Toda forma de arte é política, até aquela que não se pretende politizada. Qualquer expressão artística emite juízos, valores, justamente por ser uma representação, então criticar o filme pelo protesto feito pelo elenco em Cannes é, no mínimo, ignorância. Neste caso, o tal protesto está em perfeita conformidade à história contada na tela porque toda a trajetória da personagem central é pautada na ideia de resistência. No microcosmo narrativo do filme, o escritório de engenharia representa o sistema, que toma vulto. O entorno te pressiona a render-se a ele, o medo se instaura e sucumbir parece a única opção. A luta de Clara é contra toda e qualquer imposição que a vida apresenta. Em nosso cotidiano, fazemos política o tempo todo, a questão é que alguns não admitem, outros sequer se dão conta disso.
Para os olhos de hoje, talvez não seja a trama mais original, mas sua evolução é bastante surpreendente nos momentos de revelação, chegando a lembrar o recente "Garota Exemplar" (Gone Girl). A violência física e psicológica sofrida pela personagem estão estampadas na atuação de Julia Roberts, nas cenas que contracena com pessoas fundamentais pra sua trajetória na história, bem como nos diálogos com personagens ocasionais. A tensão é construída de modo a se fazer presente o tempo todo, e como sabemos que um embate final é inevitável, não saber exatamente o momento em que ele vai se dar, é uma boa saída pra disfarçar a obviedade. É um bom filme.
A questão dos estereótipos de gênero, um assunto que tem se apresentado com urgência nos últimos tempos, está perfeitamente ilustrada no filme. A escolha da profissão, os sonhos e o estilo dos indivíduos não identificam, necessariamente, sua sexualidade. É pena que "Boi Neon" seja mais um exemplo de como um tema, sozinho, não rende um filme. Aqui, falta uma história que supere a intenção de levantar o argumento dos sexos. Boa sinopse - aliás, praticamente resumida no título - e cenas bem dirigidas não desenvolvem um enredo. Ainda assim, um filme bom, com passagens hilárias, outras tantas ousadas, a bela crueza do nordeste e os contrastes dos personagens retratados com brilhantismo por Gabriel Mascaro e um Juliano Cazarré demonstrando, mais uma vez, que é capaz de interpretar qualquer personagem.
Uma aula de História no que se refere ao movimento negro pelos direitos civis. O filme foca no papel de Nina Simone no contexto da segregação racial e evidencia o papel interventor do artista na política social.
Acho possível receber o filme com maior entusiasmo, mas pra mim, a intenção de explorar teatro e literatura no filme só o tornou exageradamente dramático. Esse excesso de carga no texto prejudica as atuações, mas Marjorie Estiano sobressai, tendo a performance mais crível e muita entrega. Por outro lado, alguns personagens são tão mal apresentados que suas participações tornam-se dispensáveis. A atriz espanhola Lua Testa tem rendimento extremamente artificial. O enredo, riquíssimo, poderia ter sido melhor explorado.
O filme analisa o comportamento adolescente norte-americano a partir dos filmes de high school dos anos 90 e 2000. Apesar dos interlúdios videoclípticos e do pouco tempo de duração para abordar sua proposta, o documentário se constitui como um estudo social da cultura jovem dos Estadoa Unidos quase como que num trabalho acadêmico, dividindo-se em capítulos que destrincham exemplos desse gênero cinematográfico e tratam dos anseios e utopias da chegada à vida adulta. Ao investigar o retrato desse público que, desde os clássicos de John Hughes, se acostumou a ver-se na tela, ofilme se localiza no meio do caminho entre a crítica séria e uma debochada auto celebração.
Toda a trama da mudança de emprego do promotor (Gosling) e seu envolvimento amoroso com a nova chefe são completamente irrelevantes pra história, se revelando apenas como mecanismos para preencher o tempo do filme, que possui uma sinopse ótima, mas que não rende, sozinha, um longa metragem.
O melhor filme da série. Todos os elementos utilizados pra criar suspense nas cenas são aproveitados na hora das mortes, os personagens têm histórias interessantes e o diretor consegue encerrar um ciclo com talento.
Jovens recém-formados se preocupam com a inserção no mercado de trabalho. Profissionais atuantes se especializam em busca de melhores oportunidades. Aposentados pensam em alternativas para complementar a renda. Qual seria, então, o caminho do profissional no auge da carreira? O raciocínio do diretor Steven Soderbergh - 50 anos de idade, metade dos quais dedicados ao cinema e com um Oscar de direção na estante por Traffic (2000) – é controverso: em declaração à agência de notícias britânica Reuters em junho de 2012, Soderbergh afirmou que não queria mais saber de projetos grandiosos, a ordem era se divertir.
Alardeada pela mídia, sua retirada – ainda que, segundo o próprio, possivelmente temporária – do mundo cinematográfico se dá em doses homeopáticas. A primeira etapa da despedida se deu no ano passado com o morno Magic Mike (2012) que retratava a vida de strippers masculinos sem maior aprofundamento nos conflitos, beirando a glamorização da profissão. Se o intuito era divertir, conseguiu. E só.
No dia 17 de maio chegou às salas brasileiras a segunda empreitada que antecede o hiato de Soderbergh, Terapia de Risco, no qual demonstra disposição para voltar a falar sério. Nele, Emily (Rooney Mara) sofre graves crises de ansiedade durante a reintegração de seu marido Martin (Channing Tatum) à sociedade, que deixa a prisão depois de cumprir pena de 4 anos por uso indevido de informações privilegiadas em negociações do mercado financeiro. Ela começa a ser tratada por Jonathan Banks (Jude Law), mas o medicamento adotado gera efeitos colaterais e Emily comete um crime. A partir daí trava-se uma discussão sobre ética profissional e os limites entre interesses pessoais e trabalho. Talvez não seja coincidência que os personagens do filme também entrem em conflito em suas vidas profissionais, mas não se engane: em Side Effects (no original), quase nada do que parece realmente é.
A crítica especializada confunde o público ao anunciar o filme com tons de denúncia à indústria farmacêutica. Antes fosse. Se por um lado o foco nos médicos que se associam a laboratórios para fazer dinheiro receitando seus remédios pudesse imbuir o filme de um discurso demasiadamente politizado, por outro a ênfase no tema provavelmente aumentaria sua relevância. Tanto esse aspecto quanto o suspense que impera na película são apenas a superfície de uma série de camadas que esconde o grande jogo de trapaças que se revela à medida que a trama avança.
Embora as reviravoltas do roteiro assinado por Scott Z. Burns – sócio de Soderbergh também em Contágio (2011) - soem como uma grande sacada, elas não se dão de maneira tão maestral quanto parece. A opção do diretor de enlear gêneros cinematográficos distintos corre o risco de frustrar o espectador já que, na verdade, quem for ao cinema assistirá essencialmente a um filme sobre intrigas e ambição, o que menos tem a ver com drogas e farmacêuticos e mais com motivações pessoais.
O elenco se sai bem, com exceção de Channing Tatum que, em 10 anos de carreira, ainda não disse a que veio. Em sua terceira parceria com Soderbergh – A Toda Prova (2012) e Magic Mike são as anteriores -, Tatum passa batido aos olhos do público, deixando espaço para que Rooney Mara sobressaia. A atriz de A Rede Social (2010) e Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (2011) teve a difícil tarefa de dar vida à personagem mais complexa de Terapia de Risco e demonstra competência, embora tenha sido a segunda opção do diretor – o nome de Blake Lively do seriado de TV Gossip Girl esteve vinculado ao papel. Jude Law aposta na versatilidade em suas opções de carreira e, aqui, em sua segunda empreitada com Soderbergh – ele atuou em Contágio -, demonstra fôlego para conduzir o enredo: é através das investigações de seu personagem que o espectador desata os nós da trama, acompanhando, simultaneamente, o avanço de suas buscas e o desmoronamento de sua vida. Por fim, a experiência de Catherine Zeta-Jones como coadjuvante – ela ganhou um Oscar na categoria por Chicago (2002) – parece contribuir para a dualidade exigida por Victoria Siebert, a primeira médica de Emily.
