Podemos aqui acompanhar a construção social por trás do ódio ao ocidente (infiéis). É nítido como um pensamento fundamentalista é tão forte na mente dos extremistas. O documentário trás imagens importantíssimas para entender as motivações dos grupos jihadistas.
Quem nunca sentiu ciumes? Quem nunca quis atenção apenas pra si? Assim como a maioria das crianças, Kun sofre de "síndrome do egocentrismos"(sim eu inventei este termo). Kun não gosta da ideia de ter que dividir a atenção de seus pais com sua recém nascida irma, Mirai. O filme trabalha esta evolução de Kun de uma forma estranha e pragmática.
Os acontecimentos de seu jardim, que parecem mágicos ou meras imaginações de sua cabeça, coloca o garoto em um mundo que transita entre o passado, presente e metafisico. Este mundo confronta sua visão umbilical sobre o mundo real; na oportunidade de dar a Kun, a chance de entender que a vida não se trata de si mesmo, mas aprender a conviver com outros. Apesar disto, sua visão teimosa e egoísta continua a mesma, sendo necessário que outras viagens no passado e no futuro sejam feitas.
O fato de grande parte da animação se ambientar na casa de Kun, reforça a ideia de individualismo e limitação do conhecimento das coisas do mundo, tudo que ele conhece esta na casa; o mundo lá fora é totalmente desconhecido. Kun é privado de muita coisa, por ser uma criança mimada, isto o torna muito dependente de seus pais. No momento em que ele realmente sai ao mundo real para fora dos portões de casa, em uma de suas viagens pelo jardim, ele descobre o quanto o mundo real é terrível e diferente de seu ninho, da segurança de sua casa, onde ele tem tudo na mão.
Como se não bastasse, a animação ganha pontos em retratar o casal, pai de Mirai e Kun, como um casal moderno, onde a mulher se torna a chefe da casa e o pai é o passivo de decisões. Por ter tirado licença a maternidade com o nascimento de Mirai, e ao voltar para a rotina de trabalho, o homem é obrigado a tomar conta das tarefas domesticas, mesmo não mostrando habilidade para tais. Outro aspecto legal, é como o filme trabalha o apreço de Kun por brinquedos de trem-bala, de uma forma que ao se deparar com um trem bala que não conhecia, percebemos que o trem-bala desconhecido, se refere ao mundo cruel e real que o garoto não conhecia.
Mirai significa "futuro". Sua irmã nas aparições do futuro, o encaminha para o ápice em que o faz perder a inocência. Ao ver avo quase morrendo na guerra, ou então seu pai caindo da bicicleta, ou sua mãe acudindo um pardal morto por um gato, pode ver que a realidade que ele vivia, era totalmente distante do que acontecia fora de seu ambiente de conforto. No mundo de uma criança inocente, Kun vê em Mirai uma ameaça a sua soberania na casa. Durante todo este processo de amadurecimento, o garoto precisou enxergar que a vida é feita de ciclos, de necessidades e de amadurecimento. Só assim ele pode perceber que o mundo não girava em torno de si próprio.
Van Gogh foi um pintor que teve uma vida um tanto conturbada. Ele não era considerado um bom pintor pelos seus colegas e leigos, era tido como um louco na pacata cidade em onde vivia. Sua "loucura" foi uma arma usada para retratar a beleza que ele via, tanto na natureza quanto nos artifícios humanos.
Retratar em pouco menos de duas horas em imagens toda a essencia de um artsta não é uma tarefa facil. Diversos filmes contaram esta mesma historia de Van Gogh. Inclusiva ano passado, "Loving Vincent" concorreu ao Oscar de melhor animação, sendo uma incrível obra de arte em filme, como nunca visto antes.
Mas diferente dos demais filmes sobre o famoso pintor, At Eternity's Gate, é um filme que além de apresentar Vincent como nos o conhecemos, ele aprofunda de uma forma que nos influi para dentro da realidade do personagem. Só assim é possível sentir a dor, a ansiedade e o extasiante momento em que as cores saltavam aos olhos do pintor.
O filme nos permite viver esta experiencia do silencio caótico, o verdadeiro paradoxo de transformar a dor em alegria, algo que transformou Van Gogh no pintor mais peculiar e misterioso de todos os tempos.
Já virei fã do Japonês Bing Lu, este garoto tem não só sensibilidade para direção, mas também na vida de seus próprios amigos, de enxergar problemas que eles passavam de uma forma que tudo se encaixa numa peça só.
Imagine que você seja um jovem diretor, que resolve contar sua historia e de seus amigos; falar sobre suas dificuldades, suas semelhanças e os caminhos que tomaram. Foi o que fez Bing Lu, neste maravilhoso documentário.
O filme 300º deste álbum não poderia ter sido melhor. Este documentário é de uma sensibilidade e profundidade absurda; nunca vi nada igual. A forma que o diretor une estas três historias que aparentemente se resumiria em três garotos com problemas familiares, que acharam refugio no esporte radical. Mas quem assistiu sabe que é muito mais profundo do que se poderia imaginar.
Kiere Johnson, é um jovem negro amigo de Bing Lu. Ele sofre emocionalmente pela perda de seu pai, mas mais ainda pela sua relação com o mesmo. Em sua infancia Kiere sofreu com a autoridade abusiva de seu pai, que o obrigava a trabalhar. Isto acaba o afetando, o fazendo ter que lidar com seus fantasmas. Por outro lado, temos Zack Mulligan, um jovem branco que sofreu com sua infancia conturbada, e agora, sendo pai, luta para levar uma vida mais responsável. Por fim, Bing Lu, é um Asiático que sofreu agreções de seu padrasto, e agora tem que lidar com estas questões com sua mãe, que não estava presente para ampara-lo.
É fácil se emocionar e se identificar com muitas coisas aqui. Você vê na face destes jovens a dor do passado e a esperança de uma vida melhor. A relação parental abordada aqui por Bing Lu é extremamente real. São personagens reais, com problemas reais. Por fim tudo se encaixa em um único plano. Bing Lu ve em seus amigos aspectos de suas experiencias de vida, que possuem ligações simbólicas com sua própria vida.
Este documentário foi uma das melhores coisas que vi. Questões raciais, sobre machismo e abuso de autoridade, são pontos fortes neste trabalho. Já virei fã de Bing Lu, não apenas pela obra, mas pelo seu olhar sensível, em identificar parte dele em seus amigos. Magistral! Este jovem é uma promessa do cinema.
Que mulher incrível! Sua motivação em lutar, a levou de uma mera estudante de direito, até a primeira mulher na Suprema Corte do EUA. Uma mulher equilibrada, que através de seu discurso e sua sobriedade, conseguiu mostrar que o papel da mulher não é ser dona de casa.
Ruth, chegou a estudar, trabalhar, cuidar de seus filhos e do marido que estava com câncer, tudo de uma vez. Como se não bastasse foi a responsável pelo reconhecimento na constituição da criminalização da discriminação sexual. Ela será lembrada para sempre como a RBG
O que falar deste filme??? Uma bagunça do inicio ao fim!!! Olha o nível que chegou o Oscar. É claramente um filme que foi indicado por méritos políticos. Isto me irrita.
Melhor cena do filme, foi a cena pós creditos kkkkk
Todos nos conhecemos a grandeza de Steven Spielberg. Conhecido por ser um bom contador de historias, e um dos maiores nomes do cinema mundial, o diretor possui uma marca característica de seus filmes. A emoção que ele passa, através de sua visão e sensibilidade em tocar o publico é inquestionável. Aqui temos mais um belo trabalho, recheado de efeitos visuais, e que propõe um debate para questões atuais, sobre a tecnologia.
O mundo futurista exposto no filme, evidencia a diferenças de classes sociais, pela consequência da estrutura de monopólio de pequenos grupos. Nada de novo debaixo do sol. Porém este é um aspecto importante do filme, que não é tão discutido; a obviedade do tema, talvez não tenha despertado o interesse de Spielberg, mas um outro tema o despertou. A tecnologia.
Neste mundo, a maior fonte rentável das pessoas se tornou os jogos de realidade virtual. Toda a sociedade vive em função desta tecnologia, claro em busca de uma vida melhor. No entanto, esta boa vida, não é tão fácil de ser conquistada. Mas o filme explora um outro lado desta questão. A atividade tecnológica, cauterizou a mente das pessoas. O fundador e precursor desta tecnologia, que criou todo este sistema, sempre viveu relutando ter uma vida social. Por não ter tais habilidades, isto o levou a acreditar que talvez a realidade virtual poderia ser um substituto da realidade. Mas a mensagem que o filme traz é que, nada pode substituir a realidade.
Halliday o fundador, descobriu no fim da vida, que a sua omissão a realidade, o fez perder o melhor que tinha da vida. Escondeu seu amor a sua amada, tudo porque viveu a vida toda fora da realidade. Isto nos leva a pensar, e fazer uma profunda reflexão, de como as redes sociais podem afetar nossa vida. As relações entre internautas, podem nos tirar da vida real, nos fazendo esquecer o valor de ser de verdade. O filme trabalha muito bem esta ideia, com exemplos dentro do próprio roteiro, com diálogos, sempre deixando uma reflexão a cada estagio da historia.
Não vou atentar a diversos furos e incoerências no roteiro, porque eu sei que isto não tira o valor do filme, de toda a produção, ada mensagem e da obra por completo. São coisas minimas comparadas com o resto, mas que a certo nível pode incomodar quem é mais atencioso a detalhes. O filme, no geral, tem um ritmo gosto, não perde a frequência
Os personagens são na maioria das vezes funcionais. Os jogadores secundários não atrapalham o andamento do filme, estão ali apenas para compor um time bacana. Wade, o personagem principal, é um pouco vazio. O filme pincela um pouco no que poderia se tornar uma camada, ou motivação para o personagem fazer o bem, mas logo abandona esta questão e foca novamente no conflito. Isto é ruim, porque acaba se tornando um personagem sem muita motivação a nãos ser jogar e ver um mundo melhor; o que faz talvez não sentirmos tanta empatia pelo mesmo. Já Samantha, possui mais camadas que o personagem principal. O seu drama em ter perdido o pai por causa da organização exploradora que ambos lutam contra, faz a sua luta ter muito mais sentido. Esta personagem tem muito mais a dizer do que Wade. A relação entre eles, funciona muito melhor no mundo virtual. Eu gostei muito mais de ver todos os amigos reunidos dentro do jogo, do que fora. O plano real é a pior parte do filme, as piores cenas, os maiores furos acontecem fora da realidade virtual.
O ator Tye Sheridan (Wade), conhecido pelo o papel de Bran Stark no seriado Game of Thrones é um bom ator. No entanto, aqui, seu personagem como já fora dito, não possui muita profundidade, o que tornou sua interpretação um pouco genérica. Destaque para o virtuoso Mark Rylance, que desempenha o melhor papel do filme. Seu personagem é o mais interessante, e muitas vezes se destaca em vários pontos do filme. Ben Mendelsohn faz um bom vilão genérico de aventura infanto juvenil. Já o resto do elenco alterna entre o bom e o sofrível.
