A sequência de dança contemporânea da Jo no bar é de fazer qualquer um chorar e rir ao mesmo tempo. Desperta emoções que duvidamos que existam na gente. Números encantadores. Audrey provando que sabe dançar, mostra que os anos que ela fez de ballet fizeram MUITO BEM a ela. Controle corporal maravilhoso. Leve como uma pluma. Astaire espetaculoso! Pra quem gosta de musical é um prato cheio. Icônico! Magnífico!
Bah, o que tem de gente falando mal desse filme. Que exagero. É divertido. E as divisões dos capítulos? Destaque pro programa de TV e o processo de ejaculação no final. Hilário.
A restauração em bluray ficou DIVINA. Magnânimo. Um dos melhores discos do ABBA. I'm A Marionette, Hole in your Soul, Eagle... O enredo é bem simples, mas eficiente. Assim como o locutor/jornalista. Pobre jornalista. Agnetha e Frida aquecendo a voz é de morrer de amores. Retrata bem o ABBA Mania. Tão intensa quanto a Beatlemania, sem sombra de dúvidas. Amados pelo mundo. E não é pra menos. Mitos. Supremos.
Gloria Swanson e seu olhar esbugalhado dramático, caída no esquecimento e não sabendo lidar com o fato de que seu tempo ficou pra trás. Bem assim como Hollywood faz mesmo: colocam os grandes astros e estrelas no pedestal e ignorando-os quando acham conveniente.
Já dizia Madonna: Hollywood: How could it hurt you when it looks so good?
Maravilhoso! Enid é aquela personagem que amamos odiar. Ela reclama de tudo e de todos, nada tá bom pra ela. Bem, totalmente aceitável pra alguém da idade dela, recém formada. Eu me enxerguei um pouco nela. Ok, bastante. Scarlett e sua voz rouca sexy, marca registrada. Apesar da Thora roubar bem mais a cena do que ela, gosto muito da química das duas nesse filme. Elas são tão diferentes, mas ao mesmo tempo, se completavam, sabe? Mas cada uma seguiu seu caminho, e é justamente isso que acontece com amigos da escola/faculdade. As incertezas da vida. Um filme de muita sensibilidade e uma trilha muito, muito boa. E não, não li a HQ, mas fiquei curioso.
Rever este clássico em alta definição foi, no mínimo, extasiante. Ainda melhor. Bette e Joan MONSTRAS da atuação e, bem, como ter raiva ou ódio de "Baby" Jane Hudson? A gente tem é pena. Pena por ela não ter notado que o tempo passou pra ela, as cantorias patéticas, a voz infantilóide...Pobre Jane...Aliás, WHO THE HELL WAS BABY JANE HUDSON?
Incrível. Tanto o curta como o longa. Se complementam. O curta soa como um trailer, ao meu ver. Há mudanças sutis no percorrer, mas a essência é a mesma. Trata um tema sério com leveza e doçura. E que trilha incrível.
Músicas como Spiegel im Spiegel (que tocou em bastante filme já, por sinal), Modern Love (Bowie, rei das trilhas, tendência), as peças clássicas de Schubert (já vista em Barry Lyndon), Tchaikovsky, Bach, entre outros só acentuam a sensibilidade do filme. Músicas que cresci ouvindo e, sem dúvida, me relacionei bastante. E, por último mas não menos importante, a música chave do filme: There's too much Love, Belle and Sebastian, se encaixou como uma luva. Até o título em inglês foi muito bem sacado: The Way He Looks.
O bullying mostrado no filme acontece sempre mesmo. Natural da idade certas idiotices. É realmente interessante que o preconceito dos colegas de classe era mais por Léo ser cego que homossexual, principalmente nos dias de hoje onde a homofobia e a ignorância não tem limites. Não estou dizendo que não teve piadinhas com esse cunho durante o filme, teve, mas o fato de ele ser cego ocasionou bem mais gracinhas. Outro ponto: não sexualizar demais o assunto, como outros filmes (não estou criticando, é só um ponto que faz HEQVS ser único e sensível).
