Algumas obras se destacam pelos efeitos especiais, outras por enredos inesperados e umas até por reviverem um gênero perdido. Fences trabalha em um nível diferente, não é uma história pra ser absorvida, mas uma história que causa reflexão. O enredo tenta fazer desperar algo no expectador que transcende uma expectativa de roteiro. As performances de Denzel e Viola são fortes, absurdamente críveis e impactantes; e aí está a força do filme - tratar da vida de seres humanos. Ao meu ver, engana-se quem acha que Roy estava certo, errado ou até mesmo justificado por suas ações. Até mesmo por que esse não é o mérito do filme. Em vez disso ele te apresenta uma vida, conturbada, cheia de variáveis e com desfechos esperados e inesperados. Nada alí parece falso, providencial ou mascarado. Tudo é real e isso que assombra tanto. Quanto aos personagens, o diálogo de 'eu não tenho que gostar de você' resume bem o sentimento do filme, seres humanos agindo como seres humanos. É um pai que não consegue dizer que ama, apesar de amar; uma mãe que não consegue admitir frustração, apesar de estar sendo consumida por ela; e um filho que tenta esconder o respeito, apesar de não concordar. Ouvi reclamações de sono e cansaço, talvez, não senti nenhum momento irrelevante no filme, acho que todo o diálogo e cena estão lá para sua finalidade - basta o espectador abrir os olhos pra entendê-la. :)
Eu achei esse filme muito divertido, as transições entre 2D, 3D e a criatividade pra retratar a imaginação de uma criança me deixaram bem feliz de ter ido assistir. Observo uma diferença pra esse filme, em especial. É uma animação feita pra crianças, de verdade. O maior comprometimento do filme é em passar uma mensagem boa, mostrar cenas engraçadas e usar sempre cores vibrantes e trilha sonora cativante - e isso o filme faz muito bem. Li algumas críticas aqui e ali sobre o filme não fazer sentido, sobre não ser 'engraçado' e sobre ser muito ruim. Quanto a isso, a sala de cinema que eu estava ria sem parar e era composta em sua maioria por crianças. Acho que tem uma galera que esqueceu que quando você vai no cinema pra ver uma ANIMAÇÃO com um BEBẼ DE TERNO no cartaz e com classificação LIVRE, não é pra ver plot twist, enredos complexos e a Meryl Streep contracenando com o Denzel Washington num campo de refugiados... se tiver tudo isso, ótimo, mas se não tiver, esse nunca foi o objetivo do filme. Eu recomendo esse filme pra quem quer dar uma risada sem compromissos, pra quem tem filhos/netos/sobrinhos ou pra quem gosta do gênero. Vai de coração aberto e disposto a se divertir que vai ser uma experiência bem legal. :)
Os altos e baixos da direção do Shyamalan todo mundo já conhece, mas como toda a montanha russa com decidas avassaladoras tem que ter uma subida, eis uma 'subida' para o diretor. Split é um thriller bem dirigido que tem uma brilhante atuação de James McAvoy e um roteiro muito bem amarrado. Porém... e esse porém é muito grande... o filme trabalha com um 'plot twist' diferente dos que são apresentados hoje em dia. Simplesmente impossível falar desse filme sem citar spoilers, portanto, se você quer ver esse filme, eu recomendo muito se você gostou de outros trabalhos como Unbreakeable (corpo fechado), vale a pena assistir pra se acostumar com o gênero.
Vendo os comentários aqui no Filmow e em outros sites, dá pra ver que algumas pessoas acharam o final um pouco... digamos... lúdico demais para o inicio do filme. Pra mim isso é causado por que Shyamalan quer fazer sua marca de 'plot-twists' no filme trazendo um 'genre-twist'. O que ele já havia feito com Unbreakeable e funcionou muito bem. Acontece que em Unbreakeable essa transição é muito mais suave, pois o próprio roteiro introduz as possibilidades do universo onde os personagens estão inseridos, enquanto em Split o diretor optou por relevar nas entrelinhas o que iria ser revelado abertamente no fim do filme. Eu confesso que o spoiler que eu havia recebido (que o filme retrata um possível vilão do personagem do Bruce Willis) me ajudou muito durante o filme, pois eu já esperava um monstro, já esperava o sobrenatural e já esperava um final semelhante. Pra quem não esperava, compreendo completamente a impressão de ser um filme bobo e um final non-sense. Apesar dos pesares, a interpretação do McAvoy está sensacional, os diálogos são ótimos e a cinematografia é muito bem feita. Inclusive a crítica que o filme trata com desdém o abuso sexual infantil me fez pensar outra coisa: estaria Shyamalan construindo uma espécie de 'universo Marvel' para seus filmes? Eu não me impressionaria de ver em um filme futuro a personagem de Casey envolvida em um 'acidente' com seu tio em alguma manchete rápida de fundo. Acho que o diretor deixou em aberto justamente por que quer usar essas personagens em algo futuro. Hahaha, esperanças de um cara que tenta entender esse diretor e gosta da coragem que ele tem de trazer seus filmes 'fora da caixa' para as telonas.
