Sem dúvidas é, tecnicamente, uma das melhores séries da televisão atual. O visual magnânimo, fruto de uma direção de arte e fotografias excepcionais, só eleva a loucura que a direção e a edição - cujo trabalho deve ser uma insanidade - realizam de forma extremamente única.
É realmente um absurdo ter sido cancelada tão precocemente. Embora realmente não tenha cumprido todo o potencial que demonstrou ter no primeiro episódio, a série ainda assim foi ótimo, possuindo diversas qualidades. A parte técnica é, quase inteiramente, ótima. A fotografia, direção de arte, a direção, a maquiagem, efeitos especiais, etc. Ambientação e atmosfera perfeitas para gerar uma expansão do universo sombrio da DC - que era planejada, como dito em entrevistas e pela participação tanto do Vingador Fantasma quanto do Demônio Azul. Seria de um deleite absurdo ver um John Constantine nesse universo. Infelizmente, novamente isso vai ficar apenas no plano das ideias.
Os dois primeiros episódios possuem um nível muito bom, e mostravam um potencial gigantesco para o resto da série. No entanto, surpreendentemente, os episódios 4 e 5 decaem a um patamar inacreditável: parece que tudo piora. A direção diminui de qualidade até parecer amadora, com algumas cenas bem mal realizadas, o roteiro deixa os personagens extremamente superficiais - e, vale dizer, irritantes -, e até mesmo o Dominic Cooper diminui um pouco o bom trabalho que vinha fazendo antes com sua atuação. Sorte que o episódio final foi redentor e retornou à qualidade que a série havia demonstrado no início.
Como as comparações são inevitáveis, o filme de 2012, um dos meus favoritos, definitivamente ainda é minha adaptação predileta. Embora aqui as atuações sejam extremamente competentes também, destacando Dominic Cooper, Lily Collins, Olivia Colman, Adeel Akhtar e David Bradley - o David Oyelowo não tinha me convencido, mas tem algumas cenas incríveis no episódio final -, ainda prefiro basicamente o elenco todo do musical - embora confesso que a dupla Thenardier ainda me deixa balançado, pois ambas são sensacionais. Ademais, a série - obviamente por conta de orçamento e etc - é bem fraquinha no que concerne o visual, que não é um dos pontos fortes e, na verdade, é bem genérico para uma produção da BBC. No entanto, o óbvio mérito dela sobre o longa de 2012 é, por ter maior duração, apresentar a história de forma mais ampla e coesa, o que sucede bastante nos 3 primeiros episódios, mas falha miseravelmente nos dois seguintes.
Temporada ótima, incrível. Superior à primeira em diversos aspectos, o que me surpreendeu bastante. A parte técnica é incrível, assim como as atuações - vejo tanta gente focando no ótimo J.K. Simmons que às vezes esquecem de quão excelente é Olivia Williams. Os personagens, sobretudo os coadjuvantes, se elevam e tornam o todo muito mais interessante, assim como o suspense e os mistérios, que são muito bem trabalhados.
É uma pena que a série tenha sido cancelada pois ela definitivamente merecia mais reconhecimento - o episódio que explica a origem da passagem é simplesmente excepcional. O final, embora não seja tão aberto - e, portanto, decepcionante - quanto poderia ser, ainda assim possui um enorme potencial para ser continuado.
A série o tempo todo demonstra que tem um enorme potencial em diversos aspectos, mas infelizmente em pouquíssimos momentos chega a atingi-lo.
Se tivessem um pouco - ou um tanto - mais de esmero pelo roteiro, a série se elevaria bastante, evitando as infinitas situações bobas, patéticas, irreais, que subestimam a inteligência e racionalidade do espectador a ponto de fazer um se retorcer ao assistir, tamanha a vergonha alheia e a indignação - as, graças a Deus, pequenas participações da personagem da Danielle Campbell, por exemplo, são todas simplesmente ridículas. Isso acontece, sobretudo, nos 6 primeiros episódios, embora tenham havido momentos de alívio nesse meio. A trama, analisando de um modo macro, é bem bacana e interessante, tal como os personagens, que são sem dúvidas o ponto alto - embora, novamente, o roteiro muitas vezes não saiba lidar com eles, descaracterizando-os de uma hora pra outra, e prejudicando a coesão -, sobretudo Alex e Nico - protagonista das melhores cenas da temporada.
Esses problemas, assim como outros, diminuíram bastante do episódio 7 em diante, que foi quando a temporada realmente me conquistou - e fez aparecer mais meia estrela na minha avaliação. Os atores, mais acostumados a seus personagens, evoluíram bastante desde a última temporada, e espero que assim continue para a próxima. Sobre essa, inclusive, espero que venha logo, pois devo admitir que, surpreendentemente, o cliffhanger do season finale me pegou de jeito.
Não curti tanto como a segunda temporada, os aspectos ótimos e singulares da série - o humor-negro, o pessimismo, o caricato, etc - não estavam tão apurados nessa como estavam na anterior. Ainda assim, é bem superior à primeira, e o visual continua sendo um incrível ponto alto.
Mesmo não tendo apreciado tanto quanto esperava, vi aqui muitas críticas injustas à temporada. A maioria delas relacionadas a ações - mas, principalmente, omissões - que são adaptadas fielmente dos livros. Eu não li nenhum deles, porém pesquisei o suficiente para saber que muitas perguntas não respondidas - e respostas não tão explicitadas - também não o foram na saga literária, que, inclusive, termina com um ponto de interrogação bem maior que a série. Portanto, algumas reclamações deveriam ser endereçadas, na verdade, para os livros, e não para a adaptação.
Não quero pensar que nunca mais verei John Malkovich interpretando Hercule Poirot. Atuação incrível, com a carga dramática perfeita para a abordagem da trama.
No geral, creio que manteve o nível da primeira, embora eu tenha a impressão que tenha me divertido e dado mais risadas com essa. Vale notar, no entanto, que os 3 últimos episódios merecem destaque no panorama geral e sem dúvidas estão entre os melhores da série - o 8, inclusive, é provavelmente o melhor.