A fotografia também merece elogio. A luminosidade das cenas que retratam a vida feliz dos personagens referencia a propaganda laboratorial para os antidepressivos, contrapondo-se à luz escura adotada nos momentos mais tensos. O responsável é o próprio Soderbergh, que a assina através do pseudônimo Peter Andrews. Mas é o seu nome verdadeiro que vem sendo comentado mundo afora: o diretor está lançando Behind The Candelabra, a princípio, sua derradeira investida cinematográfica. O filme conta a história do pianista Liberace e seu amante Scott Thorson, interpretados pelos astros Michael Douglas e Matt Damon, respectivamente. Exibido no Festival de Cannes no mês passado, o filme perdeu a Palma de Ouro para o drama francês La Vie d'Adèle, ironicamente, um filme que também retrata uma relação homossexual, aqui, entre duas adolescentes. Nos Estados Unidos, o adeus de Soderbergh foi recusado pelos grandes estúdios e teve de ser exibido na televisão pelo canal a cabo HBO. Nem todo fim de carreira é tão glamoroso quanto se gostaria.
O que descartamos e o que é preservado pela memória humana e como isso determina nossa identidade e relação com o mundo? Essa é a temática de Danny Boyle em “Em Transe”. Divulgado sumariamente como a história de um leiloeiro que se envolve num roubo de obras de artes e, após ser golpeado na cabeça, recorre à hipnose para relembrar onde escondeu uma pintura perdida e assim prestar contas a seus comparsas, o filme extrapola a sinopse, propondo um questionamento existencial a respeito da (des)construção da personalidade através das intervenções do meio externo. Livre arbítrio, compulsão e ambição se unem ao argumento desse thriller psicológico que transita entre o gênero policial, o romance e a tragédia.
Existencialismo não é exatamente novidade no trabalho de Boyle. Em “Trainspotting” (1996), filme que garantiu sua vaga em Hollywood, o diretor apresenta um grupo de jovens de Edimburgo viciados em heroína numa jornada que vai da ausência de perspectivas à autodestruição. Um exemplo ainda melhor é “A Praia” (2000), em que um Leonardo DiCaprio pós-“Titanic” teve sua imagem de galã desvirtuada ao viver um rapaz que se atira ao desconhecido em busca de seu lugar no mundo. Há três anos, Boyle narrou em “127 horas” a luta pela sobrevivência de um alpinista americano que permaneceu preso e isolado por cinco dias no Parque Nacional do Grand Canyon.
Se em sua última investida cinematográfica o diretor – dono de um Oscar por “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008) - optou por contar uma história baseada em fatos reais, agora ele desafia a realidade. Para tal, utiliza como recurso a terapia hipnótica, técnica em que os pensamentos do paciente são guiados por um especialista. E isso não é tudo. O filme também recorre ao surrealismo para ilustrar o inconsciente humano, o que deve atrair os interessados em arte.
A trama complexa não serviu de desculpas para descuidar dos detalhes: o pintor espanhol Goya (1746-1828) foi o escolhido para ter uma de suas obras “roubadas” devido ao apelo psicológico e à abordagem obscura da alma que imprimiu em seu trabalho depois de contrair uma doença que o deixou surdo, parcialmente cego e temporariamente paralítico. A boa sacada não termina por aí: se o trauma do artista deixou sequelas que interferiram em seu trabalho, Simon - personagem do excessivamente sutil James McAvoy - perde parcialmente a memória após o golpe na cabeça que recebe de Franck - vivido por um inspirado Vincent Cassel -, passando a um estágio de confusão mental e assombro como o do homem que aparece em “Bruxas no ar”, a pintura perdida no filme. Goya justifica ainda a aparição da já alardeada nudez frontal de Rosario Dawson, numa referência a outro de seus quadros mais célebres, “A maja nua”.
Nada no filme é à toa e esse é seu grande mérito. Comparado pela crítica especializada à “Amnésia” (2000) e “A Origem” (2010), ambos de Christopher Nolan, Boyle admite a semelhança sem deixar de imprimir sua marca ao gênero: as cenas filmadas em efeito de ‘film noir’ com câmera torta, o humor autocrítico, o aproveitamento das tecnologias e o bom uso de referências culturais estão lá, deixando de lado apenas um elemento padrão do diretor, justamente o mais dispensável: as cenas escatológicas – vide “Trainspotting” e “Quem quer ser um milionário?”.
Em entrevistas de divulgação, o diretor tem se declarado envaidecido com as associações feitas a seu filme. No entanto, a matriz de Boyle não foi nenhum dos títulos a que seu novo trabalho vêm sendo comparado. O roteiro é do escocês John Rodge - parceiro do diretor em “Trainspotting”, “Por uma vida menos ordinária” e “A Praia” – , adaptado de um filme homônimo produzido para a TV britânica, escrito e dirigido por Joe Ahearne, especializado em ficção científica. Na verdade, outras películas apresentam paralelos com a obra, entre elas “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” (2004), de Michael Gondry, e “A Cela” (2000), de Tarsem Singh. Ainda assim, os parâmetros para comparação não diminuem o resultado. Pelo contrário, permitem ao espectador conexões que talvez o faça sentir-se mais próximo da (i)rrealidade desse do que dos outros.
Isso não significa que “Trance” (no original) não apresente problemas. O escopo do surrealismo não justifica as cenas de baixa qualidade, como nas sequências finais. Embora empenhada, a trilha sonora de Rick Smith não acerta tão em cheio quanto nas dobradinhas anteriores com o diretor como em “A Praia”. A escalação priorizou as semelhanças de McAvoy com a imagem de galã-pouco-carismático de Ewan McGregor, colaborador de Boyle nos anos 90, transferindo para Cassel a melhor interpretação do filme, em ótima química com Rosario Dawson, affair do diretor durante as filmagens e que, embora não chegue a chamar atenção, foi melhor opção que Scarlett Johansson e Zoe Saldana, nomes cogitados para o papel da terapeuta Elizabeth.
Um dos aspectos que se destacam na construção do filme, por outro lado, é a distribuição de peso entre os personagens. Se no início parece que estamos acompanhando a história de Simon, o foco da ação é posteriormente transferido para Elizabeth e Franck, papéis de Dawson e Cassel, respectivamente. Ao final, chega-se à conclusão de que a história se divide em três momentos, sendo conduzida por cada um dos personagens num caso exemplar em que existe, de fato, um trio de protagonistas. Alguns dirão que trata-se apenas de um recurso para confundir o espectador, mas essa divisão de importância contribui não só para a complexidade da história, mas principalmente para ilustrar a inexistência da realidade, uma vez que os acontecimentos dependem da interpretação que cada um faz dos fatos - neste caso, das lembranças.
Esse foi o filme do Valentine’s Day nos Estados Unidos e agora é o filme do nosso Dia dos Namorados, embora isso seja meio triste. Não pela grande porcentagem trágica de sua sinopse, mas porque você sai do cinema com a sensação de que ele foi isso: mais um filme. Nada mais! E embora os caras que vão acompanhar suas digníssimas nas sessões de comédias românticas odeiem admitir, existem excelentes exemplares do gênero, o que faz “The Vow” sair perdendo por comparação.