Sempre gostei muito de filmes de zumbi e com essa temática e há muito tempo eu não assistia um filme tão bom do gênero. Train to Busan reúne tudo o que faz um filme de zumbi ser chamado de tal, tem mortos vivos assustadores (mas não o suficiente pra te deixar incomodado), tem personagens estereotipados (mas não o suficiente pra causar descrença), tem sequências de ação ótimas (mas que nunca subvertem o perigo da ameaça zumbi) e um ritmo frenético (bom, não tem 'mas' nisso). Excelentes atuações, com destaque pra Gong Yoo e Kim Soo-Ahn que estão ótimos. O filme contrasta bem a ação com as tomadas de decisões (importante pro gênero) e apresenta até um certo drama, que pra mim foi novidade da maneira como foi apresentado em um filme (em séries é mais comum termos uma história dramática importante ao fundo). Recomendo pra quem gosta de horror e ação e acho OBRIGATÓRIO pra quem gosta do gênero. :)
Alguns filmes decepcionam, como foi o caso de Independence Day: Ressurge ou Matrix Reloaded, outros decepcionam tanto que se tornam clássicos do ódio coletivo, como o aclamado (risos) Suicide Squad. Power Rangers navega entre essa linha, porém é auxiliado pelo seu material fonte. Quem assistiu o seriado na década de 90 e início dos anos 2000 já sabe o que caracteriza a narrativa - interpretações péssimas, clichê, exposição e qualidade questionável. Durante o filme eu senti uma sensação de nostalgia, tanto quando toca a musiquinha clássica (breve, mas tá lá), quanto na vergonha alheia de ter que assistir os péssimos atores. E esse é o pior ponto do filme, a atuação é horrenda. Dos Rangers, talvez o RJ Cyler (azul) seja o menos problemático. Todos os outros me fizeram ter vontade de esconder o rosto em diversos momento, tamanha vergonha de ter que ouvir e ver as expressões robóticas sendo jogadas na tela. A direção de câmera é divertida, tem umas sequências que a gente pensa 'ah, que legal essa tomada, mas... por quê?' e o enredo é clichê e muito bizarro (ta aí algo que não me incomoda, até achei mais bem formado que os da série). Power Rangers é um filme ruim, mas que diverte quem passou a infância lutando contra Rita Repulsa e torcendo pro Tommy não ir pro lado negro da força. Com as palavras de um amigo 'é como um grande episódio de malhação que termina com luta de robôs'. :D
Wes Anderson já é conhecido pelo seu humor sofisticado e seu cuidado aos detalhes - cada plano, cada tomada e cada diálogo é tratado com extremo esmero. Eu diria que, assistindo depois de Grand Hotel Budapeste, posso dizer que algumas técnicas usadas aqui em Moonrise Kingdon foram aperfeiçoadas no Grande Hotel, porém a atmosfera é muito mais pura. Eu adorei o filme, a história real sendo exposta com tranquilidade, a retratação da infância e da pureza das crianças é sensacional (inclusive 'That's very eloquent, I can't argue against anything you're saying, but then again, I don't have to, 'cause you're 12 years old', hahaha, quem nunca). As atuações são boas, existem alguns destaques aqui, mas Jared Gilman e Kara Hayward são os mais explorados e entregam momentos ótimos. O humor é rápido e visual, algo que Wes Anderson sabe fazer com maestria. Submarine é um filme que me lembrou muito esse, até mesmo pelo protagonista e sua visão do mundo, eu recomendo ambos, muito divertidos. :)
Um filme sincero, claro e violento, sem ser agressivo. O roteiro lida com um tema pesado, a sensação de realidade é constante. Em nenhum momento parece uma história inventada, por outro lado, lembra muito aquelas histórias que os amigos contam e nós custamos a acreditar (apesar de intimamente sabermos que é real). A atuação de Isabelle Huppert é perfeita, ela consegue manter a inquietação mascarada pela feição forte e fria de uma mulher que 'tem que ser' forte e fria, apesar de tudo. Eu destaco a cena do jantar, que pra mim resume a complexidade da personagem. A trama, infelizmente, se perde um pouco no ritmo e fica lenta a medida que o filme supera a primeira metade. Alguns momentos perdem um pouco do sentido, onde você se pergunta 'mas como assim?'... e isso piora no fim do filme, onde uma segunda experiência pode ser um pouco frustrante (tem coisa que não faz sentido depois das revelações finais). Um filme que pode acabar se tornando cult, tanto pela retratação diferente da mulher, como pelo estudo social de personagem e de comportamentos (sem spoilers). Não foi um filme memorável para mim, apesar da atuação, achei interessante, mas não o suficiente para eu recomendar. Durante muitos momentos me lembrou A Pele que Habito, acho que eu recomendaria para quem gostou desse. ;)
Um filme muito divertido que se compromete em entreter e atinge muito bem seu objetivo. Jonah Hill faz seu papel recorrente de drogado juvenil de um único melhor amigo que tem dificuldades em se manter popular e fica sempre na linha entre ser um vilão por não conseguir ser protagonista (21 Jump Street, 22..., Super Bad, Wolf of Wall Street). E o cara leva jeito pra isso, vai fazer o que? O enredo é veloz, o ritmo é acelerado, o filme te prende e não enrola em momento algum. A história está sempre andando, o que é ótimo e a montagem é muito gostosa de ver. Miles Teller é o mais perdido no filme, com um perfil que não ajuda sua personagem a passar muita confiança. É muito mais fácil se colocar na pele da personagem do Jonah Hill que é um maníaco psicopata e bandidão, do que se colocar no lugar do David Packouz, que é meio 'passivo' demais para a trama. Somente um detalhe, que não destrói o filme. Combine War Dogs com Super Bad, Hangover e White Chicks e você terá um sábado repleto de risadas. Aliás, a trilha sonora é sensacional, eu gosto de pensar nela como uma trilha tarantinesca pra geração Y, hahaha. :)
James Mangold já havia dado traços da sua vontade de apresentar um Wolverine mais violento em Wolverine: Imortal, mas agora ele conseguiu a carta branca (um R rated perfeito) pra derrubar a casa. E, meus amigos, ela cai... A violência é a marca aqui. Um filme que fala de falta de esperança, o clima do filme, os diálogos 'secos' sempre dão a ideia de que não adianta, de que não tem como. O próprio Logan não acredita mais em um futuro feliz e busca só amenizar um pouco a situação horrível em que se encontra. Patrick Stewart está genial como Xavier, quem tem um avô/avó idosos sabe que a interpretação dele é perfeita nesse sentido, desde a bateção de boca na cadeira de rodas, até não querer tomar os remédios - parece clichê, mas é a realidade nua e crua. Dafne Keen está perfeita como Laura, uma menina silenciosa, perigosa, que sabe se virar e ainda assim pesa muito na atuação praticamente muda, Hugh Jackman também está muito bem como Logan. É difícil falar do filme sem spoilers, então... spoilers.
Pra mim houveram duas questões no filme que me intrigaram. A primeira foi a inserção do X-24. Ele me pareceu jogado na história, como desculpa pra mostrar os benefícios do soro azul na regeneração e na força. Ainda assim, considerei expositivo demais e desnecessário o espelho do Logan mais novo. O segundo ponto foi a fraqueza ininterrupta do Wolverine durante o filme. Na primeira metade justifica o cansaço, a fadiga e o derrotismo, mas a medida em que o filme avança, ele segue sempre mancando, sempre arfando, sempre fraco... mesmo depois de descansar 3 dias e ser injetado com o soro azul. Claro que o terceiro ato paga por tudo, mas mesmo assim.
