Eu acho que esse filme teria sido melhor dirigido pelo Iñarritú. A cena final, inclusive, parece copiar o lirismo de Birdman. Eu gosto muito da saída fantástica de enredos condenados pela dureza do seu realismo. É como se, de uma cidade tomada de asfalto, de repente uma flor tivesse o poder de romper o cimento. E as pessoas simplesmente voassem. Well played.
Apesar de alguns lugares comuns, com cenas um tanto quanto previsíveis e um cenário claustrofóbico que poderia ter sido melhor explorado com monólogos (ao invés de diálogos repetitivos), eu não consigo não creditar meu amor a esse filme, por ter resgatado o Brendan Fraser das sombras. Um cara que sempre demonstrou um nível de atuação à parte - sobretudo de melancolia. Um ator subestimado pela beleza na juventude e pela decadência estética e moral ao longo da vida, ostracizado pelo passado blockbuster. Um ator que, eu espero, retornará ao cinema pela competência dramática. Btw, vejo muitas pessoas dizendo que o filme não romantiza a obesidade. Ele romantiza pra caralho, na verdade. Apesar de não celebrar a gordura enquanto liberdade de escolha, o filme reforça a obesidade enquanto doença incontestável e tende a explorar os aspectos mais mórbidos e assustadores dessa condição. Seja de um extremo ou de outro, a abordagem não deixa de ser romântica. É claramente uma história feita por uma pessoa magra.
Filmaço! Para quem gosta de filmes de terror, então, nem se fala... Filmes como esse contrastam com toda uma tradição de narrativa fílmica, a qual estamos totalmente sujeitos. Ainda hoje, preciso continuamente de filmes como esse para lembrar de que existem outras formas de se contar uma história! O que parece arrastado e demasiado monótono em Hagazussa é uma técnica de construção e solidificação da narrativa. A minha sensação, enquanto espectadora, é a de estar perigosamente testemunhando algo que o próprio filme não parece me conceder - parece estar alheio a minha presença. A narrativa não é domesticada: ela é lenta, em desacordo com o ritmo frenético da minha atualidade (e de acordo com o contexto da personagem). Durante todo o filme, me sinto deslocada como a personagem, só por não corresponder ao ritmo daquela época. E isso não é desmérito da obra, pelo contrário, apenas reforça o propósito que o diretor deseja passar.
Hagazussa é de outra escola teórica do horror. Como muitas críticas já ressaltaram, o pavor é construído lentamente pela trama, na ausência mesma de jumpscares - pior: na escassez inusual de diálogos. O verdadeiro terror do filme é a originalidade, a singularidade, a aticipidade das imagens e das técnicas utilizadas. O pavor e o desconforto que sentimos provêm da falta de referências imagéticas do nosso arsenal de terror: estamos acostumados com outros tipos de bruxas, com outro tipo de luz, com outro tipo de movimento corporal.
Como pode, por exemplo, um simples olhar arregalado de uma mulher enferma ser tão assustador e insólito? Claudia Martini e Aleksandra Cwen entregam uma atuação impecável, digna de pintura: a expressividade, principalmente no olhar, traduz tanta aflição quanto mil diálogos jamais poderiam traduzir. Também destaco os movimentos corporais, lentos e dolorosos - as duas souberam manifestar com o próprio corpo, com suas peles e ossos, a dureza da condição feminina no século XV. Bravíssimo!
Em resumo, o que eu quero dizer é o seguinte: o estranhamento que o filme causa é o seu principal mérito. Pois, de modo geral, os filmes de terror são bastante repetitivos em suas fórmulas e simbologias, independentemente do tipo de mitologia a ser explorada - bruxas, lobisomens, vampiros, zumbis, etc. É como se o repertório para cada um desses universos já tivesse sido exaustivamente esgotado. Até que surgem verdadeiros artistas como Robert Eggers, Lukas Feigelfeld... ressignificando um gênero, até então, levado pouco a sério.
Senti falta de uma aprofundada na história da mãe de Albrun. A menção feita por um velho aldeão, logo no início, sobre a bruxa Perchta também me soou um tanto reticente. Ajudou a reforçar o tipo de crença e mentalidade dos personagens, mas não permitiu uma ligação maior com a história.
A senha do líder da indústria óptica é uma data? Sério que a casa dele não seria blindada por codificação digital? James tem o dobro de tamanho do Adrian, mas ficou desacordado com três socos no rosto... esses são só alguns exemplos de inverossimilhança que mostram que a história não é bem pensada, mas como a atuação da protagonista é maravilhosa, pode ser que passe batido pra maioria das pessoas.
