Sem dúvida impactante e com um roteiro fora do lugar comum! Há uma boa química entre Binoche e os demais atores, favorecendo o clima tenso que atravessa duas realidades distintas: a alta burguesia europeia e os grupos miseráveis do Oriente Médio. Como sempre a atriz francesa cria uma verve que convence fácil o espectador e o leva a situações extremas em diferentes momentos da trama. Tente assistir ao filme na espontaneidade e deixe-se cativar por imagens penetrantes e cercadas de antagonismos.
Um dos filmes mais bonitos e herméticos que já assisti! Cheguei a conferir por mais de uma vez e sempre encontro algo novo na história, detalhes que haviam passado despercebidos ou imagens que, aparentemente, não existiam naquele meu momento de percepção. Possivelmente seja também o ápice da construção metafísica ou mística na filmografia de Kieslowski, já que ele criou uma obra atemporal sobre a jornada existencial de duas mulheres que tanto instiga por buscas coletivas (sociais) quanto por outras abstratas (interiores), levando o espectador a fazer perguntas sobre temas universais como "destino", "sincronicidade", "inocência" e "transcendência". Fora esses grandes temas, há também Irène Jacob para favorecer no exercício imagético, fazendo o espectador flutuar numa película em verde e pastel que promove um arrebatamento quase impossível de se conter, tornando pequeno o capricho humano de tentar reduzir um grande feito em meras palavras.
Kim Ki-duk brincando de esconde-esconde e testando sua nova câmera digital. É um filme curioso e belo em muitas passagens, que conduz tanto a personagem angustiada quanto o espectador ávido por respostas à exaustão. Não é o "maior" do cineasta, mas vale o exercício existencial-representativo. A "última cena", bem gestual, é fantástica!
Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Cine Biblioteca Mário de Andrade). Sem dúvida um título impactante e fora do lugar comum, a começar pelo roteiro excêntrico e pelos atores (praticamente) amadores. Fiquei tenso em muitos momentos em relação ao destino dos albinos e também confuso diante da edição descuidada (ou seria precária?) da produção, muito embora o filme tenha instantes de poesia e um final redentor, de forte beleza. No mais, é apenas uma experiência curiosa, longe de ser arrebatadora.
Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Centro Cultural S. Paulo). Eis um filme que me intrigou bastante, mas francamente não pelos motivos esperados. Misturar religião, assédio moral, extorsão profissional e drama familiar resultou em uma trama excessiva e ruidosa. Possivelmente o diretor quis mesmo chamar atenção pelos paradoxos, acariciando o espectador no rosto para em seguida arranhar a boa impressão gerada por uma imagem de "aparente bem-estar", falsa e cambaleante. A ausência de fé de muitos personagens, o sarcasmo e os jogos emocionais ao longo do filme cansam em diferentes momentos, muito embora a fotografia tenha me cativado pela forte estética e sofisticação. Talvez o excesso de "tramas paralelas" tenha também tirado a força do título, já que três grandes histórias acontecem ao mesmo tempo, interferindo sensivelmente no resultado final. De um modo geral, valeu a experiência para conhecer o olhar do diretor polonês e perceber, através de suas maquinações, o quanto Deus, a ética e a sinceridade nos laços sociais são elementos em xeque na atualidade.
Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Cine Livraria Cultura). Fazia tempo que Araki não nos brindava com algo novo e eis que veio essa surpresa. Cinema lotado, expectativa morna (no meu caso) e uma história interessante sobre lacuna parental, fazendo o espectador pensar sobre os sórdidos motivos que levariam Eva Green a evaporar da Terra. Como é de praxe do diretor, há uma mistura de gêneros e uma estética queer, ora beirando o onírico, ora migrando para o drama pautado no trauma, mas sempre mantendo o foco nas aflições e carências de seus personagens. Mesmo não sendo o melhor de sua filmografia, vale a pena tentar. Talvez "o final" valorize o ingresso ou a trilha sonora oitentista de primeira te pegue de jeito.
Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Centro Cultural S. Paulo). Após produzir dois títulos intimistas entre 2007 e 2014, Vivian Qu resolveu arriscar na direção de seu primeiro longa, criando um enredo que mistura drama, romance proibido e mistério noir ao contar a história de um cartógrafo equivocado (e bastante encrencado) em suas escolhas juvenis. Apesar da ótima fotografia, o ritmo da trama é hesitante, a psicologia dos personagens pouco explorada e há pontos de conflito que não se ampliam e nem se resolvem, dando a impressão de um grande filme que estancou em seu processo de realização. Veja, mas não aposte todas as fichas!
A vida incansavelmente tem seus meandros, caprichos e resoluções, ainda que tardios. Um filme com começo, meio e fim...mas de qual fim estamos falando?!
Imagens da cidade, imagens do centro, imagens perdidas no tempo. Ainda que modesto na produção e irregular nos episódios, vale a pena conferir este trabalho concebido pelo Cakoff e mais quinze diretores, percorrendo (e sobrevoando) uma São Paulo quase fosca, de gente humilde e acobertada por uma selva de pedra. Os melhores curtas são do Ash, Amos Gitai, Tsai Ming-Liang, Daniela Thomas, Wolfgang Becker e do próprio Leon Cakoff, onde entrevista um morador de rua que manda um "sutil recado" para Abbas Kiarostami. No fundo, me ganhou!
Ming-Liang é sempre bem-vindo para promover reflexões intimistas. Neste título o diretor revisita o tema da solitude (desejar sentir-se sozinho em meio a outras pessoas) trazendo a metáfora do "rio" como um elemento possível (e urgente) na vazão de águas paradas ou estagnadas, em uma tocante trama sobre o anestesiamento dos sentimentos na atualidade. Tal é a história de uma família que divide o mesmo teto e raramente se cruza, levando os membros da casa a terem vidas paralelas como forma de reparar emoções que pulsam em um conflito silencioso. A ideia de chuvas torrenciais, águas que invadem espaços e goteiras que se transformam em verdadeiras bicas nos remete a um mundo subjetivo que necessita de espaço para renovação, tamanha a repressão que acompanha os personagens. Como é de praxe do diretor, é um filme lento, tomado por silêncios (porém repletos de significados) e com imagens de Taipei que eu, particularmente, gosto muito. Junto com "Vive L'Amour" e "O Buraco" este se tornou um dos meus favoritos!
Apesar da sinopse chamativa e da urgência do tema na atualidade, trata-se de um filme praticamente amador, rodado em câmera digital, por um diretor alternativo norte-americano. Estranhamente o título foi escolhido para estrear primeiro no Brasil (?) através da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, gerando pouco abalo ou burburinho exatamente por ser uma produção um tanto duvidosa. Apesar do desempenho de alguns atores em fazer a trama "dar certo", tudo parece uma grande colagem saída de antigas fitas VHS, fazendo o espectador acreditar, logo nas primeiras cenas, que caiu numa "roubada".
O chef é renomado e os ingredientes para a receita de primeira, mas inexplicavelmente o bolo não cresceu, ficou "dangô"... Sem palavras, sem delongas...
Confesso que já andei por diferentes trilhas, desbravei várias tribos e até o momento não vi nada parecido com esta produção. O mais chamativo na trama é a mistura de fatos históricos com uma estética rococó impressionante, que deve ter tirado o fôlego de meio mundo na época, de críticos à admiradores, tamanha a riqueza de detalhes e investimento gasto no romance. Talvez o ritmo da história irrite alguns, mas toda a experiência é recompensada no final, podendo o filme ser visto como uma grande alegoria sobre o mundo artístico e a ânsia de amar, dois universos que aqui caminham conjugados. Onde é que eu estava que não havia conhecido Max Ophüls antes?!
Cinema Marginal da agonia crescente, do soco surdo no estômago, da transgressão sem controle de Bressane! Começa sutil e desloca-se rapidamente para o mórbido, levando o espectador a um labirinto de situações violentas e nada linear, resultando em uma espécie (proposital) de atordoamento. Vale a pena conhecer, seja pela ousadia do cineasta ou por uma Renata Sorrah, aos 22 anos, liberando seus dragões e injúrias!
