Ao final da sessão eu me perguntei: "O Que Eu Fiz para Merecer Isso?", tamanha a decepção e constrangimento com a trama. Como pode um diretor desse calibre realizar um filme desses?! Leconte tem um ótimo currículo e títulos marcantes feitos na década de 90, mas agora parece estar cedendo para a nova safra de produções francesas que vem se debruçando em comédias populares. Cheio de cacoetes, humor ingênuo e personagens caricatos. Não vale o ingresso e nem o tempo despendido!
Winslet à parte, quem rouba a cena nesta fogueira das vaidades é Judy Davis! Que atuação curiosa e divertida! Mas num todo, deixando claro: o filme é bastante ingênuo, afetado e deve-se fazer concessões para entrar no clima das reviravoltas intermináveis. De qualquer forma, vale a pena pelo elenco eclético, a fotografia caprichada e pelo retorno, quase 20 anos depois, da diretora Jocelyn Moorhouse, do ótimo "A Prova".
Trata-se de uma experiência visual das mais promissoras, alternando dança e trilha sonora intimista que leva o espectador para longe. O tom lírico seduz desde a primeira cena e as paisagens suecas ajudam a compor o universo interior da personagem, que oscila entre o desespero e a redenção. Não é um filme fácil e várias pessoas saíram da sala de exibição. O convite não é para um passatempo qualquer, mas sim para uma viagem estética diferente de tudo. Assista sem exigir nada e coloque-se à disposição das imagens. No fim, a joia irá aparecer para os que permanecerem fiéis à jornada!
Extremamente simples, poético e melancólico na narrativa. Fiquei desarmado em muitas passagens e impressionado pelo conjunto da obra: mais de 4000 itens produzidos em tom confessional. A voz plácida do artista, aliada aos ícones que povoavam o seu imaginário, gera nostalgia e arranha o coração. Para mim, tornou-se um "pequeno grande filme"!
Alguns diretores ficam em jejum para restabelecerem a criatividade ou para amenizar marcas deixadas por um passado pouco favorável. Mesmo torcendo pelo cineasta, não dá para defender essa experiência rocambolesca, esse mosaico mal feito. O trailer engana bem e os pôsteres também! Não consegui criar uma simpatia (e nem empatia) pelos irmãos e o roteiro prega uma história sofrível embebida num hip-hop adolescente em tom documental. Assistindo este do Shyamalan, lembrei muito de um outro filme bem mais honesto e curioso: "A Possessão de Deborah Logan", cuja personagem se aproxima bastante da avó dos dois irmãos nesta produção. Seja como for, ao final dos 94 minutos você se pergunta: o diretor saiu do jejum com preguiça, desapegado do bom Cinema Fantástico ou relapso quanto à tarefa de casa? Responda quem não estiver constrangido!
"Toda vez que ofendemos alguém, no fundo, estamos tentando ser perdoados. E o contrário também. Toda vez que ofendemos à nós mesmos, estamos tentando ser aliviados."
Há tanto tempo que aguardo o lançamento de um filme mais elaborado e baseado em fontes folclóricas envolvendo o tema da "bruxa", sinto que meu desejo foi suprido com essa produção alternativa. O cinema estava cheio e a sala ficou em um silêncio hesitante logo nas primeiras cenas. O que estaria por vir nos próximos 90 minutos? Falar de bruxas na atualidade é o mesmo que entrar no mérito dos contos de fadas, dando importância às figuras da imaginação que habitam a psique pessoal e coletiva. Para que a experiência "dê certo" e algo maior se desdobre, é importante respeitar esses elementos da fantasia e, igualmente, flertar com eles. Desta forma, a imersão se torna mais consistente e vigorosa. Para não estragar a surpresa ou fazer spoiler do filme, sugiro que vá conferir de mente e olhos bem abertos. Há momentos de beleza e grande tensão que valerão a entrega!
O que poderia ser apenas uma história pálida e gelada, tornou-se a maior das surpresas! Não desgrudei o olhar da tela durante toda a exibição e o filme é excelente por três grandes personagens: os dois irmãos em crise e o dantesco cenário montanhoso ao redor. Fora que a trama é um exercício de reaproximação e fraternidade bastante original em produções do gênero. O destaque vai para o final marcante e extremamente humanista, deixando o espectador desarmado diante da força da natureza em promover reparos naquela que é a sua maior obra: o próprio homem.
