usado como base para o desenho animado.
Não é tão boa quanto as temporadas anteriores, mas todo o plot do casamento do George, e a maneira como abriram e fecharam a temporada com ele foi excelente.
Grande começo para uma série que promete ser excelente.
A apresentação e o uso dos personagens é um dos grandes destaques dessa mini-série. Todos têm momentos importantes dentro da trama, nenhum é desperdiçado.
Os efeitos especiais estão acima do padrão visto em produções pra TV, e as batalhas espaciais são ótimas. A forma criativa com que foram filmadas, emulando improvisos de um cinegrafista que procura se adaptar aos imprevistos da batalha, conferem a elas um tom de urgência adequado para torná-las empolgantes. Além disto, o design de som é ótimo, e auxilia na tarefa de diferenciar ainda mais as naves inimigas das humanas.
Suas quase três horas de duração são muito bem aproveitadas para apresentar os diversos aspectos daquele mundo, desde sua estrutura política até suas crenças religiosas e filosóficas, deixando a promessa de que serão exploradas com maior profundidade no decorrer da série.
As atuações são muito equilibradas, mas acabam se destacando Edward James Olmos, com seu paternal Comandante Adama, e Michael Hogan, cujo impulsivo Coronel Tigh funciona como a contraparte de seu superior. Enquanto isto Mary McDonnell dá conta de transmitir toda a transformação pela qual sua personagem passa em pouco tempo.
Com um roteiro e direção de primeira qualidade, Battlestar Galactica já começa arrebentando, e mostrando que tem tudo para tornar-se um jovem clássico.
Esta foi a temporada dos coadjuvantes. O episódio de estréia adota uma opção inusitada, focando boa parte da história nas tentativas de Gene Pontecorvo (Robert Funaro) em convencer Tony a permitir que ele abandone sua carreira criminosa para mudar-se com a família para outra cidade, a fim de recomeçar sua vida. Provando mais uma vez a habilidade de retirar ótimas histórias de personagens que pouco destaque tiveram anteriormente na série, Terence Winter faz um excelente trabalho, criando um início de temporada que foge dos padrões estabelecidos (se é que The Sopranos seguiu algum padrão nas temporadas anteriores).
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Mas é óbvio que o grande destaque da temporada foi a trajetória de Tony, que logo no primeiro episódio é baleado por seu tio, e fica entre a vida e a morte nos 3 episódios seguintes.
Os episódios 2, 3 e 4 compõem praticamente uma trilogia, cuja história gira em torno de Tony adquirindo uma nova visão de sua própria vida, algo que terá repercussões em toda a temporada. A forma escolhida pelos roteiristas para representar o estado de coma de Tony é brilhante. Antecipando um recurso narrativo que seria fartamente usado pelos roteiristas de Lost, também em sua última temporada, David Chase e Mattew Weiner inovaram, ao lançar Tony Soprano numa versão alternativa de sua própria vida, em um mundo paralelo lotado de simbolismos, encontrados tanto nas situações em que vive (a perda da identidade, e o fato de ser forçado a assumir um novo papel; a escolha de participar ou não da festa para qual foi convidado), como nos elementos visuais (o recorrente farol que ele enxerga distante no horizonte; o helicóptero que vez ou outra joga um facho de luz sobre ele, confundindo-se, por segundos, com a lanterna do médico que examina sua retina no hospital). Estes três episódios são de uma riqueza poética e filosófica poucas vezes alcançada em toda a série.
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Outro tema muito bem trabalhado na temporada foi o fim de uma geração de mafiosos, e o futuro incerto de seu legado. Phil Leotardo (Frank Vincent), após sofrer um ataque cardíaco, decide abandonar a liderança da família de Nova York, e seguir o conselho que Tony lhe dá no final da 1ª parte: aproveitar a vida ao lado da família enquanto pode. Porém, tudo parece conspirar para que a velha geração continue na ativa, quando seus sucessores são eliminados por um rival, obrigando-o a voltar à ativa.
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Um dos melhores episódios a lidar com a questão do envelhecimento da "velha guarda" é Remember When (6x15), em que Tony e Paulie tiram “férias forçadas”, e passam um tempo juntos, hospetados no hotel de Beansie (Paul Herman). Tony tem que conviver com o saudosismo de Paulie, que não pára de evocar episódios de seu passado como gângster, trocando lembranças com Beansie, outro velho criminoso, cuja velhice cobrou seu preço, tendo agora que depender da esposa até para cuidar de suas necessidades básicas.
E é irônico que Paulie sobreviva até o final da série, reforçando um argumento que parece permear toda a segunda metade da temporada: "já não se fazem mais mafiosos como antigamente".
Dominic Chianese infelizmente ganha pouco tempo de tela nesta temporada, mas tem participações memoráveis. Sua última cena como Tio Junior é uma dos mais comoventes de toda a série, funcionando como um contraste perfeito para antológica seqüência final.
A reunião no restaurante, que marca o derradeiro final da série, é brilhante ao sintetizá-la. Nela vemos a preocupação de Tony com a segurança da família, seu desejo de tê-la sempre por perto, reunida, sob sua proteção, e de fazer com que os bons momentos valham por todos os ruins. Além disto, a ambigüidade do corte final é uma das decisões mais geniais de David Chase, que joga o espectador num abismo de incerteza semelhante ao do gato de Schrödinger, deixando aqueles personagens presos num estado de indefinição, entre a vida e a morte, criando uma rima perfeita com o início da temporada, e simultaneamente com o início da série.
Meu texto completo sobre esta temporada, e minhas impressões sobre toda a série podem ser lidos aqui:
Fringe é daquelas séries que deviam ser exibidas sem pausas durante as 22 semanas correspondentes ao número de episódios da temporada, por um motivo simples: a complexidade da trama principal, e as ramificações da mesma ao longo dos episódios.
Neste 3º ano a cuidadosa ligação entre os diferentes elementos da trama tornou-se mais evidente, com suas idas e vindas entre os dois universos, máquinas capazes de criar e destruir mundos, Peter se transformando no "gatilho humano" da pior arma de destruição em massa já concebida, e em meio a tudo isto mais casos isolados explorando a "ciência de borda." Portanto não é nada absurda a idéia de, ao término da temporada, realizar uma maratona para revê-la do início ao fim sem interrupções, algo que torna-se quase uma necessidade caso você queira aproveitá-la ao máximo.
Apesar das poucas escorregadas, Fringe continua se mostrando uma série revigorante, exibindo uma enorme força criativa, e uma vontade de arriscar-se por caminhos e soluções inesperadas, que muito lembraram as reinvenções de formato vistas em Lost.
Prova disto é o desfecho apresentado ontem, que parecia nos levar por um caminho (a história seria ambientada no futuro a partir de agora), apenas para voltar atrás e nos jogar em outra direção (a fusão dos universos) que cumpriu com enorme eficácia a função de um episódio final de temporada: nos deixar ávidos pelo desenrolar da trama a partir de um novo indicativo de que tudo irá mudar a seguir (com Peter apagado da existência).
Fringe, nesta 3ª temporada, a melhor até agora na minha opinião, livrou-se de uma vez por todas da idéia de que ela não passava de uma sucessora de Arquivo X. As pretensões dos roteiristas da série se mostraram maiores do que isto, abordando idéias mais abrangentes como mundos alternativos, e máquinas criadoras e destruidoras de universos, mas jamais se esquecendo de trazer para o primeiro plano o drama humano envolvido com tais elementos grandiosos e histórias fantásticas.