A história, baseada em fatos reais, é muito bonita e, embora ela remeta a diversos outros filmes que já vimos, o problema não é a falta de ineditismo. A direção opta pela simplicidade pra não cair no melodrama, um risco que o roteiro apresenta. Nesse sentido ela é bem sucedida, mas falta emoção nas cenas românticas, inspiração nos diálogos e um protagonista que sustente a história. É inegável que Channing Tatum tem seu carisma, mas a falta de técnica é evidente aqui – ele nunca estudou pra ser ator e já foi até stripper. Quem segura o filme é Rachel Mc Adams. Embora não seja a melhor opção pra carreira dela, uma vez que já atuou em diversas películas do tipo, seu espaço em Hollywood já está consolidado. Tatum, por outro lado, precisava de um blockbuster no qual fosse o galã pra se fortalecer e a grande bilheteria alcançada por “The Vow” lhe garantirá muitos convites, mas o esforço de atuação que se vê na tela não justifica sua escolha pro personagem.
O conflito familiar que serve de plano de fundo é uma das partes mais interessantes, mas infelizmente é pouco explorado, o que acaba por subestimar a presença de grandes nomes como Jessica Lange e Sam Neil, os pais da mocinha. Mas é a questão familiar somada à atuação de McAdams que justificam a ida ao cinema prum “date movie” despretensioso. Nada mais!
É impossível não criar grandes expectativas sobre um filme com um elenco tão bom, formado por alguns dos melhores atores das gerações 90’s e 00’s de Hollywood e da veterana Candice Bergen. Mas verdade seja dita: nem sempre grandes nomes garantem grandes filmes e esse é o caso aqui. “O Casamento do meu Ex” tem uma sinopse incrível, mas 0 argumento. Não existem muitos elementos que contem de fato a história dos personagens, os diálogos são construídos de uma maneira que parece ter faltado ao expectador um conhecimento prévio de quem são aquelas pessoas e do que aconteceu com elas no período anterior ao retratado no filme, mas de que maneira isso poderia ser feito? Talvez isso seja reflexo da adaptação feita do livro no qual a obra foi baseada, cuja autora também dirigiu e roteirizou o filme. As poucas informações que nos são dadas surgem em diálogos ora confusos, ora bobos.
O trio principal está bem, dono de algumas das poucas cenas relevantes do filme, mas em todas elas, Katie Holmes se destaca. A crítica alardeou essa como a melhor atuação de sua carreira e é verdade, ela é densa, angustiada e crível, mas as semelhanças com a Joey de “Dawson’s Creek”, personagem que interpretou por 6 anos, facilitam a tarefa. Os demais atores são notoriamente talentosos, mas seus personagens não acrescentam muito, sendo Elijah Wood o mais desperdiçado. A intenção de fazer as frustrações e derrotas dos coadjuvantes ilustrarem a trama principal é evidente e até uma estratégia inteligente, mas não cura a deficiência das falas, que teriam um peso decisivo numa história que se passa em menos de 24 horas.
Tudo fica subentendido. Não que isso seja problema, menos ainda novidade, mas aqui, acaba reforçando a falta de confronto, essencial pra uma história com tamanha carga emocional e tão próxima de casos da vida real. Mesmo as cenas em que os conflitos se dão acabam não envolvendo o espectador e fica sempre a sensação de que algo passou batido aos olhos nos 95 minutos que o filme dura. Isso somado aos movimentos nervosos da câmera - que ao invés de transmitirem emoções pulsantes acabam por revelar a fragilidade da direção – faz com que a trilha sonora seja a única marca deixada pelo filme.
Eu adoro fazer suspense comigo mesmo, então vira e mexe qdo assisto um filme sozinho, aperto o pause e vou dar uma volta, beber uma água, ir no banheiro... Só pra fazer durar o mistério por mais tempo. Mas não me lembro de já ter PRECISADO parar um filme antes pra 'tomar um ar' devido ao nervosismo causado por ele, e isso aconteceu com "A Orfã". A crítica não está errada, o filme realmente apresenta alguns clichés do gênero e abusa de alguns elementos do suspense, tentando inclusive criar susto onde não existe, mas ele também tem uma atmosfera cult, não só pelas presenças Vera Farmiga e Peter Sarsgaard ou pelas surpresas da última meia hora, mas também porque a narrativa dele é crescente, começando lentamente e ganhando gás a cada nova cena. O filme é pesado. Além de abordar uma temática polêmica como a da adoção ou por mostrar crianças em cenas fortes, ele envolve o espectador, e isso se deve basicamente às excelentes atuações. Isabelle Fuhrman, agora exaltada por fazer parte de 'Jogos Vorazes", está impecável no papel de Esther e a crítica foi unânime quanto a isso - uma menina de 12 anos conseguindo captar o lado cândido e o perverso de uma criança é surpreendente! Mas há de se reconhecer que a sutileza da atuação de Vera Farmiga é fundamental pra que o filme dê certo e ela é a principal responsável pra que eu tenha me envolvido tanto com essa história. O diretor Jaume Collet-Serra tem em seu passado a refilmagem do terror "A Casa de Cera", mas as produtoras envolvidas dão credibilidade ao filme, tendo o nome de Leonardo DiCaprio envolvido no projeto. A cena inicial combina com o tom cult, mas é forte demais pra abrir a história, tão trash que quase dá vontade de desistir de assistir! Mas não o faça, vale a pena!
Eu não assisti "Evita", a mais bem sucedida e, ao mesmo tempo, mais criticada investida de Madonna no cinema. Mas eu conheço todos os motivos que ela tinha pra querer fazer parte daquele projeto e, da mesma forma, não é difícil perceber porque a história de "W./E." merecia ser contada por ela. Basta conhecer minimamente sua carreira pra saber que o trabalho de Madonna é sempre pontuados por suas próprias experiências pessoais e ela, assim como suas protagonistas (mulheres de personalidade forte, claro), já foi agredida pelo marido, deixou seu país pra viver com o esposo, teve dificuldades em realizar o sonho de ser mãe, se separou... Por isso, faz todo sentido vê-la dirigir um filme que trata basicamente de casamento, crises matrimoniais, interesse e divórcio. Por ser a pessoa pública que é, ninguém melhor que ela pra escrever cenas que demonstram a solidão vigiada de uma celebridade, tema recorrente em seu trabalho, a exemplo da letra e vídeo da música "Substitute for Love". As imagens de eventos sociais da alta classe incluídas na história são uma das fontes da crítica de que o filme não passa de uma propaganda de artigos de luxo em longa metragem, uma acusação desonesta que tenta reduzir os méritos de uma obra tão rica em argumento e personalidade. Embora tenha sido fiel aos fatos históricos, Madonna foi muito corajosa em não mergulhar numa cine-biografia e explorar uma história paralela contemporânea que, ao invés de confusa e desviante, como foi divulgado na imprensa, estabelece um contraponto fundamental para demonstrar o posicionamento da diretora quanto ao "romance do século". Longe de mim tentar fazer o filme parecer melhor do que é. Na tentativa de produzir uma obra visualmente bonita, há alguns excessos principalmente nas atuações, a parte da direção em que ela, notoriamente, mais encontrou dificuldade. Ainda assim a intenção foi bem-sucedida porque beleza não falta ali: fotografia, direção de arte, figurinos, trilha sonora... O roteiro, escrito em conjunto com o parceiro de longa data, Alek Keshishian - diretor de seu documentário "Truth or Dare: Na Cama com Madonna", cujo primeiro longa de ficção tinha música dela na trilha -, cumpre a difícil tarefa de retratar personagens reais com simultânea fidedignidade e opinião, e a direção dá sinais de que Madonna tem potencial pra inventar sua própria estética. Sendo ela uma das responsáveis pela importância da imagem na música pop, isso nem chega a ser exatamente uma surpresa.
O filme é fraco em termos de roteiro, mas não acho q essa é a exigência número 1 de quem assiste um musical! Ainda mais qdo ele tem como chamariz duas popstars e um enredo tão batido como "garota do interior larga tudo pra tentar a sorte na cidade grande". Se ainda assim ele vale a pena ser assistido, acho q isso torna ele um bom filme sim. Qualquer fã do gênero vai adorar pq os principais elementos dele, como boa música, excelentes performances vocais, números musicais empolantes, direção de arte fiel ao clima burlesco, coreografia sexy e figurino impecável, estão todos ali.
