Nunca fui tão tapeado por avaliações do Filmow. Um rating 4,8 pra uma verdadeira contra-produção ou é muita coincidência ou a galera que amou isso tem um gosto comum bem peculiar. Uma grande aula do que não fazer com finais de personagens e de quebra uma season finale canastrona. Todos os personagens, com exceção de David e Brenda, regrediram ou receberam um final desconexo, incoerente, incompleto e sem a lição do que de fato importava. Fora os personagens secundários que sequer final tiveram.
Fica o alerta pra quem tá entediado lá na season 3 pensando se vale a pena continuar… Se a expectativa for no tom do final da season 2 e início da season 3 esquece. Mas se a expectativa for novelesca siga em frente.
transformar o personagem principal depois de toda uma lição de amor com Lisa em um vilão fdp e traidor e matá-lo no ápice do egoismo por pura necessidade de dar ponto alto emotivo à série; dar liberdade à Claire pra torrar sua herança em uma cidade grande sozinha sem ter aprendido nada sobre inteligência emocional e responsabilidade; Tornar a melhor personagem (Ruth) a mais insuportável e egoista gratuita com George e modificar isso duzentas vezes aleatoriamente e depois reforçar que ela nasceu pra ser triste e amargurada por tudo que sempre dá errado; Criar toda uma situação coerente de amor verdadeiro, trauma e bloqueio pós traição entre Vanessa e Rico e riscar isso do mapa pra ficar tudo resolvido com novos investimentos e dinheiro; por fim desperdiçar a chance de dar um fim de vida coerente a cada personagem com o que cada um aprendeu e faz aprender com sua história completa de vida a mostrar como cada um pateticamente fechou os olhos pela última vez. Créditos: envelhecimento bizarro de uns personagens e outros não. Nota: dó.
Missão espinhosa a que deram a Baran Bo Odar: realizar, à sombra da obra-prima precursora, uma nova ficção tão instigante e puzzle quanto, mas que, agora, fosse também comercial. Em outras palavras: sacie a sede dos órfãos de Dark sem decepcioná-los e além disso seja atrativo e digerível a todos os demais públicos. Afinal, e$$e é o destination que mais interessa no fim das contas. Esse parece ter sido o mote arquitetônico de 1899 pra a Netflix.
Como esperado, o roteiro serve um banquete de mistério, suspense e enigmas a gosto do freguês. Esse não poderia ser um problema a quem já provou que domina bem essa arte e a repete muito bem novamente. O problema em 1899 é o excesso. O roteiro, viciado por esse afã de ser inteligente e vendável, busca a todo momento entregar mais enigmas do que a história precisa e respostas o mais rápido possível, apresentando a charada e imediatamente a solução, como quem diz ao espectador: ei, aqui está a maior resposta que você precisa, eu não vou te cozinhar, agora não desiste e fique comigo para mais recompensas rápidas e secundárias. Com isso, a série é mais rápida do que deveria ser e deixa de explorar melhor seus personagens e quebra-cabeças tomando atalhos e encurtando os caminhos.
A principal amostra disso já chega ao final do 3° episódio, onde a série entrega o que, pra mim, é o principal plot twist dessa season 1:
sim, sou uma série sci-fi, futurista, de prováveis (neuro)cientistas experimentando a mente humana ou se utilizando de pessoas em uma matrix a Big Brother para um projeto maior, aos moldes de Westworld, Ruptura, Matrix ou Incception. Agora, por ora, resta apenas saber quem é o criador/arquiteto das realidades e o que ele deseja de fato com isso…
Felizmente, o final entrega, no apagar das luzes, uma boa surpresa que abre os horizontes para o que virá, e isso mantém o enredo bastante promissor.
Se essa produção estivesse em uma plataforma de maior popularidade como Netflix ou Amazon, certamente estaria no centro da aclamação do mundo das séries como se tornou Lost ao trabalhar com um mistério instigante e pessoalizado como fio condutor de trama ou Black Mirror ao satirizar e jogar na real as mazelas do mundo tecnológico e moderno. Esse show me obriga a dizer que desde Dark não éramos presentados com um universo e trama tão geniais e disruptivos, agora com o 'mundo do trabalho vs vida pessoal em um futuro distópico' como ambientação.
Baseada no mito da caverna de Platão, assim como em Matrix e na contemporânea Westworld, Severance, ou Ruptura, explode cabeças num thriller que reúne sci-fi, suspense e comédia, jogando tudo no liquidificador e produzindo um extrato cristalino e perfeitamente digerível da nossa vida real contemporânea, dos dilemas sociais modernos, dos limites morais e éticos da tecnologia, da luta e dominação de classes, do universo corporativo de disputa e insalubre, da rotina que reduz e consome o ser, da demanda por desempenhar os papeis de profissional, esposo(a), pai/mãe, filho, amigo(a) e de como se comportar e ser um eu em cada papel. O mais barato dessa série é que ela é capaz de atender a todos os públicos, sem se tornar hermética, "metida" ou "elitista" a ponto de restringir o publico como Dark ou Westworld (essa mais ainda). A série funciona ao público que só quer se ater mesmo à superfície da história sem se cansar e que já estará super atendido com uma entrega de enredo e reflexões incríveis, até ao publico que vai levar muito a sério toda a riqueza de detalhes e prismas que a série apresenta em camadas, desde os conceitos visuais, psicologia das cores e enquadramento de câmera propositalmente desconfortáveis, cenários, figurinos, subtextos, hierarquias, trilha sonora excelente que reforça a ideia de repetição e rotina, até a conceitos e dilemas filosóficos, psicossociais, religiosos, morais, éticos, econômicos, aplicados ao ambiente de trabalho e à vida fora dele, além de muito mistério. Para esse segundo público, a dica é: prepara o flipchart, uma parede limpa, postit e pincel, que tem muito ponto pra ligar e puzzle pra montar de teoria sobre a trama.
Em Ruptura, absolutamente tudo o que é apresentado se conversa, se conecta e é desenvolvido de forma que pode soar lenta, mas muito orgânica, em camadas e em conta gotas, na medida certa. O ambiente de trabalho futurístico tecnológico da Lumon contrasta com alguns elementos do passado, como os monitores de tubo 8bits, números na tela, quadros com pinturas de estilo clássico, paleta de cores retrô, reforçando a sensação de que, apesar de ultra-moderna em tecnologia, a empresa se utiliza de métodos e políticas arcaicas, o que comicamente é o presente do nosso mundo corporativo da vida real em grande parte das organizações. Na Lumon, temos setores que não se conversam, funcionários que não conhecem o proposito do que fazem, assédio moral, concorrência tóxica, níveis e andares da empresa em que as camadas mais baixas jamais tomam conhecimento de suas decisões e reais propósitos e que aparentemente são marionetes ou cobaias de um plano de dominação, tradição, política e poder que parece existir na alta cúpula. Os personagens também representam bem a ideia do desconforto e de seguir uma rotina programada, até na forma engessada de andar, nas roupas apertadas, são devidamente trabalhados pra não só serem estudos de caso, mas para gerarem empatia, carisma e assim conduzirem o espectador às descobertas e ao plano de libertação ou entendimento do que acontece por fora da caverna e que se reflete dentro. A série sacia e muito bem o espectador na sua segunda metade, entregando uma trama frenética, agonizante, subversiva e com várias faces e possibilidades de enxergar as alegorias e metáforas apresentadas. Há ainda muitas sombras a serem reveladas e isso é ainda mais instigador. Nota 10 de 10, no hype alto e já favoritada! Genial!