Sem dúvida é um filme difícil e bastante excêntrico, mas não vamos denegrir ainda. Há uma atmosfera sombria, provocativa e um tanto mórbida que anuncia um percurso trágico. Talvez o maior trunfo da trama seja transportar o espectador para o século XVIII e colocá-lo naquele estilo de vida frugal do campo, onde Casanova e pessoas simples conviviam mergulhados num naturalismo sonolento. A reconstituição de época, porém, é fascinante: os objetos à mesa, a decoração nobre nas paredes, a mobília antiga, as janelas que tomam paredes inteiras, as velas espalhadas pelos cômodos (pois não havia energia elétrica ainda). Algumas cenas parecem até pinturas, feitas em tons sóbrios. O diretor nos obriga a sentir aquele tempo, aquelas pessoas, aquele lugar. E que aflição tudo aquilo, apesar da estética! Os personagens circulam quase como fantasmas, alguns vivem em total silêncio, outros vivem para seduzir, outros apenas para comer, e Casanova tenta fazer tudo isso em uma rotina que não se explica, que não tem fundo. E daí surge "aquela risada irritante e persistente" do nobre, que não sabe o que fazer com a própria existência. E para quebrar com a rotina dessas pessoas, eis que surge um personagem novo, vindo do outro lado do rio, que tem por hábito sugar o sangue de suas vítimas enquanto seduz... Bem, não é necessariamente um filme de horror, mas que o conjunto da obra traz um tom sinistro, isso é inegável. Acredito que a experiência será válida se for sentida nestes moldes, o que por si só se mostra bem diferente comparado às produções europeias sobre "realidades fantásticas".
E o Oscar 2015 pode ter se equivocado (ou sido realmente injusto) em não ter indicado o filme à categoria de Melhor Documentário. Uma pena, isso teria feito a produção ganhar maior visibilidade em diferentes meios, tamanho o poder de humanização. O DOC é vigoroso nas imagens, espontâneo na abordagem e cativante quanto ao poder de utilizar a música como um elemento transformador no cotidiano, deixando o espectador de queixo caído. Cheguei a rever algumas cenas várias vezes...
Coração precisa de casa mas circula por aí sem eira e nem beira procurando encontrar sabe-se lá o quê... um dia vai cruzar com a sorte grande e despontar no mundo de um jeito único bem avexado!
O filme já começa intrigante, com um ritmo próprio e inserindo personagens em desassossego com questões pessoais. Tinha lido muito pouco sobre a trama e não esperava aquele fundo...
[spoiler abaixo]
...espírita que serviria de sustentação para a produção. A diretora inseriu temas fortes de serem debatidos (luto, anorexia, religião) em um curto espaço de tempo, mas mesmo assim é possível criar uma conexão com as imagens e dramas. Eu acredito, em uma leitura particular, que o "corpo em questão" é exatamente como cada um lida com a ausência (ou permanência do mesmo) no cotidiano. O perito criminal se relaciona com o corpo de maneira fria e distante dentro de seu trabalho, lidando com o mundo e a presença da morte de maneira cética e anestesiada. Já a terapeuta lida de maneira zelosa e espiritualizada com a "perda do corpo", mantendo uma relação de superação e transcendência frente a perda do filho de 8 anos, e por fim, a adolescente anoréxica tenta, a todo custo, lidar com o "próprio corpo" em conflitos recorrentes que a consomem após o falecimento da mãe. O que acontece com o corpo físico quando o outro corpo (o emocional) padece de alguma maneira? A diretora (possivelmente) cria esse chamado para atrair os interessados nestes assuntos, mas em nenhum momento entrega respostas prontas ou uma história fácil para que o espectador saia satisfeito ou preservado da sessão. Nesta experiência, você está por conta própria!
Inesperado e bastante inspirador! Um desenho em stop motion que retrata a solidão e o deslocamento interior do homem moderno. Temas em evidência em uma sociedade que deve mostrar-se cada vez mais conectada e afiada em suas relações, ao mesmo tempo que se apresenta tão carente e desejosa por novos sentidos. Que contraste, que belo olhar!