Os atores: Daniel Audi, Ghilherme Lobo e Tess Amorim: a química dos três, a amizade deles, Dá gosto de ver a leveza das cenas, as risadas, as brigas e como logo de cara Gabriel se deu bem com os dois que, aparentemente, eram os menos populares da turma, ao invés de se juntar com os mais populares e irritantes. Ele tinha tudo pra se juntar aos populares: beleza, carisma e etc, só pra constar.
O final, bem, como era de se esperar mesmo. O que se falou sobre esse filme, o hype todo em cima dele: não foi a toa. Sensibilidade, doçura, REALIDADE. Não só do Léo, mas como de muita gente. E é uma pena que o preconceito impere. No filme, impera de modo mais moderado, mas não exclui o fato de na vida real ser ainda pior a aceitação. Um filme pra ser passado nas escolas, SIM. Doam a quem doer.
Maravilhoso. Uma mulher inspiradora e "radiante", com o perdão da já batida piada. Num período onde a mulher era desacreditada, ela simplesmente mostrou a todos seu potencial e bateu o pé, não desistindo da sua teoria.
Maravilhoso. Atual. Visionário. “Por que o número 451, o que ele significa?” É a temperatura que as folhas dos livros atingem ao serem queimadas. Este romance de ficção científica trata-se de uma distopia: termo que pode ser usado como um fingimento pra falar do futuro quando, na verdade, nada mais é que uma crítica ferrenha ao passado e o presente.
Os rebeldes que conseguiam fugir se refugiavam em florestas próximas a linhas de trem e memorizavam o conteúdo dos livros pra quando o regime passasse. Daí o nome “Pessoas-Livro”. A frase “você está tão ‘livro’ hoje” nunca fez tanto sentido. Logo depois de acabar de ler um livro, queimavam-no. Claro, logo depois de memorizá-lo. Você até pode destruir o livro físico, mas não pode apagá-lo de vez da memória de cada um deles. Era uma ótima forma de se lidar com o regime.
O filme dirigido por Truffaut é bem fiel ao livro, apesar de sutis mudanças no decorrer de algumas cenas em relação às páginas. De mudanças sérias, as únicas são a ausência do Sabujo - o cão de caça mecânico farejador - e do velho sábio Faber, ex-professor. Mas acredite, não perde o impacto. Não vou dar mais detalhes, pois é importante que você leia e assista pra comparar. Como eu sempre digo, nada de estragar surpresas. Apesar de algumas linhas desses parágrafos parecerem spoilers, acreditem, elas não são completas. Pra buscar as respostas com exatidão, leia Fahrenheit 451.
Até onde chega a capacidade de “duas pessoas" que se amam perceberem se seu relacionamento é real ou, no caso, apenas uma programação. Algo completamente utópico um sistema operacional inteligente captar com precisão as preferências de uma pessoa e, automaticamente, aceitar seus defeitos sem pestanejar. O até então feliz escritor colocou fé nesse romance justamente por ser fácil demais, por se encaixar perfeitamente nos gostos dele? É raro o sistema operacional discordar dele em algo, vamos combinar.
Scarlett exala beleza com sua voz rouca sexy e misteriosa e a atuação de Joaquin Phoenix está digna do Oscar, porém, não foi indicado nessa categoria, por ironia do destino. O que é, de fato, um relacionamento? Eis a questão. A tendência é justamente extinguir a interação humana, o corpo a corpo? É possível programar o nosso par perfeito? Sem mais delongas, vão ver HER. Já. Obrigado, de nada.
Bárbaro. Verdadeiro estudo sobre o cotidiano e como a internet diminuiu o contato humano e a vontade de viver. Além de ser uma boa aula de arquitetura e o melhor disso: usando a mesma pra explicar a verdadeira essência da pessoa que vive essa “cultura do inquilino”, como o próprio filme denomina.
