Um impressionante uso de câmera, uma história que mistura elementos do grotesco (a cena do casamento toda no começo) com outros de puro lirismo (as cenas com o vendedor ambulante), além de uma pulsão sexual forte pra época, tudo isso faz parte do mundo de L’Atalante, esse incrível (anti)conto de amor. Grita por liberdade e ruptura por todos os poros. Filmaço.
Filme que tem uma colocação social impactante e atual. Especialmente se pensarmos a relação entre o protagonista e toda uma construção ideológica dos yankes. Peckinpah, para além disso, constrói um filme meticulosamente calculado em termos de elementos cinematográficos, me lembra muito toda a filmografia do Polanski (especialmente o fabuloso Repulsion).
Incrível presenciar a sequencia do meio do filme: a cena do estupro em montagem paralela à caça do marido, seguindo da cena da festa, onde os ruídos dos presentes aumentam a sensação de sufoco da mulher que à pouco fora estuprada. Coroando com aquele final absurdo.
Inicialmente, pode-se dizer que “Ladrões de Bicicleta” busca um traço documental, seus personagens não são explorados de uma forma mais intensa. Há apenas o acompanhamento da busca pelos ladrões da bicicleta de Ricci, enquanto De Sica apresenta o quadro de uma Itália destroçada no pós-guerra, especialmente através das relações sociais de trabalho. Nada parece trazer conforto para as pessoas, que lutam pra não morrer de fome, aceitando o primeiro emprego que vier.
Para além disso, a proposta se amplia quando o diretor decide explorar a relação entre pai e filho. Aos olhos de Bruno, que sempre acompanham o pai, vemos uma base bem maior do que qualquer dificuldade financeira. Triste e belo final. Não existe ser humano no mundo que não consiga se emocionar.
Já havia ficado profundamente impressionado com o trato humanista e a forma madura de filmar de Ainouz em “O Céu de Suely”. Em “Madame Satã”, vemos a história de um travesti boêmio carioca que é, acima de tudo, alguém que sonha e que cria seu próprio lugar no mundo, agindo como desviante da norma social. Portanto, algo próximo de Suely…
Em termos de maturidade, “Madame Satã” dá um baile em todo o cinema “pseudo-revolucionário-mondo cane” de Cláudio Assis. O filme de Ainouz não é um cinema de burguês, muito menos de gente que se veste de Fidel e fuma charuto. É um cinema que investiga, que lança um olhar fraterno para com seus personagens, nos jogando no caminho da interpretação do mito por trás da figura de Madame Satã. Uma finura.
Sempre sinto que quando assisto um filme do Mallick minha visão de cinema se transforma. É imensurável o que ele faz nesse filme. Dos seus, esse é o que mais acentua um clima de desengano, uma visão pessimista da guerra. A natureza onipresente é cruel, também.
Me agrada demais vê consonâncias entre esse filme e "Novo Mundo". Se seus dois primeiros buscavam trabalhar com signos do americano no mais puro sentido, em "Além da Linha Vermelha" e no filme posterior prevaleceu uma pesquisa quase antropológica acerca dos contatos entre culturas distintas.
Interessante, inicialmente o contato é mostrado: soldado americano - nativos, um estranhamento e uma visão jamais vista em termos de cinema de guerra, o lado não dos vencidos, mas dos silenciados, afinal, foram aqueles nativos do pacífico os explorados por duas potências e que ficaram no fogo cruzado de duas culturas distantes da sua. Em um outro momento, há um contato próximo de uma empatia conjunta por conta de toda a insanidade vinda da guerra. Nesse sentido, não há vencedores, japas e yankes são ambos derrotados pela guerra. Humanizada e refletida, a guerra não é um confronto entre forças antagônicas como fez Spilberg no mesmo ano. A principal guerra do homem Mallick parece crer que é aquela contra si mesmo.
Interessante como esse recurso ao plano teatral, ao plano meticulosamente calculado nos atores, aos personagens que encararam à câmera em uma frontalidade absurda em termos de cinema recente, servem para construir uma trama de amor à música, ao sentimento advindo da música, que eleva. Em termos de arte, já ouvi muita gente me dizer “a música é uma arte sem sentido, ela fala por si mesmo”. Racionalismo que é não só criticado, como também, ridicularizado por Eugêne Green, que parece não achar um lugar no meio do mundo blasè parisiense em que vive. Justamente o contrário do que eu pensava dele. Grata surpresa.