Se você viu todas as 8 temporadas de Dexter e espera ver nesse revival o que os produtores sac4nas foram incapazes de realizarem até aqui, fuja! (Já que não é possível desver nada). Mas, se você quer curtir apenas a nostalgia da série, se divertir com boas referências, easter eggs e um pouco do que poderia ser o desenvolvimento da história, assista até os 30 minutos do último episódio (não avance mais do que isso), porque os mesmos produtores estão de volta pra jogar no lixo um dos maiores potenciais de séries da história da TV. E fica tudo só no potencial mais uma vez.
Dexter é um serial killer que assinou centenas de pessoas e isso já o torna na trama o maior serial killer de todos os tempos. Só que ele é um gênio forense e não deixa rastros, até que alguém tão inteligente e serial killer quanto ele (um puta vilão conectado à origem de Dexter e criado pela dra. Vogel) o pusesse em apuros novamente com a polícia em um jogo de assassinatos, charadas e gato e rato, inocentando Doakes com álibis, reabrindo o caso Bay Harbor Butcher e causando uma mega operação do FBi que culminasse na prisão preventiva de Dexter como maior suspeito de ser o açougueiro. A partir daí, cabia uma última temporada focada no julgamento e na genialidade de Dexter e seu advogado pra livra-lo, além de explorar a opinião pública inflamada sobre o caso, colocando em cheque conceitos morais e religiosos sobre justiça e justiçamento, até que fosse provado que Dexter causou a morte de pessoas inocentes para se livrar e que isso o descredibiliza perante todos os apoiadores e Deb (que eu não teria matado) e Harisson. Ao filho de Dexter eu daria a trama similar à que foi dada em New Blood, exceto na sua decisão final. Dexter fugiria e, só após tudo isso, seria morto pela dra Vogel (que também não teria matado), que se suicidaria por remorso do que ajudou a criar e a história teria um fim. Qualquer mente minimamente criativa, em poucos instantes pensaria um desenvolvimento melhor com o personagem de Jeff Lindsay em mãos. Mas Dexter New Blood tambem não foi nada disso.
Sim, Dexter foi uma série sobre como não se fazer uma série. E agora, enfim, terminou.
Similar ao que ocorreu com os idealizadores de Lost, os roteiristas de Game Of Thrones foram vítimas cabais da grandiosidade da própria obra, que tomou proporções gigantescas que nem os próprios conseguiram domar no tempo. E se erraram, foi em criar expectativa demais por desenvolver muito bem as narrativas de uma gama de personagens, sem se dar conta de que não teriam tempo pra concluir tudo no tempo certo. Arrisco dizer que talvez a decisão de concluir logo a série tenha se dado por alguma previsão contratual com GRRM, que precisaria concluir a obra nos livros à sua maneira e sem interferência da série, ou por extenuação do elenco debruçados em quase uma década no mesmo trabalho, pois do contrário, a série não tinha motivo algum do ponto de vista de receita exorbitante e do seu sucesso crescente e avassalador, para ter concluída tanta história em tão pouco tempo. Decisão: resolveram concluir tudo em apenas 13 episódios. Resultado: um desfecho poético e coerente com toda a história, porém esvaziado pela ausência da devida construção que lhe levaria em segurança até ali. Consequências: abismos lógicos, pontas soltas, destrato à construção da história dos personagens, desrespeito a grande parcela de fãs. Por mais que a decisão de correr pra concluir a série tenha sido uma decisão inevitável pelas circunstâncias, fica uma sensação melancólica de se ter desperdiçado a chance de ser não só a maior obra a título de série de TV de todos os tempos, em termos de magnitude de super produção, mas de ser concluída à altura e figurar na mesma galeria de sucesso até a conclusão em que estão The Sopranos ou Breaking Bad, por exemplo. Melancolia essa, maior do que a desprazer do fato de não mais ver todos os personagens que apreciamos por quase 10 anos, em misto de apegos e desapegos. É ainda mais triste ver médias pífias de avaliações gerais àquele que seria o ápice de glória e majestade de GOT.
Acerca da temporada em si, é visualmente uma das mais incríveis, com recortes fotográficos dignos de sua season finale, assim como nos efeitos visuais, figurino e maquiagem impecáveis e que devem arrastar novamente com folgas as premiações técnicas do EA. Quanto ao roteiro, este se apresenta da mesma forma que se apresentou na 7º temporada (ou parte 1): uma sinopse, ou ainda pior, um compacto desonesto que suprimiu inúmeras cenas importantes. Ou seja, A sensação novamente é de se assistir a um resumo superficial do que veríamos em, pelo menos, mais 4 ou 5 temporadas. A produção até se esforça no desenho das principais cenas que se esperava desde a primeira temporada acontecer e traz bons e agonizantes episódios como o episódio 3 , mas, como dito, é traída pelas lacunas e boa parte da obra televisiva se desmorona, como quem adiciona uma laje para concluir a construção de um castelo de 10 andares sem colunas do 6º em diante. Resta ao telespectador criar na mente os fatos e cenas que melhor conduziriam às decisões do desfecho sem soar abrupto como foi pra grande parte dos fãs, de perfil intolerante a conversas mal explicadas. Aos menos negativistas e mais avessos ao roteiro que se autoexplica, como eu, a experiência do desfecho e da temporada em si não é, por assim dizer, negativa. É que não poderia ter sido feito algo melhor em 6 episódios, então, por essa circunstância, a produção final sai do posto de horror para um lugar de afeto. E esse é o agridoce prêmio de consolação.
Tirando o fato de que não houve desenvolvimento digno, quem demonizou ou rechaçou o destino dado aos principais personagens parece não ter assistido atentamente à série, pois todos foram coerentes e plausíveis dentro do universo, por mais que um ou outro final também possa ter sido diferente e não comprometer a coerência, uma vez que é característica da história de GRRM ser multifacetada e constantemente abrir novas possibilidades de rumos.
Contudo, mesmo com pouco tempo de tela pra resolver o mundo, a produção de fato peca e feio em alguns pontos:
1. O inverno rigoroso, tão prometido, nunca chega a Westeros, radiante ao sol nesta temporada. Aliás, o mesmo inverno foi inclusive motivo de adiamento das filmagens que por fim usaram papel picado pra fazer neve. Enfim, vemos somente uma neve tímida e comum no norte e nada mais. Bola murcha sem explicação.
2. O arco do rei da noite e seus caminhantes foi um dos mais prejudicados pelo resumo da história, que ao final não teve a explicação e importância que merecia, reduzido a mero prólogo à guerra do trono. Por que subsistem no frio? Por que sacrificam crianças? Por que uns são wights e outros não? Por que não falam? Onde está a magia ou objeto para criar outros wights e onde ela pode ser encontrada? O erro aqui é imperdoável, pois dava pra pegar tempo de bastante conversa fiada ao longo do 7º e 8º ano e desenvolvido melhor isso.