Não entendi algumas críticas à atuação da Aguilera e olha q sou bem chato com isso, ainda mais sendo fã da carreira dela como cantora. Ela acertou o tom do personagem e me surpreendeu, ainda mais considerando q é sua primeira aparição no cinema. Cher mostrou q ainda está em forma pra atuar e ainda tem o maravilhoso do Stanley Tucci no elenco. O Alan Cumming foi negligenciado com os cortes q fizeram à versão final, mas gostei de ver ele, o Peter Gallagher e até o Cam Gigandest [q apesar de não ser um grande nome, foi uma boa escolha como par da Christina] e a Kristen Bell, q não exagerou no tom da vilã e está linda, apesar de protagonizar o número menos inspirado do musical.
Não gosto de comédias, o q torna o fato desse filme ter me agradado, uma surpresa. Já assisti mto filme brasileiro ruim, mas esse, apesar de ser um besteirol protagonizado por globais, não deixa nada a desejar aos filmes hollywoodianos do gênero, quem curte comédia, vai se divertir, sem dúvida! Só tem uma cena q considerei apelativa, q satiriza uma reunião do A.A. ou dos Narcóticos Anônimos, mas como se espera tudo desses filmes, ter só uma cena q exagera no tom é até um mérito! O Bruno Mazzeo provou q é sem dúvida um dos melhores comediantes dessa geração, depois de fazer sucesso na tv fechada a ponto de levar um quadro pra um dos programas mais assistidos da tv aberta como o Fantástico, alcançar um êxito desse, provado pelos números de espectadores nas salas, o torna ainda mais importante. Tomara q isso sirva de combustível pras boas produções nacionais!
O filme é mto interessante por conta das revelações q vão sendo feitas e pela tensão entre os personagens do Liam Neeson e do Antonio Banderas [ótimos em seus papéis], mas depois disso é uma sucessão de frustrações pela falta de confronto entre os personagens, q culmina num final muito decepcionante. A partir daí, todo o esforço pra deixar de lado a pobreza da produção [a direção é meio preguiçosa em alguns pontos, desde a primeira cena] se torna em vão. A atuação de Romola Garai, q interpreta a filha do casal, é digna de novela mexicana!
Talvez esse seja tão bom qto o primeiro, q é o meu preferido. Só não vou na onda dos fãs da série, [q preferem esse, na maioria] pq o 2 tem um elemento q o assemelha demais aos filmes do gênero, q é "um grupo de pessoas sendo assombrado por um maníaco". Mas tem cenas épicas, inesquecíveis, como a das seringas e a da fornalha. O final é surpreendente, mas não tanto qto o do primeiro, q faz Jogos Mortais ser tão significativo entre os filmes de terror.
O melhor do filme são as atuações! Julianne Moore está ótima, como era de esperar, sendo ela a atriz maravilhosa q é e dada a carga emocional da personagem, que é perfeita pra ela. A Amanda Seyfried tbm manda muito bem, considerando q ela é novinha e não tem tanto tempo de carreira, ela mergulhou no mundo da personagem e a deu vida da maneira exata. O Liam Neeson tbm deu o peso exato pro personagem, embora ele tenha perdido a esposa durante as filmagens.
Mas alheio a isso, o filme de fato poderia ser melhor, como a maioria deu a entender. Eu o assisti em dvd e isso fez toda diferença por conta dos Extras. Tem duas cenas deletadas q deveriam estar no filme pq, com elas, ficaria mais clara a natureza da Chloe, quem ela é e o q a levou a se tornar aquela pessoa [alguns diretores não optam por um filme todo explicadinho pra dar margem a interpretações, mas geralmente isso acaba deixando o filme "vazio"] e a conclusão narrada , como existe, mas foi deletada da versão final, tornaria o filme mais coeso e não causaria a frustração que o final dele deixou em alguns, como pode perceber pelas críticas que li abaixo.
De resto, o filme pode ser previsível em alguns aspectos, como outros usuários relataram, mas ainda assim é interessante e eu indicaria. Sem dúvida ele vai ser o próximo clássico do "Super Cine", é perfeito pros suspenses eróticos q a Globo gosta de passar no sábado à noite.
O q mais me interessou no filme foi quando soube q o roteirista e o diretor, q já eram amigos, escreveram a história a partir do orçamento baixo q possuíam. Seguindo o parâmetro do "quanto temos pra gastar produzindo esse filme", eles acabaram subvertendo o gênero Terror, criando uma nova proposta. É obvio q o filme se utiliza de referências já usadas em filmes anteriores [como aquelas sequências em q a pessoa demora demais pra agir, atirar e acaba dando mole], mas os baixos custos de produção que os obrigaram a serem criativos. Embora esse mesmo motivo tenha gerado alguns resultados toscos [por exemplo, as fantasias usadas pra assustar, q são bizarramente mal feitas], o filme surpreende, o final é bastante inesperado!
Só indico para quem gosta muito de filmes de dança, nesse caso é obrigatório ver. De resto, não vale a pena! O filme é cheio de clichês, não traz nada de novo ao gênero. Usa todas as fórmulas dos filmes ambientados em escolas cujos alunos são de alguma periferia norte-americana. Somado a isso, tudo aquilo que acontece em qualquer outro filme em que alguém não sabe dançar e termina numa competição de dança. Nem o final surpreende, pelo contrário, é frustrante!
A foto da capa, com Banderas dançando é propagando enganosa. Essa é a ÚNICA cena em que ele dança. Tá certo, é uma ótima cena, mas nem é a melhor coreografia do filme, a sequência final de dança ganha disparado!
A única formula deixada de fora é a dos conflitos familiares, que deveriam ter sido aproveitados, poderia ajudar no resultado final. Vários filmes repetem tudo o que já foi visto em vários outros, mas dão certo. Não é o caso desse...
O principal problema de "Dragão Vermelho" é que "O Silêncio dos Inocentes" veio antes! Ao contrário dos livros que deram origem à série, nos quais tudo começa em Dragão Vermelho, a trilogia foi iniciada em "Silêncio", ao qual coube todo o ineditismo da história [existe um filme de 1986 chamado "Manhunter" que conta a história de "Dragão", mas ele não fez o menor sucesso e não possui relação com nenhum dos filmes produzidos posteriormente].
Pra quem viu "Silêncio" primeiro, assistir Hannibal Lecter instruindo um policial na caça a um serial killer e se envolvendo afetuosamente com esse detetive é um tanto repetitivo! Isso sem contar que esse filme é o que menos foca no magnetismo que o personagem do Dr. Lecter possui, o que faz com que o encanto do mesmo se perca. Embora, na minha opinião, seja o menos interessante, o filme traz ótimas atuações dos incríveis Edward Norton e Phillip Seymour Hoffman. Mary-Louise Parker e Harvey Keitel também estão muito bem, e Ralph Fiennes apresenta a melhor atuação dele que já vi, embora a melhor em cena no filme é a Emily Watson, que conseguiu transparecer a complexidade de sua deficiente visual, com sua vulnerabilidade em contraste com um jeito destemido.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraToda forma de arte é política, até aquela que não se pretende politizada. Qualquer expressão artística emite juízos, valores, justamente por ser uma representação, então criticar o filme pelo protesto feito pelo elenco em Cannes é, no mínimo, ignorância. Neste caso, o tal protesto está em perfeita conformidade à história contada na tela porque toda a trajetória da personagem central é pautada na ideia de resistência. No microcosmo narrativo do filme, o escritório de engenharia representa o sistema, que toma vulto. O entorno te pressiona a render-se a ele, o medo se instaura e sucumbir parece a única opção. A luta de Clara é contra toda e qualquer imposição que a vida apresenta. Em nosso cotidiano, fazemos política o tempo todo, a questão é que alguns não admitem, outros sequer se dão conta disso.
