Filme pastelão de ação mas muuuito da ruim. Não tem um tom, não se decide o que quer ser, não tem compromisso com nada, sequer entrega violência gratuita coreografada com qualidade ou uma comédia pelo exagero. Inexplicável esse hype. Qualquer filme de ação de Bollywood é mais divertido ou empolgante do que isso.
Trama muito bem costurada, atuações gigantes e plot muito bom, bem sacado. Mas o diretor se autosabota por querer fazer o roteiro e filme ser muito maior do que de fato é. ou deveria ser. Peca pelo excesso e perdeu grande de chance de emplacar um clássico premiado.
Uma ótima ideia, com potencial pra gestar um filme tão bom ou tão profundo quanto um Interestellar, mas que entrega um produto pessimamente executado, com um único compromisso de ser um filme raso, de sessão da tarde, do início ao fim. Elenco excelente, mas o roteiro é tão preguiçoso em não desenvolver personagens e motivações que nem Marryl Streep ou di Caprio seriam capazes de entregar uma atuação convincente. Funciona pra quem
espera uma história de um herói que volta no tempo pra salvar vidas e se salvar apaixonado por uma desconhecida sem se questionar por quê e cientificamente como.
Avatar 2 não decepciona em nada a sua principal promessa e objetivo: a de ser uma experiência e um espetáculo visual feito especialmente pra uma sala de cinema 3D IMAX. Quem puder, não deixe de ir conferir, porque isso não funciona no sofá de casa e ainda não se vê em um parque de diversões ou outra franquia de filme até hoje.
Tecnicamente, Avatar mais uma vez dispensa apresentações e qualquer coisa que seja falada sobre sua técnica será redundante. A produção conseguiu evoluir ainda mais os detalhes e a ousadia na tecnologia a frente de seu tempo utilizada em cada cena. Deslumbre impecável, que pra mim garantem o selo 5 estrelas.
Mas existe um detalhe cobrado por quem espera mais do que visual: Avatar passar a ser vendido como uma longa franquia, como se tivesse história, pontas soltas, reviravoltas e roteiro suficiente pra sustentar 4 filmes de 3 horas de duração, e não tem. O enredo em Avatar 2 é ainda mais simplório e superficial, sem aprofundamento de personagens, sem reviravoltas ou criação de ganchos para mais 6 horas de história. Aliás, grande parte do tempo de Avatar 2 é tomado mesmo por cenas sem fala, feitas como presente pra quem pagou pra ir a um parque de diversões visual e só. A grandeza técnica dessa produção merecia um enredo mais atrativo e com maior profundidade e com isso facilmente se despontaria como um “Star Wars” de seu tempo. Infelizmente, Avatar 2 reforça a mensagem de que essa é uma franquia de exploração da capacidade da tecnologia no cinema e de apresentação de um banquete visual a um público sedento por pura diversão e nada mais. Para esse fim, Avatar segue sendo o maior de todos os tempos. Se Cameron dará uma guinada e enfim colocará tempero e enredo na história nos dois próximos filmes, pagaremos, com certeza, novamente pra ver.
Um dos grandes trunfos da DC é quase nunca entregar o seu maior e mais famoso herói nas mãos de qualquer um, pra fazer qualquer coisa. Afinal, é o Batman, o trauma, o medo, a sombra, a fé em um lugar melhor, a inteligência, a investigação, o preparo e a vigilância.
The Batman é totalmente diferente de tudo o que foi feito nos cinemas sobre o morcego até hoje e isso mais do que paga o ingresso, pois Matt imprimiu um arranjo ousado, de um Batman muito jovem, iniciante, com pouco preparo, mas viceral, vingativo e exímio investigador. Filmaço.
Pontos altos: Gotham, extremamente escura e suja, como melhor poderia ser retratada, pois o diretor consegue de forma magistral fazer você quase literalmente sentir que a cidade fede à corrupção, a crime e à vingança, trazendo a cada quadro a cidade sempre com tons de amarelo e vermelho se dissolvendo nas sombras. O Batmóvel é outro ponto alto que dispensa comentários, pois além da estética de muscle car que conversa total com a estética do filme, o motor não ronca, o motor rasga como a garganta de alguém cheio de vingança pra atacar o inimigo. As cenas de ação são todas excelentes, em especial a que a o morcego bate à luz das faíscas intermitentes das armas (única iluminação possível).
