As personagens são propositalmente arrogantes e isso deveria ser levado em conta. Elas possuem uma arrogância que se volta mais para o questionamento intelectual e cultural (a praticidade e a normalidade as entediam); inverta as possibilidades e coloque pessoas mais hábeis socialmente, que preferem dançar a ver filmes, que preferem músicas que desenvolvam mais o ritmo do que o conteúdo (sem julgamentos, cada um escolhe o que o faz bem, apenas apresentando pontos opostos): geralmente essas pessoas são arrogantes e criticam pessoas mais introspectivas e sensíveis.
O filme inteiro põe a sensibilidade de Enid como algo que não existe, mas o desfecho mostra justamente o contrário. O mal que ela sofre é o da incompreensão (e aqui deixo apenas a Enid porque a Rebecca, por conta da beleza física, acaba se saindo melhor "na vida" e se encaixando nos gostos mais populares).
Não chega a ser uma decepção, mas também não é nada incrível. Só acho que alguns comentários negativos que vi sobre o filme foram exagerados. Felizmente não me cegaram de ter outra percepção.
Que abordagem sensacional da inteligência artificial! As atuações são realmente boas, a Alicia Vikander faz um trabalho maravilhoso. A trilha sonora é agoniante, propícia para o filme.
Me lembrou "2001: uma odisseia no espaço", na ideia do computador que passa a "pensar" por si mesmo e tomar atitudes drásticas, mas sem o menor remorso (aparentemente, o único sentimento que não lhes é dado).
Belíssimo roteiro, trilha sonora sensacional e ótima atuação do Evan McGregor. Gosto especialmente do começo do filme, embora outras cenas sejam tão boas quanto.
Os pontos fracos do filme para mim são as cenas que envolvem o Begbie (com exceção dele se gabando enquanto o Mark narra como descobriu a verdade), mas não sei explicar direito.
Antes eu não entendia essa capa, mas agora ela faz mais do que sentido.
Primeiro filme do Dolan que assisto (sem saber previamente que era dele) e fiquei abismado quando o filme terminou, mostrou o nome dele e quando os créditos rolaram eu vi que que ele interpretou o Hubert. Foi como uma chuva de surpresas pra mim, o filme se abriu de uma forma muito diferente. Ele tinha 20 anos quando o filme foi lançado. Direção magnífica, fotografia e diálogos invejáveis. Como não sei mais o que, a partir daqui será spoiler, prefiro falar da temática do filme abaixo:
O filme inicia com uma proposta que parece ser algo mais voltado pro complexo de Édipo e uma coisa mais violenta na relação mãe e filho; com aqueles fragmentos da gravação dele em preto e branco (que são momentos incríveis, diga-se de passagem) e o título, que não saiu da minha cabeça -- talvez nunca saia --, pareceu que a qualquer momento teríamos algo trágico. Mas aí o filme mostra que é tudo sobre mãe e filho mesmo, adolescência, ninguém te entende, etc. Quando queremos solução imediata pra tudo. Ou seja, é algo completamente normal. Aquele "eu te odeio" sei que muitos também já disseram. Alguns se arrependem, outros lembram como algo da idade mesmo.
Enfim, filmes como esse me fazem repensar a arte e suas possibilidades.
O filme tem uma mensagem muito interessante, mostrando o ponto de vista do que são considerados estrangeiros. Agora imagine se sentir estrangeiro em seu próprio país? É o que acontece, de certa forma, com Jim White. Vale a pena assistir.
Poesia, comédia surrealista e um desejo muito grande de fugir da normalidade compõem essa obra. O filme parece ter sido dirigido/escrito por Manoel de Barros. É como estar dentro dos olhos de uma criança.
O filme é muito bom mesmo e os atores que fazem o Kevin estão altamente convincentes, além da Tilda Swinton que também dá um show.
É doloroso mesmo, irritante, massacrante. É o tipo de soco no estômago pra nos dizer: "ei!, isso existe!" E pra dizer principalmente: a maternidade não é tão fácil quanto parece (ou quanto a sociedade tenta fazer parecer).
É redundante falar da beleza visual desse filme, né? É, pessoalmente, o filme de ficção-científica mais lindo que eu vi em toda minha vida. É impressionante como tudo isso pôde ser feito em 1968.