Do ponto de vista técnico, um filme difícil. É impressionante que o Dolan, com seus vinte e poucos anos, tenha conseguido capturar tão bem os pensamentos de cada personagem, sem necessidade de falas. Filme denso, dramático, bastante intimista e subjetivo. A linearidade costumeira das histórias de Hollywood não se faz presente. O espectador é como se fosse um convidado nesse almoço de família, que acompanha sem interferir os diálogos que não entende direito. Fragmentos. O filme é repleto de fragmentos. A atuação do elenco é maravilhosa, com destaque para o Vicent Cassel, Léa Seydoux e a Nathalie Baye. A personagem de Marion Cotillard me pareceu um bocadinho estereotipada, irritante, insegura demais. Faltou um pouco de dosagem, porque ela não me parecia sequer um sujeito. Ainda sim, a cumplicidade existente entre ela e Louis deixa o enredo bem interessante, porque os dois são os únicos com temperamento dócil e constante na casa. Além disso, é como se os dois também fossem os únicos estrangeiros. No meu ponto de vista, Dolan foi muito ousado ao realizar esse filme. Os enquadramentos são muito bem feitos e extremamente originais. Me senti nas minhas próprias reuniões de família quando todos estavam sentados à mesa e a câmera capturava pequenos fragmentos dos seus rostos e gestos. Como entre familiares há intimidade, o que uns observam nos outros não é o rosto, porque já o conhecem, mas pequenos detalhes nostálgicos. Em termos de falhas técnicas, penso que o filme deixou a desejar no quesito trilha sonora. Alguns ritmos simplesmente não se encaixavam nas cenas, o que dava ares juvenis ao filme, num sentido oposto ao desejado, penso eu, porque a história tem muita seriedade, se passa depois da juventude, então senti falta de um teor mais sóbrio. A metáfora climática também é bem interessante. O calor, o suor, a brisa, a chuva, tudo acompanha as tensões dos confinados na casa. Realmente, a histeria chega ao seu ápice quando cai o temporal, e o suor deslizando pela nuca e pelas costas dos personagens dá a sensação de angústia ao espectador, também remetendo a uma catarse que virá à tona. A metáfora do final, entretanto, considerei desnecessária. A ideia de um pássaro se debatendo dentro de uma casa da qual não consegue sair é óbvia demais. Sensível, mas não apurada. Além disso, ficou bastante evidente que era um pássaro gráfico (não que devesse ser um real, LONGE DISSO, mas poderia ter sido melhor computadorizado). O filme deixa diversas sugestões ao espectador, e não acho que isso o enfraqueça. Pelo contrário: quanto maior a subjetividade, mais exercício mental faz o espectador, e mais ele se envolve na trama. Por exemplo, Catherine sabia que Louis estava para morrer? No final, ele pede que ela não diga nada num teor poético, denunciando a desnecessidade de despedidas e lamentos, ou ele a silencia quanto à mensagem não dita? O antigo amor de Louis morreu da mesma forma que ele morrerá (talvez possa ser AIDS ou algo do tipo, já que eles se drogavam...). E por que Louis não falou o que tinha que falar? Foi porque a mãe pediu para que ele encorajasse os irmãos, e não o contrário? Ou foi porque ele percebeu que jamais conseguiria recuperar seu vínculo com a família, apenas a faria sofrer ainda mais do que sofreu, caso contasse a verdade? E por que ele foi embora de casa? O irmão não aceitou a sua orientação sexual e o agrediu verbalmente a ponto dele querer se mudar? O que houve, o que o sufoca, por que não vomita as palavras que precisa falar? Essas são perguntas que o filme não tem por objetivo responder claramente. Acho que o principal foco do filme versa mesmo é sobre a incapacidade que uns temos com os outros, quando íntimos, a falar o que sentimos sem ferir. Uma vez que a família nos é tão amada a ponto de fazer parte da gente, machucá-la significa machucar a nós mesmos. Desse modo, o irmão tão distante, como um mártir, decide se distanciar ainda mais da família, optando por morrer longe, na ignorância deles. Ao mesmo tempo, é possível que alguns tenham achado a postura de Louis oposta à de um mártir: egoísta, ele só retorna para casa depois de doze anos para compartilhar uma notícia tristíssima que só trará mais dor. Não obtendo grandes afagos, ele covardemente desiste da ideia e foge novamente, para longe do desafio familiar que ele jamais consegue enfrentar. Seja qual for a interpretação, é inegável que o filme é instigante e que as cenas são orientadas por uma velocidade lenta e claustrofóbica, com olhares que comunicam muito mais do que as palavras - exatamente como é numa família.
O que dizer desse ator-mirim Thomas Gloria, cuja veracidade frente à câmera prende a atenção do espectador do início ao fim? Como pode uma criança tão novinha saber chorar com tanta convicção... fiquei maravilhada pela atuação dele!
Um filme lindo, lindo, lindo, lindo, lindo... duma beleza dessas de passarinho. José e Gabrielle são personagens comoventes, parecem saídos de um livro.
No entanto, o ponto alto do filme não me convenceu muito. Digamos que a ilusão de Gabrielle se justifique porque ela tem problemas psicológicos - sofreu de uma crise dissociativa ou algo do gênero. Ok. E daí ela nunca mais apresentou nenhuma outra crise? Difícil. Além do mais, normalmente as pessoas sofrem apagões, não é como se substituíssem inteiramente uma lembrança com uma invenção tão complexa (com diálogos, temporalidade, referências, etc). Além disso, a versão de José não bate com as cenas que assistimos (com as memórias de Gabrielle): na sua memória, ela e André transaram depois que ele voltou do hospital; na versão de José, o sexo ocorreu antes (motivado pelo ciúme). Por causa desses aspectos, o clímax me pareceu uma saída forçada. Talvez o filme tivesse ficado mais interessante se a própria Gabrielle se lembrasse que ela inventou tudo - ou se ela fosse obrigada a admitir que nunca teve nada com André, que essa foi apenas uma fantasia a qual precisou se agarrar para suportar o vazio da sua vida.
O final, no entanto, é muito lindo. Cheio de resignação. E esperança.
O filme é longo e cansa o espectador porque relações abusivas são longas, cheias de altos e baixos, e esgotam todos os envolvidos (inclusive os indiretamente envolvidos, como o Solal).
Eu acreditei no poder de libertação da protagonista na maior parte do tempo, para então me decepcionar no final. Isso foi o que deixou o filme ainda mais realista e interessante, na minha opinião. Os dois personagens são viciados um no outro e não vão parar até se consumirem por inteiro.