O próprio título já diz: Medianera, aquela parte lisa e sem serventia dos edifícios, geralmente usada como propaganda. Soa como uma prisão e, então, somos obrigados a quebrar parte dela (um buraco ilegal) pra conseguirmos enxergar o que há muito não enxergamos.
Temo dizer que me enxerguei nesse filme. A mim, o vizinho, você aí sentado que tá lendo isso que eu tô escrevendo. É inevitável essa solidão que assola a tudo e a todos. Aquela velha e batida história de que “a internet te põe cara a cara com o mundo, mas te afasta da própria vida”.
O único que falta pra completar minha coleção de DVDs dessa franquia. É o meu preferido também. A cena da menina morrendo na cama de bronzeamento ao som de Love Rollercoaster é épica!!!!
Só a tensão psicológica, o desconhecido, já faz a gente se borrar de medo. Filmes que não precisam derramar uma gota de sangue pra tirar o nosso sono. Os Inocentes (1961), inspirou filmes como Os Outros (com a Nicole Kidman). Deborah Kerr está demais e justamente esse final no ar, essa ambiguidade entre loucura e sanidade que dá o tom. E, claro, o preto e branco que colabora ainda mais pra filmes do gênero.
Filme tão real, tão verdadeiro. Mesmo sobre simulacros. Trilha sonora impecável, fotografia idem. Expressa bem a vida de aparências, uma vida fake e mal vivida, cujas pessoas da família descontam umas nas outras justamente pela falta de comunicação entre eles. A típica família clichê americana.
Poucos veem a vida como Ricky, infelizmente. Angela se descobrindo "comum" e logo seu ego se apaga. E a máscara máscula e autoritária do fuzileiro naval, pai de Ricky? Engraçado o rumo que o filme toma e a verdade vai aparecendo gradativamente.
E Lester narrando dá um ar Brás Cubas, se é que me entendem. Supremo. Oscar de Melhor Filme e de Melhor Ator pra Kevin Spacey merecidos. Ele vivia uma vida de mentira. Realmente, era como se ele já estivesse morto há muito tempo. Daí o título "Dead Already". Demais.
E, de novo, posso falar? Puta trilha do Thomas Newman! Se encaixa como uma luva na aura do filme.
Sabe aquelas pessoas que caso esbarrassem umas nas outras no corredor jamais se olhariam na cara? Pois é. Nenhuma delas quer se auto analisar, são jovens demais. Principalmente por terem medo de descobrir quem realmente são. Assim é a adolescência. E esse filme expressa isso de uma forma bem objetiva.
Perfeito. Atuações excelentes, realmente a cara dos anos 90! Bridget tá linda! Mas confesso que é previsível. Ainda assim, não tiro o mérito. Um suspense muito do bem feito!
De cara, a gente saca que vai gostar da história. É sobre um ator que desistiu dos palcos, Serge, interpretado por Fabrice Luchini, e que vive recluso em Ilê de Ré, uma ilha na costa oeste da França. Serge é convidado por Gaulthier (Lambert Wilson), um dos atores bem mais pagos da país por interpretar um médico a la Dr House numa série de TV, a atuar na peça “O Misantropo” de Moliére. Ele faz doce pra aceitar o papel no começo (nossa, que termo mais “mundano” pra se tratar do cinema europeu, que feio), mas acaba ensaiando as falas com o velho conhecido.
O filme tem mais diálogos da peça de Moliére do que uma história própria, digamos assim. Mas isso não tira o mérito do filme nem um pouco, pois tem dinamismo e os ensaios refletem bem a admiração que um sente pelo outro. Ainda assim, vira e mexe, vemos um arranca-rabo entre os dois. Serge irrita Gaulthier com seu ar de aprovação e por querer manter o texto arcaico demais, enquanto o “Dr House” quer deixar o texto mais “atual”, direcioná-lo a um novo público.
