Se o original era curto e grosso, indo direto ao ponto, esse aqui não acrescenta nada de interessante. A primeira cena perde feio se comparada ao outro filme rodado há mais de vinte anos atrás. Fora que se estende mais do que devia com liçãozinha de moral brega bem ao estilo oriental.
"Esta cova em que estás, com palmos medida. É a conta menor que tiraste em vida É de bom tamanho, nem largo nem fundo. É a parte que te cabe deste latifúndio Não é cova grande, é cova medida. É a terra que querias ver dividida É uma cova grande pra teu pouco defunto. Mas estarás mais ancho que estavas no mundo É uma cova grande pra tua carne pouca. Mas à terra dada, não se abre a boca"
Muito mais honesto que qualquer programa de televisão sobre os masterchefs; o plano sequência de uma noite num restaurante que se vende como perfeito, mas que por trás de todos, expõe todo os seus limites humanos e pressões, convence pelos momentos de tensão e sacrifício por cada prato que precisa chegar em nossas mesas em conciliação com suas próprias vidas. E que atuação perfeita do Stephen Graham!
Após contato com um estranho homem no aeroporto onde trabalha, (cena bastante intrigante) um segurança de inspeção com uma existência pessoal minguada começa a se portar de maneira esquisita, como sugere o título. À partir daí ele passa por um escoamento pessoal pelas ruas da cidade. A proposta é sensacional e o ator tem todo o cenário para exercer sua liberdade de atuação. Uma pena que o filme não se mantém no cuidado de parecer crível em alguns momentos, contudo não deixa de ser um ótimo exercício sobre a moderna paranoia urbana.
Nunca se sabe ao certo o que ocorreu, mas entendo que o homem do aeroporto que já estava descontrolado, transmitiu essa carga de explosão interior ao segurança. E na altura do vórtice dele (na cena do acidente de carro) o nosso protagonista parece também repassar ao motorista essa autolibertação como numa corrente.
Nisso se entende que do jeito que andam as coisas por aí, basta apenas um segundo para que tudo venha a se desintegrar.
Está cada vez mais raro hoje em dia um diretor com coragem suficiente para enraizar-se no mais profundo e complexo da consciência humana e brandir ao público todas as vísceras que ele trouxe de lá. Afinal, falar da desumanidade incomoda, repele e afasta a maioria das pessoas. Então falar da humanidade como a gente deseja ao mundo, é muito mais cômodo.
Assisti "Asphalte" o filme anterior do diretor, mas só descobri isso depois; buscando mais fontes sobre esse nome: Samuel Benchetrit e estarrecido com o que havia presenciado com esse "Chien".
Embora Asphalte não seja caótico, pessimista e radical, o diretor é um nome que seguirei de perto agora, a fim de ver se ele não vai abandonar o barco em que entrou nesse trabalho tão bizarro, intenso e com fortes ecos do cinema do Alex van Warmerdan e da estranha onda do cinemas grego de uns anos atrás.
Cheguei a traçar um paralelo irônico com o personagem Jó da bíblia, mas com os dois pés na era contemporânea, mas ainda assim o filme sobre um homem aparentemente comum, que aceitou sem relutância seu processo de desumanização tem características sombrias, mas muito próprias.
Logo no início, fui fisgado quando alguém lá do alto escalão traça um paralelo sobre a pulverização de fungos em vinícolas com a nova doença da ideologia. O discurso muito se assemelha com coisas que já ouvi por aí, mas aqui no filme do Gavras, enquanto tudo é dito com metáforas e palavras rebuscadas, hoje não se leva nem mais em consideração a questão dos disfarces; tudo é dito de forma direta e descarada.
Gavras fala da corrupção (a única que deveria ser pulverizada) dos peixes grandes e pequenos, gente do alto e baixo escalão, condecorados e uniformizados. Tudo juntos e todos sujos. Mais do que um filme, Z é uma carabina cuspindo na cara de todos eles.