3. A "loucura" de Daenerys é o outro principal fato prejudicado pela sintetização do roteiro e soa abrupta, além da sensação de esvaziamento da importância da descendência de Jon, muito embora ela tenha sido um dos principais fatores que contribuem para a revolta da Mãe dos dragões.
1. O desfecho de Jon parece ser o mais promissor para o que virá a ser tratado por Martin nos livros, pois na série de fato ele é confirmado como a personificação do gelo e fogo, o equilíbrio, o ying yang que salvaria Westeros do caos e da tirania (longa escuridão) e que sacrifica a sua amada e a sua liberdade para isso, o verdadeiro Azor Ahai. Pena que o tempo novamente traiu a recepção e percepção de tudo isso e torna o seu triste final à muralha muito difícil de digerir. 2. Tiryon Lannister, finalmente retorna à série no episódio final, depois de sumir no final da 4º temporada e resume pra gente a decisão final: "Às vezes, o dever é a morte do amor" (que homem!).
Apesar de tudo, Game Of Thrones esteve, está e estará para sempre na história da TV, queiram bem o seu final suprimido ou não.
"As pessoas estão com fome de mais do que apenas comida. Elas anseiam por distrações. E se não as fornecermos, elas vão criar as suas próprias. E suas distrações provavelmente acabarão por nos despedaçar." - Olenna Tyrell
Breaking Bad alcançou literalmente a química perfeita entre arte e um público sedento por obra de arte. E ao som de Baby Blue é difícil conter a emoção, até no mais durão dos marmanjos.
Sobre o último episódio, confesso que as artimanhas e genialidades de Heisenberg contra Lydia e os nazis já não me surpreenderam tanto como nos episódios passados, dada o entendimento total das suas capacidades de fazer brotar no improvável a solução mágica. Mas nada capaz de tirar as 5 estrelas do episódio e da série. Faltava esclarecer a morte de Hank e o roteiro novamente entregou o que restava de forma sucinta e bastante na última cena entre Walt e Skyler. O fim de Jesse foi perfeito, dada a sua natureza pura e humana que nada mais foi do que vítima, primeiramente das suas próprias escolhas, e posteriormente de Walt, quando ele mesmo quis sair de tudo e já não era mais possível. Vince Gilligan nos mata do coração por pelo menos 3 vezes ao dar tomadas falsas de câmera que nos fazem crer que Jesse vai atirar em Walt ou atropelá-lo e isso foi fantástico. E Vince é o verdadeiro badas. Como esperado, a série se encerra sem brechas, uma vez que é tão perfeita que não precisa do fim pra cravar a perfeição. Antes mesmo já está claro que cravará, dada à fidelidade com o telespectador e à realidade.
Seriado épico, um marco que dividirá a TV em duas eras e que, sem dúvidas, ainda receberá diversas homenagens póstumas, como Emmy 2014, e memórias póstumas, por só na 5º temporada ter alcançado uma vitrine digna, que convida aqueles que não tiveram o prazer de acompanhar em tempo real, mas que ainda podem ter a rica oportunidade de entender que existiu obra prima na TV pós-moderna.
De ponto muito negativo, só fica a perda irreparável e a dor de cotovelo doentia ao querer ouvir a melodia nostálgica de Baby Blue (Badfinger) por dias.
Faltam 2 dias e, sinceramente, jamais pensei que um seriado me faria querer como um louco ir a um cemitério às 22h. E acho que não só eu, pelo visto. Breaking Bad arrebata quem tem a disponibilidade e a sutileza de acompanhar e degustar cada prato exótico que é cada episódio. Como todos os fãs dilacerados, a sensação é de prazer de ter vivido e acompanhado em tempo real essa obra prima e de "tristeza orfânica", que exige neologismos nos elogios, porque é difícil achar elogios compatíveis com a produção. Kit lenço, correntes e fraldas (ok). Preparado para Felina (eu acho).
Parece que alguém chegou no último episódio de Dexter e disse: "Espera, eu vou salvar essa poha." E conseguiram dirigir um episódio quase impecável, carregado de emoção e um dos melhores dos 8 anos da série.
Tudo bem que até o mais insensato fã de Dexter, em meados de 2011, ainda sonhava com uma penúltima e última temporada que tratasse de segredos ainda não revelados do passado do marcante anti-herói, que o desafiasse com mais dois incríveis vilões, que o revelasse, que o afunilasse, o colocasse em cheque contra tudo e todos, até o momento do julgamento e da tão temida cadeira e mais algum punhado de surpresa agradável pra coroar. Mas infelizmente não foi isso que os roteiristas quiseram e cá cheguei, desiludido até o último episódio, vendo por ver e não jogar fora 8 anos. E depois de 8 anos, dentro da realidade de roteiro em que se encontrava a série, a meu ver não poderia haver final melhor e mais justo, dado o marasmo das duas últimas temporadas. Episódio repleto de referências as todas as temporadas, brilhante... Mas... aquele minuto final... Ah... o minuto final, o dono da história foi quem mandou. Goste quem quiser. E não precisa citar o fim (que não houve) dos personagens secundários, porque pra ficar condizente com as outras temporadas isso não importa, né?
Por fim, entendi Dexter como uma história incrível que passou pela caneta de 'uma ruma' de gente boa e otária. O fim, no final das contas, parece não ter passado de uma realização particular e egoísta de Lindsay. Nada mais.
Finalmente Vince Gilligan nos mostra aonde quer chegar com Walter na série: no monstro vilão. Algo que já parecia óbvio, mas que até o início do 14º episódio era válido ser ponderado, considerando o "ato humano" de Walter ao tentar poupar a pele do concunhado depois de tudo. O início de Ozymandias nos levou a crer que Walter continuaria a ser apenas um anti-herói e levaria consigo nacos de humanidade e amor pela família até o fim. Mas, não. Definitivamente, não. Heisenberg provou em definitivo que a sua família não passa de um subterfúgio, que as suas bondades em prol dos seus já são meras questões de conveniências e que o mal sobre ele chegou ao estágio completo de dominação. Logo, temos duas pontas inteiramente opostas e inimaginavelmente interligáveis, salientadas de forma brilhante com a cena piloto do Walter pai de família versus o Walter perdido e agora inteiramente dominado das cenas finais.
Tirando toda a agonia e tensão, achei interessante a referência ao possível fim de Walt e Jesse na série:
o fato de que Walter e Jesse estiveram em frente ao mesmo cemitério aguardando o carro que os levaria a um novo rumo no fim do episódio.
Tensão à flor da pele. Só restam aproximadamente 95 minutos de série e cabeças de dedos a se recomporem (ou não) até lá. All hail the Queen (of every series)!