Pontos baixos: o diretor não tem a mesma ousadia em alguns diálogos, soluções e reviravoltas pra trama, sendo mais conservador pra entregar algo sem se arriscar. Pattison como Bruce ainda não convence, ao contrário da ótima atuação como Batman, mas segue com potencial. O filme tende a ter mais ponto baixo se o expectador cair no vício de comparar com outras adaptações do morcego, incomparáveis, pois nunca houve interpretação de Batman em ano 2, inexperiente e descobrindo suas origens, razões e preparos.
Mas, já que somos aficionados em comparações, só vejo uma perspectiva possível: Como um novo begins, esse é o melhor filme de início de um Batman já feito. E, por tudo isso, The Batman tem enorme potencial pra ser a melhor série de adaptação do morcego já produzida em cinema.
o filme reúne (com muuuito fan service) 3 gerações do Aranha e emociona e diverte pra caralho meio mundo de gente, inclusive eu.
As atuações de Molina e Dafoe (que dispensa comentários sempre!), além das cenas sempre incríveis com o dr. Strange completam a base de sustentação do filme e o tornam sim um presente inevitavelmente marcante. Mas, só! (o que pra maior parte do público ja é mais do que suficiente pra colocar a produção no pedestal dos melhores).
Até que o filme comece a funcionar emotivamente e leve o público à essa catarse, ele já tem se sabotado em incoerências do tipo que faz um Mago supremo aceitar o risco de criar o caos generalizado só de olhar pra cara de cachorro-aranha pidão, a personagens revividos em tubos de ensaio, imobilizados, estranhos e apagados, bem como uma fotografia que nas melhores oportunidades se escurece bisonhamente. Adicione isso a uma trilha sonora nada marcante, montada na preguiça, e sensação de muita perda de chance de colocar mais ação e menos conversa em tela, principalmente com
os aranhas, juntos, bem enquadrados na tela, sem medo de mostrar a trindade trajada e de explorar cenas vivas e visíveis.
Com isso, No way home se perde no caminho de casa, onde, com tudo pra ser bem distante do tom insosso dos dois filmes antecessores, fica pelas esquinas da grandeza do herói.
É preciso muita disposição e saco pra assistir um casal brigando pra krlho* por mais de 2 horas. Mas respeito quem tem essa disposição e conseguiu ver beleza no filme, que até no que se propõe deixa a desejar pesando a mão estabanadamente no drama sem um plano afetivo de sustentação entre espectador, personagens e história de amor por trás de toda a briga pra que tenha pelo menos efeito emocional. Duas estrelas pela tentativa e esforço dos atores, que cumpriram muito bem a missão de não me deixar dormir gritando pra krlho*, mesmo diante de um sono pesado que esse filme dá.
Existem filmes que foram feitos pra serem vividos em uma sala de cinema, em alta resolução de som e imagem em profundidade. Exemplo nato desse tipo de filme é Dunkirk. Infelizmente, quem deixou pra assisti-lo como se assiste qualquer drama emotivo de guerra em um quarto ou sofá, jamais será seduzido à mesma imersividade e potência dos efeitos, a não ser que possua uma sala de cinema à altura. Dunkirk é pura técnica, direção de câmera das mais absurdas, que te coloca a bordo de caças parafusando os céus franceses com trilhas e planos em primeira pessoa de tirar o fôlego e com uma fotografia exuberante. A mixagem de som e a trilha sonora em relógio tiquetaqueando ao fundo incessantemente ditam o ritmo da agonia, principalmente na parte em que você é um dos náufragos submersos sem ar tentando tornar à superfície. Filme sensacional no que se propõe e com certeza será visto como um clássico de seu tempo.
Como filme solo, talvez o melhor desde "O Império Contra-Ataca". Como filme que fecha uma saga, há controvérsias e pontos fracos maximizados pelos chatos fanboys. A trilogia enfim tem suas principais pontas amarradas e um desfecho romântico ao tom de Star Wars enquanto obra infantil, nada compromissada com genialidades e deuses ex machina. Mas pra quem leva a coisa muito mais a sério, o filme é um puta balde de água fria.
O melhor e mais injustiçado filme de universo herói compartilhado já feito. É lastimável ver essa grande massa de público tão melindrosa que foi ao cinema com 10 pedras nas mãos e saiu vomitando críticas pra todo lado. E mais lastimável ainda é saber que toda essa hostilização poderá afetar o futuro (promissor) dos próximos filmes. A única coisa que posso imaginar que toda essa gente esperava era um filme colorido, piadista, perfeito e sem furos de roteiro e direção como foram os dois The Avangers (só que ñ). Foram os excessos? Inegável que a direção e montagem do filme tem excessos, mas nada que tire seu brilhantismo e mérito. E é uma pena que, mercadologicamente falando, a Warner não possa se fechar ao público que reprovou, e muito provavelmente atolará o pé no jogo da crítica hostil e esse pode ser um pântano perigoso.