Já vi filmes maiores que se passaram com muito mais dinamicidade. Ser lento e ter pouquíssimo diálogo, a meu ver, não é um problema, mas toda aquela contemplação cósmica, além das cenas meio psicodélicas... Não sei. Era necessário mesmo que durassem tanto? É muita ousadia mesmo e na arte o diferencial é aquele que rompe com tudo o que se tem como "bom", recriando, abrindo uma nova fenda nas possibilidades criativas. Talvez eu não esteja preparado para esse ritmo ainda.
A história, todos os links, a fotografia, a trilha sonora fazem deste filme uma obra de arte indiscutível. Vale o conhecimento.
É um filme simples e ameno, pra ser visto sem expectativas de ápice ou de clímax (e não ter esses "adicionais" é proposital para a história, é como deve ser. Sou suspeito pra falar, porque gosto muito de filmes assim.
Engraçado como o personagem do Miles Teller tem uma certa semelhança com o Neiman de "Whiplash". Tirando todo perfeccionismo e ambição, ele também traz aquela ideia de "eu não preciso estudar algo que todos querem na faculdade" e essas coisas, as quais eu simpatizo, de certa maneira. Me incomoda e me faz pensar da mesma forma que o Sutter/Neiman; quem disse que precisamos seguir esse roteiro chato e repetido? Tem tanta coisa ainda pra se conhecer.
Vale a pena ver para conhecer um outro lado do Sandler como ator. Sob a direção de PTA, o filme (em quase 90% de seu desenvolvimento) se volta muito mais para o drama do que para a comédia, que aparece de forma singela, mas não ruim -- opinião minha.
A trilha sonora é realmente ótima. E a forma como é colocada faz o telespectador se sentir dentro da cabeça do próprio Barry.
Atuação extremamente sensível e cuidadosa. É incrível vermos a progressão com que as coisas acontecem.
Talvez uma das melhores sacadas do filme sejam os cortes temporais: os saltos acontecem, mas de maneira imperceptível; somos levados de uma cena à outra, de um tempo a outro e o que temos como pista é a própria personagem.
Me deixou absurdamente aflito. É, talvez, o filme que mais me causou angústia, falando da angústia como uma espécie de claustrofobia que, de uma maneira muito esquisita, sem instala em nós, mesmo em lugares abertos.
Eu havia comentado com meu irmão sobre um assunto parecido ao abordado no filme uns dias antes de vê-lo (quis ver o filme sem ler a sinopse): inventam necessidades para nós e nos fazem acreditar nisso, nos fazem pagar por isso -- compramos e consumimos nossos próprios medos.
Não sei se assistiria de novo, mas é sem sombra de dúvida um dos filmes mais incríveis que já assisti na vida. Atuações mais do que impressionantes. Eu ainda não consegui digerir essa obra completamente. Talvez nunca consiga.
"O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fosse melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba."
Gosto mesmo da inocência das personagens, de como a narrativa de se constrói e como cada um tem uma maneira de ver a mesma situação. Aqueles silêncios constrangedores, os olhares, os sorrisos. É legal pra ver o tempo passar, um filme que você sabe que não vai acabar com você no final, mas vai deixar aquele sentimento de pureza.
Eu não aguentava mais esperar para ver esse filme. Até ver realmente, não li uma sinopse sequer, quis manter a neutralidade absoluta para assistir como algo que saltou na minha frente, tal qual um Tony Montana com uma metralhadora mesmo!
E sou[somos] agraciados com essa obra espetacular! Al Pacino em uma de suas melhores atuações, sem dúvida! Uma mistura de Justiceiro com Pablo Escobar, com muito ódio no coração!
Palmas para a cena em que ele visita a mãe e tenta lhe dar dinheiro, mas ela recusa. Que atuações incríveis, tanto do Al Pacino como da Miriam Colon! Palmas, palmas, palmas!