Enfim, com spoiler ou não, Logan é um filme de ação, não de super heróis. A trama envolve uma sequência clássica de filmes de ação como Duro de Matar, Vingador do Futuro, algo nessa linha. Jamais um filme de herói. Não é um filme onde um cara qualquer ganha super poderes e salva o mundo. É um filme de policial aposentado que volta a ativa pra possivelmente sua última missão. Recomendadíssimo e importantíssimo para filmes de super herói que insistem em usar aquela velha fórmula de sempre (cidadão, herói, vilão, mocinha, vitório). Por favor, assistam. :)
Com um dos roteiros mais originais que eu já vi, uma ideia sensacional de apresentar um mundo onde os solteiros ficam a mercê de um sistema insano de regras e padrões. Uma ilustração que é tão divertida de assistir e tão feia quando a gente liga os pontos e traz a crítica para a nossa vida. O clima do filme não poderia ser melhor, o espectador observa por sua parede os acontecimentos angustiantes e absurdos, enquanto os personagens tratam tudo como normal e cotidiano. Não sou o maior fã do Colin Farrell, mas não tive problemas com ele no filme, entretanto Rachel Welsz... bem... A trama acerta no enredo caricato, nas situações absurdas e no ambiente violento. A violência aqui é tratada tão corriqueiramente que o espectador nunca duvida que algo ruim possa acontecer, inclusive tem uma cena no banheiro que eu me fiquei atônito assistindo. Por outro lado, o filme se perde um pouco nas próprias ideias, há uma ausência de contraponto aqui, o filme apresenta uma visão de mundo e não existe qualquer tipo ou ideia de margem para conflitos ideológicos. Além disso em algum ponto o filme para de fazer tanto sentido e algumas personagens são, digamos, descartadas da trama. Queria ter visto mais de Léa Seydoux e Arlane Labed (tanto individualmente como em conjunto, que química essas duas tem em cena). Um filme que eu recomendaria para todos, MENOS para casais... haha. Filme muito bom e diferente, assistam ae. :)
A paleta clara dá uma ideia de simplicidade e o visual sujo carrega toda aquela sensação de estar conversando que a gente tem quando conversa com alguém mais velho, contando história de quando virar um carro em alta velocidade ou se envolver numa briga não era algo tão importante como é hoje. Não sentia essa sensação desde No Country for Old Men... e como eu gostei de No Country for Old Men... O roteiro foi o que mais me chamou a atenção no filme. Um começo lento, onde a gente demora um pouco pra entender como tudo vai acontecer, passando por um segundo ato que introduz os quatro personagens (e a relação entre eles) e o terceiro ato... bem... eu quase não respirei durante boa parte dele. Poxa tem uma cena que eu JURO que não respirei, pqp... Enfim, dá pra sentir a grandeza do filme em cada tomada, até pela fotografia, pelo enquadramento e pela tom amarelado vibrante presente em todo o filme. O roteiro (meu Deus esse roteiro) é simples, mas inesperado. Nada te exige 'muito' raciocínio, mas em alguns momentos ele surpreende de tal forma que tem que dar uma paradinha pra pensar 'isso é sério mesmo?'. Olha, pra ganhar oscar de melhor filme acho que não... não mesmo... mas um filme que eu não quero esquecer tão cedo.
Uma história que prende e um roteiro que cativa. Lion te joga no mundo de Saroo, um garotinho indiano que se perdeu da mãe, do irmão, da casa e do país. A trajetória do menino faz contraste com típicos 'road movies', onde as tomadas te apresentam a beleza dos lugares novos e a adrenalina da viagem, pra te jogar na sarjeta, em estações de trem onde ninguém se importa, em orfanatos e vilas que apresentam perigos inacreditáveis, muitas vezes, mas que (infelizmente) são reais. A interpretação do Sunny Pawar foi, pra mim, o ponto mais alto do filme. Ao meu ver o enredo se perde um pouco no 'miolo' do filme, forçando um pouco o drama e fazendo uso de algumas estratégias baratas (trilha sonora, alguns acontecimentos) pra tentar 'fazer o espectador se importar ainda mais', algo desnecessário... os próprios acontecimento já fazem isso de maneira excelente. Não achei Dev Patel notável, pra mim o menino roubou a cena completamente, mas mesmo assim ele faz muito bem sua participação. Nicole Kidman está ótima e, em um certo momento do filme, ela brilha de maneira assustadora (não só por ela, mas também pelo texto excelente). A partir da primeira hora do filme a minha vontade era de ver o conflito resolvido, em vez disso o filme optou por apresentar mais e mais conflitos (irmão problemático, relacionamento amoroso), o que não me agradou muito. Acho que o filme poderia ter optado por reduzir algumas sub-tramas como o relacionamento com a Rooney Mara, que pra mim poderia ter sido removido para dar espaço a mais interação com 'Guddu'. Esse drama psicológico me chamaria mais a atenção do que um relacionamento que começa e termina no filme sem contribuir pra história. O final é perfeito, assim como o início do filme, o meio do filme também está longe de ser ruim. O tema é tocante e a mensagem não poderia ter sido melhor. Se alguém me pedisse recomendação de filme, eu até recomendaria Lion, mas confesso que antes perguntaria se a pessoa já assistiu Slumdog Millionaire. :)
Esse filme contém a frase "I didn't sign up for this", então você já sabe que ele não é uma obra-prima da 7ª arte. Felizmente ele não se leva a sério o suficiente pra se importar em ser um clássico, mas consegue atingir facilmente seu objetivo principal - diversão! Tem clichê, tem cena improvável de ação, habilidades sobre-humanas, frases de efeito, exposição quase que contínua e muita, mas muita barra sendo forçada. O filme conta com um Matt Damon completamente perdido, ainda não sei o que ele está fazendo lá, e Pedro Pascal no alívio cômico, esse sim está perfeito. Jing Tian está muito bem, na medida do possível. Meu único arrependimento foi ter assistido no cinema, esse NÃO é um filme pra se assistir em uma sala onde você deve manter o silêncio. Recomendo pra assistir com os amigos, ou na TNT num sábado triste. Boas gargalhadas, cenas de ação completamente 'over the top' e um CGI digno de Playstation 2 garantem um filme divertido demais e que de maneira nenhuma deve ser levado a sério. :)
Talvez seja efeito da distância da américa do norte, mas encarei Jackie com uma expectativa maior do que o filme me entregou. Longe de ser um filme ruim, ele peca no ritmo arrastado e na edição, que não me agradou muito. O uso do primeiro plano e do plano detalhe são usados até que você decore a feição da Natalie Portman e queira se afastar daquele cabelo estranho. Ela carrega a atuação com segurança, apesar de não ter me surpreendido... afinal, é um drama sobre uma personalidade importante da cultura americana, Daniel Day-Lewis a supera facilmente em Lincoln. A filmagem com câmera tremida me incomodou durante absolutamente todo o filme, assim como o corte brusco que me desorientou em alguns momentos. Talvez explorar o drama psicológico em vez de 'dançar' tanto "em torno" da Jackie, talvez uma viagem mais introspectiva na mente da personagem ou uma revisão não tão suave me atraísse mais. Um filme que merece seus destaques, mas pra mim, completamente esquecível. Não recomendaria pra um amigo, a não ser que tivesse muita certeza que o tema iria agradar.
