Quando acaba "This is it" fiquei com a sensação de ter visto o melbor "making off" de todos os tempos, ao menos dos que eu já vi. Fabuloso, deslumbrante, puro êxtase musical. Nunca vi se tratar cada música com tanto esmero em um show. E a fidelidade ao som original é surpreendente. Seria um show pra entrar pra história. No entanto, quem deixou a vida pra entrar pra história, foi Michael Jackson, como diria o nosso ex-presidente Getúlio Vargas... Impressionante sob qualquer aspecto!!! Um legado sob medida do maior ídolo pop de todos os tempos, só comparado à Elvis Presley. Imperdível!!!
Fraco!! Não aprofunda as irremediáveis diferenças entre os radicais dos dois lados. Antes, propõe uma convivência pacífica e amistosa entre as partes. Sabemos, de antemão, que é um onirismo quase inalcançável. Vale por tentar dourar a pílula, mas resulta forçado e sem mensagem consistente. Mesmo a questão dos relacionamentos amorosos soa artificial, não transmitindo nunca a sensação de verossimilhança. Pra resumir, passe longe...Filme totalmente dispensável !!
Sensacional o novo filme de Nuri Ceylan...Não é um filme de grandes diálogos, mas de entendimento tácito e subliminar. O mote do filme é o silêncio. Não o silêncio da paz interior ou das situações bem resolvidas. Longe disso. O silêncio é o da conveniência. Todos sabem, porém, a exemplo da fábula japonesa, ninguém ouve, fala ou vê. Existe também a metáfora de como a sociedade se comporta. O político influente elege o seu "laranja" de plantão e se livra da responsabilidade por seu ato delituoso cometido. Tá lá presente igualmente a força do poder econômico, fazendo com que o motorista subserviente aceite uma imputação que não lhe é devida. Há por fim, a figura do filho caçula morto, que parece disparar uma incomunicabilidade permanente entre os três membros da família restantes. O filho que restou é a figura emblemática do cidadão ocioso, que se entrega ao desânimo e à preguiça. Cada um com seus motivos, todos se calam diante da inexorável verdade que todos querem negar. Uma família desconstruida pela incapacidade de discutir a relação no seu mais profundo âmago, é a linha que segue o bonito filme turco. Até a visão do porto de Instambul da janela da casa da família, aparece com ares sombrios, diante da situação instalada. Uma agradável surpresa do mesmo diretor de "Climas", sendo esse inferior. A se registrar,a bonita fotografia em tom sépia. Não foi á toa que Ceylan levou o prêmio de melhor diretor do festival de Cannes em 2008... Merecido !!!
Finalmente consegui assisti a esse filme por completo. Minha avaliação? O que esperar de um filme com elenco estelar, que reune Vanessa Redgrave, Meryl Streep, Glenn Close, Toni Collette e outras menos votadas? Um filmaço. Mas não é isso o que se vê, em "Ao entardecer". Infelizmente. Um filme que era talhado pra emocionar,a fita não diz muito a que veio. Não há grandes cenas dramáticas, e a história é simplista demais. O que há de tão excepcional em um romance que se deixou escapar na juventude que muitos de nós já não passamos um dia?? E pela história, não há nada que impedisse Ann de viver essa paixão. Então,o que trouxe de novidade essa película, que já não vimos explorados de forma muito mais eficiente e tocante em outros filmes do gênero?? Fiquei decepcionado. Mormente, repito,pelo grandioso elenco que o formou. Esperava mais, sinceramente...
A vingança é um prato que se come frio. E o amor? De que forma se come? A saga do pobre Karol em busca do resgate da sua dignidade, passa por tentativa fracassada de homicídio, incursão no mundo das trapaças marginais, translado dentro da sua própria mala de volta ao seu país natal, falsificação de documentos e simulação engenhosa da própria morte. Tudo isso por conta de uma incorrigível paixão pela mulher que o despreza. Mas o mundo dá voltas. E Karol prepara a sua desforra com requintes de crueldade. Mas nem isso, o faz distanciar da sua verdadeira intenção, qual seja, trazer de volta pra si a mulher, por quem mantém um doentio sentimento de autocomiseração. Tudo isso pra comprovar que a paixão é mesmo o caos. Atuação impecável de Julie Delpy, quando mais não seja, pra emprestar sua incrível beleza à personagem que representa. Filme muito bom, à altura dos outros da trilogia.