Não me lembro em termos de cinema recente de um final tão simbólico e maravilhoso. Extasiante. De uma lindeza sem tamanho. Além de todas as discussões de Manoel de Oliveira acerca de inúmeros temas, como civilização, humanidade, linguagem, amizade, amor. O filme é um turbilhão de coisas passadas em uma linguagem deliciosa. Se compararmos com qualquer filme recente de Godard, esse filme é extremamente mais acessível, e tão profundo quanto.
Insano e visceral. Friedkin é um diretor ímpar na filmografia pós-70. Sempre arriscando de forma talentosa discutir política, homossexualismo e os limites da sanidade. Me desagradou em termos de execução, um pouco, mas em questão de ideia é maravilhoso.
Filme interessante, de execução bem metafórica. Consegue imprimir conceitos interessantes, sobretudo sobre vícios, nossas relações com ele etc. Filme-artifício, que potencializa cada elemento fílmico na busca da situação almejada. Interessante que o Jodorowsky havia falado bem do filme.
O grande precursor de Miami Vice. Filmes policiais atípicos, onde ele funciona menos em função dos personagens e mais em torno de sensações baseadas em som, fotografia, arquitetamento de cenas etc. Me desagrada um pouco por não ser um filme notívago, além de que há todo um clima brega 80' que hoje soa estranho.
espetacular, a jornada de um homem ao mesmo tempo confiante e inseguro. o filme se estabelece como uma visão pertubadora da época pós-Tatcher, mas é tão gigante que amplia seus problemas para o homem moderno, seus males, suas dores.
Os filmes de Woddy Allen me passam uma impressão inicial de preguiça. De pretensiosismo ("vamos filmar as belezas de Paris, isso por si já é foda", ou algo do tipo)mas isso é puro engano, pois, ainda que não tenha o mesmo resultado, Midnight in Paris é um Woody na pegada de sua grande fase da década de 70, sim.
Estão todas lá, todas as divagações intelectuais de Allen. Todo o seu pessimismo com o homem moderno. Aquela sua visão irônica, seu humor característico. E, pasmem, Owen Wilson talvez tenha sido o que melhor captou o jeito perdido e envolvente do Allen de Annie Hall, por exemplo.
Em outro ponto, a inclusão dos personagens famosos na trama são uma catarse pro protagonista, pois, analisando de uma maneira distante, eles servem de complemento moral, servem pra fazer com que o escritor reflita sobre seu ofício.
Ainda que Allen peque um pouco em não explorar com afinco um ou outro personagem, nada atrapalha um filme que termina daquele jeito. Na mesma ponte, no mesmo plano de uma das cenas finais de "Femme Fatale", do qual guarda alguma semelhança, especialmente na relação do homem e seu passado.
filme sem lugar em todos os caminhos. Parece não entrar em um filão de cinema. Bem como também não se encaixa em um "cinema-latinoamericano" - e toda a subjetividade da palavra.
Nunca vi um cinema tão livre de qualquer referência como esse. Tão impenetrável. Tão misterioso em sua eterna busca por algo que nunca será encontrado. O filme caminha em uma ambiguidade que é rapidamente seccionada pela edição. O corte quebra todas as expectativas. Não há alento. Não há social. Sobra o cinema. O ver imagens.
Filme interessante. Embora seja o mais impenetrável que já tenha visto.
Ainda que o filme perca intensidade alguns momentos, é impossível não ver a marca estilística de Michael Mann, atualmente um dos melhores diretores, especialmente na forma como humaniza seus personagens em meio a um rigor técnico monumental no uso do digital na criação de uma L.A. tão soturna.
Belíssima atuação de Cruise, que sempre foi um baita ator acometido pelos malefícios da fama. Sempre acabo detestando as trilhas sonoras dos filmes do Mann, não só a música cafona do Audioslave, mas até a instrumental mesmo.
Cara, o que é aquele tiroteio na boate?! o que é aquela cena do lobo?! Achados de um filme que embora menor, mostra que Mann é um artista mesmo sem fazer "filme de arte".
Definitivamente, um filme perdido no tempo e nos clichês, perdido na cafonice, em um universo brega. Tudo, tudo isso soa positivo em Falsa Loura. Carlão abraça com toda sinceridade essas ferramentas e explora ao máximo cada condição narrativa da vida dessa espécie de princesa suburbana, seus sonhos, suas decepções.