É difícil eu escrever um comentário no site quando eu acho um filme ruim ou fraco, geralmente eu sigo adiante. Confesso que tentei, de novo, criar uma química com esse diretor e o resultado foi frustrante. Muito provável é que a "cultura nerd" não faça mesmo a minha cabeça e gere poucas faíscas por aqui... ou o mundo virou nonsense e Frances Ha está dominando as rodinhas?! Seja como for, deveria ter parado na Lula e a Baleia e não ter virado a esquina com tanto ímpeto... Cheers!
Um dos finais mais bonitos, estilizados e de bom gosto vindo da atual safra. As personagens percorrem o filme todo carregando consigo desejo e hesitação, o que torna a trama por vezes incômoda pela lentidão dos fatos, muito embora a força das atrizes mantêm em alta o interesse diante da experiência. Assista, mas mantenha-se fiel a você mesmo(a)!
Os efeitos especiais são ótimos e o castelo é algo surreal, mas acredito que o conto seria eternizado se fosse concebido num curta-metragem. Estaria de bom tamanho. Às vezes os mestres erram a mão também!
A Drew me ganhou quando fez "Nunca Fui Beijada" e a Toni me cativou lá pelos idos de "O Casamento de Muriel". E não é que juntando as duas atrizes a química foi certeira?! O filme já começa ágil e percorre o cotidiano das personagens bem de perto, aprofundando nos dramas e suavizando no humor ácido e sintônico. A trama é bem amarrada, os clichês são depurados e o tom emocional da relação entre as amigas irá agradar tanto aos lacrimosos quanto aos otimistas de plantão. Mas vá preparado, é impossível ficar indiferente quando Toni Collette decide encarar a "realidade de frente".
Muito interessante o ritmo e os contornos dados ao filme. O homem moderno tem mesmo andado em crise ultimamente: um tanto deslocado afetivamente, um tanto apático, um tanto regredido, um pouco indeciso, um pouco sem voz ou posição. Talvez meio negligente, talvez meio sem coragem. Um verdadeiro inferno para um masculino que sempre foi solar no fluxo da civilização. Ele bem que tem tentado, mas quando sobe (e desce a montanha) não tem conseguido criar uma memória ou sequer uma filosofia de vida, apenas encarado fragmentos que não têm ampliado sentidos. A história segue por essa trilha e o nosso personagem revela bem essa vibração, o que pode irritar ou afastar alguns espectadores. Seja como for, há questões bem curiosas levantadas no decorrer da trajetória desse "homem moderno" e o cenário que ilustra tudo isso, se não for um atrativo de peso, poderá servir de consolo àqueles que se perderem pelo caminho...
Seja para fechar ou abrir o novo ano, esta é uma boa pedida que deve ser conferida! O filme é divertido, nostálgico, cativante e traz aquele humor mordaz e refinado que nunca sai de moda. Um brinde para a antiga e a nova geração!
A cena de abertura do filme, que momento marcante! Eu nunca fui um fã entusiasta da cantora, mas a chegada deste DOC poderia ser um momento para rever opiniões, o que acabou se confirmando. Confesso que fiquei ligado à tela o tempo inteiro e, acompanhar a trajetória da cantora da adolescência até o seu triste desfecho, foi algo que trouxe uma maior humanização à imagem que carrego da artista. O resultado final é melancólico, provocativo e lamentável pela evolução dos fatos, deixando um gosto amargo na boca.
O Que Eu Fiz Para Merecer Isso?
3.2 21 Assista AgoraAo final da sessão eu me perguntei: "O Que Eu Fiz para Merecer Isso?", tamanha a decepção e constrangimento com a trama. Como pode um diretor desse calibre realizar um filme desses?! Leconte tem um ótimo currículo e títulos marcantes feitos na década de 90, mas agora parece estar cedendo para a nova safra de produções francesas que vem se debruçando em comédias populares. Cheio de cacoetes, humor ingênuo e personagens caricatos. Não vale o ingresso e nem o tempo despendido!