Meu review completo sobre a temporada vocês podem conferir aqui:
Falar da qualidade do elenco de The Sopranos nesta altura soaria repetitivo, pois quem chegou até aqui já está mais do que ciente da competência da grande maioria dos atores e atrizes da série. Felizmente o mesmo pode ser dito da equipe de roteiristas e diretores responsáveis por contar mais este capítulo da vida de Tony Soprano, seus familiares, amigos e inimigos.
Um dos destaques desta temporada foi a adição de Steve Buscemi ao elenco, interpretando Tony Blundetto, primo de Tony Soprano, recém-saído da prisão. Demonstrando sua competência habitual, sua participação na temporada é menor do que eu esperava, porém as ações de seu personagem desencadeiam uma série de eventos que tumultuam a segunda metade dos episódios, contribuindo tanto para o desenvolvimento da trama, como para torná-lo mais um dos muitos personagens memoráveis da série.
Além da tensão crescente gerada pela disputa entre Johnny Sack e Little Carmine pela liderança da família de Nova Jersey, esta também foi uma temporada explosiva do ponto de vista emocional. Tony, mais do que nas temporadas anteriores, foi obrigado a lidar com a solidão inerente ao seu papel líder, e as conseqüências de suas decisões sobre as vidas daqueles com quem se relaciona. Neste ponto o episódio "The Test Dream" é o que melhor ilustra o peso da culpa que sente pelas tragédias que causou. Cheio de simbolismos, ele foi um prato cheio para os que apreciam os famosos sonhos que sempre tiveram um papel importante dentro da série.
Em paralelo, vimos de que maneira separar-se de Tony repercutiu na vida de Carmela, em especial no episódio "Sentimental Education", onde ficou bem claro o quanto é difícil para a esposa de um mafioso dar um novo começo à sua vida amorosa, depois mais de 20 anos de casamento, enquanto nos episódios seguintes foi explorada a dificuldade de consumar o divórcio inicialmente tão desejado. E, apesar de previsível, a conclusão de sua trama foi bem trabalhada, de forma a apontar naturalmente para a resolução que alcançou.
Finalmente, não podemos falar desta 5ª temporada sem mencionar todo arco dramático vivido por Adriana, de longe uma das personagens mais sofredoras da série. Drea de Matteo ganhou a merecida oportunidade de brilhar, ao interpretar tantas cenas carregadas de uma dramaticidade palpável, graças à engenhosidade dos roteiristas, que vieram construindo toda a situação na qual se encontrava desde o final da 3ª temporada. "Irregular Around the Margins", o primeiro episódio desta temporada focado em Adriana, é tão cheio de intensidade e suspense que funciona quase como um irmão gêmeo de "The Weight", da temporada anterior, em que o destino dos personagens se torna mais imprevisível do que nunca. Enquanto "Long Term Parking" é daquela categoria de episódios que ficam gravados na memória em seus mínimos detalhes, tamanho é o impacto de suas cenas.
Como sempre houve bem mais do que isto acontecendo, conduzido com a mesma competência que tornou a série até aqui referência de qualidade incontestável. Drama, desenvolvimento de personagens, e condução segura de tramas e subtramas, tudo isto casado com um planejamento exemplar, interpretado por um elenco invejável, e dirigidos por profissionais que levaram as séries de TV a um novo patamar. Se não foi com The Sopranos que tudo isto começou, foi nela que a TV americana atingiu seu auge.
No que diz respeito à parte técnica, a produção é impecável. Poucas vezes se viu batalhas tão realistas e com tamanha violência gráfica, seja no cinema ou na TV, como nesta série. Infelizmente o mesmo não pode ser dito da qualidade dramática da história.
Os personagens não cativam o espectador, pouco se descobre sobre a maioria deles, e aqueles escolhidos para servir como narradores não possuem histórias de grande apelo, com exceção apenas de Robert Leckie, que é o melhor personagem da série, e aquele que acompanhamos e com quem nos envolvemos por mais tempo.
Além disto The Pacific sofre de "desequilíbrios narrativos". Há episódios totalmente dedicados à vida dos soldados fora dos campos de batalha que soam frouxos e desinteressantes, e emperram a trama como um todo. Aquele dedicado a John Basilone é o que melhor exemplifica isto: a maior parte dele se passa antes da batalha de Iwo Jima, e conta uma história de amor que dá sono tamanha a falta de química entre o casal de atores, e apenas 10 minutos dele são dedicados à batalha propriamente dita, que está mais para aperitivo do que para prato principal.
Mas, apesar de todos esses problemas, a maneira crua e sem concessões com que momentos históricos sãos reconstruídos fazem compensar, especialmente aqueles vistos nos episódios 5, 6, 7, e o excepcional episódio 9, que tem uma carga dramática poderosa, e uma seqüência final digna de ficar marcada na memória por muito tempo.
Não supera Band of Brothers, sua série irmã, mas consegue entreter quando resolve mostrar o que se propôs, e leva o espectador a refletir sobre a natureza da guerra, o que ela representa àqueles que participaram dela, e em muitos momentos chega bem perto de nos levar pra dentro daquela experiência traumática e caótica que toda uma geração de jovens foi forçada a enfrentar, muitos deles no auge de suas vidas.
A cada temporada fica nítido o impressionante cuidado que os roteiristas de The Sopranos tem ao definir toda estrutura que sustentará os 13 episódios que a constituirão. Cada sutileza, cada pequeno fato que culminará em outro, que se ramificará em outros mais, e assim sucessivamente. É tudo tão bem planejado, tão bem amarrado, que mal dá pra acreditar em como eles são capazes de manter a mesma qualidade praticamente impecável por tanto tempo, e ainda soar como novidade, o que de fato é.
Só nesta temporada tivemos Adriana se metendo numa enrascada com o FBI; Chris perdendo o controle de seu vício em heroína; Carmela flertando com Furio, nos fazendo temer por ambos; e Ralph fazendo uma piada sobre a esposa de um mafioso que acaba tomando proporções imprevistas. Claro que houve mais, porém é melhor pararmos por aqui pra não estragar surpresas.
A 4ª temporada de Sopranos segue com o trabalho exemplar de desenvolvimento de personagens, embora relegue a meras participações especiais alguns que se tornaram queridos nas temporadas anteriores, como a Dra. Melfi e Junior Soprano. Em compensação foi bem vinda a "promoção" de Bobby Bacala, que deixou de ser mero alívio cômico pra ganhar um arco dramático que fizesse jus ao talento de Steve Schirripa.
Quanto ao resto do elenco, James Gandolfini continua cumprindo com enorme competência a tarefa de nos apresentar novas camadas de Tony Soprano; Edie Falco segue brilhante, em especial nos episódios finais da temporada; e Joe Pantoliano deixa sua marca, e transforma seu Ralph num dos personagens mais antológicos da série, além de protagonizar uma das seqüências mais poderosas já vistas até aqui. Pra ficar na lembrança mesmo.
The Sopranos nos deixa mal acostumados, pois torna cada vez mais difícil tolerar qualquer produção mediana, seja ela pra TV ou cinema, depois de uma carga tão concentrada de talentos.