Nem DePalma consegue ser mais brega do que Carlão nesse filme. Os números musicais são uma maravilha...
humano demais, comovente documentário é uma das mais belas aulas/homenagens do cinema. O que Bogdanovich faz aqui é imensurável. Todo o elenco de participação com monstros consagrados da sétima arte, desfilando intimidade sobre o "poeta católico", o "pintor" Ford.
Um filme obrigatório a todo fã de cinema, todo diretor de cinema, todo ator, todo crítico.
a forma como esse filme faz da sua protagonista uma mulher que "descobre" o mundo - ruas, sentimentos e tipos de Paris - é fascinante. No sentido físico da coisa. tem um número musical dos mais belos que já vi em termos de cinema, e um estilo de filmar interessante da Varda.
Espetacular. Vai ver foi o melhor do ano que se passou. Incrível como Coppola é tão auto-biográfico (evidências, evidências), como cria cenários estupendos, como consegue transpor de forma talentosa essa questão do melodrama, como teatraliza cenas à lá Fellini, como faz um drama familiar tão humano, tão verdadeiro quanto...seus grandes filmes, tão Coppola. Fantástico.
Interessante, filme-delírio visual, de uma inventividade imensa. O roteiro meio atabalhoado no final, carecendo de um pouco de desenvolvimento aqui e acolá (afinal, sempre os fãs xiitas vão nos pedir que leiam à HQ...). Esperava um pouco mais, mas me agradou bastante.
O Atalante
4.1 60 Assista AgoraUm impressionante uso de câmera, uma história que mistura elementos do grotesco (a cena do casamento toda no começo) com outros de puro lirismo (as cenas com o vendedor ambulante), além de uma pulsão sexual forte pra época, tudo isso faz parte do mundo de L’Atalante, esse incrível (anti)conto de amor. Grita por liberdade e ruptura por todos os poros. Filmaço.
Sob o Domínio do Medo
3.8 268Filme que tem uma colocação social impactante e atual. Especialmente se pensarmos a relação entre o protagonista e toda uma construção ideológica dos yankes. Peckinpah, para além disso, constrói um filme meticulosamente calculado em termos de elementos cinematográficos, me lembra muito toda a filmografia do Polanski (especialmente o fabuloso Repulsion).
Incrível presenciar a sequencia do meio do filme: a cena do estupro em montagem paralela à caça do marido, seguindo da cena da festa, onde os ruídos dos presentes aumentam a sensação de sufoco da mulher que à pouco fora estuprada. Coroando com aquele final absurdo.
Ladrões de Bicicleta
4.4 534 Assista AgoraInicialmente, pode-se dizer que “Ladrões de Bicicleta” busca um traço documental, seus personagens não são explorados de uma forma mais intensa. Há apenas o acompanhamento da busca pelos ladrões da bicicleta de Ricci, enquanto De Sica apresenta o quadro de uma Itália destroçada no pós-guerra, especialmente através das relações sociais de trabalho. Nada parece trazer conforto para as pessoas, que lutam pra não morrer de fome, aceitando o primeiro emprego que vier.
Para além disso, a proposta se amplia quando o diretor decide explorar a relação entre pai e filho. Aos olhos de Bruno, que sempre acompanham o pai, vemos uma base bem maior do que qualquer dificuldade financeira. Triste e belo final. Não existe ser humano no mundo que não consiga se emocionar.
Madame Satã
3.9 421 Assista AgoraJá havia ficado profundamente impressionado com o trato humanista e a forma madura de filmar de Ainouz em “O Céu de Suely”. Em “Madame Satã”, vemos a história de um travesti boêmio carioca que é, acima de tudo, alguém que sonha e que cria seu próprio lugar no mundo, agindo como desviante da norma social. Portanto, algo próximo de Suely…
Em termos de maturidade, “Madame Satã” dá um baile em todo o cinema “pseudo-revolucionário-mondo cane” de Cláudio Assis. O filme de Ainouz não é um cinema de burguês, muito menos de gente que se veste de Fidel e fuma charuto. É um cinema que investiga, que lança um olhar fraterno para com seus personagens, nos jogando no caminho da interpretação do mito por trás da figura de Madame Satã. Uma finura.
Além da Linha Vermelha
3.9 382 Assista AgoraSempre sinto que quando assisto um filme do Mallick minha visão de cinema se transforma. É imensurável o que ele faz nesse filme. Dos seus, esse é o que mais acentua um clima de desengano, uma visão pessimista da guerra. A natureza onipresente é cruel, também.