Nossa!! Que filme maravilhoso!!! Barbra Streisand e Robert Redford formam um casal irrepreensível. A grande pergunta do filme, é se o amor, por si só, supera qualquer tipo de divergência, mesmo que ela esteja no plano ideológico ou das convicções políticas. A certa altura do filme, eu passei a sentir aversão pela personagem Katie, que insistia em defender suas posições radicais, em detrimento do seu relacionamento com Hubbell, cuja paciência se mostrou infinita. Meu pensamento é de que ninguém deva se sentir culpado/a por ter uma vida boa, claro que se conquistada honestamente. E isso sempre permeava a figura de Katie, que parecia se culpar por estar se sentindo feliz. E pior que isso. Não exibia qualquer senso de humor, e convenhamos, ninguém merece pessoa assim. Engajamento é importante, desde que não se torne planfetário e chato. E essa medida, Katie não tinha. Na cena do jantar com os amigos de Rubbell, ela estava insuportável.Muitas vezes somos compelidos a nos conformar com situações que não nos agrada. E quando não se busca o consenso e a decisão conjunta, o resultado é o que se viu no filme. Fotografia absurdamente linda e enquadramentos originais, completam esse filme, pra mim, inesquecível!
Taí um bom representante do novo cinema turco. Belas locações,um par central convincente e uma história bem "ocidentalizada", faz desse filme um ótimo entretenimento, e de lambuja, ainda faz pensar. Trata do tema universal dos relacionamentos interpessoais, destacando a dificuldade do ser humano em se resolver, sem abrir mão do seu microcosmo. A incapacidade do casal em mostrar desprendimento em favor do outro é gritante. Salta aos olhos também o fato de nenhum dos dois enxergar que a vida em comum entre eles é insustentável. Muito em função, de cada um deles querer um horizonte diferente. Esse tipo de filme, vindo de onde vem, só faz confirmar que os dilemas humanos são mesmo comuns em qualquer parte do mundo. Uma agradável surpresa esse filme...gostei !!
Decepcionante!!! Esse é o adjetivo mais econômico pra avaliar o filme dos irmãos Taviani. Eu esperava muitíssimo mais. Não emociona, não envolve o espectador, não tem clímax. Me senti fraudado na minha expectativa. Completamente frustrado. O filme não é longo, mas a história é arrastada e faz o tempo parecer maior. Os "camisas pretas", fiéis à Mussolini, parecem um bando de quinta categoria, de tão amador que são os combates. Os personagens, superficiais, não provocam empatia. Normalmente, os personagens infantis são contagiantes, mas nem isso o filme nos apresenta. A personagem/narradora não tem carisma algum e não serve com fio condutor pra amarrar a história. Enfim, não quero parecer implicante, mas não considero de antemão o filme bom, por conta do diretor/es. Do meu ponto de vista, assisti a um filme fraco dos irmãos Taviani. Assim como já assisti filmes primorosos dos mesmos. Obra-prima pra mim, dos citados diretores, é Pai Patrão, ganhador inclusive da Palma de Ouro. Esse sim, um filme digno da reputação dos irmãos italianos. É só !!
Filme sinistro! A proposta do filme de fazer uma amálgama entre drama e surrealismo funciona bem até a página dois. Levantar a questão do amor incondicional é uma proposta intrigante, quando conduzida de forma a mostrar ao espectador a conta que a entrega apaixonada cobra. Me pareceu o caso. Garrel insinua que a "felicidade burguesa" não contenta às diversas matizes da paixão. Vide a escolha levada a cabo pelo personagem de Garrel, abreviando sua torturante caminhada dentro dessa convenção que lhe foi imposta. Passagens belíssimas, mas que demandam algum discernimento para entende-las. A cada filme, nota-se um amadurecimento de Louis Garrel e isso é promissor, desde que ele não se entegue aos encantos do cinema comercial americano, o que nada parece sugerir. Até o próprio filme parece querer alfinetar Hollywood, quando direciona o marido para aquele lugar, revelando o isolacionismo das pessoas à ela vinculadas e seus prepostos. E a lembrança, sempre oportuna, de que a paixão é o caos. E enlouquece! Grande filme. E filme pra gente grande !!
"Nome Próprio" enfoca a espiral de descontentamento de uma aspirante à escritora. Leandra Leal está muito à vontade(inclusive nas cenas de nudez)e agarra com vontade o papel de Camila, que tenta a carreira na literatura. Filme tão anti-convencional, que o diretor Murilo Salles erra a mão ao longo das mais de duas horas de filme. As cenas de ciúme de Camila são patéticas, e o rosário de palavrões, desnecessários. Tá certo que ela se sente inconformada com o fim do seu relacionamento, fruto de uma traição. A partir daí, ela passa a trilhar um caminho árduo, menos por obra do destino, e mais por seus próprios erros. A personagem, então, usa a fantasia de anti-heroína, para despejar excessos e atitudes extremas na busca da sua própria identidade. Filme estranho, mas que consegue prender a atenção por conta exclusiva da ótima atuação de Leandra Leal, bem diferente do modelo mocinha-bem-comportada que ela exibia ultimamente. Totalmente assistível, não sendo muito exigente.