Em suma, são atores fazendo papel de atores. A preparação para os palcos é a graça do longa. Vale muito a pena. E bem, é meio óbvio de tanto que eu falo desse fator em relação ao cinema europeu: a trilha/score é maravilhosa
Dirigido por Andrew Fleming, não acho que seja exatamente uma comédia romântica. Uma jovem de nome Alex (Lara Flynn Boyle) é encaminhada pr’um alojamento masculino da faculdade, por um erro de computador, e passa a dividir o quarto com Eddy (Josh Charles) e Stuart (Stephen Baldwin).
Eddy é o sensível/inteligente e Stuart é (no começo) repugnante, mas com o passar do tempo, você acaba se simpatizando por ele. A linda Alex é aspirante a atriz e logo se apaixona por Eddy que, por sua vez, não tem certeza de seus desejos (ou tem e está cego demais pra admitir). Um diferente triângulo amoroso onde nem tudo sai como o imaginado.
Vários filmes com o passar dos anos imitaram essa proposta “tripla” do Fleming, mas não lembro de nenhum tão intenso, engraçado e apaixonante quanto. A trilha também é demais: New Order, Duran Duran, Tears for Fears, blá blá blá..
Esse filme é de uma delicadeza extrema. Tão real, sutil, fino. Que trilha, o abuso do vermelho e do verde sobrepostos, principalmente. Audrey impecável. Espetáculo.
Cinderela em Paris
4.0 419 Assista AgoraA sequência de dança contemporânea da Jo no bar é de fazer qualquer um chorar e rir ao mesmo tempo. Desperta emoções que duvidamos que existam na gente. Números encantadores. Audrey provando que sabe dançar, mostra que os anos que ela fez de ballet fizeram MUITO BEM a ela. Controle corporal maravilhoso. Leve como uma pluma. Astaire espetaculoso! Pra quem gosta de musical é um prato cheio. Icônico! Magnífico!
Sabrina
4.1 332 Assista AgoraIl me dit des mots d'amour, des mots de tous les jours, et ça me fait quelque chose...
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraReviravoltas e mais reviravoltas. Maravilhoso!
Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas …
3.5 384 Assista AgoraBah, o que tem de gente falando mal desse filme. Que exagero. É divertido. E as divisões dos capítulos? Destaque pro programa de TV e o processo de ejaculação no final. Hilário.
ABBA - O Filme
4.0 16A restauração em bluray ficou DIVINA. Magnânimo. Um dos melhores discos do ABBA. I'm A Marionette, Hole in your Soul, Eagle... O enredo é bem simples, mas eficiente. Assim como o locutor/jornalista. Pobre jornalista. Agnetha e Frida aquecendo a voz é de morrer de amores. Retrata bem o ABBA Mania. Tão intensa quanto a Beatlemania, sem sombra de dúvidas. Amados pelo mundo. E não é pra menos. Mitos. Supremos.
Crepúsculo dos Deuses
4.5 794 Assista AgoraGloria Swanson e seu olhar esbugalhado dramático, caída no esquecimento e não sabendo lidar com o fato de que seu tempo ficou pra trás. Bem assim como Hollywood faz mesmo: colocam os grandes astros e estrelas no pedestal e ignorando-os quando acham conveniente.
Já dizia Madonna: Hollywood: How could it hurt you when it looks so good?