A cena em que Tony mira a fisionomia de Georgio com desejo, mesmo após meses de recuperação e desintoxicação, é de uma morbidez impressionante. Não deu certo, não dá certo e nem dará certo, mas ela não consegue resistir ao impulso de continuar repetindo o mesmo erro, os mesmos gestos. São dez anos. Falta força para romper a inércia. Eles envelheceram juntos, constituíram família, um patrimônio, uma identidade, várias identidades: essas coisas custam muito para ter um fim. Por causa disso, todo o empenho despendido na sua recuperação não é o bastante frente a alguns segundos mirando o rosto do homem que, para bem e para mal, a ama dessa forma bizarra, lisonjeadora e única. Como no início do relacionamento dos dois ela se mostrava muito insegura, acho que é isso que ela passou a sentir por Georgio: além de amor, uma gigantesca gratidão por ser amada (por isso, o amor dele lhe parece lisonjeador, ainda que doentio).
Percebi que muitas pessoas, ao contrário de mim, prestaram muita atenção no título ''Mon Roi''. Será que não se deve à resignação da personagem? Georgio é o único que a ama dessa forma insana, intensa, destrutiva e completamente apaixonada. Ele é escroto com ela, mas também a faz rir. E ele é o pai do seu filho. Penso que ela simplesmente se entrega à ideia de que ele é a sua cara metade, o seu homem, o seu rei, aquela pessoa que a fará sempre voltar, basta um chamado, um gesto, um sorriso. Ele a tem. O título é a manifestação dessa entrega.
Entrega, aliás, que deve ser entendida mais como desistência do que como uma impulsividade jovial ou um voto de fé no amor. Quanto mais Tony continua se entregando a Georgio, mais longe de si ela fica. Mais traída por si ela é.
Houve dois momentos do filme em que eu precisei sair rapidamente da sala, e ele continuou rodando, então não sei se essa pergunta vai soar estúpida ou não: afinal, o filme explica como foi que Tony se lesionou? Agradeceria se me respondessem essa dúvida!
Uma história tão pesada quanto essa só funcionaria decentemente num humor mais inteligente. Da forma como é, o filme é de um mau gosto absurdo. Comercial, sensacionalista, superficial. Até tecnicamente o filme parece preguiçoso - a fotografia é óbvia, a trilha sonora é óbvia... se era pra ressuscitar uma história dessas, tinham que ter feito melhor, explorado nuances que não tinham sido exploradas antes.
O roteiro sabe como prender o espectador e tem diálogos muito interessantes, mas ressalto que o mérito em si é da obra da Agatha Christie. Demorei um bom tempo para reconhecer o Kenneth Branagh, porque ele adotou o visual do personagem de uma tal forma que parecia 2x mais velho. A cena na estação de trem adota um estilo megalomaníaco que não funciona direito - nessa parte inicial do filme eu achei que fosse detestar assistir à história.
Embora a megalomania continue no decorrer da trama, com atuações exageradas em alguns momentos, a fotografia e a direção de cena acabaram me prendendo.
A cena final, com todos sentados na mesa (Santa Ceia?), é belíssima, bem como a cena em que se revela que todos os passageiros mataram Ratchett, se revezando nas facadas.
Nesses momentos, o filme me surpreendeu muito. É como encontrar preciosidades dentro de um baú cheio de cacarecos. Por isso eu digo: dê uma chance à história, talvez você seja pego de surpresa.
Gostaria de destacar a Michelle Pfeiffer não só pela sua atuação no filme, mas porque descobri que ela canta (!). Fiquei pasma. O filme encerra com uma belíssima canção entoada por ela.
Como eu nunca li o livro nem assisti ao filme original, não posso fazer comparações. O que posso dizer é que a aposta no elenco de peso acabou tornando o filme um pouco ''oscarizado''. Para mim, os atores mais interessantes eram os menos conhecidos, que não pareciam viciados na própria imagem. Algumas das cenas me pareceram patetas, hollywoodianas e artificiais. Se era para chamar atores já consagrados, por que não escolheram nomes como DiCaprio, Adrien Brody, Colin Farrell? Acho que eles teriam contribuído para conceder mais ''arte'' e ''sensibilidade'' ao filme, porque são mais maduros e menos narcisistas (na minha opinião).
Apesar da trama em si surpreender pela aparente falta de acontecimentos, Ian McKellen tá dando um dos mais impressionantes shows de atuação que eu já vi na minha vida. Filme sensível, delicado, humano e muito bonito. Não pensei que fosse me fazer chorar. Uma trama que enlaça questionamentos existenciais, passado, memórias e o confronto entre diferentes gerações. Laura Linney incorporou muito bem o papel, dá pra ver que ela é uma atriz muito esforçada. Milo Parker tá muito carismático. Um bom filme, especialmente para aqueles que estão cansados da imagem artificialmente genial e impassível do mais famoso detetive da história.
Bah, que filme bem podre. Desserviço à imagem de Lou Andreas Salomé. As ideias dela são extremamente mal explicadas, a sua relação com os homens parece guiar boa parte do filme, como se o interior dela (e a sua obra) importasse menos.
As cenas em que Deus aparece é dum mau gosto impressionante. Não que eu seja religiosa, é que são péssimas mesmo!
Uma pena que uma produção alemã tenha chutado tão fora do gol na hora de contar uma história tão fascinante. Espero que filmes sobre essa incrível mulher não parem por aí!
Assisti pensando que seria ruim, superficial e aborrecente, como pessoas próximas a mim que já tinham assisto à série haviam dito. Mas que nada. Me surpreendi positivamente com o roteiro, que apesar de ser fake pela facilidade com que coisas absurdas acontecem, cria cenas extremamente originais, com diálogos muito curtos e ao mesmo tempo muito informativos. Os dois atores principais têm uma sinergia impressionante, e merecem muito mérito por terem conseguido evocar a evolução dos personagens ao longo da trama.