Outro filme apenas mediano. Christophe Honoré já nos brindou com filmes mais consistentes. Engraçado foi ver Louis Garrel em um papel secundário. E olha que ele se saiu muito bem. Digno de registro é a atuação de Guy Marchand, como o pai dos dois filhos descompensados. Não é um filme sobre as angústias da separação...prefere tratar da alegria dos reencontros que surgem a partir de uma crise. É um filme, que como pede o personagem de Romains Duris,sabe respeitar a tristeza das pessoas. Marcante mesmo é a sequência do dueto ao telefone ao som de "Avant la Haine"...De resto, nada muito mais que isso...
Um filme absolutamente prosaico. A se destacar, na minha opinião, não a personagem título, mas a encantadora Gladys, que mesmo podendo permanecer na sua zona de conforto, se preocupa em resgatar a sua amiga "retardatária". Concordo com algumas opiniões já manifestadas, que fica uma sensação de que o filme não disse a que veio. Qual é enfim, a moral da história ? Se não tem, é uma pedida razoável pra se assitir sem compromisso. That´s all.
Achei que houve uma certa romantização da loucura,como se houvesse algum glamour em se encontrar nesse estado mental.Obviamente,respeito as opiniões divergentes,porém não gosto muito de filmes-documentários que se prestam a fazer a apologia de situações que por si só já são bastante trágicas."Não se pode encobrir a nudez forte da verdade, com o manto diáfano da fantasia".É um completo estado de degradação humana o que parte do filme nos revela. Tanto no aspecto físico propriamente dito, como na total falta de assistência a que está submetida a personagem-título.Viver em lixões e não gozar de capacidade plena,fruto do completo abandono institucional,não deve ser objeto de admiração por parte de ninguém que sonha com um "status quo" diferente do que temos hoje.Não consegui rir com Estamira, e quando o fazia, o meu sorriso era amarelo.Seria como rir da nossa própria desgraça.E sinalizar, que ela seria uma digna representante da nossa desesperança.E eu me recuso a ser niilista assim. Como filme, razoável...como realidade, chocante !!!
Esse sim, um bom filme sobre as marchas e contramarchas do relacionamento a dois. Percebe-se claramente,desde o início,que existe um descompasso tremendo entre Tom e Summer,resultado dos diferentes pontos de vista manisfestados pelos dois. Ela o enxerga como um sujeito imaturo, mas divertido. E ele,com a pretensiosa intenção de enquadra-la. Visões antípodas demais pra darem certo. Típico de relacionamentos com mulheres bonitas, inteligentes e independentes, quando se quer subjuga-las. Adorei a trilha sonora com hits do The Smiths e de Simon & Garfunkel. Esse sim, um sopro de originalidade para o gênero. Um filme que entrega o que promete, romance light sem ser adocicado. Vale a hora e meia sentado pra assisti-lo.
Concordo em gênero,número e grau, com a Letícia Andrade. O final do filme denota puro conformismo. É a já conhecida máxima de que não tem tu, vai tu mesmo.E gente, juro que eu tentei...mas não consegui ver toda essa atuação estupensa assim do Joaquin Phoenix, não. Foi frugal, apenas. Um filme pra se ver e esquecer. Nada marcante ou excepcional. Ainda mais com esse final arranjado. Se o roteiro tivesse escolhido outra solução, teria ao menos um toque de originalidade. Da forma como foi, não difere em nada dos novelões da Globo com seus finais manipulados. Sei lá...cheguei ao fim do filme com a sensação de que ficou faltando alguma coisa. Medíocre.
Fraco até mandar parar. Parece uma tentativa de "recauchutagem" de Gigolô Americano, mas vamos combinar: apesar de tudo, Richard Gere é muito mais ator que o canastrão Kutcher. E a coitada da Anne Heche parece mesmo com a carreira rolando ladeira abaixo. Me impressiona, ás vezes, ver como certos atores/atrizes se prestam a certos papéis, como no caso supracitado. Só se for pelo dinheiro. Ou quem sabe, pelo prazer...E pensar que Kutcher já fez papéis de responsa como em "Efeito borboleta"...Se eu fosse a Demi Moore, tratava logo de fazer uma continuação pra "Ghost" e chamava o seu marido pra fazer o par romântico. Pronto, falei !!