Singelo e realista em sua concepção, talvez seja um dos filmes mais ricos em imagens naturalistas vindo do Projeto "2000 Visto Por", onde diretores de diferentes países se reuniram, no final da década de 90, para criar suas visões e fantasias acerca da virada do milênio. A narrativa é poética, os personagens circulam em um povoado perdido no tempo e a esperança por um "mundo melhor" não fora abandonada por seus habitantes, mesmo que o século XXI traga poucas chances de redenção ou novas oportunidades. Não perca!
Sem dúvida um trabalho sutil e poético, ainda que bastante pessoal e flutuante, levando o espectador a diferentes percepções. A estrutura da trama, porém, pode agradar a muitos ou gerar ansiedade em tantos outros, ressaltando aqui o meu caso. Vale a pena tentar, mas esteja aberto ao experimental.
Eytan Fox amadureceu bastante do primeiro filme para esta produção. Apesar da trama ser simples e o decurso do tempo curto, aproximadamente 80 minutos, a história é repleta de sutilezas e extremamente cativante pela entrega emocional dos atores, propiciando momentos de possíveis (re)começos a partir de experiências dilacerantes envolvendo uma "amarga ausência".
Pode apostar que Luc Besson retornou em boa forma! O filme, ao mesmo tempo, leva a uma reflexão inserindo temas como física quântica e neurociência, além de abrir espaço para um entretenimento eletrizante no melhor estilo "hi tech", brindando o espectador com uma Scarlett implacável e bastante à vontade em cena. Destaque também para a edição ágil e a trilha sonora contagiante de Eric Serra. Curti muito!
Quem já não rezou baixinho pedindo para que seu amor voltasse, fazendo do sofrimento o seu maior lema??
Pelas estradas da vida, para o brega, falta o luxo e sobra um emaranhado de renúncias e desatinos. Eis uma produção interessante para descortinar outros olhares!
É possível uma pessoa encontrar seu lugar no mundo? Aos olhos de Bete Davis a existência é um conjunto de melancolia, buscas interiores e uma boa dose de lembranças infantis...não necessariamente nessa ordem! Grande filme!
A descoberta da sexualidade e a resistente perda da inocência revelam um filme de vivências impactantes, onde as figuras da imaginação correm soltas, gerando um diálogo criativo entre a realidade e a fascinação. É incrível como, nos idos anos 70, o Cinema Tcheco produzia pérolas libertárias e independentes, não querendo agradar a ninguém, apenas abrindo espaço para a livre expressão. E seguindo essa premissa, é impossível não mergulhar fundo nessa experiência onírica!
É engraçado como contar uma história de "trás para frente" também cria expectativas sobre seu ponto de origem. Estamos sempre preocupados com o que está por vir, tentando domar o tempo. Aqui, no caso, a barreira é quebrada tamanha a criatividade e diversão em acompanhar os personagens. O filme é pura psicodelia!
Sem palavras para traduzir a amplitude da obra! Demorei anos para conferir o filme, mas esse chegou em boa hora na tarefa de promover grandes reflexões. O diretor construiu uma história singela aproximando pequenas tramas e personagens que são tratados com larga humanidade, gerando instantes delicados onde os envolvidos são levados a encarar as inevitáveis contrariedades do mundo, seja pelo viés da família ou através dos desafios sociais que insistem em atravessar. Vendo tudo isso, acredito que a vida (com seus caprichos sinuosos) assemelha-se mais a uma caixinha de surpresas a que uma engessada repetição de fatos. Favoritei!
Mil Vezes Boa Noite
4.0 160 Assista AgoraSem dúvida impactante e com um roteiro fora do lugar comum! Há uma boa química entre Binoche e os demais atores, favorecendo o clima tenso que atravessa duas realidades distintas: a alta burguesia europeia e os grupos miseráveis do Oriente Médio. Como sempre a atriz francesa cria uma verve que convence fácil o espectador e o leva a situações extremas em diferentes momentos da trama. Tente assistir ao filme na espontaneidade e deixe-se cativar por imagens penetrantes e cercadas de antagonismos.