James, que era sem graça, travado, problemático, feio, etc, se torna apaixonado, corajoso, atraente, viril. Alyssa se transforma de uma menina chata e mimada em uma criatura cada vez mais poderosa, vibrante, bondosa. Das minhas cenas favoritas do seriado, eu destacaria a da dança entre os dois e o momento em que eles se abraçam depois de matar o cachorro agonizante. O backgroud familiar de ambos é suficiente pra explicar o comportamento deles, e me agradou que cada personagem, por mais chato que seja, tem a sua humanidade por trás. Exceto o padrasto da Alyssa, que é um personagem odiável muito superficial. O pai dela também - os dois são difíceis de comprar, mas assumem uma função importante na história, já que se somam aos motivos da rebelião dos jovens.
Gemma Whelan atua muito bem e a personagem dela parece ser a única capaz de sentir empatia pelo casal de criminosos. Ainda assim, a empatia dela não é suficiente - Gemma continua sendo adulta, e portanto cínica e demasiado realista pro sonho alucinado dos dois jovens, no qual o mundo persegue-os como numa caça para que eles sejam ''reformados'' e abandonem à força a sua própria juventude. Afinal, estamos falando de inconsequentes ou questionadores? Me parece que o pior crime dos dois foi justamente a incapacidade de se encaixar no papel social que lhes era designado. Por fim, eu gostei muito da 'história de amor' por trás dos dois, especialmente pelo timing com que ambos percebem a conexão que cresce entre eles. O fato da história ser narrada ora por Alyssa ora por James deixa tudo mais interessante, já que permite ao espectador que perceba a diferença de tempo e forma de assimilação de cada um. Me identifiquei com coisas que não esperava me identificar, e talvez seja porque meus 17/18 anos ainda não morreram - continuam dentro de mim. E fiquei grata pela série. Grata por ela ter me lembrado disso.
Então exclamo sem vergonha alguma: ótimo seriado! A duração dos episódios é muito boa e, se houver uma segunda temporada e a trama se estender, daí temo que o enredo se perca. O diferencial em The End of the F***cking World é que foi possível adaptar uma HQ pro cinema sem comprometer a história e o seu tempo; além disso, a adaptação respeitou os fragmentos da HQ, o que condensa as emoções que a história suscita, e soube trabalhar com as suas superficialidades e, principalmente, com a sua estética esperançosa, bonita e ingênua.
As duas melhores reflexões da Alyssa, na minha opinião (sabedoria que só um adolescente insatisfeito com a humanidade consegue ter):
''Sometimes you realize you had a thing keeping you going that might be a lie. When you actually really understand that, that the whole thing might have been a lie the whole time, it's like you swallowed a stone. But not recently. You swallowed it years ago.'''
''It's strange. A lot of the time, you don't register the important moments in your life as they happen. You only see that they were important when you look back. Like, that as an ending. So was that. And that... that was the beginning of something. Something massive. Maybe something massive and awful. Really awful. Like, fuck-up-your-whole-life awful.''
Nessa última frase, acho lindo como Alyssa se mostra um tanto mística na visão macroscópica dela sobre as coisas. Quase como se ela incorporasse a Holística em si.
Putz, quase ia me esquecendo: QUE TRILHA SONORA MARAVILHOSA PUTA MERDA!!!!!!!!!!!!!!! 10/10 pressa trilha, parabéns aos envolvidos
nossa sem hora que filme ridículo... figurino e cenários perfeitos, mas a jessica chastain carregou a trama (uma merda, diga-se de passagem) nas costas.
Muitos micromachismos nessa temporada. Completamente desnecessário. A série ficou extremamente comercial e babaca. Que pena. Tinha um baita potencial.
Vale pela atuação do Noah. Quanto a Maxine, ela é uma personagem muito mal explorada, chega a ser uma injustiça do roteiro. Uma segunda menina tinha muito a agregar ao grupo. O romance de Eleven com Mike parece ter saído de uma fanfic. Credo. Se perderam total!
Que adaptação incrível! Personagens interessantíssimos e envolventes. Fotografia lindíssima, roteiro bem estruturado, flashbacks utilizados com inteligência e sensibilidade... os diálogos são ótimos, há momentos em que os personagens dão um show de argumentação um com o outro, e os monólogos interiores da Grace são, definitivamente, a melhor parte - extremamente apurados e instigantes. Adorei a personagem Mary e a forma como ela é seguidamente (re)apresentada. Não sei até que ponto meus elogios se concentram apenas à série, acho que é impossível não elogiar também, de quebra, a fabulosa escritora Margaret Atwood.
De verdade, que coisa boa poder assistir a uma adaptação dessas! A ambientação também é estupenda - nunca gostei de Downton Abbey e sinto que Alias Grace consegue, de uma forma similar, retratar uma infinidade de assuntos referentes ao século XIX, principalmente no âmbito doméstico, sem ser maçante.
Gostei muito. Me deixou com gostinho de quero mais. Pena que o filme apresenta tantas discussões interessantes e não as desenvolve muito. Por mim, ele poderia ter umas três horas. Essa Ecem Uzun é uma baita atriz. Excelente atuação!
Shirley MacLaine e Jack Nicholson dando um show de atuação! Os personagens são humanos e envolventes, o que prende o espectador até o fim. A forma com que se aborda as relações amorosas e o matrimônio também é interessante, até mesmo despojado pra época.
Achei que o filme se perde depois da primeira metade, principalmente quando a Emma descobre que está com câncer. A doença evolui do nada e não há um desenvolvimento dos afetos - ela mesma não definha nem lamenta, o que torna essa parte do roteiro demasiado artificial.