Uma tragicomédia latina incrivelmente agradável de se ver. Trata do tema sempre em voga da esperança e do desapontamento, da crença na reviravolta versus a assunçao da realidade. Bravos lutadores pela vida, cuja sorte não lhes sorriu, dando exemplos de perseverança. Idéias mirabolantes sendo massacradas pela frustração das espectativas. Nessas terras tão vilipendiadas pela falta absoluta de ética e dignidade, surpreende, mesmo que não ficção, a atitude honrada do pobre Beto, ao recusar uma carona do mafioso local, preferindo levar no lombo, o que acreditava ser o produto de sua redenção. Torci pra que desse certo, de verdade ! Mas até nisso a história honesta. A demostração de confiannça na cena final, só reforça o caráter emblemático desse povo ao sul do Equador. Citações a nós, brasileiros, como se de nós dependesse o sucesso de toda a mobilização que se fez em torno da referida visita da autoridade máxima do Vaticano, a verdadeira "via crucis" a que o personagem central se vê submetido, e todo o engenhoso enredo pra se chegar ao resultado final, fazem desse filme, no meu entender, uma grata surpresa do novo cinema latino-americano e mais especialmente, do sul-americano. Filme do tipo, uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, e acreditem, com resultado surpreendente. Viva o cinema de língua não inglesa !!
O filme faz uma radiografia precisa da incomunicabilidade muitas vezes reinante entre pai/mãe e filha/o. As longas pausas silenciosas só acentuam o clima de hiato interpessoal a que os personagens são submetidos. A temática da solidão a dois é mais uma vez dilacerada pela cinematografica chinesa, como se a reforçar que a individualidade não tem lugar naquele país, e as angústias pessoais são tratadas como mero formalismo Filme que mostra como a dificuldade de se dialogar vai muito além do idioma. Este, muitas vezes é o menor dos problemas. Tocante !
O filme com a fotografia mais impressionante que eu já vi. Verdadeiras pinturas ungidas pela mãe natureza, mostrando quão sem noção é o ser humano, ao por em risco esse espetáculo gratuito que se lhe oferece as outras espécies "irracionais".Uma deslubrante viagem pelos intramuros de geleiras, por apresentação de tipos estranhamente belos da fauna marinha, combinado à perfeição com uma trilha sonora clean e justa. Pra fechar, uma narrativa em francês, que ajuda a realçar o lirismo desse filme/documentário, de um encantamento visual de arrepiar.
Detalhe, Filipe: Esther Gorintin, hoje nonagenária, fez seu primeiro filme com 85 anos. Linda história enfocando três gerações convivendo com as diferenças na Geórgia, ex-república soviética. Sopro de vida, no hoje pulsante cinema do leste europeu.
Gente ! Vcs estão gastando muitos neurônios e tempo dedilhando o teclado pra discutir sobre o pior filme do Haneke, simplesmente isso. Tanto o Marcelo quanto à Nana têm razão. O Marcelo quando se arvora no direito de fazer comparações,no que tá coberto de razão. E a Nana quando não gosta dessas comparações. Felizmente vivemos em um país com regime democrático de direito, em que as opiniões não são impostas,menos ainda quando se tratam de questões interpretativas. Defendam sempre o direito de divergir. Isso é que é enriquecedor. Mas voltando ao filme, só discordo dos dois quando fazem muito barulho por nada. Pois esse é o que tem de pior do Haneke !!
Inacreditavelmente tosco, e por isso mesmo de uma criatividade ímpar. Cohen continua com seu humor cáustico e sem a menor cerimônia c os puristas. Me lembrou "Zoolander",com requintes de escatologia, claro! Deve ser difícil pra Sacha (ironia, o cara tem o nome da filha da xuxa...quer ironia maior? )conseguir verbas pra rodar filmes como esse, que foge inteiramente aos padrões morais médios do americano comum. Enfim, como disse alguém lá embaixo, é ame-o ou deixe-o. Em paz.
This Is It
3.8 592 Assista AgoraQuando acaba "This is it" fiquei com a sensação de ter visto o melbor "making off" de todos os tempos, ao menos dos que eu já vi. Fabuloso, deslumbrante, puro êxtase musical. Nunca vi se tratar cada música com tanto esmero em um show. E a fidelidade ao som original é surpreendente. Seria um show pra entrar pra história. No entanto, quem deixou a vida pra entrar pra história, foi Michael Jackson, como diria o nosso ex-presidente Getúlio Vargas... Impressionante sob qualquer aspecto!!! Um legado sob medida do maior ídolo pop de todos os tempos, só comparado à Elvis Presley. Imperdível!!!