A Dupla Vida de Véronique
4.1 275 Assista AgoraUm dos filmes mais bonitos e herméticos que já assisti! Cheguei a conferir por mais de uma vez e sempre encontro algo novo na história, detalhes que haviam passado despercebidos ou imagens que, aparentemente, não existiam naquele meu momento de percepção. Possivelmente seja também o ápice da construção metafísica ou mística na filmografia de Kieslowski, já que ele criou uma obra atemporal sobre a jornada existencial de duas mulheres que tanto instiga por buscas coletivas (sociais) quanto por outras abstratas (interiores), levando o espectador a fazer perguntas sobre temas universais como "destino", "sincronicidade", "inocência" e "transcendência". Fora esses grandes temas, há também Irène Jacob para favorecer no exercício imagético, fazendo o espectador flutuar numa película em verde e pastel que promove um arrebatamento quase impossível de se conter, tornando pequeno o capricho humano de tentar reduzir um grande feito em meras palavras.
Amen
3.0 13Kim Ki-duk brincando de esconde-esconde e testando sua nova câmera digital. É um filme curioso e belo em muitas passagens, que conduz tanto a personagem angustiada quanto o espectador ávido por respostas à exaustão. Não é o "maior" do cineasta, mas vale o exercício existencial-representativo. A "última cena", bem gestual, é fantástica!
Sombra Branca
3.5 2Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Cine Biblioteca Mário de Andrade). Sem dúvida um título impactante e fora do lugar comum, a começar pelo roteiro excêntrico e pelos atores (praticamente) amadores. Fiquei tenso em muitos momentos em relação ao destino dos albinos e também confuso diante da edição descuidada (ou seria precária?) da produção, muito embora o filme tenha instantes de poesia e um final redentor, de forte beleza. No mais, é apenas uma experiência curiosa, longe de ser arrebatadora.
Corpo Estranho
1.5 2Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Centro Cultural S. Paulo). Eis um filme que me intrigou bastante, mas francamente não pelos motivos esperados. Misturar religião, assédio moral, extorsão profissional e drama familiar resultou em uma trama excessiva e ruidosa. Possivelmente o diretor quis mesmo chamar atenção pelos paradoxos, acariciando o espectador no rosto para em seguida arranhar a boa impressão gerada por uma imagem de "aparente bem-estar", falsa e cambaleante. A ausência de fé de muitos personagens, o sarcasmo e os jogos emocionais ao longo do filme cansam em diferentes momentos, muito embora a fotografia tenha me cativado pela forte estética e sofisticação. Talvez o excesso de "tramas paralelas" tenha também tirado a força do título, já que três grandes histórias acontecem ao mesmo tempo, interferindo sensivelmente no resultado final. De um modo geral, valeu a experiência para conhecer o olhar do diretor polonês e perceber, através de suas maquinações, o quanto Deus, a ética e a sinceridade nos laços sociais são elementos em xeque na atualidade.
Pássaro Branco na Nevasca
3.6 442Filme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Cine Livraria Cultura). Fazia tempo que Araki não nos brindava com algo novo e eis que veio essa surpresa. Cinema lotado, expectativa morna (no meu caso) e uma história interessante sobre lacuna parental, fazendo o espectador pensar sobre os sórdidos motivos que levariam Eva Green a evaporar da Terra. Como é de praxe do diretor, há uma mistura de gêneros e uma estética queer, ora beirando o onírico, ora migrando para o drama pautado no trauma, mas sempre mantendo o foco nas aflições e carências de seus personagens. Mesmo não sendo o melhor de sua filmografia, vale a pena tentar. Talvez "o final" valorize o ingresso ou a trilha sonora oitentista de primeira te pegue de jeito.
Rua Secreta
2.8 5 Assista AgoraFilme conferido na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Centro Cultural S. Paulo). Após produzir dois títulos intimistas entre 2007 e 2014, Vivian Qu resolveu arriscar na direção de seu primeiro longa, criando um enredo que mistura drama, romance proibido e mistério noir ao contar a história de um cartógrafo equivocado (e bastante encrencado) em suas escolhas juvenis. Apesar da ótima fotografia, o ritmo da trama é hesitante, a psicologia dos personagens pouco explorada e há pontos de conflito que não se ampliam e nem se resolvem, dando a impressão de um grande filme que estancou em seu processo de realização. Veja, mas não aposte todas as fichas!