Concordo que o arco já não seja assim tão interessante (pelo menos para mim), "O Quarteto Fantástico", desde os quadrinhos, já é uma história fraca. Mais que isso, foi uma história criada apenas para dar volume e complementar histórias como "X-Men". Teve seus bons frutos (a primeira aparição do Homem-Aranha é numa revista do Quarteto), mas em geral é isso mesmo. Não pode ser nem chamado de passatempo. Mas conseguiram tornar ainda mais difícil de aguentar. E sabemos que tem o dedo pútrido da Fox aí que, convenhamos, não ajuda. É uma das principais responsáveis por estragar as histórias da Marvel.
O filme vai passando e dá uma sensação de que o Miles Teller está tentando. Mas não dá, não dessa vez. A culpa não é sua, amigo.
Gostei mais do que "Procurando Nemo", talvez por ter visto o outro com uma idade em que eu só me importava com os efeitos e toda aquela coisa mágica da animação, e este eu vi com os olhos de agora, conhecendo como a vida é traiçoeira com a gente.
Amei a forma como os flashbacks são feitos, as falas são sem dúvida inesquecíveis e o Hank é muito legal, eu não consegui parar de me impressionar haha Com certeza verei de novo!
Sinto que o Wes Anderson tem o poder de ler a minha mente e transformar tudo o que ele viu (lá) em filme. Essa câmera, essas cores, essa fotografia, essas atuações! É tudo tão perfeito! É de uma satisfação estética tremenda!
De uns anos para cá tenho me dedicado mais a ver filmes, como parte da minha construção cultural (além do prazer, é claro), e consolidei internamente que o drama é o meu gênero favorito. Quando mais dramático, melhor! Mas às vezes, tudo o que eu preciso é desse sossego, dessa paz. Às vezes eu só preciso de um Wes. De um Moonrise Kingdom. Só isso.
Sou um dos defensores de que o livro é o livro e o filme é o filme; que não se pode (nem se deve), a meu ver, comparar duas artes distintas -- embora, aparentemente, irmãs. No entanto, muito se perdeu nesta produção que poderia ter sido muito melhor.
As atuações são o ponto alto do meu desagrado e até que tentei, a todo momento, não exigir tanto; mas se tornou impossível não ficar incomodado. As cenas foram desenvolvidas com pouquíssima atenção, os diálogos perderam consistência e os personagens foram muito mal construídos.
Para não dizer que me desagradou por completo, gostei (suspeitosamente) da trilha sonora de Carlinhos Brown.
O filme é de uma perfeição extraordinária, desde a direção, passando pela fotografia e indo às atuações. O controle com a luz e a sombra são impressionantes, beirando a pintura.
Gosto de pensar que nem todo gênio foi um gênio por si só. A história apresentada por Hitchcock vem de um livro:
"baseado no romance de mesmo nome de Robert Bloch, vagamente inspirados nos crimes do assassino de Wisconsin, Ed Gein. Hitchcock comprou anonimamente os direitos do livro de Robert Bloch, que deu origem ao roteiro do filme; ele pagou onze mil dólares e depois comprou todas as cópias disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, seu final não fosse revelado." (tirado do Wikipédia)
Não que isso tire todo o mérito dessa belíssima produção. Talvez nem chegássemos a conhecer a história se não fosse através do cinema e se, no cinema, ela não tivesse sido bem dirigida, como aqui foi feito.
Ghost World: Aprendendo a Viver
3.7 540As personagens são propositalmente arrogantes e isso deveria ser levado em conta. Elas possuem uma arrogância que se volta mais para o questionamento intelectual e cultural (a praticidade e a normalidade as entediam); inverta as possibilidades e coloque pessoas mais hábeis socialmente, que preferem dançar a ver filmes, que preferem músicas que desenvolvam mais o ritmo do que o conteúdo (sem julgamentos, cada um escolhe o que o faz bem, apenas apresentando pontos opostos): geralmente essas pessoas são arrogantes e criticam pessoas mais introspectivas e sensíveis.
O filme inteiro põe a sensibilidade de Enid como algo que não existe, mas o desfecho mostra justamente o contrário. O mal que ela sofre é o da incompreensão (e aqui deixo apenas a Enid porque a Rebecca, por conta da beleza física, acaba se saindo melhor "na vida" e se encaixando nos gostos mais populares).