Mais um daqueles filmes que o diretor parece ter rodado unicamente para exaltar a beleza de uma atriz, neste caso Sophie Marceau. E como ele consegue! A história não é lá essas coisas apesar de ter características notáveis do universo Zulawskiano.
Me identifiquei demais! E se fosse só comigo, eu choraria. Quem nunca se viu analisando a própria vida num ângulo que não estamos lá? A vida não é exatamente isso? Sermos todos nós, a pior pessoa do mundo para nós mesmo?
E quanto a negar, deixa tudo ainda bem mais triste. Por isso o segredo é viver e achar que fizemos todas as escolhas certas mesmo que a vida te estenda momentos dizendo que não. O jeito é seguir e rir para não chorar.
Impossível não lembrar do brasileiro "Um copo de cólera" porém sem o excelente texto do Raduan Nassar. O que falta de linguagem rebuscada aqui, sobra em intensidade de pele com pele.
As primeira sessões do casal foram bem bobinhas, mas à partir do momento que o contato dos personagens se acentuam, a coisa vai ficando estranhamente excitante.
Fiquei ainda pensando no quão "marcante" deve ter sido para o casal de atores interpretarem seus papéis.
Aqui, o segmento da mulher sequestrada poderia ser contado à parte e se sairia melhor que o próprio conjunto inteiro de histórias.
A filmografia desse país é sempre feita com esse mar de sangue, suor e lágrimas. Pessimismo, e desesperança corroendo os personagens como já fizeram com toda o cenário ao redor.
"Se quer olhar para alguém de verdade, sua única opção é olhar diretamente para si mesmo"
Para ter uma base do universo que Murakami concede em cada uma de suas leituras, a duração desse filme faz-se mais do que necessária sim. São três horas que te solta no meio daqueles personagens que viajam por paisagens frias à procura de si mesmo mal sabendo que a resposta para todas as agruras estão dentro deles próprios. E só um diretor de calibre tem o tom de narrativa certo para conseguir o feito. Aquela penultima cena é de uma profundidade que conversa direto com a alma ou com aquilo que acreditamos que exista dentro de nós.
É bizarro sim, mas tem uma ótima discussão sobre os prazeres sexuais; o que deve ser levado em conta para ser considerado um prazer sexual, quais foram suas mutações ao longo do tempo ou o que a sociedade acha de outras formas de sentir prazer que são diferente das suas.
Em sua forma mais peculiar, o filme disse tudo isso para a nossa triste, fria e subjugada sociedade.
Posso ter viajado muito na interpretação mas foi isso que extrai dele além de ter sentido vibes altíssimas de Sion Sono no roteiro e execução
A gente sabe que o mundo não vai nada bem, quando numa data tão importante para os americanos como o Dia de Ação de Graças; mazelas como traição, doença, pesadelos noturnos, depressões e amores perdidos, manifestam-se a ponto de cobrir tudo ao redor.
As lembranças dos momentos passados são os vestígios que ficam, ao sentar dos personagens.
Carta de uma Desconhecida
4.2 59 Assista Agora"Isso é mais forte do que eu"
Quem poderia afirmar isso mais do que ela?
Willow (Vrba)
2.9 2Com uma mão, o diretor nos presenteia com a beleza da maternidade e com a outra ele nos angustia. Assim como ela é ou parece ser.
Cubo: A Caixa do Medo
2.2 61 Assista AgoraSe o original era curto e grosso, indo direto ao ponto, esse aqui não acrescenta nada de interessante.
A primeira cena perde feio se comparada ao outro filme rodado há mais de vinte anos atrás. Fora que se estende mais do que devia com liçãozinha de moral brega bem ao estilo oriental.
Morte e Vida Severina
3.7 23"Esta cova em que estás, com palmos medida. É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo nem fundo. É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida. É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto. Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra tua carne pouca. Mas à terra dada, não se abre a boca"
Filme mais brasileiro como este não existe!