A trilha sonora é algo que não podemos deixar passar. Incrivelmente as melhores trilhas do cinema são de filmes do Spielberg. Este é um forte que ninguém pode negar. A trilha acompanha bem as referencias da cultura pop. Temos refetrencias a jogos famosos, como Halo, Overwach. Referecias de filmes como King King, Godzilla, Gigante de Ferro, Star Wars, Series Japonesas. O melhor de tudo, certamente foi ver o Gigante de ferro em ação novamente, se sacrificando. O filme é recheado de referencias. Mas o ponto alto, com certeza são os efeitos visuais. A texturam, mecânica a realidade, foram excepcionalmente o que destacaram o filme. De fato esta categoria, sera a mais difícil de se votar.
O Jogador Numero 1, é um ótimo filme de aventura. Me arrebatou do sofá. Foi um belo show de efeitos visuais, e edição. Quanto a historia, é o mesmo de sempre, mas como todo filme do velho Spielberg, me fez pensar e refletir com otimismo.
Star Wars se tornou uma das franquias mais bem sucedidas do mundo. É tanto, que o universo de possibilidades de aventuras não parece ter limite; não havendo sinais de que sera estabelecido um veredicto tão cedo deste universo. Como ponta, a Disney lançou o filme exclusivo que conta a história de Han Solo, antes da sua aventura com Luke e a Princesa Leia.
Temos um inicio clássico, bem característico de Star Wars. O filme do inicio ao fim é frenetico, fluido, sem muita complicação. É basicamente a amostra do trajeto que colocou Han Solo no caminho de Luke. Muitas soluções e esclarecimentos foram feitos neste filme; como Han conheceu o Chew, como ele consegui o blaster a Millennium Falcon, enfim, tudo que os fãs de Star Wars gostariam de ver.
A aventura desta vez não é tão diferente das outras, a não ser as motivações. Aqui elas parecem ser bem mais reais que nos filmes antigos. Porém, outras motivações de personagens secundários, são usadas como fio condutor do desfecho, algo que me incomodou, justamente por desentonar com o resto do filme, que seguia uma linha muito menos ideológica de revolução e muito mais de ambição e busca por sobrevivência e poder. Todo este malabarismo no roteiro, fez o filme perder um pouco o foco narrativo, que era a historia de Han Solo, não tinham que colocar a resistência nesta historia.
Os personagens são interessantes. Tivemos a inserção de personagens inéditos, claro. Estas figuras que cercam a vida de Han, não são muito confiáveis, pois se tratam de mercenarios e servos leais. Isto permite varias possibilidades no roteiro. Woody Harrelson como Beckett, faz um personagem astuto, mas falta um pouco mais de brilho e coerência com este personagem; ele compra muito fácil muitas ideias. Alguém como ele não seria tão fácil de ser convencido ou tapiado. O vilão Dryden Vos, interpretado por Paul Bettany, tem um tom maléfico e cordial. Porém sua verdadeira face revela sua aspereza e levianidade. Este foi um vilão comum que teve boas cenas de seu interprete.
Alden Ehrenreich, esta muito bem como Han Solo; consegue imprimir alguns trejeitos clássicos no papel. Logo é denotado as características do personagem feito originalmente por Harrison Ford. Ele possui excesso de confiança, paga de charmoso, é malandro, e não consegue ter caráter ruim. É exatamente como o Han Solo dos anos 70. A Emilia Clarke, interpreta Qi'ra, o primeiro amor de Han. Ela atuou basicamente com expressão, devido a condição que fora posta no papel. Sua personagem é intrigante, valente e esconde bem seus sentimentos. Através do olhar, Emilia Clarke ajuda a deixar muita coisa subentendida a respeito de Qi'ra e suas motivações. Eu gostaria muito de ver esta personagem em outro filme da franquia, mas acho improvável.
Eu posso estar falando besteira, mas eu percebi pobreza na textura da CGI em muitas cenas do filme. Eu até duvidei que estivesse concorrendo ao Oscar de efeitos visuais. Mas dentro do aceitável, a produção de forma geral, o cenário criado, as cenas no Turbilhão foram as visualmente as mais incríveis de cair o queixo.
Solo é mais um filme pra conta da franquia, que na minha visão não foi tão fraco como me falaram, na verdade creio que pode estar entre o top 5 dos melhores filmes da franquia. Eu não sou fã de Star Wars, mas este foi um dos que mais gostei, podem me julgar haha. A imagem pode conter: 3 pessoas
[SPOILER] Eu gostei da historia da moça que acaba tirando a própria vida. Pois na primeira vez na vida dela, ela toma uma decisão definitiva sobre seu destino. Foi irônico mas trágico kkkk [SPOILER]
A principio, para mim o filme pareceu em sua composição, um compilado de curtas-metragem totalmente disconectos. Mas refletindo melhor, o intuito do filme não pareceu estabelecer um sentido real sentido entre todas as historias apresentadas, mas sim contar varias historias que homenageiam os filmes de velho oeste. Foi como se de fato houvessem pegado um livro de contos e contado da maneira que ele é. Este filme na mão dos irmãos Coen foi um prato cheio. Apesar disto, eu não acho que este filme funcione tão bem como um único filme. Talvez ficaria um trabalho mais coeso como serie, no estilo American Horror History, ou até mesmo Doctor Who.
Cada ponta de historia contada aqui, possui sua característica como produção. Ao passo que mudam as historias, também muda o ritmo, a fotografia, o tom do filme. Neste sentido, o problema de ritmo do filme fica mais que evidente. Temos comédia, romance, drama, ação, tudo englobado em uma unica obra de duas horas de duração; não abrindo muito espaço para fluidez. Mas ante o proposito do filme, é compreensivo que não haja como fazer com que as historias se conversem, a não ser pela temática e pela produção artística.
As histórias que são apresentadas são em sua maioria interessantes e cativantes. A primeira temos uma comedia sobre Scruggs, um fora da lei sabichão, que é derrotado pela sua autoconfiança. O filme da tanta enfase ao fato de ele ser rápido no gatilho, ter sempre um truque na manga, que o momento em que ele é abatido, faz com que o publico fique surpreso, ao ver que foram enganados pelo próprio filme.
A segunda história é sobre um jovem bandido que ao assaltar um banco é preso e condenado ao enforcamento. De forma irônica ele escapa mas é condenado mais uma vez a forca. Em seu ultimo diálogo temos uma das cenas mais irônicas e engraçadas do filme.
No terceiro, o filme apresenta um jovem artista e um empresário que vivem de show itinerante. Aqui temos um drama num tom bem melancólico, pela condição do jovem de ser desprovido de pernas e braços.
A quarta historia revela um homem de idade isolado de tudo e de todos, vivendo na floresta em busca de encontrar uma mina de ouro. Aparentemente ele foi garimpeiro por toda vida, e ficou louco, bitolado por achar ouro. Para sua supresa ao achar a preciosidade, é alvejado por um outro homem, que o havia perseguido durante sua jornada. A forma como ele resolve a situação é demais. Esta foi a historia que mais me envolvi.
A quinta historia é talvez a mais longa. Conta a historia de uma moça que viaja para um casamento, mas encontra seu verdadeiro amor na caravana de sua viajem. Mas uma tragedia, por sinal irônica, interrompe tudo. Aqui também tivemos uma das melhores sequencias, onde Grainger Hines tem uma das melhores atuações do filme.
A sexta e ultima historia, é a mais monótona e a que mais desentoa com o resto do filme. Ela se passa a noite, com uma fotografia serpa que eu achei exagerado. Se trata de colegas de viagem que compartilham historias sinistras sobre suas experiencias. Esta ultima parte é pura ostentação ao diálogo. O diálogo é genial, a atmosfera e a trilha sonora escurece o clima, e dão suporte a ascensão do diálogo até algo que se aproxima do suspense.
As atuações no geral foram muito boas, mas em destaque as que me chamaram mais atenção foram as de Tom Waits que fez o velho garimpeiro, e Harry Melling, que fez o jovem itinerante, e Grainger Hines que fez o chefe da companhia. Todos estes três conseguiram captar e expressar os sentimentos e as caraterísticas de seus personagens. O que vale ressaltar, é que o filme faz muito bem em definir rapidamente os personagens, pelas características físicas, pelo modo de falar, pelas breves atitudes; isto é algo que muitos filmes com muito mais tempo para desenvolvimento não conseguem fazer.
Quanto ao figurino, as locações as cenografias, maquiagem, a direção de arte de uma forma geral, foi espetacular. Eu me senti no velho oeste, senti o clima ameaçador de sobrevivência da época, a cultura, etc.
Para quem é fã verdadeiro de Western este filme vai ser um grande agrado. Mas para quem não é familiarizado com este tipo de filme assim como eu, vai sentir incomodado pelo ritmo do filme. Mas de forma geral posso dize que gostei, e foi uma bela obra, e excelente produção de arte.
O filme tem um bom inicio, onde estabelece a relação amorosa de Joane e Joe. Ambos parecem ser um casal em perfeita sintonia, um daqueles casais que estão na beira da idade e se entendem. Através de algumas dicas visuais que o filme deixa, podemos notar o rumo que seguira o drama. A sutileza e a paciência em construir a empatia do publico com a personagem é super necessária, e faz com o que o filme seja intrigante, interessante. É uma promoção para a compra do espectador à Joane.
O tom leve do filme, horas se tora pesado, com a ajuda de flashbacks para ilustrar melhor o problemas por de traz da trama. As memorias do passado fazem o perfeito papel expositivo, dando mais liberdade para o diretor trabalhar o presente dos personagens sem precisar de apelar a diálogos expositivos. Apesar que, em uma cena em que o casal esta discutindo, algumas coisas que já estavam claras são novamente expostas, mas desta vez pela própria boca da personagem. O que é compreensivo, pois faz parte da descarga emocional para o clímax.
O roteiro é baseado em uma novela literária. A historia de uma mulher que por toda vida a troco de amor e por amor, teve que se acomodar com apenas sonhar em ser uma escritora de renome, para acompanhar e realizar o sonho do marido; claro, isto por força dos padrões sociais, em que uma romancista escritora, não tinha muito espaço para ser prestigiada. Isto não acontecia apenas na literatura, mas também em qualquer âmbito que a mulher houvesse que disputar com homens.
Neste contexto a Joane carrega durante anos o amargo gosto de ver seu marido levando todo o credito pelo seu trabalho. Enquanto ela escrevia, el revisava, mas quem levava o credito era Joe. A decisão de Joane em fazer isto, se baseia em uma cena, em que uma escritora a qual ela é apresentada, ajuda a reforçar a realidade de que o mundo era dos homens, e não compensava competir. Desta forma a provável desistência de Joane na cerreira, tenha sido aceitar esta realidade. Nisto ela vê na figura do marido alguém com potencial para que suas historias fossem publicadas e aceitas. Apesar de tudo isto, a relação de ambos é magnética; uma parece ser feito para o outro, mesmo que de uma forma injusta um necessitava do outro, ambos eram frustados, porém Joane era muito mais omissa e sabia do Joe, que pelo fracasso, não sabia lidar com a frustração tão bem quanto ela.