Ainda choca demais assistir narrativas que envolvem racismo e preconceito contra mulheres, ainda mais sabendo que foram míseros 50 anos atrás... enfim. O filme trata de alguns assuntos sérios, apesar de mostrar um lado diferente do que normalmente é apresentado. Podemos ver que, enquanto uns fazem revolução e são repreendidos pela força policial, outros buscam alternativas legais para tentar avançar as barreiras do preconceito. As três personagens principais estão ótimas nos papéis, com destaque a Taraji Henson que recebe mais atenção na tela. A personagem do Kevin Costner também está excelente, faz uma atuação coerente e, eu diria, sincera. Jim Parsons tem sofrido um pouco com sua postura Sheldon, estou começando a duvidar que ele vá sair desse papel por alguns anos... o que é uma pena. O humor está presente no filme, apesar de não deixá-lo simples demais e a narrativa as vezes fica um pouco, digamos, capitulada - "mostra a Katherine... resolve o problema da Ketherine... agora mostra a Dorothy... agora resolve o problema da Dorothy... volta na Ketherine". Isso faz com que toda hora tenha que ficar lembrando o público dos problemas de cada eixo da história, nada que atrapalhe muito o filme. Os diálogos são interessantes, mas não impressionam e alguns personagens estão meio perdidos, como o do Mahershala Ali. Um filme bom, vale a pena, não dá sono em momento algum, mas também não é um achado no cinema. Recomendo pra um sábado meio sonolento que precise de alegria. :)
Um filme triste que conta uma história triste sobre uma vida real... e triste. Podia ser só isso e já estaria ótimo, mas Moonlight brilha (salvo trocadilho) por belas atuações, diálogos memoráveis, cinematografia e, principalmente, por ter consciência de si mesmo. Um filme que sabe a hora que aumentar o ritmo, de diminuir, de focar, de afastar, a hora de cortar pro rosto de Kev, a hora de não focar no período prisional (que seria um desespero barato desnecessário para o filme) e, pra mim a maior de todas, de fechar o filme com uma cena foda (impossível descrever de outra maneira) e no momento certo. Não acho o melhor filme de todos os tempos, dramas já atingiram resultados parecidos e acredito que algumas pessoas podem não gostar da dinâmica do filme, mas sem dúvidas, uma obra de arte que merece ser assistida. :)
Um filme brilhante, eu diria que um 'Scott Pilgrim contra o mundo' para adultos. Uma história cativante, uma trilha sonora gostosa de ouvir e uma fotografia intensa. Gostei muito do filme, achei divertido, inteligente e profundo, onde Ben Stiller mostra seu talento em contar história felizes e que inspiram felicidade. Meu único problema com o filme foi, talvez pelo humor do diretor, uma saturação humorística em alguns momentos. O filme tem toques divertido, porém, um drama deve ser um drama e A Vida Secreta as vezes cai pro pastelão um pouquinho demais, te lembrando que o que você está assistindo é um filme, isso destrói um pouco a magia. O final 'encaixadinho' também fica um pouco, digamos, feliz demais pra um filme que se propõe a mostrar a vida e brincar com seus acontecimentos. Especialmente o final do segundo e do terceito ato me deixaram a desejar, poderíamos ter um final não tão perfeitinho. Achei a Kristen Wiig e o Adam Scott um pouco 'caricatos' demais, apesar do Sean Pean estar perfeito em sua aparição. Um filme super cativante, recomendo facilmente e provavelmente assistirei de novo. :)
Um filme diferenciado com muitos traços de Taxi Driver e uma atuação ímpar do Jake Gyllenhaal. O cara está sensacional no filme. A atmosfera pútrida e urbana pode ser sentida nos cenários e nos personagens. Os diálogos são sensacionais e o desfecho é simples, um pouco inesperado, mas muito efetivo. Recomendaria pra qualquer amigo que me pedisse um filme. :)
Eu diria que é um filme muito interessante, mas né... um 'road movie' fabuloso, contemplativo e reflexivo. Roteiro que aborda um tema batido de uma maneira diferente, atuações ótimas e uma trilha sonora sensível fazem Captain Fantastic um filme leve, divertido e ao mesmo tempo triste e pesado. Acho que o roteiro se perde um pouco do meio para frente, mas se encontra e surpreende próximo ao final. Ainda acho Pequena Miss Sunshine mais 'filme', porém Capitão Fantástico arrepia enquanto te faz rir. Recomendo pra quem gosta do gênero. :)
Um drama disfarçado de comédia. Uma pegada de bastidores da comédia de improviso, meio como 'Funny People' de 2009, mas infinitamente superior. O filme fala de amizade, companheirismo, sonhos e nostalgia. Um filme pouco visto, mas que merece atenção pra quem gosta de um drama diferente. A pegada do humor é visível em toda a cena, a naturalidade dos atores sobressai e o filme termina quando deve terminar, sem arrastamento desnecessário. Assistam! :)
Um filme muito bem desenvolvido, com motivações bem apresentadas e dividido em três etapas bem distintas - a vida pacata, a transição e a violência. Mel Gibson trabalha muito bem com a violência, como já demonstrou em trabalhos anteriores; gerencia direito a vida pacata do americano do interior trazendo o peso da guerra na família; e deixa a desejar na transição, pouco inovadora, porém necessária. Uma história sensacional, com um roteiro atado e atuações muito boas de Hugo Weaving e Andrew Garfield, apesar de haver uma distância eterna entre os dois. O filme passa desespero, medo e ansiedade de maneira fabulosa, mas se perde um pouco no terceiro ato. Andrew Garfield faz uma atuação competente, mas acho que Oscar é um pouco demais. :)
Uma obra-prima. Eu diria que um dos melhores filmes que assisti nos últimos 10 anos, o que praticamente resume a minha vida de 'assistidor' de filmes. Meu deus como Damien Chazelle sabe usar músicas nos seus filmes!!! O filme é ditado por batidas de jazz misturadas com movimentos coreografados e perfeitamente sincronizados dos personagens principais que são um espetáculo a parte. Ryan Gosling está fenomenal e Emma Stone rouba a cena com suas caretas e sua naturalidade pra retratar um papel tantas vezes vivido no cinema, mas tão poucas vezes tão bem encenado. O enredo é alegre, feliz, triste quando necessário, o filme não dá sono em nenhum momento e só me surpreendeu mais e mais durante a exibição. Quero assistir esse filme mais dez vezes e outras dez depois dessas dez. Como eu ouvi na internet (e duvidei, inclusive) "Nasce um clássico".
Tenso define esse filme. De uma sutileza e suavidade pra desenvolver o roteiro sensacional. O uso da movimentação dos personagens, a atuação milimétrica do Jake Gyllenhall e da Amy Adams e o clima sombrio do filme que fica brincando com fantasia/realidade pra conta ruma história... digamos, até simples... mas de uma maneira tão original e impactante que chega a deixar sem ar. Ah, e antes de terminar... Michael Shannon seu filho da mãe, que atuação foda...
