Apesar da boa premissa, o filme é bem arrastado e aborrecido, deixando o espectador em um estado de suspensão exatamente pelo distanciamento e a falta de interesse que a produção desperta. O tal personagem, Mario de Marcella, circula como uma figura oculta, o que acaba limando a inspiração. Tentei me envolver mais com a atmosfera e as imagens quase oníricas do bosque, onde o vento, o silêncio e a câmera tateante aparecem como elementos importantes. O final triste, porém marcante, chegou tarde demais para salvar a experiência, deixando no ar que os diretores tiveram uma boa ideia depois de juntar horas de registros. Que pena! (Conferido no Centro Cultural Vergueiro)
Filme conferido na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Itaú Frei Caneca). O diretor estava presente na sessão para um debate final após a exibição do título. Apesar da sinopse apetecer o espectador apontando algo radical (temperando o imaginário dos presentes), não há um clube de swing propriamente dito, mas sim um clube de defensores do Yoga Tântrico. A personagem principal é bastante curiosa e acaba prendendo a atenção pelo modo retraído e imprevisível de reagir às suas descobertas e investidas, o que torna a experiência de assistir ao filme um "compromisso maior". Poderia ter fechado muito bem o desenrolar da trama se o diretor não propusesse...
um final "tão radical e violento", contrariando a proposta inicial do filme/clima zen do Yoga Tântrico e o amadurecimento emocional da personagem de maneira quase frustrante.
Apesar do desfecho, vale arriscar e assistir com atenção, principalmente pelos olhares e entrega afetiva da empregada, assim como pelas imagens privadas do clube tântrico.
É preciso entrar em contato com a loucura para se descobrir outras grandezas. É necessário flertar com os delírios diários em uma tentativa de chegar mais próximo de si mesmo. Vale a pena encarar também os desejos reprimidos, as cafonices, os carrascos alados e os medos que gritam à noite. Tudo isso somos nós, tudo isso está pintado num imenso quadro de cores vivas que insiste em nunca secar.
Está certo que o filme renderia outros cinco dramas de boa intensidade, mas preferi relevar o excesso de situações na trama e focar apenas na psique da Huppert. Para mim foi certeiro mergulhar
nas carências, nas lacunas eróticas e no universo fetichista perverso da personagem.
Confesso que não desgrudei o olho da tela e que o sadismo/cinismo da atriz me levaram para longe, no melhor sentido de uma viagem sombria, ainda que bastante humana e sedutora. Para ver com outros olhos e senso moral ampliado!
A intenção de contar diferentes histórias é um ponto de partida interessante e chamativo, porém as pequenas tramas não se aprofundam, os personagens são frios - alguns distantes, outros sisudos - o ritmo é aborrecido e a trilha sonora econômica, o que acabou não me cativando ou gerando maior identificação com a narrativa. Uma pena, pois é tão difícil a Macedônia aparecer no cenário cinéfilo!
Uma verdadeira paulada em qualquer discurso moral! O filme te conduz por caminhos inusitados, revelando uma trama ao mesmo tempo sacra e virulenta. Terminei a experiência me sentindo deslocado e constrangido, praticamente um excluído. E agora, como desatar o nó emocional?!
Cinema de metáforas. Uma experiência evocativa. Adolescer já é um exercício duro quando a vida prepara seus enfrentamentos. A solidão das primeiras relações, o afastamento dos pais, o ir e vir da escola, os silêncios sem maior tradução, o sexo como resposta (e fuga), a imaginação que corre solta e volta como fantasmas. A adolescência pode ser um verdadeiro "serial killer", principalmente quando ela ameaça matar as raízes de uma imaculada inocência.
Valeu a espera, toda a polêmica em Cannes e os comentários difusos na internet: sim, o novo filme de Kleber Mendonça promove bons deslocamentos interiores! Sônia Braga, que eu não via há tempos, está ótima no papel de uma jornalista prestes a perder a casa e seu espaço no mundo. A trama te leva a outros lugares quando esbarra no campo das memórias afetivas e da inevitável passagem do tempo, lançando o espectador numa espécie de "álbum de família" nostálgico e luminoso.
Bem chamativo e primoroso na narrativa! É praticamente um exercício de "imaginação ativa", onde passado e presente dialogam (e se fundem) através da história e da arte. De encher os olhos, literalmente!