O fruto do casal, o filho mais novo, também escritor, é um garoto também frutado; que em todo tempo busca aprovação de seu pai, mas pela aspereza de Joe, não se sente bom o suficiente. Este personagem é interessante, pois ele pode representar toda o peso que Joane criou sendo sempre consentida com o marido. Esta frustração guardada por tantos anos, reflete na vida de David (filho do casal), um afogamento em magoas. David assim como Joane não aguenta mais tolerar viver de baixo de uma sombra.
Alguns personagens aqui são irrelevantes. A jovem fotografa só esta ali para impulsionar o distanciamento entre o casal, mas não possui efeito efetivo, além de promover no máximo um momento ilógico de uma garota que se seduz ou é seduzida por um velho escritor, parece algo dos filmes dos anos 60, totalmente desnecessário. O filme também apela algumas vezes para demonstrar através das atitudes de Joane que tem algo errado com ela, que ela esta sempre desconfortável quando eles estão no meio de pessoas, e todo mundo cumprimentando ele, e tudo girando em torno dele. Mas neste aspecto o ponto positivo do filme, é que a câmera sempre esta focada em Joane. Ela nunca esta em segundo plano. Isto foi fundamental para estabelecer o foco narrativo e permitir a espetacular atuação de Glenn Close como Joan Castleman.
Falando das atuações, eu tenho quase certeza que Glenn Close levará o Osca. A maneira que ela se expressa ante o desconforto em ver o escritor ganhando todo credito de seu trabalho, sendo reduzida a "musa" como fonte de inspiração para a obra, é incrível. Ela se saiu muito bem como alguém que carrega fortes magoas, um peso e a culpa de ter feito escolhas que a tiraram do pódio. Você percebe o estado mental e psicológico através do seu olhar, das viradas de rostos, do tom objetivo e discreto. Jonathan Pryce,esta muito bem também. Ele convence como um velho orgulhoso, e birrento. Sua dependencia por sua esposa é grande e notória no filme, ele não consegue viver sem ela, mas de um nível muito extremo. Christian Slater, como um jornalista chato, acabe de fato sendo chato demais. Algumas cenas ele é colocado como um remédio, outras como um conselheiro, outras como um astuto influenciador. Parece aqueles anjinhos demoninhos que ficam na cabeça, sobre a consciência falando para faz algo bom ou ruim, ou acusando de um erro, ou bajulando. Ele faz um papel muito mecânico e improvável. Max Irons com certeza foi o grande cagaço do filme. O ator foi muito mal na interpretação. O momento que ele tinha grande chance de se destacar fora jogado fora. Em diversas vezes o personagem de Max, David Castleman, se mostra desnecessário. A inserção do personagem em diversos momentos atrapalha o desenvolvimento do filme. Não havia necessidade do mostra-lo todo momento revoltado com o pai, se torna uma coisa chata, burra.
O filme é interessante, passa uma mensagem positiva sobre os papeis de gênero, e também sobre a forma que as pessoas lidam com as frustrações. É um bom filme, mas não faz sentido ser indicado para concorrer ao Oscar de melhor filme.
O primeiro ato do filme estabelece bem as características do personagem principal Tony, interpretado pelo Viggo Mortensen, nosso eterno Aragorn. Aquele tipico italiano nova iorquino, médio mafioso, que conhece todo mundo da vizinhança; meio troglodita, hora insensível, hora carinhoso. É a figura perfeita que retrata uma cultura muito bem representada pelo mestre Scorsese nos clássicos Casino e Goodfellas. Com todo as características bem apresentadas, o filme ganha o primeiro impulso, quando Tony recebe uma proposta de emprego de um musico erudito Dr. Shirley (Mahershala Ali).
Neste segundo ato, o filme inicia com um tom leve, engraçado e aventureiro. A relação entre o empregado e o patrão pela diferença cultural, se mostra um pouco distante, para que se permita o desenvolvimento da relação de ambos os personagens, o que é bem feito nos momentos que não há conflitos. Quando os conflitos aparecem, que seria a melhor parte para o desenvolvimento dos personagens, o filme simplesmente ignora as eventuais consequências dos eventos anteriores, em que há por exemplo uma briga entre ambos, ou um entra em apuros e o outro tem que se encarregar de o tirar de lá. Estes momentos deveriam ser importantes, mas não possuem peso narrativo, não são dramáticos o suficiente para criar empatia entre o publico e o personagem. Você sente de fato uma certa empatia, mas por fatores de didática socio-culturais externos ao filme, e não pela própria cena ou contexto que fora depositado na trama.
Algumas coisas foram realmente forçada (me desculpe quem achar que estou sendo preconceituoso), como por exemplo as cenas em que indicam a homossexualidade do personagem, ou algumas cenas de racismo que o personagem sofre. Não causa impacto, não potencializa o filme, eu senti falta de mais peso, mais carga dramática nestas cenas. O filme trata com certo desdem estas questões, além de não deixar claro qual é a mensagem que quer passar com isto. O desfecho basicamente consegue piorar o filme. Soluções escapistas começam a aparecer, mudança brusca de ritmo e conduta dos personagem causa certo estranhamento do roteiro, e por fim um final recheado de "feliz natal". Tudo bem, um final otimista é bem vindo, mas faltou algo, me parece que faltou de fato emoção, apos uma aventura, ou uma turnê tão conturbada.
Bom, falando das partes boas do filme, a interpretação de Viggo Mortensen esta incrivelmente natural. Ele simplesmente sumiu, e apareceu Tony Lip no filme. Ele parecia de fato outra pessoa. O aspecto físico, a postura, os trejeitos, os palavreados, foram excepcionalmente fundamentais para a caracterização, algo que o ator conseguiu fazer com proeza. Ele tem momentos engraçadíssimos de diálogo com o personagem de Mahershala Ali, outros que ele mostra mais seu lado ameaçador e protetor, o cara da mafia. Tudo fica muito equilibrado, de uma forma que parece ser um personagem real, uma pessoa comum, com personalidade e não uma caricaturar dos grandes mafiosos. Por falar nisto, em diversos momentos Viggo me lembrou Joe Pesci, um grande interprete de mafiosos, que atuou no papel da sua vida em Goodfellas. O personagem de Mahershala Ali possui certas nuanças difíceis de expressar. Ele possui uma áurea refinada, um sotaque que foi muito bem produzido pelo ator, e também tem seus momentos engraçadíssimos. Eu creio que o personagem não ajudou muito na interpretação de Mahershala, porque apesar de suas potencias camadas, o filme se limita a mostrar a construção de amizade entre Tony e Dr. Shirley.
O filme se trata de um choque de cultura dos anos 60. De forma atípica, um afro-descendente refinado troca experiencia com um italiano de classe baixa, e acabam tirando o melhor um do outro. O que serve para elevar o espirito um do outro ao se ajudarem em seus problemas. É uma historia bonita, engraçada, que deveria ser dramática, mas não foi. É um ótimo filme para relaxar e se divertir, mas não é filme pra Oscar.
A direção deste filme acerta na constância da ideia do desencanto de se viver na nobreza. O ultimo trabalho que vi de Yorgos Lanthimos fora "The Lobster", onde há uma grande semelhança no tom depreciativo que o filme deságua. Assim como é de praxe em seus trabalhos, o escarnio e o humor negro tem um encaixe perfeito; vulgarizando trivialidades da vida, satirizando temas que ainda no seculo atual são tabus. Este é o tom do filme.
No filme, a guerra pelo poder dentro do ambiente interno da coroa ultrapassa qualquer limite de ética e moral. Um quer conquistar a rainha por questões politicas, vinculadas a interesses de pequenos nobres, Lady Sarah por questões pessoais e parece que em resquícios, por afeto. Enquanto isto, Abigail, uma ex-nobre que descobre rapidamente como funciona o sistema interno na coroa, busca unicamente se aproveitar das oportunidade que lhe são oferecidas, em prol da seu conforto e estadia na coroa. De certa forma Abigail tem seus motivos pessoais, em que há uma decisão em não mais se submeter a servidão; o seu estupro, a condição a qual fora submetida, seu posto como mais baixa da classe na servidão da rainha justifica seus atos imorais.
O conflito é gerado por termos duas personagens com personalidades forte. Ambas são destemidas, ousadas e competitivas; isto gera uma verdadeira guerra por traz das belas honrarias e bons modos entre a nobreza. Isto revela uma característica real, no que diz a respeito do intento humano para buscar ascensão social. O status quo, não é admirado apenas pela nobreza, mas também pelas classes mais baixas. No fim, todo mundo quer ser rei, todo coração há ganancia e pelo poder e a boa vida. Ninguém escapa. O filme mostra exatamente isto.
A Necessidade da rainha Anna de se torna ser amada, é notável. Todos a qual ela ama foram embora, ou vieram a perecer. Ela lamenta, e vê na figura da Duquesa e da jovem Abigail, potenciais agentes de sua solidão e desamparo. O filme até representa de forma tímida a seu apreço por coelhos; estes mesmos que também morrem e vão embora, contextualizando exatamente sua vida amorosa e afetiva. Nisto Abigail e a Duquesa Sarah, brigam pelo posto de favorita da rainha. A figura da rainha Anna é muito debochada. Em vários momentos ela mostra ser incapaz de tomar atitudes só, revelando sua falta de iluminação no sentido filosófico. O filme diz claramente que ela não passa de uma velha sortuda por ter nascido ou sido condicionada ao poder absoluto. Isto pode ser interpretado como uma critica pre-revolucionista. A Inglaterra estava em um confronto contra a frança, justamente por temer que as ondas revolucionarias que se ascendiam no pais vizinho, a Inglaterra possuía desavenças com a frança; que conferiu no abandono total a nobreza francesa para serem comidos pelos intelectuais e a burguesia.
Um aspecto interessantíssimo do filme, é como ele aborda de maneira banal e espalhafatosa problemas que na coroa seria até motivo de morte; o que é irônico, pois condenações por coisas banais eram recorrentes neste período e tipo de governo. O humor negro e sarcástico do filme é ultrajante para a narrativa. A Emma Stone (Abigail) consegue ser muito engraçada. Os melhores monólogos e diálogos, ela esta sempre presente. A contracenas entre Olivia Colman (Anne), Rachel Weisz (Duquesa), Emma Stone, funcionam muito bem. Há sempre um ar maquiavélico, onde você fica pensando até onde aquelas personagens conseguem ir para atingir seus objetivos, e isto parece não ter limite. Chega uma hora que eu pensei, que não poderia piorar, dai vai uma das duas e sacaneia a outra. É realmente muito debochado. A atuação das três esta muito boa, pelo menos uma delas levará um Oscar. Olivia esta muito bem no papel, consegue absorver toda energia depositada sobre a sua personagem, e refletir num cansaço/envelhecimento precoce. Aquela característica de ingenuidade e carência, é muito bem expressada aqui; a personagem parece de fato alguém que sofreu perdas e perdeu o pouco que lhe restava da alegria e sagacidade.