Temporada excelente, com ótimas adições ao elenco, e episódios memoráveis.
As atuações continuam naquele nível que certamente despertou inveja em muitos produtores de séries durante as temporadas anteriores. Infelizmente não contamos com a presença de Nancy Marchand (a eterna Livia Soprano) nesta temporada, mas os ótimos roteiros e os novos personagens bem trabalhados, acabam compensando sua perda.
Joe Pantoliano como Ralph Cifaretto foi o grande antagonista de Tony, e roubou a cena diversas vezes, além de nos chocar num dos episódios mais "amargos" da série, mas nem por isto menos excepcional (sim, estou falando de "University").
O namoro de Meadow com Jackie Jr. foi uma subtrama que cresceu muito ao longo da temporada, e tornou-se uma de suas grandes forças motrizes, chegando a uma conclusão que repercutirá na próxima.
O episódio do estupro, talvez um dos mais chocantes da série, mostrou o quanto a equipe de roteiristas e produtores são corajosos na escolha de temas abordados, e seu final é um daqueles que ecoam por muito tempo na mente do espectador.
E, claro, tivemos o primeiro episódio dirigido por Steve Buscemi, divertido, recheado de humor negro, e desde já um dos melhores de toda a série.
Foi uma grande temporada, cheia de problemas para Tony, conflitos inesquecíveis, tramas e subtramas bem exploradas e sempre conduzindo muito bem a narrativa, e instigando o espectador a assistir o próximo episódio, e o próximo, e o próximo...
Mais uma vez mostrando porque foi uma das melhores séries da década.
Nesta 2ª temporada o novo status de Tony é muito bem explorado com o mesmo brilhantismo que marcou a temporada de estréia, em episódios que se concentram tanto em suas estratégias para preservar o poder conquistado, como também na maneira com que tamanha pressão influi diretamente na saúde física e mental do protagonista.
The Sopranos é uma série que não tem medo de ousar, tanto que nesta temporada tivemos dois excelentes episódios centrados em Christopher Montisanti (Michael Imperioli), que definitivamente firma-se aqui como um dos coadjuvantes mais interessantes da série; outro quase inteiramente dedicado a David Scatino (Robert Patrick, excelente!), que ganhou grande destaque logo em seu episódio de estréia; e ainda se deram ao luxo de desenvolver mais a história dos dois capangas de Christopher num dos episódios-chave desta temporada. Isto sem mencionar o episódio final, que fez uso de um formato inusitado, mudando o foco da história, gerando estranheza de início, apenas para finalizar uma das subtramas mais importantes da série até então.
Não podemos esquecer também da adição de Janice Soprano (Aida Torturro) e Richie Aprile (David Proval), que tornaram a vida de Tony ainda mais difícil, com maior destaque para o último, que foi seu grande rival nesta temporada. A atuação visceral de Proval fez toda a diferença, tornando o personagem totalmente imprevisível em sua impulsividade, e desta forma aumentando o suspense e a tensão em todas as suas aparições.
Livia Soprano (Nancy Marchand) e Junior Soprano (Dominic Chianese), não tão presentes nesta temporada como na anterior, fizeram falta no arco central, mas continuaram divertidos e brilhantes em suas poucas aparições.
Também fez falta um papel mais atuante das terapias de Tony com a Dra. Melfi na trama principal. Em compensação, tivemos a chance de saber um pouco mais sobre como as mesmas afetam a vida pessoal e profissional da doutora. Suas terapias com o Dr. Elliot (Peter Bogdanovich) renderam ótimos momentos.
Excelente temporada, que por muito pouco não supera a primeira.
The Sopranos é uma série constantemente recomendada para cinéfilos, e não poderia deixar de concordar com tal afirmação, mas acima disto é uma série pra quem aprecia boas histórias, com personagens bem construídos e desenvolvidos, e um elenco praticamente impecável.
Esta primeira temporada é uma verdadeira aula sobre como desenvolver uma boa temporada de estréia para uma série, sem oscilar na qualidade dos roteiros e da direção.
Raramente se vê uma série que consiga manter um qualidade tão elevada ao longo de 13 episódios sem encher lingüiça, e Sopranos faz isto com louvor.
Até aqui foi a melhor temporada de estréia de uma série que tive a chance de assistir, e acho difícil alguém superá-la.
Eu realmente lamento muito que a última temporada não tenha feito juz ao restante da série.
Pra começar, ao contrário de muitos, eu gosto muito do John Doggett, acho ele um ótimo personagem, muito bem interpretado por Robert Patrick, mas sua parceria com a Monica Reyes é um dos relacionamentos mais sem química que surgiram em toda a série. E aí começam os problemas desta última temporada.
Outro é a Scully sendo relegada ao papel de coadjuvante de luxo, que só sabe chorar e lamentar a ausência do Mulder, tirando toda a força que ela possuiu durante as 8 temporadas anteriores.
Ainda temos a fraquíssima emenda feita de última hora usando o plot dos supersoldados que simplesmente não chega a lugar nenhum, e consegue ser tão confuso quanto o óleo negro.
Os episódios de monstros da semana não empolgam, mantendo, em sua maioria, um nível apenas aceitável, mas longe do brilhantismo visto até a 7ª temporada, que é quando a série devia ter se encerrado.
O final é frustrante. Começa até bem, com os personagens fazendo um apanhado geral de todas as principais peças que compuseram a complexa, confusa, e em muitos pontos contraditória conspiração que permeou toda a série, mas depois descamba pra um anticlímax atrás de outro, o que acaba diluindo todo o peso emocional que poderia ter.
Como eu dizia, realmente lamento muito que tenha terminado assim. Fico com aqueles que preferem acreditar que Arquivo X teve seu "fim espiritual" na 7ª temporada. Seria um bom final, realmente. Mas continuo gostando do Doggett. Ótimo personagem, merecia uma série com mais vigor.
A série é uma boa pedida tanto para aqueles que gostavam dos episódios mais cômicos de de Arquivo X, como para aqueles que gostam de boas comédias, com bons roteiros, e idéias criativas.
Apesar da curta duração, a ótima equipe de roteiristas e diretores conseguiram criar pequenas preciosidades como os episódios "Eine Kleine Frohike", "Planet of Frohike", "Madam, I am" e "The Lying Games".
Diverte como poucas séries do gênero, e sobreviveu bem ao tempo. Acredito que se sairia melhor hoje com toda a aclamação em torno de Big Bang Theory e a cultura nerd em geral.
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Liga da Justiça Sem Limites (2ª Temporada)
4.3 23 Assista AgoraConspirações governamentais envolvendo manipulação genética e clonagem de meta-humanos, conflitos ideológicos sobre o uso de poder, numa trama que não apenas fica mais sinistra, intrincada e envolvente, como ainda consegue amarrar praticamente todas as pontas soltas espalhadas pelas séries relacionadas ao Universo DC que precederam Liga da Justiça. A equipe de roteiristas responsáveis por esta temporada alcançaram um nível de excelência que nem mesmo a temporada final conseguiu superar, tanto que optaram por tramas mais convencionais e um estilo super-heróico mais tradicional. Mas o que conseguiram aqui é algo que transcendeu os quadrinhos, criando uma cronologia própria tão empolgante e rica quanto as melhores histórias publicadas pela DC Comics.