Marianne (1ª Temporada)
3.5 249Essa série é sensacional. A Marianne consegue ser assustadora e, ao mesmo tempo, fascinante. Tomara que desenvolvam uma 2ª temporada.
O Exorcista do Papa
2.8 354 Assista Agorafim da carreira do russell crowe
Treta
4.1 310 Assista AgoraMe lembrou O Lado Bom Da Vida, só que mais engraçado e ácido. Muito, muito bom mesmo.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraEu acho que esse filme teria sido melhor dirigido pelo Iñarritú. A cena final, inclusive, parece copiar o lirismo de Birdman. Eu gosto muito da saída fantástica de enredos condenados pela dureza do seu realismo. É como se, de uma cidade tomada de asfalto, de repente uma flor tivesse o poder de romper o cimento. E as pessoas simplesmente voassem. Well played.
Apesar de alguns lugares comuns, com cenas um tanto quanto previsíveis e um cenário claustrofóbico que poderia ter sido melhor explorado com monólogos (ao invés de diálogos repetitivos), eu não consigo não creditar meu amor a esse filme, por ter resgatado o Brendan Fraser das sombras. Um cara que sempre demonstrou um nível de atuação à parte - sobretudo de melancolia. Um ator subestimado pela beleza na juventude e pela decadência estética e moral ao longo da vida, ostracizado pelo passado blockbuster. Um ator que, eu espero, retornará ao cinema pela competência dramática.
Btw, vejo muitas pessoas dizendo que o filme não romantiza a obesidade. Ele romantiza pra caralho, na verdade. Apesar de não celebrar a gordura enquanto liberdade de escolha, o filme reforça a obesidade enquanto doença incontestável e tende a explorar os aspectos mais mórbidos e assustadores dessa condição. Seja de um extremo ou de outro, a abordagem não deixa de ser romântica. É claramente uma história feita por uma pessoa magra.
Out of Thin Air
3.2 10Documentário tão ruim que conseguiu transformar um caso bizarro e interessante num tédio sem fim.
A Maldição da Bruxa
3.2 172 Assista AgoraFilmaço! Para quem gosta de filmes de terror, então, nem se fala...
Filmes como esse contrastam com toda uma tradição de narrativa fílmica, a qual estamos totalmente sujeitos. Ainda hoje, preciso continuamente de filmes como esse para lembrar de que existem outras formas de se contar uma história! O que parece arrastado e demasiado monótono em Hagazussa é uma técnica de construção e solidificação da narrativa. A minha sensação, enquanto espectadora, é a de estar perigosamente testemunhando algo que o próprio filme não parece me conceder - parece estar alheio a minha presença. A narrativa não é domesticada: ela é lenta, em desacordo com o ritmo frenético da minha atualidade (e de acordo com o contexto da personagem). Durante todo o filme, me sinto deslocada como a personagem, só por não corresponder ao ritmo daquela época. E isso não é desmérito da obra, pelo contrário, apenas reforça o propósito que o diretor deseja passar.
Hagazussa é de outra escola teórica do horror. Como muitas críticas já ressaltaram, o pavor é construído lentamente pela trama, na ausência mesma de jumpscares - pior: na escassez inusual de diálogos. O verdadeiro terror do filme é a originalidade, a singularidade, a aticipidade das imagens e das técnicas utilizadas. O pavor e o desconforto que sentimos provêm da falta de referências imagéticas do nosso arsenal de terror: estamos acostumados com outros tipos de bruxas, com outro tipo de luz, com outro tipo de movimento corporal.
Como pode, por exemplo, um simples olhar arregalado de uma mulher enferma ser tão assustador e insólito? Claudia Martini e Aleksandra Cwen entregam uma atuação impecável, digna de pintura: a expressividade, principalmente no olhar, traduz tanta aflição quanto mil diálogos jamais poderiam traduzir. Também destaco os movimentos corporais, lentos e dolorosos - as duas souberam manifestar com o próprio corpo, com suas peles e ossos, a dureza da condição feminina no século XV. Bravíssimo!
Senti falta de uma aprofundada na história da mãe de Albrun. A menção feita por um velho aldeão, logo no início, sobre a bruxa Perchta também me soou um tanto reticente. Ajudou a reforçar o tipo de crença e mentalidade dos personagens, mas não permitiu uma ligação maior com a história.
O Céu da Meia-Noite
2.7 510o clooney conseguiu destruir com o livro kkkkkk a história original nem se compara com esse roteiro bobo
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraSalvo só pela atuação impecável da Moss, porque o roteiro é ruim demais, chega a ser ridículo.
A senha do líder da indústria óptica é uma data? Sério que a casa dele não seria blindada por codificação digital? James tem o dobro de tamanho do Adrian, mas ficou desacordado com três socos no rosto... esses são só alguns exemplos de inverossimilhança que mostram que a história não é bem pensada, mas como a atuação da protagonista é maravilhosa, pode ser que passe batido pra maioria das pessoas.
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 302 Assista AgoraDo ponto de vista técnico, um filme difícil. É impressionante que o Dolan, com seus vinte e poucos anos, tenha conseguido capturar tão bem os pensamentos de cada personagem, sem necessidade de falas. Filme denso, dramático, bastante intimista e subjetivo. A linearidade costumeira das histórias de Hollywood não se faz presente. O espectador é como se fosse um convidado nesse almoço de família, que acompanha sem interferir os diálogos que não entende direito. Fragmentos. O filme é repleto de fragmentos. A atuação do elenco é maravilhosa, com destaque para o Vicent Cassel, Léa Seydoux e a Nathalie Baye. A personagem de Marion Cotillard me pareceu um bocadinho estereotipada, irritante, insegura demais. Faltou um pouco de dosagem, porque ela não me parecia sequer um sujeito. Ainda sim, a cumplicidade existente entre ela e Louis deixa o enredo bem interessante, porque os dois são os únicos com temperamento dócil e constante na casa. Além disso, é como se os dois também fossem os únicos estrangeiros.