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraNão chega a ser uma decepção, mas também não é nada incrível. Só acho que alguns comentários negativos que vi sobre o filme foram exagerados. Felizmente não me cegaram de ter outra percepção.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraQue abordagem sensacional da inteligência artificial! As atuações são realmente boas, a Alicia Vikander faz um trabalho maravilhoso. A trilha sonora é agoniante, propícia para o filme.
Me lembrou "2001: uma odisseia no espaço", na ideia do computador que passa a "pensar" por si mesmo e tomar atitudes drásticas, mas sem o menor remorso (aparentemente, o único sentimento que não lhes é dado).
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraBelíssimo roteiro, trilha sonora sensacional e ótima atuação do Evan McGregor. Gosto especialmente do começo do filme, embora outras cenas sejam tão boas quanto.
Os pontos fracos do filme para mim são as cenas que envolvem o Begbie (com exceção dele se gabando enquanto o Mark narra como descobriu a verdade), mas não sei explicar direito.
Antes eu não entendia essa capa, mas agora ela faz mais do que sentido.
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KPrimeiro filme do Dolan que assisto (sem saber previamente que era dele) e fiquei abismado quando o filme terminou, mostrou o nome dele e quando os créditos rolaram eu vi que que ele interpretou o Hubert. Foi como uma chuva de surpresas pra mim, o filme se abriu de uma forma muito diferente. Ele tinha 20 anos quando o filme foi lançado. Direção magnífica, fotografia e diálogos invejáveis. Como não sei mais o que, a partir daqui será spoiler, prefiro falar da temática do filme abaixo:
O filme inicia com uma proposta que parece ser algo mais voltado pro complexo de Édipo e uma coisa mais violenta na relação mãe e filho; com aqueles fragmentos da gravação dele em preto e branco (que são momentos incríveis, diga-se de passagem) e o título, que não saiu da minha cabeça -- talvez nunca saia --, pareceu que a qualquer momento teríamos algo trágico. Mas aí o filme mostra que é tudo sobre mãe e filho mesmo, adolescência, ninguém te entende, etc. Quando queremos solução imediata pra tudo. Ou seja, é algo completamente normal. Aquele "eu te odeio" sei que muitos também já disseram. Alguns se arrependem, outros lembram como algo da idade mesmo.
Enfim, filmes como esse me fazem repensar a arte e suas possibilidades.
McFarland dos EUA
3.8 75 Assista AgoraO filme tem uma mensagem muito interessante, mostrando o ponto de vista do que são considerados estrangeiros. Agora imagine se sentir estrangeiro em seu próprio país? É o que acontece, de certa forma, com Jim White. Vale a pena assistir.
Dope: Um Deslize Perigoso
4.0 351 Assista AgoraAnos 90, eu te amo!
Adorei as cenas em que a Diggy estapeava o Will! kkkkkkkkkkkkk
Também achei fantástica a cena pós-cena-final, em que o Shameik Moore dança trazendo os passos do próprio "Fresh Prince"!
E que trilha!
A Espuma dos Dias
3.7 479 Assista AgoraPoesia, comédia surrealista e um desejo muito grande de fugir da normalidade compõem essa obra. O filme parece ter sido dirigido/escrito por Manoel de Barros. É como estar dentro dos olhos de uma criança.
Pareceu pra mim uma mistura de "Hoje é dia de Maria" com "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".
Fotografia muito linda, a trilha sonora é ainda mais encantadora.
Adoro a cena em que o Colin tem de vender o pianocktail e aquele senhor começa a cantar. Pessoalmente, a melhor cena do filme.
E que fofura está a Audrey Tautou!
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraO filme é muito bom mesmo e os atores que fazem o Kevin estão altamente convincentes, além da Tilda Swinton que também dá um show.
É doloroso mesmo, irritante, massacrante. É o tipo de soco no estômago pra nos dizer: "ei!, isso existe!" E pra dizer principalmente: a maternidade não é tão fácil quanto parece (ou quanto a sociedade tenta fazer parecer).
"Será mesmo que as pessoas não gostam de ouvir esse tipo de coisa? As pessoas assistem a TV, para verem pessoas como eu!"
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraÉ redundante falar da beleza visual desse filme, né? É, pessoalmente, o filme de ficção-científica mais lindo que eu vi em toda minha vida. É impressionante como tudo isso pôde ser feito em 1968.