Já assisti duas vezes esta temporada, e não canso de elogiá-la pela consistência na qualidade dos roteiros. Dwayne McDuffie provando que foi uma grande perda para a divisão da Warner responsável pelas adaptações animadas dos heróis da DC. Grande responsável pela brilhante construção que teve início na temporada anterior e aqui alcançou a épica culminância. Ao término dá vontade de ir correndo pra coleção de quadrinhos e devorá-los numa sentada só.
Liga da Justiça (1ª Temporada)
4.2 73 Assista AgoraA Marvel pode ter sido a pioneira em construir gradativamente um universo para seus super-heróis no cinema, que culminou no filme dos Vingadores, mas antes disto a DC conseguiu fazer isto na TV, através da divisão de animação da Warner Brothers.
Aqui vemos o resultado, há muito esperado, daquilo que se iniciou com a já clássica obra-prima que foi Batman Animated, que veio seguida de Superman Animated, Batman Beyond e The New Batman Adventures. Valeu a pena acompanhar durante toda aquela década para sermos brindados com uma das melhores adaptações de super-heróis para os desenhos animados, especialmente quando ela veio com uma temporada recheada de ótimas histórias, cada uma delas apresentando um aspecto do rico universo dos quadrinhos da DC Comics.
Começando em grande estilo com um episódio triplo, e encerrando com outro de maneira grandiosa, a temporada cumpre muito bem tanto a função de introduzir personagens não muito conhecidos do público pouco habituado com os quadrinhos, como Lanterna Verde e Mulher Gavião, como também apresenta um quadro amplo do universo fantástico que os cerca, além de plantar mistérios e propositalmente oferecer pouca informação a respeito de alguns heróis e vilões que aparecem em participações especiais dentro de cada arco.
Ajuda muito a estrutura de arcos duplos, usando o recurso do gancho para manter o público cativo, além de sempre garantir, através da variação do gênero da história e da crise enfrentada pelos heróis, um renovado interesse, mesmo quando um arco é fechado, e é seguido de outro sem relação direta com o anterior.
Talvez o único ponto negativo desta temporada seja a ordem em que se encontra o arco "Fury", que claramente ocorre cronologicamente após "Injustice for All", quando analisamos a relação entre o grupo de vilões que aparece em ambos. Fora este pequeno equívoco, esta se mantém como uma excelente temporada de estréia de uma das melhores e mais divertidas séries animadas da década passada.
Superman: A Série Animada (3ª Temporada)
3.9 3 Assista AgoraA temporada mais fraca da série, com episódios pouco inspirados, e alguns que dão até vergonha de assistir, de tão ruins que são os roteiros (sim, "Unity", estou falando de você).
Além disto, a qualidade da animação decaiu muito, o que quase prejudica a conclusão da série, que acaba sendo seu melhor momento, por deixar em mãos competentes a seqüência da luta final entre Superman e Darkseid. Sem dúvida um dos mais marcantes de toda série, que a fecha como deve ser: de maneira épica, relativamente conclusiva, e ainda assim deixando um espaço para que a trama fosse retomada na vindoura Liga da Justiça. Se esta temporada merece ser vista é pelos dois episódios finais.
Batman: A Série Animada (4ª Temporada)
4.2 10 Assista AgoraÓtima reformulação visual e temática do universo criado nas 3 temporadas de Batman Animated Series. As histórias ficaram ainda mais sombrias e maduras, o que acaba contrastando ainda mais com o design mais arrojado e pontiagudo dos personagens, que ganharam mais leveza e flexibilidade, e consequentemente as cenas de ação ganharam maior dinâmica, tornando-as mais empolgantes.
Os destaques vão para os episódios "Cold Confort" que reinventa o Sr. Frio pela segunda vez, e é um dos mais sinistros da temporada, ao lado de "Growing Pains", um dos mais perturbadores. "Double Talk" é outro ótimo exemplo de quão ricos são os vilões de Batman, e como podem render boas histórias. E não dá pra falar desta temporada sem elogiar o excelente exercício proposto por "Over the Edge", levando todos os principais personagens do mundo do Homem Morcego a seus limites.
Excelente continuação que superou minhas expectativas. Confesso que temia uma infantilização e amenizada no tom das histórias devido ao "rejuvenescimento" de alguns heróis e vilões, felizmente estava enganado.
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KAcho que a pergunta mais importante que a próxima temporada deve responder é: será que o T-Dog vai pegar a Michonne e finalmente fazer algo útil?
Porque ficou tão óbvio nesta temporada que ele tá no elenco fixo só pra cumprir a quota racial, que acabou virando piada interna a inutilidade dele dentro da série. E quando ele finalmente teve a chance de mudar o jogo, deixou a Lori baixar a bola dele.
Walking Dead tá parecendo o BBB, os mais sonsos são os últimos a serem eliminados.
The Walking Dead (2ª Temporada)
4.2 2,3K Assista AgoraEu realmente não entendo qual é a dos roteiristas desta série. Pelo que fizeram com praticamente todos os personagens nesta temporada (talvez a única exceção seja o Daryl), eles não nutrem simpatia por nenhum deles. Dale tinha tudo pra ser o veterano boa praça, o sábio do grupo, que tenta apaziguar os ânimos, e tornando-se sua bússola moral, mas fizeram dele um verdadeiro mala, seja por sua implicância com a Andrea no início da temporada, e o disco arranhado que virou em seu episódio final.
Carl, que na HQ é bem mais calado e menos pirralho, virou um moleque cada vez mais irritante, enquanto Lori continua sendo aquele poço de apatia que a tornou tão detestável já no primeiro episódio em que apareceu na série.
Daí teve o Shane, que pirou o cabeção depois de matar o gordo lá, e só ficava dando tapa na cachola, e alisando a careca toda vez que ficava irritado/preocupado/prestes a explodir. Fora que ficou muito na cara o que aconteceria com ele, tamanha a sutileza dos roteiristas.
Talvez a melhor surpresa seja o que ocorreu com Sofia, e um ou outro episódio muito bem dirigido, em que o clima perfeito de desolação e desespero, aquele que fez falta durante boa parte das cenas na fazenda, voltou a tomar conta da trama.
Juro que comecei a assistir a temporada tentando não esperar muito, e acabou sendo ótimo nos primeiros episódios, que conseguiram reacender minhas esperanças de que a série finalmente exploraria o potencial que sempre teve. Mas olhando pra trás, pra todos os 13 episódios, vejo mais falhas do que acertos.
A 3º temporada têm de tudo pra ser mais empolgante, porque marca a passagem para uma das melhores fases das histórias em quadrinhos nas quais a série é baseada. O problema é que lá nós já estávamos tão envolvidos com os personagens, que realmente nos importávamos com a segurança deles, já aqui, só consigo me importar com o Rick, e tenho um bocado de simpatia com o Glenn, apesar de ter virado um banana nos últimos episódios. O resto pode servir de comida pra próxima horda que atacar o grupo.
E que venha o Governador!
Dexter (3ª Temporada)
4.2 525 Assista AgoraNão entendo a implicância que algumas pessoas tem com esta temporada. A trama central de Dexter ganhando finalmente a chance de ter um amigo a quem pudesse confiar seu segredo foi muito bem explorada ao longo dos episódios, tornou a história mais tensa conforme avançava, e ainda serviu para mudar um pouco o formato da série, desviando o foco do serial killer investigado, que por sua vez rendeu algumas boas viradas na trama.