Hoje em dia é difícil achar um filme de grande orçamento que traga alguma coisa diferente. Essa frase, pra mim, resume Swiss Army Man. Um filme diferente que te faz pensar, te diverte e te obriga a refletir sem ser chato e lento. A 'confusão' citada por muitos, ao meu ver, é proposital e encaixa bem no filme. Acho que um pouco parte do espectador abstrair os conceitos, digamos, escatológicos pra poder entender a mensagem do filme, ao mesmo tempo que o mesmo sempre fica te lembrando 'isso que está acontecendo é alegoria...', 'isso significa outra coisa'. Sem essa reflexão, o filme parece uma viagem de LSD, já com ela é um filme lindo com movimentos de câmera excelentes e atuações sensacionais. :)
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraAlgumas obras se destacam pelos efeitos especiais, outras por enredos inesperados e umas até por reviverem um gênero perdido. Fences trabalha em um nível diferente, não é uma história pra ser absorvida, mas uma história que causa reflexão. O enredo tenta fazer desperar algo no expectador que transcende uma expectativa de roteiro. As performances de Denzel e Viola são fortes, absurdamente críveis e impactantes; e aí está a força do filme - tratar da vida de seres humanos. Ao meu ver, engana-se quem acha que Roy estava certo, errado ou até mesmo justificado por suas ações. Até mesmo por que esse não é o mérito do filme. Em vez disso ele te apresenta uma vida, conturbada, cheia de variáveis e com desfechos esperados e inesperados. Nada alí parece falso, providencial ou mascarado. Tudo é real e isso que assombra tanto. Quanto aos personagens, o diálogo de 'eu não tenho que gostar de você' resume bem o sentimento do filme, seres humanos agindo como seres humanos. É um pai que não consegue dizer que ama, apesar de amar; uma mãe que não consegue admitir frustração, apesar de estar sendo consumida por ela; e um filho que tenta esconder o respeito, apesar de não concordar. Ouvi reclamações de sono e cansaço, talvez, não senti nenhum momento irrelevante no filme, acho que todo o diálogo e cena estão lá para sua finalidade - basta o espectador abrir os olhos pra entendê-la. :)
O Poderoso Chefinho
3.4 521 Assista AgoraEu achei esse filme muito divertido, as transições entre 2D, 3D e a criatividade pra retratar a imaginação de uma criança me deixaram bem feliz de ter ido assistir. Observo uma diferença pra esse filme, em especial. É uma animação feita pra crianças, de verdade. O maior comprometimento do filme é em passar uma mensagem boa, mostrar cenas engraçadas e usar sempre cores vibrantes e trilha sonora cativante - e isso o filme faz muito bem. Li algumas críticas aqui e ali sobre o filme não fazer sentido, sobre não ser 'engraçado' e sobre ser muito ruim. Quanto a isso, a sala de cinema que eu estava ria sem parar e era composta em sua maioria por crianças. Acho que tem uma galera que esqueceu que quando você vai no cinema pra ver uma ANIMAÇÃO com um BEBẼ DE TERNO no cartaz e com classificação LIVRE, não é pra ver plot twist, enredos complexos e a Meryl Streep contracenando com o Denzel Washington num campo de refugiados... se tiver tudo isso, ótimo, mas se não tiver, esse nunca foi o objetivo do filme. Eu recomendo esse filme pra quem quer dar uma risada sem compromissos, pra quem tem filhos/netos/sobrinhos ou pra quem gosta do gênero. Vai de coração aberto e disposto a se divertir que vai ser uma experiência bem legal. :)
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraOs altos e baixos da direção do Shyamalan todo mundo já conhece, mas como toda a montanha russa com decidas avassaladoras tem que ter uma subida, eis uma 'subida' para o diretor. Split é um thriller bem dirigido que tem uma brilhante atuação de James McAvoy e um roteiro muito bem amarrado. Porém... e esse porém é muito grande... o filme trabalha com um 'plot twist' diferente dos que são apresentados hoje em dia. Simplesmente impossível falar desse filme sem citar spoilers, portanto, se você quer ver esse filme, eu recomendo muito se você gostou de outros trabalhos como Unbreakeable (corpo fechado), vale a pena assistir pra se acostumar com o gênero.
Vendo os comentários aqui no Filmow e em outros sites, dá pra ver que algumas pessoas acharam o final um pouco... digamos... lúdico demais para o inicio do filme. Pra mim isso é causado por que Shyamalan quer fazer sua marca de 'plot-twists' no filme trazendo um 'genre-twist'. O que ele já havia feito com Unbreakeable e funcionou muito bem. Acontece que em Unbreakeable essa transição é muito mais suave, pois o próprio roteiro introduz as possibilidades do universo onde os personagens estão inseridos, enquanto em Split o diretor optou por relevar nas entrelinhas o que iria ser revelado abertamente no fim do filme. Eu confesso que o spoiler que eu havia recebido (que o filme retrata um possível vilão do personagem do Bruce Willis) me ajudou muito durante o filme, pois eu já esperava um monstro, já esperava o sobrenatural e já esperava um final semelhante. Pra quem não esperava, compreendo completamente a impressão de ser um filme bobo e um final non-sense.
Apesar dos pesares, a interpretação do McAvoy está sensacional, os diálogos são ótimos e a cinematografia é muito bem feita. Inclusive a crítica que o filme trata com desdém o abuso sexual infantil me fez pensar outra coisa: estaria Shyamalan construindo uma espécie de 'universo Marvel' para seus filmes? Eu não me impressionaria de ver em um filme futuro a personagem de Casey envolvida em um 'acidente' com seu tio em alguma manchete rápida de fundo. Acho que o diretor deixou em aberto justamente por que quer usar essas personagens em algo futuro. Hahaha, esperanças de um cara que tenta entender esse diretor e gosta da coragem que ele tem de trazer seus filmes 'fora da caixa' para as telonas.
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraSempre gostei muito de filmes de zumbi e com essa temática e há muito tempo eu não assistia um filme tão bom do gênero. Train to Busan reúne tudo o que faz um filme de zumbi ser chamado de tal, tem mortos vivos assustadores (mas não o suficiente pra te deixar incomodado), tem personagens estereotipados (mas não o suficiente pra causar descrença), tem sequências de ação ótimas (mas que nunca subvertem o perigo da ameaça zumbi) e um ritmo frenético (bom, não tem 'mas' nisso). Excelentes atuações, com destaque pra Gong Yoo e Kim Soo-Ahn que estão ótimos. O filme contrasta bem a ação com as tomadas de decisões (importante pro gênero) e apresenta até um certo drama, que pra mim foi novidade da maneira como foi apresentado em um filme (em séries é mais comum termos uma história dramática importante ao fundo). Recomendo pra quem gosta de horror e ação e acho OBRIGATÓRIO pra quem gosta do gênero. :)
Power Rangers