Já vi filmes maiores que se passaram com muito mais dinamicidade. Ser lento e ter pouquíssimo diálogo, a meu ver, não é um problema, mas toda aquela contemplação cósmica, além das cenas meio psicodélicas... Não sei. Era necessário mesmo que durassem tanto? É muita ousadia mesmo e na arte o diferencial é aquele que rompe com tudo o que se tem como "bom", recriando, abrindo uma nova fenda nas possibilidades criativas. Talvez eu não esteja preparado para esse ritmo ainda.
A história, todos os links, a fotografia, a trilha sonora fazem deste filme uma obra de arte indiscutível. Vale o conhecimento.
O Maravilhoso Agora
3.2 808 Assista AgoraÉ um filme simples e ameno, pra ser visto sem expectativas de ápice ou de clímax (e não ter esses "adicionais" é proposital para a história, é como deve ser. Sou suspeito pra falar, porque gosto muito de filmes assim.
Engraçado como o personagem do Miles Teller tem uma certa semelhança com o Neiman de "Whiplash". Tirando todo perfeccionismo e ambição, ele também traz aquela ideia de "eu não preciso estudar algo que todos querem na faculdade" e essas coisas, as quais eu simpatizo, de certa maneira. Me incomoda e me faz pensar da mesma forma que o Sutter/Neiman; quem disse que precisamos seguir esse roteiro chato e repetido? Tem tanta coisa ainda pra se conhecer.
Embriagado de Amor
3.6 479 Assista AgoraVale a pena ver para conhecer um outro lado do Sandler como ator. Sob a direção de PTA, o filme (em quase 90% de seu desenvolvimento) se volta muito mais para o drama do que para a comédia, que aparece de forma singela, mas não ruim -- opinião minha.
A trilha sonora é realmente ótima. E a forma como é colocada faz o telespectador se sentir dentro da cabeça do próprio Barry.
"Eu não gosto de mim às vezes. Pode me ajudar?"
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraAtuação extremamente sensível e cuidadosa. É incrível vermos a progressão com que as coisas acontecem.
Talvez uma das melhores sacadas do filme sejam os cortes temporais: os saltos acontecem, mas de maneira imperceptível; somos levados de uma cena à outra, de um tempo a outro e o que temos como pista é a própria personagem.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraMe deixou absurdamente aflito. É, talvez, o filme que mais me causou angústia, falando da angústia como uma espécie de claustrofobia que, de uma maneira muito esquisita, sem instala em nós, mesmo em lugares abertos.
Eu havia comentado com meu irmão sobre um assunto parecido ao abordado no filme uns dias antes de vê-lo (quis ver o filme sem ler a sinopse): inventam necessidades para nós e nos fazem acreditar nisso, nos fazem pagar por isso -- compramos e consumimos nossos próprios medos.
Não sei se assistiria de novo, mas é sem sombra de dúvida um dos filmes mais incríveis que já assisti na vida. Atuações mais do que impressionantes. Eu ainda não consegui digerir essa obra completamente. Talvez nunca consiga.
ABC do Amor
3.8 1,1KBom filme pra ver sem maiores pretensões, antes de dormir. Grande surpresa com a trilha sonora.
Me lembrou um texto de Paulo Mendes Campos:
O amor acaba (Paulo Mendes Campos)
"O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois
de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fosse melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba."
Querem ouvir uma história de amor?
O Primeiro Amor
4.1 1,3K Assista AgoraGosto mesmo da inocência das personagens, de como a narrativa de se constrói e como cada um tem uma maneira de ver a mesma situação. Aqueles silêncios constrangedores, os olhares, os sorrisos. É legal pra ver o tempo passar, um filme que você sabe que não vai acabar com você no final, mas vai deixar aquele sentimento de pureza.
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KAchei um trailer um pouco melhor do que esse. Não é um "ufa", mas é um "pelo menos isso".
youtu. be/Ljik3zsGNF4 (sem o espaço)
Por que não lançaram esse antes?
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KMesmo tendo lido os comentários antes, vi o trailer pra não ficar no "li por aí". E, velho, cadê a Moana? Me digam que tem outro trailer, por favor.