A Vingança Está na Moda
3.6 327 Assista AgoraWinslet à parte, quem rouba a cena nesta fogueira das vaidades é Judy Davis! Que atuação curiosa e divertida! Mas num todo, deixando claro: o filme é bastante ingênuo, afetado e deve-se fazer concessões para entrar no clima das reviravoltas intermináveis. De qualquer forma, vale a pena pelo elenco eclético, a fotografia caprichada e pelo retorno, quase 20 anos depois, da diretora Jocelyn Moorhouse, do ótimo "A Prova".
Flores
3.5 40Para abrir caminhos, flores. Para curar feridas, flores. Para encurtar o tempo, flores. Para florecer na vida, pessoas!
Onde o Mar Descansa
3.2 5Trata-se de uma experiência visual das mais promissoras, alternando dança e trilha sonora intimista que leva o espectador para longe. O tom lírico seduz desde a primeira cena e as paisagens suecas ajudam a compor o universo interior da personagem, que oscila entre o desespero e a redenção. Não é um filme fácil e várias pessoas saíram da sala de exibição. O convite não é para um passatempo qualquer, mas sim para uma viagem estética diferente de tudo. Assista sem exigir nada e coloque-se à disposição das imagens. No fim, a joia irá aparecer para os que permanecerem fiéis à jornada!
A Paixão de JL
4.5 72Extremamente simples, poético e melancólico na narrativa. Fiquei desarmado em muitas passagens e impressionado pelo conjunto da obra: mais de 4000 itens produzidos em tom confessional. A voz plácida do artista, aliada aos ícones que povoavam o seu imaginário, gera nostalgia e arranha o coração. Para mim, tornou-se um "pequeno grande filme"!
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraAlguns diretores ficam em jejum para restabelecerem a criatividade ou para amenizar marcas deixadas por um passado pouco favorável. Mesmo torcendo pelo cineasta, não dá para defender essa experiência rocambolesca, esse mosaico mal feito. O trailer engana bem e os pôsteres também! Não consegui criar uma simpatia (e nem empatia) pelos irmãos e o roteiro prega uma história sofrível embebida num hip-hop adolescente em tom documental. Assistindo este do Shyamalan, lembrei muito de um outro filme bem mais honesto e curioso: "A Possessão de Deborah Logan", cuja personagem se aproxima bastante da avó dos dois irmãos nesta produção. Seja como for, ao final dos 94 minutos você se pergunta: o diretor saiu do jejum com preguiça, desapegado do bom Cinema Fantástico ou relapso quanto à tarefa de casa? Responda quem não estiver constrangido!
Cemitério do Esplendor
3.8 43"Toda vez que ofendemos alguém, no fundo, estamos tentando ser perdoados. E o contrário também. Toda vez que ofendemos à nós mesmos, estamos tentando ser aliviados."
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraHá tanto tempo que aguardo o lançamento de um filme mais elaborado e baseado em fontes folclóricas envolvendo o tema da "bruxa", sinto que meu desejo foi suprido com essa produção alternativa. O cinema estava cheio e a sala ficou em um silêncio hesitante logo nas primeiras cenas. O que estaria por vir nos próximos 90 minutos? Falar de bruxas na atualidade é o mesmo que entrar no mérito dos contos de fadas, dando importância às figuras da imaginação que habitam a psique pessoal e coletiva. Para que a experiência "dê certo" e algo maior se desdobre, é importante respeitar esses elementos da fantasia e, igualmente, flertar com eles. Desta forma, a imersão se torna mais consistente e vigorosa. Para não estragar a surpresa ou fazer spoiler do filme, sugiro que vá conferir de mente e olhos bem abertos. Há momentos de beleza e grande tensão que valerão a entrega!
A Ovelha Negra
3.8 89O que poderia ser apenas uma história pálida e gelada, tornou-se a maior das surpresas! Não desgrudei o olhar da tela durante toda a exibição e o filme é excelente por três grandes personagens: os dois irmãos em crise e o dantesco cenário montanhoso ao redor. Fora que a trama é um exercício de reaproximação e fraternidade bastante original em produções do gênero. O destaque vai para o final marcante e extremamente humanista, deixando o espectador desarmado diante da força da natureza em promover reparos naquela que é a sua maior obra: o próprio homem.