Dexter se fez real e esquartejou Jeff Lindsay? Alguém tem notícias do autor? Ou ele foi mercenário ao ponto de deixar sua história ser levada assim às telas? Porque tenho certeza que o homem que teve a inteligência de escrever e participar da equipe de roteiristas do seriado nas primeiras temporadas não era capaz de permitir isso pelos mesmos milhões de U$. Que temporada ESDRÚXULA e PATÉTICA. Nível ralé de novela brasileira de quinta. É inacreditável o que fizeram e mais inacreditável ainda entender como decidem que uma série de excelente roteiro, de sucesso, que deram sangue pra que ela se mantivesse na Showtime, termine escrita desta forma. Já não se faz necessário citar os absurdos que já viam lá de trás e que agora chegaram ao status ABSURDOS TRASH. Lamentável.
5x13 - O desespero anencéfalo e a lágrima loser no canto do olho enrugado de White, a brilhante direção fotográfica e geral, a tensão viva saltitante e bala..., muuita bala, em uma última cena que de suspense parece ter durado os aproximados 45 min e 50 seg de todo o episódio. Coloquei minhas mãos na cabeça ao pedido de Hank e só baixei pra tentar registrar aqui de alguma forma o meu estado perplexo, diante de uma das melhores séries da história da tv. E não consegui.
Depois do perfeito "Confessions", "Rabid Dog" veio pra embaralhar tudo e instaurar um deserto de ideias. E 'confesso', que comecei a rezar pra que tenha sido apenas um fantasma do fim de Lost que passou correndo e foi-se embora...
1- Suponho que a cena ridícula de Marie não foi à toa (anotem). 2- Quanto a Jesse, por mais indícios que hajam, não considero sua morte como inevitável em "To Hajiilee". 3- A atitude de Skyler é mais do que aceitável. Foda-se... se Skyler não fosse corruptível, ela nunca haveria se desviado do caminho certo quando escolheu lavar toda a grana do Walt na 4Season. A série não se chama "breaking bad" à toa, todos se corrompem e se afundam cada vez mais nos seus individualismos.
Só acho justo criticar negativamente esse 12º episódio, ao ver ao menos o 13º. Breaking Bad nunca é óbvio e não creio que, há 4 episódios do fim, Gilligan venha nos pregar pela primeira vez em 6 anos uma peça ruim. Vou me segurar na frase do Jesse como um brasão de BrBa, até domingo: "Whatever you thing is supposed to happen.., i'm telling you, the exact reverse opposite of that is gonna happen, okay?"
5x11 Confessions Vince Gilligan presenteou a todos com o melhor e mais carregado episódio da série até aqui, a meu ver. Walter monstro, animalesco e estrategista nato. Hank perplexo e atado. Jesse, agente da asma nos espectadores. Episódio orgásmico. BITCH!
Com muito desapontamento dou 3 estrelas para essa temporada, a qual jurava que daria 5 e a exaltaria como a melhor de todas, tendo em vista os primeiros episódios. Mas o roteiro... uma peneira furada, desrespeitoso aos fãs.Tudo bem que Dexter, por mais insano que seja, não se enquadra perfeitamente em um perfil de psicopata, algo já provado nas 6 temporadas anteriores, onde Dexter encontra todos os sentimentos de um ser humano normal. Mas precisava repetir a dose, de nooovo? Praticamente metade da série foi romance mexicano que não levou a nada que não fosse o mais do mesmo. Isaak e o outrora empolgante caso da máfia se resumiu a nada, com mortes bisonhas e desfecho desapontante. Angel e Quinn, já não falo mais porque há tempos foram largados da série. Se existem 3 estrelas na minha avaliação são por Deb (incrível), e a brilhante atuação de Carpenter. Restou de algoz Hannah, faltou inteligência, sangue, casos, vilões, trama agonizante, estratégia, pressão psicológica... faltou tudo o que Dexter um dia teve. Espero muito que a 8 º temporada me console.
O personagem Isaak Sirko, um dos impulsionadores da season, é simplesmente jogado no lixo no auge do seu desenvolvimento. Esperava muito, mas muito mais. Deb, que se mostrava tão firme e mais segura naquilo que quer, simplesmente volta a ser uma banana a ponto de defender Hannah por Dexter. Quanto à Hannah e Dexter.... Já é cansativo e de um certo desleixo dos roteiristas insistirem no mais do mesmo: "ele/ela me entende". O final do episódio remete a Crepúsculo: "eu só senti dois momentos de medo, um quando vi minha mãe morrer e um quando pensei que nunca mais ia ver você..." Piegas ao cubo! Rídiculo, Dexter piegas x serial killer. Mas ainda acredito na série. Quero crer que foi só um episódio.
O envolvimento amoroso entre Deb e Dexter cogitei desde a 1º temporada e não me surpreendeu. Só é inevitável a rejeição pelo que significam os personagens, e tomara que isso seja somente para amortecer os efeitos da descoberta e não passe de mais uma fraqueza sentimental de Deb convencida por meia dúzia de frases sem convicção de uma psicóloga ridícula.
Me deixa sem entender essa enxurrada de criticas metidas sobre os rumos e identidade da série, porque sinceramente não via, nem vejo outros rumos tão diferentes desses. É inegável que a série cai em qualidade em momentos de lapsos do roteiro e em temporadas mornas e fracas como a 5º e a 3º, respectivamente. Mas quanto à identidade de Dexter, era óbvio que a série, que não era prevista de se estender tanto, tomaria outros rumos porque desagradaria mais ainda o “mais do mesmo”. Tenho fé em que tudo seja importante e evidenciado no final, sabendo dos riscos de decepção.
O Dexter comete erros amadores na temporada, e a conturbação pessoal não é justificativa pra tudo visto que o personagem é conturbado em todas as seasons e ainda assim não é tão irresponsável ao ponto de matar o assassino mais valioso da série no local onde ele próprio sabia do conhecimento da polícia ainda atrás de evidencias para o fechamento do caso.
Erraram feio.
O que também não se pode deixar passar e que merece ser lamentado é o tamanho vazio dos ersonagens Angel , Quinn e Laguerta. Os dois primeiros são dois inúteis na série que só tomaram tempo com bebedeiras e idiotices e nada acrescentaram. Ficou mais do que triste a irresponsabilidade do desprezo dos roteiristas aos personagens (que não é de agora). Batista e Laguerta são insuportáveis desde a 4º temporada. E falando da morena à parte, ela segue ridícula ao ponto de se desejar vê-la explodida por um serial killer nesta temporada, mas ainda tenho esperanças de que ela seja importante no fim da série. Assim como tenho esperanças de que a 7º não seja frustrante e uma enrolação para a 8º como a 5º foi decepcionante depois da memorável season finale da 4º.
A Sete Palmos (5ª Temporada)
4.8 478 Assista AgoraNunca fui tão tapeado por avaliações do Filmow. Um rating 4,8 pra uma verdadeira contra-produção ou é muita coincidência ou a galera que amou isso tem um gosto comum bem peculiar. Uma grande aula do que não fazer com finais de personagens e de quebra uma season finale canastrona. Todos os personagens, com exceção de David e Brenda, regrediram ou receberam um final desconexo, incoerente, incompleto e sem a lição do que de fato importava. Fora os personagens secundários que sequer final tiveram.