Ainda não terminei, mas já gostaria de comentar aqui para deixar registrado como poucas coisas na televisão podem/poderão ser tão extraordinários quanto o episódio 6 dessa temporada. A qualidade é incomparável, simplesmente extraordinária. Ainda que com uma forma experimental e diferente do resto da série, simboliza perfeitamente o que ela é. Totalmente coerente, com uma escrita impecável e muito sábia que, conjunta com um voice-acting perfeito de Will Arnett, é hábil em fazer chorar e rir com semelhante sucesso.
Vale destacar que temos nessa temporada algumas cenas de ação que são realmente incríveis, dirigidas de forma dinâmica e muito bem coreografadas. Ademais, mesmo que algumas estejam em um nível inferior, elas ainda assim se sobressaem em relação àquelas da primeira temporada.
A palavra que definiu essa temporada enquanto ela durou, na minha opinião, foi irregularidade. Em uma semana, tínhamos um episódio realmente ótimo, com uma escrita bem bacana, uma direção boa e, sobretudo, um visual interessantíssimo - a fotografia, em vários desses momentos, era um fator diferenciador da série, alcançando realmente uma excelente qualidade. Na semana seguinte, no entanto, o roteiro parecia ter sido escrito por uma criança animada - diálogos ruins, situações extremamente galhofas e irreais, inverossimilhança, tanto externa quanto interna, momentos de uma estupidez e de um caráter bobo inacreditáveis, personagens com memória seletiva e totalmente descaracterizados, entre diversas outras falhas gravíssimas -, uma direção incompetente - o episódio dirigido pelo Ben McKenzie foi um que se sobressaltou na falta de qualidade - que geraram cenas risíveis de tão mal planejadas e executadas.
Se, ao menos tomando alguns episódios específico como base podemos encontrar ótimos momentos, fica difícil dizer o mesmo quando se analisa a temporada de modo geral. Primeiramente, é preciso mencionar a hiperinflação de acontecimentos e plots, o que acaba abaixando a qualidade de todos eles. Todo o arco do Ra's Al Ghul - que até é bem interpretado pelo Alexander Siddig - é incrivelmente ruim em sua totalidade, com escolhas que são inexplicáveis para uma mente racional e que desperdiçam o gigantesco potencial do vilão. Por algum motivo obscuríssimo, os roteiristas acharam que seria uma boa ideia envolver a pior personagem da série, Bárbara Kean - extremamente tosca, forçada e incoerente -, com o vilão, gerando um romance ridículo, diversos momentos tosquíssimos - Bárbara chega a se tornar, por algum tempo, a própria Cabeça do Demônio!!! - que fazem a participação do líder da Liga dos Assassinos em Gotham ser pior que a sua participação em Arrow. Leslie Thompkins também merece ser destacada aqui como uma personagem extremamente ruim, possuindo um arco incompreensível nessa temporada. E, para coroar a galhofada, temos a presença indigerível da vilã Hera Venenosa, sobre a qual prefiro nem comentar.
Outro aspecto inexplicável de Gotham é a vontade imensurável que os roteiristas possuem de, em qualquer oportunidade propícia, fazer com que a maioria dos personagens possíveis tomem parte em uma trama ou, até mesmo, nos casos mais graves, estejam juntos em cena. E o curioso sobre isso é que o resultado geralmente é o mesmo: uma galhofa boba onde simplesmente não sabe-se o que fazer com cada um, condenando grande parte deles à descaracterização e inverossimilhança. Alianças totalmente improváveis são formadas a todo momento com o único intuito óbvio de reunir essas pessoas em um só lugar.
Para não dizer que fui só chato, dá para pontuar alguns pontos positivos. A participação do vilão Professor Pyg foi, no geral, realmente muito boa - graças, principalmente, à caracterização e à atuação de Michael Cerveris - e gerou momentos bacaníssimos, embora tenha tido um final desagradável - e que subverteu um tanto as boas qualidades. A relação do Pinguim - que, vale dizer, continua sendo, com raras exceções, a melhor coisa da série graças ao achado que foi Robin Lord Taylor - com o menino Martin trouxe algumas facetas bacanas ao personagem e gerou situações interessantes. O Charada, embora tenha decaído muito no final da temporada, teve alguns de seus melhores momentos na série. O vínculo entre Gordon e Bullock - esse último que continua a ser um extremamente carismático - percorreu caminhos e dilemas bacanas. Por último, não seria justo deixar de tecer elogios à atuação de Cameron Monaghan, que está sempre incrível, embora eu não concorde ou me agrade com algumas das escolhas que fizeram para o personagem.
Para finalizar, vale dizer que os momentos finais da season finale a salvaram de ser bem decepcionante. A preparação para a próxima temporada - que, a meu ver, muito acertadamente, vai ter menos episódios e será a última - sucedeu muito bem em aquecer os corações dos fãs e criar grande expectativa para os próximos 13 episódios, onde veremos Gotham ser literalmente o que já vinha sendo: uma terra de ninguém. Me agradou muito, também, esse conceito do Bruce ter de finalmente se tornar o Batman não através de um isolamento em relação à cidade - como é o que acontece em todas as outras mídias, na qual o personagem some por um longo intervalo de tempo e volta já preparado -, mas através de um isolamento NA cidade, fortalecendo o que me parece ser a tese da série: Gotham City é, assim como qualquer outro, uma personagem fundamental na mitologia do homem-morcego.
Além do visual, que é simplesmente deslumbrante durante todo o decorrer da temporada, algo que chamou bastante minha atenção foi a qualidade de The Terror em estabelecer o tom desejado a cada momento. A tensão é gerada tanto em situações onde o perigo é claro e visível - ou nem tão visível assim - quanto em momentos mais sutis, como em alguns incríveis diálogos ou cenas que inicialmente não parecem tão úteis assim. Também é curiosíssima a jornada que temos em relação a gostar ou desgostar - ou os dois concomitantemente - de certos personagens, que vão crescendo de uma forma inesperada e ganhando o apreço. Inclusive, são eles que seguram - e elevam - a trama e tornam a parte final da temporada algo ótimo a ser apreciado - não só tecnicamente -, em detrimento de alguns problemas - e talvez decepções, dependendo de quais eram as expectativas - do início.