Alguém que me ame de verdade
3.9 21 Assista AgoraFraco!! Não aprofunda as irremediáveis diferenças entre os radicais dos dois lados. Antes, propõe uma convivência pacífica e amistosa entre as partes. Sabemos, de antemão, que é um onirismo quase inalcançável. Vale por tentar dourar a pílula, mas resulta forçado e sem mensagem consistente. Mesmo a questão dos relacionamentos amorosos soa artificial, não transmitindo nunca a sensação de verossimilhança. Pra resumir, passe longe...Filme totalmente dispensável !!
3 Macacos
3.6 39Sensacional o novo filme de Nuri Ceylan...Não é um filme de grandes diálogos, mas de entendimento tácito e subliminar. O mote do filme é o silêncio. Não o silêncio da paz interior ou das situações bem resolvidas. Longe disso. O silêncio é o da conveniência. Todos sabem, porém, a exemplo da fábula japonesa, ninguém ouve, fala ou vê. Existe também a metáfora de como a sociedade se comporta. O político influente elege o seu "laranja" de plantão e se livra da responsabilidade por seu ato delituoso cometido. Tá lá presente igualmente a força do poder econômico, fazendo com que o motorista subserviente aceite uma imputação que não lhe é devida. Há por fim, a figura do filho caçula morto, que parece disparar uma incomunicabilidade permanente entre os três membros da família restantes. O filho que restou é a figura emblemática do cidadão ocioso, que se entrega ao desânimo e à preguiça. Cada um com seus motivos, todos se calam diante da inexorável verdade que todos querem negar. Uma família desconstruida pela incapacidade de discutir a relação no seu mais profundo âmago, é a linha que segue o bonito filme turco. Até a visão do porto de Instambul da janela da casa da família, aparece com ares sombrios, diante da situação instalada. Uma agradável surpresa do mesmo diretor de "Climas", sendo esse inferior. A se registrar,a bonita fotografia em tom sépia. Não foi á toa que Ceylan levou o prêmio de melhor diretor do festival de Cannes em 2008... Merecido !!!
Ao Entardecer
3.5 244Finalmente consegui assisti a esse filme por completo. Minha avaliação? O que esperar de um filme com elenco estelar, que reune Vanessa Redgrave, Meryl Streep, Glenn Close, Toni Collette e outras menos votadas? Um filmaço. Mas não é isso o que se vê, em "Ao entardecer". Infelizmente. Um filme que era talhado pra emocionar,a fita não diz muito a que veio. Não há grandes cenas dramáticas, e a história é simplista demais. O que há de tão excepcional em um romance que se deixou escapar na juventude que muitos de nós já não passamos um dia??
E pela história, não há nada que impedisse Ann de viver essa paixão. Então,o que trouxe de novidade essa película, que já não vimos explorados de forma muito mais eficiente e tocante em outros filmes do gênero?? Fiquei decepcionado. Mormente, repito,pelo grandioso elenco que o formou. Esperava mais, sinceramente...
A Igualdade é Branca
4.0 366 Assista AgoraA vingança é um prato que se come frio. E o amor? De que forma se come?
A saga do pobre Karol em busca do resgate da sua dignidade, passa por tentativa fracassada de homicídio, incursão no mundo das trapaças marginais, translado dentro da sua própria mala de volta ao seu país natal, falsificação de documentos e simulação engenhosa da própria morte. Tudo isso por conta de uma incorrigível paixão pela mulher que o despreza. Mas o mundo dá voltas. E Karol prepara a sua desforra com requintes de crueldade. Mas nem isso, o faz distanciar da sua verdadeira intenção, qual seja, trazer de volta pra si a mulher, por quem mantém um doentio sentimento de autocomiseração. Tudo isso pra comprovar que a paixão é mesmo o caos.
Atuação impecável de Julie Delpy, quando mais não seja, pra emprestar sua incrível beleza à personagem que representa. Filme muito bom, à altura dos outros da trilogia.
Nosso Amor de Ontem
3.9 117 Assista AgoraNossa!! Que filme maravilhoso!!! Barbra Streisand e Robert Redford formam um casal irrepreensível. A grande pergunta do filme, é se o amor, por si só, supera qualquer tipo de divergência, mesmo que ela esteja no plano ideológico ou das convicções políticas. A certa altura do filme, eu passei a sentir aversão pela personagem Katie, que insistia em defender suas posições radicais, em detrimento do seu relacionamento com Hubbell, cuja paciência se mostrou infinita. Meu pensamento é de que ninguém deva se sentir culpado/a por ter uma vida boa, claro que se conquistada honestamente. E isso sempre permeava a figura de Katie, que parecia se culpar por estar se sentindo feliz. E pior que isso. Não exibia qualquer senso de humor, e convenhamos, ninguém merece pessoa assim. Engajamento é importante, desde que não se torne planfetário e chato. E essa medida, Katie não tinha. Na cena do jantar com os amigos de Rubbell, ela estava insuportável.Muitas vezes somos compelidos a nos conformar com situações que não nos agrada. E quando não se busca o consenso e a decisão conjunta, o resultado é o que se viu no filme.