We need more The Boston Globe!! O não acovardamento pelo receio do embate a uma instituição socialmente relevante e altamente intrínseca à realidade mundial parece utopia. Alenta saber que de fato a Spotlight cumpriu seu papel de forma honrada e séria, ao passo em que seja lamentável que o Homem, enquanto ser político, e seus agrupamentos, sejam tão imundos a ponto de tornar o trabalho análogo ao da Spotlight uma raridade, um incômodo, um risco, ou até uma fantasia irrealizável.
A câmera flutuante e os takes longos em cenas de ação são sufocantes, imersivos e encantadores. A natureza exposta em cada quadro é de encher os olhos e o sofrimento de Glass é agonizante graças à fantástica atuação de Leonardo e do brilhante trabalho de Tom Hardy, mais uma vez dignos de premiação. A única ressalva talvez caiba à hermeticidade do roteiro ao tratar Glass, pois, pelo menos para mim, as motivações, visões e reais anseios do personagem soaram desnecessariamente confusos, contraditórios e incertos no fim das contas, o que não ocorre na narrativa do livro e que a meu ver acaba por comprometer o desfecho da adaptação.
Western, século XIX, ex escravo e caçadores de recompensa: Django. Roteiro adaptado: Reservoir Dog. The Hateful Eight soa um mais do mesmo extremamente forçado e preguiçoso, desnecessariamente longo (ou pelo menos não há matéria suficiente pra justificar tal duração). A sensação que dá é de que Tarantino fez uma colagem às pressas das obras anteriores e entregou à venda, desprovida da imersão e da solidificação da trama que as duas obras inspiradoras tiveram. Ainda que tais obras anteriores não tivessem existido (pra não haver gente chata como eu comparando) a trama não deixaria de ser rasa, mal costurada e brochante. Salvo: a belíssima trilha sonora de Morricone, os primeiros tiros por volta de 2h de película e alguns belos quadros.
"De todas essas vidas, qual delas é a correta? Cada uma dessas vidas é correta."
Belo. Poético. Um caleidoscópio cinematográfico sobre a existência, suas decisões e seus universos em loops entrelaçados a outras milhares de existências aparentemente independentes e a outras existências paralelas e suas que surgem a cada escolha. Filme genial, aberto a vários prismas interpretativos, fotograficamente grandioso, profundamente reflexivo e acima de tudo tocante.
Suponho que a ideia de filmagem ao longo de 12 anos talvez tenha aflorado na mente de Linklater desde quando o excelente "Before Sunrise (Antes do Amanhecer)" despontou como sucesso e recebeu continuidade nos dois (excelentes) filmes posteriores, valendo-se da mesma passagem do tempo real e os mesmos atores em um romance de 20 anos. Eis que Linklater, paralelamente à trilogia romântica, emprega a mesma fórmula, mais fidedignamente, em um "drama realista", mas esquece de uns pequenos detalhes: um roteiro, uma história, boas atuações, diálogos bem construídos, fatos, traumas, reflexões, encontros, desencontros, decepções, realizações. Nada, absolutamente nada disso, você encontrará em Boyhood. Mas haverá sim, a aclamação pelo "brilhantismo" de uma filmagem em 12 anos e por retratar uma vida monótona e clichê. Há quem se identifique e se emocione com o monótono e veja num rabisco uma obra prima. Quão sedentos de genialidade estamos...