Outro ponto extremamente positivo de The Terror é seu elenco, que, apesar de não contar com grandes nomes, possui alguns rostos conhecidos e que surpreendem com a grandiosa qualidade de suas atuações. Meu muito apreciado Ciarán Hinds entrega uma ótima atuação, mas quem se destaca entre os carros chefes é Jared Harris - como não poderia deixar de ser visto os fatos que acontecem no decorrer da temporada. Mas, não obstante, temos grandes atuações de Tobias Menzies, Adam Nagaitis, Ian Hart - que me surpreendeu bastante com um personagem extremamente bad ass - e Paul Ready - que se destaca mais para o final.
Depois de terminar a minissérie, fiquei sabendo - e, por conta disso, também muito surpreso - das diversas mudanças em relação à obra original, o que não é, necessariamente, algo negativo. Porém, é possível perceber sim alguns pontos fracos decorrentes disso. No entanto, de modo geral, a série é bem competente e interessante. Alguns momentos podem ser um tanto quanto novelescos e melodramáticos, com situações bem artificiais, mas o mistério sucede em envolver e criar tensão. Além disso, o visual é bem agradável e temos, no geral, boas atuações, com destaque para Matthew Goode e Morven Christie.
Notavelmente bem superior à primeira temporada. Se na anterior os episódios pareciam demorar a passar e não criavam grande entretenimento, aqui tem-se diversão garantida. Não sei exatamente apontar as diferenças - se é que há - da série na abordagem de sua própria personalidade e de seu caráter original e autoral, mas fato é que nessa temporada passei a apreciar DEMAIS sua singularidade, seu aspecto cartunesco, caricato e burlesco - os dois últimos adjetivo aqui com conotação totalmente positiva. O visual, excelente, complementa perfeitamente o roteiro, ao afirmar que devemos ter uma total suspensão de descrença pra aproveitar realmente o show - embora, admito, que muitas vezes há certa dificuldade, principalmente graças ao CGI fraquíssimo. O texto, inclusive, aqui sucede muito mais que anteriormente, principalmente na construção do humor, que usa do seu muito agradável caráter lúdico para fazer os mais variados tipos de jogos de palavra, trocadilhos, repetições bem encaixadas, entre outros recursos. Além disso, é curiosíssimo como, apesar de toda a caricatura, a série consegue transmitir mensagens e reflexões profundas - que vão desde informações despretensiosas a análises quase niilistas. Não seria possível - ou muito menos justo -, no entanto, elogiar tanto a série sem comentar sobre quão ótimo Neil Patrick Harris é no papel de Conde Olaf - novamente com seus disfarces interessantíssimos. Também gosto muito da atuação da Lucy Punch como Esmé Squalor. Na verdade, aprecio muito todo o exagero e o caráter cartunesco na atuação da maioria do elenco e fico um tanto quanto surpreso ao ver pessoas não conseguindo enxergar essa característica fundamental, criticando pela falta da verossimilhança externa.
Depois de termos um drama/suspense de tribunal na primeira temporada, o foco diferenciado dessa segunda causou certa surpresa. Mas, pensando bem, não havia necessidade da série continuar em um padrão, e percorrer um caminho diferente foi algo positivo. Mesmo assim, é inegável a superioridade do primeiro ano. De fato, é deveras interessante toda a exploração da psique e história do psicopata Andrew Cunanan, gerando um misto de sentimentos e opiniões. Além disso, Darren Criss é, sem dúvida alguma, a melhor coisa dessa temporada, o ator esteve incrível desde o primeiro momento e conseguiu explorar todos os pontos e façanhas do personagem. Ainda assim, também não dá pra negar que provavelmente era possível mostrar a história em menos episódios, sendo um ou dois deles até mesmo bem entediantes. Porém, felizmente, o mesmo adjetivo negativo não poderia jamais ser utilizado para descrever o season finale, que, na minha opinião, é o melhor episódio da série, com destaque para a genialidade que são os minutos finais. Simplesmente incrível, com um tom extremamente acertado e com uma fotografia belíssima.
P.S: Destaques para as atuações dos coadjuvantes Judith Light, Jon Jon Briones e Max Greenfield.
Os sete primeiros episódios seguiram uma linha bacana, focando no aspecto investigativo - que, apesar de bom, poderia ser muito melhor se seguisse o clima que a abertura excelente possui - e tendo como base forte os personagens. Nesse início, a Jessica e os coadjuvantes se mantém interessantes e coerentes, e diversos dos seus traços e complexidades são abordados de uma forma agradável. Porém, depois que entra em cena o aspecto familiar da história a coisa desanda de uma forma inacreditável. Parece que a Alisa foi um recurso que os produtores foram obrigados a usar e que, por isso, os roteiristas não souberam o que fazer.
A partir do episódio oito, o roteiro decai em soluções fáceis, situações duvidáveis e extremamente inverossímeis. Personagens tomando atitudes extremamente questionáveis e irreais, mudando de opinião e personalidade de uma hora pra outra. O último episódio é totalmente fora de tom ao não conseguir expressar todo o sentimentalismo cansativo que buscava - afinal, já estava exausto da repetição do mesmo dilema e na cegueira da personagem principal em ver a resposta óbvia para a situação - e com um final extremamente anticlimático e conveniente demais. Provavelmente foi o episódio com o pior roteiro, o que é realmente uma grande infelicidade. Também não poderia deixar de citar a má qualidade das cenas de ação e de violência, que, graças tanto à direção quanto aos efeitos especiais, são absurdamente artificiais - isso é uma marca de quase 100% das cenas que envolvem a atriz Janet McTeer.
Um destaque extremamente positivo para mim nessa temporada foi a personagem Jeri Hogarth. Além de ser interpretada pela melhor atriz da série, Carrie-Anne Moss - que é absolutamente incrível -, ela possui um arco que me agradou bastante. O fato de ele ter sido quase totalmente paralelo à história principal não me incomodou nem um pouco - na verdade, a personagem parecia muito mais deslocada quando estava lidando com o arco principal.
Para esclarecer, essa segunda temporada refere-se, na verdade, aos dois episódios lançados em 2018, ou seja, refere-se à adaptação do terceiro livro da série, intitulado Vocação para o Mal. Os episódios referentes ao segundo título, O Bicho-da-Seda, fazem parte da primeira temporada.
