A versão de Smells Like Teen Spirit consegue ser ainda pior do que a do Nirvana. Os produtores estão de "parabéns"!
Quanto ao filme em si, é uma história padrão desses filmes de ação protagonizados por personagens femininas. Entretém pelos elementos Marvel, ainda que sejam elementos bem típicos dos anos 2010/2012, mas, vá lá.
Tem cenas muito bonitas isoladamente (a do carro com Vapor Barato é o ápice), mas parece que o Walter Salles tem vergonha da história dele se tornar algo do gênero policial, e acaba puxando o freio de mão em muitos momentos, e a história acaba ficando sem força.
Uma homenagem muito bonita a Brasília Super Rádio FM. Utiliza o próprio ambiente do shopping onde ocorriam os shows ao vivo. Uma obra que se preocupa em reconstruir a áurea da empreitada do casal Garófalo.
Manter uma rádio que toca músicas clássicas, em tempos tão, digamos, apressados e sem substância, selaria inevitavelmente uma data limite para a existência da emissora. Hoje em dia, a rádio homenageada é uma filial da Alpha FM, como tantas outras existentes no espectro "adulto contemporâneo". Algo que deveria ter se mantido como um patrimônio cultural da cidade virou mais uma rádio comercial, e nem o povo e nem o governo fizeram absolutamente nada. Um país sem memória, esse é o Brasil, com pequenos lampejos de consciência, como o demonstrado nesse belo filme.
É bonito. Gosto muito das cenas mostrando ora a mansidão ora a revolta do mar. Pena que jogue um mistério sobre a ligação(?) entre as personagens em dois cantos do mundo sem se preocupar em desenvolver com mais propriedade.
É tão absurdo que aí encontramos a graça. Aqui a Betse de Paula rompeu os limites do nonsense presentes em outras comédias suas (Celeste & Estrela e O Casamento de Louise)
Mais uma excelente parceria do José Miziara com o Nuno Leal Maia! Aqui nós temos um personagem aparentemente malandro, só que, no decorrer da história, vemos que ele se distancia muito(!) dos malandros típicos do cinema nacional, como os interpretados pelo Hugo Carvana. O Ramon é cafajeste, homofóbico e engana até criança, mas o Nuno Leal Maia consegue trazer carisma suficiente para fazer com que nos esqueçamos desses desvios de caráter.
A história é até bem costuradinha na linearidade, no entanto sinto que o mote principal do swing demora para aparecer. Ele só surge efetivamente com a entrada do Anselmo Duarte (todo mundo precisa pagar as contas, hahaha), no mais insiste-se em idas e vindas do Ramon com a Valdete. Pra mim, essa é o único ponto que abaixa a avaliação.
A despeito do início quando o Ramón bate no primo, o filme é até avançado (para os padrões da Boca do Lixo, ressalte-se) no tratamento da comunidade GLS. E possui uma baita trilha-sonora disco.
Grande clássico das Sessão das Dez, do SBT, nos anos 90. Vi quando era moleque, mas não me lembrava de muita coisa, só do Ramon enganando o escoteiro.
Obs: o nome da atriz que interpreta a Valdete é "Ana Maria Braga", mas não se trata da apresentadora da Globo, e, sim, de uma homônima, irmã da Sonia Braga e mãe da Alice Braga.
A melhor utilização de sonoplastia do cinema nacional! Além de ter o melhor desfile de mulheres bonitas da época.
Com uma trama irreverente, o filme consegue subverter (dentro das limitações da Boca do Lixo) o gênero ao colocar o personagem masculino como objeto sexual e as mulheres como predadoras. Não é tão reverenciado como deveria dentro das listas dos críticos que abordam as produções da época.
Grande clássico da Sessão das Dez, antiga sessão de filmes exibida pelo SBT nos anos 90.
Vi muitos comentários aqui na página acusando injustamente Confia em Mim de ser repleto de furos. Pois vamos a verdade factual, porque eu não gosto de desonestidade intelectual nem de espectador que não sabe prestar atenção ao que assiste.
Só existiu 1(uma) cena no filme inteiro que pode ser considerada "furo".