Quando "A.I., Inteligência Artificial" chegou às telas como um soco sentimental nos telespectadores que o aclamaram, a fórmula foi unir ficção científica ao "absurdo romântico" de dar vida e sentimentos a maquinas. "Her" retoma a temática com novo contexto e perspectiva e com uma sutileza e um propósito adicional: fazer sentir e refletir 'ao quadrado'. Spike Jonze traça uma linha de aproximação entre o telespectador e a história de uma forma genial, deixando-o preso e boquiaberto a cada nova reação e funcionalidade humana de um sistema operacional, trazendo o público pra mesa do "aonde, de fato, poderemos chegar?" no campo da dicotomia artificial/real, das relações entre humanos e entre homem/computador. Não a toa, os diálogos humanos em "Her" são superficiais entre si, sem profundidade, ressaltando uma frieza melancólica sem igual e de dar agonia, apesar de já termos o elo que liga a nossa realidade à realidade assistida: as nossas relações cada vez mais cerceadas à tecnologia. As atuações de Joaquin e Scarlett (voz) estão brilhantes. A fotografia é outro elemento chave e incrível. Praticamente não há uma cena na tela em que nela não estejam pintadas cores e mais cores denotando alegria e contrastando com a profunda tristeza interior e solidão dos personagens. Apesar do enfoque "figurante", o mundo futurístico de Jonze segue lindo e rico, alegre, mas o seus integrantes humanos, aqueles que em outras épocas deram ao mundo o dom da diversidade, estão avessos a ela mergulhados no eu, na introspecção, na saturação e na dormência de se relacionarem como em outras épocas. "Her" é um show de sensibilidade e transcende a sua percepção do que é reflexão e evolução. E enfim, sim, não é a esmo a sua aclamação. Beirou a perfeição no que se propôs e garante lugar fácil na galeria dos clássicos do século XXI.
Por um instante, desajeitado, vi e parei pensando sobre Before Sunrise. Daí, mexendo com meus botões perguntei: como pode tanta naturalidade e beleza? E aí depois procurei um botão de dar repeat, outro de fazer chover €uros o suficiente pra comprar vinho e não ficar devendo e outro botão de ir parar em algum trem em Viena.
4 estrelas pela fotografia e trilha sonora. Visualmente é um belo filme e a trilha lindíssima funciona como um lenço pra acompanhar a emoção. O filme prende mas tem um grande defeito: leva o telespectador ao final como quem escala uma montanha sedento da recompensa no final, e a lição moral final... é simplória e jogada demais, sem aquele "tchan". No mais, o filme é família, emociona e a diversão é garantida.
Mais do que pagam o ingresso 3D: O naufrágio do navio e a tempestade no bote.
Me pergunto onde estava que demorei tanto pra ver esse filme. Roteiro fantástico, daqueles que reserva por si só um lugar na sua galeria de filmes incríveis e marcantes, não pelo roteiro em si, mas pelo choque e pela sutileza e genialidade com que é tratado um leque de temas raro na história do cinema. Genial!
Filme feito pra quem tolera o gênero e está disposto e sem sono. O filme basicamente fala em Graça (ter amor, fé, benignidade e ser para o próximo) x Natureza (ser propenso ao mal, a ter egoísmo e perecer nisso, etc) e em como e o que acontece quando essas duas coisas se unem.
Um filme sonolento contado lentamente e com imagens silenciosas de "documentários da BBC sobre origem do universo" em paralelo. A sensação é de acompanhar uma história um pouco interessante e enfadonha com uma fotografia que não te deixa retirar o filme (se estiver sem sono). Duas estrelas pela fotografia incrível que merece o Oscar 2012. A história é cheia de tudo mas no fundo não quer dizer muita coisa porque se perdeu num mar de enfado que não é muito positivo a um filme que quer passar uma mensagem tão interessante. Se seguisse o exemplo de dinamicidade de "A Origem" teria conseguido um sucesso até maior. Uma estrela a mais pela boa tentativa. A mim não funcionou bem.
A meu ver, ótimo. Mas se você odeia a apelação ao sentimentalismo passe longe de Cavalo de Guerra. Um filme pipoca, que talvez por ter sido levado a grandes indicações ao Oscar 2012, recebeu tanta crítica pesada. Não deixa de ser um ótimo "filme família" que não deve ser levado tão a sério no questionamento da intenção dos produtores e no que queria ou deixou de propor. Funciona melhor se houver disposição a relaxar, admirar a fotografia e se entreter na emoção.
Uma animação de altíssima qualidade em 2D no meio de um mar de animações de altas definições e tridimencioanais. Talvez essa onda retrô ousada também nos desenhos tenha chamado tanto a atenção e levado Um Gato em Paris a várias premiações e ao Oscar 2012, assim como O Artista. Esteticamente o filme é impecável e um colírio pros olhos de fãs de animação. Nisso daria 5 estrelas. Mas o filme peca no fraco desenvolvimento do enredo policial, na inconstância, na quebra dos climaxes e nos clichês de falas. Não dá tempo de sentir um ponto alto ou entrar na história, você logo é expulso, logo encerra. Deixa a desejar.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraFilme pastelão de ação mas muuuito da ruim. Não tem um tom, não se decide o que quer ser, não tem compromisso com nada, sequer entrega violência gratuita coreografada com qualidade ou uma comédia pelo exagero. Inexplicável esse hype. Qualquer filme de ação de Bollywood é mais divertido ou empolgante do que isso.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraTrama muito bem costurada, atuações gigantes e plot muito bom, bem sacado. Mas o diretor se autosabota por querer fazer o roteiro e filme ser muito maior do que de fato é. ou deveria ser. Peca pelo excesso e perdeu grande de chance de emplacar um clássico premiado.