Ao contrário da temporada anterior, que possuía várias subtramas dispensáveis, e personagens bons desperdiçados, aqui todos os coadjuvantes ganharam boas chances de brilhar sem que os roteiristas apelassem para encheção de lingüiça tola. Foi a temporada mais enxuta até o momento.
Miguel Prado enriqueceu a série apresentando a Dexter vários dilemas até então não enfrentados por ele, além de gerar problemas que me deixaram perguntando diversas vezes como ele resolveria cada obstáculo que surgia em seu caminho, especialmente pelo vínculo formado entre os personagens, e todos os riscos provenientes dele. Numa série que sustenta-se especialmente no suspense gerado a cada episódio, acho essencial que existam personagens que botem mais lenha na imprevisibilidade da trama.
Novamente os roteiristas conseguiram evoluir o personagem, fugir de uma estrutura formulaica, construindo outra temporada totalmente diversa das anteriores. Reforçou minha admiração pelos realizadores da série, e minha certeza de estar diante de uma das melhores produções televisivas dos últimos anos.
Felizmente toda a fama que precedeu meu primeiro (e tardio) contato com ela vem se mostrando merecida.
Dexter (2ª Temporada)
4.5 552 Assista AgoraVejo esta temporada como uma evolução da primeira. Apesar de os primeiros episódios cometer alguns dos "pecados" da temporada anterior, como as subtramas desinteressantes (todo aquele lance da Laguerta pra retomar o comando dormindo com o namorado da chefe chegou ao ponto de tornar-se insuportável), mas felizmente os roteiristas se deram conta de que o melhor era se concentrar em todos os problemas que envolveram o protagonista ao longo dos episódios.
Ver Dexter num estado de tensão constante, muitas vezes a um passo de ser pego, tendo que lidar com suas imperfeições, conflitos internos, e questões morais, e ainda lidar com a culpa de envolver tantos na "teia" criada por seu "vício" foi o suficiente pra esta temporada superar a primeira, na minha opinião.
Sim, Lila foi um calo no pé do protagonista, e muitas vezes parecia "segurar" a trama. Tornou-se uma coadjuvante antipática, que fez com que o espectador adorasse odiá-la. Sua "coroação" foi o uso reservado a ela no episódio final, onde acabou servindo para desatar o "nó górdio" que a trama armou ao longo dos 11 primeiros episódios. Neste ponto é que encontramos os outros pontos fracos da temporada, as "forçadas de barra", para conduzir a um final que não tornasse a situação tão difícil de resolver que qualquer solução soaria incompleta. Acabou soando, de qualquer forma, mas pelo menos nos ofereceu a satisfação de ver o personagem mais odiável da temporada receber aquilo que merecia nas mãos de quem devia fazê-lo.
Resumindo, ainda que tenha suas deficiências, não dá pra negar que trata-se de um entretenimento de primeira. História envolvente, que impulsiona o espectador para o próximo episódio. Imagino a angústia sofrida por quem a acompanhou na época, assistindo um episódio por semana, quando pra mim já foi difícil esperar até o dia seguinte para assistir o próximo.
Boardwalk Empire - O Império do Contrabando (2ª Temporada)
4.5 110 Assista AgoraToda a direção de arte, o trabalho de direção e a qualidade do elenco de Boardwalk Empire são elementos da série que se tornaram incontestáveis desde a 1ª temporada, e nesta nada disto mudou.
A temporada começou muito bem, prometendo grandes conflitos, diversas reviravoltas, e um tratamento mais diferenciado aos coadjuvantes. Vimos Chunky passar do quase figurante da temporada anterior, para um coadjuvante com uma história que fez por merecer nossa atenção. Tivemos também Richard deixando de ser apenas uma figura bizarra para ganhar complexidade, além de desenvolver um relacionamento curioso com Angela, que por sua vez prometia tornar-se uma figura mais relevante para a trama ao lado dele.
O grande problema desta 2ª temporada de Boardwalk Empire é que todas estas promessas ficaram concentradas na primeira metade dos 12 episódios que a compõem. Personagens deram indícios de que seriam melhor desenvolvidos, e suas relações testadas em combinações que fariam a trama ir adiante, mas a impressão que se tem quando chega ao final dela é que, fora leves mudanças no status de algumas subtramas, tudo voltou ao ponto em que a série começou lá atrás.
Nelson, um dos personagens mais intrigantes da temporada passada, passou a temporada inteira sendo jogado de um lado para o outro pelos roteiristas, que claramente não sabiam o que fazer com ele. Enquanto isto Jimmy só evidenciava a cada episódio o destino que o aguardava no final, algo que já estava muito evidente no final da temporada passada.
Faltou sutileza aos roteiristas, a mesma que os diretores e montadores de alguns dos melhores episódios desta temporada usaram com destreza, quando a série nos fez lembrar de quem bateu o carimbo de aprovação e dirigiu o piloto. Faltou também um direcionamento mais definido, que fez com que diversos personagens perdessem a força e a importância conforme os episódios saíam, e a trama pouco se movia.
Boardwalk termina esta temporada como a série tecnicamente magnífica que é desde sua estréia, mas nos entrega um conteúdo que está muito abaixo das capacidades daqueles que nos presentearam com uma temporada de estréia quase impecável.
Se conseguirão dar a volta por cima no próximo ano da série eu não sei, mas garanto que não estou tão ansioso para conferi-la como fiquei ao término da 1ª. Lá terminamos com uma gama de possibilidades promissoras, nesta ficamos com uma meia dúzia de subtramas desinteressantes, e um núcleo de personagens avariado pela perda do eixo que o sustentava. Uma pena, porque Richard, um dos meus preferidos, faz parte dele, e agora só Deus sabe se não será outro a ser jogado de um lado pro outro na próxima, sem destino certo.
A Sete Palmos (5ª Temporada)
4.8 478 Assista AgoraSabe aquele vazio que vem depois que você termina de assistir algo que mexeu com você profundamente? Ele é maior quando você acaba Six Feet Under. Série pra guardar com carinho, compartilhar com seus entes mais queridos, e rever de tempos em tempos, pra pôr em perspectiva sua vida diante das experiências que adquiriu com o tempo.
Impossível não se emocionar com uma história tão humana em seu acertos e falhas, e tão plena em sua mensagem final. Concordo com a minha irmã, top 5 das melhores séries que assisti na vida, e dificilmente sairá dele.
The Maxx (1ª Temporada)
4.4 4The Maxx é uma das melhores adaptações de uma história em quadrinhos para animação. A fidelidade ao traço de Sam Kieth, por si só, já a diferencia de outras séries animadas, e demonstra o respeito dos produtores pela obra original.
Os roteiros são ótimos, cheios de boas tiradas de humor negro, com destaque para a introdução de todos os episódios, apresentada por Mr. Gone, um dos vilões mais carismáticos já concebidos.
Também merece elogios todo o cuidado com que o quadro psicológico de Julie e Maxx foi composto, além das metáforas visuais e simbolismos presentes na natureza do relacionamento de ambos, na origem do herói, e sua ligação com Pangea.