Eu estou falando das drogas na mala do aeroporto. Realmente, num processo judicial não seria difícil para o Caio pedir as imagens gravadas pelas câmeras, já que todo aeroporto do mundo possui sistema de vigilância. Nesse caso, eu acho que o diretor deveria ter colocado a cena das trocas das malas em outro cenário. Na frente do hotel durante a saída do Caio para viajar, por exemplo, onde a Mari poderia usar a mesma desculpa de querer viajar junto. Ou então, que eles se encontrassem em frente ao terminal, onde os carros deixam os passageiros, ali há possibilidade de ter ou não vigilância filmada, ponto cego, etc.
Tirando isso, todas as outras coisas que alguns acusam de ser furos, são simplesmente conectados com o restante da obra. O relógio é explicado por ser de uma irmã importadora. A campanha é realizada por policiais brasileiros, é daquele jeito desastrado mesmo.
Trata-se de um filme de muitas qualidades. Ótimas atuações da dupla principal. Uma trama calcada em casos cotidianos que assistimos todos os dias na TV. Crimes cometidos por pessoas que não usam violência nem deixam documentos rastreáveis, não podendo ser presas.
Num determinado ponto, vemos um confronto de Caio e Mari no apartamento, após a polícia ter frustrado um golpe. Ele não é violento com ela, justamente porque golpistas como ele não são violentos. E isso também ajuda para que, ao final, nós fiquemos refletindo sobre a decisão da Mari em plantar drogas na mala. Afinal, não seria algo excessivo? Leva a reflexão. Se o Caio tivesse agredido Mari, nós não teríamos essa discussão, já que prezaríamos pela segurança física dela. Um baita acerto do diretor que poucos conseguem enxergar!
E tem uma gente aqui generalizando o cinema nacional, que tem muita coisa boa. A própria Globo Filmes produz muito filme fora da caixa, mas eu penso que a maior parte daqui parece que parou de ver filme nacional em 2003.
Se perde no terceiro ato com aqueles delírios lisérgicos pretensiosos e conclusões abruptas de todas as três principais tramas. Sem falar que a trama do Meu Velho é desnecessária.
O destaque aqui é o trio de maconheiros, muito divertido, e, junto ao Zé Elétrico, eles possuem os melhores momentos e diálogos minimamente interessantes. Além de uma bela fotografia e trilha-sonora. Uma pena que a pretensão do diretor calcada em diálogos irregulares fazem a obra derrapar feio, terminando como apenas mais um na prateleira (ou no catálogo).
Causa incômodo ele não se assumir como uma continuação ao mesmo tempo em que liga um mesmo personagem e cidade central de Árido Movie. No mais, é um filme muito mais enxuto e focado do que seu antecessor, sem aqueles delírios lisérgicos pretensiosos.
Quando anunciaram o filme, eu tive receio da escolha do Andre 3000 para interpretar o Hendrix, pois achei que se tratava de um daqueles jogos rasteiros de se aproveitar uma pessoa que faz sucesso com um nicho, jovens rappers, para influenciar na bilheteria da história de um roqueiro dos anos 60. Pois bem, a escalação do protagonista foi a única(!) decisão acertada da produção.
O resto é um amontoado de clichês de cinebiografia, diálogos artificiais, periodização estampada na tela, como se os espectadores não tivessem inteligência suficiente para entender que a história de passa antes do período de sucesso do roqueiro. Sem falar na lentidão e encheção de linguiça.
Claro que seria ótimo ouvir as músicas compostas pelo Hendrix, mas esse não foi o motivo do filme ser um fracasso, e, sim, o roteiro. Inclusive, eu li entrevistas da Kathy Etchingham sobre o comportamento violento do Jimi ser uma mentira. Então eu me pergunto: os produtores falsificaram essa abordagem como uma retaliação a família do Hendrix pela não liberação dos direitos das músicas (a famosa vingancinha)? Ou a família quis se distanciar ao saber que os produtores não eram "confiáveis" para mexer com a história de vida do guitarrista?
O que resta é esperar uma nova cinebiografia mais competente. Sabe-se lá quando.