Filme conferido na 11ª Mostra Mundo Árabe de Cinema (Centro Cultural São Paulo). Pode-se dizer que a produção funcionaria melhor se fosse classificada mais como uma "experiência visual" do que como um drama social. A primeira metade da trama é difícil, aborrecida e arrastada. Várias pessoas saíram do cinema e tantos outros bocejaram. O diretor aprecia "filmar de longe" e por vezes dá a sensação de não querer agradar ninguém. Em contrapartida, a segunda metade do filme revela uma vivacidade e um ritmo que conduz o espectador para um outro lugar, gerando um novo efeito. A cidade passa a ser (nitidamente) uma personagem que provoca, entorpece e causa revolta a todos que acompanham o cotidiano de Khalid. O Cairo, em sua decadência e melancolia, nos é apresentado num tom pastel que lembra muito a fotografia de Kieslowski. Em vários momentos fiz esta associação. Ao final da experiência, eu estava emocionalmente mais ligado a tudo aquilo e colado na cadeira, um tanto seduzido e um tanto "pisoteado" pelo tom trágico daquelas vidas em declínio. Mas não se engane, o filme é para poucos.
Ótima fotografia, trilha sonora de peso e uma "primeira metade" bastante promissora, mas senti falta de um cuidado maior com o personagem, que ficou entregue à própria desordem emocional. Mas no fundo, na real mesmo, percebi que a fórmula poderia ser outra, mais proposital.....
Osso duro de roer: não adiantou nem ter bons olhos, a trama é sofrível e as atuações constrangedoras (para não dizer "canastronas"). É uma mistura de Ugo Giorgetti, com Christophe Honoré e a Gaiola das Loucas! Para apontar um elogio: a fotografia é muito boa. E só!
A cada novo Almodóvar, sinto falta de um antigo Almodóvar. Assista com bons olhos, mas baixe a expectativa. Apesar da habitual estética (sempre marcante) e do tom trágico da trama, o filme não me pegou. Continuarei seguindo o diretor, acreditando que sempre há tempo para se recuperar o fôlego.
A história cativa pelo tom amoral e espontâneo dos franceses no enfrentar de diferentes realidades. O ponto forte são as crianças inseridas em um ambiente aberto, mundano, onde a "passagem do tempo" e o amadurecimento dos personagens ocorrem sob todo tipo de injúria. O diretor sabe alimentar um bom drama e nos deixa desconcertado ao final da exibição. Para espíritos livres!
Apesar da falta de dados estatísticos sobre o tema e outras considerações, o filme me pegou em cheio! O roteiro é um híbrido de drama e documentário, que foca no cotidiano opressor de uma clínica para dependentes de internet, mais especificamente de viciados em games. O tema abordado requer atenção e é algo novo a ser considerado sob o prisma psicológico. Há instantes melancólicos registrados pela câmera, assim como também outros beirando o absurdo. No fundo, a experiência deixa um gosto amargo tamanha a impotência e o constrangimento gerados pela falta de tato humano.
Um remake de peso, fiquei bastante surpreso! A década de 90 não estava preparada para a "pegada" de Savini, que soube fazer a fervura subir. O filme é tenso, invasivo e repleto de momentos memoráveis. A maquiagem impressiona e as batidas de martelo nas portas e janelas permanecem ecoando. Assista na madrugada!
Um bom exemplo de quando a vida vira utopia e se faz transbordar em um doce delírio! O interessante é acompanhar Catherine Frot a cada cena, num exercício estético que transita entre a ingenuidade e o sonho, permitindo-se sentir o êxtase (e também a vergonha) que brotam da tela.
Como contar uma história triste de maneira leve e realista? Vez ou outra surgem bons títulos que conseguem essa proeza, deixando um gosto doce ao tratar de temas notoriamente amargos, tais como ausência familiar, trauma infantil e demência senil. O que poderia ser aversivo em uma tentativa de se evitar a dor, torna-se um exercício emocional elevado e repleto de boas surpresas, partindo da ótima química entre a dupla central (pai e filha). Além da fotografia caprichada, toda a estética do filme é "retrô", privilegiando a atuação de um ícone ainda vivo do Cinema Francês, Jean Rochefort, hoje com 86 anos. Não deixe a experiência passar, seria como perder um bom vinho!
Em uma referência à experiência dos muros, o filme pode ser considerado um "ponto fora da curva", tamanha originalidade, poesia e capacidade de transgressão da trama. A maneira como o trio dialoga com o espectador (por intermédio de gestos, alucinações e divagações) propicia um exercício sempre interessante, isso sem falar da fotografia, que salta aos olhos como uma espécie de desdobramento dos afetos e sofrimento psíquico dos personagens. Baixe e assista assim que puder, já que o título é alternativo e encontra-se perdido pela web!