Fica o alerta pra quem tá entediado lá na season 3 pensando se vale a pena continuar… Se a expectativa for no tom do final da season 2 e início da season 3 esquece. Mas se a expectativa for novelesca siga em frente.
Razões com spoiler:
transformar o personagem principal depois de toda uma lição de amor com Lisa em um vilão fdp e traidor e matá-lo no ápice do egoismo por pura necessidade de dar ponto alto emotivo à série; dar liberdade à Claire pra torrar sua herança em uma cidade grande sozinha sem ter aprendido nada sobre inteligência emocional e responsabilidade; Tornar a melhor personagem (Ruth) a mais insuportável e egoista gratuita com George e modificar isso duzentas vezes aleatoriamente e depois reforçar que ela nasceu pra ser triste e amargurada por tudo que sempre dá errado; Criar toda uma situação coerente de amor verdadeiro, trauma e bloqueio pós traição entre Vanessa e Rico e riscar isso do mapa pra ficar tudo resolvido com novos investimentos e dinheiro; por fim desperdiçar a chance de dar um fim de vida coerente a cada personagem com o que cada um aprendeu e faz aprender com sua história completa de vida a mostrar como cada um pateticamente fechou os olhos pela última vez. Créditos: envelhecimento bizarro de uns personagens e outros não. Nota: dó.
1899 (1ª Temporada)
3.6 394 Assista AgoraMissão espinhosa a que deram a Baran Bo Odar: realizar, à sombra da obra-prima precursora, uma nova ficção tão instigante e puzzle quanto, mas que, agora, fosse também comercial. Em outras palavras: sacie a sede dos órfãos de Dark sem decepcioná-los e além disso seja atrativo e digerível a todos os demais públicos. Afinal, e$$e é o destination que mais interessa no fim das contas. Esse parece ter sido o mote arquitetônico de 1899 pra a Netflix.
Como esperado, o roteiro serve um banquete de mistério, suspense e enigmas a gosto do freguês. Esse não poderia ser um problema a quem já provou que domina bem essa arte e a repete muito bem novamente.
O problema em 1899 é o excesso. O roteiro, viciado por esse afã de ser inteligente e vendável, busca a todo momento entregar mais enigmas do que a história precisa e respostas o mais rápido possível, apresentando a charada e imediatamente a solução, como quem diz ao espectador: ei, aqui está a maior resposta que você precisa, eu não vou te cozinhar, agora não desiste e fique comigo para mais recompensas rápidas e secundárias. Com isso, a série é mais rápida do que deveria ser e deixa de explorar melhor seus personagens e quebra-cabeças tomando atalhos e encurtando os caminhos.
A principal amostra disso já chega ao final do 3° episódio, onde a série entrega o que, pra mim, é o principal plot twist dessa season 1:
sim, sou uma série sci-fi, futurista, de prováveis (neuro)cientistas experimentando a mente humana ou se utilizando de pessoas em uma matrix a Big Brother para um projeto maior, aos moldes de Westworld, Ruptura, Matrix ou Incception. Agora, por ora, resta apenas saber quem é o criador/arquiteto das realidades e o que ele deseja de fato com isso…
Felizmente, o final entrega, no apagar das luzes, uma boa surpresa que abre os horizontes para o que virá, e isso mantém o enredo bastante promissor.
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 747 Assista AgoraSe essa produção estivesse em uma plataforma de maior popularidade como Netflix ou Amazon, certamente estaria no centro da aclamação do mundo das séries como se tornou Lost ao trabalhar com um mistério instigante e pessoalizado como fio condutor de trama ou Black Mirror ao satirizar e jogar na real as mazelas do mundo tecnológico e moderno.
Esse show me obriga a dizer que desde Dark não éramos presentados com um universo e trama tão geniais e disruptivos, agora com o 'mundo do trabalho vs vida pessoal em um futuro distópico' como ambientação.
Baseada no mito da caverna de Platão, assim como em Matrix e na contemporânea Westworld, Severance, ou Ruptura, explode cabeças num thriller que reúne sci-fi, suspense e comédia, jogando tudo no liquidificador e produzindo um extrato cristalino e perfeitamente digerível da nossa vida real contemporânea, dos dilemas sociais modernos, dos limites morais e éticos da tecnologia, da luta e dominação de classes, do universo corporativo de disputa e insalubre, da rotina que reduz e consome o ser, da demanda por desempenhar os papeis de profissional, esposo(a), pai/mãe, filho, amigo(a) e de como se comportar e ser um eu em cada papel. O mais barato dessa série é que ela é capaz de atender a todos os públicos, sem se tornar hermética, "metida" ou "elitista" a ponto de restringir o publico como Dark ou Westworld (essa mais ainda). A série funciona ao público que só quer se ater mesmo à superfície da história sem se cansar e que já estará super atendido com uma entrega de enredo e reflexões incríveis, até ao publico que vai levar muito a sério toda a riqueza de detalhes e prismas que a série apresenta em camadas, desde os conceitos visuais, psicologia das cores e enquadramento de câmera propositalmente desconfortáveis, cenários, figurinos, subtextos, hierarquias, trilha sonora excelente que reforça a ideia de repetição e rotina, até a conceitos e dilemas filosóficos, psicossociais, religiosos, morais, éticos, econômicos, aplicados ao ambiente de trabalho e à vida fora dele, além de muito mistério. Para esse segundo público, a dica é: prepara o flipchart, uma parede limpa, postit e pincel, que tem muito ponto pra ligar e puzzle pra montar de teoria sobre a trama.
Em Ruptura, absolutamente tudo o que é apresentado se conversa, se conecta e é desenvolvido de forma que pode soar lenta, mas muito orgânica, em camadas e em conta gotas, na medida certa. O ambiente de trabalho futurístico tecnológico da Lumon contrasta com alguns elementos do passado, como os monitores de tubo 8bits, números na tela, quadros com pinturas de estilo clássico, paleta de cores retrô, reforçando a sensação de que, apesar de ultra-moderna em tecnologia, a empresa se utiliza de métodos e políticas arcaicas, o que comicamente é o presente do nosso mundo corporativo da vida real em grande parte das organizações. Na Lumon, temos setores que não se conversam, funcionários que não conhecem o proposito do que fazem, assédio moral, concorrência tóxica, níveis e andares da empresa em que as camadas mais baixas jamais tomam conhecimento de suas decisões e reais propósitos e que aparentemente são marionetes ou cobaias de um plano de dominação, tradição, política e poder que parece existir na alta cúpula. Os personagens também representam bem a ideia do desconforto e de seguir uma rotina programada, até na forma engessada de andar, nas roupas apertadas, são devidamente trabalhados pra não só serem estudos de caso, mas para gerarem empatia, carisma e assim conduzirem o espectador às descobertas e ao plano de libertação ou entendimento do que acontece por fora da caverna e que se reflete dentro. A série sacia e muito bem o espectador na sua segunda metade, entregando uma trama frenética, agonizante, subversiva e com várias faces e possibilidades de enxergar as alegorias e metáforas apresentadas. Há ainda muitas sombras a serem reveladas e isso é ainda mais instigador. Nota 10 de 10, no hype alto e já favoritada! Genial!
