Filme gnóstico, mescla um feitio da incrível década de 70; movimento hippie, rock progressivo, psicodélica, alienígenas, práticas orientais (meditação), etc. Amálgama animação original vibrante experimental com música ambiente progressiva, o que torna o filme extremamente hipnótico. Por ser anterior à wave de filmes gnósticos posteriores como Blade Runner e Matrix, assenhoramos um clima mais obscuro das sinaléticas subliminares.
Arquétipos figurados:
Traags: Humanoides com proporções físicas gigantescas, representam o avanço tecnológico e materialista, sobretudo mental, já que eram adeptos da meditação, forma pela qual expandiam sua consciência, abandonando o corpo físico temporariamente para adquirirem mais conhecimento.
Oms: O nome faz referência morfológica à palavra, homem. Seres primitivos se comparados aos Traags, com grande potencial adormecido.
Conhecemos Terr, bebê om, adotado por uma menina traag. Um modismo traag seria adoção de oms, até atingirem idade necessária para meditarem, brinquedos vivos.
Notamos uma certa insensibilidade nos traags para com outras formas de vida, um desrespeito intrínseco e ignorante, embora sejam eles mais avançados. Nem sempre avanço material e mental significa avanço consciencial empático.
Teer, consegue escapar por adquirir conhecimento através do aparelhado de sua dona. Foge e encontra outros semelhantes selvagens, logo repassa seu conhecimento, vivem como formigas, vermes escondidos, poderíamos relacionar o zelo doentio dos traags aos oms, com formas análogas do tratamento humano atual aos demais seres. Não é à toa que traags são cheios de si, arrogantes e insensíveis.
Aos trancos e barrancos os oms evoluem a partir do conhecimento traag, surpreendendo inclusive os últimos, que desesperados declaram extermínio à nova forma de ameaça que surgira. O traags não percebem, que o conflito com os oms surgira da negligência pela qual os tratavam, se vivessem de forma harmoniosa seriam companheiros de jornada e evolução, sem combate direto.
Os oms acuados e oprimidos foram obrigados por necessidade a evoluírem a partir da agressão aplacada. Um desequilíbrio sempre resultará em confronto, para que assim seja reestabelecida à ordem.
Os seres humanos poderiam ter uma origem assustadora como a dos oms? Poderiam ter migrado para cá de outro planeta? Reencarnação? Existem outras classes de seres semelhantes, com consciência, e também formas dissidentes de evolução como vemos nos traags?
O homem atual se parece com traags, estaria ele caminhando à sua destruição eminente caso não mudar sua relação com o meio social, ambiental e até mesmo universal? O princípio esta nele mesmo.
Cativante, assim como todas as obras do Hayao Miyazaki, algumas menos outras mais, mas todas belas. Sempre devemos ter um objetivo, o qual nos fará sofrer, estropiar, entrar em caminhos desconhecidos, levando-nos a conhecer pessoas e lugares novos, sorrir, brincar e amar.
O filme é sensível de várias formas, retrata a história de auto-superação de Jirô Horikoshi, que desde criança focou num objetivo e partiu sem pestanejar. Se apaixona e vive indescritíveis emoções em mais um desses caminhos que coincidências não existem. Jirô, altruísta e corajoso, era visitado constantemente em seus sonhos, alá inspirações oníricas cujos poetas, músicos e pintores tantas vezes mencionam antes de consumarem suas obras.
Aprendemos que mesmo uma nação desequilibrada, como o Japão da época, que vivia uma recente integração com os costumes ocidentais, poderia e pôde, atingir e conquistar façanhas incomensuráveis; se acreditar no próprio potencial, potencial que era depositado e carregado na figura de Jirô. Um indivíduo que carregava o fardo de toda uma nação, podendo afetar não somente sua própria vida, mas uma escala de proporções mundiais.
Evidentemente, a lição principal não fica apenas nos moldes da guerra – busca por poder – das cenas sutis de vícios – cigarro. Mas, na inabalável fé, de que de alguma forma, se persistirmos e nos mantivermos firmes, poderemos palpar quaisquer objetivos, mesmo os mais infindáveis. E junto com eles, conheceremos grandes pessoas, grandes companheiros, grandes amigos, grandes amores, que nos marcarão eternamente, interligados por um imenso e caloroso fio que liga os corações, e quem sabe, depois de tudo isso o objetivo já não seja tão importante.
Versão cinematográfica de um dos quadrinhos revolucionários norte-americanos, segue estritamente o roteiro original, com pequenas adaptações. Watchmen, ao contrário de outras consagradas histórias, faz uma interpolação entre a origem da desordem – a dualidade, o bem e o mal – uma versão maniqueísta, a qual desta vez, não acusa agentes exteriores; monstros, alienígenas, o diabo encarnado em figura de palhaço vermelho, ou super-vilões, mas somente à própria humanidade.
Seres humanos, arrogantes e prepotentes não percebem a linha tênue que separa-os de outros primatas. Somos animais vestidos, os instintos básicos: sobrevivência e reprodução originam os impulsos que nos deslocam para os caminhos da vida, cada qual com seu próprio modelo e força.
Obviamente, o máximo de Watchmen fora proferido nas palavras do personagem, Comediante: É tudo uma piada! Uma grande PIADA!. Não que ele seja superior em referir-se à todos, e tudo, como piada, mas que até mesmo ele seja uma piada. Ele se caracteriza como um sujeito amoral, logicamente por ter uma visão mais ampla dos acontecimentos, seja no lado dos heróis bondosos, ou vilões maldosos. Ele simplesmente desistiu de encarnar uma figura, de assumir um papel, dessa forma é visto como mais um lunático, embora apresente aspectos e conquistas mundanas do sonho dos homens; dinheiro, mulheres, poder, respeito, físico escultural.
O Coruja assimila o homem médio comum, bondoso e amável, às vezes instável, preso no seu próprio dilema existencial. Sem conseguir discernir o suficiente para resolver seus entraves ou ampliar sua visão. Vemos uma amostra quando ele tenta transar com a Espectral, ele idealiza tanto que se tornará uma pessoa completa e feliz quando realizar seu desejo, que broxa. Apenas mais um na grande roda do conformismo seguindo a onda da monotonia, tentando polarizar algum vislumbre de felicidade em desejos hedonistas.
A primeira Espectral manifesta os valores da mulher decadente, que busca satisfação atrás de outros. Imatura emocionalmente, a ponto de não aceitar seu próprio envelhecimento, casa-se com sujeitos que apresentam apenas patrimônios matérias, já que para ela, essa visão protecionista, embora necessária, seja a sua única prioridade existencial, viver uma grande farsa das aparências. O que justifica o fato dela ter se apaixonado pelo Comediante, que fora o único homem, a qual, a tratou com autenticidade, já que subliminarmente ela não passava de um pedaço de carne suculento, implorando para ser devorado, nada mais, apenas vazio.
Rorschach, o ideal da justiça de carne e osso, o último conservador, uma versão melhorada do Coruja, que embora também lute pela justiça, peca na sua falta de coragem e autonomia. Rorschach, também sabe que o mundo é uma piada, mas opta pelo caminho da justiça, embora isso o leve para o caminho da destruição eminente.
Ozymandias, o homem mais inteligente do mundo. A racionalização em tentar controlar algo que não deve ser controlado sempre resultará em destruição. O mundo estaria melhor se tivessem menos pessoas querendo melhorá-lo.
Por fim, o grande Dr. Manhattan, o mais enigmático de todos, há um paralelo com relógios, e também na superação da origem animalesca do homem. Ele representa o homem que superou o homem, uma nova versão do sapiens-sapiens. Vemos claramente seu esclarecimento interno pela forma temperada e segura que se expressa. No seu desinteresse pela humanidade retrógada, um ser preso em um formigueiro insensato. Sua última ligação com a humanidade, também o último estágio do Tao (filosofia chinesa) para transcender os instintos egóicos, encontra-se na “sobrevivência” polarizada na figura irresistível da sexy segunda Espectral, o desejo da carne, embora ele o perca gradativamente.
Depois de um tempo nem mesmo para ela ligava. Após um rompimento decide ir para outro planeta, obviamente que sim, já que seu antigo planeta é inferior demais. Ele cita que talvez até crie alguma forma de vida, já que gosta da humanidade. Entende que humanos são instáveis, que caminham para autodestruição, embora também possam ser seres repletos de bons sentimentos. O anjo e o assassino num só corpo, devemos ficar atentos, sempre um predomina.
Fotografia fantástica, lindos campos floridos, paisagens montanhosas majestosas. O ponto principal foca em uma criança inocente, Hotaru, a qual conhece inesperadamente Gin, yokai que não pode ser tocado por um humano.
Eles acabam se envolvendo aos poucos, com brincadeiras e conversas, entram em um patamar de afeição límpido. Ambos sofrem por não poderem se tocar, analogamente podemos dizer que o amor verdadeiro surge além do toque, este ponto foi genialmente explorado pelo diretor Takahiro Omori, também autor do anime e obra-prima, Natsume Yuujinchou. Os pormenores do filme ficam difíceis de serem expostos, mas abrangem toda gama do sobrenatural, espíritos humanos encarnados ou não, também enteais da natureza. Um grande ciclo interligado, que se modifica com as estações e eras.
O final profundíssimo; o passar do tempo jamais poderá apagar os momentos inesquecíveis e verdadeiros de amor, seja com quem for. Os vislumbres irão nos acompanhar por toda eternidade. Existe uma forma de agradecimento?
À primeira vista parecia focar na temática do vazio existencial, o qual sempre soma depressão pós-moderna, à monotonia de um personagem neurótico, uma tortura cotidiana maquiada e automatizada nas tarefas corriqueiras.
Todos nós sentimos o vazio, nos sentimos solitários, basta olharmos sinceramente para nosso âmago – quem não chora sozinho à noite? – o problema está em como lidamos com isso, na maioria dos casos ficamos tão entorpecidos e embebedados, que criamos um mundo ilusório para não confrontarmos com a origem dos problemas.
Preferimos o ciclo vicioso da tortura, gastamos nossas energias em estados eufóricos nostálgicos da infância, em pura futilidade imatura, vemos isso nas festas do filme, adultos que agem como crianças, não querem confrontar seus reais problemas, vivem do fácil, do cômodo, do prazer, na amargura.
Andrew, encarna perfeitamente todo entorpecimento, vive debaixo duma cortina que esconde o real sentido da vida. Mas, ao retornar para casa, deixa de tomar alguns remédios, ou seja, começa a limpar gradativamente sua sujeira; como se fosse um grande balde com água suja, que ao ser preenchido todos os dias com um copo de água limpa, purifica-se. Conhece uma parceira realmente interessante, Sam, que o apoia com amor, algo autêntico, ambos expõem seus medos e fraquezas, tornando-se assim maduros, suportes um do outro.
A lição principal encontra-se na introspecção, que se voltarmos, se tivermos coragem de olhar nosso passado, nosso interior, podemos mudar toda subsequência, endereçar uma nova história próspera. Existe um lugar além do arco-íris, que o calor e o amor não ficam apenas nos contos de fadas. Notamos o quanto amamos nossos familiares, amigos e parceiros nas horas difíceis, mas é preferível, sobretudo necessário, nos reciclarmos internamente, agora não há arrependimentos, logo preenchemos nosso vazio. E a felicidade se consuma - E o resto do caminho? ...Pouco importa.
Sabemos que o que compõe o mundo não são apenas murmúrios de generosidade, tampouco bondade. Quaisquer demonstrações de diferenças aos manuais de condutas das massas são concebidas com aversão, repúdio, chacota.
Temple fora posta neste mundo cruel, amparada inabalavelmente por sua mãe, que jamais desistiu, que se anulava por ela. Projetava em si um triturar incalculável ao vê-la sofrer. Sem nem mesmo receber um afago ou um abraço.
Diálogo imprescindível de uma cena do filme:
- Não estou curada, sempre serei autista.
- Minha mãe se recusou a acreditar que eu não iria falar.
- E quando aprendi a falar, ela me fez ir à escola.
- E na escola ou em casa, os costumes e as regras são muito importantes. Insistiram comigo.
- Tive sorte. Todas essas coisas que funcionaram para mim. Todos trabalhavam duro para terem certeza que eu estava engajada.
- Quero dizer, sabiam que eu era diferente, mas não menos.
- Sabiam que eu tinha um dom. Eu podia ver o mundo de um jeito novo. Via detalhes onde outras pessoas eram cegas.
- Minha mãe me forçou a ser auto-suficiente. Foram coisas desconfortáveis no começo, mas me ajudaram a abrir portas para novos mundos.
Ela continuou a investir em sua filha, com amor e dedicação, mesmo sabendo que impor-lhe-ia à sofrimentos, e que desfrutariam da mesma agulhada.
Belo ver como Temple sentia os animais, como estava atenta à detalhes sutis; o bater do coração das vacas, que as via como seres.
“A natureza é cruel, mas não tem que ser. Devemos-lhe algum respeito.”
“Toquei a primeira vaca e foi chocante. Em segundos ela seria apenas outro pedaço de carne, mas... Naquele momento ela ainda era uma criatura. Estava calma, e depois se foi. Tomei consciência que a vida era preciosa. Pensei sobre a morte, e me senti perto de Deus.”
Ao final ficamos com uma grande lição de superação, que resgata a gentileza e o amor que falta à humanidade. A história de Temple nos suscita um desabrochar, devemos nos jogar no mundo, podemos escolher qualquer coisa, uma vaca – sim, podemos ser felizes com vacas, seja o que for – basta não desistirmos. Se os dias ficarem nublados podemos contar com nossos cônjuges, amigos, família, ou uma máquina de abraços.
Há sempre uma luz no fim do túnel, mas para enxergá-la precisamos de coragem. Assim como Temple caminhava em direção ao microfone rememorando os elogios e façanhas que realizou, agora ela acredita nela mesma, ela se ama, mesmo com suas dificuldades.
Vamos atravessar algumas portas!
“Não quero que meus pensamentos morram comigo, quero realizá-los”
Os homens vêm progredindo em várias áreas, podemos dizer que no século XXI alcançamos uma situação agradabilíssima. Podemos viver no conforto e desfrutar de imensos prazeres, embora ainda gastemos a maior parte do nosso tempo em produtividade laboral, fazer a grande máquina funcionar.
Os comportamentos definitivamente mudaram, hoje já não somos obrigados a casar, muito menos ter um parceria. Será isto saudável? Será que não somos programados geneticamente, ou talvez, condicionados mentalmente para possuirmos uma dupla?
A modernidade, diria a pós-modernidade, que abrange o período de sossego e tranquilidade após as grandes guerras, propiciado o final da ligação que unia as pessoas? Antigamente vivíamos em grandes famílias, trabalhávamos para família, existia uma união, um sentimento de utilidade em prol de algo maior, um deleite que nos dava forças para acordarmos pela manhã, que dava sentido à nossa existência.
Hoje, estamos num período de adaptação, a grosso modo: degradação moral e social. Não há mais sentimento de respeito para com o próximo, estamos todos fechados e sem rumo, sem propósito. Padrão, a qual nota-se claramente na vida do protagonista, Brandon,cuja solidão em seu apartamento nos assusta, a sinopse do filme coloca-lhe o rótulo de ninfomaníaco com transtornos bipolares. Bem, talvez todos nos sejamos ninfomaníacos pela forma de vida que levamos, aproveitando pequenos vislumbres de falsa felicidade, que achamos encontrar em algumas aquisições materiais e carnais. A pornografia veio para ficar, está condicionando o homem a ficar extremamente narcisista, hedonista e cruel, um desvio de conduta, um pecado capital que nos leva ao sofrimento, muitas vezes nem sabemos o porquê. Estamos calcificados, a procura de prazeres, e mais nada. O prazer é o novo sentido da minha vida.