Me agrada demais vê consonâncias entre esse filme e "Novo Mundo". Se seus dois primeiros buscavam trabalhar com signos do americano no mais puro sentido, em "Além da Linha Vermelha" e no filme posterior prevaleceu uma pesquisa quase antropológica acerca dos contatos entre culturas distintas.
Interessante, inicialmente o contato é mostrado: soldado americano - nativos, um estranhamento e uma visão jamais vista em termos de cinema de guerra, o lado não dos vencidos, mas dos silenciados, afinal, foram aqueles nativos do pacífico os explorados por duas potências e que ficaram no fogo cruzado de duas culturas distantes da sua. Em um outro momento, há um contato próximo de uma empatia conjunta por conta de toda a insanidade vinda da guerra. Nesse sentido, não há vencedores, japas e yankes são ambos derrotados pela guerra. Humanizada e refletida, a guerra não é um confronto entre forças antagônicas como fez Spilberg no mesmo ano. A principal guerra do homem Mallick parece crer que é aquela contra si mesmo.
Eis o gênio do cinema atual.
A Ponte das Artes
4.0 39Interessante como esse recurso ao plano teatral, ao plano meticulosamente calculado nos atores, aos personagens que encararam à câmera em uma frontalidade absurda em termos de cinema recente, servem para construir uma trama de amor à música, ao sentimento advindo da música, que eleva. Em termos de arte, já ouvi muita gente me dizer “a música é uma arte sem sentido, ela fala por si mesmo”. Racionalismo que é não só criticado, como também, ridicularizado por Eugêne Green, que parece não achar um lugar no meio do mundo blasè parisiense em que vive. Justamente o contrário do que eu pensava dele. Grata surpresa.
A Noite Americana
4.3 188ver Truffaut reproduzindo a famosa "cena do lago" de um filme de Ford é prova de que o homem entendia muito da coisa.
Um Filme Falado
3.6 38Não me lembro em termos de cinema recente de um final tão simbólico e maravilhoso. Extasiante. De uma lindeza sem tamanho. Além de todas as discussões de Manoel de Oliveira acerca de inúmeros temas, como civilização, humanidade, linguagem, amizade, amor. O filme é um turbilhão de coisas passadas em uma linguagem deliciosa. Se compararmos com qualquer filme recente de Godard, esse filme é extremamente mais acessível, e tão profundo quanto.
Não existe ser humano nesse planeta que não se emocione com a cena da menina e boneca no final, não existe
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista Agoramuito bonito ver tanta gente comentando filme do Mallick, ainda não vi, tô muito ansioso pra ver.
assistam os anteriores pessoal, certamente também não irão se arrepender.
Possuídos
3.0 220Insano e visceral. Friedkin é um diretor ímpar na filmografia pós-70. Sempre arriscando de forma talentosa discutir política, homossexualismo e os limites da sanidade. Me desagradou em termos de execução, um pouco, mas em questão de ideia é maravilhoso.
Taxidermia: Histórias Grotescas
3.4 345 Assista AgoraFilme interessante, de execução bem metafórica. Consegue imprimir conceitos interessantes, sobretudo sobre vícios, nossas relações com ele etc. Filme-artifício, que potencializa cada elemento fílmico na busca da situação almejada. Interessante que o Jodorowsky havia falado bem do filme.
Viver e Morrer em Los Angeles
3.8 91 Assista AgoraO grande precursor de Miami Vice. Filmes policiais atípicos, onde ele funciona menos em função dos personagens e mais em torno de sensações baseadas em som, fotografia, arquitetamento de cenas etc. Me desagrada um pouco por não ser um filme notívago, além de que há todo um clima brega 80' que hoje soa estranho.
Nu
4.0 126espetacular, a jornada de um homem ao mesmo tempo confiante e inseguro. o filme se estabelece como uma visão pertubadora da época pós-Tatcher, mas é tão gigante que amplia seus problemas para o homem moderno, seus males, suas dores.
meu texto completo sobre o filme:
meu texto completo sobre o filme.
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraOs filmes de Woddy Allen me passam uma impressão inicial de preguiça. De pretensiosismo ("vamos filmar as belezas de Paris, isso por si já é foda", ou algo do tipo)mas isso é puro engano, pois, ainda que não tenha o mesmo resultado, Midnight in Paris é um Woody na pegada de sua grande fase da década de 70, sim.