Só é uma pena que tenham optado por encerrar a série na primeira temporada, ao invés fazer outras, adaptando o restante da série em quadrinhos, que ainda teve mais dois arcos de histórias além daquele usado como base para o desenho animado.
Seinfeld (7ª Temporada)
4.5 70 Assista AgoraNão é tão boa quanto as temporadas anteriores, mas todo o plot do casamento do George, e a maneira como abriram e fecharam a temporada com ele foi excelente.
"I like to speak with Marisa Tomei, please."
Battlestar Galactica
4.4 52Grande começo para uma série que promete ser excelente.
A apresentação e o uso dos personagens é um dos grandes destaques dessa mini-série. Todos têm momentos importantes dentro da trama, nenhum é desperdiçado.
Os efeitos especiais estão acima do padrão visto em produções pra TV, e as batalhas espaciais são ótimas. A forma criativa com que foram filmadas, emulando improvisos de um cinegrafista que procura se adaptar aos imprevistos da batalha, conferem a elas um tom de urgência adequado para torná-las empolgantes. Além disto, o design de som é ótimo, e auxilia na tarefa de diferenciar ainda mais as naves inimigas das humanas.
Suas quase três horas de duração são muito bem aproveitadas para apresentar os diversos aspectos daquele mundo, desde sua estrutura política até suas crenças religiosas e filosóficas, deixando a promessa de que serão exploradas com maior profundidade no decorrer da série.
As atuações são muito equilibradas, mas acabam se destacando Edward James Olmos, com seu paternal Comandante Adama, e Michael Hogan, cujo impulsivo Coronel Tigh funciona como a contraparte de seu superior. Enquanto isto Mary McDonnell dá conta de transmitir toda a transformação pela qual sua personagem passa em pouco tempo.
Com um roteiro e direção de primeira qualidade, Battlestar Galactica já começa arrebentando, e mostrando que tem tudo para tornar-se um jovem clássico.
Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 308 Assista AgoraEsta foi a temporada dos coadjuvantes. O episódio de estréia adota uma opção inusitada, focando boa parte da história nas tentativas de Gene Pontecorvo (Robert Funaro) em convencer Tony a permitir que ele abandone sua carreira criminosa para mudar-se com a família para outra cidade, a fim de recomeçar sua vida. Provando mais uma vez a habilidade de retirar ótimas histórias de personagens que pouco destaque tiveram anteriormente na série, Terence Winter faz um excelente trabalho, criando um início de temporada que foge dos padrões estabelecidos (se é que The Sopranos seguiu algum padrão nas temporadas anteriores).
[...]
Mas é óbvio que o grande destaque da temporada foi a trajetória de Tony, que logo no primeiro episódio é baleado por seu tio, e fica entre a vida e a morte nos 3 episódios seguintes.
Os episódios 2, 3 e 4 compõem praticamente uma trilogia, cuja história gira em torno de Tony adquirindo uma nova visão de sua própria vida, algo que terá repercussões em toda a temporada. A forma escolhida pelos roteiristas para representar o estado de coma de Tony é brilhante. Antecipando um recurso narrativo que seria fartamente usado pelos roteiristas de Lost, também em sua última temporada, David Chase e Mattew Weiner inovaram, ao lançar Tony Soprano numa versão alternativa de sua própria vida, em um mundo paralelo lotado de simbolismos, encontrados tanto nas situações em que vive (a perda da identidade, e o fato de ser forçado a assumir um novo papel; a escolha de participar ou não da festa para qual foi convidado), como nos elementos visuais (o recorrente farol que ele enxerga distante no horizonte; o helicóptero que vez ou outra joga um facho de luz sobre ele, confundindo-se, por segundos, com a lanterna do médico que examina sua retina no hospital). Estes três episódios são de uma riqueza poética e filosófica poucas vezes alcançada em toda a série.
[...]
Outro tema muito bem trabalhado na temporada foi o fim de uma geração de mafiosos, e o futuro incerto de seu legado. Phil Leotardo (Frank Vincent), após sofrer um ataque cardíaco, decide abandonar a liderança da família de Nova York, e seguir o conselho que Tony lhe dá no final da 1ª parte: aproveitar a vida ao lado da família enquanto pode. Porém, tudo parece conspirar para que a velha geração continue na ativa, quando seus sucessores são eliminados por um rival, obrigando-o a voltar à ativa.
[...]
Um dos melhores episódios a lidar com a questão do envelhecimento da "velha guarda" é Remember When (6x15), em que Tony e Paulie tiram “férias forçadas”, e passam um tempo juntos, hospetados no hotel de Beansie (Paul Herman). Tony tem que conviver com o saudosismo de Paulie, que não pára de evocar episódios de seu passado como gângster, trocando lembranças com Beansie, outro velho criminoso, cuja velhice cobrou seu preço, tendo agora que depender da esposa até para cuidar de suas necessidades básicas.
E é irônico que Paulie sobreviva até o final da série, reforçando um argumento que parece permear toda a segunda metade da temporada: "já não se fazem mais mafiosos como antigamente".
Dominic Chianese infelizmente ganha pouco tempo de tela nesta temporada, mas tem participações memoráveis. Sua última cena como Tio Junior é uma dos mais comoventes de toda a série, funcionando como um contraste perfeito para antológica seqüência final.
A reunião no restaurante, que marca o derradeiro final da série, é brilhante ao sintetizá-la. Nela vemos a preocupação de Tony com a segurança da família, seu desejo de tê-la sempre por perto, reunida, sob sua proteção, e de fazer com que os bons momentos valham por todos os ruins. Além disto, a ambigüidade do corte final é uma das decisões mais geniais de David Chase, que joga o espectador num abismo de incerteza semelhante ao do gato de Schrödinger, deixando aqueles personagens presos num estado de indefinição, entre a vida e a morte, criando uma rima perfeita com o início da temporada, e simultaneamente com o início da série.
Meu texto completo sobre esta temporada, e minhas impressões sobre toda a série podem ser lidos aqui:
Fronteiras (3ª Temporada)
4.5 283Fringe é daquelas séries que deviam ser exibidas sem pausas durante as 22 semanas correspondentes ao número de episódios da temporada, por um motivo simples: a complexidade da trama principal, e as ramificações da mesma ao longo dos episódios.
Neste 3º ano a cuidadosa ligação entre os diferentes elementos da trama tornou-se mais evidente, com suas idas e vindas entre os dois universos, máquinas capazes de criar e destruir mundos, Peter se transformando no "gatilho humano" da pior arma de destruição em massa já concebida, e em meio a tudo isto mais casos isolados explorando a "ciência de borda." Portanto não é nada absurda a idéia de, ao término da temporada, realizar uma maratona para revê-la do início ao fim sem interrupções, algo que torna-se quase uma necessidade caso você queira aproveitá-la ao máximo.
Apesar das poucas escorregadas, Fringe continua se mostrando uma série revigorante, exibindo uma enorme força criativa, e uma vontade de arriscar-se por caminhos e soluções inesperadas, que muito lembraram as reinvenções de formato vistas em Lost.
Prova disto é o desfecho apresentado ontem, que parecia nos levar por um caminho (a história seria ambientada no futuro a partir de agora), apenas para voltar atrás e nos jogar em outra direção (a fusão dos universos) que cumpriu com enorme eficácia a função de um episódio final de temporada: nos deixar ávidos pelo desenrolar da trama a partir de um novo indicativo de que tudo irá mudar a seguir (com Peter apagado da existência).