Brandon, começa a notar gradativamente a essência de sua dor; falta de conexão com o próximo. Embora ele seja extremamente hábil em seduzir mulheres - Nos EUA hoje, cerca de 60% da população na casa dos 30 anos está solteira - e não consegue um compromisso sério, formar uma família. Estamos numa guerra psicológica, que nos remete ao nosso próprio vazio existencial iminente. O sexo casual é extremamente cruel, pois utilizados desejos egoístas para fazê-lo. Utilizamos do nosso charme, tentamos impressionar o próximo - criando uma falsa imagem para repassar aos outros - que na maioria das vezes se encontra numa situação extrema de carências, num local propício com álcool e outros entorpecedores. Voltamos a ser animais, feras, vemos claramente a diferença do sexo com amor, e do sexo com desejos, a luxúria, que nos remete a um estado primitivo de brutalidade (Várias cenas assim no filme, inclusive fase de experimentações). Glorificamos os sentimentos mais baixos, o cruel tornou-se símbolo de glamour e inteligência, todo avanço moral e intelectual do homem, que nos afasta dos animais instintivos fora jogado na latrina.
O exemplo da crueldade fica exposto com Sissy, ela estava numa péssima fase, extremamente carente, sem amor próprio, chorando aos gritos no telefone, implorando por amor. Assim, desestabilizada, acaba por dormir com qualquer homem, causando ainda mais sofrimento interno, nenhum homem se conecta com uma mulher que possui uma forte índole, ou história promíscua. Lógico, existem homens que conseguem, mas se eles não forem esclarecidos, sempre utilizarão o passado para denegri-la e fragilizá-la, mulheres assim dificilmente encontram um parceiro que realmente às respeite.
Logo, o protagonista Brandon nota que, propícia e causa para às mulheres a quem seduz sofrimento equivalente à Sissy, ele começa a se autocriticar. Sua luxúria impensada é cruel para os outros, assim como para consigo, causa dor ao próximo. Ele também chega aos extremos, vê que na vida não podemos nos saciar, a luxúria é um caminho interminável, começamos com uma, depois com duas, três, depois até mesmo em envolvimentos homossexuais. Um caminho interminável de experimentações e vazio.
A nova geração perdeu o respeito, perdemos o senso de vergonha, perdemos nossa bondade, somos seres egoístas e achamos divertido. Mas sempre acabamos uma hora ou outra batendo com a cabeça na parede. É difícil casar com um homem cruel, viciado em pornografia - quase todos - que deseja consumar seus atos depravados em qualquer mulher que se disponha, utilizando de falsas palavras e manipulação. É difícil criar conexão com uma mulher que iniciou sua vida sexual aos 13, 14 anos, que ainda brinca de casinha, mas ao mesmo tempo perdeu a conta do número de parceiros sexuais.
A falta de moral, talvez tenha trazido junto com a tal liberdade, muita imoralidade, muita falta de caráter... Talvez abdicamos da família sem saber... Mas, há esperança, a felicidade também está relacionada à hábitos e comportamentos, então ora bolas, sempre há tempo para lucidez e mudanças...
Refilmagem do filme espanhol, Abra Los Ojos de 97, Vanilla Sky entra para lista dos filmes mais introspectivos sobre ilusões, ego e realidades.
O protagonista David Aames representa o homem comum no auge dos desejos físicos. Todo homem médio que vive das ilusões, deseja de alguma forma adquirir poder, seja dentro do seu grupo específico, ou na grande massa. Fama, queremos que os outros nos olhem, admirem, até mesmo invejem, pois assim nos sentimos especiais, nos auto afirmamos como superiores. Um vislumbre de felicidade falsa nos preenche.
Mulheres que também escolhem caminhos mais dolorosos, acabam por perseguir sujeitos com grande destaque social, como a possessiva Julie Gianni. O aspecto monetário também influi, a competição para tornar-se o mais rico, ter o melhor carro. A consequência disso são milhares de falsos amigos submissos, apenas esperando o momento certo para lhe apunhalar, tomando à força seu lugar, a víbora paciente esperando para dar o bote.
David não é má pessoa, mas não consegue acordar, para livrar-se de seus entraves, do seu vazio existencial, que o faz beber, ser o comum ninfomaníaco moderno, ou respeitar seu único amigo, Brian Shelby. Mas, as coisas começam a mudar quando ele se apaixona por Sofia Serrano, que não se entrega imediatamente, como as outras interesseiras, mas David continua egoísta e não liga para os sentimentos de seu amigo, atitude esperada de um sujeito mimado que consegue tudo facilmente.
Entretanto, sua ex-namorada, Julie, não se conforma em perder o cidadão cujo nome era citado inúmeras vezes nas rodinhas com suas amigas, uma forma de gabolice gratuita para demonstrar falsa felicidade e superioridade.
Os envolvimentos pela imagem são diretamente relacionados à sexualidade. A cena de sexo violento entre os dois representa bem o instinto animal que os nubla, que lhes aproxima dos primatas, fazendo-os ferir o próximo convenientemente atrás de luxúria.
O ponto fundamental é o acidente, esperado, ele ficou deformado, ou seja, sua imagem de perfeição fora destruída. Esvaiu-se todo poder que ele apresentava, o mundo das ilusões interrompeu-se tragicamente. Fundamental a cena da danceteria com Brian e Sofia, o falso ideal de felicidade que vemos nas danceterias, diretamente ligado às posses, à imagem, ao status, quem não se adéqua é repelido cruelmente.
David, então desiste de se aceitar, ele prefere continuar vivendo das ilusões materiais, ao invés de viver na realidade, adentra ao sistema de ilusões agora nos sonhos. O ponto fundamental disso, é que o agora, também pode ser um grande sonho, estamos aqui e voltaremos para outro lugar, cumprindo ou não nossas missões, vivendo ou não nas ilusões. Ele acaba por perceber que uma hora ou outras as ilusões não mais satisfazem, o filé mignon torna-se serragem para o ser a qual desfruta-o todos os dias.
Para sairmos de um estágio de ilusões, ciclo vicioso, precisamos acusar os erros e nos auto enfrentar, mas existe uma vozinha profunda que nos torna covardes, que nos faz acreditar que se ficarmos parados estaremos seguros, zona de conforto, qualquer mudança exige esforço, e para nossa mente esforço é sofrimento. No caso de David, seu ego é seu psiquiatra, McCabe. David nas ilusões, se viu curado das enfermidades, viu tudo ocorrer da maneira à qual desejava, mas ainda continuou sofrendo, pois manteve-se nas funções primárias e primitivas, sem preencher seu vazio.
McCabe estava ali, somente para segurá-lo, para não deixa-lo voltar à realidade, acordar, ele representa a sombra que existe dentro de cada um de nós, que mais prejudica do que protege.
Ao final, tudo é revelado, e ele decide voltar para o mundo real, agora tornou-se um ser desperto que não mais precisa de ilusões para satisfazer seu interior incompleto, os olhos foram abertos.
Lindo! Parece um pouco clichê hoje, mesmo assim surpreende.
Fundamentalmente, o quão caótico é o comportamento dos presidiários? Uma espécie de lei do mais forte, os instintos mais primitivos e imorais comandam. Desesperança maquiada e transmutada em violência.
Entretanto, em meio ao inferno, o protagonista Andy com sua fé inabalável, consegue tocar corações sofredores, cultivar verdadeiras amizades, traz um pouco de luz e ternura aos que ficaram por muito esquecidos na escuridão.
Sobretudo, nos faz acreditar na bondade, a qual está além de medições, transcendendo um retorno ambicioso egoísta.
Quem sente aquele queimar interno após um bom ato, sabe bem, à bondade, o carinho, o altruísmo, o amor... são inexplicáveis, sentimos vida.
Uma forma diferente de entender como funciona a mentalidade deísta socialmente. O filme fundamentalmente remete-nos ao medo que possuímos. Nossa briga interna; yin-yang ou bem e mal.
Cada pessoa possui internamente esses dois polos. Muitas vezes combatem-se ferozmente. No filme, o bem é representado por Kevin Flynn, o mal representado por Clu, sua cópia digital programada. Remete-nos àquela visão, a qual caso Clu chegue ao mundo humano, o mal se perpetuaria, ou seja, lúcifer dominaria à terra. Uma alusão aos nossos medos internos, correspondentes aos instintos inconscientes, que eventualmente poderiam dominar nossa consciência. Poderíamos assim, surrar, matar, desrespeitar qualquer um, estaríamos dominados pelo mal, por nossa sombra.
Entretanto, ao final, descobrimos que não devemos destruir nosso polo negativo, mas apenas aceitá-lo e perdoá-lo. Para que agora possamos finalmente reequilibrá-lo, reintegrando-o, ou seja, aceitando nossos defeitos, para assim melhorarmos. Quando não aceitamos nossos próprios erros, continuamos a promulgá-los. Uma típica representação do equilíbrio através do ego.
Existe a busca pela perfeição, acusando sempre os "outros" como causa do desequilíbrio, origem do que é mau, imperfeito. Não seria coincidência, uma comparação do antagonista Clu, aos grandes ditadores comunistas, fascistas e nacional-socialistas. O homem buscando poder, querendo se tornar Deus, para assim construir uma sociedade perfeita, utópica. Mas o poder o cega, ele se torna impiedoso, arrogante, alucinado e entorpecido, causando destruições inimagináveis.
Pode-se encaixar perfeitamente um axioma oriental: “A essência do egoísmo está em querer mudar o mundo em virtude do seu bel prazer.” Obviamente erros ocorrem porque não existe perfeição utópica, é apenas mais um caminho hipnótico falsificado. Esse conceito falso de perfeição refletiria algo parado e morto incondicionalmente, ou seja, ausência de evolução, diferenças, tempo, surpresa, algo gélido e morto.
Observa-se também, a vida como um processo espontâneo, apenas desencadeado por situações que a propiciam, sobrepujando o controle de seu próprio criador, no caso Deus (Kevin Flynn).
Sobretudo, o tocante, seria à visão de perfeição, sendo explicada em substância. O significado da perfeição na prática estatizaria à vida, o ciclo da evolução. Perfeição seria então o imperfeito. Tudo à nossa volta.
Outro personagem importante. Castor, o dono da danceteria, representando as distrações mundanas, as ilusões. Todo o mal encarnado que nos desvincula da realidade, nos faz cair no grande ciclo dos erros, vícios, que nos mantêm cristalizados, parados no lugar, iludidos.
Também há representações políticas profundas. A lavagem cerebral que ocorre com os programas, eles creem piamente que Clu é o único salvador, que os usuários devem ser eliminados, sem nem mesmo uma interrogação interna.
No Brasil o negócio assemelha-se. O povo sofre uma inserção de informações ditadas pela mídia, que os tornam suscetíveis a discussões e brigas. Como os homossexuais se digladiando com cristãos, cristãos mordendo outras religiões, negros apunhalando brancos e vice versa.
Brigas inúteis, com pouca razão, que fazem os verdadeiros chefes, os quais estão no poder, ficarem ainda mais fortes. O real foco ninguém sabe, então o estado intervém nas brigas inúteis criadas por ele mesmo em conjunto da mídia, ditando mais regras, mais ilusão. Ganhando ainda mais força.
A primeira parte desvia alegremente o público para uma comédia asiática notável pelas esquisitices, uma inocência boba do palhaço que se encontra no âmago das pessoas. Adultos perdem seu brilho e coragem no dia-a-dia, adeus àquela vontade de viver vista nas crianças, mas podemos flexibilizar e adaptar nossas energias, logo os dias tornar-se-ão mais coloridos - Não quer dizer que precisamos agir como seres inadimplentes anárquicos todo tempo, pois o “belo” nas crianças é diferente nos adolescentes, nos adultos e nos idosos, cada qual com suas conveniências e responsabilidades.
À medida que o filme se desenrola indagações existencialistas são colocadas na mesa. Song Soo-Jung (jornalista), não passa por um bom momento na vida, encontra-se estressada, longe de seu namorado, com problemas sociais e profissionais. Obviamente problemas assim são diretamente relacionados aos impasses internos mal resolvidos, no caso dela; ausência de motivação interna pela inexistência de fé nas pessoas; em algo transcendental, ou seja, nela mesma, uma niilista pós-moderna.
Entretanto, conhece o Superman, um homem aparentemente doido, que ajuda às pessoas sem motivos aparentes, ele salva-a várias vezes, mas ela ainda desconfia instigada do porquê. Mas, gradativamente começa a entender as outras pessoas, sua descrença pela humanidade passa a ser revertida, percebe que a misantropia era apenas um sinal do seu próprio desentendimento interno, numa vida de sucessivos erros, desistências e falsos atalhos atrás de incontáveis máscaras que carregavam-na para o abismo.
Metáfora da kryptonita no cérebro; “Ela nos faz esquecer o que somos, quando esquecemos o que somos, não nos importamos com o próximo.”. Citação que nos remete ao gnosticismo, duas principais formas de reflexões se encaixam:
- Ao início éramos apenas um, o todo separou-se, criou consciências, o tempo passou, esquecemos o que éramos, que éramos o mesmo, que eu sou você, e você é eu, quando sou indiferente ao próximo, sou indiferente à mim mesmo.
– Somos de outros lugares, de outras existências, assim como o Superman, viemos de um lugar longínquo para este planeta, não podemos esquecer que tudo não passa de um grande teste, que não devemos abandonar nossos amigos de jornada, pois assim também estaremos presos e abandonados. Não se trata de uma ou de duas pessoas, mas de todas elas, para liberdade coexistir todos devemos estar libertos.
A kryptonita também representa os impasses que nos impedem de progredir, os resquícios que nos amarram com elásticos, podemos nos esticar um pouco, mas sempre acabamos voltando, pois a kryptonita ainda permanece ativa. Somente chegaremos ao próximo estágio sem sermos puxados quando a eliminarmos totalmente. Agora superamos um trauma, uma dificuldade, estamos renovados para próxima etapa.
A camiseta florida do Superman reflete uma pessoa que domina seu próprio ego, ele não liga para ostentação, soberba, veste-se com coisas fora de moda, não liga para ninguém, para o que vão pensar, apenas age com muitíssima coragem. Como é uma boa alma, se relaciona muito bem com crianças, se diverte.
Soo-Jung começa a indagar suas próprias percepções acerca da vida, quando vê um “lunático” conseguir ser extremamente feliz na simplicidade, enquanto ela com todo seu status e ideal de “boa vida” encontrar-se no sofrimento.
A metáfora da corda da casa do Superman, quando ele puxa a Soo-Jung, explicando que antes ela estava lá, mas agora está aqui, graças a sua ação de puxá-la. Explana claramente que cada um precisa agir para mudar, normalmente nos nublamos com descrenças e desculpas para nos estatizarmos, o doce gosto da zona de conforto.
Cena fantástica, momentos antes dele invadir o prédio em chamas:
- Superman: O Passado não pode ser mudado... - Superman: Eu sei... - Superman: Ele me assombra todos os dias... - Superman: Mas o futuro será diferente. - Superman: Ele pode ser diferente. - Superman: Se você não esquecer quem realmente é.
Todas as pessoas em essência querem evolução, possuem seus planos, seus sonhos, mas por kryptonitas, acabamos nos desviando, pois ela sempre nos pinica quando tentamos vencê-la, assim queremos apagar este pinicamento, esquecemos o que realmente somos, abandonamos a raiz dos problemas. Nos tornamos indiferentes ao próximo, que também age assim, uma grande corrente corrompida na amnésia, um controle maciço de kryotonitas que contaminam aos poucos os corações. Mas, o Superman sabe seu propósito, ele encanta e combate as kryptonitas com muita felicidade e amor, reverte e propaga seu vírus da vida autêntica, reanimando pessoas robotizadas por onde passa, inspiradas por sua determinação.
- Superman: Diga quem sou eu? - Soo-Jung: Meu amigo... - Soo-Jung: Meu Superman.
Conclusão absoluta - que todos nós podemos ser supermans para alguém, indiferente de habilidades, posses ou qualquer outra coisa material. Nosso bom exemplo, nossas boas atitudes, um simples sorriso, pode aliviar muitos fardos e desadormecer almas lindas.