Ghost World: Aprendendo a Viver
3.7 539Maravilhoso! Enid é aquela personagem que amamos odiar. Ela reclama de tudo e de todos, nada tá bom pra ela. Bem, totalmente aceitável pra alguém da idade dela, recém formada. Eu me enxerguei um pouco nela. Ok, bastante. Scarlett e sua voz rouca sexy, marca registrada. Apesar da Thora roubar bem mais a cena do que ela, gosto muito da química das duas nesse filme. Elas são tão diferentes, mas ao mesmo tempo, se completavam, sabe? Mas cada uma seguiu seu caminho, e é justamente isso que acontece com amigos da escola/faculdade. As incertezas da vida. Um filme de muita sensibilidade e uma trilha muito, muito boa. E não, não li a HQ, mas fiquei curioso.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista AgoraRever este clássico em alta definição foi, no mínimo, extasiante. Ainda melhor. Bette e Joan MONSTRAS da atuação e, bem, como ter raiva ou ódio de "Baby" Jane Hudson? A gente tem é pena. Pena por ela não ter notado que o tempo passou pra ela, as cantorias patéticas, a voz infantilóide...Pobre Jane...Aliás, WHO THE HELL WAS BABY JANE HUDSON?
Que final...que final perfeito. Louca de pedra.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraIncrível. Tanto o curta como o longa. Se complementam. O curta soa como um trailer, ao meu ver. Há mudanças sutis no percorrer, mas a essência é a mesma. Trata um tema sério com leveza e doçura. E que trilha incrível.
Músicas como Spiegel im Spiegel (que tocou em bastante filme já, por sinal), Modern Love (Bowie, rei das trilhas, tendência), as peças clássicas de Schubert (já vista em Barry Lyndon), Tchaikovsky, Bach, entre outros só acentuam a sensibilidade do filme. Músicas que cresci ouvindo e, sem dúvida, me relacionei bastante. E, por último mas não menos importante, a música chave do filme: There's too much Love, Belle and Sebastian, se encaixou como uma luva. Até o título em inglês foi muito bem sacado: The Way He Looks.
O bullying mostrado no filme acontece sempre mesmo. Natural da idade certas idiotices. É realmente interessante que o preconceito dos colegas de classe era mais por Léo ser cego que homossexual, principalmente nos dias de hoje onde a homofobia e a ignorância não tem limites. Não estou dizendo que não teve piadinhas com esse cunho durante o filme, teve, mas o fato de ele ser cego ocasionou bem mais gracinhas. Outro ponto: não sexualizar demais o assunto, como outros filmes (não estou criticando, é só um ponto que faz HEQVS ser único e sensível).
Os atores: Daniel Audi, Ghilherme Lobo e Tess Amorim: a química dos três, a amizade deles, Dá gosto de ver a leveza das cenas, as risadas, as brigas e como logo de cara Gabriel se deu bem com os dois que, aparentemente, eram os menos populares da turma, ao invés de se juntar com os mais populares e irritantes. Ele tinha tudo pra se juntar aos populares: beleza, carisma e etc, só pra constar.
O final, bem, como era de se esperar mesmo. O que se falou sobre esse filme, o hype todo em cima dele: não foi a toa. Sensibilidade, doçura, REALIDADE. Não só do Léo, mas como de muita gente. E é uma pena que o preconceito impere. No filme, impera de modo mais moderado, mas não exclui o fato de na vida real ser ainda pior a aceitação. Um filme pra ser passado nas escolas, SIM. Doam a quem doer.
Madame Curie
4.0 25Maravilhoso. Uma mulher inspiradora e "radiante", com o perdão da já batida piada. Num período onde a mulher era desacreditada, ela simplesmente mostrou a todos seu potencial e bateu o pé, não desistindo da sua teoria.
Fahrenheit 451
4.2 418Maravilhoso. Atual. Visionário. “Por que o número 451, o que ele significa?” É a temperatura que as folhas dos livros atingem ao serem queimadas. Este romance de ficção científica trata-se de uma distopia: termo que pode ser usado como um fingimento pra falar do futuro quando, na verdade, nada mais é que uma crítica ferrenha ao passado e o presente.
Os rebeldes que conseguiam fugir se refugiavam em florestas próximas a linhas de trem e memorizavam o conteúdo dos livros pra quando o regime passasse. Daí o nome “Pessoas-Livro”. A frase “você está tão ‘livro’ hoje” nunca fez tanto sentido. Logo depois de acabar de ler um livro, queimavam-no. Claro, logo depois de memorizá-lo. Você até pode destruir o livro físico, mas não pode apagá-lo de vez da memória de cada um deles. Era uma ótima forma de se lidar com o regime.