Dexter: Sangue Novo
3.7 396Se você viu todas as 8 temporadas de Dexter e espera ver nesse revival o que os produtores sac4nas foram incapazes de realizarem até aqui, fuja! (Já que não é possível desver nada). Mas, se você quer curtir apenas a nostalgia da série, se divertir com boas referências, easter eggs e um pouco do que poderia ser o desenvolvimento da história, assista até os 30 minutos do último episódio (não avance mais do que isso), porque os mesmos produtores estão de volta pra jogar no lixo um dos maiores potenciais de séries da história da TV. E fica tudo só no potencial mais uma vez.
E olha quanto potencial perdido:
Dexter é um serial killer que assinou centenas de pessoas e isso já o torna na trama o maior serial killer de todos os tempos. Só que ele é um gênio forense e não deixa rastros, até que alguém tão inteligente e serial killer quanto ele (um puta vilão conectado à origem de Dexter e criado pela dra. Vogel) o pusesse em apuros novamente com a polícia em um jogo de assassinatos, charadas e gato e rato, inocentando Doakes com álibis, reabrindo o caso Bay Harbor Butcher e causando uma mega operação do FBi que culminasse na prisão preventiva de Dexter como maior suspeito de ser o açougueiro. A partir daí, cabia uma última temporada focada no julgamento e na genialidade de Dexter e seu advogado pra livra-lo, além de explorar a opinião pública inflamada sobre o caso, colocando em cheque conceitos morais e religiosos sobre justiça e justiçamento, até que fosse provado que Dexter causou a morte de pessoas inocentes para se livrar e que isso o descredibiliza perante todos os apoiadores e Deb (que eu não teria matado) e Harisson. Ao filho de Dexter eu daria a trama similar à que foi dada em New Blood, exceto na sua decisão final. Dexter fugiria e, só após tudo isso, seria morto pela dra Vogel (que também não teria matado), que se suicidaria por remorso do que ajudou a criar e a história teria um fim. Qualquer mente minimamente criativa, em poucos instantes pensaria um desenvolvimento melhor com o personagem de Jeff Lindsay em mãos. Mas Dexter New Blood tambem não foi nada disso.
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraSimilar ao que ocorreu com os idealizadores de Lost, os roteiristas de Game Of Thrones foram vítimas cabais da grandiosidade da própria obra, que tomou proporções gigantescas que nem os próprios conseguiram domar no tempo. E se erraram, foi em criar expectativa demais por desenvolver muito bem as narrativas de uma gama de personagens, sem se dar conta de que não teriam tempo pra concluir tudo no tempo certo. Arrisco dizer que talvez a decisão de concluir logo a série tenha se dado por alguma previsão contratual com GRRM, que precisaria concluir a obra nos livros à sua maneira e sem interferência da série, ou por extenuação do elenco debruçados em quase uma década no mesmo trabalho, pois do contrário, a série não tinha motivo algum do ponto de vista de receita exorbitante e do seu sucesso crescente e avassalador, para ter concluída tanta história em tão pouco tempo. Decisão: resolveram concluir tudo em apenas 13 episódios. Resultado: um desfecho poético e coerente com toda a história, porém esvaziado pela ausência da devida construção que lhe levaria em segurança até ali. Consequências: abismos lógicos, pontas soltas, destrato à construção da história dos personagens, desrespeito a grande parcela de fãs. Por mais que a decisão de correr pra concluir a série tenha sido uma decisão inevitável pelas circunstâncias, fica uma sensação melancólica de se ter desperdiçado a chance de ser não só a maior obra a título de série de TV de todos os tempos, em termos de magnitude de super produção, mas de ser concluída à altura e figurar na mesma galeria de sucesso até a conclusão em que estão The Sopranos ou Breaking Bad, por exemplo. Melancolia essa, maior do que a desprazer do fato de não mais ver todos os personagens que apreciamos por quase 10 anos, em misto de apegos e desapegos. É ainda mais triste ver médias pífias de avaliações gerais àquele que seria o ápice de glória e majestade de GOT.
Acerca da temporada em si, é visualmente uma das mais incríveis, com recortes fotográficos dignos de sua season finale, assim como nos efeitos visuais, figurino e maquiagem impecáveis e que devem arrastar novamente com folgas as premiações técnicas do EA. Quanto ao roteiro, este se apresenta da mesma forma que se apresentou na 7º temporada (ou parte 1): uma sinopse, ou ainda pior, um compacto desonesto que suprimiu inúmeras cenas importantes. Ou seja, A sensação novamente é de se assistir a um resumo superficial do que veríamos em, pelo menos, mais 4 ou 5 temporadas. A produção até se esforça no desenho das principais cenas que se esperava desde a primeira temporada acontecer e traz bons e agonizantes episódios como o episódio 3 , mas, como dito, é traída pelas lacunas e boa parte da obra televisiva se desmorona, como quem adiciona uma laje para concluir a construção de um castelo de 10 andares sem colunas do 6º em diante. Resta ao telespectador criar na mente os fatos e cenas que melhor conduziriam às decisões do desfecho sem soar abrupto como foi pra grande parte dos fãs, de perfil intolerante a conversas mal explicadas. Aos menos negativistas e mais avessos ao roteiro que se autoexplica, como eu, a experiência do desfecho e da temporada em si não é, por assim dizer, negativa. É que não poderia ter sido feito algo melhor em 6 episódios, então, por essa circunstância, a produção final sai do posto de horror para um lugar de afeto. E esse é o agridoce prêmio de consolação.
Tirando o fato de que não houve desenvolvimento digno, quem demonizou ou rechaçou o destino dado aos principais personagens parece não ter assistido atentamente à série, pois todos foram coerentes e plausíveis dentro do universo, por mais que um ou outro final também possa ter sido diferente e não comprometer a coerência, uma vez que é característica da história de GRRM ser multifacetada e constantemente abrir novas possibilidades de rumos.
Contudo, mesmo com pouco tempo de tela pra resolver o mundo, a produção de fato peca e feio em alguns pontos:
1. O inverno rigoroso, tão prometido, nunca chega a Westeros, radiante ao sol nesta temporada. Aliás, o mesmo inverno foi inclusive motivo de adiamento das filmagens que por fim usaram papel picado pra fazer neve. Enfim, vemos somente uma neve tímida e comum no norte e nada mais. Bola murcha sem explicação.
2. O arco do rei da noite e seus caminhantes foi um dos mais prejudicados pelo resumo da história, que ao final não teve a explicação e importância que merecia, reduzido a mero prólogo à guerra do trono. Por que subsistem no frio? Por que sacrificam crianças? Por que uns são wights e outros não? Por que não falam? Onde está a magia ou objeto para criar outros wights e onde ela pode ser encontrada? O erro aqui é imperdoável, pois dava pra pegar tempo de bastante conversa fiada ao longo do 7º e 8º ano e desenvolvido melhor isso.
3. A "loucura" de Daenerys é o outro principal fato prejudicado pela sintetização do roteiro e soa abrupta, além da sensação de esvaziamento da importância da descendência de Jon, muito embora ela tenha sido um dos principais fatores que contribuem para a revolta da Mãe dos dragões.