Uma jornada de encher os olhos! O título esteve inédito no Brasil até ser exibido no "Ciclo de Clássicos Restaurados", promovido pelo Centro Cultural São Paulo, em parceria com a Cineteca de Bolonha. Tanto o trabalho de imagem quanto de trilha sonora deixaram o filme bem sedutor, quase hipnótico, já que durante a trama a atriz Lyda Borelli aparece em praticamente todas as cenas. É uma história de amor trágica filmada de perto, com ênfase nos gestos e no "ir e vir" dos personagens, tudo sendo sustentado por cenários suntuosos. Aqui no Brasil foi exibido com o nome "Mas...o Meu Amor Não Morre". Ao final da sessão, o desejo é de conhecer mais pela produção italiana vinda dos primórdios, tamanha a sofisticação e experiência visual apresentadas. (06/05/2016)
Bonito e extremamente sedutor em um todo, porém, durante toda a trama, fui visitado pela ideia de que dificilmente uma mulher pudesse dar conta de uma empreitada dessas no Polo Norte. A fotografia é tão estilizada e a exploração dos cenários tão bem feita, que torna o filme uma experiência visual diferente e compensadora. No fim, você percebe que é um trabalho feito por mulheres, prestando uma ode à coragem feminina de enfrentar um mundo que continua hostil e segmentado...e diante disso, eu baixei a guarda e deixei as imagens falarem por si mesmas.
Il Solengo
2.5 2Apesar da boa premissa, o filme é bem arrastado e aborrecido, deixando o espectador em um estado de suspensão exatamente pelo distanciamento e a falta de interesse que a produção desperta. O tal personagem, Mario de Marcella, circula como uma figura oculta, o que acaba limando a inspiração. Tentei me envolver mais com a atmosfera e as imagens quase oníricas do bosque, onde o vento, o silêncio e a câmera tateante aparecem como elementos importantes. O final triste, porém marcante, chegou tarde demais para salvar a experiência, deixando no ar que os diretores tiveram uma boa ideia depois de juntar horas de registros. Que pena! (Conferido no Centro Cultural Vergueiro)
Os Decentes
3.5 7 Assista AgoraFilme conferido na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Itaú Frei Caneca). O diretor estava presente na sessão para um debate final após a exibição do título. Apesar da sinopse apetecer o espectador apontando algo radical (temperando o imaginário dos presentes), não há um clube de swing propriamente dito, mas sim um clube de defensores do Yoga Tântrico. A personagem principal é bastante curiosa e acaba prendendo a atenção pelo modo retraído e imprevisível de reagir às suas descobertas e investidas, o que torna a experiência de assistir ao filme um "compromisso maior". Poderia ter fechado muito bem o desenrolar da trama se o diretor não propusesse...
um final "tão radical e violento", contrariando a proposta inicial do filme/clima zen do Yoga Tântrico e o amadurecimento emocional da personagem de maneira quase frustrante.
Apesar do desfecho, vale arriscar e assistir com atenção, principalmente pelos olhares e entrega afetiva da empregada, assim como pelas imagens privadas do clube tântrico.
Loucas de Alegria
4.0 57É preciso entrar em contato com a loucura para se descobrir outras grandezas. É necessário flertar com os delírios diários em uma tentativa de chegar mais próximo de si mesmo. Vale a pena encarar também os desejos reprimidos, as cafonices, os carrascos alados e os medos que gritam à noite. Tudo isso somos nós, tudo isso está pintado num imenso quadro de cores vivas que insiste em nunca secar.
Elle
3.8 886Está certo que o filme renderia outros cinco dramas de boa intensidade, mas preferi relevar o excesso de situações na trama e focar apenas na psique da Huppert. Para mim foi certeiro mergulhar
nas carências, nas lacunas eróticas e no universo fetichista perverso da personagem.
Confesso que não desgrudei o olho da tela e que o sadismo/cinismo da atriz me levaram para longe, no melhor sentido de uma viagem sombria, ainda que bastante humana e sedutora. Para ver com outros olhos e senso moral ampliado!
The Piano Room
3.1 9A intenção de contar diferentes histórias é um ponto de partida interessante e chamativo, porém as pequenas tramas não se aprofundam, os personagens são frios - alguns distantes, outros sisudos - o ritmo é aborrecido e a trilha sonora econômica, o que acabou não me cativando ou gerando maior identificação com a narrativa. Uma pena, pois é tão difícil a Macedônia aparecer no cenário cinéfilo!