Não vou entrar em termos mais técnicos, mas o figurino é algo espetacular neste filme. A cenografia e reconstrução do seculo XVIII, foi realmente satisfatório. Eu senti falta talvez, de mais cenas em ambientes externos, mas é compreensivo pela narrativa do filme.
"The Favorite" é um filme escandaloso, que não havia mencionado, mas releva o poder feminino, caracterizado pela altivez das personagens em sempre mostrarem o lugar dos homens; disposto a denotar que o espirito de subjugação não habita em mentes fortes. Temas como estupro e abusos, são tratados com humor mas com responsabilidade. Se trata de um filme que mostra os caminhos que mulheres fortes com muito poder podem tomar rumo a seus objetivos. É um filme excelente, por enquanto o melhor do ano junto com "Roma".
Assim como o filme de James Brown, percebe-se aqui uma entrega do ator Rami Malek, que é um ator super talentoso. A representação do cantor no filme impressiona.
Foi muito legal ver a maneira como contaram a história. Eu não sei ao certo o que é real e o que foi acrescentado, mas creio que o otimismo do filme foi em respeito aos fãs e até mesmo a imagem do cantor e da banda.
Este filme é uma bela homenagem ao Queen, em especial Freddie Mercury, que só perde para David Bowe como artista de Rock. Foi um verdadeiro show.
Dizem que um filme estrangeiro quando concorre a melhor filme num Oscar, significa que é uma obra de arte. Roma, de fato é uma obra de arte. a Direção de Alfonso Cuarón, como sempre, transmite frieza e asperidade. O tom da narrativa é bem realista e consequentemente pessimista, com leves momentos, momentos brandos e alguns tensos.
A história de uma empregada, que passa por conturbados problemas na sua vida pessoal e profissional, parece até tema de novela mexicana, porém esta premissa no formato de longa metragem, bem produzido, foi algo excepcional para a realização deste filme. É revelado aqui, a realidade de quem esta abaixo da camada privilegiada social, em uma época de poderio militar de repressão. A falta de informação, de educação e de oportunidade e justiça, faz com que as camadas mais baixas se submetam a uma vida difícil, de opressão.
A atuação de Yalitza Aparicio como Cleo (empregada) é sutil, mas expressiva em determinados momentos de tensão, já que sua personagem é timida. A relação de Cleo com outros personagens é muito verdadeira. Sua patroa se mostra uma personagem real que essencialmente é boa, mas tem seus momentos de recaida moral cordial. Sua colega de emprego, promove cenas em que Cleo de fato expressa o que sente de forma livre, sem receio; sua relação com os outros é sempre passiva.
A falta de musicalidade ao acompanhamento narrativo, faz com que a ideia de solidão, seja reforçada de maneira seca. A ambientação dos anos 70, apesar de vezes não muito clara devido a paleta P&B, é na medida do aceitável bem verosímil, junto com o figurino. A filmagem é feita sempre como polo a personagem principal em planos abertos, e planos fechados indicam periculosidade ou tensão.
Pra muitos pode ser um filme político-partidário, mas é uma constatação da realidade que afeta as pessoas mais pobres. O filme Roma se passa num período conturbado pós fraudes eleitorais, em detrimento da maior autonomia do governo mexicano em relação ao afastamento do EUA. Nestes momentos o pobre escolhe um lado, o da repressão e consentimento ou da expressão contrária. Todo este panorama, faz parte do filme não apenas como debate político, mas como análise das relações sociais que um entrave deste pode influenciar.
O filme Roma é interessante para quem gosta de história e sociologia, porque te da um exemplo de fatos que poderia haver ocorrido no período chamado Guerra Suja. Além disto, nos traz uma realista história de sobrevivência social.
A primeira grande surpresa do filme, foi nos primeiros minutos, descobrir que um dos personagens principais é a Lady Gaga. Sim, apesar de além de cantora ela ser atriz, não estamos acostumados com ela atuando. E ainda além, são raros cantores/atores, que de fato são sucedido em ambos os trabalhos. Este filme prova que Lady Gaga, atua tão bem quanto canta. Se ela ganhar um Oscar, será muito merecido. Talvez algo que ajudou na sua interpretação, foi o fato de ela atuar no ambito do seguimento que ela já trabalha; este universo das grandes estrelas, não poderia ser mais compreensivo do que para uma delas.
A premissa do filme teria tudo para levar a narrativa para momentos pobres e clichês, de filmes musicais de seção da tarde. Porém, temos uma narrativa totalmente voltada para a depreciação e a não-romantização da carreira de um astro. Enquanto uma estrela esta em ascensão outra esta prestes a cair do céu. Esta dicotomia, leva ambos os personagens a se conflitarem numa linha tênue o suficiente para contrastar as fases da carreira de um artista.
Há problemas com a narrativa do filme. Muitas vezes é comprometida pela enfase em ideias repetitivas; você sabe que algo esta prestes a acontecer, porém o filme insiste em reforçar tal indicação. Perde muito tempo tentando estabelecer um clímax para contrapor e gerar o conflito, sendo que a degradação do relacionamento de ambos personagens poderia ser melhor explorada.
As musicas são muito emocionantes. Eu não sei quais são originais, quais são composições já existentes, mas dependendo de qual for a musica, é provável que o filme ganhe um Oscar nesta categoria. Eu fico muito feliz, quando a direção insere musicas que realmente tem ligação com o momento do filme. Muitos filmes cagam para isto, colocam letras que ao menos representa o momento que esta vivendo um personagem. Este aspecto de fidelidade, é muito importante para um drama.
Este é um filme memorável, explora temas profundos sobre depressão, vícios, e fama. Eu gostaria que o filme tivesse explorado melhor a relação familiar de Jack e seu irmão a respeito de seu pai; ele dos deixa um ar para imaginação, o que é bom, mas seria legal ver e entender melhor o que se passava entre eles. Não sei se Bradley Cooper (Jack), ganharia um Oscar, mas sua interpretação foi muito boa, em especial os momentos menos lúcidos, que exige mais criatividade e personalidade.
"Nasce Uma Estrela", é um filme notável, real e emocionante, vale a pena assistir.
Estilo romance francês, não faz muito meu tipo. Não sei muito o que dizer, mas não foi grande coisa. Algo que me chamou atenção, foi a atuação de Joanna Kulig, digna de Oscar, realmente foi a melhor atá agora. Tem um diálogo super irônico que a personagem diz sobre como matou seu pai. Ela diz: "estávamos sós, ele chegou encima de mim, pensando que eu era minha mãe, mas eu mostrei pra ele com uma faca que não era ela". É Genial"!
Este é mais um daqueles filmes que me fizeram chorar. Impressionante como um filme clichê e que aparentemente seria infantil pode transmitir tanta emoção. Uma realise de uma das mais icônicas animações da Disney.
Primeiro aspecto que se destacou com certeza foram os efeitos visuais da composição dos personagens. Em vários momentos eu me peguei lembrando do desenho antigo do Ursinho Pooh, e da fidelidade da representação, dos trejeitos, do cenário, etc. Todos personagens estão muito fieis, mas o Urso Pooh ta extremamente "cut cut". As cenas mais emocionantes são compostas quando sua inocência contrasta com a maturidade de Christopher, é de partir o coração ver um adulto revelando de forma abrupta a realidade para um ursinho de pelúcia hahhah.
É legal ver os personagens que sempre foram infantis, num espectro conflitante com o mundo real com o mundo adulto. Christopher representa o típico homem que abandonou a infância e o encanto pela imaginação; como consequência sua vida frenética com o trabalho o colocou quase numa posição de antagonista na primeira metade do filme. Isto é um motor para a comoção como o filme.
A mensagem que o filme passa é muito atual, e quem sabe até de praxe para os filmes da Disney, mas a forma como tudo é orquestrado, é muito singular. Não há esforço narrativo para transmitir a mensagem, singelos momentos revelam o quão poderosa é a inocência e como que ela pode destruir um homem feito, e torna-lo criança novamente.
Minimamente tímida, a narrativa do filme é cautelosa, expõe diálogos excelentes, diálogos longos, que são o ponto chave do filme. No decorrer do drama, se percebe possíveis caminhos pelo qual ele poderá seguir, porém sinais, pistas, são colocadas para instigar as deduções do publico.
O tom frio polarizante do filme, nos faz acostumar com o aspecto seco dos acontecimentos. As personagens são bem desenvolvidas são funcionais e convincentes. Com destaque, claro, para o papel de Ethan Hawke que interpreta o Reverendo, pela sua entrega e absorção do peso que é ser um líder religioso que desliza entre tomar uma atitude e ser relutante.
O peso da culpa recai todo sobre Toller, ele se sente responsável pelo que acontece, pela relação que sua igreja tem com a empresas que promovem exploração em massa. Isto o transforma num potencial ativista, que comprou a ideia de um homem, por ter tomado suas dores. Esta vontade e consciencia o faz flagelar-se psicologicamente e quem sabe até mais além (não quero dar spoilers)
Podemos fazer um paralelo com o sentimento dos grandes reformadores da igreja, ou então dos intelectuais contra o poder absolutista. Assim como estes o sentimento de revolta no Reverendo ascendeu como um vulcão, imparável e incontrolável. Sua disposição em fazer algo para mudar a realidade foi tamanha, que poderia dizer que seu corpo se tornou uma representação do planeta terra, no qual sua sentença era de fato a morte, até que algo o convencesse e que valia a pena viver. Isto vc vai descobrir se assistir ao filme completo e com atenção.
Este filme é um calabouço de questionamentos. Calabouço porque a mensagem aqui contida ainda não é levada a serio. Em meio a um mar de vozes, o Reverendo Toller encontra um homem, que planta uma semente na sua mente. Nisto temos uma figura religiosa, entrando em conflito consigo e com sua comodidade perante a destruição da natureza, esta mesma, cujo qual Deus anuncia suas obras e pela qual ele é glorificado.
Sobre Pais e Filhos
3.8 32 Assista AgoraPodemos aqui acompanhar a construção social por trás do ódio ao ocidente (infiéis). É nítido como um pensamento fundamentalista é tão forte na mente dos extremistas. O documentário trás imagens importantíssimas para entender as motivações dos grupos jihadistas.
Border
3.6 219 Assista AgoraFilme asqueroso no bom sentido!!! Otimo!!!