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista AgoraUma ótima ideia, com potencial pra gestar um filme tão bom ou tão profundo quanto um Interestellar, mas que entrega um produto pessimamente executado, com um único compromisso de ser um filme raso, de sessão da tarde, do início ao fim. Elenco excelente, mas o roteiro é tão preguiçoso em não desenvolver personagens e motivações que nem Marryl Streep ou di Caprio seriam capazes de entregar uma atuação convincente. Funciona pra quem
espera uma história de um herói que volta no tempo pra salvar vidas e se salvar apaixonado por uma desconhecida sem se questionar por quê e cientificamente como.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraAvatar 2 não decepciona em nada a sua principal promessa e objetivo: a de ser uma experiência e um espetáculo visual feito especialmente pra uma sala de cinema 3D IMAX. Quem puder, não deixe de ir conferir, porque isso não funciona no sofá de casa e ainda não se vê em um parque de diversões ou outra franquia de filme até hoje.
Tecnicamente, Avatar mais uma vez dispensa apresentações e qualquer coisa que seja falada sobre sua técnica será redundante. A produção conseguiu evoluir ainda mais os detalhes e a ousadia na tecnologia a frente de seu tempo utilizada em cada cena. Deslumbre impecável, que pra mim garantem o selo 5 estrelas.
Mas existe um detalhe cobrado por quem espera mais do que visual: Avatar passar a ser vendido como uma longa franquia, como se tivesse história, pontas soltas, reviravoltas e roteiro suficiente pra sustentar 4 filmes de 3 horas de duração, e não tem. O enredo em Avatar 2 é ainda mais simplório e superficial, sem aprofundamento de personagens, sem reviravoltas ou criação de ganchos para mais 6 horas de história. Aliás, grande parte do tempo de Avatar 2 é tomado mesmo por cenas sem fala, feitas como presente pra quem pagou pra ir a um parque de diversões visual e só. A grandeza técnica dessa produção merecia um enredo mais atrativo e com maior profundidade e com isso facilmente se despontaria como um “Star Wars” de seu tempo. Infelizmente, Avatar 2 reforça a mensagem de que essa é uma franquia de exploração da capacidade da tecnologia no cinema e de apresentação de um banquete visual a um público sedento por pura diversão e nada mais. Para esse fim, Avatar segue sendo o maior de todos os tempos. Se Cameron dará uma guinada e enfim colocará tempero e enredo na história nos dois próximos filmes, pagaremos, com certeza, novamente pra ver.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraUm dos grandes trunfos da DC é quase nunca entregar o seu maior e mais famoso herói nas mãos de qualquer um, pra fazer qualquer coisa. Afinal, é o Batman, o trauma, o medo, a sombra, a fé em um lugar melhor, a inteligência, a investigação, o preparo e a vigilância.
The Batman é totalmente diferente de tudo o que foi feito nos cinemas sobre o morcego até hoje e isso mais do que paga o ingresso, pois Matt imprimiu um arranjo ousado, de um Batman muito jovem, iniciante, com pouco preparo, mas viceral, vingativo e exímio investigador. Filmaço.
Pontos altos: Gotham, extremamente escura e suja, como melhor poderia ser retratada, pois o diretor consegue de forma magistral fazer você quase literalmente sentir que a cidade fede à corrupção, a crime e à vingança, trazendo a cada quadro a cidade sempre com tons de amarelo e vermelho se dissolvendo nas sombras. O Batmóvel é outro ponto alto que dispensa comentários, pois além da estética de muscle car que conversa total com a estética do filme, o motor não ronca, o motor rasga como a garganta de alguém cheio de vingança pra atacar o inimigo. As cenas de ação são todas excelentes, em especial a que a o morcego bate à luz das faíscas intermitentes das armas (única iluminação possível).