Graças a Zeus o finalzinho deu uma guinada - do episódio 10 em diante - e tornou a série bem mais interessante do que vinha sendo. Antes disso, o visual - principalmente direção de arte - e os efeitos bem trabalhados não conseguiam balancear um roteiro falho, com diálogos toscos, decisões e saídas fáceis, oportunidades desperdiçadas, e uma falta de ritma notável. Eu, particularmente, não consegui criar vínculo com personagem nenhum, minha afeição por eles sendo motivada, no máximo, pelos atores que os interpretam. Jason Isaacs é o principal exemplo disso, mas também vale pro Doug Jones.
Confesso que não tenho certeza se voltarei para a segunda temporada, mas veremos.
Não é uma série excepcional, a melhor dos últimos tempos, mas essa temporada foi surpreendentemente ótima. Novamente, a ambientação é excelente, a direção de arte, o figurino e a maquiagem cuidam muito bem disso. O tom é extremamente acertado, a fotografia e a trilha sonora mantém uma atmosfera densa, sombria, misteriosa em todo o decorrer de uma forma incrível. Esse fator contribui imensamente para que, embora uma série fantasiosa, mantenha-se a verossimilhança e a credibilidade: onde deve haver tensão, há tensão; onde deve haver drama, há drama, e assim por diante. Os três últimos episódios são realmente ótimos e o desfecho, que deixa margem a uma muito bem-vinda terceira temporada, me agradou bastante.
Embora o roteiro às vezes possa deixar a desejar com algumas soluções fáceis e com um ou outro problema, temos nessa temporada o aparecimento - e o ressurgimento - de alguns personagens bem interessantes. Sean Bean está, como usual, muito bem no papel de John Marlott, e consegue, também como usual, carregar muito bem o protagonismo da série - o que sempre me faz desejar que ele tivesse mais oportunidades grandes na carreira. Temos também Maeve Dermody, no papel de Esther Rose, a novidade mais interessante da série. Francis Magee, acostumado a ser um coadjuvante-figurante na maioria dos seus trabalhos, entrega uma atuação bem competente como o ex-padre Spence, personagem também muito bacana. E, por último, Laurence Fox, que interpreta o interessantíssimo Frederick Dipple, com todo a sua frieza e superioridade misteriosa, que ainda tem muito a mostrar em uma possível vindoura - e muito desejada por aqui - terceira temporada.
Enfim, essa segunda temporada de The Frankenstein Chronicles me surpreendeu muito positivamente, superando a anterior e demonstrando que existe, por aí, muito bom material escondido e merecedor de uma maior atenção.
Medíocre. Absolutamente nada na série é ótimo ou gera grande interesse, os personagens são, na maioria, bem rasos e vivem fazendo escolhas e dizendo coisas contraditórias com si mesmos. Muitos diálogos risíveis ou simplesmente patéticos, situações bobas e forçadas a um nível extremo -
um mutante com poder de usar a luz para atacar a média distância, um com super força e resistência e uma que pode se teletransportar não conseguem impedir a Polaris de derrubar um avião estando a meio metro dela
. Falham em conseguir qualquer tom decente: as cenas de ação não são empolgantes, momentos que deveriam representar perigo a personagens não geram nenhuma tensão, os conflitos não conseguem atingir um mínimo tom dramático. O CGI pode não ser ruim, mas todos os outros efeitos - movimento de câmera, coreografia, entre outros - que o complementam são vergonhosos, filmes de ação B conseguem fazer explosões e ondas de choque melhores que as vistas nos dois últimos episódios, por exemplo.
Tinha um grande potencial, como mostrado pelos dois primeiros episódios. Infelizmente, o roteiro não ajudou muito, temos diálogos fracos e algumas situações patéticas de tão oportunas ou forçadas. Os adultos parecem muitas vezes mais estúpidos que os adolescentes, e a atuação deles não ajuda nem um pouco. Os protagonista não parecem conseguir alcançar todo o potencial que possuem como personagens, mas não chegam a ser totalmente desinteressantes ou chatos. O lado "teen" não me incomodou como geralmente me incomoda, e já considero isso um ponto positivo.
Em suma, poderia ter sido realmente ótima, mas é apenas boa.
O grande destaque da série é, claramente, a parte técnica: direção, fotografia e direção de arte simplesmente sensacionais. Uma das séries mais visualmente belas que já vi - se não a mais bela. Realmente possui um ritmo lento, o que pode incomodar em alguns instantes. Nenhum episódio pode ser classificado, na minha opinião, como algo menos que "bom", mas acho que só o último poderia receber a classificação de "ótimo" ou mais. É claro que os fãs mais calorosos de western provavelmente discordam de mim e conseguiram aproveitar muito mais todas as partes.
Acho que faltou certo esmero na construção de alguns personagens, embora o trio principal seja realmente ótimo, inclusive Jeff Daniels com uma atuação assustadora de excelente. O personagem do Scott McNairy, Bill McNue, é um exemplo que acho que poderia ter sido melhor aproveitado, me parece que a jornada dele não acrescentou muita coisa e não conseguiu gerar grande simpatia pelo personagem.
embora toda a cena do combate - já começando no pequeno vilarejo Blackdom - tenha sido inegavelmente ótima e muito boa de se assistir, senti que faltou um certo senso de perigo e dificuldade. No final, só um personagem "importante" morreu - de uma forma muito surpreendente, inclusive - e parece que toda a batalha foi vencida com uma certa facilidade, que fez a fala prévia da McNue - algo sobre como apenas um milagre poderia ajudar elas - parecer um tanto quanto exagerada.
Big Mouth (3ª Temporada)
4.0 68A melhor das três.
Legion (3ª Temporada)
4.0 60Sem dúvidas é, tecnicamente, uma das melhores séries da televisão atual. O visual magnânimo, fruto de uma direção de arte e fotografias excepcionais, só eleva a loucura que a direção e a edição - cujo trabalho deve ser uma insanidade - realizam de forma extremamente única.
Vai realmente deixar muitas saudades.
