"Resgate" é um filme de ação muito bom! Até poderia ter sido lançado sem problemas no cinema, pois podemos considerar que é raridade atualmente quando a Netflix acerta a mão. É verdade que a trama é bem básica e genérica, mais uma vez, a porrada e a bala come solta devido a um adolescente. Mas nem sempre tudo que é simples é ruim, às vezes não inventar demais é o melhor caminho dependendo da proposta.
O novato Sam Hargrave é a grande surpresa desse filme, conseguiu chamar a atenção com uma baita direção de qualidade, especialmente pelos deliciosos planos-sequências em quase todo o filme. Assim temos um diferencial que achei crucial numa obra, filmes de ação com poucos cortes e câmera dinâmica e não tremida são uma tendência necessária para o bem do gênero. Com isso, o diretor já deu aulas de edição e montagem logo em seu primeiro trabalho.
Um filme de ação para quem gosta de ação, simples assim… Com o clássico protagonista brucutu semi-imortal, umas exageradas ao estilo "John Wick" e a famosa trinca de tiro, porrada e bomba! Ou seja, era exatamente isso que eu estava procurando para passatempo. Tudo isso com seriedade e carga dramática interessante, sem aqueles moldes de humor idiota do último filme do "Thor".
Enfim, o filme se destaca em seus conjuntos de ação, longas e lindas tomadas com cenas de lutas brutalmente fundamentadas, mostrando a natureza cruel da guerra. Às coreografias de lutas são espetaculares, e os tiros longos durante a extensa cena de perseguição particularmente impressionantes, imergindo ainda mais o telespectador na tensão.
Assistido em 18 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
Enfim, cheguei ao fim dessa maratona Jurássica, formada de duas trilogias muito bem-sucedidas nas bilheterias. "Jurassic World: Domínio" é o único filme da saga a não se passar em um parque ou ilha, e também o único a se passar em vários lugares do mundo. Apesar de ser o mais detonado pela crítica especializada, conseguiu ser o quarto filme a superar a arrecadação acima de 1 bilhão de dólares, ou seja, pelo menos para a Universal, valeu a pena o investimento.
Alguém deveria ter avisado a Universal, os produtores e diretor; de que o telespectador já está careca de saber que o ser humano é ganancioso e inconsequente. Achei desnecessário e de uma falta de criatividade explorar isso novamente na franquia, já que está bem claro a mensagem que quiseram passar. Em cima disso, ainda temos uma narrativa de gafanhotos-gigantes?! Fico me perguntando onde os roteiristas estavam com a cabeça quando colocaram isso em prática… Às estatísticas não mentem, quando resolvem inventarem demais, raramente dá certo.
O filme tenta ganhar o público com a mesma ideia e fórmula de "No Way Home", pela memória afetiva e nostalgia do público, ao unir o elenco da trilogia clássica com a atual. Entretanto, essa reunião não têm aquele peso emocional que se esperava, sem falar que demoraram demais para aparecer juntos. Valeu a pena curtir esse momento, porém o fan service não chega nem aos pés do proporcionado por "No Way Home". Muito pelos rumos equivocados que a história tomou.
O maior erro aqui, sendo o responsável pela grande maioria das críticas; é terem deixado os dinossauros em segundo plano. Afinal, o filme não é sobre dinossauros? Foi uma mancada muito grande de quem teve essa infeliz ideia, deveriam ter aproveitado a longa duração para mais cenas de ação e aventura com os dinossauros. Ou explorar melhor às consequências e caos da nova era cretácea mundo afora.
Sinto haver muitas histórias mais interessantes que poderiam ter sido contadas aqui. Isso me faz querer ver mais deste mundo, agora com os dinossauros sendo lançados no mundo, deixa muitas histórias em potencial abertas para serem contadas! Esta história poderia ter sido melhor, foi muito mal contada. Foi excepcionalmente escrito de maneira fraca e não foi atraente ou interessante para grande parte do filme.
Passou longe de ser ótimo, embora dá para se divertir e aproveitar o filme como um bom passatempo. Às cenas de ação em Malta (Itália) terminando no avião foi a melhor parte do filme, mas se tratando de uma possível final de saga, ficou faltando aquele desfecho épico, matador e inesquecível. Ainda assim, acho que a média geral do filme merece uma avaliação melhor.
Assisti à versão estendida de 160 minutos (2h40min), onde vi notícias de que o diretor afirma ser a “versão original” do filme. Não saiu dublado para o Brasil e você o encontra facilmente no site RARBG.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Assistido em 5 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
O primeiro filme da nova trilogia arrebentou nas bilheterias, era lógico que um segundo filme iria ser produzido. "Jurassic World: Reino Ameaçado" faturou menos que o filme antecessor, ainda assim, conseguiu uma excelente arrecadação, mesmo tendo desagradado à maioria da crítica especializada e também boa parte do público.
O filme se divide em duas partes. A primeira hora ótima, a segunda nem tanto... Curti demais a cena de abertura com o velho e bom clímax dos filmes clássicos, com a noite chuvosa tomando conta dos cenários, valorizando o suspense e o medo. Depois vêm o início promissor, com às ruínas do parque da Ilha Nublar, e logo após a erupção do vulcão, com toda aquela bagunça e desespero dos dinossauros e protagonistas tentando escapar da morte. Na minha opinião, foram às melhores partes do filme.
Aí entra a segunda parte, onde o filme perde seu brilho e fôlego, além de deixarem a originalidade em segundo plano. Não gostei tanto assim da mudança brusca de cenários, começa em ambientes abertos, depois passa a ser dominado por ambientes fechados. É aí que o filme começa a ficar um pouco desinteressante, com às cenas de ação dos dinossauros passando dentro de uma mansão. Com isso, perde todo aquele encanto do parque e das florestas, os verdadeiros cenários que sempre foram marca registrada da franquia. Nisso os produtores e direção erraram feio.
Novamente temos o tema da ganância humana de querer controlar a natureza a todo custo, na base da exploração dos animais, com o intuito de ganharem muito dinheiro em um negócio aparentemente muito lucrativo. Entretanto, esta fórmula de narrativa já está ficando muito desgastada e cansativa, além da humanização dos dinossauros que soa um pouco forçada, se compararmos com a trilogia clássica.
Se não formos muito exigentes e deixarmos a história em segundo plano, o filme consegue resultar em bons momentos; tanto pela soberba visual concedida pelos efeitos visuais caprichados, quanto pelos planos cuja tensão é reflexo dos trabalhos anteriores do competente diretor J. A. Bayona. A ação que mescla atores com ambientes reais e virtuais é notável, principalmente na fuga da Ilha Nublar, garantindo um grande passatempo de luxo.
Enfim, temos mais um filme jurássico voltado ao entretenimento, e isso é bem claro pelas características e prioridades do filme. Ao menos, os dinossauros ainda continuam sendo protagonistas, pois estou receoso com o que verei do filme que fecha a saga Jurássica. Alguns pequenos erros foram corrigidos (dessa vez a Bryce Dallas Howard corre de tênis, bem melhor né? rsrs).
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Assistido em 3 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
"Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" dá início a uma nova trilogia Jurássica, com novos atores, nova roupagem e com objetivo de dar uma repaginada na franquia. Fez um sucesso impressionante nos cinemas, sendo disparado a maior bilheteria de toda a saga, além de surpreender e superar arrecadações de filmes extremamente badalados como: "Vingadores: Era de Ultron" e "Velozes & Furiosos 7".
Quando o filme foi anunciado nem fiquei interessado em conferir nos cinemas, pois Hollywood vive uma série crise de criatividade, com extrema dificuldade de criar algo novo e inédito para os telespectadores. Atualmente o cinema estadunidense vive de remakes, reboots e spin-offs; uma tendência e aposta hollywoodiana de conquistar público pela nostalgia de filmes que fizeram muito sucesso no passado. Em muitos casos dá errado, dependendo do filme acaba até mesmo dando um grande prejuízo aos produtores e distribuidores. Em outros casos dá resultados satisfatórios, como nos filmes: "Mad Max: Estrada da Fúria", e mais recentemente "Top Gun: Maverick".
Construído num formato que continua a trilogia original e, ao mesmo tempo, a homenageia, se utilizando de alguns conceitos e reencenando partes do filme original. Ele é efetivo em agradar os fãs da franquia, que não se importam com os descuidos de sua produção. Os efeitos especiais são muito competentes e refletem um esmero em sua direção de arte.
A fotografia nos transporta por um tour esfuziante pelo “zoológico reptiliano”, que agora está aberto à visitação do público, de forma bastante convincente. A trilha sonora, que reutiliza os famosos acordes de John Williams, agora numa releitura de Michael Giacchino, também é efetiva em nos transmitir muitas das sensações que tivemos na primeira vez que entramos em contato com este universo.
Às subtramas do filme até que são interessantes. Temos uma protagonista, que por excesso de trabalho, não têm tempo de ter vivências com os familiares. E uma empresa corporativa extremamente gananciosa, sempre buscando meios de obter mais lucros custe o que custar. Nestes cenários, o filme traz reflexões sobre às prioridades das pessoas no mundo moderno, e às consequências que às grandes corporações causam a sociedade; ainda que de forma rasa e clichê.
É verdade que o filme é desleixado com seu roteiro, diálogos, atuações e por consequência na construção de personagens. Também peca por alguns momentos e detalhes inverossímeis como, por exemplo: A Claire (Bryce Dallas Roward) correndo de um dinossauro em um salto alto feito do mesmo material de um Nokia Tijolão rsrs. No entanto, o filme é extremamente dinâmico, envolve e empolga com facilidade, têm muita ação, muita bagunça e caos, e é altamente divertido!
O diretor inexperiente Colin Trevorrow conseguiu dar conta do recado, não sentiu o peso e responsabilidade de dirigir um filme de uma das franquias mais importantes da história do cinema. De certa forma, cumpriu com o necessário para entregar um grande blockbuster de respeito! Me atrevo a dizer que em alguns pontos igualou o clássico filme de 1993, em uma super aventura de tirar o fôlego! Principalmente nos instantes finais, com a reaparição de um velho conhecido dos fãs.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto no Prime Video em 2 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
"Jurassic Park III" marca o fim da primeira trilogia Jurássica nas telonas do cinema, sendo o filme mais curto de toda a saga dos dinossauros e também o menos rentável de todos os seis filmes da franquia. Creio que isso aconteceu porque infelizmente Steven Spielberg não voltou para dirigir essa sequência, já que é o diretor mais bem-sucedido da história do cinema. Ou seja, sabe como ninguém atrair público para às salas de cinema, com experiência de sobra em filmes comerciais/populares.
O principal ponto negativo dessa primeira trilogia foi o mau aproveitamento do elenco original, onde o trio de protagonistas Dr. Alan Grant (Sam Neill), Dr. Ellie Sattler (Laura Dern) e Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) não aparecem mais juntos após o primeiro filme. Não é à toa que o filme original é o melhor! O mais clássico, o mais marcante, o mais nostálgico e o mais lembrado pelo público e fãs.
Dessa vez o Tiranossauro (T-Rex) ficou em segundo plano, algo que não me agradou muito, já que particularmente não curti tanto esse Espinossauro com boca semelhante a de um jacaré. O filme é mais focado nos Velociraptores e nas espécies voadores Pterossauros.
Assim como aconteceu no filme antecessor; o roteiro é mal desenvolvido, fraco, cheio de furos e não consegue atingir complexidade e aferir surpresas ao público. Prova disso é a duração do filme, sendo muito pequena para desenvolver uma boa trama, além do elenco mal escalado. Sam Neill não compromete e inclusive acho ele um protagonista melhor que Jeff Goldblum, mas Téa Leoni e William H. Macy estão deslocados e muito estereotipados em seus personagens, especialmente ela. As piadas constantes presentes nas outras tramas, aparecem aqui de forma tímida e não eficientes.
Com a direção de Joe Johnston; às cenas noturnas, a chuva e o maior clima de suspense ficaram pouco presentes. A fotografia de Shelly Johnson não ajuda com demasiadas cenas realizadas à luz do dia, enfraquecendo a criação de um clima assustador. Além da falta de cenas mais ameaçadoras, das cenas megalomaníacas de Spielberg, vemos também uma presença mais espaçada e menos constante dos dinossauros. A diferença é nítida sem a mão de Steven Spielberg.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto em 29 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 6,5/10
Segundo filme da trilogia clássica dos dinossauros mais famosos do cinema, em uma sequência muito aguardada pelos fãs e mais do que obvia devido ao sucesso estrondoso do primeiro filme. Nas bilheterias arrecadou bem menos que o original, mas ainda assim, fechou com números bem respeitáveis para a época.
Mantém os efeitos visuais excelentes para a época, com o CGI dos dinossauros novamente impecáveis, nos impressionando ainda mais com detalhes técnicos, em um trabalho artístico incrível e de altíssimo nível profissional. A essência dos dinossauros em atacar por instinto continua nessa sequência, um dos pontos mais importantes e de grande acerto do filme.
Possui às mesmas características do original, só que esse é mais movimentado, dinâmico, frenético e com cenas mais mirabolantes. Assim como no primeiro filme, a fotografia escura realça a sensação de perigo e clima assustador, com cenas predominantemente noturnas e clima chuvoso na maior parte do tempo.
Ponto negativo do filme foi a ausência do elenco original, apesar da presença das crianças do filme antecessor, foram mal aproveitadas fazendo apenas uma figuração. O excesso de figurantes também só serviram de presas fáceis para os dinossauros, além da troca de protagonista que não caiu bem na história. Por esse motivo acho este filme levemente inferior ao primeiro.
Spielberg fez um bom trabalho na direção, pois teve que se virar com um roteiro não muito inspirado, diferente do que aconteceu no filme original. Aqui ele focou mais na diversão e entretenimento do que em algo mais profundo, e realmente o filme cumpre o seu papel como um bom filme pipoca. Por isso muitos o consideram como seu trabalho mais fraco na carreira, algo que discordo totalmente.
O filme se destaca com muitos momentos empolgantes, às melhores sequências no meu gosto pessoal foram o ataque ao trailer, e na parte final quando o Tiranossauro invade a cidade de San Diego.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto em 28 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
"O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final" possui na minha opinião os melhores efeitos visuais do século XX, em um CGI revolucionário para sua época. Dito isso, "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" aparece logo atrás e não fica tão longe assim, fazendo uma boa disputa e sendo o principal oponente do filme citado acima. Os detalhes técnicos, traços, captação de movimentos e CGI dos dinossauros impressionam até hoje, tudo muito surpreendente e de altíssimo nível para época.