3.2 1,1K Assista AgoraAlguns filmes decepcionam, como foi o caso de Independence Day: Ressurge ou Matrix Reloaded, outros decepcionam tanto que se tornam clássicos do ódio coletivo, como o aclamado (risos) Suicide Squad. Power Rangers navega entre essa linha, porém é auxiliado pelo seu material fonte. Quem assistiu o seriado na década de 90 e início dos anos 2000 já sabe o que caracteriza a narrativa - interpretações péssimas, clichê, exposição e qualidade questionável. Durante o filme eu senti uma sensação de nostalgia, tanto quando toca a musiquinha clássica (breve, mas tá lá), quanto na vergonha alheia de ter que assistir os péssimos atores. E esse é o pior ponto do filme, a atuação é horrenda. Dos Rangers, talvez o RJ Cyler (azul) seja o menos problemático. Todos os outros me fizeram ter vontade de esconder o rosto em diversos momento, tamanha vergonha de ter que ouvir e ver as expressões robóticas sendo jogadas na tela. A direção de câmera é divertida, tem umas sequências que a gente pensa 'ah, que legal essa tomada, mas... por quê?' e o enredo é clichê e muito bizarro (ta aí algo que não me incomoda, até achei mais bem formado que os da série). Power Rangers é um filme ruim, mas que diverte quem passou a infância lutando contra Rita Repulsa e torcendo pro Tommy não ir pro lado negro da força. Com as palavras de um amigo 'é como um grande episódio de malhação que termina com luta de robôs'. :D
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraWes Anderson já é conhecido pelo seu humor sofisticado e seu cuidado aos detalhes - cada plano, cada tomada e cada diálogo é tratado com extremo esmero. Eu diria que, assistindo depois de Grand Hotel Budapeste, posso dizer que algumas técnicas usadas aqui em Moonrise Kingdon foram aperfeiçoadas no Grande Hotel, porém a atmosfera é muito mais pura. Eu adorei o filme, a história real sendo exposta com tranquilidade, a retratação da infância e da pureza das crianças é sensacional (inclusive 'That's very eloquent, I can't argue against anything you're saying, but then again, I don't have to, 'cause you're 12 years old', hahaha, quem nunca). As atuações são boas, existem alguns destaques aqui, mas Jared Gilman e Kara Hayward são os mais explorados e entregam momentos ótimos. O humor é rápido e visual, algo que Wes Anderson sabe fazer com maestria. Submarine é um filme que me lembrou muito esse, até mesmo pelo protagonista e sua visão do mundo, eu recomendo ambos, muito divertidos. :)
Elle
3.8 886Um filme sincero, claro e violento, sem ser agressivo. O roteiro lida com um tema pesado, a sensação de realidade é constante. Em nenhum momento parece uma história inventada, por outro lado, lembra muito aquelas histórias que os amigos contam e nós custamos a acreditar (apesar de intimamente sabermos que é real). A atuação de Isabelle Huppert é perfeita, ela consegue manter a inquietação mascarada pela feição forte e fria de uma mulher que 'tem que ser' forte e fria, apesar de tudo. Eu destaco a cena do jantar, que pra mim resume a complexidade da personagem. A trama, infelizmente, se perde um pouco no ritmo e fica lenta a medida que o filme supera a primeira metade. Alguns momentos perdem um pouco do sentido, onde você se pergunta 'mas como assim?'... e isso piora no fim do filme, onde uma segunda experiência pode ser um pouco frustrante (tem coisa que não faz sentido depois das revelações finais). Um filme que pode acabar se tornando cult, tanto pela retratação diferente da mulher, como pelo estudo social de personagem e de comportamentos (sem spoilers). Não foi um filme memorável para mim, apesar da atuação, achei interessante, mas não o suficiente para eu recomendar. Durante muitos momentos me lembrou A Pele que Habito, acho que eu recomendaria para quem gostou desse. ;)
Cães de Guerra
3.6 312 Assista AgoraUm filme muito divertido que se compromete em entreter e atinge muito bem seu objetivo. Jonah Hill faz seu papel recorrente de drogado juvenil de um único melhor amigo que tem dificuldades em se manter popular e fica sempre na linha entre ser um vilão por não conseguir ser protagonista (21 Jump Street, 22..., Super Bad, Wolf of Wall Street). E o cara leva jeito pra isso, vai fazer o que? O enredo é veloz, o ritmo é acelerado, o filme te prende e não enrola em momento algum. A história está sempre andando, o que é ótimo e a montagem é muito gostosa de ver. Miles Teller é o mais perdido no filme, com um perfil que não ajuda sua personagem a passar muita confiança. É muito mais fácil se colocar na pele da personagem do Jonah Hill que é um maníaco psicopata e bandidão, do que se colocar no lugar do David Packouz, que é meio 'passivo' demais para a trama. Somente um detalhe, que não destrói o filme. Combine War Dogs com Super Bad, Hangover e White Chicks e você terá um sábado repleto de risadas. Aliás, a trilha sonora é sensacional, eu gosto de pensar nela como uma trilha tarantinesca pra geração Y, hahaha. :)
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraJames Mangold já havia dado traços da sua vontade de apresentar um Wolverine mais violento em Wolverine: Imortal, mas agora ele conseguiu a carta branca (um R rated perfeito) pra derrubar a casa. E, meus amigos, ela cai...
A violência é a marca aqui. Um filme que fala de falta de esperança, o clima do filme, os diálogos 'secos' sempre dão a ideia de que não adianta, de que não tem como. O próprio Logan não acredita mais em um futuro feliz e busca só amenizar um pouco a situação horrível em que se encontra. Patrick Stewart está genial como Xavier, quem tem um avô/avó idosos sabe que a interpretação dele é perfeita nesse sentido, desde a bateção de boca na cadeira de rodas, até não querer tomar os remédios - parece clichê, mas é a realidade nua e crua. Dafne Keen está perfeita como Laura, uma menina silenciosa, perigosa, que sabe se virar e ainda assim pesa muito na atuação praticamente muda, Hugh Jackman também está muito bem como Logan. É difícil falar do filme sem spoilers, então... spoilers.
Pra mim houveram duas questões no filme que me intrigaram. A primeira foi a inserção do X-24. Ele me pareceu jogado na história, como desculpa pra mostrar os benefícios do soro azul na regeneração e na força. Ainda assim, considerei expositivo demais e desnecessário o espelho do Logan mais novo. O segundo ponto foi a fraqueza ininterrupta do Wolverine durante o filme. Na primeira metade justifica o cansaço, a fadiga e o derrotismo, mas a medida em que o filme avança, ele segue sempre mancando, sempre arfando, sempre fraco... mesmo depois de descansar 3 dias e ser injetado com o soro azul. Claro que o terceiro ato paga por tudo, mas mesmo assim.
Enfim, com spoiler ou não, Logan é um filme de ação, não de super heróis. A trama envolve uma sequência clássica de filmes de ação como Duro de Matar, Vingador do Futuro, algo nessa linha. Jamais um filme de herói. Não é um filme onde um cara qualquer ganha super poderes e salva o mundo. É um filme de policial aposentado que volta a ativa pra possivelmente sua última missão. Recomendadíssimo e importantíssimo para filmes de super herói que insistem em usar aquela velha fórmula de sempre (cidadão, herói, vilão, mocinha, vitório). Por favor, assistam. :)
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraCom um dos roteiros mais originais que eu já vi, uma ideia sensacional de apresentar um mundo onde os solteiros ficam a mercê de um sistema insano de regras e padrões. Uma ilustração que é tão divertida de assistir e tão feia quando a gente liga os pontos e traz a crítica para a nossa vida. O clima do filme não poderia ser melhor, o espectador observa por sua parede os acontecimentos angustiantes e absurdos, enquanto os personagens tratam tudo como normal e cotidiano. Não sou o maior fã do Colin Farrell, mas não tive problemas com ele no filme, entretanto Rachel Welsz... bem...