Ascensor Para o Cadafalso
4.1 97 Assista AgoraA história paralela é essencial para o desenrolar do filme, mas é também responsável por ele perder o ritmo.
Dormindo Com o Inimigo
3.4 303 Assista AgoraPara os olhos de hoje, talvez não seja a trama mais original, mas sua evolução é bastante surpreendente nos momentos de revelação, chegando a lembrar o recente "Garota Exemplar" (Gone Girl). A violência física e psicológica sofrida pela personagem estão estampadas na atuação de Julia Roberts, nas cenas que contracena com pessoas fundamentais pra sua trajetória na história, bem como nos diálogos com personagens ocasionais. A tensão é construída de modo a se fazer presente o tempo todo, e como sabemos que um embate final é inevitável, não saber exatamente o momento em que ele vai se dar, é uma boa saída pra disfarçar a obviedade. É um bom filme.
Boi Neon
3.6 461A questão dos estereótipos de gênero, um assunto que tem se apresentado com urgência nos últimos tempos, está perfeitamente ilustrada no filme. A escolha da profissão, os sonhos e o estilo dos indivíduos não identificam, necessariamente, sua sexualidade. É pena que "Boi Neon" seja mais um exemplo de como um tema, sozinho, não rende um filme. Aqui, falta uma história que supere a intenção de levantar o argumento dos sexos. Boa sinopse - aliás, praticamente resumida no título - e cenas bem dirigidas não desenvolvem um enredo. Ainda assim, um filme bom, com passagens hilárias, outras tantas ousadas, a bela crueza do nordeste e os contrastes dos personagens retratados com brilhantismo por Gabriel Mascaro e um Juliano Cazarré demonstrando, mais uma vez, que é capaz de interpretar qualquer personagem.
Nina Simone: The Legend
4.2 18Uma aula de História no que se refere ao movimento negro pelos direitos civis. O filme foca no papel de Nina Simone no contexto da segregação racial e evidencia o papel interventor do artista na política social.
Beatriz
2.6 11Acho possível receber o filme com maior entusiasmo, mas pra mim, a intenção de explorar teatro e literatura no filme só o tornou exageradamente dramático. Esse excesso de carga no texto prejudica as atuações, mas Marjorie Estiano sobressai, tendo a performance mais crível e muita entrega. Por outro lado, alguns personagens são tão mal apresentados que suas participações tornam-se dispensáveis. A atriz espanhola Lua Testa tem rendimento extremamente artificial. O enredo, riquíssimo, poderia ter sido melhor explorado.
Kalifornia: Uma Viagem ao Inferno
3.5 136 Assista AgoraUma história previsível com cenas finais dispensáveis, mas uma ótima atuação de Brad Pitt, fundamental para afastá-lo do estereótipo de galã.
Muito Além das Patricinhas de Beverly Hills
3.4 18O filme analisa o comportamento adolescente norte-americano a partir dos filmes de high school dos anos 90 e 2000. Apesar dos interlúdios videoclípticos e do pouco tempo de duração para abordar sua proposta, o documentário se constitui como um estudo social da cultura jovem dos Estadoa Unidos quase como que num trabalho acadêmico, dividindo-se em capítulos que destrincham exemplos desse gênero cinematográfico e tratam dos anseios e utopias da chegada à vida adulta. Ao investigar o retrato desse público que, desde os clássicos de John Hughes, se acostumou a ver-se na tela, ofilme se localiza no meio do caminho entre a crítica séria e uma debochada auto celebração.
Um Crime de Mestre
3.8 729Toda a trama da mudança de emprego do promotor (Gosling) e seu envolvimento amoroso com a nova chefe são completamente irrelevantes pra história, se revelando apenas como mecanismos para preencher o tempo do filme, que possui uma sinopse ótima, mas que não rende, sozinha, um longa metragem.
Premonição 5
2.9 2,1K Assista AgoraO melhor filme da série. Todos os elementos utilizados pra criar suspense nas cenas são aproveitados na hora das mortes, os personagens têm histórias interessantes e o diretor consegue encerrar um ciclo com talento.
Terapia de Risco
3.6 1,0K Assista AgoraJovens recém-formados se preocupam com a inserção no mercado de trabalho. Profissionais atuantes se especializam em busca de melhores oportunidades. Aposentados pensam em alternativas para complementar a renda. Qual seria, então, o caminho do profissional no auge da carreira? O raciocínio do diretor Steven Soderbergh - 50 anos de idade, metade dos quais dedicados ao cinema e com um Oscar de direção na estante por Traffic (2000) – é controverso: em declaração à agência de notícias britânica Reuters em junho de 2012, Soderbergh afirmou que não queria mais saber de projetos grandiosos, a ordem era se divertir.
Alardeada pela mídia, sua retirada – ainda que, segundo o próprio, possivelmente temporária – do mundo cinematográfico se dá em doses homeopáticas. A primeira etapa da despedida se deu no ano passado com o morno Magic Mike (2012) que retratava a vida de strippers masculinos sem maior aprofundamento nos conflitos, beirando a glamorização da profissão. Se o intuito era divertir, conseguiu. E só.
No dia 17 de maio chegou às salas brasileiras a segunda empreitada que antecede o hiato de Soderbergh, Terapia de Risco, no qual demonstra disposição para voltar a falar sério. Nele, Emily (Rooney Mara) sofre graves crises de ansiedade durante a reintegração de seu marido Martin (Channing Tatum) à sociedade, que deixa a prisão depois de cumprir pena de 4 anos por uso indevido de informações privilegiadas em negociações do mercado financeiro. Ela começa a ser tratada por Jonathan Banks (Jude Law), mas o medicamento adotado gera efeitos colaterais e Emily comete um crime. A partir daí trava-se uma discussão sobre ética profissional e os limites entre interesses pessoais e trabalho. Talvez não seja coincidência que os personagens do filme também entrem em conflito em suas vidas profissionais, mas não se engane: em Side Effects (no original), quase nada do que parece realmente é.
A crítica especializada confunde o público ao anunciar o filme com tons de denúncia à indústria farmacêutica. Antes fosse. Se por um lado o foco nos médicos que se associam a laboratórios para fazer dinheiro receitando seus remédios pudesse imbuir o filme de um discurso demasiadamente politizado, por outro a ênfase no tema provavelmente aumentaria sua relevância. Tanto esse aspecto quanto o suspense que impera na película são apenas a superfície de uma série de camadas que esconde o grande jogo de trapaças que se revela à medida que a trama avança.
Embora as reviravoltas do roteiro assinado por Scott Z. Burns – sócio de Soderbergh também em Contágio (2011) - soem como uma grande sacada, elas não se dão de maneira tão maestral quanto parece. A opção do diretor de enlear gêneros cinematográficos distintos corre o risco de frustrar o espectador já que, na verdade, quem for ao cinema assistirá essencialmente a um filme sobre intrigas e ambição, o que menos tem a ver com drogas e farmacêuticos e mais com motivações pessoais.
O elenco se sai bem, com exceção de Channing Tatum que, em 10 anos de carreira, ainda não disse a que veio. Em sua terceira parceria com Soderbergh – A Toda Prova (2012) e Magic Mike são as anteriores -, Tatum passa batido aos olhos do público, deixando espaço para que Rooney Mara sobressaia. A atriz de A Rede Social (2010) e Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (2011) teve a difícil tarefa de dar vida à personagem mais complexa de Terapia de Risco e demonstra competência, embora tenha sido a segunda opção do diretor – o nome de Blake Lively do seriado de TV Gossip Girl esteve vinculado ao papel. Jude Law aposta na versatilidade em suas opções de carreira e, aqui, em sua segunda empreitada com Soderbergh – ele atuou em Contágio -, demonstra fôlego para conduzir o enredo: é através das investigações de seu personagem que o espectador desata os nós da trama, acompanhando, simultaneamente, o avanço de suas buscas e o desmoronamento de sua vida. Por fim, a experiência de Catherine Zeta-Jones como coadjuvante – ela ganhou um Oscar na categoria por Chicago (2002) – parece contribuir para a dualidade exigida por Victoria Siebert, a primeira médica de Emily.