Fotografia absurdamente linda e enquadramentos originais, completam esse filme, pra mim, inesquecível!
Climas
3.6 21Taí um bom representante do novo cinema turco. Belas locações,um par central convincente e uma história bem "ocidentalizada", faz desse filme um ótimo entretenimento, e de lambuja, ainda faz pensar. Trata do tema universal dos relacionamentos interpessoais, destacando a dificuldade do ser humano em se resolver, sem abrir mão do seu microcosmo. A incapacidade do casal em mostrar desprendimento em favor do outro é gritante. Salta aos olhos também o fato de nenhum dos dois enxergar que a vida em comum entre eles é insustentável. Muito em função, de cada um deles querer um horizonte diferente. Esse tipo de filme, vindo de onde vem, só faz confirmar que os dilemas humanos são mesmo comuns em qualquer parte do mundo. Uma agradável surpresa esse filme...gostei !!
O Pianista
4.4 1,8K Assista AgoraClaro que é favoritaço...Só tinha me esquecido de inclui-lo na lista. Um dos 10 tops de qualquer lista que eu faça.
A Noite de São Lourenço
3.6 24Decepcionante!!! Esse é o adjetivo mais econômico pra avaliar o filme dos irmãos Taviani. Eu esperava muitíssimo mais. Não emociona, não envolve o espectador, não tem clímax. Me senti fraudado na minha expectativa. Completamente frustrado. O filme não é longo, mas a história é arrastada e faz o tempo parecer maior. Os "camisas pretas", fiéis à Mussolini, parecem um bando de quinta categoria, de tão amador que são os combates. Os personagens, superficiais, não provocam empatia. Normalmente, os personagens infantis são contagiantes, mas nem isso o filme nos apresenta. A personagem/narradora não tem carisma algum e não serve com fio condutor pra amarrar a história. Enfim, não quero parecer implicante, mas não considero de antemão o filme bom, por conta do diretor/es. Do meu ponto de vista, assisti a um filme fraco dos irmãos Taviani. Assim como já assisti filmes primorosos dos mesmos. Obra-prima pra mim, dos citados diretores, é Pai Patrão, ganhador inclusive da Palma de Ouro. Esse sim, um filme digno da reputação dos irmãos italianos. É só !!
A Fronteira da Alvorada
3.5 91Filme sinistro! A proposta do filme de fazer uma amálgama entre drama e surrealismo funciona bem até a página dois. Levantar a questão do amor incondicional é uma proposta intrigante, quando conduzida de forma a mostrar ao espectador a conta que a entrega apaixonada cobra. Me pareceu o caso. Garrel insinua que a "felicidade burguesa" não contenta às diversas matizes da paixão. Vide a escolha levada a cabo pelo personagem de Garrel, abreviando sua torturante caminhada dentro dessa convenção que lhe foi imposta. Passagens belíssimas, mas que demandam algum discernimento para entende-las. A cada filme, nota-se um amadurecimento de Louis Garrel e isso é promissor, desde que ele não se entegue aos encantos do cinema comercial americano, o que nada parece sugerir. Até o próprio filme parece querer alfinetar Hollywood, quando direciona o marido para aquele lugar, revelando o isolacionismo das pessoas à ela vinculadas e seus prepostos. E a lembrança, sempre oportuna, de que a paixão é o caos. E enlouquece!
Grande filme. E filme pra gente grande !!
Nome Próprio
3.3 294 Assista Agora"Nome Próprio" enfoca a espiral de descontentamento de uma aspirante à escritora. Leandra Leal está muito à vontade(inclusive nas cenas de nudez)e agarra com vontade o papel de Camila, que tenta a carreira na literatura. Filme tão anti-convencional, que o diretor Murilo Salles erra a mão ao longo das mais de duas horas de filme. As cenas de ciúme de Camila são patéticas, e o rosário de palavrões, desnecessários. Tá certo que ela se sente inconformada com o fim do seu relacionamento, fruto de uma traição. A partir daí, ela passa a trilhar um caminho árduo, menos por obra do destino, e mais por seus próprios erros. A personagem, então, usa a fantasia de anti-heroína, para despejar excessos e atitudes extremas na busca da sua própria identidade. Filme estranho, mas que consegue prender a atenção por conta exclusiva da ótima atuação de Leandra Leal, bem diferente do modelo mocinha-bem-comportada que ela exibia ultimamente. Totalmente assistível, não sendo muito exigente.