A trama acerta no enredo caricato, nas situações absurdas e no ambiente violento. A violência aqui é tratada tão corriqueiramente que o espectador nunca duvida que algo ruim possa acontecer, inclusive tem uma cena no banheiro que eu me fiquei atônito assistindo. Por outro lado, o filme se perde um pouco nas próprias ideias, há uma ausência de contraponto aqui, o filme apresenta uma visão de mundo e não existe qualquer tipo ou ideia de margem para conflitos ideológicos. Além disso em algum ponto o filme para de fazer tanto sentido e algumas personagens são, digamos, descartadas da trama. Queria ter visto mais de Léa Seydoux e Arlane Labed (tanto individualmente como em conjunto, que química essas duas tem em cena). Um filme que eu recomendaria para todos, MENOS para casais... haha. Filme muito bom e diferente, assistam ae. :)
A Qualquer Custo
3.8 803 Assista AgoraA paleta clara dá uma ideia de simplicidade e o visual sujo carrega toda aquela sensação de estar conversando que a gente tem quando conversa com alguém mais velho, contando história de quando virar um carro em alta velocidade ou se envolver numa briga não era algo tão importante como é hoje. Não sentia essa sensação desde No Country for Old Men... e como eu gostei de No Country for Old Men...
O roteiro foi o que mais me chamou a atenção no filme. Um começo lento, onde a gente demora um pouco pra entender como tudo vai acontecer, passando por um segundo ato que introduz os quatro personagens (e a relação entre eles) e o terceiro ato... bem... eu quase não respirei durante boa parte dele. Poxa tem uma cena que eu JURO que não respirei, pqp... Enfim, dá pra sentir a grandeza do filme em cada tomada, até pela fotografia, pelo enquadramento e pela tom amarelado vibrante presente em todo o filme. O roteiro (meu Deus esse roteiro) é simples, mas inesperado. Nada te exige 'muito' raciocínio, mas em alguns momentos ele surpreende de tal forma que tem que dar uma paradinha pra pensar 'isso é sério mesmo?'. Olha, pra ganhar oscar de melhor filme acho que não... não mesmo... mas um filme que eu não quero esquecer tão cedo.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraUma história que prende e um roteiro que cativa. Lion te joga no mundo de Saroo, um garotinho indiano que se perdeu da mãe, do irmão, da casa e do país. A trajetória do menino faz contraste com típicos 'road movies', onde as tomadas te apresentam a beleza dos lugares novos e a adrenalina da viagem, pra te jogar na sarjeta, em estações de trem onde ninguém se importa, em orfanatos e vilas que apresentam perigos inacreditáveis, muitas vezes, mas que (infelizmente) são reais. A interpretação do Sunny Pawar foi, pra mim, o ponto mais alto do filme. Ao meu ver o enredo se perde um pouco no 'miolo' do filme, forçando um pouco o drama e fazendo uso de algumas estratégias baratas (trilha sonora, alguns acontecimentos) pra tentar 'fazer o espectador se importar ainda mais', algo desnecessário... os próprios acontecimento já fazem isso de maneira excelente. Não achei Dev Patel notável, pra mim o menino roubou a cena completamente, mas mesmo assim ele faz muito bem sua participação. Nicole Kidman está ótima e, em um certo momento do filme, ela brilha de maneira assustadora (não só por ela, mas também pelo texto excelente). A partir da primeira hora do filme a minha vontade era de ver o conflito resolvido, em vez disso o filme optou por apresentar mais e mais conflitos (irmão problemático, relacionamento amoroso), o que não me agradou muito. Acho que o filme poderia ter optado por reduzir algumas sub-tramas como o relacionamento com a Rooney Mara, que pra mim poderia ter sido removido para dar espaço a mais interação com 'Guddu'. Esse drama psicológico me chamaria mais a atenção do que um relacionamento que começa e termina no filme sem contribuir pra história. O final é perfeito, assim como o início do filme, o meio do filme também está longe de ser ruim. O tema é tocante e a mensagem não poderia ter sido melhor. Se alguém me pedisse recomendação de filme, eu até recomendaria Lion, mas confesso que antes perguntaria se a pessoa já assistiu Slumdog Millionaire. :)
A Grande Muralha
2.9 583 Assista AgoraEsse filme contém a frase "I didn't sign up for this", então você já sabe que ele não é uma obra-prima da 7ª arte. Felizmente ele não se leva a sério o suficiente pra se importar em ser um clássico, mas consegue atingir facilmente seu objetivo principal - diversão! Tem clichê, tem cena improvável de ação, habilidades sobre-humanas, frases de efeito, exposição quase que contínua e muita, mas muita barra sendo forçada. O filme conta com um Matt Damon completamente perdido, ainda não sei o que ele está fazendo lá, e Pedro Pascal no alívio cômico, esse sim está perfeito. Jing Tian está muito bem, na medida do possível. Meu único arrependimento foi ter assistido no cinema, esse NÃO é um filme pra se assistir em uma sala onde você deve manter o silêncio. Recomendo pra assistir com os amigos, ou na TNT num sábado triste. Boas gargalhadas, cenas de ação completamente 'over the top' e um CGI digno de Playstation 2 garantem um filme divertido demais e que de maneira nenhuma deve ser levado a sério. :)
Jackie
3.4 739 Assista AgoraTalvez seja efeito da distância da américa do norte, mas encarei Jackie com uma expectativa maior do que o filme me entregou. Longe de ser um filme ruim, ele peca no ritmo arrastado e na edição, que não me agradou muito. O uso do primeiro plano e do plano detalhe são usados até que você decore a feição da Natalie Portman e queira se afastar daquele cabelo estranho. Ela carrega a atuação com segurança, apesar de não ter me surpreendido... afinal, é um drama sobre uma personalidade importante da cultura americana, Daniel Day-Lewis a supera facilmente em Lincoln. A filmagem com câmera tremida me incomodou durante absolutamente todo o filme, assim como o corte brusco que me desorientou em alguns momentos. Talvez explorar o drama psicológico em vez de 'dançar' tanto "em torno" da Jackie, talvez uma viagem mais introspectiva na mente da personagem ou uma revisão não tão suave me atraísse mais. Um filme que merece seus destaques, mas pra mim, completamente esquecível. Não recomendaria pra um amigo, a não ser que tivesse muita certeza que o tema iria agradar.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraAinda choca demais assistir narrativas que envolvem racismo e preconceito contra mulheres, ainda mais sabendo que foram míseros 50 anos atrás... enfim. O filme trata de alguns assuntos sérios, apesar de mostrar um lado diferente do que normalmente é apresentado. Podemos ver que, enquanto uns fazem revolução e são repreendidos pela força policial, outros buscam alternativas legais para tentar avançar as barreiras do preconceito. As três personagens principais estão ótimas nos papéis, com destaque a Taraji Henson que recebe mais atenção na tela. A personagem do Kevin Costner também está excelente, faz uma atuação coerente e, eu diria, sincera. Jim Parsons tem sofrido um pouco com sua postura Sheldon, estou começando a duvidar que ele vá sair desse papel por alguns anos... o que é uma pena. O humor está presente no filme, apesar de não deixá-lo simples demais e a narrativa as vezes fica um pouco, digamos, capitulada - "mostra a Katherine... resolve o problema da Ketherine... agora mostra a Dorothy... agora resolve o problema da Dorothy... volta na Ketherine". Isso faz com que toda hora tenha que ficar lembrando o público dos problemas de cada eixo da história, nada que atrapalhe muito o filme. Os diálogos são interessantes, mas não impressionam e alguns personagens estão meio perdidos, como o do Mahershala Ali. Um filme bom, vale a pena, não dá sono em momento algum, mas também não é um achado no cinema. Recomendo pra um sábado meio sonolento que precise de alegria. :)