Mirai
3.6 119Quem nunca sentiu ciumes? Quem nunca quis atenção apenas pra si? Assim como a maioria das crianças, Kun sofre de "síndrome do egocentrismos"(sim eu inventei este termo). Kun não gosta da ideia de ter que dividir a atenção de seus pais com sua recém nascida irma, Mirai. O filme trabalha esta evolução de Kun de uma forma estranha e pragmática.
Os acontecimentos de seu jardim, que parecem mágicos ou meras imaginações de sua cabeça, coloca o garoto em um mundo que transita entre o passado, presente e metafisico. Este mundo confronta sua visão umbilical sobre o mundo real; na oportunidade de dar a Kun, a chance de entender que a vida não se trata de si mesmo, mas aprender a conviver com outros. Apesar disto, sua visão teimosa e egoísta continua a mesma, sendo necessário que outras viagens no passado e no futuro sejam feitas.
O fato de grande parte da animação se ambientar na casa de Kun, reforça a ideia de individualismo e limitação do conhecimento das coisas do mundo, tudo que ele conhece esta na casa; o mundo lá fora é totalmente desconhecido. Kun é privado de muita coisa, por ser uma criança mimada, isto o torna muito dependente de seus pais. No momento em que ele realmente sai ao mundo real para fora dos portões de casa, em uma de suas viagens pelo jardim, ele descobre o quanto o mundo real é terrível e diferente de seu ninho, da segurança de sua casa, onde ele tem tudo na mão.
Como se não bastasse, a animação ganha pontos em retratar o casal, pai de Mirai e Kun, como um casal moderno, onde a mulher se torna a chefe da casa e o pai é o passivo de decisões. Por ter tirado licença a maternidade com o nascimento de Mirai, e ao voltar para a rotina de trabalho, o homem é obrigado a tomar conta das tarefas domesticas, mesmo não mostrando habilidade para tais. Outro aspecto legal, é como o filme trabalha o apreço de Kun por brinquedos de trem-bala, de uma forma que ao se deparar com um trem bala que não conhecia, percebemos que o trem-bala desconhecido, se refere ao mundo cruel e real que o garoto não conhecia.
Mirai significa "futuro". Sua irmã nas aparições do futuro, o encaminha para o ápice em que o faz perder a inocência. Ao ver avo quase morrendo na guerra, ou então seu pai caindo da bicicleta, ou sua mãe acudindo um pardal morto por um gato, pode ver que a realidade que ele vivia, era totalmente distante do que acontecia fora de seu ambiente de conforto. No mundo de uma criança inocente, Kun vê em Mirai uma ameaça a sua soberania na casa. Durante todo este processo de amadurecimento, o garoto precisou enxergar que a vida é feita de ciclos, de necessidades e de amadurecimento. Só assim ele pode perceber que o mundo não girava em torno de si próprio.
No Portal da Eternidade
3.8 348 Assista AgoraVan Gogh foi um pintor que teve uma vida um tanto conturbada. Ele não era considerado um bom pintor pelos seus colegas e leigos, era tido como um louco na pacata cidade em onde vivia. Sua "loucura" foi uma arma usada para retratar a beleza que ele via, tanto na natureza quanto nos artifícios humanos.
Retratar em pouco menos de duas horas em imagens toda a essencia de um artsta não é uma tarefa facil. Diversos filmes contaram esta mesma historia de Van Gogh. Inclusiva ano passado, "Loving Vincent" concorreu ao Oscar de melhor animação, sendo uma incrível obra de arte em filme, como nunca visto antes.
Mas diferente dos demais filmes sobre o famoso pintor, At Eternity's Gate, é um filme que além de apresentar Vincent como nos o conhecemos, ele aprofunda de uma forma que nos influi para dentro da realidade do personagem. Só assim é possível sentir a dor, a ansiedade e o extasiante momento em que as cores saltavam aos olhos do pintor.
O filme nos permite viver esta experiencia do silencio caótico, o verdadeiro paradoxo de transformar a dor em alegria, algo que transformou Van Gogh no pintor mais peculiar e misterioso de todos os tempos.
Minding the Gap
4.1 73Gente a edição desse filme ta inacreditável.
Minding the Gap
4.1 73Já virei fã do Japonês Bing Lu, este garoto tem não só sensibilidade para direção, mas também na vida de seus próprios amigos, de enxergar problemas que eles passavam de uma forma que tudo se encaixa numa peça só.
Minding the Gap
4.1 73Imagine que você seja um jovem diretor, que resolve contar sua historia e de seus amigos; falar sobre suas dificuldades, suas semelhanças e os caminhos que tomaram. Foi o que fez Bing Lu, neste maravilhoso documentário.
O filme 300º deste álbum não poderia ter sido melhor. Este documentário é de uma sensibilidade e profundidade absurda; nunca vi nada igual. A forma que o diretor une estas três historias que aparentemente se resumiria em três garotos com problemas familiares, que acharam refugio no esporte radical. Mas quem assistiu sabe que é muito mais profundo do que se poderia imaginar.
Kiere Johnson, é um jovem negro amigo de Bing Lu. Ele sofre emocionalmente pela perda de seu pai, mas mais ainda pela sua relação com o mesmo. Em sua infancia Kiere sofreu com a autoridade abusiva de seu pai, que o obrigava a trabalhar. Isto acaba o afetando, o fazendo ter que lidar com seus fantasmas. Por outro lado, temos Zack Mulligan, um jovem branco que sofreu com sua infancia conturbada, e agora, sendo pai, luta para levar uma vida mais responsável. Por fim, Bing Lu, é um Asiático que sofreu agreções de seu padrasto, e agora tem que lidar com estas questões com sua mãe, que não estava presente para ampara-lo.
É fácil se emocionar e se identificar com muitas coisas aqui. Você vê na face destes jovens a dor do passado e a esperança de uma vida melhor. A relação parental abordada aqui por Bing Lu é extremamente real. São personagens reais, com problemas reais. Por fim tudo se encaixa em um único plano. Bing Lu ve em seus amigos aspectos de suas experiencias de vida, que possuem ligações simbólicas com sua própria vida.
Este documentário foi uma das melhores coisas que vi. Questões raciais, sobre machismo e abuso de autoridade, são pontos fortes neste trabalho. Já virei fã de Bing Lu, não apenas pela obra, mas pelo seu olhar sensível, em identificar parte dele em seus amigos. Magistral! Este jovem é uma promessa do cinema.
A Juíza
4.0 42 Assista AgoraQue mulher incrível! Sua motivação em lutar, a levou de uma mera estudante de direito, até a primeira mulher na Suprema Corte do EUA. Uma mulher equilibrada, que através de seu discurso e sua sobriedade, conseguiu mostrar que o papel da mulher não é ser dona de casa.
Ruth, chegou a estudar, trabalhar, cuidar de seus filhos e do marido que estava com câncer, tudo de uma vez. Como se não bastasse foi a responsável pelo reconhecimento na constituição da criminalização da discriminação sexual. Ela será lembrada para sempre como a RBG
Vice
3.5 488 Assista AgoraO que falar deste filme??? Uma bagunça do inicio ao fim!!! Olha o nível que chegou o Oscar. É claramente um filme que foi indicado por méritos políticos. Isto me irrita.
Melhor cena do filme, foi a cena pós creditos kkkkk
Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraTodos nos conhecemos a grandeza de Steven Spielberg. Conhecido por ser um bom contador de historias, e um dos maiores nomes do cinema mundial, o diretor possui uma marca característica de seus filmes. A emoção que ele passa, através de sua visão e sensibilidade em tocar o publico é inquestionável. Aqui temos mais um belo trabalho, recheado de efeitos visuais, e que propõe um debate para questões atuais, sobre a tecnologia.
O mundo futurista exposto no filme, evidencia a diferenças de classes sociais, pela consequência da estrutura de monopólio de pequenos grupos. Nada de novo debaixo do sol. Porém este é um aspecto importante do filme, que não é tão discutido; a obviedade do tema, talvez não tenha despertado o interesse de Spielberg, mas um outro tema o despertou. A tecnologia.
Neste mundo, a maior fonte rentável das pessoas se tornou os jogos de realidade virtual. Toda a sociedade vive em função desta tecnologia, claro em busca de uma vida melhor. No entanto, esta boa vida, não é tão fácil de ser conquistada. Mas o filme explora um outro lado desta questão. A atividade tecnológica, cauterizou a mente das pessoas. O fundador e precursor desta tecnologia, que criou todo este sistema, sempre viveu relutando ter uma vida social. Por não ter tais habilidades, isto o levou a acreditar que talvez a realidade virtual poderia ser um substituto da realidade. Mas a mensagem que o filme traz é que, nada pode substituir a realidade.
Halliday o fundador, descobriu no fim da vida, que a sua omissão a realidade, o fez perder o melhor que tinha da vida. Escondeu seu amor a sua amada, tudo porque viveu a vida toda fora da realidade. Isto nos leva a pensar, e fazer uma profunda reflexão, de como as redes sociais podem afetar nossa vida. As relações entre internautas, podem nos tirar da vida real, nos fazendo esquecer o valor de ser de verdade. O filme trabalha muito bem esta ideia, com exemplos dentro do próprio roteiro, com diálogos, sempre deixando uma reflexão a cada estagio da historia.
Não vou atentar a diversos furos e incoerências no roteiro, porque eu sei que isto não tira o valor do filme, de toda a produção, ada mensagem e da obra por completo. São coisas minimas comparadas com o resto, mas que a certo nível pode incomodar quem é mais atencioso a detalhes. O filme, no geral, tem um ritmo gosto, não perde a frequência
Os personagens são na maioria das vezes funcionais. Os jogadores secundários não atrapalham o andamento do filme, estão ali apenas para compor um time bacana. Wade, o personagem principal, é um pouco vazio. O filme pincela um pouco no que poderia se tornar uma camada, ou motivação para o personagem fazer o bem, mas logo abandona esta questão e foca novamente no conflito. Isto é ruim, porque acaba se tornando um personagem sem muita motivação a nãos ser jogar e ver um mundo melhor; o que faz talvez não sentirmos tanta empatia pelo mesmo. Já Samantha, possui mais camadas que o personagem principal. O seu drama em ter perdido o pai por causa da organização exploradora que ambos lutam contra, faz a sua luta ter muito mais sentido. Esta personagem tem muito mais a dizer do que Wade. A relação entre eles, funciona muito melhor no mundo virtual. Eu gostei muito mais de ver todos os amigos reunidos dentro do jogo, do que fora. O plano real é a pior parte do filme, as piores cenas, os maiores furos acontecem fora da realidade virtual.
O ator Tye Sheridan (Wade), conhecido pelo o papel de Bran Stark no seriado Game of Thrones é um bom ator. No entanto, aqui, seu personagem como já fora dito, não possui muita profundidade, o que tornou sua interpretação um pouco genérica. Destaque para o virtuoso Mark Rylance, que desempenha o melhor papel do filme. Seu personagem é o mais interessante, e muitas vezes se destaca em vários pontos do filme. Ben Mendelsohn faz um bom vilão genérico de aventura infanto juvenil. Já o resto do elenco alterna entre o bom e o sofrível.