O filme dirigido por Truffaut é bem fiel ao livro, apesar de sutis mudanças no decorrer de algumas cenas em relação às páginas. De mudanças sérias, as únicas são a ausência do Sabujo - o cão de caça mecânico farejador - e do velho sábio Faber, ex-professor. Mas acredite, não perde o impacto. Não vou dar mais detalhes, pois é importante que você leia e assista pra comparar. Como eu sempre digo, nada de estragar surpresas. Apesar de algumas linhas desses parágrafos parecerem spoilers, acreditem, elas não são completas. Pra buscar as respostas com exatidão, leia Fahrenheit 451.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraAté onde chega a capacidade de “duas pessoas" que se amam perceberem se seu relacionamento é real ou, no caso, apenas uma programação. Algo completamente utópico um sistema operacional inteligente captar com precisão as preferências de uma pessoa e, automaticamente, aceitar seus defeitos sem pestanejar. O até então feliz escritor colocou fé nesse romance justamente por ser fácil demais, por se encaixar perfeitamente nos gostos dele? É raro o sistema operacional discordar dele em algo, vamos combinar.
Scarlett exala beleza com sua voz rouca sexy e misteriosa e a atuação de Joaquin Phoenix está digna do Oscar, porém, não foi indicado nessa categoria, por ironia do destino. O que é, de fato, um relacionamento? Eis a questão. A tendência é justamente extinguir a interação humana, o corpo a corpo? É possível programar o nosso par perfeito? Sem mais delongas, vão ver HER. Já. Obrigado, de nada.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraBárbaro. Verdadeiro estudo sobre o cotidiano e como a internet diminuiu o contato humano e a vontade de viver. Além de ser uma boa aula de arquitetura e o melhor disso: usando a mesma pra explicar a verdadeira essência da pessoa que vive essa “cultura do inquilino”, como o próprio filme denomina.
O próprio título já diz: Medianera, aquela parte lisa e sem serventia dos edifícios, geralmente usada como propaganda. Soa como uma prisão e, então, somos obrigados a quebrar parte dela (um buraco ilegal) pra conseguirmos enxergar o que há muito não enxergamos.
Temo dizer que me enxerguei nesse filme. A mim, o vizinho, você aí sentado que tá lendo isso que eu tô escrevendo. É inevitável essa solidão que assola a tudo e a todos. Aquela velha e batida história de que “a internet te põe cara a cara com o mundo, mas te afasta da própria vida”.
Premonição 3
3.0 1,1K Assista AgoraO único que falta pra completar minha coleção de DVDs dessa franquia. É o meu preferido também. A cena da menina morrendo na cama de bronzeamento ao som de Love Rollercoaster é épica!!!!
Gainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres
4.0 248Cinebiografia impecável! Vontade de assistir de novo. O que é a Laetita como Bardot, gente? Espetáculo!
Os Inocentes
4.1 396Só a tensão psicológica, o desconhecido, já faz a gente se borrar de medo. Filmes que não precisam derramar uma gota de sangue pra tirar o nosso sono. Os Inocentes (1961), inspirou filmes como Os Outros (com a Nicole Kidman). Deborah Kerr está demais e justamente esse final no ar, essa ambiguidade entre loucura e sanidade que dá o tom. E, claro, o preto e branco que colabora ainda mais pra filmes do gênero.
Alma
4.2 777Maravilhosamente macabro.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraFilme tão real, tão verdadeiro. Mesmo sobre simulacros. Trilha sonora impecável, fotografia idem. Expressa bem a vida de aparências, uma vida fake e mal vivida, cujas pessoas da família descontam umas nas outras justamente pela falta de comunicação entre eles. A típica família clichê americana.