Uma Vida Comum
4.0 89A vida incansavelmente tem seus meandros, caprichos e resoluções, ainda que tardios.
Um filme com começo, meio e fim...mas de qual fim estamos falando?!
Bem-vindo a São Paulo - Visões da Metrópole em 18 …
3.1 13Imagens da cidade, imagens do centro, imagens perdidas no tempo. Ainda que modesto na produção e irregular nos episódios, vale a pena conferir este trabalho concebido pelo Cakoff e mais quinze diretores, percorrendo (e sobrevoando) uma São Paulo quase fosca, de gente humilde e acobertada por uma selva de pedra. Os melhores curtas são do Ash, Amos Gitai, Tsai Ming-Liang, Daniela Thomas, Wolfgang Becker e do próprio Leon Cakoff, onde entrevista um morador de rua que manda um "sutil recado" para Abbas Kiarostami. No fundo, me ganhou!
O Rio
3.9 26 Assista AgoraMing-Liang é sempre bem-vindo para promover reflexões intimistas. Neste título o diretor revisita o tema da solitude (desejar sentir-se sozinho em meio a outras pessoas) trazendo a metáfora do "rio" como um elemento possível (e urgente) na vazão de águas paradas ou estagnadas, em uma tocante trama sobre o anestesiamento dos sentimentos na atualidade. Tal é a história de uma família que divide o mesmo teto e raramente se cruza, levando os membros da casa a terem vidas paralelas como forma de reparar emoções que pulsam em um conflito silencioso. A ideia de chuvas torrenciais, águas que invadem espaços e goteiras que se transformam em verdadeiras bicas nos remete a um mundo subjetivo que necessita de espaço para renovação, tamanha a repressão que acompanha os personagens. Como é de praxe do diretor, é um filme lento, tomado por silêncios (porém repletos de significados) e com imagens de Taipei que eu, particularmente, gosto muito. Junto com "Vive L'Amour" e "O Buraco" este se tornou um dos meus favoritos!
Alvorada em Sunset
1.0 2Apesar da sinopse chamativa e da urgência do tema na atualidade, trata-se de um filme praticamente amador, rodado em câmera digital, por um diretor alternativo norte-americano. Estranhamente o título foi escolhido para estrear primeiro no Brasil (?) através da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, gerando pouco abalo ou burburinho exatamente por ser uma produção um tanto duvidosa. Apesar do desempenho de alguns atores em fazer a trama "dar certo", tudo parece uma grande colagem saída de antigas fitas VHS, fazendo o espectador acreditar, logo nas primeiras cenas, que caiu numa "roubada".
O Abismo Prateado
3.3 214 Assista AgoraO chef é renomado e os ingredientes para a receita de primeira, mas inexplicavelmente o bolo não cresceu, ficou "dangô"... Sem palavras, sem delongas...
Lola Montes
4.0 23Confesso que já andei por diferentes trilhas, desbravei várias tribos e até o momento não vi nada parecido com esta produção. O mais chamativo na trama é a mistura de fatos históricos com uma estética rococó impressionante, que deve ter tirado o fôlego de meio mundo na época, de críticos à admiradores, tamanha a riqueza de detalhes e investimento gasto no romance. Talvez o ritmo da história irrite alguns, mas toda a experiência é recompensada no final, podendo o filme ser visto como uma grande alegoria sobre o mundo artístico e a ânsia de amar, dois universos que aqui caminham conjugados. Onde é que eu estava que não havia conhecido Max Ophüls antes?!
Matou a Família e Foi ao Cinema
3.6 91Cinema Marginal da agonia crescente, do soco surdo no estômago, da transgressão sem controle de Bressane! Começa sutil e desloca-se rapidamente para o mórbido, levando o espectador a um labirinto de situações violentas e nada linear, resultando em uma espécie (proposital) de atordoamento. Vale a pena conhecer, seja pela ousadia do cineasta ou por uma Renata Sorrah, aos 22 anos, liberando seus dragões e injúrias!