A trilha sonora é algo que não podemos deixar passar. Incrivelmente as melhores trilhas do cinema são de filmes do Spielberg. Este é um forte que ninguém pode negar. A trilha acompanha bem as referencias da cultura pop. Temos refetrencias a jogos famosos, como Halo, Overwach. Referecias de filmes como King King, Godzilla, Gigante de Ferro, Star Wars, Series Japonesas. O melhor de tudo, certamente foi ver o Gigante de ferro em ação novamente, se sacrificando. O filme é recheado de referencias. Mas o ponto alto, com certeza são os efeitos visuais. A texturam, mecânica a realidade, foram excepcionalmente o que destacaram o filme. De fato esta categoria, sera a mais difícil de se votar.
O Jogador Numero 1, é um ótimo filme de aventura. Me arrebatou do sofá. Foi um belo show de efeitos visuais, e edição. Quanto a historia, é o mesmo de sempre, mas como todo filme do velho Spielberg, me fez pensar e refletir com otimismo.
Han Solo: Uma História Star Wars
3.3 638 Assista AgoraStar Wars se tornou uma das franquias mais bem sucedidas do mundo. É tanto, que o universo de possibilidades de aventuras não parece ter limite; não havendo sinais de que sera estabelecido um veredicto tão cedo deste universo. Como ponta, a Disney lançou o filme exclusivo que conta a história de Han Solo, antes da sua aventura com Luke e a Princesa Leia.
Temos um inicio clássico, bem característico de Star Wars. O filme do inicio ao fim é frenetico, fluido, sem muita complicação. É basicamente a amostra do trajeto que colocou Han Solo no caminho de Luke. Muitas soluções e esclarecimentos foram feitos neste filme; como Han conheceu o Chew, como ele consegui o blaster a Millennium Falcon, enfim, tudo que os fãs de Star Wars gostariam de ver.
A aventura desta vez não é tão diferente das outras, a não ser as motivações. Aqui elas parecem ser bem mais reais que nos filmes antigos. Porém, outras motivações de personagens secundários, são usadas como fio condutor do desfecho, algo que me incomodou, justamente por desentonar com o resto do filme, que seguia uma linha muito menos ideológica de revolução e muito mais de ambição e busca por sobrevivência e poder. Todo este malabarismo no roteiro, fez o filme perder um pouco o foco narrativo, que era a historia de Han Solo, não tinham que colocar a resistência nesta historia.
Os personagens são interessantes. Tivemos a inserção de personagens inéditos, claro. Estas figuras que cercam a vida de Han, não são muito confiáveis, pois se tratam de mercenarios e servos leais. Isto permite varias possibilidades no roteiro. Woody Harrelson como Beckett, faz um personagem astuto, mas falta um pouco mais de brilho e coerência com este personagem; ele compra muito fácil muitas ideias. Alguém como ele não seria tão fácil de ser convencido ou tapiado. O vilão Dryden Vos, interpretado por Paul Bettany, tem um tom maléfico e cordial. Porém sua verdadeira face revela sua aspereza e levianidade. Este foi um vilão comum que teve boas cenas de seu interprete.
Alden Ehrenreich, esta muito bem como Han Solo; consegue imprimir alguns trejeitos clássicos no papel. Logo é denotado as características do personagem feito originalmente por Harrison Ford. Ele possui excesso de confiança, paga de charmoso, é malandro, e não consegue ter caráter ruim. É exatamente como o Han Solo dos anos 70. A Emilia Clarke, interpreta Qi'ra, o primeiro amor de Han. Ela atuou basicamente com expressão, devido a condição que fora posta no papel. Sua personagem é intrigante, valente e esconde bem seus sentimentos. Através do olhar, Emilia Clarke ajuda a deixar muita coisa subentendida a respeito de Qi'ra e suas motivações. Eu gostaria muito de ver esta personagem em outro filme da franquia, mas acho improvável.
Eu posso estar falando besteira, mas eu percebi pobreza na textura da CGI em muitas cenas do filme. Eu até duvidei que estivesse concorrendo ao Oscar de efeitos visuais. Mas dentro do aceitável, a produção de forma geral, o cenário criado, as cenas no Turbilhão foram as visualmente as mais incríveis de cair o queixo.
Solo é mais um filme pra conta da franquia, que na minha visão não foi tão fraco como me falaram, na verdade creio que pode estar entre o top 5 dos melhores filmes da franquia. Eu não sou fã de Star Wars, mas este foi um dos que mais gostei, podem me julgar haha.
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Poderia Me Perdoar?
3.6 266Esta atriz, acredito que tenha sido o melhor papel dela. Filme legal, não grande coisa, mas legal.
A Balada de Buster Scruggs
3.7 533 Assista Agora[SPOILER] Eu gostei da historia da moça que acaba tirando a própria vida. Pois na primeira vez na vida dela, ela toma uma decisão definitiva sobre seu destino. Foi irônico mas trágico kkkk [SPOILER]
A Balada de Buster Scruggs
3.7 533 Assista AgoraA principio, para mim o filme pareceu em sua composição, um compilado de curtas-metragem totalmente disconectos. Mas refletindo melhor, o intuito do filme não pareceu estabelecer um sentido real sentido entre todas as historias apresentadas, mas sim contar varias historias que homenageiam os filmes de velho oeste. Foi como se de fato houvessem pegado um livro de contos e contado da maneira que ele é. Este filme na mão dos irmãos Coen foi um prato cheio. Apesar disto, eu não acho que este filme funcione tão bem como um único filme. Talvez ficaria um trabalho mais coeso como serie, no estilo American Horror History, ou até mesmo Doctor Who.
Cada ponta de historia contada aqui, possui sua característica como produção. Ao passo que mudam as historias, também muda o ritmo, a fotografia, o tom do filme. Neste sentido, o problema de ritmo do filme fica mais que evidente. Temos comédia, romance, drama, ação, tudo englobado em uma unica obra de duas horas de duração; não abrindo muito espaço para fluidez. Mas ante o proposito do filme, é compreensivo que não haja como fazer com que as historias se conversem, a não ser pela temática e pela produção artística.
As histórias que são apresentadas são em sua maioria interessantes e cativantes. A primeira temos uma comedia sobre Scruggs, um fora da lei sabichão, que é derrotado pela sua autoconfiança. O filme da tanta enfase ao fato de ele ser rápido no gatilho, ter sempre um truque na manga, que o momento em que ele é abatido, faz com que o publico fique surpreso, ao ver que foram enganados pelo próprio filme.
A segunda história é sobre um jovem bandido que ao assaltar um banco é preso e condenado ao enforcamento. De forma irônica ele escapa mas é condenado mais uma vez a forca. Em seu ultimo diálogo temos uma das cenas mais irônicas e engraçadas do filme.
No terceiro, o filme apresenta um jovem artista e um empresário que vivem de show itinerante. Aqui temos um drama num tom bem melancólico, pela condição do jovem de ser desprovido de pernas e braços.
A quarta historia revela um homem de idade isolado de tudo e de todos, vivendo na floresta em busca de encontrar uma mina de ouro. Aparentemente ele foi garimpeiro por toda vida, e ficou louco, bitolado por achar ouro. Para sua supresa ao achar a preciosidade, é alvejado por um outro homem, que o havia perseguido durante sua jornada. A forma como ele resolve a situação é demais. Esta foi a historia que mais me envolvi.
A quinta historia é talvez a mais longa. Conta a historia de uma moça que viaja para um casamento, mas encontra seu verdadeiro amor na caravana de sua viajem. Mas uma tragedia, por sinal irônica, interrompe tudo. Aqui também tivemos uma das melhores sequencias, onde Grainger Hines tem uma das melhores atuações do filme.
A sexta e ultima historia, é a mais monótona e a que mais desentoa com o resto do filme. Ela se passa a noite, com uma fotografia serpa que eu achei exagerado. Se trata de colegas de viagem que compartilham historias sinistras sobre suas experiencias. Esta ultima parte é pura ostentação ao diálogo. O diálogo é genial, a atmosfera e a trilha sonora escurece o clima, e dão suporte a ascensão do diálogo até algo que se aproxima do suspense.
As atuações no geral foram muito boas, mas em destaque as que me chamaram mais atenção foram as de Tom Waits que fez o velho garimpeiro, e Harry Melling, que fez o jovem itinerante, e Grainger Hines que fez o chefe da companhia. Todos estes três conseguiram captar e expressar os sentimentos e as caraterísticas de seus personagens. O que vale ressaltar, é que o filme faz muito bem em definir rapidamente os personagens, pelas características físicas, pelo modo de falar, pelas breves atitudes; isto é algo que muitos filmes com muito mais tempo para desenvolvimento não conseguem fazer.
Quanto ao figurino, as locações as cenografias, maquiagem, a direção de arte de uma forma geral, foi espetacular. Eu me senti no velho oeste, senti o clima ameaçador de sobrevivência da época, a cultura, etc.
Para quem é fã verdadeiro de Western este filme vai ser um grande agrado. Mas para quem não é familiarizado com este tipo de filme assim como eu, vai sentir incomodado pelo ritmo do filme. Mas de forma geral posso dize que gostei, e foi uma bela obra, e excelente produção de arte.
A Esposa
3.8 557 Assista AgoraO filme tem um bom inicio, onde estabelece a relação amorosa de Joane e Joe. Ambos parecem ser um casal em perfeita sintonia, um daqueles casais que estão na beira da idade e se entendem. Através de algumas dicas visuais que o filme deixa, podemos notar o rumo que seguira o drama. A sutileza e a paciência em construir a empatia do publico com a personagem é super necessária, e faz com o que o filme seja intrigante, interessante. É uma promoção para a compra do espectador à Joane.
O tom leve do filme, horas se tora pesado, com a ajuda de flashbacks para ilustrar melhor o problemas por de traz da trama. As memorias do passado fazem o perfeito papel expositivo, dando mais liberdade para o diretor trabalhar o presente dos personagens sem precisar de apelar a diálogos expositivos. Apesar que, em uma cena em que o casal esta discutindo, algumas coisas que já estavam claras são novamente expostas, mas desta vez pela própria boca da personagem. O que é compreensivo, pois faz parte da descarga emocional para o clímax.
O roteiro é baseado em uma novela literária. A historia de uma mulher que por toda vida a troco de amor e por amor, teve que se acomodar com apenas sonhar em ser uma escritora de renome, para acompanhar e realizar o sonho do marido; claro, isto por força dos padrões sociais, em que uma romancista escritora, não tinha muito espaço para ser prestigiada. Isto não acontecia apenas na literatura, mas também em qualquer âmbito que a mulher houvesse que disputar com homens.