História da Minha Morte
2.7 8Sem dúvida é um filme difícil e bastante excêntrico, mas não vamos denegrir ainda. Há uma atmosfera sombria, provocativa e um tanto mórbida que anuncia um percurso trágico. Talvez o maior trunfo da trama seja transportar o espectador para o século XVIII e colocá-lo naquele estilo de vida frugal do campo, onde Casanova e pessoas simples conviviam mergulhados num naturalismo sonolento. A reconstituição de época, porém, é fascinante: os objetos à mesa, a decoração nobre nas paredes, a mobília antiga, as janelas que tomam paredes inteiras, as velas espalhadas pelos cômodos (pois não havia energia elétrica ainda). Algumas cenas parecem até pinturas, feitas em tons sóbrios. O diretor nos obriga a sentir aquele tempo, aquelas pessoas, aquele lugar. E que aflição tudo aquilo, apesar da estética! Os personagens circulam quase como fantasmas, alguns vivem em total silêncio, outros vivem para seduzir, outros apenas para comer, e Casanova tenta fazer tudo isso em uma rotina que não se explica, que não tem fundo. E daí surge "aquela risada irritante e persistente" do nobre, que não sabe o que fazer com a própria existência. E para quebrar com a rotina dessas pessoas, eis que surge um personagem novo, vindo do outro lado do rio, que tem por hábito sugar o sangue de suas vítimas enquanto seduz...
Bem, não é necessariamente um filme de horror, mas que o conjunto da obra traz um tom sinistro, isso é inegável. Acredito que a experiência será válida se for sentida nestes moldes, o que por si só se mostra bem diferente comparado às produções europeias sobre "realidades fantásticas".
Alive Inside
4.6 100E o Oscar 2015 pode ter se equivocado (ou sido realmente injusto) em não ter indicado o filme à categoria de Melhor Documentário. Uma pena, isso teria feito a produção ganhar maior visibilidade em diferentes meios, tamanho o poder de humanização. O DOC é vigoroso nas imagens, espontâneo na abordagem e cativante quanto ao poder de utilizar a música como um elemento transformador no cotidiano, deixando o espectador de queixo caído. Cheguei a rever algumas cenas várias vezes...
Boi Neon
3.6 461Coração precisa de casa
mas circula por aí sem eira e nem beira
procurando encontrar sabe-se lá o quê...
um dia vai cruzar com a sorte grande
e despontar no mundo
de um jeito único
bem avexado!
Body
3.2 22 Assista AgoraO filme já começa intrigante, com um ritmo próprio e inserindo personagens em desassossego com questões pessoais. Tinha lido muito pouco sobre a trama e não esperava aquele fundo...
[spoiler abaixo]
...espírita que serviria de sustentação para a produção. A diretora inseriu temas fortes de serem debatidos (luto, anorexia, religião) em um curto espaço de tempo, mas mesmo assim é possível criar uma conexão com as imagens e dramas. Eu acredito, em uma leitura particular, que o "corpo em questão" é exatamente como cada um lida com a ausência (ou permanência do mesmo) no cotidiano. O perito criminal se relaciona com o corpo de maneira fria e distante dentro de seu trabalho, lidando com o mundo e a presença da morte de maneira cética e anestesiada. Já a terapeuta lida de maneira zelosa e espiritualizada com a "perda do corpo", mantendo uma relação de superação e transcendência frente a perda do filho de 8 anos, e por fim, a adolescente anoréxica tenta, a todo custo, lidar com o "próprio corpo" em conflitos recorrentes que a consomem após o falecimento da mãe. O que acontece com o corpo físico quando o outro corpo (o emocional) padece de alguma maneira?
A diretora (possivelmente) cria esse chamado para atrair os interessados nestes assuntos, mas em nenhum momento entrega respostas prontas ou uma história fácil para que o espectador saia satisfeito ou preservado da sessão. Nesta experiência, você está por conta própria!
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraInesperado e bastante inspirador! Um desenho em stop motion que retrata a solidão e o deslocamento interior do homem moderno. Temas em evidência em uma sociedade que deve mostrar-se cada vez mais conectada e afiada em suas relações, ao mesmo tempo que se apresenta tão carente e desejosa por novos sentidos. Que contraste, que belo olhar!