O Chef
3.9 31 Assista AgoraMuito mais honesto que qualquer programa de televisão sobre os masterchefs; o plano sequência de uma noite num restaurante que se vende como perfeito, mas que por trás de todos, expõe todo os seus limites humanos e pressões, convence pelos momentos de tensão e sacrifício por cada prato que precisa chegar em nossas mesas em conciliação com suas próprias vidas. E que atuação perfeita do Stephen Graham!
A Vida Útil - Um Conto de Cinema
3.2 38Um belíssimo olhar sobre retirar as pedras que se acumulam em nossa volta e nem percebemos.
Ali in Wonderland
3.6 1"Racismo francês. São uns bastardos. Nem todos, mas 95%"
Surto
2.8 14 Assista AgoraApós contato com um estranho homem no aeroporto onde trabalha, (cena bastante intrigante) um segurança de inspeção com uma existência pessoal minguada começa a se portar de maneira esquisita, como sugere o título. À partir daí ele passa por um escoamento pessoal pelas ruas da cidade.
A proposta é sensacional e o ator tem todo o cenário para exercer sua liberdade de atuação. Uma pena que o filme não se mantém no cuidado de parecer crível em alguns momentos, contudo não deixa de ser um ótimo exercício sobre a moderna paranoia urbana.
Nunca se sabe ao certo o que ocorreu, mas entendo que o homem do aeroporto que já estava descontrolado, transmitiu essa carga de explosão interior ao segurança. E na altura do vórtice dele (na cena do acidente de carro) o nosso protagonista parece também repassar ao motorista essa autolibertação como numa corrente.
Nisso se entende que do jeito que andam as coisas por aí, basta apenas um segundo para que tudo venha a se desintegrar.
Chien
3.5 2Está cada vez mais raro hoje em dia um diretor com coragem suficiente para enraizar-se no mais profundo e complexo da consciência humana e brandir ao público todas as vísceras que ele trouxe de lá. Afinal, falar da desumanidade incomoda, repele e afasta a maioria das pessoas. Então falar da humanidade como a gente deseja ao mundo, é muito mais cômodo.
Assisti "Asphalte" o filme anterior do diretor, mas só descobri isso depois; buscando mais fontes sobre esse nome: Samuel Benchetrit e estarrecido com o que havia presenciado com esse "Chien".
Embora Asphalte não seja caótico, pessimista e radical, o diretor é um nome que seguirei de perto agora, a fim de ver se ele não vai abandonar o barco em que entrou nesse trabalho tão bizarro, intenso e com fortes ecos do cinema do Alex van Warmerdan e da estranha onda do cinemas grego de uns anos atrás.
Cheguei a traçar um paralelo irônico com o personagem Jó da bíblia, mas com os dois pés na era contemporânea, mas ainda assim o filme sobre um homem aparentemente comum, que aceitou sem relutância seu processo de desumanização tem características sombrias, mas muito próprias.
Um filme para poucos.
Z
4.4 122Logo no início, fui fisgado quando alguém lá do alto escalão traça um paralelo sobre a pulverização de fungos em vinícolas com a nova doença da ideologia. O discurso muito se assemelha com coisas que já ouvi por aí, mas aqui no filme do Gavras, enquanto tudo é dito com metáforas e palavras rebuscadas, hoje não se leva nem mais em consideração a questão dos disfarces; tudo é dito de forma direta e descarada.
Gavras fala da corrupção (a única que deveria ser pulverizada) dos peixes grandes e pequenos, gente do alto e baixo escalão, condecorados e uniformizados. Tudo juntos e todos sujos.
Mais do que um filme, Z é uma carabina cuspindo na cara de todos eles.
Minhas Noites São Mais Belas que Seus Dias
3.4 6Mais um daqueles filmes que o diretor parece ter rodado unicamente para exaltar a beleza de uma atriz, neste caso Sophie Marceau. E como ele consegue!