Estão todas lá, todas as divagações intelectuais de Allen. Todo o seu pessimismo com o homem moderno. Aquela sua visão irônica, seu humor característico. E, pasmem, Owen Wilson talvez tenha sido o que melhor captou o jeito perdido e envolvente do Allen de Annie Hall, por exemplo.
Em outro ponto, a inclusão dos personagens famosos na trama são uma catarse pro protagonista, pois, analisando de uma maneira distante, eles servem de complemento moral, servem pra fazer com que o escritor reflita sobre seu ofício.
Ainda que Allen peque um pouco em não explorar com afinco um ou outro personagem, nada atrapalha um filme que termina daquele jeito. Na mesma ponte, no mesmo plano de uma das cenas finais de "Femme Fatale", do qual guarda alguma semelhança, especialmente na relação do homem e seu passado.
Afinal, cada um tem sua "Era de Ouro".
A Mocidade de Lincoln
3.9 33O solitário herói cristão fordiano em seu auge de civismo e moralidade. Uma lição de cinema e um discurso patriótico lindo de se ver.
O Pântano
3.8 94 Assista Agorafilme sem lugar em todos os caminhos. Parece não entrar em um filão de cinema. Bem como também não se encaixa em um "cinema-latinoamericano" - e toda a subjetividade da palavra.
Nunca vi um cinema tão livre de qualquer referência como esse. Tão impenetrável. Tão misterioso em sua eterna busca por algo que nunca será encontrado. O filme caminha em uma ambiguidade que é rapidamente seccionada pela edição. O corte quebra todas as expectativas. Não há alento. Não há social. Sobra o cinema. O ver imagens.
Filme interessante. Embora seja o mais impenetrável que já tenha visto.
Colateral
3.6 613 Assista AgoraAinda que o filme perca intensidade alguns momentos, é impossível não ver a marca estilística de Michael Mann, atualmente um dos melhores diretores, especialmente na forma como humaniza seus personagens em meio a um rigor técnico monumental no uso do digital na criação de uma L.A. tão soturna.
Belíssima atuação de Cruise, que sempre foi um baita ator acometido pelos malefícios da fama. Sempre acabo detestando as trilhas sonoras dos filmes do Mann, não só a música cafona do Audioslave, mas até a instrumental mesmo.
Cara, o que é aquele tiroteio na boate?! o que é aquela cena do lobo?! Achados de um filme que embora menor, mostra que Mann é um artista mesmo sem fazer "filme de arte".
Falsa Loura
2.9 140Definitivamente, um filme perdido no tempo e nos clichês, perdido na cafonice, em um universo brega. Tudo, tudo isso soa positivo em Falsa Loura. Carlão abraça com toda sinceridade essas ferramentas e explora ao máximo cada condição narrativa da vida dessa espécie de princesa suburbana, seus sonhos, suas decepções.
Nem DePalma consegue ser mais brega do que Carlão nesse filme. Os números musicais são uma maravilha...
Directed By John Ford
4.2 11humano demais, comovente documentário é uma das mais belas aulas/homenagens do cinema. O que Bogdanovich faz aqui é imensurável. Todo o elenco de participação com monstros consagrados da sétima arte, desfilando intimidade sobre o "poeta católico", o "pintor" Ford.
Um filme obrigatório a todo fã de cinema, todo diretor de cinema, todo ator, todo crítico.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraGainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres
4.0 248meu texto sobre o filme:
Cléo das 5 às 7
4.2 201 Assista Agoraa forma como esse filme faz da sua protagonista uma mulher que "descobre" o mundo - ruas, sentimentos e tipos de Paris - é fascinante. No sentido físico da coisa.
tem um número musical dos mais belos que já vi em termos de cinema, e um estilo de filmar interessante da Varda.
Tetro
4.0 209Espetacular. Vai ver foi o melhor do ano que se passou. Incrível como Coppola é tão auto-biográfico (evidências, evidências), como cria cenários estupendos, como consegue transpor de forma talentosa essa questão do melodrama, como teatraliza cenas à lá Fellini, como faz um drama familiar tão humano, tão verdadeiro quanto...seus grandes filmes, tão Coppola. Fantástico.
Akira
4.3 868 Assista AgoraInteressante, filme-delírio visual, de uma inventividade imensa. O roteiro meio atabalhoado no final, carecendo de um pouco de desenvolvimento aqui e acolá (afinal, sempre os fãs xiitas vão nos pedir que leiam à HQ...). Esperava um pouco mais, mas me agradou bastante.