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraUm filme triste que conta uma história triste sobre uma vida real... e triste. Podia ser só isso e já estaria ótimo, mas Moonlight brilha (salvo trocadilho) por belas atuações, diálogos memoráveis, cinematografia e, principalmente, por ter consciência de si mesmo. Um filme que sabe a hora que aumentar o ritmo, de diminuir, de focar, de afastar, a hora de cortar pro rosto de Kev, a hora de não focar no período prisional (que seria um desespero barato desnecessário para o filme) e, pra mim a maior de todas, de fechar o filme com uma cena foda (impossível descrever de outra maneira) e no momento certo. Não acho o melhor filme de todos os tempos, dramas já atingiram resultados parecidos e acredito que algumas pessoas podem não gostar da dinâmica do filme, mas sem dúvidas, uma obra de arte que merece ser assistida. :)
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraUm filme brilhante, eu diria que um 'Scott Pilgrim contra o mundo' para adultos. Uma história cativante, uma trilha sonora gostosa de ouvir e uma fotografia intensa. Gostei muito do filme, achei divertido, inteligente e profundo, onde Ben Stiller mostra seu talento em contar história felizes e que inspiram felicidade. Meu único problema com o filme foi, talvez pelo humor do diretor, uma saturação humorística em alguns momentos. O filme tem toques divertido, porém, um drama deve ser um drama e A Vida Secreta as vezes cai pro pastelão um pouquinho demais, te lembrando que o que você está assistindo é um filme, isso destrói um pouco a magia. O final 'encaixadinho' também fica um pouco, digamos, feliz demais pra um filme que se propõe a mostrar a vida e brincar com seus acontecimentos. Especialmente o final do segundo e do terceito ato me deixaram a desejar, poderíamos ter um final não tão perfeitinho. Achei a Kristen Wiig e o Adam Scott um pouco 'caricatos' demais, apesar do Sean Pean estar perfeito em sua aparição. Um filme super cativante, recomendo facilmente e provavelmente assistirei de novo. :)
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraUm filme diferenciado com muitos traços de Taxi Driver e uma atuação ímpar do Jake Gyllenhaal. O cara está sensacional no filme. A atmosfera pútrida e urbana pode ser sentida nos cenários e nos personagens. Os diálogos são sensacionais e o desfecho é simples, um pouco inesperado, mas muito efetivo. Recomendaria pra qualquer amigo que me pedisse um filme. :)
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraEu diria que é um filme muito interessante, mas né... um 'road movie' fabuloso, contemplativo e reflexivo. Roteiro que aborda um tema batido de uma maneira diferente, atuações ótimas e uma trilha sonora sensível fazem Captain Fantastic um filme leve, divertido e ao mesmo tempo triste e pesado. Acho que o roteiro se perde um pouco do meio para frente, mas se encontra e surpreende próximo ao final. Ainda acho Pequena Miss Sunshine mais 'filme', porém Capitão Fantástico arrepia enquanto te faz rir. Recomendo pra quem gosta do gênero. :)
O Holofote Não é Para Todos
3.5 28 Assista AgoraUm drama disfarçado de comédia. Uma pegada de bastidores da comédia de improviso, meio como 'Funny People' de 2009, mas infinitamente superior. O filme fala de amizade, companheirismo, sonhos e nostalgia. Um filme pouco visto, mas que merece atenção pra quem gosta de um drama diferente. A pegada do humor é visível em toda a cena, a naturalidade dos atores sobressai e o filme termina quando deve terminar, sem arrastamento desnecessário. Assistam! :)
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraUm filme muito bem desenvolvido, com motivações bem apresentadas e dividido em três etapas bem distintas - a vida pacata, a transição e a violência. Mel Gibson trabalha muito bem com a violência, como já demonstrou em trabalhos anteriores; gerencia direito a vida pacata do americano do interior trazendo o peso da guerra na família; e deixa a desejar na transição, pouco inovadora, porém necessária. Uma história sensacional, com um roteiro atado e atuações muito boas de Hugo Weaving e Andrew Garfield, apesar de haver uma distância eterna entre os dois. O filme passa desespero, medo e ansiedade de maneira fabulosa, mas se perde um pouco no terceiro ato. Andrew Garfield faz uma atuação competente, mas acho que Oscar é um pouco demais. :)
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraUma obra-prima. Eu diria que um dos melhores filmes que assisti nos últimos 10 anos, o que praticamente resume a minha vida de 'assistidor' de filmes. Meu deus como Damien Chazelle sabe usar músicas nos seus filmes!!! O filme é ditado por batidas de jazz misturadas com movimentos coreografados e perfeitamente sincronizados dos personagens principais que são um espetáculo a parte. Ryan Gosling está fenomenal e Emma Stone rouba a cena com suas caretas e sua naturalidade pra retratar um papel tantas vezes vivido no cinema, mas tão poucas vezes tão bem encenado. O enredo é alegre, feliz, triste quando necessário, o filme não dá sono em nenhum momento e só me surpreendeu mais e mais durante a exibição. Quero assistir esse filme mais dez vezes e outras dez depois dessas dez. Como eu ouvi na internet (e duvidei, inclusive) "Nasce um clássico".
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraTenso define esse filme. De uma sutileza e suavidade pra desenvolver o roteiro sensacional. O uso da movimentação dos personagens, a atuação milimétrica do Jake Gyllenhall e da Amy Adams e o clima sombrio do filme que fica brincando com fantasia/realidade pra conta ruma história... digamos, até simples... mas de uma maneira tão original e impactante que chega a deixar sem ar.
Ah, e antes de terminar... Michael Shannon seu filho da mãe, que atuação foda...
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 936 Assista AgoraHoje em dia é difícil achar um filme de grande orçamento que traga alguma coisa diferente. Essa frase, pra mim, resume Swiss Army Man. Um filme diferente que te faz pensar, te diverte e te obriga a refletir sem ser chato e lento. A 'confusão' citada por muitos, ao meu ver, é proposital e encaixa bem no filme. Acho que um pouco parte do espectador abstrair os conceitos, digamos, escatológicos pra poder entender a mensagem do filme, ao mesmo tempo que o mesmo sempre fica te lembrando 'isso que está acontecendo é alegoria...', 'isso significa outra coisa'. Sem essa reflexão, o filme parece uma viagem de LSD, já com ela é um filme lindo com movimentos de câmera excelentes e atuações sensacionais. :)