Ó final chocante. Há uma rememoração do ocorrido com a família do Superman, seu último teste, seria uma repetição para tragédia passada ser vencida, superação dos estados emocionais mal resolvidos, carma emocional. Eliminação da kryptonita que cutuca seu passado que ele gostaria de esquecer. Mas, para isso, ele precisa se auto enfrentar, sair do estado ilusório de fantasia e agir na realidade.
Principal axioma: “Mesmo a força não abre portas grandes de ferro, mas uma pequena chave sim. Todos nós temos essa chave dentro de nós...Para abrir a porta a um novo futuro.”
O filme nos faz voltar a crer no amor ao próximo, sem pedir nada em troca. Um simples gesto, pode ser muito mais efetivo que uma instituição inteira, desde que efetuado no momento e com intenções verdadeiras. À força maior pode ser apenas mais uma ilusão materialista que supre nossa necessidade do eu, do ser aceito, dos nossos medos, criamos escudos e procuramos no poder momentâneo preencher o vazio que nos direcionou para o caminho errado. A pessoa que menos esperamos, que mais desvalorizamos, por ignorância, pode contribuir mais que um “poderoso” homem, a qual vive das ilusões mundanas.
O mundo das conexões românticas. O que acontece quando nos envolvemos emocionalmente? O filme ilustra de forma engraçadíssima situações reais e corriqueiras na vida dos jovens apaixonados. As coisas acontecem fantasticamente, com regras de videogame, o que deixa tudo mais divertido. Embora hajam reflexões extremamente profundas em perspectivas não diria sublinhares, mas que atinjam públicos específicos, de acordo com seu grau de esclarecimento e experiências.
Ao início, o protagonista Scott Pilgrim arruma uma namorada jovem comparada à sua idade. Ocorre todo um suspense por parte de seus amigos. Sabem intuitivamente que; arranjos adolescentes com diferenciação de idade, principalmente no lado da mulher, são disfarces para outras intenções, salvo raríssimos casos.
Ao decorrer da adolescência, poucos são os garotos que conseguem amadurecer suficientemente para se relacionarem com garotas da mesma idade, há desinteresse de ambos os lados. Os garotos se preocupam mais com games, esportes, traquinagens, ora mulheres com silhueta formada. Enquanto elas sonham com príncipes. Assim, normalmente se envolvem com sujeitos mais velhos, que se diferem do comportamento padrão dos meninos com que estão acostumadas, eles se aproximam da idealização de príncipe.
Elas se impressionam facilmente, como Knives assistindo o ensaio da banda, houve um endeusamento da imagem de Scott, tanto que ela repete várias vezes que ele é fantástico. Ela acredita em tudo que Scott fala, fica perdidamente apaixonada. Na maioria dos casos, os homens mais velhos se envolvem com garotas novas pela lembrança acometida da sua própria adolescência, eles não conseguiam garotas, perdiam para os mais velhos. Mas agora eles são os mais velhos.
Há um interesse sexual reprimido avassalador atrás das garotas jovens e inocentes, embora elas dificilmente agradem além de aptidões físicas. Os homens se interessam mais por, explicações ancestrais herdadas; na cadeia da sobrevivência, uma jovem representa mais chances de êxito na reprodução, possui mais saúde e vitalidade que as velhas e desgastadas que passaram por suscetíveis procriações. Resumindo, há instintos animais maquiados na atração pelas jovenzinhas. Embora, obviamente, seja muito mais fácil persuadir uma jovem. Todo bom marmanjo barbado sabe disso.
O filme retrata bem. Knives fica alucinada, acredita que se casará com Scott, entrega-se totalmente, principalmente por não ter experiência com outros, está sobre influência da ilusão; príncipe encantado. Scott avista uma mulher com estranho destaque em seu estilo, Ramona Flowers, ele sente uma atração instantânea, pois ela se identifica com ele, mulher roqueira. Evidentemente, perde o interesse por Knives, que cumpria apenas um papel temporário como supressora de carências afetivas e sexuais. Mas, Scott se vê num dilema, pois não quer magoá-la.
Quando Knives é dispensada ainda acredita que o problema foi Ramona ter aparecido, tanto que começa a copiá-la para tentar reconquistar Scott, a tática do plágio de estilo é bastante comum entre mulheres traídas ou trocadas, que desenvolvem inveja. Nos grupos com menos pessoas, como grupos de roqueiros, existe uma situação caótica na parte de namoros e traições, quase todos já tiveram algum relacionamento antigo com as mesmas pessoas em diferentes épocas. O que cria um ambiente totalmente obscuro, conflitante e competitivo.
Scott deve derrotar cada ex-namorado de Ramona, para assim conquistá-la.
1° - Matthew Patel: O relacionamento durou algumas semanas. Todavia tratava-se duma emoção superficial. Scott o derrotou facilmente, o que sentia por Ramona era mais forte.
2° - Lucas Lee: Superstar cinematográfico e skatista. Mais difícil que o primeiro, a maioria das mulheres que se envolvem com sujeitos populares, idealizam que são melhores, pela lógica do destaque social. Scott não conseguiu derrotá-lo, ele era forte emocionalmente, possuía boa aparência. Os dublês representavam os escravos dos homens populares, sabe-se que sempre há uma corja de seguidores que se humilham para outros homens mais bem sucedidos, sonham erroneamente que um dia conseguirão desfrutar da mesma popularidade com tal comportamento. Sabiamente, Scott descobre seu ponto fraco. Todo homem popular e famoso, é escravo da sua própria imagem, ou seja, ele sempre tentará impressionar para não perder status. Então desafia-o para descer um corrimão de skate, com a seguinte provocação: “As moças estão olhando!”.
3° - Todd: Estrela do roque. Extremamente arrogante, prepotente, acha-se superior em todos os sentidos, tanto que não aceita nenhuma crítica, e até mesmo bate em mulheres indiferentemente. Apoia-se no vegetarianismo para espelhar sua superioridade. Scott também descobriu seu ponto fraco, o fez beber café com manteiga, traduzindo, conseguiu quebrar a aparente perfeição e derrubá-lo do palácio da arrogância. Única forma de derrotar um egocêntrico é jogando-o contra si próprio.
4° - Roxy: Uma lésbica, trata-se da fase da experimentação da Ramona. Atordoada por seus últimos relacionamentos sempre darem errado. Acreditou que algo “novo” resolveria, uma ilusão imatura.
5° e 6° - Kyle e Ken Katayanagi: Ainda na parte de experimentação, gêmeos ao mesmo tempo. Similar ao caso de Roxy. Evidentemente, houve uma repetição de contexto pelo fato da experimentação ser sempre continua, demora para cair a ficha.
7º - Gideon: Homem que conseguiu todos os atributos, os quais as mulheres tanto desejam, embora não sejam relacionados ao amor. Inteligência, estilo, humor e poder. Tanto que Ramona confessa não conseguir resistir. Há um microchip instalado na sua cabeça, que distorce sua realidade, controlando-a. Isso acontece automaticamente a todas as mulheres que confundem amor com atributos. Elas são condicionas e não conseguem perceber a diferença, estão cegas e controladas. Gideon, ainda passa um ar de segurança, essa característica que o torna irresistível.
Encarna um chefão dos videogames, tanto que Scott precisa superar seus próprios medos para vencê-lo. Admite seu amor à Ramona, adquirindo coragem, bravura, inteligência e determinação. Mesmo assim, não é capaz de reconquistá-la, lhe falta autoestima para considerar-se igual ao Gideon. Logo, não conseguirá vencê-lo. Mas após morrer uma vez, ele percebe que não se trata duma competição, que não é pior que ninguém, que há chances de conseguir Ramona por suas próprias qualidades, sem necessariamente ser comparado aos outros. Assim, torna-se maduro emocionalmente, admite seus erros, se desculpa e derrota o inimigo.
Ainda há aparição da sua sombra, que esclarece todo o filme. Para amar e ser amado, não é preciso ser o melhor. Julgando o passado da mulher ou suas atitudes. Seu lado mau desempenha o papel do ego, criando preocupações inúteis. Quando ele se esclareceu, fez as pazes com sua sombra. Acabou o narcisismo, busca pela perfeição, parou de procurar felicidade nos outros. Logo, deixou de ser uma pessoa carente, a única forma de amar verdadeiramente é tendo muito amor para distribuir, amando-se primordialmente.
O filme só desagrada no aspecto da Ramona, que embora esteja tentando melhorar fugindo do passado, não se comporta como uma mulher madura, não destrói as amarradas do passado por conta, ao contrário de Scott. Um relacionamento maduro se perpetua quando ambas são pessoas completas e sem carências, a Ramona não demonstrou ser uma pessoa completa, ora se fosse, não seria controlada por suas emoções antigas.
O que marca, são os acontecimentos sutis vivenciados quando estamos no mundo a procura de um parceiro. Verdadeiras batalhas são travadas, acontecem ferozmente, embora não apareçam como no filme. Aqui, ficam num plano invisível, mas não significa que não nos afetem tremendamente, sendo capazes de alterar toda uma vida.
A história começa com Dorothy, junto com seus problemas cármicos no plano físico. São representados pela sua insatisfação com a Senhora Gulch, que sempre ataca Totó, pelo motivo dele atacar seu gato.
Esta frustração faz Dorothy não pensar com tanta lucidez nos aspectos da vida, representado pela cena onde confessa sua ira para Tia Em, e seu Tio Henry, no momento em que ambos estão cuidando de pequenos pintinhos, porque a incubadora enguiçou, podendo significar à morte de muitos, caso não sejam tomadas providências rapidamente.
Dorothy, é uma boa pessoa, que se importa com os pintinhos, mas acaba entorpecida por emoções primitivas, como a raiva, e não percebe direito a situação.
Os pintinhos representam cada ser do planeta, às vezes por motivos puramente egoístas, acabamos por não nos importarmos com os outros, que também possuem seus problemas. Depositamos todo nosso esforço em prol de súplicas, para que outros resolvam nossos problemas.
Há uma menção sobre acusar sempre os outros, como origem da nossa decepção, quando simplesmente poderíamos analisar por outra perspectiva. No caso da menina bastava não mais passar com Totó em frente à casa da Sra. Gulch. Ela insiste nas condições que propiciam o problema, não admite que a raiz se encontra nela mesma, prefere acusar e pedir ajuda.
Após algum tempo, a Sra. Gulch, aparece e reivindica Totó, tomando-o para si, ele escapa e retorna para menina, que após tamanha melancolia, palpita de felicidade, e acaba fugindo de casa para que não mais o encontrem. Na estrada se depara com um vidente, que aconselha a pobre menina a voltar para casa indiretamente, elucidando de forma metafórica o sofrimento que ela causaria à seus parentes, caso continuasse por aquele caminho, então a menina arrependida, por amor verdadeiro à sua família, retorna. O amor a fez não mais se preocupar com as pequenos impasses da vida, resolvendo seu problema, observando então de uma maneira mais ampla os aspectos da vida, seu egoísmo fora resolvido.
Chega à sua casa ao decorrer de um tornado, que representa o carma, o ciclo dos erros. Ela venceu seus problemas, e acaba por desmaiar. É guiada para outra dimensão em seus sonhos, uma viagem extrafísica, ou para seu interior. Logo que chega, a representação da sua sombra, dos problemas que superou é exposta pela Bruxa Má do Leste, estendida morta embaixo da casa.
Agora, Dorothy, é digna de maior lucidez para seu crescimento pessoal, não está mais presa nos erros do passado, embora esteja extremamente confusa. Subsequentemente aparece Glinda, a Bruxa Boa do Norte, que representa uma entidade esclarecida, pura e com pensamentos elevados, que guia a menina na medida certa, ela pode ser uma amparadora extrafísica, uma alma caridosa que sempre auxiliou Dorothy no seu crescimento de forma precisa.
Diz a ela para encontrar com o Mágico de Oz.
Ela presenteia a menina com os sapatos de rubi, uma representação da ligação entre plano físico e plano extrafísico, o cordão de prata, o símbolo do seu crescimento espiritual. Para chegar até o mágico, ela precisa seguir pelo caminho de tijolos amarelos, que simboliza o caminho dourado para a iluminação, para quebrar o ciclo de sofrimentos da alma, este objetivo é representado pela cidade das esmeraldas.
O caminho é perigoso, agora ela se defronta com outro problema, a Bruxa Má do Oeste, que representa os problemas que enfrentará no decorrer de sua caminhada para iluminação. Trata-se duma bruxa ainda mais poderosa que a do leste, ela representa o plano espiritual, enquanto a do leste representava o plano físico material, com problemas aparentemente mais fáceis de serem revolvidos, embora inter-relacionados.
No decorrer do caminho ela encontra personagens de extrema importância:
O Espantalho - Não possui cérebro, mas possui coragem e coração. Sem inteligência todos os pensamentos se dissipam e voam como palha, de nada vale conhecimento, informações, sem direcionamento para torná-los sabedoria prática.
O Homem de Lata - Não possui coração, mas possui cérebro e coragem. A lata representa muito bem algo duro, mecanizado, caso se torne sentimental pode até acabar enferrujado.
O Leão – Não possui coragem, mas possui cérebro e coração. Ele representa a hesitação que todos possuímos no enfrentamento dos nossos problemas internos.
Os três personagens juntos, representam todas as virtudes necessárias para atingir à iluminação do ser, mas somente quando estão em equilíbrio. Suas funções podem representar de forma superficial o chacras energéticos, os quais estendem-se nas virtudes e dificuldades pessoais da vida, limpos ou sujos.
Ao prosseguir no caminho da iluminação, passam por outros testes, e vão adquirindo gradativamente às virtudes que tanto almejam, sem nem mesmo perceberem.
São enviados pelo Mágico numa missão que os tornaria dignos de terem de seus respectivos desejos atendidos, receber um cérebro, um coração, coragem. Vencem a Bruxa Má do Oeste, ou seja, vencem os problemas do caminho dourado para atingirem à iluminação.
Quando retornam a cidade das esmeraldas para receberem a recompensa, acabam por descobrir que o Mágico de Oz não existe, é uma mentira sustentada por um farsante. Ou seja, a real sabedoria não se encontra no final do caminho, mas na estrada, quando chegamos ao final já possuímos tudo o que esperávamos com anseio logo de início.
O Mágico de Oz, então, apenas esclarece para os personagens, que cada pessoa pode conseguir o que deseja espiritualmente, que muitas vezes não acreditamos que somos capazes, não acreditamos em nós mesmos, este seria o problema fundamental, que nós mantêm parados.
Dorothy volta para casa, estoura todo seu amor para com seus familiares, o melhor lugar é nosso lar. Ela se torna puro amor, está iluminada.
A imagem que temos acerca de grandes presidentes e magnatas. O respeito que o homem adquire de acordo com suas posses, sejam mansões ou ternos vistosos.
A representação da imagem do homem, do pré-conceito, das conclusões que tiramos apenas pela imagem. O protagonista Chance, sempre bem arrumado, todos o tratam como alguém importante. Sua vestimenta, que desencadeia a sucessão de fatos engraçados que desenrolam o filme. O rótulo, à capa, à casca d'árvore (Sr. Jardim).
Aos poucos, incríveis coincidências cômicas lhe fazem ganhar ainda mais status social, torna-se alguém sensual, poderoso, invejado. Ninguém o interroga, ou dúvida das suas palavras, sua imagem assegura uma posição intimidadora, suficientemente poderosa, que impõe respeito. Embora jamais fosse tratado com equivalência, se exposto como jardineiro.
Chance é puro, autêntico e muito simples. Quando deveras alguém possui simplicidade em sua essência, não teme ninguém, sempre está seguro. Não liga para o que os outros pensam ou vão pensar de "sua imagem", torna-se tão sincero que não hesita em exclamar: "Não sei!"... Pessoas assim são especiais, sinceridade bonita, àquela conversa boa que nos liberta, que nos faz tirar escudos, aniquila a preocupação que nos segura, que torna nossos dias monótonos.