Poucos veem a vida como Ricky, infelizmente. Angela se descobrindo "comum" e logo seu ego se apaga. E a máscara máscula e autoritária do fuzileiro naval, pai de Ricky? Engraçado o rumo que o filme toma e a verdade vai aparecendo gradativamente.
E Lester narrando dá um ar Brás Cubas, se é que me entendem. Supremo. Oscar de Melhor Filme e de Melhor Ator pra Kevin Spacey merecidos. Ele vivia uma vida de mentira. Realmente, era como se ele já estivesse morto há muito tempo. Daí o título "Dead Already". Demais.
E, de novo, posso falar? Puta trilha do Thomas Newman! Se encaixa como uma luva na aura do filme.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraSabe aquelas pessoas que caso esbarrassem umas nas outras no corredor jamais se olhariam na cara? Pois é. Nenhuma delas quer se auto analisar, são jovens demais. Principalmente por terem medo de descobrir quem realmente são. Assim é a adolescência. E esse filme expressa isso de uma forma bem objetiva.
A Mão que Balança o Berço
3.7 903 Assista AgoraUm clássico! Apenas.
Mulher Solteira Procura
3.3 266 Assista AgoraPerfeito. Atuações excelentes, realmente a cara dos anos 90! Bridget tá linda! Mas confesso que é previsível. Ainda assim, não tiro o mérito. Um suspense muito do bem feito!
Pedalando com Molière
3.7 24De cara, a gente saca que vai gostar da história. É sobre um ator que desistiu dos palcos, Serge, interpretado por Fabrice Luchini, e que vive recluso em Ilê de Ré, uma ilha na costa oeste da França. Serge é convidado por Gaulthier (Lambert Wilson), um dos atores bem mais pagos da país por interpretar um médico a la Dr House numa série de TV, a atuar na peça “O Misantropo” de Moliére. Ele faz doce pra aceitar o papel no começo (nossa, que termo mais “mundano” pra se tratar do cinema europeu, que feio), mas acaba ensaiando as falas com o velho conhecido.
O filme tem mais diálogos da peça de Moliére do que uma história própria, digamos assim. Mas isso não tira o mérito do filme nem um pouco, pois tem dinamismo e os ensaios refletem bem a admiração que um sente pelo outro. Ainda assim, vira e mexe, vemos um arranca-rabo entre os dois. Serge irrita Gaulthier com seu ar de aprovação e por querer manter o texto arcaico demais, enquanto o “Dr House” quer deixar o texto mais “atual”, direcioná-lo a um novo público.
Em suma, são atores fazendo papel de atores. A preparação para os palcos é a graça do longa. Vale muito a pena. E bem, é meio óbvio de tanto que eu falo desse fator em relação ao cinema europeu: a trilha/score é maravilhosa
Três Formas de Amar
3.8 272 Assista AgoraDirigido por Andrew Fleming, não acho que seja exatamente uma comédia romântica. Uma jovem de nome Alex (Lara Flynn Boyle) é encaminhada pr’um alojamento masculino da faculdade, por um erro de computador, e passa a dividir o quarto com Eddy (Josh Charles) e Stuart (Stephen Baldwin).
Eddy é o sensível/inteligente e Stuart é (no começo) repugnante, mas com o passar do tempo, você acaba se simpatizando por ele. A linda Alex é aspirante a atriz e logo se apaixona por Eddy que, por sua vez, não tem certeza de seus desejos (ou tem e está cego demais pra admitir). Um diferente triângulo amoroso onde nem tudo sai como o imaginado.
Vários filmes com o passar dos anos imitaram essa proposta “tripla” do Fleming, mas não lembro de nenhum tão intenso, engraçado e apaixonante quanto. A trilha também é demais: New Order, Duran Duran, Tears for Fears, blá blá blá..
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraEsse filme é de uma delicadeza extrema. Tão real, sutil, fino. Que trilha, o abuso do vermelho e do verde sobrepostos, principalmente. Audrey impecável. Espetáculo.