A fotografia também merece elogio. A luminosidade das cenas que retratam a vida feliz dos personagens referencia a propaganda laboratorial para os antidepressivos, contrapondo-se à luz escura adotada nos momentos mais tensos. O responsável é o próprio Soderbergh, que a assina através do pseudônimo Peter Andrews. Mas é o seu nome verdadeiro que vem sendo comentado mundo afora: o diretor está lançando Behind The Candelabra, a princípio, sua derradeira investida cinematográfica. O filme conta a história do pianista Liberace e seu amante Scott Thorson, interpretados pelos astros Michael Douglas e Matt Damon, respectivamente. Exibido no Festival de Cannes no mês passado, o filme perdeu a Palma de Ouro para o drama francês La Vie d'Adèle, ironicamente, um filme que também retrata uma relação homossexual, aqui, entre duas adolescentes. Nos Estados Unidos, o adeus de Soderbergh foi recusado pelos grandes estúdios e teve de ser exibido na televisão pelo canal a cabo HBO. Nem todo fim de carreira é tão glamoroso quanto se gostaria.
Em Transe
3.6 738O que descartamos e o que é preservado pela memória humana e como isso determina nossa identidade e relação com o mundo? Essa é a temática de Danny Boyle em “Em Transe”. Divulgado sumariamente como a história de um leiloeiro que se envolve num roubo de obras de artes e, após ser golpeado na cabeça, recorre à hipnose para relembrar onde escondeu uma pintura perdida e assim prestar contas a seus comparsas, o filme extrapola a sinopse, propondo um questionamento existencial a respeito da (des)construção da personalidade através das intervenções do meio externo. Livre arbítrio, compulsão e ambição se unem ao argumento desse thriller psicológico que transita entre o gênero policial, o romance e a tragédia.
Existencialismo não é exatamente novidade no trabalho de Boyle. Em “Trainspotting” (1996), filme que garantiu sua vaga em Hollywood, o diretor apresenta um grupo de jovens de Edimburgo viciados em heroína numa jornada que vai da ausência de perspectivas à autodestruição. Um exemplo ainda melhor é “A Praia” (2000), em que um Leonardo DiCaprio pós-“Titanic” teve sua imagem de galã desvirtuada ao viver um rapaz que se atira ao desconhecido em busca de seu lugar no mundo. Há três anos, Boyle narrou em “127 horas” a luta pela sobrevivência de um alpinista americano que permaneceu preso e isolado por cinco dias no Parque Nacional do Grand Canyon.
Se em sua última investida cinematográfica o diretor – dono de um Oscar por “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008) - optou por contar uma história baseada em fatos reais, agora ele desafia a realidade. Para tal, utiliza como recurso a terapia hipnótica, técnica em que os pensamentos do paciente são guiados por um especialista. E isso não é tudo. O filme também recorre ao surrealismo para ilustrar o inconsciente humano, o que deve atrair os interessados em arte.
A trama complexa não serviu de desculpas para descuidar dos detalhes: o pintor espanhol Goya (1746-1828) foi o escolhido para ter uma de suas obras “roubadas” devido ao apelo psicológico e à abordagem obscura da alma que imprimiu em seu trabalho depois de contrair uma doença que o deixou surdo, parcialmente cego e temporariamente paralítico. A boa sacada não termina por aí: se o trauma do artista deixou sequelas que interferiram em seu trabalho, Simon - personagem do excessivamente sutil James McAvoy - perde parcialmente a memória após o golpe na cabeça que recebe de Franck - vivido por um inspirado Vincent Cassel -, passando a um estágio de confusão mental e assombro como o do homem que aparece em “Bruxas no ar”, a pintura perdida no filme. Goya justifica ainda a aparição da já alardeada nudez frontal de Rosario Dawson, numa referência a outro de seus quadros mais célebres, “A maja nua”.
Nada no filme é à toa e esse é seu grande mérito. Comparado pela crítica especializada à “Amnésia” (2000) e “A Origem” (2010), ambos de Christopher Nolan, Boyle admite a semelhança sem deixar de imprimir sua marca ao gênero: as cenas filmadas em efeito de ‘film noir’ com câmera torta, o humor autocrítico, o aproveitamento das tecnologias e o bom uso de referências culturais estão lá, deixando de lado apenas um elemento padrão do diretor, justamente o mais dispensável: as cenas escatológicas – vide “Trainspotting” e “Quem quer ser um milionário?”.
Em entrevistas de divulgação, o diretor tem se declarado envaidecido com as associações feitas a seu filme. No entanto, a matriz de Boyle não foi nenhum dos títulos a que seu novo trabalho vêm sendo comparado. O roteiro é do escocês John Rodge - parceiro do diretor em “Trainspotting”, “Por uma vida menos ordinária” e “A Praia” – , adaptado de um filme homônimo produzido para a TV britânica, escrito e dirigido por Joe Ahearne, especializado em ficção científica. Na verdade, outras películas apresentam paralelos com a obra, entre elas “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” (2004), de Michael Gondry, e “A Cela” (2000), de Tarsem Singh. Ainda assim, os parâmetros para comparação não diminuem o resultado. Pelo contrário, permitem ao espectador conexões que talvez o faça sentir-se mais próximo da (i)rrealidade desse do que dos outros.
Isso não significa que “Trance” (no original) não apresente problemas. O escopo do surrealismo não justifica as cenas de baixa qualidade, como nas sequências finais. Embora empenhada, a trilha sonora de Rick Smith não acerta tão em cheio quanto nas dobradinhas anteriores com o diretor como em “A Praia”. A escalação priorizou as semelhanças de McAvoy com a imagem de galã-pouco-carismático de Ewan McGregor, colaborador de Boyle nos anos 90, transferindo para Cassel a melhor interpretação do filme, em ótima química com Rosario Dawson, affair do diretor durante as filmagens e que, embora não chegue a chamar atenção, foi melhor opção que Scarlett Johansson e Zoe Saldana, nomes cogitados para o papel da terapeuta Elizabeth.
Um dos aspectos que se destacam na construção do filme, por outro lado, é a distribuição de peso entre os personagens. Se no início parece que estamos acompanhando a história de Simon, o foco da ação é posteriormente transferido para Elizabeth e Franck, papéis de Dawson e Cassel, respectivamente. Ao final, chega-se à conclusão de que a história se divide em três momentos, sendo conduzida por cada um dos personagens num caso exemplar em que existe, de fato, um trio de protagonistas. Alguns dirão que trata-se apenas de um recurso para confundir o espectador, mas essa divisão de importância contribui não só para a complexidade da história, mas principalmente para ilustrar a inexistência da realidade, uma vez que os acontecimentos dependem da interpretação que cada um faz dos fatos - neste caso, das lembranças.
Para Sempre
3.6 2,0K Assista AgoraEsse foi o filme do Valentine’s Day nos Estados Unidos e agora é o filme do nosso Dia dos Namorados, embora isso seja meio triste. Não pela grande porcentagem trágica de sua sinopse, mas porque você sai do cinema com a sensação de que ele foi isso: mais um filme. Nada mais! E embora os caras que vão acompanhar suas digníssimas nas sessões de comédias românticas odeiem admitir, existem excelentes exemplares do gênero, o que faz “The Vow” sair perdendo por comparação.