Principal sucesso comercial de bilheteria da extensa carreira cinematográfica de Steven Spielberg, alcançando números bem expressivos, que foram mais que suficientes para garantir uma sequência. Foi um dos seletos filmes a passar de 1 bilhão em arrecadação nos anos 90, feito conseguido somente por "Titanic (1997)" e "Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (1999)". No Brasil não foi diferente, ficou por muitos anos como um dos principais filmes mais procurados nas locadoras de sua década.
Spielberg criou um mundo fantástico! Conseguindo se superar em um filme que exigiu muito de equipamentos de alta tecnologia, onde não existia a facilidade dos avanços tecnológicos de hoje. É aí que entra a criatividade no processo de desenvolvimento de uma obra, algo que está muito em falta nos filmes atuais, principalmente nos lançados diretamente para streaming. "Jurassic Park" é o pioneiro dos filmes quando se trata de magia no cinema.
Gostei do elenco de bons nomes, com todos interpretando personagens carismáticos e em sintonia. Spielberg é o melhor diretor quando se trata de trabalhar com crianças, aqui mais uma vez, ele escolheu atores mirins que desempenham papéis importantes na trama, onde ambos são simpáticos e divertidos. Somente agora que reparei nessa revisita, que o grande Samuel L. Jackson faz parte do elenco do filme.
O filme tem um grande mérito de mesclar uma boa ficção científica em uma aventura fascinante, hipnotizante e que acaba misturando também um pouco de suspense, um pouco de humor, e até mesmo um terror leve. Além de sermos agraciados com cenas grandiosas e espetaculares em um mesmo contexto.
"Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" marcou sem sombra de dúvidas toda uma geração e é referência até hoje. Quase não dá para acreditar que o filme já vai completar 30 anos de seu lançamento oficial e, ao mesmo tempo, a obra continua contemporânea, não apenas pela história, mas também em relação aos seus efeitos visuais inovadores, que não envelhecem nunca!
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto em 26 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 8,0/10
SE VOCÊ FOR UM CIDADÃO QUE DEFENDE ASSASSINOS/ESTUPRADORES, TÊM PENA DE CRIMINOSOS, E ACHA QUE BANDIDO É "VÍTIMA DA SOCIEDADE". PEÇO POR FAVOR PARA NÃO LER ESSE TEXTO.
Já quero deixar bem claro aqui que simpatizei e torci muito do primeiro ao último minuto pelo protagonista. Não sou pai, tampouco não sei como é a sensação de ser um, mas se a situação do protagonista fosse comigo e tivesse a oportunidade; teria a mesma reação, e se possível faria pior… É inaceitável e imperdoável o que os lixos humanos fizeram com a garotinha de apenas dez anos, por tanto, tiveram o que mereceram. A coragem, ousadia e determinação de Carl Lee Hailey (Samuel L. Jackson), deve ser reconhecida como um ato heroico! Um verdadeiro paizão que honra e defende a família com unhas e dentes!
Joel Schumacher reúne um super elenco de peso! Kevin Spacey, Matthew McConaughey, a lindíssima e no auge da beleza Sandra Bullock, e claro o Samuel fucking Jackson. Com todos sendo bem aproveitados, e tendo participações nos pontos cruciais da narrativa. Samuel L. Jackson interpreta aquele clássico personagem durão, destemido e que não têm medo da lei. Kevin Spacey é o promotor de acusação, frio, calculista e que não mede esforços para vencer o caso (existem muitos Rufus Buckleys no Brasil, infelizmente). Matthew McConaughey é o advogado de defesa que tenta vencer um caso praticamente impossível.
Não sou muito fã de filmes sobre tribunais e qualquer outro que envolva política, geralmente os temas retratados são desinteressantes, e em alguns casos até insuportáveis. Mas felizmente não é o caso de "Tempo de Matar", pois aparentemente, achei que o filme fosse perder ritmo logo após vinte minutos de sua projeção, e ainda bem que eu estava enganado. Graças a um roteiro ágil, sagaz e inteligente; temos um filme excelentemente bem desenvolvido, recheado de camadas, profundidade e diálogos sensacionais!
Para não ficar preso somente com assunto de tribunal, o diretor sabedoramente coloca subtramas para deixar sua obra com mais conteúdo, mais tensa, mais robusta e trazendo a tona parte da história e podridão do país mais racista de toda a humanidade. É um filme que subverte o que é certo e errado, coloca em xeque a credibilidade da justiça e mostra sem pudor os passos para um processo de julgamento parcial.
Vibrei e comemorei muito com o Carl Hailey sendo declarado inocente, embora sabemos que isso jamais aconteceria na realidade. O jogo psicológico do advogado de defesa para convencer jurados brancos foi genial! Os sensibilizando que a brutalidade que a filha do Carl Hailey passou, poderia ter acontecido com uma menina branca também! Um filme para lavar a alma de todos os justiceiros cansados da impunidade e leis patéticas que protegem bandidos!
Enfim, "Tempo de Matar" é um filme que aborda o preconceito racial de uma forma bem indigesta para o sistema (não é à toa que não teve chances no Oscar). Uma obra importante por se tratar de um tema bem atual, ainda mais hoje, onde vivemos numa crise social, com a inversão de valores tomando conta do Brasil.
Assistido no Prime Video em 24 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 9,0/10
Houve uma época em que eu estava trabalhando e estudando simultaneamente, e sem dúvida alguma, a pior parte do dia era enfrentar o trânsito caótico e lento (principalmente no verão). Particularmente acho mais estressante que a maioria das profissões, além de aumentar os níveis de ansiedade. É horrível! Sem falar que no Brasil, fizeram a cagada de fazerem faixas de pistas somente para ônibus, além de piorar ainda mais o trânsito, só serviu para alimentar a indústria das multas. Dito isso, não têm como não sentir empatia pelo protagonista em "Um Dia de Fúria".
Com uma narrativa simples e linear, sem nenhum recurso mirabolante para atrair a atenção do público. O filme investe numa análise social pesada sobre o ser humano contemporâneo, um animal preso entre os instintos simiescos e o microchip de computador. Metade bicho, metade máquina, completamente vazio. A rotina das grandes metrópoles cansa, suga sua energia, e na pior das hipóteses, faz você perder a paciência.
O personagem de Michael Douglas, muito mais que um homem que enlouquece, representa qualquer pessoa que chegou ao seu limite, se enfurecendo com todos os tipos de violência e abusos sofridos nas grandes cidades. Somos roubados de diversas formas; além dos assaltos convencionais, violência oficial, etc. Somos lesados por empresas e comerciantes que fazem propagandas enganosas, superfaturam seus produtos e deixam na boca do cliente/cidadão um gosto de derrota.
Os dois personagens principais são, no final das contas, antíteses por fora, mas idênticos por dentro, onde ambos estão no limite da razão. Um se apoia no seu instinto primitivo para fazer justiça, outro em uma lógica despersonalizada de "dever a ser cumprido". No entanto, ambos só estão tentando organizar uma situação caótica e insuportável para escapar da loucura.
O filme é uma pungente crítica sobre a sociedade de consumo e o escárnio com que somos tratados diariamente, nas mais variadas situações. Com uma grande interpretação de Michael Douglas, entregando aqui uma das melhores de sua carreira, e coadjuvado muito bem por Robert Duvall. A obra é recheada de frases memoráveis, sarcasmo afiado e cenas impagáveis! Minha favorita é a cena em que o protagonista desconta sua raiva no pobre telefone público 😂🤣.
Peca por não ser tão visceral e violento como se vende, afinal...
O protagonista matou apenas uma pessoa, um homem nazista.
Gostei do filme, mas não foi uma grande experiência como esperava. Já que assisti a filmes de temáticas parecidas que são bem melhores; com mais extremismo, mais demência, mais corajoso, mais certeiro, etc.
Assistido em 22 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Uma das sequências de filmes mais esperadas do século XXI finalmente chegou entre nós. "Avatar: O Caminho da Água" foi adiado inúmeras vezes, aumentando a ansiedade dos fãs, e a expectativa pelas novidades que o filme iria mostrar para o público. O filme levou muito tempo para ficar pronto, devido à tecnologia atual não ser o suficiente para às demandas da obra (mesma situação que ocorreu com o primeiro Avatar). James Cameron e sua equipe tiveram que se reinventar, e novamente criaram outras ferramentas adequadas às necessidades de "Avatar 2".
A grande questão entre os fãs e público casual de "Avatar", era se a sequência iria superar o primeiro, já que muitos consideram o filme original como uma das melhores obras do século XXI. Me parece que às preferências estão bem divididas, uns acham o filme original melhor, já outros gostaram mais da sequência. Já eu, faço parte do time que curtiu muito mais "Avatar 2", e Cameron é o grande responsável por isso, aqui ele potencializa e eleva a outro patamar às principais virtudes do primeiro filme.
O filme expande o universo de Pandora, onde conhecemos um novo local lindíssimo e uma nova raça de Na'vis. Agora a situação é mais delicada, onde o inimigo nivelou o jogo, e com os próprios recursos de Pandora, estão mais poderosos do que no primeiro conflito retratado no filme original. Com novos personagens, novos conflitos internos dos protagonistas, novidades, etc. Cameron fez de seu épico de aventura e ficção científica, um filme grandioso em conteúdo, mais do que o suficiente para entreter o telespectador durante suas três horas de duração. Aliais, 3h que passam num piscar de olhos, você não sente o tempo do filme, tamanha a imersão que ele lhe proporciona.
Como era o esperado, a produção do filme é seu principal ponto forte. A beleza dos cenários paradisíacos servem como um eficiente colírio para os olhos, um espetáculo visual fabuloso! Onde celebramos a grandiosidade de um verdadeiro blockbuster de respeito! Com a natureza dos oceanos fictícios de Pandora servindo de pano de fundo e dando vida ao filme!
O filme é de uma qualidade técnica perfeita e surreal! Novamente Cameron consegue inovar nos efeitos visuais, e mais uma vez, irá deixar seu legado para os próximos filmes de características semelhantes a "Avatar". O trabalho de captura e movimento chama a atenção, impressionando pelo realismo das cenas de expressões faciais e corporais dos personagens. A obra provavelmente irá abocanhar quase todos os prêmios das categorias técnicas do Oscar, com o filme "Top Gun: Maverick" correndo por fora.
Um ponto interessante a se destacar no filme (até mesmo acima de seu visual), foi a representatividade da família tradicional, que Cameron fez questão de valorizar durante todo o filme! A família tradicional sempre será o pilar da sociedade, e não há nenhuma chance de ideologias e militâncias malignas mudarem isso. Foi muito bacana e satisfatório ver que o diretor deu ênfase a algo tão negligenciado, atualmente, pelos liberais.
Cameron é o único cineasta que realmente sabe trabalhar e extrair o máximo da tecnologia 3D, onde nenhum outro filme conseguiu oferecer o mesmo nível de experiência. O 3D de "Avatar: O Caminho da Água" te coloca em estado de êxtase e deixa qualquer um de queixo caído! É um dos principais trunfos desse novo "Avatar", apesar de a tecnologia já não ser tão badalada quanto no filme antecessor. Na minha opinião e na de muitos... é o melhor 3D da história do cinema moderno.
James Cameron entra para a história do cinema, se tornando o paizão do cinema moderno. Todos os seus filmes de ficção científica são muito acima da média para os padrões de sua época, principalmente "Terminator 2", que considero não somente como um dos melhores de ficção científica, como sem exageros, um dos melhores de toda a história cinematográfica.
Enfim, "Avatar: O Caminho da Água" é uma obra divertidíssima e emocionante em várias ocasiões. Entregando tudo aquilo que foi prometido e o que se esperava de um verdadeiro filme merecedor de ser visto no cinema. Valeu muito cada centavo gasto!
Assistido no cinema em 20 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 9,0/10
"Avatar" deve ser o primeiro nome que vêm à cabeça de muitos quando se fala de um grandiosíssimo blockbuster, ou de um belíssimo filme de ficção científica. Não é para menos, pois, esta obra do James Cameron revolucionou o cinema, a maneira de se fazer filmes modernos e sendo o responsável pela grande febre da tecnologia 3D, no início da década de 2010. Fez um sucesso estrondoso impressionante de bilheteria doméstica e internacional, se tornando a maior bilheteria da história do cinema, feito que dura até hoje…
James Cameron é um diretor muito cauteloso, não é afobado e sempre leva o tempo necessário nos projetos de seus trabalhos, tanto é que o intervalo de tempo entre seus três últimos filmes: "Titanic (1997)", "Avatar (2009)" e "Avatar: O Caminho da Água (2022)", são de mais de dez anos! Com certeza o cineasta exige muito de si, não permitindo que possíveis erros graves comprometam o sucesso de seus filmes. E de fato, seus filmes são muito bem dirigidos e de quesitos técnicos sublimes.
Cameron com muita imaginação criativa, criou um fantástico mundo de fantasia exuberante em natureza, animais, cores vibrantes e recursos naturais. Pandora é um planeta grandioso e esplêndido em terras, águas, montanhas, árvores, etc. Um local que até então… é pouco conhecido e muito pouco explorado, não é à toa que Cameron tem planos para mais quatro sequências de "Avatar" (contando com a já lançada "Avatar: O Caminho da Água").
Pioneiro dos filmes modernos na década de 2010 para frente… "Avatar" teve um papel importantíssimo na indústria cinematográfica, pois, muitos outros diretores e produtores se aproveitaram da tecnologia usada em "Avatar", e as implementaram em seus filmes, principalmente no uso do 3D. Por tanto, Cameron ajudou o cinema a ter novas ferramentas na produção de grandes blockbusters que vieram após "Avatar", uma contribuição muito importante para o show do entretenimento cinematográfico.
O filme traz uma reflexão sobre a ganância do ser humano em explorar lugares com recursos abundantes a qualquer custo, nem que para isso seja necessário o uso da força bruta, violência e destruição do meio-ambiente. Ou seja, sem paciência e capacidade de dialogar e de negociar com os nativos do local, tampouco sem consciência dos impactos ambientais de suas ações destrutivas. Por tanto, a mensagem do filme é bem clara, mostrando a intolerância humana com pessoas de outras culturas e indiferença com às consequências de seus atos.
Enfim, "Avatar" é um filme de ambientação impecável, efeitos visuais inovadores de cair o queixo e de peso emocional da história bem desenvolvido. Um primor cinematográfico em todos os aspectos técnicos, mas sem deixar a narrativa em segundo plano. James Cameron como sempre, dando o máximo de si.
Versão estendida revista em 18 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
"As Linhas Tortas de Deus" é apenas o 4º filme do ótimo diretor e roteirista Oriol Paulo, particularmente já creio que escreveu o seu nome na história do cinema, mesmo com poucos trabalhos até aqui… Oriol é um cineasta com início de carreira fenomenal, quebrando barreiras ao já se lançar no mundo cinematográfico em seu ápice, além de ser provavelmente o principal responsável a colocar o cinema europeu e de seu país, em um patamar acima dos demais.