Scarface
4.4 1,8K Assista AgoraEu não aguentava mais esperar para ver esse filme. Até ver realmente, não li uma sinopse sequer, quis manter a neutralidade absoluta para assistir como algo que saltou na minha frente, tal qual um Tony Montana com uma metralhadora mesmo!
E sou[somos] agraciados com essa obra espetacular! Al Pacino em uma de suas melhores atuações, sem dúvida! Uma mistura de Justiceiro com Pablo Escobar, com muito ódio no coração!
Palmas para a cena em que ele visita a mãe e tenta lhe dar dinheiro, mas ela recusa. Que atuações incríveis, tanto do Al Pacino como da Miriam Colon! Palmas, palmas, palmas!
Quarteto Fantástico
2.2 1,7K Assista AgoraConcordo que o arco já não seja assim tão interessante (pelo menos para mim), "O Quarteto Fantástico", desde os quadrinhos, já é uma história fraca. Mais que isso, foi uma história criada apenas para dar volume e complementar histórias como "X-Men". Teve seus bons frutos (a primeira aparição do Homem-Aranha é numa revista do Quarteto), mas em geral é isso mesmo. Não pode ser nem chamado de passatempo. Mas conseguiram tornar ainda mais difícil de aguentar. E sabemos que tem o dedo pútrido da Fox aí que, convenhamos, não ajuda. É uma das principais responsáveis por estragar as histórias da Marvel.
O filme vai passando e dá uma sensação de que o Miles Teller está tentando. Mas não dá, não dessa vez. A culpa não é sua, amigo.
Procurando Dory
4.0 1,8K Assista AgoraGostei mais do que "Procurando Nemo", talvez por ter visto o outro com uma idade em que eu só me importava com os efeitos e toda aquela coisa mágica da animação, e este eu vi com os olhos de agora, conhecendo como a vida é traiçoeira com a gente.
Amei a forma como os flashbacks são feitos, as falas são sem dúvida inesquecíveis e o Hank é muito legal, eu não consegui parar de me impressionar haha Com certeza verei de novo!
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraSinto que o Wes Anderson tem o poder de ler a minha mente e transformar tudo o que ele viu (lá) em filme. Essa câmera, essas cores, essa fotografia, essas atuações! É tudo tão perfeito! É de uma satisfação estética tremenda!
De uns anos para cá tenho me dedicado mais a ver filmes, como parte da minha construção cultural (além do prazer, é claro), e consolidei internamente que o drama é o meu gênero favorito. Quando mais dramático, melhor! Mas às vezes, tudo o que eu preciso é desse sossego, dessa paz. Às vezes eu só preciso de um Wes. De um Moonrise Kingdom. Só isso.
Capitães da Areia
3.3 669 Assista AgoraSou um dos defensores de que o livro é o livro e o filme é o filme; que não se pode (nem se deve), a meu ver, comparar duas artes distintas -- embora, aparentemente, irmãs. No entanto, muito se perdeu nesta produção que poderia ter sido muito melhor.
As atuações são o ponto alto do meu desagrado e até que tentei, a todo momento, não exigir tanto; mas se tornou impossível não ficar incomodado. As cenas foram desenvolvidas com pouquíssima atenção, os diálogos perderam consistência e os personagens foram muito mal construídos.
Para não dizer que me desagradou por completo, gostei (suspeitosamente) da trilha sonora de Carlinhos Brown.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraO filme é de uma perfeição extraordinária, desde a direção, passando pela fotografia e indo às atuações. O controle com a luz e a sombra são impressionantes, beirando a pintura.
Gosto de pensar que nem todo gênio foi um gênio por si só. A história apresentada por Hitchcock vem de um livro:
"baseado no romance de mesmo nome de Robert Bloch, vagamente inspirados nos crimes do assassino de Wisconsin, Ed Gein. Hitchcock comprou anonimamente os direitos do livro de Robert Bloch, que deu origem ao roteiro do filme; ele pagou onze mil dólares e depois comprou todas as cópias disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, seu final não fosse revelado." (tirado do Wikipédia)
Não que isso tire todo o mérito dessa belíssima produção. Talvez nem chegássemos a conhecer a história se não fosse através do cinema e se, no cinema, ela não tivesse sido bem dirigida, como aqui foi feito.