Em Paris
3.7 252Outro filme apenas mediano. Christophe Honoré já nos brindou com filmes mais consistentes. Engraçado foi ver Louis Garrel em um papel secundário. E olha que ele se saiu muito bem. Digno de registro é a atuação de Guy Marchand, como o pai dos dois filhos descompensados. Não é um filme sobre as angústias da separação...prefere tratar da alegria dos reencontros que surgem a partir de uma crise. É um filme, que como pede o personagem de Romains Duris,sabe respeitar a tristeza das pessoas. Marcante mesmo é a sequência do dueto ao telefone ao som de "Avant la Haine"...De resto, nada muito mais que isso...
Stella
3.9 108Um filme absolutamente prosaico. A se destacar, na minha opinião, não a personagem título, mas a encantadora Gladys, que mesmo podendo permanecer na sua zona de conforto, se preocupa em resgatar a sua amiga "retardatária". Concordo com algumas opiniões já manifestadas, que fica uma sensação de que o filme não disse a que veio. Qual é enfim, a moral da história ? Se não tem, é uma pedida razoável pra se assitir sem compromisso. That´s all.
Estamira
4.3 375 Assista AgoraAchei que houve uma certa romantização da loucura,como se houvesse algum glamour em se encontrar nesse estado mental.Obviamente,respeito as opiniões divergentes,porém não gosto muito de filmes-documentários que se prestam a fazer a apologia de situações que por si só já são bastante trágicas."Não se pode encobrir a nudez forte da verdade, com o manto diáfano da fantasia".É um completo estado de degradação humana o que parte do filme nos revela. Tanto no aspecto físico propriamente dito, como na total falta de assistência a que está submetida a personagem-título.Viver em lixões e não gozar de capacidade plena,fruto do completo abandono institucional,não deve ser objeto de admiração por parte de ninguém que sonha com um "status quo" diferente do que temos hoje.Não consegui rir com Estamira, e quando o fazia, o meu sorriso era amarelo.Seria como rir da nossa própria desgraça.E sinalizar, que ela seria uma digna representante da nossa desesperança.E eu me recuso a ser niilista assim. Como filme, razoável...como realidade, chocante !!!
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraEsse sim, um bom filme sobre as marchas e contramarchas do relacionamento a dois. Percebe-se claramente,desde o início,que existe um descompasso tremendo entre Tom e Summer,resultado dos diferentes pontos de vista manisfestados pelos dois. Ela o enxerga como um sujeito imaturo, mas divertido. E ele,com a pretensiosa intenção de enquadra-la. Visões antípodas demais pra darem certo. Típico de relacionamentos com mulheres bonitas, inteligentes e independentes, quando se quer subjuga-las. Adorei a trilha sonora com hits do The Smiths e de Simon & Garfunkel. Esse sim, um sopro de originalidade para o gênero. Um filme que entrega o que promete, romance light sem ser adocicado. Vale a hora e meia sentado pra assisti-lo.
Amantes
3.5 340Concordo em gênero,número e grau, com a Letícia Andrade. O final do filme denota puro conformismo. É a já conhecida máxima de que não tem tu, vai tu mesmo.E gente, juro que eu tentei...mas não consegui ver toda essa atuação estupensa assim do Joaquin Phoenix, não. Foi frugal, apenas. Um filme pra se ver e esquecer. Nada marcante ou excepcional. Ainda mais com esse final arranjado. Se o roteiro tivesse escolhido outra solução, teria ao menos um toque de originalidade. Da forma como foi, não difere em nada dos novelões da Globo com seus finais manipulados. Sei lá...cheguei ao fim do filme com a sensação de que ficou faltando alguma coisa. Medíocre.
Jogando com Prazer
2.6 634 Assista AgoraFraco até mandar parar. Parece uma tentativa de "recauchutagem" de Gigolô Americano, mas vamos combinar: apesar de tudo, Richard Gere é muito mais ator que o canastrão Kutcher. E a coitada da Anne Heche parece mesmo com a carreira rolando ladeira abaixo. Me impressiona, ás vezes, ver como certos atores/atrizes se prestam a certos papéis, como no caso supracitado. Só se for pelo dinheiro. Ou quem sabe, pelo prazer...E pensar que Kutcher já fez papéis de responsa como em "Efeito borboleta"...Se eu fosse a Demi Moore, tratava logo de fazer uma continuação pra "Ghost" e chamava o seu marido pra fazer o par romântico. Pronto, falei !!