Considero este filme uma obra menor da filmografia do Oriol Paulo, achei apenas bom, que corresponde às expectativas dos telespectadores e admiradores do cineasta, e dentro das características do diretor. Dessa vez, não achei o Oriol afiado e inspirado como em seus dois primeiros trabalhos ("O Corpo" e "Um Contratempo"). Nestes filmes ele conseguiu causar mais e surpreender mais, com um nível de genialidade raramente visto antes, e também melhor executado com mais agilidade e objetividade. Aqui o filme é um pouco mais burocrático, creio que 2h30min poderiam ter sido mais enxutos.
O filme aborda o poder de persuasão e manipulação humana, com uma boa personagem central e atriz que deu conta do protagonismo. É interessante vermos e conhecermos muitas das situações da loucura, demência e delírios da mente humana, tudo isso aliado a uma edição e montagem inteligente, complexa e desafiadora para os telespectadores. Oriol Paulo mantêm sua essência, entregando um filme recheado de reviravoltas, narrativa não-linear e idas e vindas com diversos socos na mente do telespectador.
Ambientação e cenários dos anos 70 do sanatório são perfeitos! Ajudam a construir um clímax envolvente e condizente com os desdobramentos e surpresas do filme. A chuva constante em partes da trama numa região montanhosa e arborizada, realçam o desenvolvimento de um bom suspense/mistério clássico.
O longa peca um pouco nos exageros de plot twists, sendo que muitos não têm o mesmo impacto dos trabalhos antecessores do Oriol Paulo. Particularmente não digeri bem o plot twist final, nada contra a desfechos 100% interpretativos, mas sempre acharei melhor finais com desfechos conclusivos e certeiros.
Assistido em 13 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Primeiro filme assumidamente ficção científica do diretor e roteirista Jordan Peele, um dos nomes mais promissores do cinema moderno e de seu futuro. O cineasta parece que veio para ficar, em pouco tempo conquistou fãs e respeito pelos críticos, graças aos seus trabalhos autorais nada convencionais e com um certo grau de ineditismo. Peele prioriza trazer os problemas mais comuns do mundo, especialmente os sociais, e transformá-los em histórias com o intuito de reflexão e chamar a atenção da sociedade.
Dessa vez acho que o Peele exagerou nas críticas sociais, basicamente o filme é só isso… Um bom filme não se sustenta somente com um segmento, e por esse motivo acredito que faltou equilíbrio em "Não! Não Olhe!". Um bom exemplo disso é a subtrama do chimpanzé, que ficou só na crítica social, pois, aparentemente não têm conexões com a trama principal. Particularmente achei o filme sem propósito e fraco no quesito entretenimento.
O filme até se inicia promissor, com a boa direção do Peele que estamos acostumados, introduzindo o suspense, mistério, medo, tensão e terror a sua maneira, numa construção minuciosa de clímax sombrio apavorante. No entanto, o filme foi perdendo ritmo e consequentemente meu interesse em finalizá-lo, pois, o terceiro ato descamba para algo inacreditável, que me desagradou muito e tornou a obra extremamente decepcionante para mim.
O OVNI revela sua verdadeira característica, se transformando em uma espécie de lençol gigante, variando em diversas formas diferentes. Depois é derrotado por um boneco inflável gigante, aí fico com cara de idiota tipo WTF?!… Tudo bem que "inovar" é sempre bom, mas não dessa maneira besta e intragável.
Peele não abandona seus moldes de se fazer cinema, às críticas sociais estão mais presentes do que nunca, às metáforas e simbolismos também! Entretanto, exagera em seu vício cinematográfico e esquece de entregar algo minimamente satisfatório e envolvente por completo. Somente o tempo irá dizer se o Jordan Peele irá se tornar um novo M. Night Shyamalan no futuro, mas aqui digo que ele já deu o primeiro passo, pois, "Não! Não Olhe!" é de muito longe seu pior filme até agora…
Maratona Jordan Peele Assistido em 11 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 4,0/10
Jordan Peele é um dos poucos cineastas com trabalhos iniciais a já ter um grande prestígio em prêmios e popularidade, alcançando o estrelato hollywoodiano com rapidez. Seu sucesso é graças a filmes com críticas sociais sobre intolerância racial, sobre a maldade mascarada do ser humano, etc. Tudo isso aliado ao terror psicológico de boa qualidade, sem os moldes tradicionais do gênero, sem ideias batidas, sem mesmice, sem clichês e de bônus reviravoltas surpreendentes.
O filme têm alguns problemas de concordância narrativa, porém, todo diálogo tem uma importância na história, sua precisão é incrível e suas ramificações que dão volta no mesmo lugar são gostosas de assistir, pois, essas voltas tem curvas que fogem do comum. Peele te leva a um caminho e te tira logo depois, e isso ele faz diversas vezes ao decorrer do longa, com um roteiro ácido e bem trabalhado, que te leva a um desfecho singular.
Jordan Peele sabe exatamente como se dirige um filme de suspense/mistério/terror, a mescla da expectativa junto da trilha sonora e da câmera que vira sempre contra o olhar do personagem em tela. São conceitos de como criar um suspense que a maioria dos diretores esquece, mas Peele não, ele faz o dever de casa e faz muito Bem! Além da fotografia que mescla o claro ao escuro, juntamente a mixagem de som resultantes em um trabalho técnico ótimo!
O diretor é muito perspicaz, pois, ao nível de comparação com sua primeira obra "Corra!", com "Nós", acredito que ambos os filmes se complementam com suas diferenças, o que falta em um tem no outro e vice-versa. "Corra!" é um filme mais coeso, redondinho e dinâmico. Já "Nós", é uma obra mais complexa, mirabolante e com uma trama mais fora da caixinha, além do plot twist aos quarenta e cinco do segundo tempo! Seguindo semelhantemente os primeiros passos do cineasta M. Night Shyamalan.
Lupita Nyong'o está espetacular em seu papel, dando um show de atuação com gosto de seus personagens dúbios e conflituosos, sentimos sua raiva, angústia e violência. Me surpreendeu demais! Sendo muito exigida e arrisco a dizer que coloca muita atriz de mais experiência e bagagem no bolso.
Enfim, "Nós" é um divisor de águas, obviamente não irá agradar a todos pelos rumos que a história tomou, pois, a narrativa é bem fictícia e pode soar extremamente forçada por uma parte dos telespectadores. É mais uma obra interessante de Peele, que novamente veio recheada de detalhes, simbolismos e metáforas, além de ser reflexivo sobre nossa parte "sombria". A frase "Nós mesmos somos nossos maiores inimigos", nunca fez tanto sentido com este filme.
Maratona Jordan Peele Assistido em 6 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 8,5/10
Jordan Peele faz parte dos seletos diretores a terem uma estreia muito acima da média, conquistando elogios tanto de público quanto de crítica, graças a uma obra ousada, diferente e que quebra praticamente todos os clichês de seu gênero. Em meio a trocentos filmes sobre bonequinhas e fantasminhas que nem assustam mais como antigamente, surge mais um terror psicológico dos bons, em um subgênero que vêm se destacando no século XXI e salvando o terror de ser mais do mesmo.
O roteiro é muito bom mesmo! Bem criativo, original, único, intrigante, tenso, chocante, surpreendente e recheado de detalhes que fazem a diferença. Creio que mereça a fama que têm, apesar de ser exagerada ao meu ponto de vista (não concordo de ter sido eleito o melhor roteiro do século, existem muitos filmes bem melhores neste quesito). A boa sacada do roteiro de Peele é a inserção de diálogos nos momentos adequados, com a utilização de simbolismos de forma simples e direta. O diretor é hábil em não fazer do tema um mero palanque para discursos de moral.
Com um baixo orçamento e nenhum grande nome do convencional de Hollywood, o grande valor desse filme também está na sua trama e narrativa coerente e cativante, além da crítica social pertinente, potente e corajosa. O preconceito racial é uma realidade tanto nos EUA quanto em qualquer parte do mundo, sendo natural que existam tantos filmes sobre o tema, mas "Corra!" vai mais além e de uma forma muito inesperada.
Acredito que o segredo do sucesso de "Corra!" está em sua edição, muito bem-feita, planejada e inteligente. Jordan Peele teve sensatez e fez seu filme bem enxuto como deveria ser, sem embromações, com muita objetividade e foco no que realmente importa para o telespectador. Ou seja, conseguiu unir tema racial/social de importância e relevância para às pessoas, aliado a entretenimento de bom gosto!
Peele aproveita-se de um desenho de produção bem simples e naturais, usando angulações precisas, dando dimensões perfeitas de onde os atores estão. Aliás, o cineasta sabe usar os recursos comuns do gênero a seu favor, como, por exemplo: os empregados negros que parecem estar se comportando feito zumbis.
Minha única ressalva vai para os momentos finais do filme, onde a ação dá às caras, porém, essa parte ficou com cenas bem gourmetizadas para atender às exigências frescas da classificação indicativa e vender mais. Embora o final seja bem ágil, sagaz e satisfatório.
Maratona Jordan Peele Assistido no Prime Video em 3 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 8,5/10
Certamente uma das maiores surpresas de toda a história da Marvel. O filme é uma grande carta de amor a todos os fãs de quadrinhos, do Homem-Aranha e das obras da Marvel, em geral. Com certeza é o melhor filme da trilogia com o Tom Holland, e vou além... o considero o melhor filme entre todos já lançados sobre o aracnídeo. A Marvel entregou aqui o melhor fan service da história do cinema, entregando nostalgia pura e choque de gerações que admiram filmes baseados em quadrinhos.
Acredito que aqueles que não gostaram do filme reclamam muito do roteiro, que realmente não é nada estupendo em termos de análises críticas, mas considerando os padrões da Marvel, até que não é de todo ruim. Creio também que o filme sofra muito preconceito devido ao diretor não ser famoso, mas penso que o Jon Watts se esforçou ao máximo, evoluiu com os erros e entregou uma direção mil vezes melhor que "De Volta ao Lar" e "Longe de Casa".
Na minha opinião cinema é entretenimento, neste quesito o filme é nota dez! A obra vem com muita ação eletrizante, envolvente e dinâmica, além da comédia galhofa ser mais contida e equilibrada em relação às obras mais recentes da Marvel. Filmes excelentes são aqueles que passam num piscar de olhos, pois, "Sem Volta para Casa" é assim graças ao seu ritmo bem fluído do início ao fim.
A Marvel e a Sony deixaram às diferenças de lado, e juntas fizeram algo inimaginável, com isso, quem ganha são os telespectadores. Que puderam apreciar a volta de todos os vilões dos filmes do Homem-Aranha fora do MCU, o melhor disso, com os atores originais das obras. Além de sermos agraciados com uma das maiores surpresas da história do cinema, a união dos três Homens-Aranhas em um único filme! Tudo isso muito bem-planejado para que não houvesse spoilers antes do lançamento do filme.
A morte da tia May trouxe um arco dramático ótimo para o Peter Parker do Tom Holland, assim o filme ganha em dramaticidade e emoção, dando ares mais maduros e adultos a uma história voltada para o público jovem. Com isso, o moleque adolescente de antes não existe mais. O filme é maravilhoso e incrível por isso, equilibra muito bem os momentos de diversão, tensão e emoção, além de dar espaços para todos os personagens se destacarem.
Meus destaques individuais vão para o Andrew Garfield, que entre os três Homens-Aranhas, foi o que entregou a melhor atuação. E também claro Willem Dafoe, o melhor vilão desse filme, sua risadinha diabólica é top demais. Onde não seria nenhum absurdo se ele tivesse sido indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante.
Enfim, "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" é disparado o melhor filme da fase 4 da Marvel, carregando facilmente essa fase nas costas, pois, suas outras obras são muito aquém do que os estúdios Marvel costumam entregar.
Assistido no cinema em 21 de dezembro de 2021 Versão estendida assistida em 16 de novembro de 2022 Minha avaliação: 10/10
Pode parecer muito contraditório, mas adorei "Thor: Ragnarok" e afirmo sem nenhuma vergonha que é um dos melhores filmes do MCU. Com isso, fui super a favor da volta do Taika Waititi no comando de mais um filme do Thor, porém, dessa vez, o cineasta exagerou na parte do humor cafona e galhofa, transformando o Thor em um verdadeiro mongoloide e paspalhão. No caso aqui, a liberdade criativa dada ao diretor não deu certo, pois, o filme ficou muito descerebrado para meu gosto. "Ragnarok" apesar de ter às mesmas características de "Amor e Trovão", ao menos foi muito mais dosado, sensato, e equilibrado em termos de narrativa.
A primeira parte do filme é extremamente chata, sem sal, sem desenvolvimento, com uma penca de piadinhas toscas e cenas cômicas bizarras que causam vergonha alheia.
* Thor conversando com o Mjolnir e Rompe-Tormentas foram uma das coisas mais patéticas que já vi na vida, além de dar cerveja para o Rompe-Tormentas beber?! 😂🤣 WTF!
* Zeus bailarina (Russell Crowe pagando o maior mico de sua carreira). TNC!
* Na batalha final, Thor passa poderes temporários de Zeus para às crianças lutarem também, coisa ridícula! VSF!
* E ainda tem aquelas porras de bodes berrando a todo instante, coisa insuportável! PQP!
O filme só melhora um pouco quando os protagonistas chegam ao Reino das Sombras, onde levemente a obra ganha um tom mais sombrio, com bons momentos de ação e lutas. Entretanto, infelizmente a melhor parte do filme dura muito pouco. Christian Bale entrega um bom trabalho dadas às possibilidades, mesmo aparecendo pouco e sendo subaproveitado, foi o principal responsável do filme em não ser um completo desastre!
Além de fazerem piadas fora de contexto com coisas sérias. O plot twist da personagem Jane Foster não tem profundidade alguma, muito raso e sem emoção e impacto, nem mesmo consegue surpreender. A sua volta foi uma boa ideia para agregar a trama, porém, às explicações de como ela se tornou a Poderosa Thor, ao menos para mim, não colou.
Enfim, "Thor: Amor e Trovão" é disparado o pior filme solo do personagem e consequentemente um dos piores filmes do MCU. Onde pouquíssimas coisas da obra tem relevância para a continuação do universo estendido, pois, abusa da quebra de momentos dramáticos com piadas insuportáveis! Filme pouco memorável, sem brilho, sem criatividade e muito pobre em sua condução de história. Taika Waititi responsável pelo melhor e pior filme do Thor.
Assistido em 15 de novembro de 2022 Minha avaliação: 5,5/10
David Leitch vêm se destacando na indústria do cinema com filmes de ação de qualidade, sendo uma das suas virtudes o uso de violência estilizada e comédia aliada a cenas de ação bem filmadas, com ótimas coreografias de lutas. Seus filmes ganharam grande reconhecimento pelos fãs de ação por não seguir um padrão convencional, sempre buscando se reinventar com suas obras.