Monstro do Pântano (1ª Temporada)
3.6 125É realmente um absurdo ter sido cancelada tão precocemente. Embora realmente não tenha cumprido todo o potencial que demonstrou ter no primeiro episódio, a série ainda assim foi ótimo, possuindo diversas qualidades. A parte técnica é, quase inteiramente, ótima. A fotografia, direção de arte, a direção, a maquiagem, efeitos especiais, etc. Ambientação e atmosfera perfeitas para gerar uma expansão do universo sombrio da DC - que era planejada, como dito em entrevistas e pela participação tanto do Vingador Fantasma quanto do Demônio Azul. Seria de um deleite absurdo ver um John Constantine nesse universo. Infelizmente, novamente isso vai ficar apenas no plano das ideias.
Os Miseráveis
4.1 28Os dois primeiros episódios possuem um nível muito bom, e mostravam um potencial gigantesco para o resto da série. No entanto, surpreendentemente, os episódios 4 e 5 decaem a um patamar inacreditável: parece que tudo piora. A direção diminui de qualidade até parecer amadora, com algumas cenas bem mal realizadas, o roteiro deixa os personagens extremamente superficiais - e, vale dizer, irritantes -, e até mesmo o Dominic Cooper diminui um pouco o bom trabalho que vinha fazendo antes com sua atuação. Sorte que o episódio final foi redentor e retornou à qualidade que a série havia demonstrado no início.
Como as comparações são inevitáveis, o filme de 2012, um dos meus favoritos, definitivamente ainda é minha adaptação predileta. Embora aqui as atuações sejam extremamente competentes também, destacando Dominic Cooper, Lily Collins, Olivia Colman, Adeel Akhtar e David Bradley - o David Oyelowo não tinha me convencido, mas tem algumas cenas incríveis no episódio final -, ainda prefiro basicamente o elenco todo do musical - embora confesso que a dupla Thenardier ainda me deixa balançado, pois ambas são sensacionais. Ademais, a série - obviamente por conta de orçamento e etc - é bem fraquinha no que concerne o visual, que não é um dos pontos fortes e, na verdade, é bem genérico para uma produção da BBC. No entanto, o óbvio mérito dela sobre o longa de 2012 é, por ter maior duração, apresentar a história de forma mais ampla e coesa, o que sucede bastante nos 3 primeiros episódios, mas falha miseravelmente nos dois seguintes.
Counterpart: Mundo Paralelo (2ª Temporada)
4.3 13Temporada ótima, incrível. Superior à primeira em diversos aspectos, o que me surpreendeu bastante. A parte técnica é incrível, assim como as atuações - vejo tanta gente focando no ótimo J.K. Simmons que às vezes esquecem de quão excelente é Olivia Williams. Os personagens, sobretudo os coadjuvantes, se elevam e tornam o todo muito mais interessante, assim como o suspense e os mistérios, que são muito bem trabalhados.
É uma pena que a série tenha sido cancelada pois ela definitivamente merecia mais reconhecimento - o episódio que explica a origem da passagem é simplesmente excepcional. O final, embora não seja tão aberto - e, portanto, decepcionante - quanto poderia ser, ainda assim possui um enorme potencial para ser continuado.
Fugitivos (2ª Temporada)
3.6 31A série o tempo todo demonstra que tem um enorme potencial em diversos aspectos, mas infelizmente em pouquíssimos momentos chega a atingi-lo.
Se tivessem um pouco - ou um tanto - mais de esmero pelo roteiro, a série se elevaria bastante, evitando as infinitas situações bobas, patéticas, irreais, que subestimam a inteligência e racionalidade do espectador a ponto de fazer um se retorcer ao assistir, tamanha a vergonha alheia e a indignação - as, graças a Deus, pequenas participações da personagem da Danielle Campbell, por exemplo, são todas simplesmente ridículas. Isso acontece, sobretudo, nos 6 primeiros episódios, embora tenham havido momentos de alívio nesse meio. A trama, analisando de um modo macro, é bem bacana e interessante, tal como os personagens, que são sem dúvidas o ponto alto - embora, novamente, o roteiro muitas vezes não saiba lidar com eles, descaracterizando-os de uma hora pra outra, e prejudicando a coesão -, sobretudo Alex e Nico - protagonista das melhores cenas da temporada.
Esses problemas, assim como outros, diminuíram bastante do episódio 7 em diante, que foi quando a temporada realmente me conquistou - e fez aparecer mais meia estrela na minha avaliação. Os atores, mais acostumados a seus personagens, evoluíram bastante desde a última temporada, e espero que assim continue para a próxima. Sobre essa, inclusive, espero que venha logo, pois devo admitir que, surpreendentemente, o cliffhanger do season finale me pegou de jeito.
Desventuras em Série (3ª Temporada)
4.1 112Não curti tanto como a segunda temporada, os aspectos ótimos e singulares da série - o humor-negro, o pessimismo, o caricato, etc - não estavam tão apurados nessa como estavam na anterior. Ainda assim, é bem superior à primeira, e o visual continua sendo um incrível ponto alto.
Mesmo não tendo apreciado tanto quanto esperava, vi aqui muitas críticas injustas à temporada. A maioria delas relacionadas a ações - mas, principalmente, omissões - que são adaptadas fielmente dos livros. Eu não li nenhum deles, porém pesquisei o suficiente para saber que muitas perguntas não respondidas - e respostas não tão explicitadas - também não o foram na saga literária, que, inclusive, termina com um ponto de interrogação bem maior que a série. Portanto, algumas reclamações deveriam ser endereçadas, na verdade, para os livros, e não para a adaptação.
Os Crimes ABC
3.4 28Não quero pensar que nunca mais verei John Malkovich interpretando Hercule Poirot. Atuação incrível, com a carga dramática perfeita para a abordagem da trama.
Big Mouth (2ª Temporada)
4.1 117 Assista AgoraNo geral, creio que manteve o nível da primeira, embora eu tenha a impressão que tenha me divertido e dado mais risadas com essa. Vale notar, no entanto, que os 3 últimos episódios merecem destaque no panorama geral e sem dúvidas estão entre os melhores da série - o 8, inclusive, é provavelmente o melhor.