Como a Vizy consegue ser uma brilhante neurocirurgiã mesmo tendo a inteligência emocional de uma adolescente? Coisas que só uma obra de ficção pode proporcionar. Hahahahaha
Dá a impressão de que os problemas são decorrentes do fato do cara ter mentido que não conhecia a doutora por estar com medo. Só que vamos ser sinceros, ainda que ela não tenha transtorno de personalidade, ou seja, imaginar coisas, o ato de sair dos EUA, largar emprego e amigos, e cruzar o oceano, apenas porque um cara passou uma cantada nela na máquina de café? Ela é doida de pedra! Muito mais perigosa do que se pensava inicialmente.
Experimenta fazer isso com os gêneros trocados. Ou seja, um homem cruzando o oceano para perseguir uma mulher para tu veres a chiadeira que seria nas críticas. Mas, trata-se de uma mulher, então a galera tenta empurrar uma dose de romantismo na parada.
Apesar disso, o filme é muito bom. Fiquei preso no desenrolar dos acontecimentos, e merece a conferida de espectadores que queiram diversificar os olhares, aqui o do cinema húngaro.
Consegue superar o "original" do Carpenter (também um remake, este de Rio Bravo) por ter mais background do bandido, aqui o Bishop. Então o diretor arrisca em escancarar mais os mal feitos, coisa que o Carpenter se omitiu em fazer na obra de 76. Sem falar que o outro lado - agora policiais e não mais uma gangue - também possui muito mais motivação para as ações.
Assisti a versão estendida. Tira um pouco do aspecto de Sessão da Tarde, já que detalha mais o relacionamento "quente" entre o Guy e a Tina, assim como alguns desenlaces da banda. Bons tempos, quando a Liv Tyler era profícua atriz!
O filme é bonito e revoltante ao mesmo tempo. Bonito por trazer essa paixão ao futebol, simbolizado pelo esforço em conseguir alcançar um objetivo. Revoltante porque em certos momentos parece até burrice, afinal, por que se arriscar em ser presa para torcer por uma seleção que compactua com as normas imbecis de uma nação teocrática?
Sim, feras, comigo não tem papinho de relativismo cultural, não. O que se passa nesse país é um absurdo, e se a própria população não consegue resolver, então cabe a países democráticos mudarem isso a força. Chama-se respeito aos direitos humanos, que não pode ser limitado por fronteiras geopolíticas.
Mas, voltando ao filme, as personagens são tão carismáticas que ao longo da história realmente somos tragados para a magia que o futebol desperta, magia de união e de paz.
Itamar não teve reconhecimento devido quando vivo, e também ainda não teve após a morte. Pelo menos esse documentário resume bem a história dele, servindo como um meio para entender com mais clareza quem era esse cidadão bastante excêntrico. Discordo de algumas atitudes que ele teve ao longo da carreira, acho que não é crime querer se profissionalizar e fazer concessões.
Muito criativo. É claro que o espectador saca logo tratar-se de atores, e não passageiros reais, mas o Panahi tem um talento tão grande para dirigir que realmente nós vemos o cidadão comum em cada um deles. As referências a difícil tarefa de produzir arte num país antidemocrático e de terceiro mundo são as melhores coisas. Seja com o pirateiro de DVD (caramba, imagina como deve ser o acesso a internet nesse país), seja com a meninha querendo filmar para escola, um alter ego mais incisivo do próprio diretor. Inclusive, que atriz mirim fantástica. Nunca tinha visto tanto talento com tão pouca idade mesmo no cinema hollywoodiano, conhecido por lapidar estrelas mirim de forma bastante satisfatória. Só fico triste que essa menina (nem sei o nome dela, pois não pode ser creditada) terá o talento desperdiçado, já que, no máximo, fará filmes básicos no próprio país.
Comédia divertida dos anos 90. É isso. Um retrato dos anos 90. Vir aqui com a cabeça de hoje querendo cagar regras sobre os comportamentos dos personagens masculinos é de doer! Sem falar que retratar que os homens são machistas não quer dizer que o filme seja machista, mas que ele capta bem o momento. Só que os justiceiros de internet não conseguem compreender isso, ou segue a cartilha atual ou merece ser desprezado.