A Vida Sobre a Terra
4.0 7Singelo e realista em sua concepção, talvez seja um dos filmes mais ricos em imagens naturalistas vindo do Projeto "2000 Visto Por", onde diretores de diferentes países se reuniram, no final da década de 90, para criar suas visões e fantasias acerca da virada do milênio. A narrativa é poética, os personagens circulam em um povoado perdido no tempo e a esperança por um "mundo melhor" não fora abandonada por seus habitantes, mesmo que o século XXI traga poucas chances de redenção ou novas oportunidades. Não perca!
36
3.6 4Sem dúvida um trabalho sutil e poético, ainda que bastante pessoal e flutuante, levando o espectador a diferentes percepções. A estrutura da trama, porém, pode agradar a muitos ou gerar ansiedade em tantos outros, ressaltando aqui o meu caso. Vale a pena tentar, mas esteja aberto ao experimental.
Yossi
3.5 54Eytan Fox amadureceu bastante do primeiro filme para esta produção. Apesar da trama ser simples e o decurso do tempo curto, aproximadamente 80 minutos, a história é repleta de sutilezas e extremamente cativante pela entrega emocional dos atores, propiciando momentos de possíveis (re)começos a partir de experiências dilacerantes envolvendo uma "amarga ausência".
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraPode apostar que Luc Besson retornou em boa forma! O filme, ao mesmo tempo, leva a uma reflexão inserindo temas como física quântica e neurociência, além de abrir espaço para um entretenimento eletrizante no melhor estilo "hi tech", brindando o espectador com uma Scarlett implacável e bastante à vontade em cena. Destaque também para a edição ágil e a trilha sonora contagiante de Eric Serra. Curti muito!
Vou Rifar Meu Coração
4.1 214Quem já não rezou baixinho pedindo para que seu amor voltasse, fazendo do sofrimento o seu maior lema??
Pelas estradas da vida, para o brega, falta o luxo e sobra um emaranhado de renúncias e desatinos. Eis uma produção interessante para descortinar outros olhares!
A Solidão dos Números Primos
3.9 145É possível uma pessoa encontrar seu lugar no mundo? Aos olhos de Bete Davis a existência é um conjunto de melancolia, buscas interiores e uma boa dose de lembranças infantis...não necessariamente nessa ordem! Grande filme!
Valerie e Sua Semana de Deslumbramentos
3.9 191 Assista AgoraA descoberta da sexualidade e a resistente perda da inocência revelam um filme de vivências impactantes, onde as figuras da imaginação correm soltas, gerando um diálogo criativo entre a realidade e a fascinação. É incrível como, nos idos anos 70, o Cinema Tcheco produzia pérolas libertárias e independentes, não querendo agradar a ninguém, apenas abrindo espaço para a livre expressão. E seguindo essa premissa, é impossível não mergulhar fundo nessa experiência onírica!
Final Feliz
4.4 12É engraçado como contar uma história de "trás para frente" também cria expectativas sobre seu ponto de origem. Estamos sempre preocupados com o que está por vir, tentando domar o tempo. Aqui, no caso, a barreira é quebrada tamanha a criatividade e diversão em acompanhar os personagens. O filme é pura psicodelia!
O Marido da Cabeleireira
3.8 29Inebriados de amor e shampoo!!! Eis um romance mágico que cativa e arrebata!
As Coisas Simples da Vida
4.3 120Sem palavras para traduzir a amplitude da obra! Demorei anos para conferir o filme, mas esse chegou em boa hora na tarefa de promover grandes reflexões. O diretor construiu uma história singela aproximando pequenas tramas e personagens que são tratados com larga humanidade, gerando instantes delicados onde os envolvidos são levados a encarar as inevitáveis contrariedades do mundo, seja pelo viés da família ou através dos desafios sociais que insistem em atravessar. Vendo tudo isso, acredito que a vida (com seus caprichos sinuosos) assemelha-se mais a uma caixinha de surpresas a que uma engessada repetição de fatos. Favoritei!