Fringe, nesta 3ª temporada, a melhor até agora na minha opinião, livrou-se de uma vez por todas da idéia de que ela não passava de uma sucessora de Arquivo X. As pretensões dos roteiristas da série se mostraram maiores do que isto, abordando idéias mais abrangentes como mundos alternativos, e máquinas criadoras e destruidoras de universos, mas jamais se esquecendo de trazer para o primeiro plano o drama humano envolvido com tais elementos grandiosos e histórias fantásticas.
Meu review completo sobre a temporada vocês podem conferir aqui:
Família Soprano (5ª Temporada)
4.7 124Falar da qualidade do elenco de The Sopranos nesta altura soaria repetitivo, pois quem chegou até aqui já está mais do que ciente da competência da grande maioria dos atores e atrizes da série. Felizmente o mesmo pode ser dito da equipe de roteiristas e diretores responsáveis por contar mais este capítulo da vida de Tony Soprano, seus familiares, amigos e inimigos.
Um dos destaques desta temporada foi a adição de Steve Buscemi ao elenco, interpretando Tony Blundetto, primo de Tony Soprano, recém-saído da prisão. Demonstrando sua competência habitual, sua participação na temporada é menor do que eu esperava, porém as ações de seu personagem desencadeiam uma série de eventos que tumultuam a segunda metade dos episódios, contribuindo tanto para o desenvolvimento da trama, como para torná-lo mais um dos muitos personagens memoráveis da série.
Além da tensão crescente gerada pela disputa entre Johnny Sack e Little Carmine pela liderança da família de Nova Jersey, esta também foi uma temporada explosiva do ponto de vista emocional. Tony, mais do que nas temporadas anteriores, foi obrigado a lidar com a solidão inerente ao seu papel líder, e as conseqüências de suas decisões sobre as vidas daqueles com quem se relaciona. Neste ponto o episódio "The Test Dream" é o que melhor ilustra o peso da culpa que sente pelas tragédias que causou. Cheio de simbolismos, ele foi um prato cheio para os que apreciam os famosos sonhos que sempre tiveram um papel importante dentro da série.
Em paralelo, vimos de que maneira separar-se de Tony repercutiu na vida de Carmela, em especial no episódio "Sentimental Education", onde ficou bem claro o quanto é difícil para a esposa de um mafioso dar um novo começo à sua vida amorosa, depois mais de 20 anos de casamento, enquanto nos episódios seguintes foi explorada a dificuldade de consumar o divórcio inicialmente tão desejado. E, apesar de previsível, a conclusão de sua trama foi bem trabalhada, de forma a apontar naturalmente para a resolução que alcançou.
Finalmente, não podemos falar desta 5ª temporada sem mencionar todo arco dramático vivido por Adriana, de longe uma das personagens mais sofredoras da série. Drea de Matteo ganhou a merecida oportunidade de brilhar, ao interpretar tantas cenas carregadas de uma dramaticidade palpável, graças à engenhosidade dos roteiristas, que vieram construindo toda a situação na qual se encontrava desde o final da 3ª temporada. "Irregular Around the Margins", o primeiro episódio desta temporada focado em Adriana, é tão cheio de intensidade e suspense que funciona quase como um irmão gêmeo de "The Weight", da temporada anterior, em que o destino dos personagens se torna mais imprevisível do que nunca. Enquanto "Long Term Parking" é daquela categoria de episódios que ficam gravados na memória em seus mínimos detalhes, tamanho é o impacto de suas cenas.
Como sempre houve bem mais do que isto acontecendo, conduzido com a mesma competência que tornou a série até aqui referência de qualidade incontestável. Drama, desenvolvimento de personagens, e condução segura de tramas e subtramas, tudo isto casado com um planejamento exemplar, interpretado por um elenco invejável, e dirigidos por profissionais que levaram as séries de TV a um novo patamar. Se não foi com The Sopranos que tudo isto começou, foi nela que a TV americana atingiu seu auge.
O Pacífico
4.4 265 Assista AgoraNo que diz respeito à parte técnica, a produção é impecável. Poucas vezes se viu batalhas tão realistas e com tamanha violência gráfica, seja no cinema ou na TV, como nesta série. Infelizmente o mesmo não pode ser dito da qualidade dramática da história.
Os personagens não cativam o espectador, pouco se descobre sobre a maioria deles, e aqueles escolhidos para servir como narradores não possuem histórias de grande apelo, com exceção apenas de Robert Leckie, que é o melhor personagem da série, e aquele que acompanhamos e com quem nos envolvemos por mais tempo.
Além disto The Pacific sofre de "desequilíbrios narrativos". Há episódios totalmente dedicados à vida dos soldados fora dos campos de batalha que soam frouxos e desinteressantes, e emperram a trama como um todo. Aquele dedicado a John Basilone é o que melhor exemplifica isto: a maior parte dele se passa antes da batalha de Iwo Jima, e conta uma história de amor que dá sono tamanha a falta de química entre o casal de atores, e apenas 10 minutos dele são dedicados à batalha propriamente dita, que está mais para aperitivo do que para prato principal.
Mas, apesar de todos esses problemas, a maneira crua e sem concessões com que momentos históricos sãos reconstruídos fazem compensar, especialmente aqueles vistos nos episódios 5, 6, 7, e o excepcional episódio 9, que tem uma carga dramática poderosa, e uma seqüência final digna de ficar marcada na memória por muito tempo.
Não supera Band of Brothers, sua série irmã, mas consegue entreter quando resolve mostrar o que se propôs, e leva o espectador a refletir sobre a natureza da guerra, o que ela representa àqueles que participaram dela, e em muitos momentos chega bem perto de nos levar pra dentro daquela experiência traumática e caótica que toda uma geração de jovens foi forçada a enfrentar, muitos deles no auge de suas vidas.
Família Soprano (4ª Temporada)
4.6 118A cada temporada fica nítido o impressionante cuidado que os roteiristas de The Sopranos tem ao definir toda estrutura que sustentará os 13 episódios que a constituirão. Cada sutileza, cada pequeno fato que culminará em outro, que se ramificará em outros mais, e assim sucessivamente. É tudo tão bem planejado, tão bem amarrado, que mal dá pra acreditar em como eles são capazes de manter a mesma qualidade praticamente impecável por tanto tempo, e ainda soar como novidade, o que de fato é.
Só nesta temporada tivemos Adriana se metendo numa enrascada com o FBI; Chris perdendo o controle de seu vício em heroína; Carmela flertando com Furio, nos fazendo temer por ambos; e Ralph fazendo uma piada sobre a esposa de um mafioso que acaba tomando proporções imprevistas. Claro que houve mais, porém é melhor pararmos por aqui pra não estragar surpresas.
A 4ª temporada de Sopranos segue com o trabalho exemplar de desenvolvimento de personagens, embora relegue a meras participações especiais alguns que se tornaram queridos nas temporadas anteriores, como a Dra. Melfi e Junior Soprano. Em compensação foi bem vinda a "promoção" de Bobby Bacala, que deixou de ser mero alívio cômico pra ganhar um arco dramático que fizesse jus ao talento de Steve Schirripa.