O filme toca pelo aspecto. Seja quem for, todos somos pessoas com dificuldades semelhantes. De nada vale a imagem do homem e suas posses, seja mendigo de rua, ora presidente da ONU, as diferenças estão nos detalhes, sendo que, talvez o mendigo carregue um fardo menor de preocupação, logo paz de espírito, está fora da competição e condicionamento do cidadão comum, embebecido com angústia constante.
No final das contas todos entregamos nosso corpo. O melhor seria, no último dia, no último suspiro, estarmos satisfeitos com o que fizemos, independe de imagem.
O documentário apresenta um conteúdo absolutamente realista com relação aos efeitos danosos incalculáveis que a televisão pode causar de forma gradativa hipnótica numa sociedade, distorcendo dados e a própria realidade. Mas, também, não apresenta conteúdo isento de viés ideológico, obviamente amenizando a esquerda brasileira guerrilheira, por sinal mil vezes mais devastadora que os ditadores autoritários, aliás, a qual hoje encontra-se alegremente no poder.
A Xuxa teve papel fundamental para decadência moral e cultural, exibindo seus quadros inundados de futilidade, ora com funk sensual erotizando pequenas crianças. Qual seria o efeito? Não é preciso responder.
A TV aberta, sobretudo à globo, apresenta há décadas material claramente ideológico, induzindo crianças, jovens e adultos. Os temas das novelas sempre são altamente sexuais, com traição, aborto, promiscuidade, homossexualismo, racismo, pedofilia ditando as tendências do momento, como se esta realidade apresentada fosse real e maioria em todo país.
Não digo que a ditadura foi algo bonito de se ver, muito pelo contrário, qualquer ditadura não presta. Mas o documentário apresenta inversões, como se guerrilheiros armados da década de 60, inclusive a Dilma, fossem bonzinhos oprimidos. Coitado do Lula, sofrendo com a censura, olhem como ele é bonzinho, sempre roubando com o PT. Aliás, marido secreto de associações de bandidos como às FARC. Por que ninguém acaba com o crime no Brasil? São todos casados obviamente. Por que isso não sai na grande mídia? Por que o Lula é tão defendido?
A grande verdade é que a globo sempre se alia aos governantes, sejam de direita, como na ditadura, ou esquerda, hoje. Seria honesto deixar claro, que caso à esquerda guerrilheira revolucionária tivesse conquistado o poder, talvez hoje os mortos estariam na casa dos milhões, assim como na Rússia e China. Os militares salvaram o país, embora tenham pecado e também matado alguns opositores, e isto nem de longe é admirável.
O conteúdo ideológico da globo é claramente esquerdista, junto com a maioria de seus artistas, repassando o grande glamour revolucionário. Belo defender genocidas, como Che Guevara, Chávez e Fidel, sem mostrar suas reais faces, ouvimos apenas propaganda das suas "ilustres" figuras, já todos os pastores e padres são apresentados como fanáticos ignorantes retrógrados e pedófilos, quando somente uma pequeníssima parcela é assim, dúvida? Então, vá conversar com um padre sobre esses assuntos, veja como é a vida real. A igreja sempre promoveu boas coisas, como instituições filantrópicas; orfanatos, ora guiando e ensinando valores e virtudes. Acabou a era da inquisição e a compra no céu há séculos. Mas não é assim que vemos na TV.
O que mais indigna no documentário é justificar a pobreza do povo brasileiro culpando o capitalismo selvagem. Esse é o maior mito propagandista. O pobre capitalismo gera progresso, quanto mais pessoas ricas, mais empregos, mais concorrência, logo mais altos serão os salários. Olhem para o Estados Unidos, uma casa americana simples é o equivalente à uma rica aqui, pobreza é fruto do capitalismo mesmo? O povo brasileiro odeia o capitalismo porque nunca viu como é de verdade. Nem todo capitalista encarna o cidadão egoísta de terno, psicopata, muito pelo contrário. Seria isso propaganda negativa também?
A pobreza do Brasil é culpa da economia brasileira, que é comunista neo-liberal, assim como em toda américa latina, pois usam de impostos altíssimos para dar aos “pobres”, prometendo falsa igualdade, enganando e se aproveitando da bondade do povo, quando na realidade pegam a maioria do dinheiro para se auto sustentarem, pois ELES são a elite. É um mau negócio abrir uma empresa no Brasil, muitos impostos, também é um mau negócio empregar alguém, muitas regras sufocando os empresários. Se deixassem esse dinheiro de impostos na mão dos cidadãos, aí sim teríamos uma nação promissora. Um sistema de governo não precisa se declarar abertamente como comunista, ou socialista, para seguir exatamente os planos e ideais desta agenda política falida em essência.
A única saída para o Brasil é uma economia realmente liberal, como vemos na Suécia e EUA. Economia liberal não faz parte da agenda esquerdista, mas de partidos direitistas, ou libertários. Quem confunde economia liberal capitalista, com economia neo-liberal socialista, acha que um mico-leão-dourado é uma espécie de leão. Pois, desaparece todo o controle estatal burocrático cheio de impostos, deixa-se a população livre para prosperar. Agora vejam amigos, pensem... Por que será que a direita é difama assim por aqui? Ó a lavagem cerebral atuando de novo, invertendo os inimigos.
O filme agrada, mas peca no aspecto realidade e expressividade japonesa, da real arte que envolve as gueixas. Principalmente pela comercialidade, as falas deveriam ser em japonês, para dar um ar mais autêntico, além das próprias atrizes, que são massivamente chinesas, sendo assim duma cultura diferente à japonesa e talvez não representem de forma ampla todas as características.
Entretanto, o filme consegue passar muitas mensagens, além de toques emocionais espirituais. A gueixa representava toda feminilidade, delicadeza, gentileza, etc. O quão grande pode ser o impacto de uma mulher que realmente utilizada do polo feminino duma forma polida. Uma magia irresistível, derrubando homens de bicicletas com simples olhares.
Existem lições sobre inveja, representadas por Hatsumomo, a qual concentra todo sentimento na busca pela perfeição, pelo capricho, pela vaidade exacerbada, desequilibrando outras áreas do seu pensamento sensato. Pode-se fazer uma comparação perfeita com as mulheres contemporâneas, educadas desde muito cedo para se tornarem manequins ambulantes, robotizadas e com pouco cérebro, programadas pela ditadura da beleza imposta por meios midiáticos.
Sofrem, por não conseguirem atingir a perfeição impossível, entram em intrigas pois são estimuladas à competição e inveja, restando então apenas um vazio incompreensível no fundo de seus corações.
Mas, no filme, Chiyo representa o real espírito feminino. Garota modesta, esforçada, fora das emoções primitivas de suas companheiras. Encontra um grande amor, luta bravamente por ele, em circunstâncias imensamente desfavoráveis. Uma mente altruísta, límpida, obviamente com sua perseverança conquista seus sonhos.
Adorável o ensinamento do Chairman. “Nem sempre as pessoas recebem a bondade que merecem.”. Nos faz refletir principalmente que existem muitas dificuldades, e que é inútil tentar mudar todas as pessoas más. A única forma de procrastinarmos sem choradeira está em mudar nossa própria visão interior, não desistir facilmente, não desanimar, mesmo sabendo que não agradaremos a todos. Se somos feridos hoje, não devemos culpar o agressor, geraria ódio e raiva desnecessária. Devemos apenas ampliar a visão sobre o acontecimento e não deixar nos afetar. Logo, não criaremos mais problemas, e gradativamente melhoraríamos de forma simples uma questão que pode vir a se disseminar gigantescamente.
Marcante, impossível passar pela história de Forrest, sem carregar alguma lição profunda.
Aprendemos que a vida é bem simples, basta enxergá-la assim. A força de vontade do Forrest encosta num nível sobre-humano. Ele é incapaz de sentir emoções primitivas, origem das nossas preocupações, problemas e dores.
Ele não odiava Jenny, mesmo sabendo que ela estava com outros. Sempre mostrou um equilíbrio emocional fora do comum. Tão sincero e modesto que suas histórias penetravam no coração dos ouvintes.
O principal axioma do filme fundamenta os malefícios da mente, da "inteligência". De nada adianta uma vasta cultura, ser admirado e respeitado, se contaminamos nossos pensamentos com presunção, arrogância, ostentação, luxúria, etc.
Ou seja, temos uma cabeça pensante, mas com o tempo à poluímos, perdemos assim toda beleza da vida. Seria isso inteligência de fato?
Sabe-se que existe uma forte mesmice enjoativa quando tratamos roteiros românticos envoltos num clima adultero. Entretanto, o filme consegue indagações inimaginavelmente profundas.
Não devemos negar nossos instintos. Na maioria, nos envolvemos com o sexo oposto por puro interesse sexual, às vezes admitimos, noutras negamos até para nós. Sexo é essencial para um relacionamento saudável, mas jamais prioridade. Deve-se entender o significado de duas palavras semelhantes, mas distintas:
EMOÇÕES: Sensações internas automáticas que não controlamos, são instáveis, originadas de instintos animais primitivos, maquiados e adaptados às circunstâncias contemporâneas para namoricos rotineiros.
Nota-se que à paixão principalmente hoje, se origina da luxúria, desejo sexual pela imagem, aprendido na mídia principalmente.
Felicidade torna-se sinônimo de beleza. Apaixonamo-nos puramente por beleza física, dedutivamente, estamos sendo escravos do desejo, assim, logo que o realizamos, enjoamos. Trata-se dum ato viciante, originando à grosso modo os “cafajestes” e às “biscates”.
Noutro caso de paixão, nos tornamos escravos das nossas carências afetivas e sexuais. Ficamos num relacionamento instável, onde à competição e dominação tornam-se constantes, oriundas do medo que desenvolvemos à partir da insegurança interna em perder o outro (ciúmes). Uma verdadeira tortura.
SENTIMENTOS: Estão além das emoções normais encontrados nos animais comuns, seria uma nova escala que não se origina do egoísmo. Uma característica exclusiva da evolução mental e comportamental do ser. Apenas uma pequeníssima parcela da humanidade atinge este grau.
Exemplo: AMOR – Abrange: companheirismo, amizade, desinibição, sinceridade e continuidade.
Dificilmente encontramos relacionamentos assim, estão além de carências afetivas e sexuais. Uma ligação profunda de empatia com o parceiro, sem joguinhos de dominação, total liberdade e sinceridade. Não é preciso conhecer apenas o parceiro, mas também, a si próprio, para que haja sempre verdade, discernimento e trabalho em dupla, para que ambos cresçam e desenvolvam uma vida prospera e agradável.
O filme mostra os lances e relances que acontecem com os casais, pequenos vislumbres de amor que se extinguem ligeiramente. A metáfora do parque de diversão explica isso, não devemos trocar e trocar quem está ao nosso lado, de início iremos gostar e rir, mas logo estaremos novamente sozinhos, pois não há como amar sem ser uma pessoa completa, com amor próprio interno. Achamos que os problemas estão sempre no parceiro. Se acreditamos nesta concepção, então estamos fadados ao círculo das repetições sem solução.
Os dois protagonistas homens, Lou (frango) e Daniel, representam principalmente duas aspirações que buscamos nos outros, que juntas se completam:
-Lou: Representa segurança, respeito, sobretudo alegria repassada em suas atitudes, embora não consiga entender Margot de uma forma mais ampla interior e espiritual. Ele é a perfeição material.
-Daniel: Representa autenticidade, sinceridade, desinibição, expansão de horizontes. Ele não passa tanta segurança assim, é mais instável economicamente, até mentalmente, mas entende os processos internos que se passam em Margot. Ele é a perfeição espiritual no sentido leitura interior.
Margot se ilude com o primeiro e parte para o segundo, acreditando que todos os seus problemas serão resolvidos. Depois enjoa, fica até dividida mais ao final, obviamente, ela precisa repensar suas próprias características internas para encontrar o verdadeiro amor, e não procurar solução nos outros.
A paradoxal Geraldine, representa quem desistiu de transmutar positivamente seu próprio interior. Embora ela seja sábia, no filme isso aparece muito sutilmente, visivelmente ela interpreta todos os problemas da Margot, criticando subliminarmente.
Ela simplesmente desistiu, vive na ilusões mundanas que trazem vícios e pequenos prazeres. Há também a grande metáfora do banheiro, que se não trabalharmos nosso interior, não seremos capazes nem mesmo de aceitar o envelhecimento. Somos escravos das aparências materiais egóicas, condicionadas ou não.
O filme representa leis que estão além do domínio humano, leis imutáveis, que não podem ser sobrepujadas. Tais leis poderiam ser definidas nas formas: Destino pessoal inquebrável, controle por uma entidade superior ou regra universal, ação e reação.
-Destino pessoal inquebrável: Carma. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
-Ação e reação: Causa e efeito. “Quem semeia ventos colhe tempestades.”
Devem-se eliminar os pré-conceitos quando tentamos analisar preceitos de ordem religiosa, doutrinar e dogmática. Parece pura alucinação quando envolvemos conhecimento empunhado à nós carregado de misticismo e crendices aparentemente ilógicas.
Entretanto, se olharmos com olhos inocentes, com a peneira da modéstia, podemos inesperadamente encontrar algo de valor. A maioria das coisas que chutamos, muitas vezes são apenas conveniências da necessidade de autoafirmação. "Eu falo mal para que me olhem e, realmente, pensem que este ato de coragem e sabedoria, me promova. Olhem! Aplaudam-me!"
O lado cômico seria que essa atitude é uma das maiores e piores doutrinações negativas, à ostentação. Quando usamos atitudes imaturas sem ao menos entender a substância essencial, baseados em nosso egoísmo maquiado, permanecemos na inércia, perdemos oportunidades grandiosas para evolução pessoal.
Os personagens do filme não são isentos das “leis universais”. Sempre que o protagonista, Evan, retorna ao passado tentando corrigi-lo modifica situações e desencadeia um novo futuro.
O carma representa-se por situações marcantes, as quais não podem escapar, por envolvê-los diretamente, seria o ponto que estabelece um novo destino, individual ou grupal, inabalável. A cena da bomba na caixa de correio, do cão que ateiam fogo, do filme pedófilo, representam situações fortes que desencadearão um vínculo que não pode ser eliminado, apenas amortecido.
Sempre existem consequências. O que foi feito, afetará situações futuras, abre, ou fecha caminhos. Se eu conquisto uma mulher por minha imagem, utilizando de soberba, ostentação para satisfazer-me com luxúria. Pagarei o preço.
A mulher à quem possuí desta forma, apaixonou-se por minha imagem, meu rótulo falso. Quando começar a revelar-lhe meus problemas, minha real personalidade. Esta mulher irá se desapaixonar gradativamente, causando sofrimento, talvez, me troque pelo primeiro homem que apresente características superiores às quais eu apresentei na conquista.
Um grande jogo da causa e efeito. Quem desconhece essas leis, reclama que sempre se envolve com as mesmas pessoas e dificuldades, não percebendo que o problema inicial se encontra nela mesma.
Os personagens possuem problemas cármicos, que não podem escapar, sempre pagarão por isso, de forma direta ou indireta. E por meio da causa e efeito podem alterar circunstâncias embora não possam anulá-las.
Planeta Fantástico
4.3 319DESTRUIÇÃO EMINENTE
Filme gnóstico, mescla um feitio da incrível década de 70; movimento hippie, rock progressivo, psicodélica, alienígenas, práticas orientais (meditação), etc.
Amálgama animação original vibrante experimental com música ambiente progressiva, o que torna o filme extremamente hipnótico. Por ser anterior à wave de filmes gnósticos posteriores como Blade Runner e Matrix, assenhoramos um clima mais obscuro das sinaléticas subliminares.
Arquétipos figurados:
Traags: Humanoides com proporções físicas gigantescas, representam o avanço tecnológico e materialista, sobretudo mental, já que eram adeptos da meditação, forma pela qual expandiam sua consciência, abandonando o corpo físico temporariamente para adquirirem mais conhecimento.
Oms: O nome faz referência morfológica à palavra, homem. Seres primitivos se comparados aos Traags, com grande potencial adormecido.