Pontos baixos: o diretor não tem a mesma ousadia em alguns diálogos, soluções e reviravoltas pra trama, sendo mais conservador pra entregar algo sem se arriscar. Pattison como Bruce ainda não convence, ao contrário da ótima atuação como Batman, mas segue com potencial. O filme tende a ter mais ponto baixo se o expectador cair no vício de comparar com outras adaptações do morcego, incomparáveis, pois nunca houve interpretação de Batman em ano 2, inexperiente e descobrindo suas origens, razões e preparos.
Mas, já que somos aficionados em comparações, só vejo uma perspectiva possível: Como um novo begins, esse é o melhor filme de início de um Batman já feito. E, por tudo isso, The Batman tem enorme potencial pra ser a melhor série de adaptação do morcego já produzida em cinema.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraNão dá pra dar 5 estrelas só porque
o filme reúne (com muuuito fan service) 3 gerações do Aranha e emociona e diverte pra caralho meio mundo de gente, inclusive eu.
Até que o filme comece a funcionar emotivamente e leve o público à essa catarse, ele já tem se sabotado em incoerências do tipo que faz um Mago supremo aceitar o risco de criar o caos generalizado só de olhar pra cara de cachorro-aranha pidão, a personagens revividos em tubos de ensaio, imobilizados, estranhos e apagados, bem como uma fotografia que nas melhores oportunidades se escurece bisonhamente. Adicione isso a uma trilha sonora nada marcante, montada na preguiça, e sensação de muita perda de chance de colocar mais ação e menos conversa em tela, principalmente com
os aranhas, juntos, bem enquadrados na tela, sem medo de mostrar a trindade trajada e de explorar cenas vivas e visíveis.
Upgrade: Atualização
3.7 686 Assista AgoraFilmaço. Mas que aparentemente deixa um grande furo no roteiro:
Se o principal objetivo da IA era assumir o corpo do cara, não faz muito sentido ele demorar tanto pra assumir o controle total.
Mas nada que tire a qualidade do filme.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraÉ preciso muita disposição e saco pra assistir um casal brigando pra krlho* por mais de 2 horas. Mas respeito quem tem essa disposição e conseguiu ver beleza no filme, que até no que se propõe deixa a desejar pesando a mão estabanadamente no drama sem um plano afetivo de sustentação entre espectador, personagens e história de amor por trás de toda a briga pra que tenha pelo menos efeito emocional. Duas estrelas pela tentativa e esforço dos atores, que cumpriram muito bem a missão de não me deixar dormir gritando pra krlho*, mesmo diante de um sono pesado que esse filme dá.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraExistem filmes que foram feitos pra serem vividos em uma sala de cinema, em alta resolução de som e imagem em profundidade. Exemplo nato desse tipo de filme é Dunkirk. Infelizmente, quem deixou pra assisti-lo como se assiste qualquer drama emotivo de guerra em um quarto ou sofá, jamais será seduzido à mesma imersividade e potência dos efeitos, a não ser que possua uma sala de cinema à altura. Dunkirk é pura técnica, direção de câmera das mais absurdas, que te coloca a bordo de caças parafusando os céus franceses com trilhas e planos em primeira pessoa de tirar o fôlego e com uma fotografia exuberante. A mixagem de som e a trilha sonora em relógio tiquetaqueando ao fundo incessantemente ditam o ritmo da agonia, principalmente na parte em que você é um dos náufragos submersos sem ar tentando tornar à superfície. Filme sensacional no que se propõe e com certeza será visto como um clássico de seu tempo.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraComo filme solo, talvez o melhor desde "O Império Contra-Ataca". Como filme que fecha uma saga, há controvérsias e pontos fracos maximizados pelos chatos fanboys. A trilogia enfim tem suas principais pontas amarradas e um desfecho romântico ao tom de Star Wars enquanto obra infantil, nada compromissada com genialidades e deuses ex machina. Mas pra quem leva a coisa muito mais a sério, o filme é um puta balde de água fria.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraO melhor e mais injustiçado filme de universo herói compartilhado já feito. É lastimável ver essa grande massa de público tão melindrosa que foi ao cinema com 10 pedras nas mãos e saiu vomitando críticas pra todo lado. E mais lastimável ainda é saber que toda essa hostilização poderá afetar o futuro (promissor) dos próximos filmes. A única coisa que posso imaginar que toda essa gente esperava era um filme colorido, piadista, perfeito e sem furos de roteiro e direção como foram os dois The Avangers (só que ñ). Foram os excessos? Inegável que a direção e montagem do filme tem excessos, mas nada que tire seu brilhantismo e mérito. E é uma pena que, mercadologicamente falando, a Warner não possa se fechar ao público que reprovou, e muito provavelmente atolará o pé no jogo da crítica hostil e esse pode ser um pântano perigoso.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraWe need more The Boston Globe!!