O Banheiro do Papa
4.0 160Uma tragicomédia latina incrivelmente agradável de se ver. Trata do tema sempre em voga da esperança e do desapontamento, da crença na reviravolta versus a assunçao da realidade. Bravos lutadores pela vida, cuja sorte não lhes sorriu, dando exemplos de perseverança. Idéias mirabolantes sendo massacradas pela frustração das espectativas. Nessas terras tão vilipendiadas pela falta absoluta de ética e dignidade, surpreende, mesmo que não ficção, a atitude honrada do pobre Beto, ao recusar uma carona do mafioso local, preferindo levar no lombo, o que acreditava ser o produto de sua redenção. Torci pra que desse certo, de verdade ! Mas até nisso a história honesta. A demostração de confiannça na cena final, só reforça o caráter emblemático desse povo ao sul do Equador. Citações a nós, brasileiros, como se de nós dependesse o sucesso de toda a mobilização que se fez em torno da referida visita da autoridade máxima do Vaticano, a verdadeira "via crucis" a que o personagem central se vê submetido, e todo o engenhoso enredo pra se chegar ao resultado final, fazem desse filme, no meu entender, uma grata surpresa do novo cinema latino-americano e mais especialmente, do sul-americano. Filme do tipo, uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, e acreditem, com resultado surpreendente. Viva o cinema de língua não inglesa !!
Mil Anos de Orações
3.7 23O filme faz uma radiografia precisa da incomunicabilidade muitas vezes reinante entre pai/mãe e filha/o. As longas pausas silenciosas só acentuam o clima de hiato interpessoal a que os personagens são submetidos. A temática da solidão a dois é mais uma vez dilacerada pela cinematografica chinesa, como se a reforçar que a individualidade não tem lugar naquele país, e as angústias pessoais são tratadas como mero formalismo Filme que mostra como a dificuldade de se dialogar vai muito além do idioma. Este, muitas vezes é o menor dos problemas. Tocante !
O Planeta Branco
3.5 5O filme com a fotografia mais impressionante que eu já vi. Verdadeiras pinturas ungidas pela mãe natureza, mostrando quão sem noção é o ser humano, ao por em risco esse espetáculo gratuito que se lhe oferece as outras espécies "irracionais".Uma deslubrante viagem pelos intramuros de geleiras, por apresentação de tipos estranhamente belos da fauna marinha, combinado à perfeição com uma trilha sonora clean e justa. Pra fechar, uma narrativa em francês, que ajuda a realçar o lirismo desse filme/documentário, de um encantamento visual de arrepiar.
Desde Que Otar Partiu
4.0 28 Assista AgoraDetalhe, Filipe: Esther Gorintin, hoje nonagenária, fez seu primeiro filme com 85 anos. Linda história enfocando três gerações convivendo com as diferenças na Geórgia, ex-república soviética. Sopro de vida, no hoje pulsante cinema do leste europeu.
Ben-Hur
4.3 548 Assista AgoraPerfeito. Considero um dos 10 melhores filmes de todos os tempos (2)
Violência Gratuita
3.4 1,3KGente ! Vcs estão gastando muitos neurônios e tempo dedilhando o teclado pra discutir sobre o pior filme do Haneke, simplesmente isso. Tanto o Marcelo quanto à Nana têm razão. O Marcelo quando se arvora no direito de fazer comparações,no que tá coberto de razão. E a Nana quando não gosta dessas comparações. Felizmente vivemos em um país com regime democrático de direito, em que as opiniões não são impostas,menos ainda quando se tratam de questões interpretativas. Defendam sempre o direito de divergir. Isso é que é enriquecedor. Mas voltando ao filme, só discordo dos dois quando fazem muito barulho por nada. Pois esse é o que tem de pior do Haneke !!
Brüno
2.6 1,2K Assista AgoraInacreditavelmente tosco, e por isso mesmo de uma criatividade ímpar. Cohen continua com seu humor cáustico e sem a menor cerimônia c os puristas. Me lembrou "Zoolander",com requintes de escatologia, claro! Deve ser difícil pra Sacha (ironia, o cara tem o nome da filha da xuxa...quer ironia maior? )conseguir verbas pra rodar filmes como esse, que foge inteiramente aos padrões morais médios do americano comum. Enfim, como disse alguém lá embaixo, é ame-o ou deixe-o. Em paz.