Sempre fui contra o humor pastelão exagerado que tomou conta dos filmes voltados ao entretenimento, mas neste caso, "Trem-Bala" tem um humor diferenciado e inteligente, funcionando em boa parte da trama. Apesar da eficiência, preferiria que o filme tivesse um equilíbrio maior entre ação e momentos cômicos, sendo um pouco mais voltado para situações sérias também.
Brad Pitt é um dos atores mais bem conceituados da história do cinema, sempre escolhendo seus projetos com sabedoria, praticamente todos os seus filmes são no mínimo assistíveis. Assim como aconteceu em "Guerra Mundial Z", ele volta a atuar em um filme fora do seu habitual. Já Joey King interpreta sua personagem mais relevante da sua carreira, diferente das adolescentes ingênuas de seus trabalhos anteriores (isso sim que é empoderamento feminino de verdade).
Gostei dos demais personagens excêntricos, só creio que faltou um desenvolvimento melhor de alguns, a edição corrida demais não permitiu o telespectador conhecê-los melhor. O roteiro chama bastante a atenção, com a história desenrolando-se em muitas reviravoltas, com isso, a narrativa acabou ficando um pouco bagunçada e perdida em seus desdobramentos.
Peca por umas cenas bem cascateiras em seus instantes finais, mas cumpre com seu propósito de um bom filme divertido, que difere dos moldes atuais que a Marvel e Netflix vêm seguindo. Além do roteiro arrojado e incomum para seu gênero, que de certa forma surpreende pela tentativa de inovação.
Esta preciosidade ainda está disponível no Memória da TV. Em 1080p e 720p, com três dublagens em português e uma em inglês. Os links que ainda funcionam são do servidor "Uloz.to".
Francis Ford Coppola é considerado pela grande maioria o melhor e maior diretor da história do cinema da década de 70, onde dirigiu três grandiosas obras da sétima arte: "O Poderoso Chefão: Partes I e II", e esse magnífico drama psicológico de guerra "Apocalypse Now". Na minha visão cinéfila, o cinema de verdade começou a partir da década de 70, onde os aperfeiçoamentos e evoluções nos quesitos cinematográficos mudaram a forma de se fazer filmes. Coppola é um dos principais nomes que deram início a essa mudança positiva na sétima arte.
Produção, cenários, clímax, figurinos, efeitos sonoros, e principalmente fotografia. Tudo de sua época beirando a perfeição. Sendo um dos principais pioneiros desses novos moldes que levaram o cinema a outro patamar.
Início do filme começa bem simples e fácil de se entender, mas quando chega na sua metade, ou seja, nas selvas do Camboja, é que a sua dialética e trama ficam mais densas, complexas e poéticas. Um filme de guerra totalmente diferente do que somos acostumados a ver. Coppola mostrou que cinema é muito mais que entretenimento, é aprendizado. Uma incrível história, uma lição de vida.
Na guerra somos acostumados a ver os bons e os maus, mocinhos e vilões, os certos e os errados. Mas a guerra é muito mais que isso, são milhares de vidas que estão ali num jogo de vida ou morte. Eles veem tudo de perto, convivem com isso. Alguns piram, outros aprendem a viver com isso a tal ponto que isso se torna comum, se sentem necessitados e amam o que estão fazendo, não querem mais mudar e isso torna-se loucura também.
Estranhei muito a pouca aparição do personagem Marlon Brando, já que toda a história gira em torno do seu personagem, por tanto, ele ser praticamente um coadjuvante de sua própria história não me desceu bem. Por outro lado, Martin Sheen surpreende entregando uma atuação convincente, digna de protagonismo de respeito. Por esse motivo específico, não é merecedor de nota máxima, mas ainda assim, é um filme grandioso em todos os sentidos!
A verdade da guerra foi mostrada neste filme, mais do que em qualquer outro. Coppola não queria nos ver felizes com o final, e o capitão Willard nada mais é do que a nossa reação em meio a tudo o que vimos. Vemos toda a sanidade humana ir pro espaço e o que temos que fazer nada mais é que o nosso trabalho. A conclusão é que a guerra nada mais é que... Horror... Horror!
Assistido em 3 de novembro de 2022 Minha avaliação: 8,0/10
Filme no mínimo polêmico! Onde novamente Oliver Stone atinge a ferida das grandes corporações, dessa vez fazendo críticas pesadas a mídia sensacionalista, capaz de tudo pela audiência e também das pessoas fanáticas que idolatram criminosos famosos. Isso explica muito a aprovação do filme no Rotten Tomatoes de apenas 48% por parte da crítica, reforçando ainda mais como há muita hipocrisia nos meios de comunicações globais.
"Assassinos por Natureza" é como se fosse uma montanha-russa recheada de momentos bons e ruins, sempre intercalando entre subida e descida, com muitos pontos altos e baixos. O filme se divide em duas partes: a primeira hora (ruim), que se sustenta em cenas enfadonhas, irritantes e diálogos sem propósito. E a segunda hora (ótima), onde o filme muda de ritmo e mostra um completo caos com o início da rebelião, onde presenciamos insanidade e demência extrema, comandada pela dupla de protagonistas infernais!
Com um roteiro de Quentin Tarantino, fiquei surpreso com a boa parte da violência do filme ser bem moderada, obviamente algo que não me agradou. Outra coisa que me incomodou foram às transições de cenas, variando entre colorido e preto e branco, além das cenas em forma de animação completamente desnecessárias. A primeira hora do filme me decepcionou, pois, apesar do roteiro audacioso, não me impressionou em praticamente nada, muito devido a excessos de embromações na narrativa.
Uma obra interessante, do ponto de vista de um casal de assassinos sobre a sociedade e o mundo que os rodeia, onde ambos têm um passado repleto de sofrimentos e traumas. Sobre isso, não foi bem desenvolvido no filme, por isso, fica a impressão de que às mortas foram todas gratuitas.
Gostei da escolha afinadíssima do elenco, só nomes conhecidos: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr. e Tommy Lee Jones. Todos mandando muito bem nas atuações, mas quem rouba a cena é o personagem do Robert, na pressão da confusão e caos, se transforma em uma pessoa que ele jamais imaginou.
Enfim, um filme que poderia ser perfeito, pois, pecou muito na parte da censura da violência, ainda mais num filme com classificação indicativa de 18 anos. No entanto, às conversas dos personagens Mickey Knox e Wayne Gate são sensacionais, aonde nessa parte do roteiro, Tarantino mandou muito bem! Os trinta minutos finais são delirantes, sagaz e de uma bagunça e loucura generalizada.
Maratona Oliver Stone Assistido em 29 de outubro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Oliver Stone me surpreendeu com seu roteiro e direção no excelente filmaço "Platoon", por isso decidi iniciar uma pequena maratona dos seus filmes que eu os considero principais. Esse "Nascido em 4 de Julho" me chamou a atenção por se tratar da mesma temática da sua maior obra-prima, outro atrativo é ter sido protagonizado pelo Tom Cruise, (ator que sou grande fã de seus trabalhos). Além da volta dos atores Willem Dafoe e Tom Berenger, que anteriormente trabalharam em "Platoon".
Este filme tinha todos os ingredientes para repetir os feitos de "Platoon", sendo que começou muito bem! Com às primeiras cenas lembrando o ótimo e primeiro ato do também filme de guerra do Vietnã "Nascido para Matar". Com isso, a obra tem uma primeira hora bem movimentada, bem dirigida e roteirizada, com jogo de câmeras interessante e que prendia a atenção do telespectador a cada cena empolgante. Ou seja, a guerra sendo retratada da melhor forma possível, por quem realmente já vivenciou e teve experiências com os horrores da guerra.
Meu problema está na segunda hora em diante... onde particularmente acho que perdeu muito gás. Acredito que o filme deveria ter mostrado mais da parte da guerra e ter focado menos no pós-guerra, creio que assim a obra teria um equilíbrio melhor entre reflexão e entretenimento, como foi no caso de "Platoon". Embora algumas partes do pós-guerra sejam interessantes, onde às críticas aos líderes de nações são bem pertinentes, escancarando a ilusão do homem em servir a pátria.
Tom Cruise desempenha um papel impressionante, com certeza aqui, teve uma de suas melhores atuações da carreira, onde desenvolveu todas às emoções necessárias do seu personagem. Um belo tapa na cara dos haters que afirmam que ele não sabe atuar, muito pelo preconceito com o ator, por ele atualmente estar mais dedicado a filmes focado no entretenimento e nas massas, onde não se exige muito dos atores em atuações e expressões faciais. No entanto, Tom Cruise desde muito jovem provou a todos que sabe atuar sim!
Enfim, considero um bom filme, devido a alguns bons momentos tensos envolvendo o personagem central da trama. Do pós-guerra e suas consequências que só deixam instabilidade emocional, horrores físicos e psicológicos aos seres humanos. Entretanto, está há anos-luz do impacto e emoção que "Platoon" proporcionou, muito por devido a um desfecho superficial, diluído, limitado e estranhamente não comovente. Bom, mas longe de ser algo incrível, épico e memorável.
Maratona Oliver Stone Assistido em 25 de outubro de 2022 Minha avaliação: 6,5/10
Não conheço e não me lembro de absolutamente nenhum outro filme com uma cena de abertura tão impactante e triunfal quanto "Platoon" (por mais obra-prima que seja). A chegada dos novos recrutas ao Vietnã, onde o protagonista observa soldados mortos em sacos plásticos, ao som da versão original de "Adagio for Strings" (uma das melhores músicas instrumentais da história), conseguem emocionar com facilidade. Com isso, eu já sabia que assistiria algo especial, digno de aplausos.
"Platoon" é um filme recheado de virtudes, retrata a guerra com muita fidelidade, sem os clichês do patriotismo americano, história de amor no meio e de heroísmo forçado, numa guerra onde não há vilões, heróis e principalmente vencedores, todos perdem! Enredo e narrativa crua, suja, singela, e comprometida a entregar o máximo de realismo e consequências do que realmente acontece nas estúpidas guerras mundo afora.
Adorei a forma e inteligência de abordagem desse filme, mostrando como o horror da guerra afeta negativamente o psicológico de todos, onde até mesmo 'aliados' entram em conflito, com o desespero e caos tomando conta de todos! Não há espaço para os bons costumes e politicamente correto, onde até mesmo os mais íntegros questionam o seu caráter nos momentos de tensão.
"Platoon" é o meu mais novo xodó do cinema, pois, entrega tudo que eu mais gosto em uma obra: ação constante com dinamismo e sagacidade, aliada a uma carga dramática forte e envolvente. Momentos cheios de tensão, emoção e cenas para lá de indigestas e tristes, tudo acompanhado de uma trilha sonora linda e perfeita, sendo o coração dessa obra-prima do Oliver Stone.
Charlie Sheen entregou aqui disparadamente seu melhor personagem da carreira, provando ser um ator que poderia ter sido mais aproveitado em filmes mais sérios (além da comédia). Gostei muito de seu personagem, deu conta do protagonismo mesmo sendo jovem na época. Willem Dafoe monstro, como sempre, em um coadjuvante importante nos desdobramentos da trama, além do Johnny Depp como figurante de luxo. Oliver Stone acertou em cheio na escolha de seu elenco.
Se o filme incomodou o sistema e líderes globais, ele sobe ainda mais no meu conceito. A crítica certeira a guerra gera momentos para o telespectador refletir e pensar sobre o assunto, pois, praticamente ninguém ganha nada com a guerra. O conflito recente entre a Rússia e Ucrânia reforça esse pensamento, Vladimir Putin deveria assistir ao filme e pensar um pouco em suas atitudes.
"Platoon" é um filme foda e o pioneiro de seu gênero, obrigatório em qualquer lista de 'melhores filmes de guerra da história'. Forte, impactante, imponente, inesquecível, raiz, realista e necessário. Frases finais do personagem Chris Taylor marcantes e épicas!
Maratona Oliver Stone 25 de outubro de 2022 Minha avaliação: 10/10
Atualmente pego muito no pé da Netflix, devido à enxurrada de filmes e séries ruins, ou até mesmo péssimos. Com o aumento da concorrência, o streaming foi se perdendo cada vez mais, sendo responsável pela saturação de quase todos os gêneros cinematográficos, além das mensalidades abusivas em relação aos seus concorrentes. Entretanto, vez ou outra ela acerta a mão, e dessa vez, tenho que admitir que acertou em cheio nesse ótimo filme (quase perfeito) "Rastros de um Sequestro".
Acredito que os plot twists são às principais armas para a produção de um filme inovador e fora do convencional, além da maneira de como a história é contada. O diretor e roteirista Jang Hang-Jun soube fazer isso com ideias bastante mirabolantes e pouco ortodoxias, com muita personalidade, coragem, determinação e criatividade no desenvolvimento de uma história surpreendente. Às reviravoltas da trama deixam qualquer um de queixo caído, com o filme dando uma virada de chave absurdamente inacreditável!
O começo do filme se desenvolve através de um suspense mais puxado para terror, inclusive com direitos a sustos. Após os desdobramentos inesperados, o longa começa a ganhar outros moldes, se tornando um drama policial muito bem-planejado e criado. Apesar da complexidade, o filme responde todas às dúvidas sem deixar pontas soltas, com um roteiro incrível fora da curva, narrativa intrigante, andamento hábil, e um total ineditismo e originalidade em sua história.
Uma história sombria e psicológica que vai tomando rumos cada vez mais extremos e tristes. Às cenas finais devastadoras são a cartilha da Coreia do Sul em entregar obras com alto nível de tensão e peso emocional. É o cinema asiático em sua pura autenticidade, com seus desfechos indigestos e clima totalmente negativo.
Eu adorei esse filme! Perfeito para quem gosta de histórias recheadas de plot twists, certamente o diretor dessa obra deve ter alguns filmes do excelente Oriol Paulo em sua cabeceira. Filme muito acima da média, sendo uma joia raríssima da Netflix, e afirmo sem exageros ser o melhor filme original da plataforma que já vi até agora...
Assistido em 21 de outubro de 2022 Minha avaliação: 9,5/10
Resgate
3.5 803"Resgate" é um filme de ação muito bom! Até poderia ter sido lançado sem problemas no cinema, pois podemos considerar que é raridade atualmente quando a Netflix acerta a mão. É verdade que a trama é bem básica e genérica, mais uma vez, a porrada e a bala come solta devido a um adolescente. Mas nem sempre tudo que é simples é ruim, às vezes não inventar demais é o melhor caminho dependendo da proposta.
