Um tipo de humor sarcástico que não arranca gargalhadas, mas causa cócegas no cérebro e sorrisos de canto de boca. Melhor sequência de abertura. Melhor casamento inadequado.
Isso é o que acontece diariamente com as pessoas trans. Têm suas identidades negadas enquanto vivas, pois dificilmente conseguem mudar o nome no registro civil, e também depois da morte, quando a família faz questão de enterrá-las com o nome de batismo. Só conhecemos a personagem como “Aristeu”. O resto foi silenciado e apagado. Sobraram só os sapatos.
O bom do documentário são os depoimentos de pessoas que talvez não tenham oportunidade de conversar com ninguém sobre suas vivências e sentimentos. Vozes de fora da famosa bolha. A questão indígena aparece superficialmente, porém.
A naturalidade com que os entrevistados expressam seu ódio contra os homossexuais é assustadora. Fico pensando: hoje em dia as pessoas em geral escolhem melhor as palavras, mas será que realmente pensam diferente?
Fascinante ver a galeria Alaska pulsando no auge. Semprei ouvi dizer que foi um lugar clássico de pegação gay no Rio. Virou até música do Agnaldo Timóteo, Galeria do amor (maravilhosa de tão babadeira e tão brega).
Lembro de encontrar no youtube há muito tempo atrás, quando ainda não havia tanto conteúdo LGBT no youtube. Até hoje acho engraçadas as caras e bocas da drag.
Tem interesse principalmente histórico e estético, já que o enredo é bem singelo (mas tocante mesmo assim). Curioso notar que a diferença entre as duas Alemanhas fica evidente na própria feitura do filme: as imagens do lado capitalista são em película, enquanto as imagens do lado socialista foram captadas clandestinamente em super 8.
Muito amor envolvido. Um filme que eu assistia quando criança (passava na TV Cultura, eu acho) e adorava. Naquela época eu não sabia quem era Humberto Mauro, nem o que é montagem cinematográfica, nem nada nesse sentido. Amava com coração de criança.
Clássico total. É bom? Sei lá. Nada convence muito bem, nem as atuações, nem os diálogos, tampouco a recriação de época (e olha que custou caro). Mas talvez a tosqueira seja a força do filme. É maraviruim, guilty pleasure.
Definitivamente, não é um filme pra todos os públicos, muito menos pra toda a família (risos nervosos). Senti desconforto misturado com uma pesada pitada de fascínio. Algumas imagens nunca mais saíram da minha cabeça. Cinema extremo.
É fantástico como as questões da negritude e da homossexualidade vão além das palavras (brilhantes, por sinal) nesse filme: a própria montagem tem um ritmo que remete aos temas. Potente e pungente demais pra ser ignorado - embora seja.
O contrário de Hollywood. O outro lado dos Estados Unidos. A vida dos outsiders representada de um jeito outsider, sem verniz, sem bons modos, sem final feliz, inadequado. Todo coisado.
.lVi esse filme no cinema quando saiu e lembro de ter gostado muito. Recentemente revi em parte e achei inofensivo e cheio de clichês. Talvez o filme tenha envelhecido mal. Talvez eu tenha mudado nesse meio tempo. Seja como for, arranca algumas risadas descontraídas, por causa do elenco. Mas não serve para quebrar estereótipos, muito pelo contrário.
Existe filme sobre travestis muçulmanas na Alemanha? Existe, sim. É este daqui. Tem um pouco de comédia, um pouco de drama, diversos conflitos simultâneos de gente babadeira e desaquendada na vida. Gostei principalmente das personagens coadjuvantes. As amigas de Lola são choque de monstro, né não?
Uma ideia complicada mas executada muito bem: fazer um documentário somente com audios de um diário em fita k7 acompanhados com imagens de obras de arte. Simpatizando ou não com o autor do diário falado (não simpatizei), fica difícil não se sentir tocado.