...explicaram quem criou o experimento e porque largou...
Fera, por favor, independentemente da explicação que fosse dada no filme, ela não seria crível para quem acha que tudo precisa ser explicado e mastigadinho! Esse é o perigo de fazer um filme fora da caixa e com motivações e final em aberto, o povo médio não consegue sair de uma sessão desse jeito e aí vem reclamar.
Excelente história do Amr Salah, um batalhador que sofre pra trazer cultura de qualidade para um país onde as instituições do governo fazem de tudo para atrapalhar o desenvolvimento cultural. Temos aqui não apenas o amor pelo jazz, um estilo que não é tão popular num mundo tão raso como o atual, e ainda, de lambuja, conhecemos mais sobre a sociedade egípcia.
Uma pena que um documentário desse quilate repousará escondido nos catálogos de streaming da vida.
Ps: andei pesquisando e parece que as coisas estão um pouco melhores para ele nos últimos anos de festival, com o apoio de fundações europeias, claro!
Viúva Negra
3.5 1,0K Assista AgoraA versão de Smells Like Teen Spirit consegue ser ainda pior do que a do Nirvana. Os produtores estão de "parabéns"!
Quanto ao filme em si, é uma história padrão desses filmes de ação protagonizados por personagens femininas. Entretém pelos elementos Marvel, ainda que sejam elementos bem típicos dos anos 2010/2012, mas, vá lá.
Terra Estrangeira
4.1 182 Assista AgoraTem cenas muito bonitas isoladamente (a do carro com Vapor Barato é o ápice), mas parece que o Walter Salles tem vergonha da história dele se tornar algo do gênero policial, e acaba puxando o freio de mão em muitos momentos, e a história acaba ficando sem força.
Rádio Capital Alvorada
3.3 2Uma homenagem muito bonita a Brasília Super Rádio FM. Utiliza o próprio ambiente do shopping onde ocorriam os shows ao vivo. Uma obra que se preocupa em reconstruir a áurea da empreitada do casal Garófalo.
Manter uma rádio que toca músicas clássicas, em tempos tão, digamos, apressados e sem substância, selaria inevitavelmente uma data limite para a existência da emissora. Hoje em dia, a rádio homenageada é uma filial da Alpha FM, como tantas outras existentes no espectro "adulto contemporâneo". Algo que deveria ter se mantido como um patrimônio cultural da cidade virou mais uma rádio comercial, e nem o povo e nem o governo fizeram absolutamente nada. Um país sem memória, esse é o Brasil, com pequenos lampejos de consciência, como o demonstrado nesse belo filme.
Mulher Oceano
3.2 8 Assista AgoraÉ bonito. Gosto muito das cenas mostrando ora a mansidão ora a revolta do mar. Pena que jogue um mistério sobre a ligação(?) entre as personagens em dois cantos do mundo sem se preocupar em desenvolver com mais propriedade.
Vendo ou Alugo
2.3 161 Assista AgoraÉ tão absurdo que aí encontramos a graça. Aqui a Betse de Paula rompeu os limites do nonsense presentes em outras comédias suas (Celeste & Estrela e O Casamento de Louise)
A Maldição do Sanpaku
2.6 14 Assista AgoraParabenizo a tentativa de fazer um noir, mas chega um momento em que a história não sabe mais para onde ir!
Principalmente devido a morte do Gafanhoto, o melhor personagem do filme, e baita atuação do Roberto Bomtempo
Embalos Alucinantes: A Troca de Casais
3.1 9Mais uma excelente parceria do José Miziara com o Nuno Leal Maia! Aqui nós temos um personagem aparentemente malandro, só que, no decorrer da história, vemos que ele se distancia muito(!) dos malandros típicos do cinema nacional, como os interpretados pelo Hugo Carvana. O Ramon é cafajeste, homofóbico e engana até criança, mas o Nuno Leal Maia consegue trazer carisma suficiente para fazer com que nos esqueçamos desses desvios de caráter.