O não acovardamento pelo receio do embate a uma instituição socialmente relevante e altamente intrínseca à realidade mundial parece utopia. Alenta saber que de fato a Spotlight cumpriu seu papel de forma honrada e séria, ao passo em que seja lamentável que o Homem, enquanto ser político, e seus agrupamentos, sejam tão imundos a ponto de tornar o trabalho análogo ao da Spotlight uma raridade, um incômodo, um risco, ou até uma fantasia irrealizável.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraA câmera flutuante e os takes longos em cenas de ação são sufocantes, imersivos e encantadores. A natureza exposta em cada quadro é de encher os olhos e o sofrimento de Glass é agonizante graças à fantástica atuação de Leonardo e do brilhante trabalho de Tom Hardy, mais uma vez dignos de premiação. A única ressalva talvez caiba à hermeticidade do roteiro ao tratar Glass, pois, pelo menos para mim, as motivações, visões e reais anseios do personagem soaram desnecessariamente confusos, contraditórios e incertos no fim das contas, o que não ocorre na narrativa do livro e que a meu ver acaba por comprometer o desfecho da adaptação.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraWestern, século XIX, ex escravo e caçadores de recompensa: Django.
Roteiro adaptado: Reservoir Dog. The Hateful Eight soa um mais do mesmo extremamente forçado e preguiçoso, desnecessariamente longo (ou pelo menos não há matéria suficiente pra justificar tal duração). A sensação que dá é de que Tarantino fez uma colagem às pressas das obras anteriores e entregou à venda, desprovida da imersão e da solidificação da trama que as duas obras inspiradoras tiveram. Ainda que tais obras anteriores não tivessem existido (pra não haver gente chata como eu comparando) a trama não deixaria de ser rasa, mal costurada e brochante. Salvo: a belíssima trilha sonora de Morricone, os primeiros tiros por volta de 2h de película e alguns belos quadros.
Sr. Ninguém
4.3 2,7K"De todas essas vidas, qual delas é a correta? Cada uma dessas vidas é correta."
Belo. Poético. Um caleidoscópio cinematográfico sobre a existência, suas decisões e seus universos em loops entrelaçados a outras milhares de existências aparentemente independentes e a outras existências paralelas e suas que surgem a cada escolha. Filme genial, aberto a vários prismas interpretativos, fotograficamente grandioso, profundamente reflexivo e acima de tudo tocante.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraHipnotizante. Frenético. Taquicardíaco. Uma aula sobre Vida.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraSuponho que a ideia de filmagem ao longo de 12 anos talvez tenha aflorado na mente de Linklater desde quando o excelente "Before Sunrise (Antes do Amanhecer)" despontou como sucesso e recebeu continuidade nos dois (excelentes) filmes posteriores, valendo-se da mesma passagem do tempo real e os mesmos atores em um romance de 20 anos. Eis que Linklater, paralelamente à trilogia romântica, emprega a mesma fórmula, mais fidedignamente, em um "drama realista", mas esquece de uns pequenos detalhes: um roteiro, uma história, boas atuações, diálogos bem construídos, fatos, traumas, reflexões, encontros, desencontros, decepções, realizações. Nada, absolutamente nada disso, você encontrará em Boyhood. Mas haverá sim, a aclamação pelo "brilhantismo" de uma filmagem em 12 anos e por retratar uma vida monótona e clichê. Há quem se identifique e se emocione com o monótono e veja num rabisco uma obra prima. Quão sedentos de genialidade estamos...