O novato Sam Hargrave é a grande surpresa desse filme, conseguiu chamar a atenção com uma baita direção de qualidade, especialmente pelos deliciosos planos-sequências em quase todo o filme. Assim temos um diferencial que achei crucial numa obra, filmes de ação com poucos cortes e câmera dinâmica e não tremida são uma tendência necessária para o bem do gênero. Com isso, o diretor já deu aulas de edição e montagem logo em seu primeiro trabalho.
Um filme de ação para quem gosta de ação, simples assim… Com o clássico protagonista brucutu semi-imortal, umas exageradas ao estilo "John Wick" e a famosa trinca de tiro, porrada e bomba! Ou seja, era exatamente isso que eu estava procurando para passatempo. Tudo isso com seriedade e carga dramática interessante, sem aqueles moldes de humor idiota do último filme do "Thor".
Enfim, o filme se destaca em seus conjuntos de ação, longas e lindas tomadas com cenas de lutas brutalmente fundamentadas, mostrando a natureza cruel da guerra. Às coreografias de lutas são espetaculares, e os tiros longos durante a extensa cena de perseguição particularmente impressionantes, imergindo ainda mais o telespectador na tensão.
Assistido em 18 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Jurassic World: Domínio
2.8 549 Assista AgoraEnfim, cheguei ao fim dessa maratona Jurássica, formada de duas trilogias muito bem-sucedidas nas bilheterias. "Jurassic World: Domínio" é o único filme da saga a não se passar em um parque ou ilha, e também o único a se passar em vários lugares do mundo. Apesar de ser o mais detonado pela crítica especializada, conseguiu ser o quarto filme a superar a arrecadação acima de 1 bilhão de dólares, ou seja, pelo menos para a Universal, valeu a pena o investimento.
Alguém deveria ter avisado a Universal, os produtores e diretor; de que o telespectador já está careca de saber que o ser humano é ganancioso e inconsequente. Achei desnecessário e de uma falta de criatividade explorar isso novamente na franquia, já que está bem claro a mensagem que quiseram passar. Em cima disso, ainda temos uma narrativa de gafanhotos-gigantes?! Fico me perguntando onde os roteiristas estavam com a cabeça quando colocaram isso em prática… Às estatísticas não mentem, quando resolvem inventarem demais, raramente dá certo.
O filme tenta ganhar o público com a mesma ideia e fórmula de "No Way Home", pela memória afetiva e nostalgia do público, ao unir o elenco da trilogia clássica com a atual. Entretanto, essa reunião não têm aquele peso emocional que se esperava, sem falar que demoraram demais para aparecer juntos. Valeu a pena curtir esse momento, porém o fan service não chega nem aos pés do proporcionado por "No Way Home". Muito pelos rumos equivocados que a história tomou.
O maior erro aqui, sendo o responsável pela grande maioria das críticas; é terem deixado os dinossauros em segundo plano. Afinal, o filme não é sobre dinossauros? Foi uma mancada muito grande de quem teve essa infeliz ideia, deveriam ter aproveitado a longa duração para mais cenas de ação e aventura com os dinossauros. Ou explorar melhor às consequências e caos da nova era cretácea mundo afora.
Sinto haver muitas histórias mais interessantes que poderiam ter sido contadas aqui. Isso me faz querer ver mais deste mundo, agora com os dinossauros sendo lançados no mundo, deixa muitas histórias em potencial abertas para serem contadas! Esta história poderia ter sido melhor, foi muito mal contada. Foi excepcionalmente escrito de maneira fraca e não foi atraente ou interessante para grande parte do filme.
Passou longe de ser ótimo, embora dá para se divertir e aproveitar o filme como um bom passatempo. Às cenas de ação em Malta (Itália) terminando no avião foi a melhor parte do filme, mas se tratando de uma possível final de saga, ficou faltando aquele desfecho épico, matador e inesquecível. Ainda assim, acho que a média geral do filme merece uma avaliação melhor.
Assisti à versão estendida de 160 minutos (2h40min), onde vi notícias de que o diretor afirma ser a “versão original” do filme. Não saiu dublado para o Brasil e você o encontra facilmente no site RARBG.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Assistido em 5 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Jurassic World: Reino Ameaçado
3.4 1,1K Assista AgoraO primeiro filme da nova trilogia arrebentou nas bilheterias, era lógico que um segundo filme iria ser produzido. "Jurassic World: Reino Ameaçado" faturou menos que o filme antecessor, ainda assim, conseguiu uma excelente arrecadação, mesmo tendo desagradado à maioria da crítica especializada e também boa parte do público.
O filme se divide em duas partes. A primeira hora ótima, a segunda nem tanto... Curti demais a cena de abertura com o velho e bom clímax dos filmes clássicos, com a noite chuvosa tomando conta dos cenários, valorizando o suspense e o medo. Depois vêm o início promissor, com às ruínas do parque da Ilha Nublar, e logo após a erupção do vulcão, com toda aquela bagunça e desespero dos dinossauros e protagonistas tentando escapar da morte. Na minha opinião, foram às melhores partes do filme.
Aí entra a segunda parte, onde o filme perde seu brilho e fôlego, além de deixarem a originalidade em segundo plano. Não gostei tanto assim da mudança brusca de cenários, começa em ambientes abertos, depois passa a ser dominado por ambientes fechados. É aí que o filme começa a ficar um pouco desinteressante, com às cenas de ação dos dinossauros passando dentro de uma mansão. Com isso, perde todo aquele encanto do parque e das florestas, os verdadeiros cenários que sempre foram marca registrada da franquia. Nisso os produtores e direção erraram feio.
Novamente temos o tema da ganância humana de querer controlar a natureza a todo custo, na base da exploração dos animais, com o intuito de ganharem muito dinheiro em um negócio aparentemente muito lucrativo. Entretanto, esta fórmula de narrativa já está ficando muito desgastada e cansativa, além da humanização dos dinossauros que soa um pouco forçada, se compararmos com a trilogia clássica.
Se não formos muito exigentes e deixarmos a história em segundo plano, o filme consegue resultar em bons momentos; tanto pela soberba visual concedida pelos efeitos visuais caprichados, quanto pelos planos cuja tensão é reflexo dos trabalhos anteriores do competente diretor J. A. Bayona. A ação que mescla atores com ambientes reais e virtuais é notável, principalmente na fuga da Ilha Nublar, garantindo um grande passatempo de luxo.
Enfim, temos mais um filme jurássico voltado ao entretenimento, e isso é bem claro pelas características e prioridades do filme. Ao menos, os dinossauros ainda continuam sendo protagonistas, pois estou receoso com o que verei do filme que fecha a saga Jurássica. Alguns pequenos erros foram corrigidos (dessa vez a Bryce Dallas Howard corre de tênis, bem melhor né? rsrs).
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Assistido em 3 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista Agora"Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" dá início a uma nova trilogia Jurássica, com novos atores, nova roupagem e com objetivo de dar uma repaginada na franquia. Fez um sucesso impressionante nos cinemas, sendo disparado a maior bilheteria de toda a saga, além de surpreender e superar arrecadações de filmes extremamente badalados como: "Vingadores: Era de Ultron" e "Velozes & Furiosos 7".
Quando o filme foi anunciado nem fiquei interessado em conferir nos cinemas, pois Hollywood vive uma série crise de criatividade, com extrema dificuldade de criar algo novo e inédito para os telespectadores. Atualmente o cinema estadunidense vive de remakes, reboots e spin-offs; uma tendência e aposta hollywoodiana de conquistar público pela nostalgia de filmes que fizeram muito sucesso no passado. Em muitos casos dá errado, dependendo do filme acaba até mesmo dando um grande prejuízo aos produtores e distribuidores. Em outros casos dá resultados satisfatórios, como nos filmes: "Mad Max: Estrada da Fúria", e mais recentemente "Top Gun: Maverick".
Construído num formato que continua a trilogia original e, ao mesmo tempo, a homenageia, se utilizando de alguns conceitos e reencenando partes do filme original. Ele é efetivo em agradar os fãs da franquia, que não se importam com os descuidos de sua produção. Os efeitos especiais são muito competentes e refletem um esmero em sua direção de arte.
A fotografia nos transporta por um tour esfuziante pelo “zoológico reptiliano”, que agora está aberto à visitação do público, de forma bastante convincente. A trilha sonora, que reutiliza os famosos acordes de John Williams, agora numa releitura de Michael Giacchino, também é efetiva em nos transmitir muitas das sensações que tivemos na primeira vez que entramos em contato com este universo.
Às subtramas do filme até que são interessantes. Temos uma protagonista, que por excesso de trabalho, não têm tempo de ter vivências com os familiares. E uma empresa corporativa extremamente gananciosa, sempre buscando meios de obter mais lucros custe o que custar. Nestes cenários, o filme traz reflexões sobre às prioridades das pessoas no mundo moderno, e às consequências que às grandes corporações causam a sociedade; ainda que de forma rasa e clichê.
É verdade que o filme é desleixado com seu roteiro, diálogos, atuações e por consequência na construção de personagens. Também peca por alguns momentos e detalhes inverossímeis como, por exemplo: A Claire (Bryce Dallas Roward) correndo de um dinossauro em um salto alto feito do mesmo material de um Nokia Tijolão rsrs. No entanto, o filme é extremamente dinâmico, envolve e empolga com facilidade, têm muita ação, muita bagunça e caos, e é altamente divertido!
O diretor inexperiente Colin Trevorrow conseguiu dar conta do recado, não sentiu o peso e responsabilidade de dirigir um filme de uma das franquias mais importantes da história do cinema. De certa forma, cumpriu com o necessário para entregar um grande blockbuster de respeito! Me atrevo a dizer que em alguns pontos igualou o clássico filme de 1993, em uma super aventura de tirar o fôlego! Principalmente nos instantes finais, com a reaparição de um velho conhecido dos fãs.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto no Prime Video em 2 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Jurassic Park III
3.1 488 Assista Agora"Jurassic Park III" marca o fim da primeira trilogia Jurássica nas telonas do cinema, sendo o filme mais curto de toda a saga dos dinossauros e também o menos rentável de todos os seis filmes da franquia. Creio que isso aconteceu porque infelizmente Steven Spielberg não voltou para dirigir essa sequência, já que é o diretor mais bem-sucedido da história do cinema. Ou seja, sabe como ninguém atrair público para às salas de cinema, com experiência de sobra em filmes comerciais/populares.
O principal ponto negativo dessa primeira trilogia foi o mau aproveitamento do elenco original, onde o trio de protagonistas Dr. Alan Grant (Sam Neill), Dr. Ellie Sattler (Laura Dern) e Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) não aparecem mais juntos após o primeiro filme. Não é à toa que o filme original é o melhor! O mais clássico, o mais marcante, o mais nostálgico e o mais lembrado pelo público e fãs.
Dessa vez o Tiranossauro (T-Rex) ficou em segundo plano, algo que não me agradou muito, já que particularmente não curti tanto esse Espinossauro com boca semelhante a de um jacaré. O filme é mais focado nos Velociraptores e nas espécies voadores Pterossauros.
Assim como aconteceu no filme antecessor; o roteiro é mal desenvolvido, fraco, cheio de furos e não consegue atingir complexidade e aferir surpresas ao público. Prova disso é a duração do filme, sendo muito pequena para desenvolver uma boa trama, além do elenco mal escalado. Sam Neill não compromete e inclusive acho ele um protagonista melhor que Jeff Goldblum, mas Téa Leoni e William H. Macy estão deslocados e muito estereotipados em seus personagens, especialmente ela. As piadas constantes presentes nas outras tramas, aparecem aqui de forma tímida e não eficientes.
Com a direção de Joe Johnston; às cenas noturnas, a chuva e o maior clima de suspense ficaram pouco presentes. A fotografia de Shelly Johnson não ajuda com demasiadas cenas realizadas à luz do dia, enfraquecendo a criação de um clima assustador. Além da falta de cenas mais ameaçadoras, das cenas megalomaníacas de Spielberg, vemos também uma presença mais espaçada e menos constante dos dinossauros. A diferença é nítida sem a mão de Steven Spielberg.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto em 29 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 6,5/10
O Mundo Perdido: Jurassic Park
3.5 612 Assista AgoraSegundo filme da trilogia clássica dos dinossauros mais famosos do cinema, em uma sequência muito aguardada pelos fãs e mais do que obvia devido ao sucesso estrondoso do primeiro filme. Nas bilheterias arrecadou bem menos que o original, mas ainda assim, fechou com números bem respeitáveis para a época.
Mantém os efeitos visuais excelentes para a época, com o CGI dos dinossauros novamente impecáveis, nos impressionando ainda mais com detalhes técnicos, em um trabalho artístico incrível e de altíssimo nível profissional. A essência dos dinossauros em atacar por instinto continua nessa sequência, um dos pontos mais importantes e de grande acerto do filme.
Possui às mesmas características do original, só que esse é mais movimentado, dinâmico, frenético e com cenas mais mirabolantes. Assim como no primeiro filme, a fotografia escura realça a sensação de perigo e clima assustador, com cenas predominantemente noturnas e clima chuvoso na maior parte do tempo.
Ponto negativo do filme foi a ausência do elenco original, apesar da presença das crianças do filme antecessor, foram mal aproveitadas fazendo apenas uma figuração. O excesso de figurantes também só serviram de presas fáceis para os dinossauros, além da troca de protagonista que não caiu bem na história. Por esse motivo acho este filme levemente inferior ao primeiro.
Spielberg fez um bom trabalho na direção, pois teve que se virar com um roteiro não muito inspirado, diferente do que aconteceu no filme original. Aqui ele focou mais na diversão e entretenimento do que em algo mais profundo, e realmente o filme cumpre o seu papel como um bom filme pipoca. Por isso muitos o consideram como seu trabalho mais fraco na carreira, algo que discordo totalmente.
O filme se destaca com muitos momentos empolgantes, às melhores sequências no meu gosto pessoal foram o ataque ao trailer, e na parte final quando o Tiranossauro invade a cidade de San Diego.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto em 28 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista Agora"O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final" possui na minha opinião os melhores efeitos visuais do século XX, em um CGI revolucionário para sua época. Dito isso, "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" aparece logo atrás e não fica tão longe assim, fazendo uma boa disputa e sendo o principal oponente do filme citado acima. Os detalhes técnicos, traços, captação de movimentos e CGI dos dinossauros impressionam até hoje, tudo muito surpreendente e de altíssimo nível para época.
Principal sucesso comercial de bilheteria da extensa carreira cinematográfica de Steven Spielberg, alcançando números bem expressivos, que foram mais que suficientes para garantir uma sequência. Foi um dos seletos filmes a passar de 1 bilhão em arrecadação nos anos 90, feito conseguido somente por "Titanic (1997)" e "Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (1999)". No Brasil não foi diferente, ficou por muitos anos como um dos principais filmes mais procurados nas locadoras de sua década.