No meu ponto de vista, Dolan foi muito ousado ao realizar esse filme. Os enquadramentos são muito bem feitos e extremamente originais. Me senti nas minhas próprias reuniões de família quando todos estavam sentados à mesa e a câmera capturava pequenos fragmentos dos seus rostos e gestos. Como entre familiares há intimidade, o que uns observam nos outros não é o rosto, porque já o conhecem, mas pequenos detalhes nostálgicos.
Em termos de falhas técnicas, penso que o filme deixou a desejar no quesito trilha sonora. Alguns ritmos simplesmente não se encaixavam nas cenas, o que dava ares juvenis ao filme, num sentido oposto ao desejado, penso eu, porque a história tem muita seriedade, se passa depois da juventude, então senti falta de um teor mais sóbrio.
A metáfora climática também é bem interessante. O calor, o suor, a brisa, a chuva, tudo acompanha as tensões dos confinados na casa. Realmente, a histeria chega ao seu ápice quando cai o temporal, e o suor deslizando pela nuca e pelas costas dos personagens dá a sensação de angústia ao espectador, também remetendo a uma catarse que virá à tona. A metáfora do final, entretanto, considerei desnecessária. A ideia de um pássaro se debatendo dentro de uma casa da qual não consegue sair é óbvia demais. Sensível, mas não apurada. Além disso, ficou bastante evidente que era um pássaro gráfico (não que devesse ser um real, LONGE DISSO, mas poderia ter sido melhor computadorizado).
O filme deixa diversas sugestões ao espectador, e não acho que isso o enfraqueça. Pelo contrário: quanto maior a subjetividade, mais exercício mental faz o espectador, e mais ele se envolve na trama. Por exemplo, Catherine sabia que Louis estava para morrer? No final, ele pede que ela não diga nada num teor poético, denunciando a desnecessidade de despedidas e lamentos, ou ele a silencia quanto à mensagem não dita? O antigo amor de Louis morreu da mesma forma que ele morrerá (talvez possa ser AIDS ou algo do tipo, já que eles se drogavam...). E por que Louis não falou o que tinha que falar? Foi porque a mãe pediu para que ele encorajasse os irmãos, e não o contrário? Ou foi porque ele percebeu que jamais conseguiria recuperar seu vínculo com a família, apenas a faria sofrer ainda mais do que sofreu, caso contasse a verdade? E por que ele foi embora de casa? O irmão não aceitou a sua orientação sexual e o agrediu verbalmente a ponto dele querer se mudar? O que houve, o que o sufoca, por que não vomita as palavras que precisa falar?
Essas são perguntas que o filme não tem por objetivo responder claramente. Acho que o principal foco do filme versa mesmo é sobre a incapacidade que uns temos com os outros, quando íntimos, a falar o que sentimos sem ferir. Uma vez que a família nos é tão amada a ponto de fazer parte da gente, machucá-la significa machucar a nós mesmos. Desse modo, o irmão tão distante, como um mártir, decide se distanciar ainda mais da família, optando por morrer longe, na ignorância deles. Ao mesmo tempo, é possível que alguns tenham achado a postura de Louis oposta à de um mártir: egoísta, ele só retorna para casa depois de doze anos para compartilhar uma notícia tristíssima que só trará mais dor. Não obtendo grandes afagos, ele covardemente desiste da ideia e foge novamente, para longe do desafio familiar que ele jamais consegue enfrentar. Seja qual for a interpretação, é inegável que o filme é instigante e que as cenas são orientadas por uma velocidade lenta e claustrofóbica, com olhares que comunicam muito mais do que as palavras - exatamente como é numa família.
The Bunny Game
2.1 65esse lixo não merece nem meia estrela
Custódia
4.2 157O que dizer desse ator-mirim Thomas Gloria, cuja veracidade frente à câmera prende a atenção do espectador do início ao fim? Como pode uma criança tão novinha saber chorar com tanta convicção... fiquei maravilhada pela atuação dele!
Um Instante de Amor
3.6 93 Assista AgoraUm filme lindo, lindo, lindo, lindo, lindo... duma beleza dessas de passarinho. José e Gabrielle são personagens comoventes, parecem saídos de um livro.
No entanto, o ponto alto do filme não me convenceu muito. Digamos que a ilusão de Gabrielle se justifique porque ela tem problemas psicológicos - sofreu de uma crise dissociativa ou algo do gênero. Ok. E daí ela nunca mais apresentou nenhuma outra crise? Difícil. Além do mais, normalmente as pessoas sofrem apagões, não é como se substituíssem inteiramente uma lembrança com uma invenção tão complexa (com diálogos, temporalidade, referências, etc). Além disso, a versão de José não bate com as cenas que assistimos (com as memórias de Gabrielle): na sua memória, ela e André transaram depois que ele voltou do hospital; na versão de José, o sexo ocorreu antes (motivado pelo ciúme). Por causa desses aspectos, o clímax me pareceu uma saída forçada. Talvez o filme tivesse ficado mais interessante se a própria Gabrielle se lembrasse que ela inventou tudo - ou se ela fosse obrigada a admitir que nunca teve nada com André, que essa foi apenas uma fantasia a qual precisou se agarrar para suportar o vazio da sua vida.