De pontos muito positivos:
1. O desfecho de Jon parece ser o mais promissor para o que virá a ser tratado por Martin nos livros, pois na série de fato ele é confirmado como a personificação do gelo e fogo, o equilíbrio, o ying yang que salvaria Westeros do caos e da tirania (longa escuridão) e que sacrifica a sua amada e a sua liberdade para isso, o verdadeiro Azor Ahai. Pena que o tempo novamente traiu a recepção e percepção de tudo isso e torna o seu triste final à muralha muito difícil de digerir.
2. Tiryon Lannister, finalmente retorna à série no episódio final, depois de sumir no final da 4º temporada e resume pra gente a decisão final: "Às vezes, o dever é a morte do amor" (que homem!).
Apesar de tudo, Game Of Thrones esteve, está e estará para sempre na história da TV, queiram bem o seu final suprimido ou não.
"As pessoas estão com fome de mais do que apenas comida. Elas anseiam por distrações. E se não as fornecermos, elas vão criar as suas próprias. E suas distrações provavelmente acabarão por nos despedaçar." - Olenna Tyrell
3,9 - 5,0
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraBreaking Bad alcançou literalmente a química perfeita entre arte e um público sedento por obra de arte. E ao som de Baby Blue é difícil conter a emoção, até no mais durão dos marmanjos.
Sobre o último episódio, confesso que as artimanhas e genialidades de Heisenberg contra Lydia e os nazis já não me surpreenderam tanto como nos episódios passados, dada o entendimento total das suas capacidades de fazer brotar no improvável a solução mágica. Mas nada capaz de tirar as 5 estrelas do episódio e da série. Faltava esclarecer a morte de Hank e o roteiro novamente entregou o que restava de forma sucinta e bastante na última cena entre Walt e Skyler.
O fim de Jesse foi perfeito, dada a sua natureza pura e humana que nada mais foi do que vítima, primeiramente das suas próprias escolhas, e posteriormente de Walt, quando ele mesmo quis sair de tudo e já não era mais possível.
Vince Gilligan nos mata do coração por pelo menos 3 vezes ao dar tomadas falsas de câmera que nos fazem crer que Jesse vai atirar em Walt ou atropelá-lo e isso foi fantástico. E Vince é o verdadeiro badas. Como esperado, a série se encerra sem brechas, uma vez que é tão perfeita que não precisa do fim pra cravar a perfeição. Antes mesmo já está claro que cravará, dada à fidelidade com o telespectador e à realidade.
Seriado épico, um marco que dividirá a TV em duas eras e que, sem dúvidas, ainda receberá diversas homenagens póstumas, como Emmy 2014, e memórias póstumas, por só na 5º temporada ter alcançado uma vitrine digna, que convida aqueles que não tiveram o prazer de acompanhar em tempo real, mas que ainda podem ter a rica oportunidade de entender que existiu obra prima na TV pós-moderna.
De ponto muito negativo, só fica a perda irreparável e a dor de cotovelo doentia ao querer ouvir a melodia nostálgica de Baby Blue (Badfinger) por dias.
http://www.youtube.com/watch?v=C53QAuOoSgc&feature=youtu.be
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraFaltam 2 dias e, sinceramente, jamais pensei que um seriado me faria querer como um louco ir a um cemitério às 22h. E acho que não só eu, pelo visto. Breaking Bad arrebata quem tem a disponibilidade e a sutileza de acompanhar e degustar cada prato exótico que é cada episódio. Como todos os fãs dilacerados, a sensação é de prazer de ter vivido e acompanhado em tempo real essa obra prima e de "tristeza orfânica", que exige neologismos nos elogios, porque é difícil achar elogios compatíveis com a produção. Kit lenço, correntes e fraldas (ok). Preparado para Felina (eu acho).
Dexter (8ª Temporada)
3.5 1,7K Assista AgoraParece que alguém chegou no último episódio de Dexter e disse: "Espera, eu vou salvar essa poha." E conseguiram dirigir um episódio quase impecável, carregado de emoção e um dos melhores dos 8 anos da série.
Tudo bem que até o mais insensato fã de Dexter, em meados de 2011, ainda sonhava com uma penúltima e última temporada que tratasse de segredos ainda não revelados do passado do marcante anti-herói, que o desafiasse com mais dois incríveis vilões, que o revelasse, que o afunilasse, o colocasse em cheque contra tudo e todos, até o momento do julgamento e da tão temida cadeira e mais algum punhado de surpresa agradável pra coroar. Mas infelizmente não foi isso que os roteiristas quiseram e cá cheguei, desiludido até o último episódio, vendo por ver e não jogar fora 8 anos. E depois de 8 anos, dentro da realidade de roteiro em que se encontrava a série, a meu ver não poderia haver final melhor e mais justo, dado o marasmo das duas últimas temporadas. Episódio repleto de referências as todas as temporadas, brilhante... Mas... aquele minuto final...
Ah... o minuto final, o dono da história foi quem mandou. Goste quem quiser.
E não precisa citar o fim (que não houve) dos personagens secundários, porque pra ficar condizente com as outras temporadas isso não importa, né?
Por fim, entendi Dexter como uma história incrível que passou pela caneta de 'uma ruma' de gente boa e otária. O fim, no final das contas, parece não ter passado de uma realização particular e egoísta de Lindsay. Nada mais.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraFinalmente Vince Gilligan nos mostra aonde quer chegar com Walter na série: no monstro vilão. Algo que já parecia óbvio, mas que até o início do 14º episódio era válido ser ponderado, considerando o "ato humano" de Walter ao tentar poupar a pele do concunhado depois de tudo. O início de Ozymandias nos levou a crer que Walter continuaria a ser apenas um anti-herói e levaria consigo nacos de humanidade e amor pela família até o fim. Mas, não. Definitivamente, não. Heisenberg provou em definitivo que a sua família não passa de um subterfúgio, que as suas bondades em prol dos seus já são meras questões de conveniências e que o mal sobre ele chegou ao estágio completo de dominação. Logo, temos duas pontas inteiramente opostas e inimaginavelmente interligáveis, salientadas de forma brilhante com a cena piloto do Walter pai de família versus o Walter perdido e agora inteiramente dominado das cenas finais.
Tirando toda a agonia e tensão, achei interessante a referência ao possível fim de Walt e Jesse na série:
o fato de que Walter e Jesse estiveram em frente ao mesmo cemitério aguardando o carro que os levaria a um novo rumo no fim do episódio.
Tensão à flor da pele. Só restam aproximadamente 95 minutos de série e cabeças de dedos a se recomporem (ou não) até lá. All hail the Queen (of every series)!