Pra quem gosta do filme, recomendo o documentário Onde a Terra Acaba, sobre o diretor Mário Peixoto e o que ele (não) fez depois de Limite. Acho que tem no Youtube
O filme serviu de propaganda pra algo indefensável, o nazismo, mas é foda em termos artísticos, é impactante, belo até. Planos e montagem de tirar o fôlego. O jeito é assistir separando a obra da mensagem, dentro do possível.
Iconoclasta e subversivo como os filmes anteriores do diretor, mas menos fértil de ideias. Acaba se tornando repetitivo e parece mais longo do que realmente é. Ainda assim, merece uma espiada sem expectativa demais.
É divertido em diversos momentos, mas bem problemático quanto à representação feminina e especialmente quanto à representação da figura da doméstica, que não aparece como uma pessoa que presta um serviço, mas como um pedaço de carne sem vontade própria disponível ao desejo dos patrões. De certa forma, exemplifica a mentalidade escravista e patriarcal brasileira.
Johan é o objeto de desejo, significa o próprio desejo. Como todo desejo, é uma incompletude, uma busca por. Não tem obrigação de ser correto, ele só brota e reluz, bem babadeiro.
Visão libertária do mundo gay imediatamente anterior à epidemia de HIV. Serve como documento de uma era. Mas serve também como deleite: uma comédia irreverente, despudorada e um pouco cínica, vestida de couro e buá.
A Confusão de Gêneros
3.2 4Um tipo de humor sarcástico que não arranca gargalhadas, mas causa cócegas no cérebro e sorrisos de canto de boca. Melhor sequência de abertura. Melhor casamento inadequado.
Os Sapatos de Aristeu
4.0 10Isso é o que acontece diariamente com as pessoas trans. Têm suas identidades negadas enquanto vivas, pois dificilmente conseguem mudar o nome no registro civil, e também depois da morte, quando a família faz questão de enterrá-las com o nome de batismo. Só conhecemos a personagem como “Aristeu”. O resto foi silenciado e apagado. Sobraram só os sapatos.
O Poeta do Castelo
4.3 33Procurei o filme pra ver imagens em movimento de Manuel Bandeira e quando o filme acabou eu já me sentia amigo dele.
Tibira é Gay
3.0 1O bom do documentário são os depoimentos de pessoas que talvez não tenham oportunidade de conversar com ninguém sobre suas vivências e sentimentos. Vozes de fora da famosa bolha. A questão indígena aparece superficialmente, porém.
Vivencial I
3.8 1Lembra os momentos finais do filme Tatuagem. Riponguice de primeira.
Temporada de Caça
4.4 6A naturalidade com que os entrevistados expressam seu ódio contra os homossexuais é assustadora. Fico pensando: hoje em dia as pessoas em geral escolhem melhor as palavras, mas será que realmente pensam diferente?
Galeria Alaska
4.1 2Fascinante ver a galeria Alaska pulsando no auge. Semprei ouvi dizer que foi um lugar clássico de pegação gay no Rio. Virou até música do Agnaldo Timóteo, Galeria do amor (maravilhosa de tão babadeira e tão brega).
A Drag a Gozar
2.7 95Lembro de encontrar no youtube há muito tempo atrás, quando ainda não havia tanto conteúdo LGBT no youtube. Até hoje acho engraçadas as caras e bocas da drag.
Westler
3.2 2Tem interesse principalmente histórico e estético, já que o enredo é bem singelo (mas tocante mesmo assim). Curioso notar que a diferença entre as duas Alemanhas fica evidente na própria feitura do filme: as imagens do lado capitalista são em película, enquanto as imagens do lado socialista foram captadas clandestinamente em super 8.
A Velha a Fiar
4.2 70Muito amor envolvido. Um filme que eu assistia quando criança (passava na TV Cultura, eu acho) e adorava. Naquela época eu não sabia quem era Humberto Mauro, nem o que é montagem cinematográfica, nem nada nesse sentido. Amava com coração de criança.