Conhecemos Terr, bebê om, adotado por uma menina traag. Um modismo traag seria adoção de oms, até atingirem idade necessária para meditarem, brinquedos vivos.
Notamos uma certa insensibilidade nos traags para com outras formas de vida, um desrespeito intrínseco e ignorante, embora sejam eles mais avançados. Nem sempre avanço material e mental significa avanço consciencial empático.
Teer, consegue escapar por adquirir conhecimento através do aparelhado de sua dona. Foge e encontra outros semelhantes selvagens, logo repassa seu conhecimento, vivem como formigas, vermes escondidos, poderíamos relacionar o zelo doentio dos traags aos oms, com formas análogas do tratamento humano atual aos demais seres. Não é à toa que traags são cheios de si, arrogantes e insensíveis.
Aos trancos e barrancos os oms evoluem a partir do conhecimento traag, surpreendendo inclusive os últimos, que desesperados declaram extermínio à nova forma de ameaça que surgira. O traags não percebem, que o conflito com os oms surgira da negligência pela qual os tratavam, se vivessem de forma harmoniosa seriam companheiros de jornada e evolução, sem combate direto.
Os oms acuados e oprimidos foram obrigados por necessidade a evoluírem a partir da agressão aplacada. Um desequilíbrio sempre resultará em confronto, para que assim seja reestabelecida à ordem.
Os seres humanos poderiam ter uma origem assustadora como a dos oms? Poderiam ter migrado para cá de outro planeta? Reencarnação? Existem outras classes de seres semelhantes, com consciência, e também formas dissidentes de evolução como vemos nos traags?
O homem atual se parece com traags, estaria ele caminhando à sua destruição eminente caso não mudar sua relação com o meio social, ambiental e até mesmo universal? O princípio esta nele mesmo.
Vidas ao Vento
4.1 603 Assista AgoraVISITA NOS SONHOS
Cativante, assim como todas as obras do Hayao Miyazaki, algumas menos outras mais, mas todas belas. Sempre devemos ter um objetivo, o qual nos fará sofrer, estropiar, entrar em caminhos desconhecidos, levando-nos a conhecer pessoas e lugares novos, sorrir, brincar e amar.
O filme é sensível de várias formas, retrata a história de auto-superação de Jirô Horikoshi, que desde criança focou num objetivo e partiu sem pestanejar. Se apaixona e vive indescritíveis emoções em mais um desses caminhos que coincidências não existem.
Jirô, altruísta e corajoso, era visitado constantemente em seus sonhos, alá inspirações oníricas cujos poetas, músicos e pintores tantas vezes mencionam antes de consumarem suas obras.
Aprendemos que mesmo uma nação desequilibrada, como o Japão da época, que vivia uma recente integração com os costumes ocidentais, poderia e pôde, atingir e conquistar façanhas incomensuráveis; se acreditar no próprio potencial, potencial que era depositado e carregado na figura de Jirô. Um indivíduo que carregava o fardo de toda uma nação, podendo afetar não somente sua própria vida, mas uma escala de proporções mundiais.
Evidentemente, a lição principal não fica apenas nos moldes da guerra – busca por poder – das cenas sutis de vícios – cigarro. Mas, na inabalável fé, de que de alguma forma, se persistirmos e nos mantivermos firmes, poderemos palpar quaisquer objetivos, mesmo os mais infindáveis. E junto com eles, conheceremos grandes pessoas, grandes companheiros, grandes amigos, grandes amores, que nos marcarão eternamente, interligados por um imenso e caloroso fio que liga os corações, e quem sabe, depois de tudo isso o objetivo já não seja tão importante.
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista AgoraFORA DO FORMIGUEIRO
Versão cinematográfica de um dos quadrinhos revolucionários norte-americanos, segue estritamente o roteiro original, com pequenas adaptações. Watchmen, ao contrário de outras consagradas histórias, faz uma interpolação entre a origem da desordem – a dualidade, o bem e o mal – uma versão maniqueísta, a qual desta vez, não acusa agentes exteriores; monstros, alienígenas, o diabo encarnado em figura de palhaço vermelho, ou super-vilões, mas somente à própria humanidade.
Seres humanos, arrogantes e prepotentes não percebem a linha tênue que separa-os de outros primatas. Somos animais vestidos, os instintos básicos: sobrevivência e reprodução originam os impulsos que nos deslocam para os caminhos da vida, cada qual com seu próprio modelo e força.
Obviamente, o máximo de Watchmen fora proferido nas palavras do personagem, Comediante: É tudo uma piada! Uma grande PIADA!. Não que ele seja superior em referir-se à todos, e tudo, como piada, mas que até mesmo ele seja uma piada. Ele se caracteriza como um sujeito amoral, logicamente por ter uma visão mais ampla dos acontecimentos, seja no lado dos heróis bondosos, ou vilões maldosos. Ele simplesmente desistiu de encarnar uma figura, de assumir um papel, dessa forma é visto como mais um lunático, embora apresente aspectos e conquistas mundanas do sonho dos homens; dinheiro, mulheres, poder, respeito, físico escultural.
O Coruja assimila o homem médio comum, bondoso e amável, às vezes instável, preso no seu próprio dilema existencial. Sem conseguir discernir o suficiente para resolver seus entraves ou ampliar sua visão. Vemos uma amostra quando ele tenta transar com a Espectral, ele idealiza tanto que se tornará uma pessoa completa e feliz quando realizar seu desejo, que broxa. Apenas mais um na grande roda do conformismo seguindo a onda da monotonia, tentando polarizar algum vislumbre de felicidade em desejos hedonistas.
A primeira Espectral manifesta os valores da mulher decadente, que busca satisfação atrás de outros. Imatura emocionalmente, a ponto de não aceitar seu próprio envelhecimento, casa-se com sujeitos que apresentam apenas patrimônios matérias, já que para ela, essa visão protecionista, embora necessária, seja a sua única prioridade existencial, viver uma grande farsa das aparências. O que justifica o fato dela ter se apaixonado pelo Comediante, que fora o único homem, a qual, a tratou com autenticidade, já que subliminarmente ela não passava de um pedaço de carne suculento, implorando para ser devorado, nada mais, apenas vazio.
Rorschach, o ideal da justiça de carne e osso, o último conservador, uma versão melhorada do Coruja, que embora também lute pela justiça, peca na sua falta de coragem e autonomia. Rorschach, também sabe que o mundo é uma piada, mas opta pelo caminho da justiça, embora isso o leve para o caminho da destruição eminente.
Ozymandias, o homem mais inteligente do mundo. A racionalização em tentar controlar algo que não deve ser controlado sempre resultará em destruição. O mundo estaria melhor se tivessem menos pessoas querendo melhorá-lo.
Por fim, o grande Dr. Manhattan, o mais enigmático de todos, há um paralelo com relógios, e também na superação da origem animalesca do homem. Ele representa o homem que superou o homem, uma nova versão do sapiens-sapiens. Vemos claramente seu esclarecimento interno pela forma temperada e segura que se expressa. No seu desinteresse pela humanidade retrógada, um ser preso em um formigueiro insensato. Sua última ligação com a humanidade, também o último estágio do Tao (filosofia chinesa) para transcender os instintos egóicos, encontra-se na “sobrevivência” polarizada na figura irresistível da sexy segunda Espectral, o desejo da carne, embora ele o perca gradativamente.
Depois de um tempo nem mesmo para ela ligava. Após um rompimento decide ir para outro planeta, obviamente que sim, já que seu antigo planeta é inferior demais. Ele cita que talvez até crie alguma forma de vida, já que gosta da humanidade. Entende que humanos são instáveis, que caminham para autodestruição, embora também possam ser seres repletos de bons sentimentos. O anjo e o assassino num só corpo, devemos ficar atentos, sempre um predomina.
Para a Floresta da Luz dos Vagalumes
4.4 241MOMENTOS INAPAGÁVEIS
Fotografia fantástica, lindos campos floridos, paisagens montanhosas majestosas. O ponto principal foca em uma criança inocente, Hotaru, a qual conhece inesperadamente Gin, yokai que não pode ser tocado por um humano.
Eles acabam se envolvendo aos poucos, com brincadeiras e conversas, entram em um patamar de afeição límpido. Ambos sofrem por não poderem se tocar, analogamente podemos dizer que o amor verdadeiro surge além do toque, este ponto foi genialmente explorado pelo diretor Takahiro Omori, também autor do anime e obra-prima, Natsume Yuujinchou.
Os pormenores do filme ficam difíceis de serem expostos, mas abrangem toda gama do sobrenatural, espíritos humanos encarnados ou não, também enteais da natureza. Um grande ciclo interligado, que se modifica com as estações e eras.
O final profundíssimo; o passar do tempo jamais poderá apagar os momentos inesquecíveis e verdadeiros de amor, seja com quem for. Os vislumbres irão nos acompanhar por toda eternidade. Existe uma forma de agradecimento?
Hora de Voltar
3.9 400 Assista AgoraRECICLAGEM
À primeira vista parecia focar na temática do vazio existencial, o qual sempre soma depressão pós-moderna, à monotonia de um personagem neurótico, uma tortura cotidiana maquiada e automatizada nas tarefas corriqueiras.
Todos nós sentimos o vazio, nos sentimos solitários, basta olharmos sinceramente para nosso âmago – quem não chora sozinho à noite? – o problema está em como lidamos com isso, na maioria dos casos ficamos tão entorpecidos e embebedados, que criamos um mundo ilusório para não confrontarmos com a origem dos problemas.
Preferimos o ciclo vicioso da tortura, gastamos nossas energias em estados eufóricos nostálgicos da infância, em pura futilidade imatura, vemos isso nas festas do filme, adultos que agem como crianças, não querem confrontar seus reais problemas, vivem do fácil, do cômodo, do prazer, na amargura.
Andrew, encarna perfeitamente todo entorpecimento, vive debaixo duma cortina que esconde o real sentido da vida. Mas, ao retornar para casa, deixa de tomar alguns remédios, ou seja, começa a limpar gradativamente sua sujeira; como se fosse um grande balde com água suja, que ao ser preenchido todos os dias com um copo de água limpa, purifica-se. Conhece uma parceira realmente interessante, Sam, que o apoia com amor, algo autêntico, ambos expõem seus medos e fraquezas, tornando-se assim maduros, suportes um do outro.
A lição principal encontra-se na introspecção, que se voltarmos, se tivermos coragem de olhar nosso passado, nosso interior, podemos mudar toda subsequência, endereçar uma nova história próspera. Existe um lugar além do arco-íris, que o calor e o amor não ficam apenas nos contos de fadas. Notamos o quanto amamos nossos familiares, amigos e parceiros nas horas difíceis, mas é preferível, sobretudo necessário, nos reciclarmos internamente, agora não há arrependimentos, logo preenchemos nosso vazio. E a felicidade se consuma - E o resto do caminho? ...Pouco importa.
Temple Grandin
4.3 336 Assista AgoraPORTAS
Sabemos que o que compõe o mundo não são apenas murmúrios de generosidade, tampouco bondade. Quaisquer demonstrações de diferenças aos manuais de condutas das massas são concebidas com aversão, repúdio, chacota.
Temple fora posta neste mundo cruel, amparada inabalavelmente por sua mãe, que jamais desistiu, que se anulava por ela. Projetava em si um triturar incalculável ao vê-la sofrer. Sem nem mesmo receber um afago ou um abraço.
Diálogo imprescindível de uma cena do filme:
- Não estou curada, sempre serei autista.
- Minha mãe se recusou a acreditar que eu não iria falar.
- E quando aprendi a falar, ela me fez ir à escola.
- E na escola ou em casa, os costumes e as regras são muito importantes. Insistiram comigo.
- Tive sorte. Todas essas coisas que funcionaram para mim. Todos trabalhavam duro para terem certeza que eu estava engajada.
- Quero dizer, sabiam que eu era diferente, mas não menos.
- Sabiam que eu tinha um dom. Eu podia ver o mundo de um jeito novo. Via detalhes onde outras pessoas eram cegas.
- Minha mãe me forçou a ser auto-suficiente. Foram coisas desconfortáveis no começo, mas me ajudaram a abrir portas para novos mundos.
Ela continuou a investir em sua filha, com amor e dedicação, mesmo sabendo que impor-lhe-ia à sofrimentos, e que desfrutariam da mesma agulhada.
Belo ver como Temple sentia os animais, como estava atenta à detalhes sutis; o bater do coração das vacas, que as via como seres.
“A natureza é cruel, mas não tem que ser. Devemos-lhe algum respeito.”
“Toquei a primeira vaca e foi chocante. Em segundos ela seria apenas outro pedaço de carne, mas... Naquele momento ela ainda era uma criatura. Estava calma, e depois se foi. Tomei consciência que a vida era preciosa. Pensei sobre a morte, e me senti perto de Deus.”
Ao final ficamos com uma grande lição de superação, que resgata a gentileza e o amor que falta à humanidade. A história de Temple nos suscita um desabrochar, devemos nos jogar no mundo, podemos escolher qualquer coisa, uma vaca – sim, podemos ser felizes com vacas, seja o que for – basta não desistirmos. Se os dias ficarem nublados podemos contar com nossos cônjuges, amigos, família, ou uma máquina de abraços.
Há sempre uma luz no fim do túnel, mas para enxergá-la precisamos de coragem. Assim como Temple caminhava em direção ao microfone rememorando os elogios e façanhas que realizou, agora ela acredita nela mesma, ela se ama, mesmo com suas dificuldades.
Vamos atravessar algumas portas!
“Não quero que meus pensamentos morram comigo, quero realizá-los”
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraTEMPOS MODERNOS
Os homens vêm progredindo em várias áreas, podemos dizer que no século XXI alcançamos uma situação agradabilíssima. Podemos viver no conforto e desfrutar de imensos prazeres, embora ainda gastemos a maior parte do nosso tempo em produtividade laboral, fazer a grande máquina funcionar.
Os comportamentos definitivamente mudaram, hoje já não somos obrigados a casar, muito menos ter um parceria. Será isto saudável? Será que não somos programados geneticamente, ou talvez, condicionados mentalmente para possuirmos uma dupla?
A modernidade, diria a pós-modernidade, que abrange o período de sossego e tranquilidade após as grandes guerras, propiciado o final da ligação que unia as pessoas? Antigamente vivíamos em grandes famílias, trabalhávamos para família, existia uma união, um sentimento de utilidade em prol de algo maior, um deleite que nos dava forças para acordarmos pela manhã, que dava sentido à nossa existência.
Hoje, estamos num período de adaptação, a grosso modo: degradação moral e social. Não há mais sentimento de respeito para com o próximo, estamos todos fechados e sem rumo, sem propósito. Padrão, a qual nota-se claramente na vida do protagonista, Brandon,cuja solidão em seu apartamento nos assusta, a sinopse do filme coloca-lhe o rótulo de ninfomaníaco com transtornos bipolares. Bem, talvez todos nos sejamos ninfomaníacos pela forma de vida que levamos, aproveitando pequenos vislumbres de falsa felicidade, que achamos encontrar em algumas aquisições materiais e carnais. A pornografia veio para ficar, está condicionando o homem a ficar extremamente narcisista, hedonista e cruel, um desvio de conduta, um pecado capital que nos leva ao sofrimento, muitas vezes nem sabemos o porquê. Estamos calcificados, a procura de prazeres, e mais nada. O prazer é o novo sentido da minha vida.
Brandon, começa a notar gradativamente a essência de sua dor; falta de conexão com o próximo. Embora ele seja extremamente hábil em seduzir mulheres - Nos EUA hoje, cerca de 60% da população na casa dos 30 anos está solteira - e não consegue um compromisso sério, formar uma família. Estamos numa guerra psicológica, que nos remete ao nosso próprio vazio existencial iminente. O sexo casual é extremamente cruel, pois utilizados desejos egoístas para fazê-lo. Utilizamos do nosso charme, tentamos impressionar o próximo - criando uma falsa imagem para repassar aos outros - que na maioria das vezes se encontra numa situação extrema de carências, num local propício com álcool e outros entorpecedores. Voltamos a ser animais, feras, vemos claramente a diferença do sexo com amor, e do sexo com desejos, a luxúria, que nos remete a um estado primitivo de brutalidade (Várias cenas assim no filme, inclusive fase de experimentações). Glorificamos os sentimentos mais baixos, o cruel tornou-se símbolo de glamour e inteligência, todo avanço moral e intelectual do homem, que nos afasta dos animais instintivos fora jogado na latrina.