A história, baseada em fatos reais, é muito bonita e, embora ela remeta a diversos outros filmes que já vimos, o problema não é a falta de ineditismo. A direção opta pela simplicidade pra não cair no melodrama, um risco que o roteiro apresenta. Nesse sentido ela é bem sucedida, mas falta emoção nas cenas românticas, inspiração nos diálogos e um protagonista que sustente a história. É inegável que Channing Tatum tem seu carisma, mas a falta de técnica é evidente aqui – ele nunca estudou pra ser ator e já foi até stripper. Quem segura o filme é Rachel Mc Adams. Embora não seja a melhor opção pra carreira dela, uma vez que já atuou em diversas películas do tipo, seu espaço em Hollywood já está consolidado. Tatum, por outro lado, precisava de um blockbuster no qual fosse o galã pra se fortalecer e a grande bilheteria alcançada por “The Vow” lhe garantirá muitos convites, mas o esforço de atuação que se vê na tela não justifica sua escolha pro personagem.
O conflito familiar que serve de plano de fundo é uma das partes mais interessantes, mas infelizmente é pouco explorado, o que acaba por subestimar a presença de grandes nomes como Jessica Lange e Sam Neil, os pais da mocinha. Mas é a questão familiar somada à atuação de McAdams que justificam a ida ao cinema prum “date movie” despretensioso. Nada mais!
O Casamento do Meu Ex
2.3 832É impossível não criar grandes expectativas sobre um filme com um elenco tão bom, formado por alguns dos melhores atores das gerações 90’s e 00’s de Hollywood e da veterana Candice Bergen. Mas verdade seja dita: nem sempre grandes nomes garantem grandes filmes e esse é o caso aqui. “O Casamento do meu Ex” tem uma sinopse incrível, mas 0 argumento. Não existem muitos elementos que contem de fato a história dos personagens, os diálogos são construídos de uma maneira que parece ter faltado ao expectador um conhecimento prévio de quem são aquelas pessoas e do que aconteceu com elas no período anterior ao retratado no filme, mas de que maneira isso poderia ser feito? Talvez isso seja reflexo da adaptação feita do livro no qual a obra foi baseada, cuja autora também dirigiu e roteirizou o filme. As poucas informações que nos são dadas surgem em diálogos ora confusos, ora bobos.
O trio principal está bem, dono de algumas das poucas cenas relevantes do filme, mas em todas elas, Katie Holmes se destaca. A crítica alardeou essa como a melhor atuação de sua carreira e é verdade, ela é densa, angustiada e crível, mas as semelhanças com a Joey de “Dawson’s Creek”, personagem que interpretou por 6 anos, facilitam a tarefa. Os demais atores são notoriamente talentosos, mas seus personagens não acrescentam muito, sendo Elijah Wood o mais desperdiçado. A intenção de fazer as frustrações e derrotas dos coadjuvantes ilustrarem a trama principal é evidente e até uma estratégia inteligente, mas não cura a deficiência das falas, que teriam um peso decisivo numa história que se passa em menos de 24 horas.
Tudo fica subentendido. Não que isso seja problema, menos ainda novidade, mas aqui, acaba reforçando a falta de confronto, essencial pra uma história com tamanha carga emocional e tão próxima de casos da vida real. Mesmo as cenas em que os conflitos se dão acabam não envolvendo o espectador e fica sempre a sensação de que algo passou batido aos olhos nos 95 minutos que o filme dura. Isso somado aos movimentos nervosos da câmera - que ao invés de transmitirem emoções pulsantes acabam por revelar a fragilidade da direção – faz com que a trilha sonora seja a única marca deixada pelo filme.
A Órfã
3.6 3,4K Assista AgoraEu adoro fazer suspense comigo mesmo, então vira e mexe qdo assisto um filme sozinho, aperto o pause e vou dar uma volta, beber uma água, ir no banheiro... Só pra fazer durar o mistério por mais tempo. Mas não me lembro de já ter PRECISADO parar um filme antes pra 'tomar um ar' devido ao nervosismo causado por ele, e isso aconteceu com "A Orfã".
A crítica não está errada, o filme realmente apresenta alguns clichés do gênero e abusa de alguns elementos do suspense, tentando inclusive criar susto onde não existe, mas ele também tem uma atmosfera cult, não só pelas presenças Vera Farmiga e Peter Sarsgaard ou pelas surpresas da última meia hora, mas também porque a narrativa dele é crescente, começando lentamente e ganhando gás a cada nova cena.
O filme é pesado. Além de abordar uma temática polêmica como a da adoção ou por mostrar crianças em cenas fortes, ele envolve o espectador, e isso se deve basicamente às excelentes atuações. Isabelle Fuhrman, agora exaltada por fazer parte de 'Jogos Vorazes", está impecável no papel de Esther e a crítica foi unânime quanto a isso - uma menina de 12 anos conseguindo captar o lado cândido e o perverso de uma criança é surpreendente! Mas há de se reconhecer que a sutileza da atuação de Vera Farmiga é fundamental pra que o filme dê certo e ela é a principal responsável pra que eu tenha me envolvido tanto com essa história.
O diretor Jaume Collet-Serra tem em seu passado a refilmagem do terror "A Casa de Cera", mas as produtoras envolvidas dão credibilidade ao filme, tendo o nome de Leonardo DiCaprio envolvido no projeto.
A cena inicial combina com o tom cult, mas é forte demais pra abrir a história, tão trash que quase dá vontade de desistir de assistir! Mas não o faça, vale a pena!
W.E.: O Romance do Século
3.5 377 Assista AgoraEu não assisti "Evita", a mais bem sucedida e, ao mesmo tempo, mais criticada investida de Madonna no cinema. Mas eu conheço todos os motivos que ela tinha pra querer fazer parte daquele projeto e, da mesma forma, não é difícil perceber porque a história de "W./E." merecia ser contada por ela. Basta conhecer minimamente sua carreira pra saber que o trabalho de Madonna é sempre pontuados por suas próprias experiências pessoais e ela, assim como suas protagonistas (mulheres de personalidade forte, claro), já foi agredida pelo marido, deixou seu país pra viver com o esposo, teve dificuldades em realizar o sonho de ser mãe, se separou... Por isso, faz todo sentido vê-la dirigir um filme que trata basicamente de casamento, crises matrimoniais, interesse e divórcio.
Por ser a pessoa pública que é, ninguém melhor que ela pra escrever cenas que demonstram a solidão vigiada de uma celebridade, tema recorrente em seu trabalho, a exemplo da letra e vídeo da música "Substitute for Love". As imagens de eventos sociais da alta classe incluídas na história são uma das fontes da crítica de que o filme não passa de uma propaganda de artigos de luxo em longa metragem, uma acusação desonesta que tenta reduzir os méritos de uma obra tão rica em argumento e personalidade.
Embora tenha sido fiel aos fatos históricos, Madonna foi muito corajosa em não mergulhar numa cine-biografia e explorar uma história paralela contemporânea que, ao invés de confusa e desviante, como foi divulgado na imprensa, estabelece um contraponto fundamental para demonstrar o posicionamento da diretora quanto ao "romance do século".
Longe de mim tentar fazer o filme parecer melhor do que é. Na tentativa de produzir uma obra visualmente bonita, há alguns excessos principalmente nas atuações, a parte da direção em que ela, notoriamente, mais encontrou dificuldade. Ainda assim a intenção foi bem-sucedida porque beleza não falta ali: fotografia, direção de arte, figurinos, trilha sonora... O roteiro, escrito em conjunto com o parceiro de longa data, Alek Keshishian - diretor de seu documentário "Truth or Dare: Na Cama com Madonna", cujo primeiro longa de ficção tinha música dela na trilha -, cumpre a difícil tarefa de retratar personagens reais com simultânea fidedignidade e opinião, e a direção dá sinais de que Madonna tem potencial pra inventar sua própria estética. Sendo ela uma das responsáveis pela importância da imagem na música pop, isso nem chega a ser exatamente uma surpresa.