BoJack Horseman (5ª Temporada)
4.5 193 Assista AgoraAinda não terminei, mas já gostaria de comentar aqui para deixar registrado como poucas coisas na televisão podem/poderão ser tão extraordinários quanto o episódio 6 dessa temporada. A qualidade é incomparável, simplesmente extraordinária. Ainda que com uma forma experimental e diferente do resto da série, simboliza perfeitamente o que ela é. Totalmente coerente, com uma escrita impecável e muito sábia que, conjunta com um voice-acting perfeito de Will Arnett, é hábil em fazer chorar e rir com semelhante sucesso.
Sensacional, simplesmente.
Punho de Ferro (2ª Temporada)
3.2 122 Assista AgoraVale destacar que temos nessa temporada algumas cenas de ação que são realmente incríveis, dirigidas de forma dinâmica e muito bem coreografadas. Ademais, mesmo que algumas estejam em um nível inferior, elas ainda assim se sobressaem em relação àquelas da primeira temporada.
Gotham (4ª Temporada)
3.9 90 Assista AgoraA palavra que definiu essa temporada enquanto ela durou, na minha opinião, foi irregularidade. Em uma semana, tínhamos um episódio realmente ótimo, com uma escrita bem bacana, uma direção boa e, sobretudo, um visual interessantíssimo - a fotografia, em vários desses momentos, era um fator diferenciador da série, alcançando realmente uma excelente qualidade. Na semana seguinte, no entanto, o roteiro parecia ter sido escrito por uma criança animada - diálogos ruins, situações extremamente galhofas e irreais, inverossimilhança, tanto externa quanto interna, momentos de uma estupidez e de um caráter bobo inacreditáveis, personagens com memória seletiva e totalmente descaracterizados, entre diversas outras falhas gravíssimas -, uma direção incompetente - o episódio dirigido pelo Ben McKenzie foi um que se sobressaltou na falta de qualidade - que geraram cenas risíveis de tão mal planejadas e executadas.
Se, ao menos tomando alguns episódios específico como base podemos encontrar ótimos momentos, fica difícil dizer o mesmo quando se analisa a temporada de modo geral. Primeiramente, é preciso mencionar a hiperinflação de acontecimentos e plots, o que acaba abaixando a qualidade de todos eles. Todo o arco do Ra's Al Ghul - que até é bem interpretado pelo Alexander Siddig - é incrivelmente ruim em sua totalidade, com escolhas que são inexplicáveis para uma mente racional e que desperdiçam o gigantesco potencial do vilão. Por algum motivo obscuríssimo, os roteiristas acharam que seria uma boa ideia envolver a pior personagem da série, Bárbara Kean - extremamente tosca, forçada e incoerente -, com o vilão, gerando um romance ridículo, diversos momentos tosquíssimos - Bárbara chega a se tornar, por algum tempo, a própria Cabeça do Demônio!!! - que fazem a participação do líder da Liga dos Assassinos em Gotham ser pior que a sua participação em Arrow. Leslie Thompkins também merece ser destacada aqui como uma personagem extremamente ruim, possuindo um arco incompreensível nessa temporada. E, para coroar a galhofada, temos a presença indigerível da vilã Hera Venenosa, sobre a qual prefiro nem comentar.
Outro aspecto inexplicável de Gotham é a vontade imensurável que os roteiristas possuem de, em qualquer oportunidade propícia, fazer com que a maioria dos personagens possíveis tomem parte em uma trama ou, até mesmo, nos casos mais graves, estejam juntos em cena. E o curioso sobre isso é que o resultado geralmente é o mesmo: uma galhofa boba onde simplesmente não sabe-se o que fazer com cada um, condenando grande parte deles à descaracterização e inverossimilhança. Alianças totalmente improváveis são formadas a todo momento com o único intuito óbvio de reunir essas pessoas em um só lugar.
Para não dizer que fui só chato, dá para pontuar alguns pontos positivos. A participação do vilão Professor Pyg foi, no geral, realmente muito boa - graças, principalmente, à caracterização e à atuação de Michael Cerveris - e gerou momentos bacaníssimos, embora tenha tido um final desagradável - e que subverteu um tanto as boas qualidades. A relação do Pinguim - que, vale dizer, continua sendo, com raras exceções, a melhor coisa da série graças ao achado que foi Robin Lord Taylor - com o menino Martin trouxe algumas facetas bacanas ao personagem e gerou situações interessantes. O Charada, embora tenha decaído muito no final da temporada, teve alguns de seus melhores momentos na série. O vínculo entre Gordon e Bullock - esse último que continua a ser um extremamente carismático - percorreu caminhos e dilemas bacanas. Por último, não seria justo deixar de tecer elogios à atuação de Cameron Monaghan, que está sempre incrível, embora eu não concorde ou me agrade com algumas das escolhas que fizeram para o personagem.
Para finalizar, vale dizer que os momentos finais da season finale a salvaram de ser bem decepcionante. A preparação para a próxima temporada - que, a meu ver, muito acertadamente, vai ter menos episódios e será a última - sucedeu muito bem em aquecer os corações dos fãs e criar grande expectativa para os próximos 13 episódios, onde veremos Gotham ser literalmente o que já vinha sendo: uma terra de ninguém. Me agradou muito, também, esse conceito do Bruce ter de finalmente se tornar o Batman não através de um isolamento em relação à cidade - como é o que acontece em todas as outras mídias, na qual o personagem some por um longo intervalo de tempo e volta já preparado -, mas através de um isolamento NA cidade, fortalecendo o que me parece ser a tese da série: Gotham City é, assim como qualquer outro, uma personagem fundamental na mitologia do homem-morcego.
The Terror (1ª Temporada)
4.0 183 Assista AgoraAlém do visual, que é simplesmente deslumbrante durante todo o decorrer da temporada, algo que chamou bastante minha atenção foi a qualidade de The Terror em estabelecer o tom desejado a cada momento. A tensão é gerada tanto em situações onde o perigo é claro e visível - ou nem tão visível assim - quanto em momentos mais sutis, como em alguns incríveis diálogos ou cenas que inicialmente não parecem tão úteis assim. Também é curiosíssima a jornada que temos em relação a gostar ou desgostar - ou os dois concomitantemente - de certos personagens, que vão crescendo de uma forma inesperada e ganhando o apreço. Inclusive, são eles que seguram - e elevam - a trama e tornam a parte final da temporada algo ótimo a ser apreciado - não só tecnicamente -, em detrimento de alguns problemas - e talvez decepções, dependendo de quais eram as expectativas - do início.