A história é até bem costuradinha na linearidade, no entanto sinto que o mote principal do swing demora para aparecer. Ele só surge efetivamente com a entrada do Anselmo Duarte (todo mundo precisa pagar as contas, hahaha), no mais insiste-se em idas e vindas do Ramon com a Valdete. Pra mim, essa é o único ponto que abaixa a avaliação.
A despeito do início quando o Ramón bate no primo, o filme é até avançado (para os padrões da Boca do Lixo, ressalte-se) no tratamento da comunidade GLS. E possui uma baita trilha-sonora disco.
Grande clássico das Sessão das Dez, do SBT, nos anos 90. Vi quando era moleque, mas não me lembrava de muita coisa, só do Ramon enganando o escoteiro.
Obs: o nome da atriz que interpreta a Valdete é "Ana Maria Braga", mas não se trata da apresentadora da Globo, e, sim, de uma homônima, irmã da Sonia Braga e mãe da Alice Braga.
# Maratona Nuno Leal Maia
O Bem Dotado: O Homem de Itu
2.7 38A melhor utilização de sonoplastia do cinema nacional! Além de ter o melhor desfile de mulheres bonitas da época.
Com uma trama irreverente, o filme consegue subverter (dentro das limitações da Boca do Lixo) o gênero ao colocar o personagem masculino como objeto sexual e as mulheres como predadoras. Não é tão reverenciado como deveria dentro das listas dos críticos que abordam as produções da época.
Grande clássico da Sessão das Dez, antiga sessão de filmes exibida pelo SBT nos anos 90.
# Maratona Nuno Leal Maia
Confia em Mim
3.2 284 Assista AgoraVi muitos comentários aqui na página acusando injustamente Confia em Mim de ser repleto de furos. Pois vamos a verdade factual, porque eu não gosto de desonestidade intelectual nem de espectador que não sabe prestar atenção ao que assiste.
Só existiu 1(uma) cena no filme inteiro que pode ser considerada "furo".
Eu estou falando das drogas na mala do aeroporto. Realmente, num processo judicial não seria difícil para o Caio pedir as imagens gravadas pelas câmeras, já que todo aeroporto do mundo possui sistema de vigilância. Nesse caso, eu acho que o diretor deveria ter colocado a cena das trocas das malas em outro cenário. Na frente do hotel durante a saída do Caio para viajar, por exemplo, onde a Mari poderia usar a mesma desculpa de querer viajar junto. Ou então, que eles se encontrassem em frente ao terminal, onde os carros deixam os passageiros, ali há possibilidade de ter ou não vigilância filmada, ponto cego, etc.
Tirando isso, todas as outras coisas que alguns acusam de ser furos, são simplesmente conectados com o restante da obra. O relógio é explicado por ser de uma irmã importadora. A campanha é realizada por policiais brasileiros, é daquele jeito desastrado mesmo.
Trata-se de um filme de muitas qualidades. Ótimas atuações da dupla principal. Uma trama calcada em casos cotidianos que assistimos todos os dias na TV. Crimes cometidos por pessoas que não usam violência nem deixam documentos rastreáveis, não podendo ser presas.
Num determinado ponto, vemos um confronto de Caio e Mari no apartamento, após a polícia ter frustrado um golpe. Ele não é violento com ela, justamente porque golpistas como ele não são violentos. E isso também ajuda para que, ao final, nós fiquemos refletindo sobre a decisão da Mari em plantar drogas na mala. Afinal, não seria algo excessivo? Leva a reflexão. Se o Caio tivesse agredido Mari, nós não teríamos essa discussão, já que prezaríamos pela segurança física dela. Um baita acerto do diretor que poucos conseguem enxergar!
E tem uma gente aqui generalizando o cinema nacional, que tem muita coisa boa. A própria Globo Filmes produz muito filme fora da caixa, mas eu penso que a maior parte daqui parece que parou de ver filme nacional em 2003.
Árido Movie
3.6 207Se perde no terceiro ato com aqueles delírios lisérgicos pretensiosos e conclusões abruptas de todas as três principais tramas. Sem falar que a trama do Meu Velho é desnecessária.