Burlesque
3.5 1,7K Assista AgoraO filme é fraco em termos de roteiro, mas não acho q essa é a exigência número 1 de quem assiste um musical! Ainda mais qdo ele tem como chamariz duas popstars e um enredo tão batido como "garota do interior larga tudo pra tentar a sorte na cidade grande". Se ainda assim ele vale a pena ser assistido, acho q isso torna ele um bom filme sim. Qualquer fã do gênero vai adorar pq os principais elementos dele, como boa música, excelentes performances vocais, números musicais empolantes, direção de arte fiel ao clima burlesco, coreografia sexy e figurino impecável, estão todos ali.
Não entendi algumas críticas à atuação da Aguilera e olha q sou bem chato com isso, ainda mais sendo fã da carreira dela como cantora. Ela acertou o tom do personagem e me surpreendeu, ainda mais considerando q é sua primeira aparição no cinema. Cher mostrou q ainda está em forma pra atuar e ainda tem o maravilhoso do Stanley Tucci no elenco. O Alan Cumming foi negligenciado com os cortes q fizeram à versão final, mas gostei de ver ele, o Peter Gallagher e até o Cam Gigandest [q apesar de não ser um grande nome, foi uma boa escolha como par da Christina] e a Kristen Bell, q não exagerou no tom da vilã e está linda, apesar de protagonizar o número menos inspirado do musical.
Eu indico!
Cilada.com
2.5 1,8KNão gosto de comédias, o q torna o fato desse filme ter me agradado, uma surpresa.
Já assisti mto filme brasileiro ruim, mas esse, apesar de ser um besteirol protagonizado por globais, não deixa nada a desejar aos filmes hollywoodianos do gênero, quem curte comédia, vai se divertir, sem dúvida! Só tem uma cena q considerei apelativa, q satiriza uma reunião do A.A. ou dos Narcóticos Anônimos, mas como se espera tudo desses filmes, ter só uma cena q exagera no tom é até um mérito!
O Bruno Mazzeo provou q é sem dúvida um dos melhores comediantes dessa geração, depois de fazer sucesso na tv fechada a ponto de levar um quadro pra um dos programas mais assistidos da tv aberta como o Fantástico, alcançar um êxito desse, provado pelos números de espectadores nas salas, o torna ainda mais importante.
Tomara q isso sirva de combustível pras boas produções nacionais!
O Amante
2.8 162O filme é mto interessante por conta das revelações q vão sendo feitas e pela tensão entre os personagens do Liam Neeson e do Antonio Banderas [ótimos em seus papéis], mas depois disso é uma sucessão de frustrações pela falta de confronto entre os personagens, q culmina num final muito decepcionante. A partir daí, todo o esforço pra deixar de lado a pobreza da produção [a direção é meio preguiçosa em alguns pontos, desde a primeira cena] se torna em vão.
A atuação de Romola Garai, q interpreta a filha do casal, é digna de novela mexicana!
Jogos Mortais 2
3.4 853 Assista AgoraTalvez esse seja tão bom qto o primeiro, q é o meu preferido. Só não vou na onda dos fãs da série, [q preferem esse, na maioria] pq o 2 tem um elemento q o assemelha demais aos filmes do gênero, q é "um grupo de pessoas sendo assombrado por um maníaco".
Mas tem cenas épicas, inesquecíveis, como a das seringas e a da fornalha.
O final é surpreendente, mas não tanto qto o do primeiro, q faz Jogos Mortais ser tão significativo entre os filmes de terror.
O Preço da Traição
3.3 1,1K Assista AgoraO melhor do filme são as atuações! Julianne Moore está ótima, como era de esperar, sendo ela a atriz maravilhosa q é e dada a carga emocional da personagem, que é perfeita pra ela. A Amanda Seyfried tbm manda muito bem, considerando q ela é novinha e não tem tanto tempo de carreira, ela mergulhou no mundo da personagem e a deu vida da maneira exata. O Liam Neeson tbm deu o peso exato pro personagem, embora ele tenha perdido a esposa durante as filmagens.
Mas alheio a isso, o filme de fato poderia ser melhor, como a maioria deu a entender. Eu o assisti em dvd e isso fez toda diferença por conta dos Extras. Tem duas cenas deletadas q deveriam estar no filme pq, com elas, ficaria mais clara a natureza da Chloe, quem ela é e o q a levou a se tornar aquela pessoa [alguns diretores não optam por um filme todo explicadinho pra dar margem a interpretações, mas geralmente isso acaba deixando o filme "vazio"] e a conclusão narrada , como existe, mas foi deletada da versão final, tornaria o filme mais coeso e não causaria a frustração que o final dele deixou em alguns, como pode perceber pelas críticas que li abaixo.
De resto, o filme pode ser previsível em alguns aspectos, como outros usuários relataram, mas ainda assim é interessante e eu indicaria. Sem dúvida ele vai ser o próximo clássico do "Super Cine", é perfeito pros suspenses eróticos q a Globo gosta de passar no sábado à noite.
Jogos Mortais
3.7 1,6K Assista AgoraO q mais me interessou no filme foi quando soube q o roteirista e o diretor, q já eram amigos, escreveram a história a partir do orçamento baixo q possuíam. Seguindo o parâmetro do "quanto temos pra gastar produzindo esse filme", eles acabaram subvertendo o gênero Terror, criando uma nova proposta. É obvio q o filme se utiliza de referências já usadas em filmes anteriores [como aquelas sequências em q a pessoa demora demais pra agir, atirar e acaba dando mole], mas os baixos custos de produção que os obrigaram a serem criativos. Embora esse mesmo motivo tenha gerado alguns resultados toscos [por exemplo, as fantasias usadas pra assustar, q são bizarramente mal feitas], o filme surpreende, o final é bastante inesperado!
Vem Dançar
3.6 253Só indico para quem gosta muito de filmes de dança, nesse caso é obrigatório ver. De resto, não vale a pena! O filme é cheio de clichês, não traz nada de novo ao gênero. Usa todas as fórmulas dos filmes ambientados em escolas cujos alunos são de alguma periferia norte-americana. Somado a isso, tudo aquilo que acontece em qualquer outro filme em que alguém não sabe dançar e termina numa competição de dança. Nem o final surpreende, pelo contrário, é frustrante!
A foto da capa, com Banderas dançando é propagando enganosa. Essa é a ÚNICA cena em que ele dança. Tá certo, é uma ótima cena, mas nem é a melhor coreografia do filme, a sequência final de dança ganha disparado!
A única formula deixada de fora é a dos conflitos familiares, que deveriam ter sido aproveitados, poderia ajudar no resultado final. Vários filmes repetem tudo o que já foi visto em vários outros, mas dão certo. Não é o caso desse...
Dragão Vermelho
4.0 894 Assista AgoraO principal problema de "Dragão Vermelho" é que "O Silêncio dos Inocentes" veio antes! Ao contrário dos livros que deram origem à série, nos quais tudo começa em Dragão Vermelho, a trilogia foi iniciada em "Silêncio", ao qual coube todo o ineditismo da história [existe um filme de 1986 chamado "Manhunter" que conta a história de "Dragão", mas ele não fez o menor sucesso e não possui relação com nenhum dos filmes produzidos posteriormente].
Pra quem viu "Silêncio" primeiro, assistir Hannibal Lecter instruindo um policial na caça a um serial killer e se envolvendo afetuosamente com esse detetive é um tanto repetitivo! Isso sem contar que esse filme é o que menos foca no magnetismo que o personagem do Dr. Lecter possui, o que faz com que o encanto do mesmo se perca. Embora, na minha opinião, seja o menos interessante, o filme traz ótimas atuações dos incríveis Edward Norton e Phillip Seymour Hoffman. Mary-Louise Parker e Harvey Keitel também estão muito bem, e Ralph Fiennes apresenta a melhor atuação dele que já vi, embora a melhor em cena no filme é a Emily Watson, que conseguiu transparecer a complexidade de sua deficiente visual, com sua vulnerabilidade em contraste com um jeito destemido.