Neste contexto a Joane carrega durante anos o amargo gosto de ver seu marido levando todo o credito pelo seu trabalho. Enquanto ela escrevia, el revisava, mas quem levava o credito era Joe. A decisão de Joane em fazer isto, se baseia em uma cena, em que uma escritora a qual ela é apresentada, ajuda a reforçar a realidade de que o mundo era dos homens, e não compensava competir. Desta forma a provável desistência de Joane na cerreira, tenha sido aceitar esta realidade. Nisto ela vê na figura do marido alguém com potencial para que suas historias fossem publicadas e aceitas. Apesar de tudo isto, a relação de ambos é magnética; uma parece ser feito para o outro, mesmo que de uma forma injusta um necessitava do outro, ambos eram frustados, porém Joane era muito mais omissa e sabia do Joe, que pelo fracasso, não sabia lidar com a frustração tão bem quanto ela.
O fruto do casal, o filho mais novo, também escritor, é um garoto também frutado; que em todo tempo busca aprovação de seu pai, mas pela aspereza de Joe, não se sente bom o suficiente. Este personagem é interessante, pois ele pode representar toda o peso que Joane criou sendo sempre consentida com o marido. Esta frustração guardada por tantos anos, reflete na vida de David (filho do casal), um afogamento em magoas. David assim como Joane não aguenta mais tolerar viver de baixo de uma sombra.
Alguns personagens aqui são irrelevantes. A jovem fotografa só esta ali para impulsionar o distanciamento entre o casal, mas não possui efeito efetivo, além de promover no máximo um momento ilógico de uma garota que se seduz ou é seduzida por um velho escritor, parece algo dos filmes dos anos 60, totalmente desnecessário. O filme também apela algumas vezes para demonstrar através das atitudes de Joane que tem algo errado com ela, que ela esta sempre desconfortável quando eles estão no meio de pessoas, e todo mundo cumprimentando ele, e tudo girando em torno dele. Mas neste aspecto o ponto positivo do filme, é que a câmera sempre esta focada em Joane. Ela nunca esta em segundo plano. Isto foi fundamental para estabelecer o foco narrativo e permitir a espetacular atuação de Glenn Close como Joan Castleman.
Falando das atuações, eu tenho quase certeza que Glenn Close levará o Osca. A maneira que ela se expressa ante o desconforto em ver o escritor ganhando todo credito de seu trabalho, sendo reduzida a "musa" como fonte de inspiração para a obra, é incrível. Ela se saiu muito bem como alguém que carrega fortes magoas, um peso e a culpa de ter feito escolhas que a tiraram do pódio. Você percebe o estado mental e psicológico através do seu olhar, das viradas de rostos, do tom objetivo e discreto. Jonathan Pryce,esta muito bem também. Ele convence como um velho orgulhoso, e birrento. Sua dependencia por sua esposa é grande e notória no filme, ele não consegue viver sem ela, mas de um nível muito extremo. Christian Slater, como um jornalista chato, acabe de fato sendo chato demais. Algumas cenas ele é colocado como um remédio, outras como um conselheiro, outras como um astuto influenciador. Parece aqueles anjinhos demoninhos que ficam na cabeça, sobre a consciência falando para faz algo bom ou ruim, ou acusando de um erro, ou bajulando. Ele faz um papel muito mecânico e improvável. Max Irons com certeza foi o grande cagaço do filme. O ator foi muito mal na interpretação. O momento que ele tinha grande chance de se destacar fora jogado fora. Em diversas vezes o personagem de Max, David Castleman, se mostra desnecessário. A inserção do personagem em diversos momentos atrapalha o desenvolvimento do filme. Não havia necessidade do mostra-lo todo momento revoltado com o pai, se torna uma coisa chata, burra.
O filme é interessante, passa uma mensagem positiva sobre os papeis de gênero, e também sobre a forma que as pessoas lidam com as frustrações. É um bom filme, mas não faz sentido ser indicado para concorrer ao Oscar de melhor filme.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraFilme não é pra Oscar. É mais uma versão de "Intocáveis" so que invertida. O viggo carregou o filme nas costas praticamente.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraO primeiro ato do filme estabelece bem as características do personagem principal Tony, interpretado pelo Viggo Mortensen, nosso eterno Aragorn. Aquele tipico italiano nova iorquino, médio mafioso, que conhece todo mundo da vizinhança; meio troglodita, hora insensível, hora carinhoso. É a figura perfeita que retrata uma cultura muito bem representada pelo mestre Scorsese nos clássicos Casino e Goodfellas. Com todo as características bem apresentadas, o filme ganha o primeiro impulso, quando Tony recebe uma proposta de emprego de um musico erudito Dr. Shirley (Mahershala Ali).
Neste segundo ato, o filme inicia com um tom leve, engraçado e aventureiro. A relação entre o empregado e o patrão pela diferença cultural, se mostra um pouco distante, para que se permita o desenvolvimento da relação de ambos os personagens, o que é bem feito nos momentos que não há conflitos. Quando os conflitos aparecem, que seria a melhor parte para o desenvolvimento dos personagens, o filme simplesmente ignora as eventuais consequências dos eventos anteriores, em que há por exemplo uma briga entre ambos, ou um entra em apuros e o outro tem que se encarregar de o tirar de lá. Estes momentos deveriam ser importantes, mas não possuem peso narrativo, não são dramáticos o suficiente para criar empatia entre o publico e o personagem. Você sente de fato uma certa empatia, mas por fatores de didática socio-culturais externos ao filme, e não pela própria cena ou contexto que fora depositado na trama.
Algumas coisas foram realmente forçada (me desculpe quem achar que estou sendo preconceituoso), como por exemplo as cenas em que indicam a homossexualidade do personagem, ou algumas cenas de racismo que o personagem sofre. Não causa impacto, não potencializa o filme, eu senti falta de mais peso, mais carga dramática nestas cenas. O filme trata com certo desdem estas questões, além de não deixar claro qual é a mensagem que quer passar com isto. O desfecho basicamente consegue piorar o filme. Soluções escapistas começam a aparecer, mudança brusca de ritmo e conduta dos personagem causa certo estranhamento do roteiro, e por fim um final recheado de "feliz natal". Tudo bem, um final otimista é bem vindo, mas faltou algo, me parece que faltou de fato emoção, apos uma aventura, ou uma turnê tão conturbada.
Bom, falando das partes boas do filme, a interpretação de Viggo Mortensen esta incrivelmente natural. Ele simplesmente sumiu, e apareceu Tony Lip no filme. Ele parecia de fato outra pessoa. O aspecto físico, a postura, os trejeitos, os palavreados, foram excepcionalmente fundamentais para a caracterização, algo que o ator conseguiu fazer com proeza. Ele tem momentos engraçadíssimos de diálogo com o personagem de Mahershala Ali, outros que ele mostra mais seu lado ameaçador e protetor, o cara da mafia. Tudo fica muito equilibrado, de uma forma que parece ser um personagem real, uma pessoa comum, com personalidade e não uma caricaturar dos grandes mafiosos. Por falar nisto, em diversos momentos Viggo me lembrou Joe Pesci, um grande interprete de mafiosos, que atuou no papel da sua vida em Goodfellas. O personagem de Mahershala Ali possui certas nuanças difíceis de expressar. Ele possui uma áurea refinada, um sotaque que foi muito bem produzido pelo ator, e também tem seus momentos engraçadíssimos. Eu creio que o personagem não ajudou muito na interpretação de Mahershala, porque apesar de suas potencias camadas, o filme se limita a mostrar a construção de amizade entre Tony e Dr. Shirley.
O filme se trata de um choque de cultura dos anos 60. De forma atípica, um afro-descendente refinado troca experiencia com um italiano de classe baixa, e acabam tirando o melhor um do outro. O que serve para elevar o espirito um do outro ao se ajudarem em seus problemas. É uma historia bonita, engraçada, que deveria ser dramática, mas não foi. É um ótimo filme para relaxar e se divertir, mas não é filme pra Oscar.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraA direção deste filme acerta na constância da ideia do desencanto de se viver na nobreza. O ultimo trabalho que vi de Yorgos Lanthimos fora "The Lobster", onde há uma grande semelhança no tom depreciativo que o filme deságua. Assim como é de praxe em seus trabalhos, o escarnio e o humor negro tem um encaixe perfeito; vulgarizando trivialidades da vida, satirizando temas que ainda no seculo atual são tabus. Este é o tom do filme.
No filme, a guerra pelo poder dentro do ambiente interno da coroa ultrapassa qualquer limite de ética e moral. Um quer conquistar a rainha por questões politicas, vinculadas a interesses de pequenos nobres, Lady Sarah por questões pessoais e parece que em resquícios, por afeto. Enquanto isto, Abigail, uma ex-nobre que descobre rapidamente como funciona o sistema interno na coroa, busca unicamente se aproveitar das oportunidade que lhe são oferecidas, em prol da seu conforto e estadia na coroa. De certa forma Abigail tem seus motivos pessoais, em que há uma decisão em não mais se submeter a servidão; o seu estupro, a condição a qual fora submetida, seu posto como mais baixa da classe na servidão da rainha justifica seus atos imorais.
O conflito é gerado por termos duas personagens com personalidades forte. Ambas são destemidas, ousadas e competitivas; isto gera uma verdadeira guerra por traz das belas honrarias e bons modos entre a nobreza. Isto revela uma característica real, no que diz a respeito do intento humano para buscar ascensão social. O status quo, não é admirado apenas pela nobreza, mas também pelas classes mais baixas. No fim, todo mundo quer ser rei, todo coração há ganancia e pelo poder e a boa vida. Ninguém escapa. O filme mostra exatamente isto.
A Necessidade da rainha Anna de se torna ser amada, é notável. Todos a qual ela ama foram embora, ou vieram a perecer. Ela lamenta, e vê na figura da Duquesa e da jovem Abigail, potenciais agentes de sua solidão e desamparo. O filme até representa de forma tímida a seu apreço por coelhos; estes mesmos que também morrem e vão embora, contextualizando exatamente sua vida amorosa e afetiva. Nisto Abigail e a Duquesa Sarah, brigam pelo posto de favorita da rainha. A figura da rainha Anna é muito debochada. Em vários momentos ela mostra ser incapaz de tomar atitudes só, revelando sua falta de iluminação no sentido filosófico. O filme diz claramente que ela não passa de uma velha sortuda por ter nascido ou sido condicionada ao poder absoluto. Isto pode ser interpretado como uma critica pre-revolucionista. A Inglaterra estava em um confronto contra a frança, justamente por temer que as ondas revolucionarias que se ascendiam no pais vizinho, a Inglaterra possuía desavenças com a frança; que conferiu no abandono total a nobreza francesa para serem comidos pelos intelectuais e a burguesia.