O Clube
3.9 146Uma verdadeira paulada em qualquer discurso moral! O filme te conduz por caminhos inusitados, revelando uma trama ao mesmo tempo sacra e virulenta.
Terminei a experiência me sentindo deslocado e constrangido, praticamente um excluído. E agora, como desatar o nó emocional?!
Mate-me Por Favor
3.0 232 Assista AgoraCinema de metáforas. Uma experiência evocativa. Adolescer já é um exercício duro quando a vida prepara seus enfrentamentos. A solidão das primeiras relações, o afastamento dos pais, o ir e vir da escola, os silêncios sem maior tradução, o sexo como resposta (e fuga), a imaginação que corre solta e volta como fantasmas. A adolescência pode ser um verdadeiro "serial killer", principalmente quando ela ameaça matar as raízes de uma imaculada inocência.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraValeu a espera, toda a polêmica em Cannes e os comentários difusos na internet: sim, o novo filme de Kleber Mendonça promove bons deslocamentos interiores! Sônia Braga, que eu não via há tempos, está ótima no papel de uma jornalista prestes a perder a casa e seu espaço no mundo. A trama te leva a outros lugares quando esbarra no campo das memórias afetivas e da inevitável passagem do tempo, lançando o espectador numa espécie de "álbum de família" nostálgico e luminoso.
Francofonia – Louvre Sob Ocupação
3.7 37Bem chamativo e primoroso na narrativa! É praticamente um exercício de "imaginação ativa", onde passado e presente dialogam (e se fundem) através da história e da arte. De encher os olhos, literalmente!
Nos Últimos Dias da Cidade
3.4 4Filme conferido na 11ª Mostra Mundo Árabe de Cinema (Centro Cultural São Paulo).
Pode-se dizer que a produção funcionaria melhor se fosse classificada mais como uma "experiência visual" do que como um drama social. A primeira metade da trama é difícil, aborrecida e arrastada. Várias pessoas saíram do cinema e tantos outros bocejaram. O diretor aprecia "filmar de longe" e por vezes dá a sensação de não querer agradar ninguém. Em contrapartida, a segunda metade do filme revela uma vivacidade e um ritmo que conduz o espectador para um outro lugar, gerando um novo efeito. A cidade passa a ser (nitidamente) uma personagem que provoca, entorpece e causa revolta a todos que acompanham o cotidiano de Khalid. O Cairo, em sua decadência e melancolia, nos é apresentado num tom pastel que lembra muito a fotografia de Kieslowski. Em vários momentos fiz esta associação. Ao final da experiência, eu estava emocionalmente mais ligado a tudo aquilo e colado na cadeira, um tanto seduzido e um tanto "pisoteado" pelo tom trágico daquelas vidas em declínio. Mas não se engane, o filme é para poucos.
Demolição
3.8 447 Assista AgoraÓtima fotografia, trilha sonora de peso e uma "primeira metade" bastante promissora, mas senti falta de um cuidado maior com o personagem, que ficou entregue à própria desordem emocional. Mas no fundo, na real mesmo, percebi que a fórmula poderia ser outra, mais proposital.....
>>>>>>>>>>>> Vallée + Gyllenhaal = fetiche voyeur
Amor em Sampa
2.3 37 Assista AgoraOsso duro de roer: não adiantou nem ter bons olhos, a trama é sofrível e as atuações constrangedoras (para não dizer "canastronas"). É uma mistura de Ugo Giorgetti, com Christophe Honoré e a Gaiola das Loucas! Para apontar um elogio: a fotografia é muito boa. E só!
De Longe Te Observo
3.4 86 Assista AgoraAdmirável mundo cão: eu só me excito com aquilo que (no fundo) eu não quero ter!
Mãe Só Há Uma
3.5 408 Assista AgoraIntenso e sem maiores firulas, como um bom drama sustentado pela espontaneidade! O título em português é sensacional e bastante lúdico porque.....
a atriz Daniela Nefussi interpreta as duas mães: a adotiva e a biológica, pregando uma peça no espectador.
Para ver sem preconceito e sem pressa, apenas prestigiando o bom roteiro e Anna Muylaert, por mais um acerto!
Julieta
3.8 529 Assista AgoraA cada novo Almodóvar, sinto falta de um antigo Almodóvar. Assista com bons olhos, mas baixe a expectativa. Apesar da habitual estética (sempre marcante) e do tom trágico da trama, o filme não me pegou. Continuarei seguindo o diretor, acreditando que sempre há tempo para se recuperar o fôlego.