Outro ponto extremamente positivo de The Terror é seu elenco, que, apesar de não contar com grandes nomes, possui alguns rostos conhecidos e que surpreendem com a grandiosa qualidade de suas atuações. Meu muito apreciado Ciarán Hinds entrega uma ótima atuação, mas quem se destaca entre os carros chefes é Jared Harris - como não poderia deixar de ser visto os fatos que acontecem no decorrer da temporada. Mas, não obstante, temos grandes atuações de Tobias Menzies, Adam Nagaitis, Ian Hart - que me surpreendeu bastante com um personagem extremamente bad ass - e Paul Ready - que se destaca mais para o final.
Punição para a Inocência
3.9 16Depois de terminar a minissérie, fiquei sabendo - e, por conta disso, também muito surpreso - das diversas mudanças em relação à obra original, o que não é, necessariamente, algo negativo. Porém, é possível perceber sim alguns pontos fracos decorrentes disso. No entanto, de modo geral, a série é bem competente e interessante. Alguns momentos podem ser um tanto quanto novelescos e melodramáticos, com situações bem artificiais, mas o mistério sucede em envolver e criar tensão. Além disso, o visual é bem agradável e temos, no geral, boas atuações, com destaque para Matthew Goode e Morven Christie.
Desventuras em Série (2ª Temporada)
4.1 132Notavelmente bem superior à primeira temporada. Se na anterior os episódios pareciam demorar a passar e não criavam grande entretenimento, aqui tem-se diversão garantida. Não sei exatamente apontar as diferenças - se é que há - da série na abordagem de sua própria personalidade e de seu caráter original e autoral, mas fato é que nessa temporada passei a apreciar DEMAIS sua singularidade, seu aspecto cartunesco, caricato e burlesco - os dois últimos adjetivo aqui com conotação totalmente positiva. O visual, excelente, complementa perfeitamente o roteiro, ao afirmar que devemos ter uma total suspensão de descrença pra aproveitar realmente o show - embora, admito, que muitas vezes há certa dificuldade, principalmente graças ao CGI fraquíssimo. O texto, inclusive, aqui sucede muito mais que anteriormente, principalmente na construção do humor, que usa do seu muito agradável caráter lúdico para fazer os mais variados tipos de jogos de palavra, trocadilhos, repetições bem encaixadas, entre outros recursos. Além disso, é curiosíssimo como, apesar de toda a caricatura, a série consegue transmitir mensagens e reflexões profundas - que vão desde informações despretensiosas a análises quase niilistas. Não seria possível - ou muito menos justo -, no entanto, elogiar tanto a série sem comentar sobre quão ótimo Neil Patrick Harris é no papel de Conde Olaf - novamente com seus disfarces interessantíssimos. Também gosto muito da atuação da Lucy Punch como Esmé Squalor. Na verdade, aprecio muito todo o exagero e o caráter cartunesco na atuação da maioria do elenco e fico um tanto quanto surpreso ao ver pessoas não conseguindo enxergar essa característica fundamental, criticando pela falta da verossimilhança externa.
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraDepois de termos um drama/suspense de tribunal na primeira temporada, o foco diferenciado dessa segunda causou certa surpresa. Mas, pensando bem, não havia necessidade da série continuar em um padrão, e percorrer um caminho diferente foi algo positivo. Mesmo assim, é inegável a superioridade do primeiro ano. De fato, é deveras interessante toda a exploração da psique e história do psicopata Andrew Cunanan, gerando um misto de sentimentos e opiniões. Além disso, Darren Criss é, sem dúvida alguma, a melhor coisa dessa temporada, o ator esteve incrível desde o primeiro momento e conseguiu explorar todos os pontos e façanhas do personagem. Ainda assim, também não dá pra negar que provavelmente era possível mostrar a história em menos episódios, sendo um ou dois deles até mesmo bem entediantes. Porém, felizmente, o mesmo adjetivo negativo não poderia jamais ser utilizado para descrever o season finale, que, na minha opinião, é o melhor episódio da série, com destaque para a genialidade que são os minutos finais. Simplesmente incrível, com um tom extremamente acertado e com uma fotografia belíssima.
P.S: Destaques para as atuações dos coadjuvantes Judith Light, Jon Jon Briones e Max Greenfield.
Jessica Jones (2ª Temporada)
3.6 286 Assista AgoraOs sete primeiros episódios seguiram uma linha bacana, focando no aspecto investigativo - que, apesar de bom, poderia ser muito melhor se seguisse o clima que a abertura excelente possui - e tendo como base forte os personagens. Nesse início, a Jessica e os coadjuvantes se mantém interessantes e coerentes, e diversos dos seus traços e complexidades são abordados de uma forma agradável. Porém, depois que entra em cena o aspecto familiar da história a coisa desanda de uma forma inacreditável. Parece que a Alisa foi um recurso que os produtores foram obrigados a usar e que, por isso, os roteiristas não souberam o que fazer.
A partir do episódio oito, o roteiro decai em soluções fáceis, situações duvidáveis e extremamente inverossímeis. Personagens tomando atitudes extremamente questionáveis e irreais, mudando de opinião e personalidade de uma hora pra outra. O último episódio é totalmente fora de tom ao não conseguir expressar todo o sentimentalismo cansativo que buscava - afinal, já estava exausto da repetição do mesmo dilema e na cegueira da personagem principal em ver a resposta óbvia para a situação - e com um final extremamente anticlimático e conveniente demais. Provavelmente foi o episódio com o pior roteiro, o que é realmente uma grande infelicidade. Também não poderia deixar de citar a má qualidade das cenas de ação e de violência, que, graças tanto à direção quanto aos efeitos especiais, são absurdamente artificiais - isso é uma marca de quase 100% das cenas que envolvem a atriz Janet McTeer.
Um destaque extremamente positivo para mim nessa temporada foi a personagem Jeri Hogarth. Além de ser interpretada pela melhor atriz da série, Carrie-Anne Moss - que é absolutamente incrível -, ela possui um arco que me agradou bastante. O fato de ele ter sido quase totalmente paralelo à história principal não me incomodou nem um pouco - na verdade, a personagem parecia muito mais deslocada quando estava lidando com o arco principal.