A história não é lá essas coisas apesar de ter características notáveis do universo Zulawskiano.
Medéia
3.8 74Jasão ficou perdido entre os cabelos esvoaçantes de Medea, tal como um piolho agonizando.
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 601 Assista AgoraMe identifiquei demais!
E se fosse só comigo, eu choraria.
Quem nunca se viu analisando a própria vida num ângulo que não estamos lá? A vida não é exatamente isso? Sermos todos nós, a pior pessoa do mundo para nós mesmo?
E quanto a negar, deixa tudo ainda bem mais triste. Por isso o segredo é viver e achar que fizemos todas as escolhas certas mesmo que a vida te estenda momentos dizendo que não. O jeito é seguir e rir para não chorar.
2046 - Os Segredos do Amor
4.0 150 Assista AgoraÉ impossível sair impassível depois de um filme desse homem. É sempre aquela overdose de sentimentos.
Minhas Sessões de Luta
3.2 7Impossível não lembrar do brasileiro "Um copo de cólera" porém sem o excelente texto do Raduan Nassar. O que falta de linguagem rebuscada aqui, sobra em intensidade de pele com pele.
As primeira sessões do casal foram bem bobinhas, mas à partir do momento que o contato dos personagens se acentuam, a coisa vai ficando estranhamente excitante.
Fiquei ainda pensando no quão "marcante" deve ter sido para o casal de atores interpretarem seus papéis.
Bad Roads
3.4 4Aqui, o segmento da mulher sequestrada poderia ser contado à parte e se sairia melhor que o próprio conjunto inteiro de histórias.
A filmografia desse país é sempre feita com esse mar de sangue, suor e lágrimas. Pessimismo, e desesperança corroendo os personagens como já fizeram com toda o cenário ao redor.
Medo, Ansiedade e Depressão
3.2 6O primeiro loser a gente não esquece. E nada como Todd Solondz interpretando um.
Deserto Particular
3.8 183 Assista AgoraDesde Bacurau que eu não via um filme nacional com tanto "culhão"
Drive My Car
3.8 382 Assista Agora"Se quer olhar para alguém de verdade, sua única opção é olhar diretamente para si mesmo"
Para ter uma base do universo que Murakami concede em cada uma de suas leituras, a duração desse filme faz-se mais do que necessária sim.
São três horas que te solta no meio daqueles personagens que viajam por paisagens frias à procura de si mesmo mal sabendo que a resposta para todas as agruras estão dentro deles próprios. E só um diretor de calibre tem o tom de narrativa certo para conseguir o feito. Aquela penultima cena é de uma profundidade que conversa direto com a alma ou com aquilo que acreditamos que exista dentro de nós.
Matéria Estranha - Edição Completa
3.0 1É bizarro sim, mas tem uma ótima discussão sobre os prazeres sexuais; o que deve ser levado em conta para ser considerado um prazer sexual, quais foram suas mutações ao longo do tempo ou o que a sociedade acha de outras formas de sentir prazer que são diferente das suas.
Em sua forma mais peculiar, o filme disse tudo isso para a nossa triste, fria e subjugada sociedade.
Posso ter viajado muito na interpretação mas foi isso que extrai dele além de ter sentido vibes altíssimas de Sion Sono no roteiro e execução
The Humans
3.4 44 Assista AgoraA gente sabe que o mundo não vai nada bem, quando numa data tão importante para os americanos como o Dia de Ação de Graças; mazelas como traição, doença, pesadelos noturnos, depressões e amores perdidos, manifestam-se a ponto de cobrir tudo ao redor.
As lembranças dos momentos passados são os vestígios que ficam, ao sentar dos personagens.
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraVerhoeven retira um espinho enorme da garganta e espeta na bunda da igreja.
A terra dos filhos
3.2 2Arrivederci Italia.
Anônimo Veneziano
3.7 11"Era maravilhoso demais para durar"