Spielberg criou um mundo fantástico! Conseguindo se superar em um filme que exigiu muito de equipamentos de alta tecnologia, onde não existia a facilidade dos avanços tecnológicos de hoje. É aí que entra a criatividade no processo de desenvolvimento de uma obra, algo que está muito em falta nos filmes atuais, principalmente nos lançados diretamente para streaming. "Jurassic Park" é o pioneiro dos filmes quando se trata de magia no cinema.
Gostei do elenco de bons nomes, com todos interpretando personagens carismáticos e em sintonia. Spielberg é o melhor diretor quando se trata de trabalhar com crianças, aqui mais uma vez, ele escolheu atores mirins que desempenham papéis importantes na trama, onde ambos são simpáticos e divertidos. Somente agora que reparei nessa revisita, que o grande Samuel L. Jackson faz parte do elenco do filme.
O filme tem um grande mérito de mesclar uma boa ficção científica em uma aventura fascinante, hipnotizante e que acaba misturando também um pouco de suspense, um pouco de humor, e até mesmo um terror leve. Além de sermos agraciados com cenas grandiosas e espetaculares em um mesmo contexto.
"Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" marcou sem sombra de dúvidas toda uma geração e é referência até hoje. Quase não dá para acreditar que o filme já vai completar 30 anos de seu lançamento oficial e, ao mesmo tempo, a obra continua contemporânea, não apenas pela história, mas também em relação aos seus efeitos visuais inovadores, que não envelhecem nunca!
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto em 26 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 8,0/10
Tempo de Matar
4.1 568 Assista AgoraSE VOCÊ FOR UM CIDADÃO QUE DEFENDE ASSASSINOS/ESTUPRADORES, TÊM PENA DE CRIMINOSOS, E ACHA QUE BANDIDO É "VÍTIMA DA SOCIEDADE". PEÇO POR FAVOR PARA NÃO LER ESSE TEXTO.
Já quero deixar bem claro aqui que simpatizei e torci muito do primeiro ao último minuto pelo protagonista. Não sou pai, tampouco não sei como é a sensação de ser um, mas se a situação do protagonista fosse comigo e tivesse a oportunidade; teria a mesma reação, e se possível faria pior… É inaceitável e imperdoável o que os lixos humanos fizeram com a garotinha de apenas dez anos, por tanto, tiveram o que mereceram. A coragem, ousadia e determinação de Carl Lee Hailey (Samuel L. Jackson), deve ser reconhecida como um ato heroico! Um verdadeiro paizão que honra e defende a família com unhas e dentes!
Joel Schumacher reúne um super elenco de peso! Kevin Spacey, Matthew McConaughey, a lindíssima e no auge da beleza Sandra Bullock, e claro o Samuel fucking Jackson. Com todos sendo bem aproveitados, e tendo participações nos pontos cruciais da narrativa. Samuel L. Jackson interpreta aquele clássico personagem durão, destemido e que não têm medo da lei. Kevin Spacey é o promotor de acusação, frio, calculista e que não mede esforços para vencer o caso (existem muitos Rufus Buckleys no Brasil, infelizmente). Matthew McConaughey é o advogado de defesa que tenta vencer um caso praticamente impossível.
Não sou muito fã de filmes sobre tribunais e qualquer outro que envolva política, geralmente os temas retratados são desinteressantes, e em alguns casos até insuportáveis. Mas felizmente não é o caso de "Tempo de Matar", pois aparentemente, achei que o filme fosse perder ritmo logo após vinte minutos de sua projeção, e ainda bem que eu estava enganado. Graças a um roteiro ágil, sagaz e inteligente; temos um filme excelentemente bem desenvolvido, recheado de camadas, profundidade e diálogos sensacionais!
Para não ficar preso somente com assunto de tribunal, o diretor sabedoramente coloca subtramas para deixar sua obra com mais conteúdo, mais tensa, mais robusta e trazendo a tona parte da história e podridão do país mais racista de toda a humanidade. É um filme que subverte o que é certo e errado, coloca em xeque a credibilidade da justiça e mostra sem pudor os passos para um processo de julgamento parcial.
Vibrei e comemorei muito com o Carl Hailey sendo declarado inocente, embora sabemos que isso jamais aconteceria na realidade. O jogo psicológico do advogado de defesa para convencer jurados brancos foi genial! Os sensibilizando que a brutalidade que a filha do Carl Hailey passou, poderia ter acontecido com uma menina branca também! Um filme para lavar a alma de todos os justiceiros cansados da impunidade e leis patéticas que protegem bandidos!
Enfim, "Tempo de Matar" é um filme que aborda o preconceito racial de uma forma bem indigesta para o sistema (não é à toa que não teve chances no Oscar). Uma obra importante por se tratar de um tema bem atual, ainda mais hoje, onde vivemos numa crise social, com a inversão de valores tomando conta do Brasil.
Assistido no Prime Video em 24 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 9,0/10
Um Dia de Fúria
3.9 894 Assista AgoraHouve uma época em que eu estava trabalhando e estudando simultaneamente, e sem dúvida alguma, a pior parte do dia era enfrentar o trânsito caótico e lento (principalmente no verão). Particularmente acho mais estressante que a maioria das profissões, além de aumentar os níveis de ansiedade. É horrível! Sem falar que no Brasil, fizeram a cagada de fazerem faixas de pistas somente para ônibus, além de piorar ainda mais o trânsito, só serviu para alimentar a indústria das multas. Dito isso, não têm como não sentir empatia pelo protagonista em "Um Dia de Fúria".
Com uma narrativa simples e linear, sem nenhum recurso mirabolante para atrair a atenção do público. O filme investe numa análise social pesada sobre o ser humano contemporâneo, um animal preso entre os instintos simiescos e o microchip de computador. Metade bicho, metade máquina, completamente vazio. A rotina das grandes metrópoles cansa, suga sua energia, e na pior das hipóteses, faz você perder a paciência.
O personagem de Michael Douglas, muito mais que um homem que enlouquece, representa qualquer pessoa que chegou ao seu limite, se enfurecendo com todos os tipos de violência e abusos sofridos nas grandes cidades. Somos roubados de diversas formas; além dos assaltos convencionais, violência oficial, etc. Somos lesados por empresas e comerciantes que fazem propagandas enganosas, superfaturam seus produtos e deixam na boca do cliente/cidadão um gosto de derrota.
Os dois personagens principais são, no final das contas, antíteses por fora, mas idênticos por dentro, onde ambos estão no limite da razão. Um se apoia no seu instinto primitivo para fazer justiça, outro em uma lógica despersonalizada de "dever a ser cumprido". No entanto, ambos só estão tentando organizar uma situação caótica e insuportável para escapar da loucura.
O filme é uma pungente crítica sobre a sociedade de consumo e o escárnio com que somos tratados diariamente, nas mais variadas situações. Com uma grande interpretação de Michael Douglas, entregando aqui uma das melhores de sua carreira, e coadjuvado muito bem por Robert Duvall. A obra é recheada de frases memoráveis, sarcasmo afiado e cenas impagáveis! Minha favorita é a cena em que o protagonista desconta sua raiva no pobre telefone público 😂🤣.
Peca por não ser tão visceral e violento como se vende, afinal...
O protagonista matou apenas uma pessoa, um homem nazista.
Gostei do filme, mas não foi uma grande experiência como esperava. Já que assisti a filmes de temáticas parecidas que são bem melhores; com mais extremismo, mais demência, mais corajoso, mais certeiro, etc.
Assistido em 22 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraUma das sequências de filmes mais esperadas do século XXI finalmente chegou entre nós. "Avatar: O Caminho da Água" foi adiado inúmeras vezes, aumentando a ansiedade dos fãs, e a expectativa pelas novidades que o filme iria mostrar para o público. O filme levou muito tempo para ficar pronto, devido à tecnologia atual não ser o suficiente para às demandas da obra (mesma situação que ocorreu com o primeiro Avatar). James Cameron e sua equipe tiveram que se reinventar, e novamente criaram outras ferramentas adequadas às necessidades de "Avatar 2".
A grande questão entre os fãs e público casual de "Avatar", era se a sequência iria superar o primeiro, já que muitos consideram o filme original como uma das melhores obras do século XXI. Me parece que às preferências estão bem divididas, uns acham o filme original melhor, já outros gostaram mais da sequência. Já eu, faço parte do time que curtiu muito mais "Avatar 2", e Cameron é o grande responsável por isso, aqui ele potencializa e eleva a outro patamar às principais virtudes do primeiro filme.
O filme expande o universo de Pandora, onde conhecemos um novo local lindíssimo e uma nova raça de Na'vis. Agora a situação é mais delicada, onde o inimigo nivelou o jogo, e com os próprios recursos de Pandora, estão mais poderosos do que no primeiro conflito retratado no filme original. Com novos personagens, novos conflitos internos dos protagonistas, novidades, etc. Cameron fez de seu épico de aventura e ficção científica, um filme grandioso em conteúdo, mais do que o suficiente para entreter o telespectador durante suas três horas de duração. Aliais, 3h que passam num piscar de olhos, você não sente o tempo do filme, tamanha a imersão que ele lhe proporciona.
Como era o esperado, a produção do filme é seu principal ponto forte. A beleza dos cenários paradisíacos servem como um eficiente colírio para os olhos, um espetáculo visual fabuloso! Onde celebramos a grandiosidade de um verdadeiro blockbuster de respeito! Com a natureza dos oceanos fictícios de Pandora servindo de pano de fundo e dando vida ao filme!
O filme é de uma qualidade técnica perfeita e surreal! Novamente Cameron consegue inovar nos efeitos visuais, e mais uma vez, irá deixar seu legado para os próximos filmes de características semelhantes a "Avatar". O trabalho de captura e movimento chama a atenção, impressionando pelo realismo das cenas de expressões faciais e corporais dos personagens. A obra provavelmente irá abocanhar quase todos os prêmios das categorias técnicas do Oscar, com o filme "Top Gun: Maverick" correndo por fora.
Um ponto interessante a se destacar no filme (até mesmo acima de seu visual), foi a representatividade da família tradicional, que Cameron fez questão de valorizar durante todo o filme! A família tradicional sempre será o pilar da sociedade, e não há nenhuma chance de ideologias e militâncias malignas mudarem isso. Foi muito bacana e satisfatório ver que o diretor deu ênfase a algo tão negligenciado, atualmente, pelos liberais.
Cameron é o único cineasta que realmente sabe trabalhar e extrair o máximo da tecnologia 3D, onde nenhum outro filme conseguiu oferecer o mesmo nível de experiência. O 3D de "Avatar: O Caminho da Água" te coloca em estado de êxtase e deixa qualquer um de queixo caído! É um dos principais trunfos desse novo "Avatar", apesar de a tecnologia já não ser tão badalada quanto no filme antecessor. Na minha opinião e na de muitos... é o melhor 3D da história do cinema moderno.
James Cameron entra para a história do cinema, se tornando o paizão do cinema moderno. Todos os seus filmes de ficção científica são muito acima da média para os padrões de sua época, principalmente "Terminator 2", que considero não somente como um dos melhores de ficção científica, como sem exageros, um dos melhores de toda a história cinematográfica.
Enfim, "Avatar: O Caminho da Água" é uma obra divertidíssima e emocionante em várias ocasiões. Entregando tudo aquilo que foi prometido e o que se esperava de um verdadeiro filme merecedor de ser visto no cinema. Valeu muito cada centavo gasto!
Assistido no cinema em 20 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 9,0/10
Avatar
3.6 4,5K Assista Agora"Avatar" deve ser o primeiro nome que vêm à cabeça de muitos quando se fala de um grandiosíssimo blockbuster, ou de um belíssimo filme de ficção científica. Não é para menos, pois, esta obra do James Cameron revolucionou o cinema, a maneira de se fazer filmes modernos e sendo o responsável pela grande febre da tecnologia 3D, no início da década de 2010. Fez um sucesso estrondoso impressionante de bilheteria doméstica e internacional, se tornando a maior bilheteria da história do cinema, feito que dura até hoje…
James Cameron é um diretor muito cauteloso, não é afobado e sempre leva o tempo necessário nos projetos de seus trabalhos, tanto é que o intervalo de tempo entre seus três últimos filmes: "Titanic (1997)", "Avatar (2009)" e "Avatar: O Caminho da Água (2022)", são de mais de dez anos! Com certeza o cineasta exige muito de si, não permitindo que possíveis erros graves comprometam o sucesso de seus filmes. E de fato, seus filmes são muito bem dirigidos e de quesitos técnicos sublimes.
Cameron com muita imaginação criativa, criou um fantástico mundo de fantasia exuberante em natureza, animais, cores vibrantes e recursos naturais. Pandora é um planeta grandioso e esplêndido em terras, águas, montanhas, árvores, etc. Um local que até então… é pouco conhecido e muito pouco explorado, não é à toa que Cameron tem planos para mais quatro sequências de "Avatar" (contando com a já lançada "Avatar: O Caminho da Água").
Pioneiro dos filmes modernos na década de 2010 para frente… "Avatar" teve um papel importantíssimo na indústria cinematográfica, pois, muitos outros diretores e produtores se aproveitaram da tecnologia usada em "Avatar", e as implementaram em seus filmes, principalmente no uso do 3D. Por tanto, Cameron ajudou o cinema a ter novas ferramentas na produção de grandes blockbusters que vieram após "Avatar", uma contribuição muito importante para o show do entretenimento cinematográfico.
O filme traz uma reflexão sobre a ganância do ser humano em explorar lugares com recursos abundantes a qualquer custo, nem que para isso seja necessário o uso da força bruta, violência e destruição do meio-ambiente. Ou seja, sem paciência e capacidade de dialogar e de negociar com os nativos do local, tampouco sem consciência dos impactos ambientais de suas ações destrutivas. Por tanto, a mensagem do filme é bem clara, mostrando a intolerância humana com pessoas de outras culturas e indiferença com às consequências de seus atos.
Enfim, "Avatar" é um filme de ambientação impecável, efeitos visuais inovadores de cair o queixo e de peso emocional da história bem desenvolvido. Um primor cinematográfico em todos os aspectos técnicos, mas sem deixar a narrativa em segundo plano. James Cameron como sempre, dando o máximo de si.
Versão estendida revista em 18 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
As Linhas Tortas de Deus
3.5 237 Assista Agora"As Linhas Tortas de Deus" é apenas o 4º filme do ótimo diretor e roteirista Oriol Paulo, particularmente já creio que escreveu o seu nome na história do cinema, mesmo com poucos trabalhos até aqui… Oriol é um cineasta com início de carreira fenomenal, quebrando barreiras ao já se lançar no mundo cinematográfico em seu ápice, além de ser provavelmente o principal responsável a colocar o cinema europeu e de seu país, em um patamar acima dos demais.