Quanto ao resto do elenco, James Gandolfini continua cumprindo com enorme competência a tarefa de nos apresentar novas camadas de Tony Soprano; Edie Falco segue brilhante, em especial nos episódios finais da temporada; e Joe Pantoliano deixa sua marca, e transforma seu Ralph num dos personagens mais antológicos da série, além de protagonizar uma das seqüências mais poderosas já vistas até aqui. Pra ficar na lembrança mesmo.
The Sopranos nos deixa mal acostumados, pois torna cada vez mais difícil tolerar qualquer produção mediana, seja ela pra TV ou cinema, depois de uma carga tão concentrada de talentos.
Família Soprano (3ª Temporada)
4.6 139 Assista AgoraTemporada excelente, com ótimas adições ao elenco, e episódios memoráveis.
As atuações continuam naquele nível que certamente despertou inveja em muitos produtores de séries durante as temporadas anteriores. Infelizmente não contamos com a presença de Nancy Marchand (a eterna Livia Soprano) nesta temporada, mas os ótimos roteiros e os novos personagens bem trabalhados, acabam compensando sua perda.
Joe Pantoliano como Ralph Cifaretto foi o grande antagonista de Tony, e roubou a cena diversas vezes, além de nos chocar num dos episódios mais "amargos" da série, mas nem por isto menos excepcional (sim, estou falando de "University").
O namoro de Meadow com Jackie Jr. foi uma subtrama que cresceu muito ao longo da temporada, e tornou-se uma de suas grandes forças motrizes, chegando a uma conclusão que repercutirá na próxima.
O episódio do estupro, talvez um dos mais chocantes da série, mostrou o quanto a equipe de roteiristas e produtores são corajosos na escolha de temas abordados, e seu final é um daqueles que ecoam por muito tempo na mente do espectador.
E, claro, tivemos o primeiro episódio dirigido por Steve Buscemi, divertido, recheado de humor negro, e desde já um dos melhores de toda a série.
Foi uma grande temporada, cheia de problemas para Tony, conflitos inesquecíveis, tramas e subtramas bem exploradas e sempre conduzindo muito bem a narrativa, e instigando o espectador a assistir o próximo episódio, e o próximo, e o próximo...
Mais uma vez mostrando porque foi uma das melhores séries da década.
Família Soprano (2ª Temporada)
4.6 118 Assista AgoraNesta 2ª temporada o novo status de Tony é muito bem explorado com o mesmo brilhantismo que marcou a temporada de estréia, em episódios que se concentram tanto em suas estratégias para preservar o poder conquistado, como também na maneira com que tamanha pressão influi diretamente na saúde física e mental do protagonista.
The Sopranos é uma série que não tem medo de ousar, tanto que nesta temporada tivemos dois excelentes episódios centrados em Christopher Montisanti (Michael Imperioli), que definitivamente firma-se aqui como um dos coadjuvantes mais interessantes da série; outro quase inteiramente dedicado a David Scatino (Robert Patrick, excelente!), que ganhou grande destaque logo em seu episódio de estréia; e ainda se deram ao luxo de desenvolver mais a história dos dois capangas de Christopher num dos episódios-chave desta temporada. Isto sem mencionar o episódio final, que fez uso de um formato inusitado, mudando o foco da história, gerando estranheza de início, apenas para finalizar uma das subtramas mais importantes da série até então.
Não podemos esquecer também da adição de Janice Soprano (Aida Torturro) e Richie Aprile (David Proval), que tornaram a vida de Tony ainda mais difícil, com maior destaque para o último, que foi seu grande rival nesta temporada. A atuação visceral de Proval fez toda a diferença, tornando o personagem totalmente imprevisível em sua impulsividade, e desta forma aumentando o suspense e a tensão em todas as suas aparições.
Livia Soprano (Nancy Marchand) e Junior Soprano (Dominic Chianese), não tão presentes nesta temporada como na anterior, fizeram falta no arco central, mas continuaram divertidos e brilhantes em suas poucas aparições.
Também fez falta um papel mais atuante das terapias de Tony com a Dra. Melfi na trama principal. Em compensação, tivemos a chance de saber um pouco mais sobre como as mesmas afetam a vida pessoal e profissional da doutora. Suas terapias
com o Dr. Elliot (Peter Bogdanovich) renderam ótimos momentos.
Excelente temporada, que por muito pouco não supera a primeira.
Família Soprano (1ª Temporada)
4.5 257 Assista AgoraThe Sopranos é uma série constantemente recomendada para cinéfilos, e não poderia deixar de concordar com tal afirmação, mas acima disto é uma série pra quem aprecia boas histórias, com personagens bem construídos e desenvolvidos, e um elenco praticamente impecável.
Esta primeira temporada é uma verdadeira aula sobre como desenvolver uma boa temporada de estréia para uma série, sem oscilar na qualidade dos roteiros e da direção.
Raramente se vê uma série que consiga manter um qualidade tão elevada ao longo de 13 episódios sem encher lingüiça, e Sopranos faz isto com louvor.
Até aqui foi a melhor temporada de estréia de uma série que tive a chance de assistir, e acho difícil alguém superá-la.
Arquivo X (9ª Temporada)
3.9 72 Assista AgoraEu realmente lamento muito que a última temporada não tenha feito juz ao restante da série.
Pra começar, ao contrário de muitos, eu gosto muito do John Doggett, acho ele um ótimo personagem, muito bem interpretado por Robert Patrick, mas sua parceria com a Monica Reyes é um dos relacionamentos mais sem química que surgiram em toda a série. E aí começam os problemas desta última temporada.
Outro é a Scully sendo relegada ao papel de coadjuvante de luxo, que só sabe chorar e lamentar a ausência do Mulder, tirando toda a força que ela possuiu durante as 8 temporadas anteriores.
Ainda temos a fraquíssima emenda feita de última hora usando o plot dos supersoldados que simplesmente não chega a lugar nenhum, e consegue ser tão confuso quanto o óleo negro.
Os episódios de monstros da semana não empolgam, mantendo, em sua maioria, um nível apenas aceitável, mas longe do brilhantismo visto até a 7ª temporada, que é quando a série devia ter se encerrado.
O final é frustrante. Começa até bem, com os personagens fazendo um apanhado geral de todas as principais peças que compuseram a complexa, confusa, e em muitos pontos contraditória conspiração que permeou toda a série, mas depois descamba pra um anticlímax atrás de outro, o que acaba diluindo todo o peso emocional que poderia ter.
Como eu dizia, realmente lamento muito que tenha terminado assim. Fico com aqueles que preferem acreditar que Arquivo X teve seu "fim espiritual" na 7ª temporada. Seria um bom final, realmente. Mas continuo gostando do Doggett. Ótimo personagem, merecia uma série com mais vigor.
The Lone Gunmen (1° Temporada)
3.8 9A série é uma boa pedida tanto para aqueles que gostavam dos episódios mais cômicos de de Arquivo X, como para aqueles que gostam de boas comédias, com bons roteiros, e idéias criativas.
Apesar da curta duração, a ótima equipe de roteiristas e diretores conseguiram criar pequenas preciosidades como os episódios "Eine Kleine Frohike", "Planet of Frohike", "Madam, I am" e "The Lying Games".
Diverte como poucas séries do gênero, e sobreviveu bem ao tempo. Acredito que se sairia melhor hoje com toda a aclamação em torno de Big Bang Theory e a cultura nerd em geral.