O destaque aqui é o trio de maconheiros, muito divertido, e, junto ao Zé Elétrico, eles possuem os melhores momentos e diálogos minimamente interessantes. Além de uma bela fotografia e trilha-sonora. Uma pena que a pretensão do diretor calcada em diálogos irregulares fazem a obra derrapar feio, terminando como apenas mais um na prateleira (ou no catálogo).
Acqua Movie
3.2 10Causa incômodo ele não se assumir como uma continuação ao mesmo tempo em que liga um mesmo personagem e cidade central de Árido Movie. No mais, é um filme muito mais enxuto e focado do que seu antecessor, sem aqueles delírios lisérgicos pretensiosos.
Jimi: Tudo a Meu Favor
3.0 113 Assista AgoraQuando anunciaram o filme, eu tive receio da escolha do Andre 3000 para interpretar o Hendrix, pois achei que se tratava de um daqueles jogos rasteiros de se aproveitar uma pessoa que faz sucesso com um nicho, jovens rappers, para influenciar na bilheteria da história de um roqueiro dos anos 60. Pois bem, a escalação do protagonista foi a única(!) decisão acertada da produção.
O resto é um amontoado de clichês de cinebiografia, diálogos artificiais, periodização estampada na tela, como se os espectadores não tivessem inteligência suficiente para entender que a história de passa antes do período de sucesso do roqueiro. Sem falar na lentidão e encheção de linguiça.
Claro que seria ótimo ouvir as músicas compostas pelo Hendrix, mas esse não foi o motivo do filme ser um fracasso, e, sim, o roteiro. Inclusive, eu li entrevistas da Kathy Etchingham sobre o comportamento violento do Jimi ser uma mentira. Então eu me pergunto: os produtores falsificaram essa abordagem como uma retaliação a família do Hendrix pela não liberação dos direitos das músicas (a famosa vingancinha)? Ou a família quis se distanciar ao saber que os produtores não eram "confiáveis" para mexer com a história de vida do guitarrista?
O que resta é esperar uma nova cinebiografia mais competente. Sabe-se lá quando.
Preparativos para Ficarmos Juntos por Tempo Indefinido
2.9 21 Assista AgoraComo a Vizy consegue ser uma brilhante neurocirurgiã mesmo tendo a inteligência emocional de uma adolescente? Coisas que só uma obra de ficção pode proporcionar. Hahahahaha
Dá a impressão de que os problemas são decorrentes do fato do cara ter mentido que não conhecia a doutora por estar com medo. Só que vamos ser sinceros, ainda que ela não tenha transtorno de personalidade, ou seja, imaginar coisas, o ato de sair dos EUA, largar emprego e amigos, e cruzar o oceano, apenas porque um cara passou uma cantada nela na máquina de café? Ela é doida de pedra! Muito mais perigosa do que se pensava inicialmente.
Experimenta fazer isso com os gêneros trocados. Ou seja, um homem cruzando o oceano para perseguir uma mulher para tu veres a chiadeira que seria nas críticas. Mas, trata-se de uma mulher, então a galera tenta empurrar uma dose de romantismo na parada.
Apesar disso, o filme é muito bom. Fiquei preso no desenrolar dos acontecimentos, e merece a conferida de espectadores que queiram diversificar os olhares, aqui o do cinema húngaro.
Assalto à 13ª Delegacia
3.2 134 Assista AgoraConsegue superar o "original" do Carpenter (também um remake, este de Rio Bravo) por ter mais background do bandido, aqui o Bishop. Então o diretor arrisca em escancarar mais os mal feitos, coisa que o Carpenter se omitiu em fazer na obra de 76. Sem falar que o outro lado - agora policiais e não mais uma gangue - também possui muito mais motivação para as ações.
Fútil e Inútil
3.1 51 Assista AgoraJoel McHale interpretando Chevy Chase. Quem assiste Community acha essa escolha genial!
O Balão Branco
4.0 80A pior coisa que existe é gente mal agradecida, que não diz nem obrigado quando é ajudada!