Considero este filme uma obra menor da filmografia do Oriol Paulo, achei apenas bom, que corresponde às expectativas dos telespectadores e admiradores do cineasta, e dentro das características do diretor. Dessa vez, não achei o Oriol afiado e inspirado como em seus dois primeiros trabalhos ("O Corpo" e "Um Contratempo"). Nestes filmes ele conseguiu causar mais e surpreender mais, com um nível de genialidade raramente visto antes, e também melhor executado com mais agilidade e objetividade. Aqui o filme é um pouco mais burocrático, creio que 2h30min poderiam ter sido mais enxutos.
O filme aborda o poder de persuasão e manipulação humana, com uma boa personagem central e atriz que deu conta do protagonismo. É interessante vermos e conhecermos muitas das situações da loucura, demência e delírios da mente humana, tudo isso aliado a uma edição e montagem inteligente, complexa e desafiadora para os telespectadores. Oriol Paulo mantêm sua essência, entregando um filme recheado de reviravoltas, narrativa não-linear e idas e vindas com diversos socos na mente do telespectador.
Ambientação e cenários dos anos 70 do sanatório são perfeitos! Ajudam a construir um clímax envolvente e condizente com os desdobramentos e surpresas do filme. A chuva constante em partes da trama numa região montanhosa e arborizada, realçam o desenvolvimento de um bom suspense/mistério clássico.
O longa peca um pouco nos exageros de plot twists, sendo que muitos não têm o mesmo impacto dos trabalhos antecessores do Oriol Paulo. Particularmente não digeri bem o plot twist final, nada contra a desfechos 100% interpretativos, mas sempre acharei melhor finais com desfechos conclusivos e certeiros.
Assistido em 13 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraPrimeiro filme assumidamente ficção científica do diretor e roteirista Jordan Peele, um dos nomes mais promissores do cinema moderno e de seu futuro. O cineasta parece que veio para ficar, em pouco tempo conquistou fãs e respeito pelos críticos, graças aos seus trabalhos autorais nada convencionais e com um certo grau de ineditismo. Peele prioriza trazer os problemas mais comuns do mundo, especialmente os sociais, e transformá-los em histórias com o intuito de reflexão e chamar a atenção da sociedade.
Dessa vez acho que o Peele exagerou nas críticas sociais, basicamente o filme é só isso… Um bom filme não se sustenta somente com um segmento, e por esse motivo acredito que faltou equilíbrio em "Não! Não Olhe!". Um bom exemplo disso é a subtrama do chimpanzé, que ficou só na crítica social, pois, aparentemente não têm conexões com a trama principal. Particularmente achei o filme sem propósito e fraco no quesito entretenimento.
O filme até se inicia promissor, com a boa direção do Peele que estamos acostumados, introduzindo o suspense, mistério, medo, tensão e terror a sua maneira, numa construção minuciosa de clímax sombrio apavorante. No entanto, o filme foi perdendo ritmo e consequentemente meu interesse em finalizá-lo, pois, o terceiro ato descamba para algo inacreditável, que me desagradou muito e tornou a obra extremamente decepcionante para mim.
O OVNI revela sua verdadeira característica, se transformando em uma espécie de lençol gigante, variando em diversas formas diferentes. Depois é derrotado por um boneco inflável gigante, aí fico com cara de idiota tipo WTF?!… Tudo bem que "inovar" é sempre bom, mas não dessa maneira besta e intragável.
Peele não abandona seus moldes de se fazer cinema, às críticas sociais estão mais presentes do que nunca, às metáforas e simbolismos também! Entretanto, exagera em seu vício cinematográfico e esquece de entregar algo minimamente satisfatório e envolvente por completo. Somente o tempo irá dizer se o Jordan Peele irá se tornar um novo M. Night Shyamalan no futuro, mas aqui digo que ele já deu o primeiro passo, pois, "Não! Não Olhe!" é de muito longe seu pior filme até agora…
Maratona Jordan Peele
Assistido em 11 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 4,0/10
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraJordan Peele é um dos poucos cineastas com trabalhos iniciais a já ter um grande prestígio em prêmios e popularidade, alcançando o estrelato hollywoodiano com rapidez. Seu sucesso é graças a filmes com críticas sociais sobre intolerância racial, sobre a maldade mascarada do ser humano, etc. Tudo isso aliado ao terror psicológico de boa qualidade, sem os moldes tradicionais do gênero, sem ideias batidas, sem mesmice, sem clichês e de bônus reviravoltas surpreendentes.
O filme têm alguns problemas de concordância narrativa, porém, todo diálogo tem uma importância na história, sua precisão é incrível e suas ramificações que dão volta no mesmo lugar são gostosas de assistir, pois, essas voltas tem curvas que fogem do comum. Peele te leva a um caminho e te tira logo depois, e isso ele faz diversas vezes ao decorrer do longa, com um roteiro ácido e bem trabalhado, que te leva a um desfecho singular.
Jordan Peele sabe exatamente como se dirige um filme de suspense/mistério/terror, a mescla da expectativa junto da trilha sonora e da câmera que vira sempre contra o olhar do personagem em tela. São conceitos de como criar um suspense que a maioria dos diretores esquece, mas Peele não, ele faz o dever de casa e faz muito Bem! Além da fotografia que mescla o claro ao escuro, juntamente a mixagem de som resultantes em um trabalho técnico ótimo!
O diretor é muito perspicaz, pois, ao nível de comparação com sua primeira obra "Corra!", com "Nós", acredito que ambos os filmes se complementam com suas diferenças, o que falta em um tem no outro e vice-versa. "Corra!" é um filme mais coeso, redondinho e dinâmico. Já "Nós", é uma obra mais complexa, mirabolante e com uma trama mais fora da caixinha, além do plot twist aos quarenta e cinco do segundo tempo! Seguindo semelhantemente os primeiros passos do cineasta M. Night Shyamalan.
Lupita Nyong'o está espetacular em seu papel, dando um show de atuação com gosto de seus personagens dúbios e conflituosos, sentimos sua raiva, angústia e violência. Me surpreendeu demais! Sendo muito exigida e arrisco a dizer que coloca muita atriz de mais experiência e bagagem no bolso.
Enfim, "Nós" é um divisor de águas, obviamente não irá agradar a todos pelos rumos que a história tomou, pois, a narrativa é bem fictícia e pode soar extremamente forçada por uma parte dos telespectadores. É mais uma obra interessante de Peele, que novamente veio recheada de detalhes, simbolismos e metáforas, além de ser reflexivo sobre nossa parte "sombria". A frase "Nós mesmos somos nossos maiores inimigos", nunca fez tanto sentido com este filme.
Maratona Jordan Peele
Assistido em 6 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 8,5/10
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraJordan Peele faz parte dos seletos diretores a terem uma estreia muito acima da média, conquistando elogios tanto de público quanto de crítica, graças a uma obra ousada, diferente e que quebra praticamente todos os clichês de seu gênero. Em meio a trocentos filmes sobre bonequinhas e fantasminhas que nem assustam mais como antigamente, surge mais um terror psicológico dos bons, em um subgênero que vêm se destacando no século XXI e salvando o terror de ser mais do mesmo.
O roteiro é muito bom mesmo! Bem criativo, original, único, intrigante, tenso, chocante, surpreendente e recheado de detalhes que fazem a diferença. Creio que mereça a fama que têm, apesar de ser exagerada ao meu ponto de vista (não concordo de ter sido eleito o melhor roteiro do século, existem muitos filmes bem melhores neste quesito). A boa sacada do roteiro de Peele é a inserção de diálogos nos momentos adequados, com a utilização de simbolismos de forma simples e direta. O diretor é hábil em não fazer do tema um mero palanque para discursos de moral.
Com um baixo orçamento e nenhum grande nome do convencional de Hollywood, o grande valor desse filme também está na sua trama e narrativa coerente e cativante, além da crítica social pertinente, potente e corajosa. O preconceito racial é uma realidade tanto nos EUA quanto em qualquer parte do mundo, sendo natural que existam tantos filmes sobre o tema, mas "Corra!" vai mais além e de uma forma muito inesperada.
Acredito que o segredo do sucesso de "Corra!" está em sua edição, muito bem-feita, planejada e inteligente. Jordan Peele teve sensatez e fez seu filme bem enxuto como deveria ser, sem embromações, com muita objetividade e foco no que realmente importa para o telespectador. Ou seja, conseguiu unir tema racial/social de importância e relevância para às pessoas, aliado a entretenimento de bom gosto!
Peele aproveita-se de um desenho de produção bem simples e naturais, usando angulações precisas, dando dimensões perfeitas de onde os atores estão. Aliás, o cineasta sabe usar os recursos comuns do gênero a seu favor, como, por exemplo: os empregados negros que parecem estar se comportando feito zumbis.
Minha única ressalva vai para os momentos finais do filme, onde a ação dá às caras, porém, essa parte ficou com cenas bem gourmetizadas para atender às exigências frescas da classificação indicativa e vender mais. Embora o final seja bem ágil, sagaz e satisfatório.
Maratona Jordan Peele
Assistido no Prime Video em 3 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 8,5/10
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraATENÇÃO!
COMENTÁRIO ABAIXO CONTÉM SPOILERS!
Certamente uma das maiores surpresas de toda a história da Marvel. O filme é uma grande carta de amor a todos os fãs de quadrinhos, do Homem-Aranha e das obras da Marvel, em geral. Com certeza é o melhor filme da trilogia com o Tom Holland, e vou além... o considero o melhor filme entre todos já lançados sobre o aracnídeo. A Marvel entregou aqui o melhor fan service da história do cinema, entregando nostalgia pura e choque de gerações que admiram filmes baseados em quadrinhos.
Acredito que aqueles que não gostaram do filme reclamam muito do roteiro, que realmente não é nada estupendo em termos de análises críticas, mas considerando os padrões da Marvel, até que não é de todo ruim. Creio também que o filme sofra muito preconceito devido ao diretor não ser famoso, mas penso que o Jon Watts se esforçou ao máximo, evoluiu com os erros e entregou uma direção mil vezes melhor que "De Volta ao Lar" e "Longe de Casa".
Na minha opinião cinema é entretenimento, neste quesito o filme é nota dez! A obra vem com muita ação eletrizante, envolvente e dinâmica, além da comédia galhofa ser mais contida e equilibrada em relação às obras mais recentes da Marvel. Filmes excelentes são aqueles que passam num piscar de olhos, pois, "Sem Volta para Casa" é assim graças ao seu ritmo bem fluído do início ao fim.
A Marvel e a Sony deixaram às diferenças de lado, e juntas fizeram algo inimaginável, com isso, quem ganha são os telespectadores. Que puderam apreciar a volta de todos os vilões dos filmes do Homem-Aranha fora do MCU, o melhor disso, com os atores originais das obras. Além de sermos agraciados com uma das maiores surpresas da história do cinema, a união dos três Homens-Aranhas em um único filme! Tudo isso muito bem-planejado para que não houvesse spoilers antes do lançamento do filme.
A morte da tia May trouxe um arco dramático ótimo para o Peter Parker do Tom Holland, assim o filme ganha em dramaticidade e emoção, dando ares mais maduros e adultos a uma história voltada para o público jovem. Com isso, o moleque adolescente de antes não existe mais. O filme é maravilhoso e incrível por isso, equilibra muito bem os momentos de diversão, tensão e emoção, além de dar espaços para todos os personagens se destacarem.
Meus destaques individuais vão para o Andrew Garfield, que entre os três Homens-Aranhas, foi o que entregou a melhor atuação. E também claro Willem Dafoe, o melhor vilão desse filme, sua risadinha diabólica é top demais. Onde não seria nenhum absurdo se ele tivesse sido indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante.
Enfim, "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" é disparado o melhor filme da fase 4 da Marvel, carregando facilmente essa fase nas costas, pois, suas outras obras são muito aquém do que os estúdios Marvel costumam entregar.
Assistido no cinema em 21 de dezembro de 2021
Versão estendida assistida em 16 de novembro de 2022
Minha avaliação: 10/10
Thor: Amor e Trovão
2.9 973 Assista AgoraPode parecer muito contraditório, mas adorei "Thor: Ragnarok" e afirmo sem nenhuma vergonha que é um dos melhores filmes do MCU. Com isso, fui super a favor da volta do Taika Waititi no comando de mais um filme do Thor, porém, dessa vez, o cineasta exagerou na parte do humor cafona e galhofa, transformando o Thor em um verdadeiro mongoloide e paspalhão. No caso aqui, a liberdade criativa dada ao diretor não deu certo, pois, o filme ficou muito descerebrado para meu gosto. "Ragnarok" apesar de ter às mesmas características de "Amor e Trovão", ao menos foi muito mais dosado, sensato, e equilibrado em termos de narrativa.
A primeira parte do filme é extremamente chata, sem sal, sem desenvolvimento, com uma penca de piadinhas toscas e cenas cômicas bizarras que causam vergonha alheia.
* Thor conversando com o Mjolnir e Rompe-Tormentas foram uma das coisas mais patéticas que já vi na vida, além de dar cerveja para o Rompe-Tormentas beber?! 😂🤣 WTF!
* Zeus bailarina (Russell Crowe pagando o maior mico de sua carreira). TNC!
* Na batalha final, Thor passa poderes temporários de Zeus para às crianças lutarem também, coisa ridícula! VSF!
* E ainda tem aquelas porras de bodes berrando a todo instante, coisa insuportável! PQP!
O filme só melhora um pouco quando os protagonistas chegam ao Reino das Sombras, onde levemente a obra ganha um tom mais sombrio, com bons momentos de ação e lutas. Entretanto, infelizmente a melhor parte do filme dura muito pouco. Christian Bale entrega um bom trabalho dadas às possibilidades, mesmo aparecendo pouco e sendo subaproveitado, foi o principal responsável do filme em não ser um completo desastre!
Além de fazerem piadas fora de contexto com coisas sérias. O plot twist da personagem Jane Foster não tem profundidade alguma, muito raso e sem emoção e impacto, nem mesmo consegue surpreender. A sua volta foi uma boa ideia para agregar a trama, porém, às explicações de como ela se tornou a Poderosa Thor, ao menos para mim, não colou.
Enfim, "Thor: Amor e Trovão" é disparado o pior filme solo do personagem e consequentemente um dos piores filmes do MCU. Onde pouquíssimas coisas da obra tem relevância para a continuação do universo estendido, pois, abusa da quebra de momentos dramáticos com piadas insuportáveis! Filme pouco memorável, sem brilho, sem criatividade e muito pobre em sua condução de história. Taika Waititi responsável pelo melhor e pior filme do Thor.