O exemplo da crueldade fica exposto com Sissy, ela estava numa péssima fase, extremamente carente, sem amor próprio, chorando aos gritos no telefone, implorando por amor. Assim, desestabilizada, acaba por dormir com qualquer homem, causando ainda mais sofrimento interno, nenhum homem se conecta com uma mulher que possui uma forte índole, ou história promíscua. Lógico, existem homens que conseguem, mas se eles não forem esclarecidos, sempre utilizarão o passado para denegri-la e fragilizá-la, mulheres assim dificilmente encontram um parceiro que realmente às respeite.
Logo, o protagonista Brandon nota que, propícia e causa para às mulheres a quem seduz sofrimento equivalente à Sissy, ele começa a se autocriticar. Sua luxúria impensada é cruel para os outros, assim como para consigo, causa dor ao próximo. Ele também chega aos extremos, vê que na vida não podemos nos saciar, a luxúria é um caminho interminável, começamos com uma, depois com duas, três, depois até mesmo em envolvimentos homossexuais. Um caminho interminável de experimentações e vazio.
A nova geração perdeu o respeito, perdemos o senso de vergonha, perdemos nossa bondade, somos seres egoístas e achamos divertido. Mas sempre acabamos uma hora ou outra batendo com a cabeça na parede. É difícil casar com um homem cruel, viciado em pornografia - quase todos - que deseja consumar seus atos depravados em qualquer mulher que se disponha, utilizando de falsas palavras e manipulação. É difícil criar conexão com uma mulher que iniciou sua vida sexual aos 13, 14 anos, que ainda brinca de casinha, mas ao mesmo tempo perdeu a conta do número de parceiros sexuais.
A falta de moral, talvez tenha trazido junto com a tal liberdade, muita imoralidade, muita falta de caráter... Talvez abdicamos da família sem saber... Mas, há esperança, a felicidade também está relacionada à hábitos e comportamentos, então ora bolas, sempre há tempo para lucidez e mudanças...
Vanilla Sky
3.8 2,0K Assista AgoraABRIR OS OLHOS
Refilmagem do filme espanhol, Abra Los Ojos de 97, Vanilla Sky entra para lista dos filmes mais introspectivos sobre ilusões, ego e realidades.
O protagonista David Aames representa o homem comum no auge dos desejos físicos. Todo homem médio que vive das ilusões, deseja de alguma forma adquirir poder, seja dentro do seu grupo específico, ou na grande massa. Fama, queremos que os outros nos olhem, admirem, até mesmo invejem, pois assim nos sentimos especiais, nos auto afirmamos como superiores. Um vislumbre de felicidade falsa nos preenche.
Mulheres que também escolhem caminhos mais dolorosos, acabam por perseguir sujeitos com grande destaque social, como a possessiva Julie Gianni. O aspecto monetário também influi, a competição para tornar-se o mais rico, ter o melhor carro. A consequência disso são milhares de falsos amigos submissos, apenas esperando o momento certo para lhe apunhalar, tomando à força seu lugar, a víbora paciente esperando para dar o bote.
David não é má pessoa, mas não consegue acordar, para livrar-se de seus entraves, do seu vazio existencial, que o faz beber, ser o comum ninfomaníaco moderno, ou respeitar seu único amigo, Brian Shelby. Mas, as coisas começam a mudar quando ele se apaixona por Sofia Serrano, que não se entrega imediatamente, como as outras interesseiras, mas David continua egoísta e não liga para os sentimentos de seu amigo, atitude esperada de um sujeito mimado que consegue tudo facilmente.
Entretanto, sua ex-namorada, Julie, não se conforma em perder o cidadão cujo nome era citado inúmeras vezes nas rodinhas com suas amigas, uma forma de gabolice gratuita para demonstrar falsa felicidade e superioridade.
Os envolvimentos pela imagem são diretamente relacionados à sexualidade. A cena de sexo violento entre os dois representa bem o instinto animal que os nubla, que lhes aproxima dos primatas, fazendo-os ferir o próximo convenientemente atrás de luxúria.
O ponto fundamental é o acidente, esperado, ele ficou deformado, ou seja, sua imagem de perfeição fora destruída. Esvaiu-se todo poder que ele apresentava, o mundo das ilusões interrompeu-se tragicamente. Fundamental a cena da danceteria com Brian e Sofia, o falso ideal de felicidade que vemos nas danceterias, diretamente ligado às posses, à imagem, ao status, quem não se adéqua é repelido cruelmente.
David, então desiste de se aceitar, ele prefere continuar vivendo das ilusões materiais, ao invés de viver na realidade, adentra ao sistema de ilusões agora nos sonhos. O ponto fundamental disso, é que o agora, também pode ser um grande sonho, estamos aqui e voltaremos para outro lugar, cumprindo ou não nossas missões, vivendo ou não nas ilusões. Ele acaba por perceber que uma hora ou outras as ilusões não mais satisfazem, o filé mignon torna-se serragem para o ser a qual desfruta-o todos os dias.
Para sairmos de um estágio de ilusões, ciclo vicioso, precisamos acusar os erros e nos auto enfrentar, mas existe uma vozinha profunda que nos torna covardes, que nos faz acreditar que se ficarmos parados estaremos seguros, zona de conforto, qualquer mudança exige esforço, e para nossa mente esforço é sofrimento. No caso de David, seu ego é seu psiquiatra, McCabe. David nas ilusões, se viu curado das enfermidades, viu tudo ocorrer da maneira à qual desejava, mas ainda continuou sofrendo, pois manteve-se nas funções primárias e primitivas, sem preencher seu vazio.
McCabe estava ali, somente para segurá-lo, para não deixa-lo voltar à realidade, acordar, ele representa a sombra que existe dentro de cada um de nós, que mais prejudica do que protege.
Ao final, tudo é revelado, e ele decide voltar para o mundo real, agora tornou-se um ser desperto que não mais precisa de ilusões para satisfazer seu interior incompleto, os olhos foram abertos.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraBONDADE?
Lindo! Parece um pouco clichê hoje, mesmo assim surpreende.
Fundamentalmente, o quão caótico é o comportamento dos presidiários? Uma espécie de lei do mais forte, os instintos mais primitivos e imorais comandam. Desesperança maquiada e transmutada em violência.
Entretanto, em meio ao inferno, o protagonista Andy com sua fé inabalável, consegue tocar corações sofredores, cultivar verdadeiras amizades, traz um pouco de luz e ternura aos que ficaram por muito esquecidos na escuridão.
Sobretudo, nos faz acreditar na bondade, a qual está além de medições, transcendendo um retorno ambicioso egoísta.
Quem sente aquele queimar interno após um bom ato, sabe bem, à bondade, o carinho, o altruísmo, o amor... são inexplicáveis, sentimos vida.
Tron: O Legado
3.2 1,8K Assista AgoraUMA PARÓDIA SOCIAL
Uma forma diferente de entender como funciona a mentalidade deísta socialmente.
O filme fundamentalmente remete-nos ao medo que possuímos. Nossa briga interna; yin-yang ou bem e mal.
Cada pessoa possui internamente esses dois polos. Muitas vezes combatem-se ferozmente. No filme, o bem é representado por Kevin Flynn, o mal representado por Clu, sua cópia digital programada. Remete-nos àquela visão, a qual caso Clu chegue ao mundo humano, o mal se perpetuaria, ou seja, lúcifer dominaria à terra. Uma alusão aos nossos medos internos, correspondentes aos instintos inconscientes, que eventualmente poderiam dominar nossa consciência. Poderíamos assim, surrar, matar, desrespeitar qualquer um, estaríamos dominados pelo mal, por nossa sombra.
Entretanto, ao final, descobrimos que não devemos destruir nosso polo negativo, mas apenas aceitá-lo e perdoá-lo. Para que agora possamos finalmente reequilibrá-lo, reintegrando-o, ou seja, aceitando nossos defeitos, para assim melhorarmos. Quando não aceitamos nossos próprios erros, continuamos a promulgá-los. Uma típica representação do equilíbrio através do ego.
Existe a busca pela perfeição, acusando sempre os "outros" como causa do desequilíbrio, origem do que é mau, imperfeito. Não seria coincidência, uma comparação do antagonista Clu, aos grandes ditadores comunistas, fascistas e nacional-socialistas.
O homem buscando poder, querendo se tornar Deus, para assim construir uma sociedade perfeita, utópica. Mas o poder o cega, ele se torna impiedoso, arrogante, alucinado e entorpecido, causando destruições inimagináveis.
Pode-se encaixar perfeitamente um axioma oriental: “A essência do egoísmo está em querer mudar o mundo em virtude do seu bel prazer.”
Obviamente erros ocorrem porque não existe perfeição utópica, é apenas mais um caminho hipnótico falsificado. Esse conceito falso de perfeição refletiria algo parado e morto incondicionalmente, ou seja, ausência de evolução, diferenças, tempo, surpresa, algo gélido e morto.
Observa-se também, a vida como um processo espontâneo, apenas desencadeado por situações que a propiciam, sobrepujando o controle de seu próprio criador, no caso Deus (Kevin Flynn).
Sobretudo, o tocante, seria à visão de perfeição, sendo explicada em substância. O significado da perfeição na prática estatizaria à vida, o ciclo da evolução. Perfeição seria então o imperfeito. Tudo à nossa volta.
Outro personagem importante. Castor, o dono da danceteria, representando as distrações mundanas, as ilusões. Todo o mal encarnado que nos desvincula da realidade, nos faz cair no grande ciclo dos erros, vícios, que nos mantêm cristalizados, parados no lugar, iludidos.
Também há representações políticas profundas. A lavagem cerebral que ocorre com os programas, eles creem piamente que Clu é o único salvador, que os usuários devem ser eliminados, sem nem mesmo uma interrogação interna.
No Brasil o negócio assemelha-se. O povo sofre uma inserção de informações ditadas pela mídia, que os tornam suscetíveis a discussões e brigas. Como os homossexuais se digladiando com cristãos, cristãos mordendo outras religiões, negros apunhalando brancos e vice versa.
Brigas inúteis, com pouca razão, que fazem os verdadeiros chefes, os quais estão no poder, ficarem ainda mais fortes. O real foco ninguém sabe, então o estado intervém nas brigas inúteis criadas por ele mesmo em conjunto da mídia, ditando mais regras, mais ilusão. Ganhando ainda mais força.
O Homem que Era o Super-Homem
4.3 94QUEM REALMENTE SOMOS?
A primeira parte desvia alegremente o público para uma comédia asiática notável pelas esquisitices, uma inocência boba do palhaço que se encontra no âmago das pessoas. Adultos perdem seu brilho e coragem no dia-a-dia, adeus àquela vontade de viver vista nas crianças, mas podemos flexibilizar e adaptar nossas energias, logo os dias tornar-se-ão mais coloridos - Não quer dizer que precisamos agir como seres inadimplentes anárquicos todo tempo, pois o “belo” nas crianças é diferente nos adolescentes, nos adultos e nos idosos, cada qual com suas conveniências e responsabilidades.
À medida que o filme se desenrola indagações existencialistas são colocadas na mesa.
Song Soo-Jung (jornalista), não passa por um bom momento na vida, encontra-se estressada, longe de seu namorado, com problemas sociais e profissionais. Obviamente problemas assim são diretamente relacionados aos impasses internos mal resolvidos, no caso dela; ausência de motivação interna pela inexistência de fé nas pessoas; em algo transcendental, ou seja, nela mesma, uma niilista pós-moderna.
Entretanto, conhece o Superman, um homem aparentemente doido, que ajuda às pessoas sem motivos aparentes, ele salva-a várias vezes, mas ela ainda desconfia instigada do porquê. Mas, gradativamente começa a entender as outras pessoas, sua descrença pela humanidade passa a ser revertida, percebe que a misantropia era apenas um sinal do seu próprio desentendimento interno, numa vida de sucessivos erros, desistências e falsos atalhos atrás de incontáveis máscaras que carregavam-na para o abismo.
Metáfora da kryptonita no cérebro; “Ela nos faz esquecer o que somos, quando esquecemos o que somos, não nos importamos com o próximo.”. Citação que nos remete ao gnosticismo, duas principais formas de reflexões se encaixam:
- Ao início éramos apenas um, o todo separou-se, criou consciências, o tempo passou, esquecemos o que éramos, que éramos o mesmo, que eu sou você, e você é eu, quando sou indiferente ao próximo, sou indiferente à mim mesmo.
– Somos de outros lugares, de outras existências, assim como o Superman, viemos de um lugar longínquo para este planeta, não podemos esquecer que tudo não passa de um grande teste, que não devemos abandonar nossos amigos de jornada, pois assim também estaremos presos e abandonados. Não se trata de uma ou de duas pessoas, mas de todas elas, para liberdade coexistir todos devemos estar libertos.
A kryptonita também representa os impasses que nos impedem de progredir, os resquícios que nos amarram com elásticos, podemos nos esticar um pouco, mas sempre acabamos voltando, pois a kryptonita ainda permanece ativa. Somente chegaremos ao próximo estágio sem sermos puxados quando a eliminarmos totalmente. Agora superamos um trauma, uma dificuldade, estamos renovados para próxima etapa.
A camiseta florida do Superman reflete uma pessoa que domina seu próprio ego, ele não liga para ostentação, soberba, veste-se com coisas fora de moda, não liga para ninguém, para o que vão pensar, apenas age com muitíssima coragem. Como é uma boa alma, se relaciona muito bem com crianças, se diverte.
Soo-Jung começa a indagar suas próprias percepções acerca da vida, quando vê um “lunático” conseguir ser extremamente feliz na simplicidade, enquanto ela com todo seu status e ideal de “boa vida” encontrar-se no sofrimento.
A metáfora da corda da casa do Superman, quando ele puxa a Soo-Jung, explicando que antes ela estava lá, mas agora está aqui, graças a sua ação de puxá-la. Explana claramente que cada um precisa agir para mudar, normalmente nos nublamos com descrenças e desculpas para nos estatizarmos, o doce gosto da zona de conforto.
Cena fantástica, momentos antes dele invadir o prédio em chamas:
- Superman: O Passado não pode ser mudado...
- Superman: Eu sei...
- Superman: Ele me assombra todos os dias...
- Superman: Mas o futuro será diferente.
- Superman: Ele pode ser diferente.
- Superman: Se você não esquecer quem realmente é.
Todas as pessoas em essência querem evolução, possuem seus planos, seus sonhos, mas por kryptonitas, acabamos nos desviando, pois ela sempre nos pinica quando tentamos vencê-la, assim queremos apagar este pinicamento, esquecemos o que realmente somos, abandonamos a raiz dos problemas. Nos tornamos indiferentes ao próximo, que também age assim, uma grande corrente corrompida na amnésia, um controle maciço de kryotonitas que contaminam aos poucos os corações. Mas, o
Superman sabe seu propósito, ele encanta e combate as kryptonitas com muita felicidade e amor, reverte e propaga seu vírus da vida autêntica, reanimando pessoas robotizadas por onde passa, inspiradas por sua determinação.
- Superman: Diga quem sou eu?
- Soo-Jung: Meu amigo...
- Soo-Jung: Meu Superman.
Conclusão absoluta - que todos nós podemos ser supermans para alguém, indiferente de habilidades, posses ou qualquer outra coisa material. Nosso bom exemplo, nossas boas atitudes, um simples sorriso, pode aliviar muitos fardos e desadormecer almas lindas.