The Wonders: O Sonho Não Acabou
3.9 563Assisti a versão estendida. Tira um pouco do aspecto de Sessão da Tarde, já que detalha mais o relacionamento "quente" entre o Guy e a Tina, assim como alguns desenlaces da banda. Bons tempos, quando a Liv Tyler era profícua atriz!
Fora do Jogo
4.1 26O filme é bonito e revoltante ao mesmo tempo. Bonito por trazer essa paixão ao futebol, simbolizado pelo esforço em conseguir alcançar um objetivo. Revoltante porque em certos momentos parece até burrice, afinal, por que se arriscar em ser presa para torcer por uma seleção que compactua com as normas imbecis de uma nação teocrática?
Sim, feras, comigo não tem papinho de relativismo cultural, não. O que se passa nesse país é um absurdo, e se a própria população não consegue resolver, então cabe a países democráticos mudarem isso a força. Chama-se respeito aos direitos humanos, que não pode ser limitado por fronteiras geopolíticas.
Mas, voltando ao filme, as personagens são tão carismáticas que ao longo da história realmente somos tragados para a magia que o futebol desperta, magia de união e de paz.
Daquele Instante em Diante
4.4 25Itamar não teve reconhecimento devido quando vivo, e também ainda não teve após a morte. Pelo menos esse documentário resume bem a história dele, servindo como um meio para entender com mais clareza quem era esse cidadão bastante excêntrico. Discordo de algumas atitudes que ele teve ao longo da carreira, acho que não é crime querer se profissionalizar e fazer concessões.
Táxi Teerã
4.0 80 Assista AgoraMuito criativo. É claro que o espectador saca logo tratar-se de atores, e não passageiros reais, mas o Panahi tem um talento tão grande para dirigir que realmente nós vemos o cidadão comum em cada um deles. As referências a difícil tarefa de produzir arte num país antidemocrático e de terceiro mundo são as melhores coisas. Seja com o pirateiro de DVD (caramba, imagina como deve ser o acesso a internet nesse país), seja com a meninha querendo filmar para escola, um alter ego mais incisivo do próprio diretor. Inclusive, que atriz mirim fantástica. Nunca tinha visto tanto talento com tão pouca idade mesmo no cinema hollywoodiano, conhecido por lapidar estrelas mirim de forma bastante satisfatória. Só fico triste que essa menina (nem sei o nome dela, pois não pode ser creditada) terá o talento desperdiçado, já que, no máximo, fará filmes básicos no próprio país.
Como Ser Solteiro
2.6 35 Assista AgoraComédia divertida dos anos 90. É isso. Um retrato dos anos 90. Vir aqui com a cabeça de hoje querendo cagar regras sobre os comportamentos dos personagens masculinos é de doer! Sem falar que retratar que os homens são machistas não quer dizer que o filme seja machista, mas que ele capta bem o momento. Só que os justiceiros de internet não conseguem compreender isso, ou segue a cartilha atual ou merece ser desprezado.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraVi gente reclamando porque não...
...explicaram quem criou o experimento e porque largou...
Fera, por favor, independentemente da explicação que fosse dada no filme, ela não seria crível para quem acha que tudo precisa ser explicado e mastigadinho! Esse é o perigo de fazer um filme fora da caixa e com motivações e final em aberto, o povo médio não consegue sair de uma sessão desse jeito e aí vem reclamar.
Cairo Jazzman
4.1 1 Assista AgoraExcelente história do Amr Salah, um batalhador que sofre pra trazer cultura de qualidade para um país onde as instituições do governo fazem de tudo para atrapalhar o desenvolvimento cultural. Temos aqui não apenas o amor pelo jazz, um estilo que não é tão popular num mundo tão raso como o atual, e ainda, de lambuja, conhecemos mais sobre a sociedade egípcia.
Uma pena que um documentário desse quilate repousará escondido nos catálogos de streaming da vida.
Ps: andei pesquisando e parece que as coisas estão um pouco melhores para ele nos últimos anos de festival, com o apoio de fundações europeias, claro!
O Homem Nu
2.8 82Transportou aquele climão de história do Para gostar de ler, logo não tinha como ser mais profundo do que foi. Uma boa obra carvaniana!