Um aspecto interessantíssimo do filme, é como ele aborda de maneira banal e espalhafatosa problemas que na coroa seria até motivo de morte; o que é irônico, pois condenações por coisas banais eram recorrentes neste período e tipo de governo. O humor negro e sarcástico do filme é ultrajante para a narrativa. A Emma Stone (Abigail) consegue ser muito engraçada. Os melhores monólogos e diálogos, ela esta sempre presente. A contracenas entre Olivia Colman (Anne), Rachel Weisz (Duquesa), Emma Stone, funcionam muito bem. Há sempre um ar maquiavélico, onde você fica pensando até onde aquelas personagens conseguem ir para atingir seus objetivos, e isto parece não ter limite. Chega uma hora que eu pensei, que não poderia piorar, dai vai uma das duas e sacaneia a outra. É realmente muito debochado. A atuação das três esta muito boa, pelo menos uma delas levará um Oscar. Olivia esta muito bem no papel, consegue absorver toda energia depositada sobre a sua personagem, e refletir num cansaço/envelhecimento precoce. Aquela característica de ingenuidade e carência, é muito bem expressada aqui; a personagem parece de fato alguém que sofreu perdas e perdeu o pouco que lhe restava da alegria e sagacidade.
Não vou entrar em termos mais técnicos, mas o figurino é algo espetacular neste filme. A cenografia e reconstrução do seculo XVIII, foi realmente satisfatório. Eu senti falta talvez, de mais cenas em ambientes externos, mas é compreensivo pela narrativa do filme.
"The Favorite" é um filme escandaloso, que não havia mencionado, mas releva o poder feminino, caracterizado pela altivez das personagens em sempre mostrarem o lugar dos homens; disposto a denotar que o espirito de subjugação não habita em mentes fortes. Temas como estupro e abusos, são tratados com humor mas com responsabilidade. Se trata de um filme que mostra os caminhos que mulheres fortes com muito poder podem tomar rumo a seus objetivos. É um filme excelente, por enquanto o melhor do ano junto com "Roma".
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraAssim como o filme de James Brown, percebe-se aqui uma entrega do ator Rami Malek, que é um ator super talentoso. A representação do cantor no filme impressiona.
Foi muito legal ver a maneira como contaram a história. Eu não sei ao certo o que é real e o que foi acrescentado, mas creio que o otimismo do filme foi em respeito aos fãs e até mesmo a imagem do cantor e da banda.
Este filme é uma bela homenagem ao Queen, em especial Freddie Mercury, que só perde para David Bowe como artista de Rock. Foi um verdadeiro show.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraDizem que um filme estrangeiro quando concorre a melhor filme num Oscar, significa que é uma obra de arte. Roma, de fato é uma obra de arte. a Direção de Alfonso Cuarón, como sempre, transmite frieza e asperidade. O tom da narrativa é bem realista e consequentemente pessimista, com leves momentos, momentos brandos e alguns tensos.
A história de uma empregada, que passa por conturbados problemas na sua vida pessoal e profissional, parece até tema de novela mexicana, porém esta premissa no formato de longa metragem, bem produzido, foi algo excepcional para a realização deste filme. É revelado aqui, a realidade de quem esta abaixo da camada privilegiada social, em uma época de poderio militar de repressão. A falta de informação, de educação e de oportunidade e justiça, faz com que as camadas mais baixas se submetam a uma vida difícil, de opressão.
A atuação de Yalitza Aparicio como Cleo (empregada) é sutil, mas expressiva em determinados momentos de tensão, já que sua personagem é timida. A relação de Cleo com outros personagens é muito verdadeira. Sua patroa se mostra uma personagem real que essencialmente é boa, mas tem seus momentos de recaida moral cordial. Sua colega de emprego, promove cenas em que Cleo de fato expressa o que sente de forma livre, sem receio; sua relação com os outros é sempre passiva.
A falta de musicalidade ao acompanhamento narrativo, faz com que a ideia de solidão, seja reforçada de maneira seca. A ambientação dos anos 70, apesar de vezes não muito clara devido a paleta P&B, é na medida do aceitável bem verosímil, junto com o figurino. A filmagem é feita sempre como polo a personagem principal em planos abertos, e planos fechados indicam periculosidade ou tensão.
Pra muitos pode ser um filme político-partidário, mas é uma constatação da realidade que afeta as pessoas mais pobres. O filme Roma se passa num período conturbado pós fraudes eleitorais, em detrimento da maior autonomia do governo mexicano em relação ao afastamento do EUA. Nestes momentos o pobre escolhe um lado, o da repressão e consentimento ou da expressão contrária. Todo este panorama, faz parte do filme não apenas como debate político, mas como análise das relações sociais que um entrave deste pode influenciar.
O filme Roma é interessante para quem gosta de história e sociologia, porque te da um exemplo de fatos que poderia haver ocorrido no período chamado Guerra Suja. Além disto, nos traz uma realista história de sobrevivência social.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraA primeira grande surpresa do filme, foi nos primeiros minutos, descobrir que um dos personagens principais é a Lady Gaga. Sim, apesar de além de cantora ela ser atriz, não estamos acostumados com ela atuando. E ainda além, são raros cantores/atores, que de fato são sucedido em ambos os trabalhos. Este filme prova que Lady Gaga, atua tão bem quanto canta. Se ela ganhar um Oscar, será muito merecido. Talvez algo que ajudou na sua interpretação, foi o fato de ela atuar no ambito do seguimento que ela já trabalha; este universo das grandes estrelas, não poderia ser mais compreensivo do que para uma delas.
A premissa do filme teria tudo para levar a narrativa para momentos pobres e clichês, de filmes musicais de seção da tarde. Porém, temos uma narrativa totalmente voltada para a depreciação e a não-romantização da carreira de um astro. Enquanto uma estrela esta em ascensão outra esta prestes a cair do céu. Esta dicotomia, leva ambos os personagens a se conflitarem numa linha tênue o suficiente para contrastar as fases da carreira de um artista.
Há problemas com a narrativa do filme. Muitas vezes é comprometida pela enfase em ideias repetitivas; você sabe que algo esta prestes a acontecer, porém o filme insiste em reforçar tal indicação. Perde muito tempo tentando estabelecer um clímax para contrapor e gerar o conflito, sendo que a degradação do relacionamento de ambos personagens poderia ser melhor explorada.
As musicas são muito emocionantes. Eu não sei quais são originais, quais são composições já existentes, mas dependendo de qual for a musica, é provável que o filme ganhe um Oscar nesta categoria. Eu fico muito feliz, quando a direção insere musicas que realmente tem ligação com o momento do filme. Muitos filmes cagam para isto, colocam letras que ao menos representa o momento que esta vivendo um personagem. Este aspecto de fidelidade, é muito importante para um drama.
Este é um filme memorável, explora temas profundos sobre depressão, vícios, e fama. Eu gostaria que o filme tivesse explorado melhor a relação familiar de Jack e seu irmão a respeito de seu pai; ele dos deixa um ar para imaginação, o que é bom, mas seria legal ver e entender melhor o que se passava entre eles. Não sei se Bradley Cooper (Jack), ganharia um Oscar, mas sua interpretação foi muito boa, em especial os momentos menos lúcidos, que exige mais criatividade e personalidade.
"Nasce Uma Estrela", é um filme notável, real e emocionante, vale a pena assistir.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraEstilo romance francês, não faz muito meu tipo. Não sei muito o que dizer, mas não foi grande coisa. Algo que me chamou atenção, foi a atuação de Joanna Kulig, digna de Oscar, realmente foi a melhor atá agora. Tem um diálogo super irônico que a personagem diz sobre como matou seu pai. Ela diz: "estávamos sós, ele chegou encima de mim, pensando que eu era minha mãe, mas eu mostrei pra ele com uma faca que não era ela". É Genial"!
Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível
3.9 457 Assista AgoraEste é mais um daqueles filmes que me fizeram chorar. Impressionante como um filme clichê e que aparentemente seria infantil pode transmitir tanta emoção. Uma realise de uma das mais icônicas animações da Disney.
Primeiro aspecto que se destacou com certeza foram os efeitos visuais da composição dos personagens. Em vários momentos eu me peguei lembrando do desenho antigo do Ursinho Pooh, e da fidelidade da representação, dos trejeitos, do cenário, etc. Todos personagens estão muito fieis, mas o Urso Pooh ta extremamente "cut cut". As cenas mais emocionantes são compostas quando sua inocência contrasta com a maturidade de Christopher, é de partir o coração ver um adulto revelando de forma abrupta a realidade para um ursinho de pelúcia hahhah.
É legal ver os personagens que sempre foram infantis, num espectro conflitante com o mundo real com o mundo adulto. Christopher representa o típico homem que abandonou a infância e o encanto pela imaginação; como consequência sua vida frenética com o trabalho o colocou quase numa posição de antagonista na primeira metade do filme. Isto é um motor para a comoção como o filme.
A mensagem que o filme passa é muito atual, e quem sabe até de praxe para os filmes da Disney, mas a forma como tudo é orquestrado, é muito singular. Não há esforço narrativo para transmitir a mensagem, singelos momentos revelam o quão poderosa é a inocência e como que ela pode destruir um homem feito, e torna-lo criança novamente.
Fé Corrompida
3.7 375 Assista AgoraMinimamente tímida, a narrativa do filme é cautelosa, expõe diálogos excelentes, diálogos longos, que são o ponto chave do filme. No decorrer do drama, se percebe possíveis caminhos pelo qual ele poderá seguir, porém sinais, pistas, são colocadas para instigar as deduções do publico.
O tom frio polarizante do filme, nos faz acostumar com o aspecto seco dos acontecimentos. As personagens são bem desenvolvidas são funcionais e convincentes. Com destaque, claro, para o papel de Ethan Hawke que interpreta o Reverendo, pela sua entrega e absorção do peso que é ser um líder religioso que desliza entre tomar uma atitude e ser relutante.
O peso da culpa recai todo sobre Toller, ele se sente responsável pelo que acontece, pela relação que sua igreja tem com a empresas que promovem exploração em massa. Isto o transforma num potencial ativista, que comprou a ideia de um homem, por ter tomado suas dores. Esta vontade e consciencia o faz flagelar-se psicologicamente e quem sabe até mais além (não quero dar spoilers)
Podemos fazer um paralelo com o sentimento dos grandes reformadores da igreja, ou então dos intelectuais contra o poder absolutista. Assim como estes o sentimento de revolta no Reverendo ascendeu como um vulcão, imparável e incontrolável. Sua disposição em fazer algo para mudar a realidade foi tamanha, que poderia dizer que seu corpo se tornou uma representação do planeta terra, no qual sua sentença era de fato a morte, até que algo o convencesse e que valia a pena viver. Isto vc vai descobrir se assistir ao filme completo e com atenção.
Este filme é um calabouço de questionamentos. Calabouço porque a mensagem aqui contida ainda não é levada a serio. Em meio a um mar de vozes, o Reverendo Toller encontra um homem, que planta uma semente na sua mente. Nisto temos uma figura religiosa, entrando em conflito consigo e com sua comodidade perante a destruição da natureza, esta mesma, cujo qual Deus anuncia suas obras e pela qual ele é glorificado.