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraQuando "A.I., Inteligência Artificial" chegou às telas como um soco sentimental nos telespectadores que o aclamaram, a fórmula foi unir ficção científica ao "absurdo romântico" de dar vida e sentimentos a maquinas. "Her" retoma a temática com novo contexto e perspectiva e com uma sutileza e um propósito adicional: fazer sentir e refletir 'ao quadrado'. Spike Jonze traça uma linha de aproximação entre o telespectador e a história de uma forma genial, deixando-o preso e boquiaberto a cada nova reação e funcionalidade humana de um sistema operacional, trazendo o público pra mesa do "aonde, de fato, poderemos chegar?" no campo da dicotomia artificial/real, das relações entre humanos e entre homem/computador. Não a toa, os diálogos humanos em "Her" são superficiais entre si, sem profundidade, ressaltando uma frieza melancólica sem igual e de dar agonia, apesar de já termos o elo que liga a nossa realidade à realidade assistida: as nossas relações cada vez mais cerceadas à tecnologia. As atuações de Joaquin e Scarlett (voz) estão brilhantes. A fotografia é outro elemento chave e incrível. Praticamente não há uma cena na tela em que nela não estejam pintadas cores e mais cores denotando alegria e contrastando com a profunda tristeza interior e solidão dos personagens. Apesar do enfoque "figurante", o mundo futurístico de Jonze segue lindo e rico, alegre, mas o seus integrantes humanos, aqueles que em outras épocas deram ao mundo o dom da diversidade, estão avessos a ela mergulhados no eu, na introspecção, na saturação e na dormência de se relacionarem como em outras épocas. "Her" é um show de sensibilidade e transcende a sua percepção do que é reflexão e evolução. E enfim, sim, não é a esmo a sua aclamação. Beirou a perfeição no que se propôs e garante lugar fácil na galeria dos clássicos do século XXI.
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraPor um instante, desajeitado, vi e parei pensando sobre Before Sunrise. Daí, mexendo com meus botões perguntei: como pode tanta naturalidade e beleza? E aí depois procurei um botão de dar repeat, outro de fazer chover €uros o suficiente pra comprar vinho e não ficar devendo e outro botão de ir parar em algum trem em Viena.
As Aventuras de Pi
3.9 4,4K4 estrelas pela fotografia e trilha sonora. Visualmente é um belo filme e a trilha lindíssima funciona como um lenço pra acompanhar a emoção. O filme prende mas tem um grande defeito: leva o telespectador ao final como quem escala uma montanha sedento da recompensa no final, e a lição moral final... é simplória e jogada demais, sem aquele "tchan". No mais, o filme é família, emociona e a diversão é garantida.
Mais do que pagam o ingresso 3D: O naufrágio do navio e a tempestade no bote.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraMe pergunto onde estava que demorei tanto pra ver esse filme.
Roteiro fantástico, daqueles que reserva por si só um lugar na sua galeria de filmes incríveis e marcantes, não pelo roteiro em si, mas pelo choque e pela sutileza e genialidade com que é tratado um leque de temas raro na história do cinema. Genial!
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraFilme feito pra quem tolera o gênero e está disposto e sem sono.
O filme basicamente fala em Graça (ter amor, fé, benignidade e ser para o próximo) x Natureza (ser propenso ao mal, a ter egoísmo e perecer nisso, etc) e em como e o que acontece quando essas duas coisas se unem.
Um filme sonolento contado lentamente e com imagens silenciosas de "documentários da BBC sobre origem do universo" em paralelo. A sensação é de acompanhar uma história um pouco interessante e enfadonha com uma fotografia que não te deixa retirar o filme (se estiver sem sono). Duas estrelas pela fotografia incrível que merece o Oscar 2012. A história é cheia de tudo mas no fundo não quer dizer muita coisa porque se perdeu num mar de enfado que não é muito positivo a um filme que quer passar uma mensagem tão interessante. Se seguisse o exemplo de dinamicidade de "A Origem" teria conseguido um sucesso até maior. Uma estrela a mais pela boa tentativa. A mim não funcionou bem.
Cavalo de Guerra
4.0 1,9KA meu ver, ótimo. Mas se você odeia a apelação ao sentimentalismo passe longe de Cavalo de Guerra. Um filme pipoca, que talvez por ter sido levado a grandes indicações ao Oscar 2012, recebeu tanta crítica pesada. Não deixa de ser um ótimo "filme família" que não deve ser levado tão a sério no questionamento da intenção dos produtores e no que queria ou deixou de propor. Funciona melhor se houver disposição a relaxar, admirar a fotografia e se entreter na emoção.
Um Gato em Paris
3.8 192 Assista AgoraUma animação de altíssima qualidade em 2D no meio de um mar de animações de altas definições e tridimencioanais. Talvez essa onda retrô ousada também nos desenhos tenha chamado tanto a atenção e levado Um Gato em Paris a várias premiações e ao Oscar 2012, assim como O Artista.
Esteticamente o filme é impecável e um colírio pros olhos de fãs de animação. Nisso daria 5 estrelas. Mas o filme peca no fraco desenvolvimento do enredo policial, na inconstância, na quebra dos climaxes e nos clichês de falas. Não dá tempo de sentir um ponto alto ou entrar na história, você logo é expulso, logo encerra. Deixa a desejar.
A cena do resgate na casa escura é de encher os olhos.