Assistido em 15 de novembro de 2022
Minha avaliação: 5,5/10
Trem-Bala
3.6 585 Assista AgoraDavid Leitch vêm se destacando na indústria do cinema com filmes de ação de qualidade, sendo uma das suas virtudes o uso de violência estilizada e comédia aliada a cenas de ação bem filmadas, com ótimas coreografias de lutas. Seus filmes ganharam grande reconhecimento pelos fãs de ação por não seguir um padrão convencional, sempre buscando se reinventar com suas obras.
Sempre fui contra o humor pastelão exagerado que tomou conta dos filmes voltados ao entretenimento, mas neste caso, "Trem-Bala" tem um humor diferenciado e inteligente, funcionando em boa parte da trama. Apesar da eficiência, preferiria que o filme tivesse um equilíbrio maior entre ação e momentos cômicos, sendo um pouco mais voltado para situações sérias também.
Brad Pitt é um dos atores mais bem conceituados da história do cinema, sempre escolhendo seus projetos com sabedoria, praticamente todos os seus filmes são no mínimo assistíveis. Assim como aconteceu em "Guerra Mundial Z", ele volta a atuar em um filme fora do seu habitual. Já Joey King interpreta sua personagem mais relevante da sua carreira, diferente das adolescentes ingênuas de seus trabalhos anteriores (isso sim que é empoderamento feminino de verdade).
Gostei dos demais personagens excêntricos, só creio que faltou um desenvolvimento melhor de alguns, a edição corrida demais não permitiu o telespectador conhecê-los melhor. O roteiro chama bastante a atenção, com a história desenrolando-se em muitas reviravoltas, com isso, a narrativa acabou ficando um pouco bagunçada e perdida em seus desdobramentos.
Peca por umas cenas bem cascateiras em seus instantes finais, mas cumpre com seu propósito de um bom filme divertido, que difere dos moldes atuais que a Marvel e Netflix vêm seguindo. Além do roteiro arrojado e incomum para seu gênero, que de certa forma surpreende pela tentativa de inovação.
9 de novembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
Apocalypse Now Redux
4.4 20Esta preciosidade ainda está disponível no Memória da TV.
Em 1080p e 720p, com três dublagens em português e uma em inglês.
Os links que ainda funcionam são do servidor "Uloz.to".
7 de novembro de 2022
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista AgoraFrancis Ford Coppola é considerado pela grande maioria o melhor e maior diretor da história do cinema da década de 70, onde dirigiu três grandiosas obras da sétima arte: "O Poderoso Chefão: Partes I e II", e esse magnífico drama psicológico de guerra "Apocalypse Now". Na minha visão cinéfila, o cinema de verdade começou a partir da década de 70, onde os aperfeiçoamentos e evoluções nos quesitos cinematográficos mudaram a forma de se fazer filmes. Coppola é um dos principais nomes que deram início a essa mudança positiva na sétima arte.
Produção, cenários, clímax, figurinos, efeitos sonoros, e principalmente fotografia. Tudo de sua época beirando a perfeição. Sendo um dos principais pioneiros desses novos moldes que levaram o cinema a outro patamar.
Início do filme começa bem simples e fácil de se entender, mas quando chega na sua metade, ou seja, nas selvas do Camboja, é que a sua dialética e trama ficam mais densas, complexas e poéticas. Um filme de guerra totalmente diferente do que somos acostumados a ver. Coppola mostrou que cinema é muito mais que entretenimento, é aprendizado. Uma incrível história, uma lição de vida.
Na guerra somos acostumados a ver os bons e os maus, mocinhos e vilões, os certos e os errados. Mas a guerra é muito mais que isso, são milhares de vidas que estão ali num jogo de vida ou morte. Eles veem tudo de perto, convivem com isso. Alguns piram, outros aprendem a viver com isso a tal ponto que isso se torna comum, se sentem necessitados e amam o que estão fazendo, não querem mais mudar e isso torna-se loucura também.
Estranhei muito a pouca aparição do personagem Marlon Brando, já que toda a história gira em torno do seu personagem, por tanto, ele ser praticamente um coadjuvante de sua própria história não me desceu bem. Por outro lado, Martin Sheen surpreende entregando uma atuação convincente, digna de protagonismo de respeito. Por esse motivo específico, não é merecedor de nota máxima, mas ainda assim, é um filme grandioso em todos os sentidos!
A verdade da guerra foi mostrada neste filme, mais do que em qualquer outro. Coppola não queria nos ver felizes com o final, e o capitão Willard nada mais é do que a nossa reação em meio a tudo o que vimos. Vemos toda a sanidade humana ir pro espaço e o que temos que fazer nada mais é que o nosso trabalho. A conclusão é que a guerra nada mais é que... Horror... Horror!
Assistido em 3 de novembro de 2022
Minha avaliação: 8,0/10
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraFilme no mínimo polêmico! Onde novamente Oliver Stone atinge a ferida das grandes corporações, dessa vez fazendo críticas pesadas a mídia sensacionalista, capaz de tudo pela audiência e também das pessoas fanáticas que idolatram criminosos famosos. Isso explica muito a aprovação do filme no Rotten Tomatoes de apenas 48% por parte da crítica, reforçando ainda mais como há muita hipocrisia nos meios de comunicações globais.
"Assassinos por Natureza" é como se fosse uma montanha-russa recheada de momentos bons e ruins, sempre intercalando entre subida e descida, com muitos pontos altos e baixos. O filme se divide em duas partes: a primeira hora (ruim), que se sustenta em cenas enfadonhas, irritantes e diálogos sem propósito. E a segunda hora (ótima), onde o filme muda de ritmo e mostra um completo caos com o início da rebelião, onde presenciamos insanidade e demência extrema, comandada pela dupla de protagonistas infernais!
Com um roteiro de Quentin Tarantino, fiquei surpreso com a boa parte da violência do filme ser bem moderada, obviamente algo que não me agradou. Outra coisa que me incomodou foram às transições de cenas, variando entre colorido e preto e branco, além das cenas em forma de animação completamente desnecessárias. A primeira hora do filme me decepcionou, pois, apesar do roteiro audacioso, não me impressionou em praticamente nada, muito devido a excessos de embromações na narrativa.
Uma obra interessante, do ponto de vista de um casal de assassinos sobre a sociedade e o mundo que os rodeia, onde ambos têm um passado repleto de sofrimentos e traumas. Sobre isso, não foi bem desenvolvido no filme, por isso, fica a impressão de que às mortas foram todas gratuitas.
Gostei da escolha afinadíssima do elenco, só nomes conhecidos: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr. e Tommy Lee Jones. Todos mandando muito bem nas atuações, mas quem rouba a cena é o personagem do Robert, na pressão da confusão e caos, se transforma em uma pessoa que ele jamais imaginou.
Enfim, um filme que poderia ser perfeito, pois, pecou muito na parte da censura da violência, ainda mais num filme com classificação indicativa de 18 anos. No entanto, às conversas dos personagens Mickey Knox e Wayne Gate são sensacionais, aonde nessa parte do roteiro, Tarantino mandou muito bem! Os trinta minutos finais são delirantes, sagaz e de uma bagunça e loucura generalizada.
Maratona Oliver Stone
Assistido em 29 de outubro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Nascido em 4 de Julho
3.7 242 Assista AgoraOliver Stone me surpreendeu com seu roteiro e direção no excelente filmaço "Platoon", por isso decidi iniciar uma pequena maratona dos seus filmes que eu os considero principais. Esse "Nascido em 4 de Julho" me chamou a atenção por se tratar da mesma temática da sua maior obra-prima, outro atrativo é ter sido protagonizado pelo Tom Cruise, (ator que sou grande fã de seus trabalhos). Além da volta dos atores Willem Dafoe e Tom Berenger, que anteriormente trabalharam em "Platoon".
Este filme tinha todos os ingredientes para repetir os feitos de "Platoon", sendo que começou muito bem! Com às primeiras cenas lembrando o ótimo e primeiro ato do também filme de guerra do Vietnã "Nascido para Matar". Com isso, a obra tem uma primeira hora bem movimentada, bem dirigida e roteirizada, com jogo de câmeras interessante e que prendia a atenção do telespectador a cada cena empolgante. Ou seja, a guerra sendo retratada da melhor forma possível, por quem realmente já vivenciou e teve experiências com os horrores da guerra.
Meu problema está na segunda hora em diante... onde particularmente acho que perdeu muito gás. Acredito que o filme deveria ter mostrado mais da parte da guerra e ter focado menos no pós-guerra, creio que assim a obra teria um equilíbrio melhor entre reflexão e entretenimento, como foi no caso de "Platoon". Embora algumas partes do pós-guerra sejam interessantes, onde às críticas aos líderes de nações são bem pertinentes, escancarando a ilusão do homem em servir a pátria.
Tom Cruise desempenha um papel impressionante, com certeza aqui, teve uma de suas melhores atuações da carreira, onde desenvolveu todas às emoções necessárias do seu personagem. Um belo tapa na cara dos haters que afirmam que ele não sabe atuar, muito pelo preconceito com o ator, por ele atualmente estar mais dedicado a filmes focado no entretenimento e nas massas, onde não se exige muito dos atores em atuações e expressões faciais. No entanto, Tom Cruise desde muito jovem provou a todos que sabe atuar sim!
Enfim, considero um bom filme, devido a alguns bons momentos tensos envolvendo o personagem central da trama. Do pós-guerra e suas consequências que só deixam instabilidade emocional, horrores físicos e psicológicos aos seres humanos. Entretanto, está há anos-luz do impacto e emoção que "Platoon" proporcionou, muito por devido a um desfecho superficial, diluído, limitado e estranhamente não comovente. Bom, mas longe de ser algo incrível, épico e memorável.
Maratona Oliver Stone
Assistido em 25 de outubro de 2022
Minha avaliação: 6,5/10
Platoon
4.0 624 Assista AgoraNão conheço e não me lembro de absolutamente nenhum outro filme com uma cena de abertura tão impactante e triunfal quanto "Platoon" (por mais obra-prima que seja). A chegada dos novos recrutas ao Vietnã, onde o protagonista observa soldados mortos em sacos plásticos, ao som da versão original de "Adagio for Strings" (uma das melhores músicas instrumentais da história), conseguem emocionar com facilidade. Com isso, eu já sabia que assistiria algo especial, digno de aplausos.
"Platoon" é um filme recheado de virtudes, retrata a guerra com muita fidelidade, sem os clichês do patriotismo americano, história de amor no meio e de heroísmo forçado, numa guerra onde não há vilões, heróis e principalmente vencedores, todos perdem! Enredo e narrativa crua, suja, singela, e comprometida a entregar o máximo de realismo e consequências do que realmente acontece nas estúpidas guerras mundo afora.
Adorei a forma e inteligência de abordagem desse filme, mostrando como o horror da guerra afeta negativamente o psicológico de todos, onde até mesmo 'aliados' entram em conflito, com o desespero e caos tomando conta de todos! Não há espaço para os bons costumes e politicamente correto, onde até mesmo os mais íntegros questionam o seu caráter nos momentos de tensão.
"Platoon" é o meu mais novo xodó do cinema, pois, entrega tudo que eu mais gosto em uma obra: ação constante com dinamismo e sagacidade, aliada a uma carga dramática forte e envolvente. Momentos cheios de tensão, emoção e cenas para lá de indigestas e tristes, tudo acompanhado de uma trilha sonora linda e perfeita, sendo o coração dessa obra-prima do Oliver Stone.
Charlie Sheen entregou aqui disparadamente seu melhor personagem da carreira, provando ser um ator que poderia ter sido mais aproveitado em filmes mais sérios (além da comédia). Gostei muito de seu personagem, deu conta do protagonismo mesmo sendo jovem na época. Willem Dafoe monstro, como sempre, em um coadjuvante importante nos desdobramentos da trama, além do Johnny Depp como figurante de luxo. Oliver Stone acertou em cheio na escolha de seu elenco.
Se o filme incomodou o sistema e líderes globais, ele sobe ainda mais no meu conceito. A crítica certeira a guerra gera momentos para o telespectador refletir e pensar sobre o assunto, pois, praticamente ninguém ganha nada com a guerra. O conflito recente entre a Rússia e Ucrânia reforça esse pensamento, Vladimir Putin deveria assistir ao filme e pensar um pouco em suas atitudes.
"Platoon" é um filme foda e o pioneiro de seu gênero, obrigatório em qualquer lista de 'melhores filmes de guerra da história'. Forte, impactante, imponente, inesquecível, raiz, realista e necessário. Frases finais do personagem Chris Taylor marcantes e épicas!
Maratona Oliver Stone
25 de outubro de 2022
Minha avaliação: 10/10
Rastros de um Sequestro
3.8 563 Assista AgoraAtualmente pego muito no pé da Netflix, devido à enxurrada de filmes e séries ruins, ou até mesmo péssimos. Com o aumento da concorrência, o streaming foi se perdendo cada vez mais, sendo responsável pela saturação de quase todos os gêneros cinematográficos, além das mensalidades abusivas em relação aos seus concorrentes. Entretanto, vez ou outra ela acerta a mão, e dessa vez, tenho que admitir que acertou em cheio nesse ótimo filme (quase perfeito) "Rastros de um Sequestro".
Acredito que os plot twists são às principais armas para a produção de um filme inovador e fora do convencional, além da maneira de como a história é contada. O diretor e roteirista Jang Hang-Jun soube fazer isso com ideias bastante mirabolantes e pouco ortodoxias, com muita personalidade, coragem, determinação e criatividade no desenvolvimento de uma história surpreendente. Às reviravoltas da trama deixam qualquer um de queixo caído, com o filme dando uma virada de chave absurdamente inacreditável!
O começo do filme se desenvolve através de um suspense mais puxado para terror, inclusive com direitos a sustos. Após os desdobramentos inesperados, o longa começa a ganhar outros moldes, se tornando um drama policial muito bem-planejado e criado. Apesar da complexidade, o filme responde todas às dúvidas sem deixar pontas soltas, com um roteiro incrível fora da curva, narrativa intrigante, andamento hábil, e um total ineditismo e originalidade em sua história.
Uma história sombria e psicológica que vai tomando rumos cada vez mais extremos e tristes. Às cenas finais devastadoras são a cartilha da Coreia do Sul em entregar obras com alto nível de tensão e peso emocional. É o cinema asiático em sua pura autenticidade, com seus desfechos indigestos e clima totalmente negativo.
Eu adorei esse filme! Perfeito para quem gosta de histórias recheadas de plot twists, certamente o diretor dessa obra deve ter alguns filmes do excelente Oriol Paulo em sua cabeceira. Filme muito acima da média, sendo uma joia raríssima da Netflix, e afirmo sem exageros ser o melhor filme original da plataforma que já vi até agora...
Assistido em 21 de outubro de 2022
Minha avaliação: 9,5/10