Vida Selvagem
3.4 8A história cativa pelo tom amoral e espontâneo dos franceses no enfrentar de diferentes realidades. O ponto forte são as crianças inseridas em um ambiente aberto, mundano, onde a "passagem do tempo" e o amadurecimento dos personagens ocorrem sob todo tipo de injúria. O diretor sabe alimentar um bom drama e nos deixa desconcertado ao final da exibição. Para espíritos livres!
Web Junkie - Viciados em Internet
3.1 9Apesar da falta de dados estatísticos sobre o tema e outras considerações, o filme me pegou em cheio! O roteiro é um híbrido de drama e documentário, que foca no cotidiano opressor de uma clínica para dependentes de internet, mais especificamente de viciados em games. O tema abordado requer atenção e é algo novo a ser considerado sob o prisma psicológico. Há instantes melancólicos registrados pela câmera, assim como também outros beirando o absurdo. No fundo, a experiência deixa um gosto amargo tamanha a impotência e o constrangimento gerados pela falta de tato humano.
A Noite dos Mortos-Vivos
3.6 373 Assista AgoraUm remake de peso, fiquei bastante surpreso! A década de 90 não estava preparada para a "pegada" de Savini, que soube fazer a fervura subir. O filme é tenso, invasivo e repleto de momentos memoráveis. A maquiagem impressiona e as batidas de martelo nas portas e janelas permanecem ecoando. Assista na madrugada!
Marguerite
3.7 68 Assista AgoraUm bom exemplo de quando a vida vira utopia e se faz transbordar em um doce delírio! O interessante é acompanhar Catherine Frot a cada cena, num exercício estético que transita entre a ingenuidade e o sonho, permitindo-se sentir o êxtase (e também a vergonha) que brotam da tela.
A Viagem de Meu Pai
3.9 38 Assista AgoraComo contar uma história triste de maneira leve e realista? Vez ou outra surgem bons títulos que conseguem essa proeza, deixando um gosto doce ao tratar de temas notoriamente amargos, tais como ausência familiar, trauma infantil e demência senil. O que poderia ser aversivo em uma tentativa de se evitar a dor, torna-se um exercício emocional elevado e repleto de boas surpresas, partindo da ótima química entre a dupla central (pai e filha). Além da fotografia caprichada, toda a estética do filme é "retrô", privilegiando a atuação de um ícone ainda vivo do Cinema Francês, Jean Rochefort, hoje com 86 anos. Não deixe a experiência passar, seria como perder um bom vinho!
Picnic
3.8 13Em uma referência à experiência dos muros, o filme pode ser considerado um "ponto fora da curva", tamanha originalidade, poesia e capacidade de transgressão da trama. A maneira como o trio dialoga com o espectador (por intermédio de gestos, alucinações e divagações) propicia um exercício sempre interessante, isso sem falar da fotografia, que salta aos olhos como uma espécie de desdobramento dos afetos e sofrimento psíquico dos personagens. Baixe e assista assim que puder, já que o título é alternativo e encontra-se perdido pela web!
Everlasting Love
4.0 1Uma jornada de encher os olhos! O título esteve inédito no Brasil até ser exibido no "Ciclo de Clássicos Restaurados", promovido pelo Centro Cultural São Paulo, em parceria com a Cineteca de Bolonha. Tanto o trabalho de imagem quanto de trilha sonora deixaram o filme bem sedutor, quase hipnótico, já que durante a trama a atriz Lyda Borelli aparece em praticamente todas as cenas. É uma história de amor trágica filmada de perto, com ênfase nos gestos e no "ir e vir" dos personagens, tudo sendo sustentado por cenários suntuosos. Aqui no Brasil foi exibido com o nome "Mas...o Meu Amor Não Morre". Ao final da sessão, o desejo é de conhecer mais pela produção italiana vinda dos primórdios, tamanha a sofisticação e experiência visual apresentadas. (06/05/2016)
Gritos e Sussurros
4.3 472"O fundamental é a vida; a vida continua sempre; é de vida que fala este filme de morte."
Ninguém Deseja a Noite
3.4 51 Assista AgoraBonito e extremamente sedutor em um todo, porém, durante toda a trama, fui visitado pela ideia de que dificilmente uma mulher pudesse dar conta de uma empreitada dessas no Polo Norte. A fotografia é tão estilizada e a exploração dos cenários tão bem feita, que torna o filme uma experiência visual diferente e compensadora. No fim, você percebe que é um trabalho feito por mulheres, prestando uma ode à coragem feminina de enfrentar um mundo que continua hostil e segmentado...e diante disso, eu baixei a guarda e deixei as imagens falarem por si mesmas.