Ó final chocante. Há uma rememoração do ocorrido com a família do Superman, seu último teste, seria uma repetição para tragédia passada ser vencida, superação dos estados emocionais mal resolvidos, carma emocional. Eliminação da kryptonita que cutuca seu passado que ele gostaria de esquecer. Mas, para isso, ele precisa se auto enfrentar, sair do estado ilusório de fantasia e agir na realidade.
Principal axioma:
“Mesmo a força não abre portas grandes de ferro, mas uma pequena chave sim. Todos nós temos essa chave dentro de nós...Para abrir a porta a um novo futuro.”
O filme nos faz voltar a crer no amor ao próximo, sem pedir nada em troca. Um simples gesto, pode ser muito mais efetivo que uma instituição inteira, desde que efetuado no momento e com intenções verdadeiras. À força maior pode ser apenas mais uma ilusão materialista que supre nossa necessidade do eu, do ser aceito, dos nossos medos, criamos escudos e procuramos no poder momentâneo preencher o vazio que nos direcionou para o caminho errado. A pessoa que menos esperamos, que mais desvalorizamos, por ignorância, pode contribuir mais que um “poderoso” homem, a qual vive das ilusões mundanas.
Scott Pilgrim Contra o Mundo
3.9 3,2K Assista AgoraBATALHA EM BUSCA DO AMOR
O mundo das conexões românticas. O que acontece quando nos envolvemos emocionalmente? O filme ilustra de forma engraçadíssima situações reais e corriqueiras na vida dos jovens apaixonados. As coisas acontecem fantasticamente, com regras de videogame, o que deixa tudo mais divertido. Embora hajam reflexões extremamente profundas em perspectivas não diria sublinhares, mas que atinjam públicos específicos, de acordo com seu grau de esclarecimento e experiências.
Ao início, o protagonista Scott Pilgrim arruma uma namorada jovem comparada à sua idade. Ocorre todo um suspense por parte de seus amigos. Sabem intuitivamente que; arranjos adolescentes com diferenciação de idade, principalmente no lado da mulher, são disfarces para outras intenções, salvo raríssimos casos.
Ao decorrer da adolescência, poucos são os garotos que conseguem amadurecer suficientemente para se relacionarem com garotas da mesma idade, há desinteresse de ambos os lados. Os garotos se preocupam mais com games, esportes, traquinagens, ora mulheres com silhueta formada. Enquanto elas sonham com príncipes. Assim, normalmente se envolvem com sujeitos mais velhos, que se diferem do comportamento padrão dos meninos com que estão acostumadas, eles se aproximam da idealização de príncipe.
Elas se impressionam facilmente, como Knives assistindo o ensaio da banda, houve um endeusamento da imagem de Scott, tanto que ela repete várias vezes que ele é fantástico. Ela acredita em tudo que Scott fala, fica perdidamente apaixonada. Na maioria dos casos, os homens mais velhos se envolvem com garotas novas pela lembrança acometida da sua própria adolescência, eles não conseguiam garotas, perdiam para os mais velhos. Mas agora eles são os mais velhos.
Há um interesse sexual reprimido avassalador atrás das garotas jovens e inocentes, embora elas dificilmente agradem além de aptidões físicas. Os homens se interessam mais por, explicações ancestrais herdadas; na cadeia da sobrevivência, uma jovem representa mais chances de êxito na reprodução, possui mais saúde e vitalidade que as velhas e desgastadas que passaram por suscetíveis procriações. Resumindo, há instintos animais maquiados na atração pelas jovenzinhas. Embora, obviamente, seja muito mais fácil persuadir uma jovem. Todo bom marmanjo barbado sabe disso.
O filme retrata bem. Knives fica alucinada, acredita que se casará com Scott, entrega-se totalmente, principalmente por não ter experiência com outros, está sobre influência da ilusão; príncipe encantado. Scott avista uma mulher com estranho destaque em seu estilo, Ramona Flowers, ele sente uma atração instantânea, pois ela se identifica com ele, mulher roqueira. Evidentemente, perde o interesse por Knives, que cumpria apenas um papel temporário como supressora de carências afetivas e sexuais. Mas, Scott se vê num dilema, pois não quer magoá-la.
Quando Knives é dispensada ainda acredita que o problema foi Ramona ter aparecido, tanto que começa a copiá-la para tentar reconquistar Scott, a tática do plágio de estilo é bastante comum entre mulheres traídas ou trocadas, que desenvolvem inveja. Nos grupos com menos pessoas, como grupos de roqueiros, existe uma situação caótica na parte de namoros e traições, quase todos já tiveram algum relacionamento antigo com as mesmas pessoas em diferentes épocas. O que cria um ambiente totalmente obscuro, conflitante e competitivo.
Scott deve derrotar cada ex-namorado de Ramona, para assim conquistá-la.
1° - Matthew Patel: O relacionamento durou algumas semanas. Todavia tratava-se duma emoção superficial. Scott o derrotou facilmente, o que sentia por Ramona era mais forte.
2° - Lucas Lee: Superstar cinematográfico e skatista. Mais difícil que o primeiro, a maioria das mulheres que se envolvem com sujeitos populares, idealizam que são melhores, pela lógica do destaque social. Scott não conseguiu derrotá-lo, ele era forte emocionalmente, possuía boa aparência. Os dublês representavam os escravos dos homens populares, sabe-se que sempre há uma corja de seguidores que se humilham para outros homens mais bem sucedidos, sonham erroneamente que um dia conseguirão desfrutar da mesma popularidade com tal comportamento. Sabiamente, Scott descobre seu ponto fraco. Todo homem popular e famoso, é escravo da sua própria imagem, ou seja, ele sempre tentará impressionar para não perder status. Então desafia-o para descer um corrimão de skate, com a seguinte provocação: “As moças estão olhando!”.
3° - Todd: Estrela do roque. Extremamente arrogante, prepotente, acha-se superior em todos os sentidos, tanto que não aceita nenhuma crítica, e até mesmo bate em mulheres indiferentemente. Apoia-se no vegetarianismo para espelhar sua superioridade. Scott também descobriu seu ponto fraco, o fez beber café com manteiga, traduzindo, conseguiu quebrar a aparente perfeição e derrubá-lo do palácio da arrogância. Única forma de derrotar um egocêntrico é jogando-o contra si próprio.
4° - Roxy: Uma lésbica, trata-se da fase da experimentação da Ramona. Atordoada por seus últimos relacionamentos sempre darem errado. Acreditou que algo “novo” resolveria, uma ilusão imatura.
5° e 6° - Kyle e Ken Katayanagi: Ainda na parte de experimentação, gêmeos ao mesmo tempo. Similar ao caso de Roxy. Evidentemente, houve uma repetição de contexto pelo fato da experimentação ser sempre continua, demora para cair a ficha.
7º - Gideon: Homem que conseguiu todos os atributos, os quais as mulheres tanto desejam, embora não sejam relacionados ao amor. Inteligência, estilo, humor e poder. Tanto que Ramona confessa não conseguir resistir. Há um microchip instalado na sua cabeça, que distorce sua realidade, controlando-a. Isso acontece automaticamente a todas as mulheres que confundem amor com atributos. Elas são condicionas e não conseguem perceber a diferença, estão cegas e controladas. Gideon, ainda passa um ar de segurança, essa característica que o torna irresistível.
Encarna um chefão dos videogames, tanto que Scott precisa superar seus próprios medos para vencê-lo. Admite seu amor à Ramona, adquirindo coragem, bravura, inteligência e determinação. Mesmo assim, não é capaz de reconquistá-la, lhe falta autoestima para considerar-se igual ao Gideon. Logo, não conseguirá vencê-lo. Mas após morrer uma vez, ele percebe que não se trata duma competição, que não é pior que ninguém, que há chances de conseguir Ramona por suas próprias qualidades, sem necessariamente ser comparado aos outros. Assim, torna-se maduro emocionalmente, admite seus erros, se desculpa e derrota o inimigo.
Ainda há aparição da sua sombra, que esclarece todo o filme. Para amar e ser amado, não é preciso ser o melhor. Julgando o passado da mulher ou suas atitudes. Seu lado mau desempenha o papel do ego, criando preocupações inúteis. Quando ele se esclareceu, fez as pazes com sua sombra. Acabou o narcisismo, busca pela perfeição, parou de procurar felicidade nos outros. Logo, deixou de ser uma pessoa carente, a única forma de amar verdadeiramente é tendo muito amor para distribuir, amando-se primordialmente.
O filme só desagrada no aspecto da Ramona, que embora esteja tentando melhorar fugindo do passado, não se comporta como uma mulher madura, não destrói as amarradas do passado por conta, ao contrário de Scott.
Um relacionamento maduro se perpetua quando ambas são pessoas completas e sem carências, a Ramona não demonstrou ser uma pessoa completa, ora se fosse, não seria controlada por suas emoções antigas.
O que marca, são os acontecimentos sutis vivenciados quando estamos no mundo a procura de um parceiro. Verdadeiras batalhas são travadas, acontecem ferozmente, embora não apareçam como no filme. Aqui, ficam num plano invisível, mas não significa que não nos afetem tremendamente, sendo capazes de alterar toda uma vida.
O Mágico de Oz
4.2 1,3K Assista AgoraUMA REPRESENTAÇÃO DA CAMINHADA DA VIDA
A história começa com Dorothy, junto com seus problemas cármicos no plano físico. São representados pela sua insatisfação com a Senhora Gulch, que sempre ataca Totó, pelo motivo dele atacar seu gato.
Esta frustração faz Dorothy não pensar com tanta lucidez nos aspectos da vida, representado pela cena onde confessa sua ira para Tia Em, e seu Tio Henry, no momento em que ambos estão cuidando de pequenos pintinhos, porque a incubadora enguiçou, podendo significar à morte de muitos, caso não sejam tomadas providências rapidamente.
Dorothy, é uma boa pessoa, que se importa com os pintinhos, mas acaba entorpecida por emoções primitivas, como a raiva, e não percebe direito a situação.
Os pintinhos representam cada ser do planeta, às vezes por motivos puramente egoístas, acabamos por não nos importarmos com os outros, que também possuem seus problemas. Depositamos todo nosso esforço em prol de súplicas, para que outros resolvam nossos problemas.
Há uma menção sobre acusar sempre os outros, como origem da nossa decepção, quando simplesmente poderíamos analisar por outra perspectiva. No caso da menina bastava não mais passar com Totó em frente à casa da Sra. Gulch. Ela insiste nas condições que propiciam o problema, não admite que a raiz se encontra nela mesma, prefere acusar e pedir ajuda.
Após algum tempo, a Sra. Gulch, aparece e reivindica Totó, tomando-o para si, ele escapa e retorna para menina, que após tamanha melancolia, palpita de felicidade, e acaba fugindo de casa para que não mais o encontrem. Na estrada se depara com um vidente, que aconselha a pobre menina a voltar para casa indiretamente, elucidando de forma metafórica o sofrimento que ela causaria à seus parentes, caso continuasse por aquele caminho, então a menina arrependida, por amor verdadeiro à sua família, retorna. O amor a fez não mais se preocupar com as pequenos impasses da vida, resolvendo seu problema, observando então de uma maneira mais ampla os aspectos da vida, seu egoísmo fora resolvido.
Chega à sua casa ao decorrer de um tornado, que representa o carma, o ciclo dos erros. Ela venceu seus problemas, e acaba por desmaiar. É guiada para outra dimensão em seus sonhos, uma viagem extrafísica, ou para seu interior. Logo que chega, a representação da sua sombra, dos problemas que superou é exposta pela Bruxa Má do Leste, estendida morta embaixo da casa.
Agora, Dorothy, é digna de maior lucidez para seu crescimento pessoal, não está mais presa nos erros do passado, embora esteja extremamente confusa. Subsequentemente aparece Glinda, a Bruxa Boa do Norte, que representa uma entidade esclarecida, pura e com pensamentos elevados, que guia a menina na medida certa, ela pode ser uma amparadora extrafísica, uma alma caridosa que sempre auxiliou Dorothy no seu crescimento de forma precisa.
Diz a ela para encontrar com o Mágico de Oz.
Ela presenteia a menina com os sapatos de rubi, uma representação da ligação entre plano físico e plano extrafísico, o cordão de prata, o símbolo do seu crescimento espiritual. Para chegar até o mágico, ela precisa seguir pelo caminho de tijolos amarelos, que simboliza o caminho dourado para a iluminação, para quebrar o ciclo de sofrimentos da alma, este objetivo é representado pela cidade das esmeraldas.
O caminho é perigoso, agora ela se defronta com outro problema, a Bruxa Má do Oeste, que representa os problemas que enfrentará no decorrer de sua caminhada para iluminação. Trata-se duma bruxa ainda mais poderosa que a do leste, ela representa o plano espiritual, enquanto a do leste representava o plano físico material, com problemas aparentemente mais fáceis de serem revolvidos, embora inter-relacionados.
No decorrer do caminho ela encontra personagens de extrema importância:
O Espantalho - Não possui cérebro, mas possui coragem e coração. Sem inteligência todos os pensamentos se dissipam e voam como palha, de nada vale conhecimento, informações, sem direcionamento para torná-los sabedoria prática.
O Homem de Lata - Não possui coração, mas possui cérebro e coragem. A lata representa muito bem algo duro, mecanizado, caso se torne sentimental pode até acabar enferrujado.
O Leão – Não possui coragem, mas possui cérebro e coração. Ele representa a hesitação que todos possuímos no enfrentamento dos nossos problemas internos.
Os três personagens juntos, representam todas as virtudes necessárias para atingir à
iluminação do ser, mas somente quando estão em equilíbrio. Suas funções podem representar de forma superficial o chacras energéticos, os quais estendem-se nas virtudes e dificuldades pessoais da vida, limpos ou sujos.
Ao prosseguir no caminho da iluminação, passam por outros testes, e vão adquirindo gradativamente às virtudes que tanto almejam, sem nem mesmo perceberem.
São enviados pelo Mágico numa missão que os tornaria dignos de terem de seus respectivos desejos atendidos, receber um cérebro, um coração, coragem. Vencem a Bruxa Má do Oeste, ou seja, vencem os problemas do caminho dourado para atingirem à iluminação.
Quando retornam a cidade das esmeraldas para receberem a recompensa, acabam por descobrir que o Mágico de Oz não existe, é uma mentira sustentada por um farsante. Ou seja, a real sabedoria não se encontra no final do caminho, mas na estrada, quando chegamos ao final já possuímos tudo o que esperávamos com anseio logo de início.
O Mágico de Oz, então, apenas esclarece para os personagens, que cada pessoa pode conseguir o que deseja espiritualmente, que muitas vezes não acreditamos que somos capazes, não acreditamos em nós mesmos, este seria o problema fundamental, que nós mantêm parados.
Dorothy volta para casa, estoura todo seu amor para com seus familiares, o melhor lugar é nosso lar. Ela se torna puro amor, está iluminada.
Muito Além do Jardim
4.1 267 Assista AgoraBELA CASCA
A imagem que temos acerca de grandes presidentes e magnatas. O respeito que o homem adquire de acordo com suas posses, sejam mansões ou ternos vistosos.
A representação da imagem do homem, do pré-conceito, das conclusões que tiramos apenas pela imagem. O protagonista Chance, sempre bem arrumado, todos o tratam como alguém importante. Sua vestimenta, que desencadeia a sucessão de fatos engraçados que desenrolam o filme. O rótulo, à capa, à casca d'árvore (Sr. Jardim).
Aos poucos, incríveis coincidências cômicas lhe fazem ganhar ainda mais status social, torna-se alguém sensual, poderoso, invejado. Ninguém o interroga, ou dúvida das suas palavras, sua imagem assegura uma posição intimidadora, suficientemente poderosa, que impõe respeito. Embora jamais fosse tratado com equivalência, se exposto como jardineiro.