O final, no entanto, é muito lindo. Cheio de resignação. E esperança.
Meu Rei
3.9 137 Assista AgoraCaramba, que atuações absurdas. Cinema francês é tão verdadeiro, dá quase pra sentir a secreção humana.
O filme é longo e cansa o espectador porque relações abusivas são longas, cheias de altos e baixos, e esgotam todos os envolvidos (inclusive os indiretamente envolvidos, como o Solal).
Eu acreditei no poder de libertação da protagonista na maior parte do tempo, para então me decepcionar no final. Isso foi o que deixou o filme ainda mais realista e interessante, na minha opinião. Os dois personagens são viciados um no outro e não vão parar até se consumirem por inteiro.
A cena em que Tony mira a fisionomia de Georgio com desejo, mesmo após meses de recuperação e desintoxicação, é de uma morbidez impressionante. Não deu certo, não dá certo e nem dará certo, mas ela não consegue resistir ao impulso de continuar repetindo o mesmo erro, os mesmos gestos. São dez anos. Falta força para romper a inércia. Eles envelheceram juntos, constituíram família, um patrimônio, uma identidade, várias identidades: essas coisas custam muito para ter um fim. Por causa disso, todo o empenho despendido na sua recuperação não é o bastante frente a alguns segundos mirando o rosto do homem que, para bem e para mal, a ama dessa forma bizarra, lisonjeadora e única. Como no início do relacionamento dos dois ela se mostrava muito insegura, acho que é isso que ela passou a sentir por Georgio: além de amor, uma gigantesca gratidão por ser amada (por isso, o amor dele lhe parece lisonjeador, ainda que doentio).
Percebi que muitas pessoas, ao contrário de mim, prestaram muita atenção no título ''Mon Roi''. Será que não se deve à resignação da personagem? Georgio é o único que a ama dessa forma insana, intensa, destrutiva e completamente apaixonada. Ele é escroto com ela, mas também a faz rir. E ele é o pai do seu filho. Penso que ela simplesmente se entrega à ideia de que ele é a sua cara metade, o seu homem, o seu rei, aquela pessoa que a fará sempre voltar, basta um chamado, um gesto, um sorriso. Ele a tem. O título é a manifestação dessa entrega.
Entrega, aliás, que deve ser entendida mais como desistência do que como uma impulsividade jovial ou um voto de fé no amor. Quanto mais Tony continua se entregando a Georgio, mais longe de si ela fica. Mais traída por si ela é.
Houve dois momentos do filme em que eu precisei sair rapidamente da sala, e ele continuou rodando, então não sei se essa pergunta vai soar estúpida ou não: afinal, o filme explica como foi que Tony se lesionou? Agradeceria se me respondessem essa dúvida!
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (2ª Temporada)
4.4 260 Assista Agoraque baita atuação do tom hardy
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraUma história tão pesada quanto essa só funcionaria decentemente num humor mais inteligente. Da forma como é, o filme é de um mau gosto absurdo. Comercial, sensacionalista, superficial. Até tecnicamente o filme parece preguiçoso - a fotografia é óbvia, a trilha sonora é óbvia... se era pra ressuscitar uma história dessas, tinham que ter feito melhor, explorado nuances que não tinham sido exploradas antes.
Assassinato no Expresso do Oriente
3.4 938 Assista AgoraO roteiro sabe como prender o espectador e tem diálogos muito interessantes, mas ressalto que o mérito em si é da obra da Agatha Christie. Demorei um bom tempo para reconhecer o Kenneth Branagh, porque ele adotou o visual do personagem de uma tal forma que parecia 2x mais velho. A cena na estação de trem adota um estilo megalomaníaco que não funciona direito - nessa parte inicial do filme eu achei que fosse detestar assistir à história.
Embora a megalomania continue no decorrer da trama, com atuações exageradas em alguns momentos, a fotografia e a direção de cena acabaram me prendendo.
A cena final, com todos sentados na mesa (Santa Ceia?), é belíssima, bem como a cena em que se revela que todos os passageiros mataram Ratchett, se revezando nas facadas.
Gostaria de destacar a Michelle Pfeiffer não só pela sua atuação no filme, mas porque descobri que ela canta (!). Fiquei pasma. O filme encerra com uma belíssima canção entoada por ela.
Como eu nunca li o livro nem assisti ao filme original, não posso fazer comparações. O que posso dizer é que a aposta no elenco de peso acabou tornando o filme um pouco ''oscarizado''. Para mim, os atores mais interessantes eram os menos conhecidos, que não pareciam viciados na própria imagem. Algumas das cenas me pareceram patetas, hollywoodianas e artificiais. Se era para chamar atores já consagrados, por que não escolheram nomes como DiCaprio, Adrien Brody, Colin Farrell? Acho que eles teriam contribuído para conceder mais ''arte'' e ''sensibilidade'' ao filme, porque são mais maduros e menos narcisistas (na minha opinião).
Sr. Sherlock Holmes
3.8 329 Assista AgoraApesar da trama em si surpreender pela aparente falta de acontecimentos, Ian McKellen tá dando um dos mais impressionantes shows de atuação que eu já vi na minha vida. Filme sensível, delicado, humano e muito bonito. Não pensei que fosse me fazer chorar. Uma trama que enlaça questionamentos existenciais, passado, memórias e o confronto entre diferentes gerações. Laura Linney incorporou muito bem o papel, dá pra ver que ela é uma atriz muito esforçada. Milo Parker tá muito carismático. Um bom filme, especialmente para aqueles que estão cansados da imagem artificialmente genial e impassível do mais famoso detetive da história.