Dexter (8ª Temporada)
3.5 1,7K Assista AgoraDexter se fez real e esquartejou Jeff Lindsay? Alguém tem notícias do autor? Ou ele foi mercenário ao ponto de deixar sua história ser levada assim às telas? Porque tenho certeza que o homem que teve a inteligência de escrever e participar da equipe de roteiristas do seriado nas primeiras temporadas não era capaz de permitir isso pelos mesmos milhões de U$. Que temporada ESDRÚXULA e PATÉTICA. Nível ralé de novela brasileira de quinta. É inacreditável o que fizeram e mais inacreditável ainda entender como decidem que uma série de excelente roteiro, de sucesso, que deram sangue pra que ela se mantivesse na Showtime, termine escrita desta forma. Já não se faz necessário citar os absurdos que já viam lá de trás e que agora chegaram ao status ABSURDOS TRASH. Lamentável.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista Agora5x13 - O desespero anencéfalo e a lágrima loser no canto do olho enrugado de White, a brilhante direção fotográfica e geral, a tensão viva saltitante e bala..., muuita bala, em uma última cena que de suspense parece ter durado os aproximados 45 min e 50 seg de todo o episódio. Coloquei minhas mãos na cabeça ao pedido de Hank e só baixei pra tentar registrar aqui de alguma forma o meu estado perplexo, diante de uma das melhores séries da história da tv. E não consegui.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista Agora"Mr. White... he's the devil." (Pinkman, Jesse)
Depois do perfeito "Confessions", "Rabid Dog" veio pra embaralhar tudo e instaurar um deserto de ideias. E 'confesso', que comecei a rezar pra que tenha sido apenas um fantasma do fim de Lost que passou correndo e foi-se embora...
1- Suponho que a cena ridícula de Marie não foi à toa (anotem).
2- Quanto a Jesse, por mais indícios que hajam, não considero sua morte como inevitável em "To Hajiilee".
3- A atitude de Skyler é mais do que aceitável. Foda-se... se Skyler não fosse corruptível, ela nunca haveria se desviado do caminho certo quando escolheu lavar toda a grana do Walt na 4Season. A série não se chama "breaking bad" à toa, todos se corrompem e se afundam cada vez mais nos seus individualismos.
Só acho justo criticar negativamente esse 12º episódio, ao ver ao menos o 13º. Breaking Bad nunca é óbvio e não creio que, há 4 episódios do fim, Gilligan venha nos pregar pela primeira vez em 6 anos uma peça ruim. Vou me segurar na frase do Jesse como um brasão de BrBa, até domingo: "Whatever you thing is supposed to happen.., i'm telling you, the exact reverse opposite of that is gonna happen, okay?"
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista Agora5x11 Confessions
Vince Gilligan presenteou a todos com o melhor e mais carregado episódio da série até aqui, a meu ver.
Walter monstro, animalesco e estrategista nato. Hank perplexo e atado. Jesse, agente da asma nos espectadores. Episódio orgásmico. BITCH!
Dexter (7ª Temporada)
4.1 1,0K Assista AgoraCom muito desapontamento dou 3 estrelas para essa temporada, a qual jurava que daria 5 e a exaltaria como a melhor de todas, tendo em vista os primeiros episódios. Mas o roteiro... uma peneira furada, desrespeitoso aos fãs.Tudo bem que Dexter, por mais insano que seja, não se enquadra perfeitamente em um perfil de psicopata, algo já provado nas 6 temporadas anteriores, onde Dexter encontra todos os sentimentos de um ser humano normal. Mas precisava repetir a dose, de nooovo? Praticamente metade da série foi romance mexicano que não levou a nada que não fosse o mais do mesmo. Isaak e o outrora empolgante caso da máfia se resumiu a nada, com mortes bisonhas e desfecho desapontante. Angel e Quinn, já não falo mais porque há tempos foram largados da série. Se existem 3 estrelas na minha avaliação são por Deb (incrível), e a brilhante atuação de Carpenter. Restou de algoz Hannah, faltou inteligência, sangue, casos, vilões, trama agonizante, estratégia, pressão psicológica... faltou tudo o que Dexter um dia teve. Espero muito que a 8 º temporada me console.
Dexter (7ª Temporada)
4.1 1,0K Assista AgoraHelter Skelter foi o pior e mais 'no sense' episódio de toda a série.
O personagem Isaak Sirko, um dos impulsionadores da season, é simplesmente jogado no lixo no auge do seu desenvolvimento. Esperava muito, mas muito mais. Deb, que se mostrava tão firme e mais segura naquilo que quer, simplesmente volta a ser uma banana a ponto de defender Hannah por Dexter. Quanto à Hannah e Dexter.... Já é cansativo e de um certo desleixo dos roteiristas insistirem no mais do mesmo: "ele/ela me entende". O final do episódio remete a Crepúsculo: "eu só senti dois momentos de medo, um quando vi minha mãe morrer e um quando pensei que nunca mais ia ver você..." Piegas ao cubo! Rídiculo, Dexter piegas x serial killer. Mas ainda acredito na série. Quero crer que foi só um episódio.
Dexter (6ª Temporada)
4.2 982 Assista AgoraUma das melhores temporadas de toda a série.
O tema abordado foi perfeito, apesar de algumas falhas e frustrações de roteiro. Não existe mesmo série perfeita.
O envolvimento amoroso entre Deb e Dexter cogitei desde a 1º temporada e não me surpreendeu. Só é inevitável a rejeição pelo que significam os personagens, e tomara que isso seja somente para amortecer os efeitos da descoberta e não passe de mais uma fraqueza sentimental de Deb convencida por meia dúzia de frases sem convicção de uma psicóloga ridícula.
Me deixa sem entender essa enxurrada de criticas metidas sobre os rumos e identidade da série, porque sinceramente não via, nem vejo outros rumos tão diferentes desses. É inegável que a série cai em qualidade em momentos de lapsos do roteiro e em temporadas mornas e fracas como a 5º e a 3º, respectivamente. Mas quanto à identidade de Dexter, era óbvio que a série, que não era prevista de se estender tanto, tomaria outros rumos porque desagradaria mais ainda o “mais do mesmo”. Tenho fé em que tudo seja importante e evidenciado no final, sabendo dos riscos de decepção.
DE MUITO NEGATIVO:
O Dexter comete erros amadores na temporada, e a conturbação pessoal não é justificativa pra tudo visto que o personagem é conturbado em todas as seasons e ainda assim não é tão irresponsável ao ponto de matar o assassino mais valioso da série no local onde ele próprio sabia do conhecimento da polícia ainda atrás de evidencias para o fechamento do caso.
O que também não se pode deixar passar e que merece ser lamentado é o tamanho vazio dos ersonagens Angel , Quinn e Laguerta. Os dois primeiros são dois inúteis na série que só tomaram tempo com bebedeiras e idiotices e nada acrescentaram. Ficou mais do que triste a irresponsabilidade do desprezo dos roteiristas aos personagens (que não é de agora). Batista e Laguerta são insuportáveis desde a 4º temporada. E falando da morena à parte, ela segue ridícula ao ponto de se desejar vê-la explodida por um serial killer nesta temporada, mas ainda tenho esperanças de que ela seja importante no fim da série. Assim como tenho esperanças de que a 7º não seja frustrante e uma enrolação para a 8º como a 5º foi decepcionante depois da memorável season finale da 4º.
E por ultimo:
O estagiário poderia render um grande vilão para a 7º já que é isso que a temporada dá entender.
Ansioso por Setembro.