C. B. Strike: O Chamado do Cuco
3.8 33Para esclarecer, essa segunda temporada refere-se, na verdade, aos dois episódios lançados em 2018, ou seja, refere-se à adaptação do terceiro livro da série, intitulado Vocação para o Mal. Os episódios referentes ao segundo título, O Bicho-da-Seda, fazem parte da primeira temporada.
Star Trek: Discovery (1ª Temporada)
4.0 136 Assista AgoraGraças a Zeus o finalzinho deu uma guinada - do episódio 10 em diante - e tornou a série bem mais interessante do que vinha sendo. Antes disso, o visual - principalmente direção de arte - e os efeitos bem trabalhados não conseguiam balancear um roteiro falho, com diálogos toscos, decisões e saídas fáceis, oportunidades desperdiçadas, e uma falta de ritma notável. Eu, particularmente, não consegui criar vínculo com personagem nenhum, minha afeição por eles sendo motivada, no máximo, pelos atores que os interpretam. Jason Isaacs é o principal exemplo disso, mas também vale pro Doug Jones.
Confesso que não tenho certeza se voltarei para a segunda temporada, mas veremos.
As Crônicas de Frankenstein (2ª Temporada)
3.5 16Não é uma série excepcional, a melhor dos últimos tempos, mas essa temporada foi surpreendentemente ótima. Novamente, a ambientação é excelente, a direção de arte, o figurino e a maquiagem cuidam muito bem disso. O tom é extremamente acertado, a fotografia e a trilha sonora mantém uma atmosfera densa, sombria, misteriosa em todo o decorrer de uma forma incrível. Esse fator contribui imensamente para que, embora uma série fantasiosa, mantenha-se a verossimilhança e a credibilidade: onde deve haver tensão, há tensão; onde deve haver drama, há drama, e assim por diante. Os três últimos episódios são realmente ótimos e o desfecho, que deixa margem a uma muito bem-vinda terceira temporada, me agradou bastante.
Embora o roteiro às vezes possa deixar a desejar com algumas soluções fáceis e com um ou outro problema, temos nessa temporada o aparecimento - e o ressurgimento - de alguns personagens bem interessantes. Sean Bean está, como usual, muito bem no papel de John Marlott, e consegue, também como usual, carregar muito bem o protagonismo da série - o que sempre me faz desejar que ele tivesse mais oportunidades grandes na carreira. Temos também Maeve Dermody, no papel de Esther Rose, a novidade mais interessante da série. Francis Magee, acostumado a ser um coadjuvante-figurante na maioria dos seus trabalhos, entrega uma atuação bem competente como o ex-padre Spence, personagem também muito bacana. E, por último, Laurence Fox, que interpreta o interessantíssimo Frederick Dipple, com todo a sua frieza e superioridade misteriosa, que ainda tem muito a mostrar em uma possível vindoura - e muito desejada por aqui - terceira temporada.
Enfim, essa segunda temporada de The Frankenstein Chronicles me surpreendeu muito positivamente, superando a anterior e demonstrando que existe, por aí, muito bom material escondido e merecedor de uma maior atenção.
The Gifted: Os Mutantes (1ª Temporada)
3.8 114 Assista AgoraMedíocre. Absolutamente nada na série é ótimo ou gera grande interesse, os personagens são, na maioria, bem rasos e vivem fazendo escolhas e dizendo coisas contraditórias com si mesmos. Muitos diálogos risíveis ou simplesmente patéticos, situações bobas e forçadas a um nível extremo -
um mutante com poder de usar a luz para atacar a média distância, um com super força e resistência e uma que pode se teletransportar não conseguem impedir a Polaris de derrubar um avião estando a meio metro dela
Não sei mesmo se voltarei pra segunda temporada.
Miss Sherlock
4.0 4Sinto que tem potencial para ser uma grata surpresa: ansiedade aqui está alta.
Fugitivos (1ª Temporada)
3.5 75Tinha um grande potencial, como mostrado pelos dois primeiros episódios. Infelizmente, o roteiro não ajudou muito, temos diálogos fracos e algumas situações patéticas de tão oportunas ou forçadas. Os adultos parecem muitas vezes mais estúpidos que os adolescentes, e a atuação deles não ajuda nem um pouco. Os protagonista não parecem conseguir alcançar todo o potencial que possuem como personagens, mas não chegam a ser totalmente desinteressantes ou chatos. O lado "teen" não me incomodou como geralmente me incomoda, e já considero isso um ponto positivo.
Em suma, poderia ter sido realmente ótima, mas é apenas boa.
Godless
4.3 220 Assista AgoraO grande destaque da série é, claramente, a parte técnica: direção, fotografia e direção de arte simplesmente sensacionais. Uma das séries mais visualmente belas que já vi - se não a mais bela. Realmente possui um ritmo lento, o que pode incomodar em alguns instantes. Nenhum episódio pode ser classificado, na minha opinião, como algo menos que "bom", mas acho que só o último poderia receber a classificação de "ótimo" ou mais. É claro que os fãs mais calorosos de western provavelmente discordam de mim e conseguiram aproveitar muito mais todas as partes.
Acho que faltou certo esmero na construção de alguns personagens, embora o trio principal seja realmente ótimo, inclusive Jeff Daniels com uma atuação assustadora de excelente. O personagem do Scott McNairy, Bill McNue, é um exemplo que acho que poderia ter sido melhor aproveitado, me parece que a jornada dele não acrescentou muita coisa e não conseguiu gerar grande simpatia pelo personagem.
Sobre o já elogiado episódio final:
embora toda a cena do combate - já começando no pequeno vilarejo Blackdom - tenha sido inegavelmente ótima e muito boa de se assistir, senti que faltou um certo senso de perigo e dificuldade. No final, só um personagem "importante" morreu - de uma forma muito surpreendente, inclusive - e parece que toda a batalha foi vencida com uma certa facilidade, que fez a fala prévia da McNue - algo sobre como apenas um milagre poderia ajudar elas - parecer um tanto quanto exagerada.