Lou
3.5 39Bah, que filme bem podre. Desserviço à imagem de Lou Andreas Salomé. As ideias dela são extremamente mal explicadas, a sua relação com os homens parece guiar boa parte do filme, como se o interior dela (e a sua obra) importasse menos.
As cenas em que Deus aparece é dum mau gosto impressionante. Não que eu seja religiosa, é que são péssimas mesmo!
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 818 Assista AgoraAssisti pensando que seria ruim, superficial e aborrecente, como pessoas próximas a mim que já tinham assisto à série haviam dito. Mas que nada. Me surpreendi positivamente com o roteiro, que apesar de ser fake pela facilidade com que coisas absurdas acontecem, cria cenas extremamente originais, com diálogos muito curtos e ao mesmo tempo muito informativos. Os dois atores principais têm uma sinergia impressionante, e merecem muito mérito por terem conseguido evocar a evolução dos personagens ao longo da trama.
James, que era sem graça, travado, problemático, feio, etc, se torna apaixonado, corajoso, atraente, viril. Alyssa se transforma de uma menina chata e mimada em uma criatura cada vez mais poderosa, vibrante, bondosa. Das minhas cenas favoritas do seriado, eu destacaria a da dança entre os dois e o momento em que eles se abraçam depois de matar o cachorro agonizante. O backgroud familiar de ambos é suficiente pra explicar o comportamento deles, e me agradou que cada personagem, por mais chato que seja, tem a sua humanidade por trás. Exceto o padrasto da Alyssa, que é um personagem odiável muito superficial. O pai dela também - os dois são difíceis de comprar, mas assumem uma função importante na história, já que se somam aos motivos da rebelião dos jovens.
Então exclamo sem vergonha alguma: ótimo seriado! A duração dos episódios é muito boa e, se houver uma segunda temporada e a trama se estender, daí temo que o enredo se perca. O diferencial em The End of the F***cking World é que foi possível adaptar uma HQ pro cinema sem comprometer a história e o seu tempo; além disso, a adaptação respeitou os fragmentos da HQ, o que condensa as emoções que a história suscita, e soube trabalhar com as suas superficialidades e, principalmente, com a sua estética esperançosa, bonita e ingênua.
As duas melhores reflexões da Alyssa, na minha opinião (sabedoria que só um adolescente insatisfeito com a humanidade consegue ter):
''Sometimes you realize you had a thing keeping you going that might be a lie. When you actually really understand that, that the whole thing might have been a lie the whole time, it's like you swallowed a stone. But not recently. You swallowed it years ago.'''
''It's strange. A lot of the time, you don't register the important moments in your life as they happen. You only see that they were important when you look back. Like, that as an ending. So was that. And that... that was the beginning of something. Something massive. Maybe something massive and awful. Really awful. Like, fuck-up-your-whole-life awful.''
Nessa última frase, acho lindo como Alyssa se mostra um tanto mística na visão macroscópica dela sobre as coisas. Quase como se ela incorporasse a Holística em si.
Putz, quase ia me esquecendo: QUE TRILHA SONORA MARAVILHOSA PUTA MERDA!!!!!!!!!!!!!!! 10/10 pressa trilha, parabéns aos envolvidos
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista Agoranossa sem hora que filme ridículo...
figurino e cenários perfeitos, mas a jessica chastain carregou a trama (uma merda, diga-se de passagem) nas costas.
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KMuitos micromachismos nessa temporada. Completamente desnecessário. A série ficou extremamente comercial e babaca. Que pena. Tinha um baita potencial.
Vale pela atuação do Noah.
Quanto a Maxine, ela é uma personagem muito mal explorada, chega a ser uma injustiça do roteiro. Uma segunda menina tinha muito a agregar ao grupo. O romance de Eleven com Mike parece ter saído de uma fanfic. Credo. Se perderam total!
Alias Grace
4.1 278 Assista AgoraPor favor, mais.
Mais.
Mais!!!!!!!!
Que adaptação incrível! Personagens interessantíssimos e envolventes. Fotografia lindíssima, roteiro bem estruturado, flashbacks utilizados com inteligência e sensibilidade... os diálogos são ótimos, há momentos em que os personagens dão um show de argumentação um com o outro, e os monólogos interiores da Grace são, definitivamente, a melhor parte - extremamente apurados e instigantes. Adorei a personagem Mary e a forma como ela é seguidamente (re)apresentada. Não sei até que ponto meus elogios se concentram apenas à série, acho que é impossível não elogiar também, de quebra, a fabulosa escritora Margaret Atwood.
De verdade, que coisa boa poder assistir a uma adaptação dessas! A ambientação também é estupenda - nunca gostei de Downton Abbey e sinto que Alias Grace consegue, de uma forma similar, retratar uma infinidade de assuntos referentes ao século XIX, principalmente no âmbito doméstico, sem ser maçante.
Luz e Sombra
3.6 25 Assista AgoraGostei muito. Me deixou com gostinho de quero mais. Pena que o filme apresenta tantas discussões interessantes e não as desenvolve muito. Por mim, ele poderia ter umas três horas. Essa Ecem Uzun é uma baita atriz. Excelente atuação!
Laços de Ternura
3.9 246 Assista AgoraShirley MacLaine e Jack Nicholson dando um show de atuação! Os personagens são humanos e envolventes, o que prende o espectador até o fim. A forma com que se aborda as relações amorosas e o matrimônio também é interessante, até mesmo despojado pra época.
Achei que o filme se perde depois da primeira metade, principalmente quando a Emma descobre que está com câncer. A doença evolui do nada e não há um desenvolvimento dos afetos - ela mesma não definha nem lamenta, o que torna essa parte do roteiro demasiado artificial.