Mistress America
3.5 210É difícil eu escrever um comentário no site quando eu acho um filme ruim ou fraco, geralmente eu sigo adiante. Confesso que tentei, de novo, criar uma química com esse diretor e o resultado foi frustrante. Muito provável é que a "cultura nerd" não faça mesmo a minha cabeça e gere poucas faíscas por aqui... ou o mundo virou nonsense e Frances Ha está dominando as rodinhas?! Seja como for, deveria ter parado na Lula e a Baleia e não ter virado a esquina com tanto ímpeto... Cheers!
45 Anos
3.7 254 Assista AgoraA realidade é mesmo dura: cristal quebrado não volta a ser adorno...
(sem maiores comentários...apenas elaborando a última cena por aqui...)
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraUm dos finais mais bonitos, estilizados e de bom gosto vindo da atual safra. As personagens percorrem o filme todo carregando consigo desejo e hesitação, o que torna a trama por vezes incômoda pela lentidão dos fatos, muito embora a força das atrizes mantêm em alta o interesse diante da experiência. Assista, mas mantenha-se fiel a você mesmo(a)!
A Segunda Esposa
3.5 15"Minha filha, você não precisa aceitar o seu marido. Quando tudo ficar insuportável, apenas feche os olhos".
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista AgoraOs efeitos especiais são ótimos e o castelo é algo surreal, mas acredito que o conto seria eternizado se fosse concebido num curta-metragem. Estaria de bom tamanho. Às vezes os mestres erram a mão também!
Já Estou Com Saudades
3.9 576 Assista AgoraA Drew me ganhou quando fez "Nunca Fui Beijada" e a Toni me cativou lá pelos idos de "O Casamento de Muriel". E não é que juntando as duas atrizes a química foi certeira?! O filme já começa ágil e percorre o cotidiano das personagens bem de perto, aprofundando nos dramas e suavizando no humor ácido e sintônico. A trama é bem amarrada, os clichês são depurados e o tom emocional da relação entre as amigas irá agradar tanto aos lacrimosos quanto aos otimistas de plantão. Mas vá preparado, é impossível ficar indiferente quando Toni Collette decide encarar a "realidade de frente".
In Natura
3.5 40Muito interessante o ritmo e os contornos dados ao filme. O homem moderno tem mesmo andado em crise ultimamente: um tanto deslocado afetivamente, um tanto apático, um tanto regredido, um pouco indeciso, um pouco sem voz ou posição. Talvez meio negligente, talvez meio sem coragem. Um verdadeiro inferno para um masculino que sempre foi solar no fluxo da civilização. Ele bem que tem tentado, mas quando sobe (e desce a montanha) não tem conseguido criar uma memória ou sequer uma filosofia de vida, apenas encarado fragmentos que não têm ampliado sentidos. A história segue por essa trilha e o nosso personagem revela bem essa vibração, o que pode irritar ou afastar alguns espectadores. Seja como for, há questões bem curiosas levantadas no decorrer da trajetória desse "homem moderno" e o cenário que ilustra tudo isso, se não for um atrativo de peso, poderá servir de consolo àqueles que se perderem pelo caminho...
Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, O Filme
4.0 685 Assista AgoraSeja para fechar ou abrir o novo ano, esta é uma boa pedida que deve ser conferida! O filme é divertido, nostálgico, cativante e traz aquele humor mordaz e refinado que nunca sai de moda. Um brinde para a antiga e a nova geração!
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraDuas estrelas: uma por respeito à diversidade sexual e outra pela ótima fotografia. De resto, dê-me um donut e não se fala mais nisso!!
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraA cena de abertura do filme, que momento marcante! Eu nunca fui um fã entusiasta da cantora, mas a chegada deste DOC poderia ser um momento para rever opiniões, o que acabou se confirmando. Confesso que fiquei ligado à tela o tempo inteiro e, acompanhar a trajetória da cantora da adolescência até o seu triste desfecho, foi algo que trouxe uma maior humanização à imagem que carrego da artista. O resultado final é melancólico, provocativo e lamentável pela evolução dos fatos, deixando um gosto amargo na boca.