Chance é puro, autêntico e muito simples. Quando deveras alguém possui simplicidade em sua essência, não teme ninguém, sempre está seguro. Não liga para o que os outros pensam ou vão pensar de "sua imagem", torna-se tão sincero que não hesita em exclamar: "Não sei!"... Pessoas assim são especiais, sinceridade bonita, àquela conversa boa que nos liberta, que nos faz tirar escudos, aniquila a preocupação que nos segura, que torna nossos dias monótonos.
O filme toca pelo aspecto. Seja quem for, todos somos pessoas com dificuldades semelhantes. De nada vale a imagem do homem e suas posses, seja mendigo de rua, ora presidente da ONU, as diferenças estão nos detalhes, sendo que, talvez o mendigo carregue um fardo menor de preocupação, logo paz de espírito, está fora da competição e condicionamento do cidadão comum, embebecido com angústia constante.
No final das contas todos entregamos nosso corpo. O melhor seria, no último dia, no último suspiro, estarmos satisfeitos com o que fizemos, independe de imagem.
Muito Além do Cidadão Kane
4.1 344 Assista AgoraMAIS UMA FRAUDE
O documentário apresenta um conteúdo absolutamente realista com relação aos efeitos danosos incalculáveis que a televisão pode causar de forma gradativa hipnótica numa sociedade, distorcendo dados e a própria realidade. Mas, também, não apresenta conteúdo isento de viés ideológico, obviamente amenizando a esquerda brasileira guerrilheira, por sinal mil vezes mais devastadora que os ditadores autoritários, aliás, a qual hoje encontra-se alegremente no poder.
A Xuxa teve papel fundamental para decadência moral e cultural, exibindo seus quadros inundados de futilidade, ora com funk sensual erotizando pequenas crianças. Qual seria o efeito? Não é preciso responder.
A TV aberta, sobretudo à globo, apresenta há décadas material claramente ideológico, induzindo crianças, jovens e adultos. Os temas das novelas sempre são altamente sexuais, com traição, aborto, promiscuidade, homossexualismo, racismo, pedofilia ditando as tendências do momento, como se esta realidade apresentada fosse real e maioria em todo país.
Não digo que a ditadura foi algo bonito de se ver, muito pelo contrário, qualquer ditadura não presta. Mas o documentário apresenta inversões, como se guerrilheiros armados da década de 60, inclusive a Dilma, fossem bonzinhos oprimidos. Coitado do Lula, sofrendo com a censura, olhem como ele é bonzinho, sempre roubando com o PT. Aliás, marido secreto de associações de bandidos como às FARC. Por que ninguém acaba com o crime no Brasil? São todos casados obviamente. Por que isso não sai na grande mídia?
Por que o Lula é tão defendido?
A grande verdade é que a globo sempre se alia aos governantes, sejam de direita, como na ditadura, ou esquerda, hoje. Seria honesto deixar claro, que caso à esquerda guerrilheira revolucionária tivesse conquistado o poder, talvez hoje os mortos estariam na casa dos milhões, assim como na Rússia e China. Os militares salvaram o país, embora tenham pecado e também matado alguns opositores, e isto nem de longe é admirável.
O conteúdo ideológico da globo é claramente esquerdista, junto com a maioria de seus artistas, repassando o grande glamour revolucionário. Belo defender genocidas, como Che Guevara, Chávez e Fidel, sem mostrar suas reais faces, ouvimos apenas propaganda das suas "ilustres" figuras, já todos os pastores e padres são apresentados como fanáticos ignorantes retrógrados e pedófilos, quando somente uma pequeníssima parcela é assim, dúvida? Então, vá conversar com um padre sobre esses assuntos, veja como é a vida real. A igreja sempre promoveu boas coisas, como instituições filantrópicas; orfanatos, ora guiando e ensinando valores e virtudes. Acabou a era da inquisição e a compra no céu há séculos. Mas não é assim que vemos na TV.
O que mais indigna no documentário é justificar a pobreza do povo brasileiro culpando o capitalismo selvagem. Esse é o maior mito propagandista. O pobre capitalismo gera progresso, quanto mais pessoas ricas, mais empregos, mais concorrência, logo mais altos serão os salários. Olhem para o Estados Unidos, uma casa americana simples é o equivalente à uma rica aqui, pobreza é fruto do capitalismo mesmo? O povo brasileiro odeia o capitalismo porque nunca viu como é de verdade. Nem todo capitalista encarna o cidadão egoísta de terno, psicopata, muito pelo contrário. Seria isso propaganda negativa também?
A pobreza do Brasil é culpa da economia brasileira, que é comunista neo-liberal, assim como em toda américa latina, pois usam de impostos altíssimos para dar aos “pobres”, prometendo falsa igualdade, enganando e se aproveitando da bondade do povo, quando na realidade pegam a maioria do dinheiro para se auto sustentarem, pois ELES são a elite. É um mau negócio abrir uma empresa no Brasil, muitos impostos, também é um mau negócio empregar alguém, muitas regras sufocando os empresários. Se deixassem esse dinheiro de impostos na mão dos cidadãos, aí sim teríamos uma nação promissora. Um sistema de governo não precisa se declarar abertamente como comunista, ou socialista, para seguir exatamente os planos e ideais desta agenda política falida em essência.
A única saída para o Brasil é uma economia realmente liberal, como vemos na Suécia e EUA. Economia liberal não faz parte da agenda esquerdista, mas de partidos direitistas, ou libertários. Quem confunde economia liberal capitalista, com economia neo-liberal socialista, acha que um mico-leão-dourado é uma espécie de leão. Pois, desaparece todo o controle estatal burocrático cheio de impostos, deixa-se a população livre para prosperar. Agora vejam amigos, pensem... Por que será que a direita é difama assim por aqui? Ó a lavagem cerebral atuando de novo, invertendo os inimigos.
Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista AgoraVERDADEIRA FEMINILIDADE
O filme agrada, mas peca no aspecto realidade e expressividade japonesa, da real arte que envolve as gueixas. Principalmente pela comercialidade, as falas deveriam ser em japonês, para dar um ar mais autêntico, além das próprias atrizes, que são massivamente chinesas, sendo assim duma cultura diferente à japonesa e talvez não representem de forma ampla todas as características.
Entretanto, o filme consegue passar muitas mensagens, além de toques emocionais espirituais. A gueixa representava toda feminilidade, delicadeza, gentileza, etc. O quão grande pode ser o impacto de uma mulher que realmente utilizada do polo feminino duma forma polida. Uma magia irresistível, derrubando homens de bicicletas com simples olhares.
Existem lições sobre inveja, representadas por Hatsumomo, a qual concentra todo sentimento na busca pela perfeição, pelo capricho, pela vaidade exacerbada, desequilibrando outras áreas do seu pensamento sensato. Pode-se fazer uma comparação perfeita com as mulheres contemporâneas, educadas desde muito cedo para se tornarem manequins ambulantes, robotizadas e com pouco cérebro, programadas pela ditadura da beleza imposta por meios midiáticos.
Sofrem, por não conseguirem atingir a perfeição impossível, entram em intrigas pois são estimuladas à competição e inveja, restando então apenas um vazio incompreensível no fundo de seus corações.
Mas, no filme, Chiyo representa o real espírito feminino. Garota modesta, esforçada, fora das emoções primitivas de suas companheiras. Encontra um grande amor, luta bravamente por ele, em circunstâncias imensamente desfavoráveis. Uma mente altruísta, límpida, obviamente com sua perseverança conquista seus sonhos.
Adorável o ensinamento do Chairman. “Nem sempre as pessoas recebem a bondade que merecem.”. Nos faz refletir principalmente que existem muitas dificuldades, e que é inútil tentar mudar todas as pessoas más. A única forma de procrastinarmos sem choradeira está em mudar nossa própria visão interior, não desistir facilmente, não desanimar, mesmo sabendo que não agradaremos a todos. Se somos feridos hoje, não devemos culpar o agressor, geraria ódio e raiva desnecessária. Devemos apenas ampliar a visão sobre o acontecimento e não deixar nos afetar. Logo, não criaremos mais problemas, e gradativamente melhoraríamos de forma simples uma questão que pode vir a se disseminar gigantescamente.
Forrest Gump: O Contador de Histórias
4.5 3,8K Assista AgoraLIXO MENTAL
Marcante, impossível passar pela história de Forrest, sem carregar alguma lição profunda.
Aprendemos que a vida é bem simples, basta enxergá-la assim. A força de vontade do Forrest encosta num nível sobre-humano. Ele é incapaz de sentir emoções primitivas, origem das nossas preocupações, problemas e dores.
Ele não odiava Jenny, mesmo sabendo que ela estava com outros. Sempre mostrou um equilíbrio emocional fora do comum. Tão sincero e modesto que suas histórias penetravam no coração dos ouvintes.
O principal axioma do filme fundamenta os malefícios da mente, da "inteligência". De nada adianta uma vasta cultura, ser admirado e respeitado, se contaminamos nossos pensamentos com presunção, arrogância, ostentação, luxúria, etc.
Ou seja, temos uma cabeça pensante, mas com o tempo à poluímos, perdemos assim toda beleza da vida. Seria isso inteligência de fato?
Entre o Amor e a Paixão
3.6 427PROFUNDIDADE DA DUPLA
Sabe-se que existe uma forte mesmice enjoativa quando tratamos roteiros românticos envoltos num clima adultero. Entretanto, o filme consegue indagações inimaginavelmente profundas.
Não devemos negar nossos instintos. Na maioria, nos envolvemos com o sexo oposto por puro interesse sexual, às vezes admitimos, noutras negamos até para nós.
Sexo é essencial para um relacionamento saudável, mas jamais prioridade. Deve-se entender o significado de duas palavras semelhantes, mas distintas:
EMOÇÕES: Sensações internas automáticas que não controlamos, são instáveis, originadas de instintos animais primitivos, maquiados e adaptados às circunstâncias contemporâneas para namoricos rotineiros.
Exemplo: PAIXÃO - Abrange: possessão, ciúmes, luxúria, desejo, ódio.
Nota-se que à paixão principalmente hoje, se origina da luxúria, desejo sexual pela imagem, aprendido na mídia principalmente.
Felicidade torna-se sinônimo de beleza. Apaixonamo-nos puramente por beleza física, dedutivamente, estamos sendo escravos do desejo, assim, logo que o realizamos, enjoamos. Trata-se dum ato viciante, originando à grosso modo os “cafajestes” e às “biscates”.
Noutro caso de paixão, nos tornamos escravos das nossas carências afetivas e sexuais. Ficamos num relacionamento instável, onde à competição e dominação tornam-se constantes, oriundas do medo que desenvolvemos à partir da insegurança interna em perder o outro (ciúmes). Uma verdadeira tortura.
SENTIMENTOS: Estão além das emoções normais encontrados nos animais comuns, seria uma nova escala que não se origina do egoísmo. Uma característica exclusiva da evolução mental e comportamental do ser. Apenas uma pequeníssima parcela da humanidade atinge este grau.
Exemplo: AMOR – Abrange: companheirismo, amizade, desinibição, sinceridade e continuidade.
Dificilmente encontramos relacionamentos assim, estão além de carências afetivas e sexuais. Uma ligação profunda de empatia com o parceiro, sem joguinhos de dominação, total liberdade e sinceridade. Não é preciso conhecer apenas o parceiro, mas também, a si próprio, para que haja sempre verdade, discernimento e trabalho em dupla, para que ambos cresçam e desenvolvam uma vida prospera e agradável.
O filme mostra os lances e relances que acontecem com os casais, pequenos vislumbres de amor que se extinguem ligeiramente. A metáfora do parque de diversão explica isso, não devemos trocar e trocar quem está ao nosso lado, de início iremos gostar e rir, mas logo estaremos novamente sozinhos, pois não há como amar sem ser uma pessoa completa, com amor próprio interno. Achamos que os problemas estão sempre no parceiro. Se acreditamos nesta concepção, então estamos fadados ao círculo das repetições sem solução.
Os dois protagonistas homens, Lou (frango) e Daniel, representam principalmente duas aspirações que buscamos nos outros, que juntas se completam:
-Lou: Representa segurança, respeito, sobretudo alegria repassada em suas atitudes, embora não consiga entender Margot de uma forma mais ampla interior e espiritual. Ele é a perfeição material.
-Daniel: Representa autenticidade, sinceridade, desinibição, expansão de horizontes. Ele não passa tanta segurança assim, é mais instável economicamente, até mentalmente, mas entende os processos internos que se passam em Margot. Ele é a perfeição espiritual no sentido leitura interior.
Margot se ilude com o primeiro e parte para o segundo, acreditando que todos os seus problemas serão resolvidos. Depois enjoa, fica até dividida mais ao final, obviamente, ela precisa repensar suas próprias características internas para encontrar o verdadeiro amor, e não procurar solução nos outros.
A paradoxal Geraldine, representa quem desistiu de transmutar positivamente seu próprio interior. Embora ela seja sábia, no filme isso aparece muito sutilmente, visivelmente ela interpreta todos os problemas da Margot, criticando subliminarmente.
Ela simplesmente desistiu, vive na ilusões mundanas que trazem vícios e pequenos prazeres. Há também a grande metáfora do banheiro, que se não trabalharmos nosso interior, não seremos capazes nem mesmo de aceitar o envelhecimento. Somos escravos das aparências materiais egóicas, condicionadas ou não.
Efeito Borboleta
4.0 2,9K Assista AgoraESCOLHAS - MUDANÇAS?
O filme representa leis que estão além do domínio humano, leis imutáveis, que não podem ser sobrepujadas. Tais leis poderiam ser definidas nas formas: Destino pessoal inquebrável, controle por uma entidade superior ou regra universal, ação e reação.
-Destino pessoal inquebrável: Carma. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
-Ação e reação: Causa e efeito. “Quem semeia ventos colhe tempestades.”
Devem-se eliminar os pré-conceitos quando tentamos analisar preceitos de ordem religiosa, doutrinar e dogmática. Parece pura alucinação quando envolvemos conhecimento empunhado à nós carregado de misticismo e crendices aparentemente ilógicas.
Entretanto, se olharmos com olhos inocentes, com a peneira da modéstia, podemos inesperadamente encontrar algo de valor. A maioria das coisas que chutamos, muitas vezes são apenas conveniências da necessidade de autoafirmação. "Eu falo mal para que me olhem e, realmente, pensem que este ato de coragem e sabedoria, me promova. Olhem! Aplaudam-me!"
O lado cômico seria que essa atitude é uma das maiores e piores doutrinações negativas, à ostentação. Quando usamos atitudes imaturas sem ao menos entender a substância essencial, baseados em nosso egoísmo maquiado, permanecemos na inércia, perdemos oportunidades grandiosas para evolução pessoal.
Os personagens do filme não são isentos das “leis universais”. Sempre que o protagonista, Evan, retorna ao passado tentando corrigi-lo modifica situações e desencadeia um novo futuro.
O carma representa-se por situações marcantes, as quais não podem escapar, por envolvê-los diretamente, seria o ponto que estabelece um novo destino, individual ou grupal, inabalável. A cena da bomba na caixa de correio, do cão que ateiam fogo, do filme pedófilo, representam situações fortes que desencadearão um vínculo que não pode ser eliminado, apenas amortecido.
Sempre existem consequências. O que foi feito, afetará situações futuras, abre, ou fecha caminhos. Se eu conquisto uma mulher por minha imagem, utilizando de soberba, ostentação para satisfazer-me com luxúria. Pagarei o preço.
A mulher à quem possuí desta forma, apaixonou-se por minha imagem, meu rótulo falso. Quando começar a revelar-lhe meus problemas, minha real personalidade. Esta mulher irá se desapaixonar gradativamente, causando sofrimento, talvez, me troque pelo primeiro homem que apresente características superiores às quais eu apresentei na conquista.
Um grande jogo da causa e efeito. Quem desconhece essas leis, reclama que sempre se envolve com as mesmas pessoas e dificuldades, não percebendo que o problema inicial se encontra nela mesma.
Os personagens possuem problemas cármicos, que não podem escapar, sempre pagarão por isso, de forma direta ou indireta. E por meio da causa e efeito podem alterar circunstâncias embora não possam anulá-las.