Caligula
3.1 490 Assista AgoraClássico total. É bom? Sei lá. Nada convence muito bem, nem as atuações, nem os diálogos, tampouco a recriação de época (e olha que custou caro). Mas talvez a tosqueira seja a força do filme. É maraviruim, guilty pleasure.
The Houseboy
2.1 24O filme é ruim mas a bunda do caseiro é ótima. Basicamente isso.
Devotee
2.8 7Definitivamente, não é um filme pra todos os públicos, muito menos pra toda a família (risos nervosos). Senti desconforto misturado com uma pesada pitada de fascínio. Algumas imagens nunca mais saíram da minha cabeça. Cinema extremo.
Línguas Desatadas
4.4 32É fantástico como as questões da negritude e da homossexualidade vão além das palavras (brilhantes, por sinal) nesse filme: a própria montagem tem um ritmo que remete aos temas. Potente e pungente demais pra ser ignorado - embora seja.
Trash
3.3 28O contrário de Hollywood. O outro lado dos Estados Unidos. A vida dos outsiders representada de um jeito outsider, sem verniz, sem bons modos, sem final feliz, inadequado. Todo coisado.
Será Que Ele É?
3.4 241 Assista Agora.lVi esse filme no cinema quando saiu e lembro de ter gostado muito. Recentemente revi em parte e achei inofensivo e cheio de clichês. Talvez o filme tenha envelhecido mal. Talvez eu tenha mudado nesse meio tempo. Seja como for, arranca algumas risadas descontraídas, por causa do elenco. Mas não serve para quebrar estereótipos, muito pelo contrário.
Lola e Billy the Kid
3.3 5Existe filme sobre travestis muçulmanas na Alemanha? Existe, sim. É este daqui. Tem um pouco de comédia, um pouco de drama, diversos conflitos simultâneos de gente babadeira e desaquendada na vida. Gostei principalmente das personagens coadjuvantes. As amigas de Lola são choque de monstro, né não?
A Paixão de JL
4.5 72Uma ideia complicada mas executada muito bem: fazer um documentário somente com audios de um diário em fita k7 acompanhados com imagens de obras de arte. Simpatizando ou não com o autor do diário falado (não simpatizei), fica difícil não se sentir tocado.
Limite
4.0 168 Assista AgoraPra quem gosta do filme, recomendo o documentário Onde a Terra Acaba, sobre o diretor Mário Peixoto e o que ele (não) fez depois de Limite. Acho que tem no Youtube
O Triunfo da Vontade
3.8 95 Assista AgoraO filme serviu de propaganda pra algo indefensável, o nazismo, mas é foda em termos artísticos, é impactante, belo até. Planos e montagem de tirar o fôlego. O jeito é assistir separando a obra da mensagem, dentro do possível.
Copacabana Mon Amour
3.9 78 Assista AgoraIconoclasta e subversivo como os filmes anteriores do diretor, mas menos fértil de ideias. Acaba se tornando repetitivo e parece mais longo do que realmente é. Ainda assim, merece uma espiada sem expectativa demais.
Como é Boa Nossa Empregada
3.0 16É divertido em diversos momentos, mas bem problemático quanto à representação feminina e especialmente quanto à representação da figura da doméstica, que não aparece como uma pessoa que presta um serviço, mas como um pedaço de carne sem vontade própria disponível ao desejo dos patrões. De certa forma, exemplifica a mentalidade escravista e patriarcal brasileira.
Johan
2.8 25Johan é o objeto de desejo, significa o próprio desejo. Como todo desejo, é uma incompletude, uma busca por. Não tem obrigação de ser correto, ele só brota e reluz, bem babadeiro.
Táxi Para o Banheiro
3.5 33Visão libertária do mundo gay imediatamente anterior à epidemia de HIV. Serve como documento de uma era. Mas serve também como deleite: uma comédia irreverente, despudorada e um pouco cínica, vestida de couro e buá.