Sem rodeios, sem maquiagem, sem trilha sonora e sem moderação aos sentimentos mais profundos, 'Luz Silenciosa' se mostra um legítimo exercício de entrega ao que há de mais primitivo (e audacioso) nas relações humanas: o ato de não trair a si mesmo quando a alma chama pela manhã, trazendo a coragem necessária para abrir os caminhos que pulsam à luz dos primeiros raios da alvorada. Uma experiência sensorial inesquecível e de forte impacto!
Há vários elementos que gosto no filme: rituais secretos, vínculos familiares truncados, sal grosso, atmosfera opressiva e até uma Sandy "mais dada" além dos moldes habituais. Confesso que já era fã de Dutra & Rojas e com esta produção minha admiração não recuou. Aqui o diretor realizou um título sério, apoiando-se em elementos espíritas para explicar a relação entre pai e filho. Apesar do bom clima inicial, que se mantém forte durante toda a trama, há de se ter dedicação para compreender o universo dos personagens até o derradeiro final. Assista com vontade, e utilize suas crenças e imaginação para enriquecer ainda mais esta viagem sinistra!
Descendo do céu ao inferno, Kim Ki-duk continua sendo uma figura curiosa. Aqui ele faz um "mea culpa" envolvendo experiências traumáticas, expurgos obsessivos e jornadas cinematográficas, criando um filme que é, ao mesmo tempo, uma auto-homenagem e um fragmento sobre a reclusão depressiva. Vale a indicação para quem deseja conhecer o diretor mais de perto, onde a excentricidade e humanidade do artista são valorizadas.
Grande surpresa vinda do Chile! Estava com outra ideia acerca do filme, mas o apanhado geral da trama alterou toda a ordem das expectativas e anseios. É um título singelo, ameno e que cativa aos poucos, inserindo noções intrigantes de micro e macrocosmo ao tentar criar um contraste (ou seria um diálogo?) entre o homem e o Universo. As passagens são sutis, a narrativa sedutora e os temas urgentes, lançando a pergunta: pode o indivíduo viver uma existência lúcida sem um contato ou raiz com a transcendência? Invista, a viagem valerá a experiência!
Triste, corrosivo e profundamente humano! Quando o assunto envolve uma moral, quem verdadeiramente está certo ou se salva diante das próprias certezas?
O melhor da trama: encontre um mundo desconhecido e perceba a sutil diferença entre o inédito e o já explorado...
Não tem como ficar indiferente: bela produção, personagens cativantes e uma pegada mística bem típica de Tykwer (ou seria de Essuman)?! Explore os antagonismos entre os diretores, caso você consiga encontrar qualquer divergência! =))
Demorei anos para assistir com várias ressalvas, mas não esperava que fosse tão divertido e intenso! O filme pode ser visto como um delírio-sexual-new-wave, com cores berrantes, visual borrado e músicas melosas que não saem da cabeça ou como uma ode ao universo GLBTT num tempo em que a repressão ainda falava mais alto, jogando para o calabouço o sexo, a criatividade e as vozes interiores. Assista, mas sem resistências!
Há causas perdidas no tempo e há oportunidades que conduzem a uma grande causa, exatamente, pelo tempo redescoberto: eis o mote desta trama sutil. Anna e a tia distante buscam por evidências no passado familiar e tentam reconstruir um presente mais brando, livre de amarras ou fantasmas que insistem em assombrar. Vale a pena conferir e acompanhar, sem culpa, o alinhamento da jovem freira diante dos chamados da vida.
Cinema turco gélido e letárgico, inserindo personagens que flutuam numa trama arrastada e sem maiores propósitos. Talvez um olhar sobre a solidão, talvez fragmentos de ideias do diretor, talvez impulsos interiores, talvez um grande nada...
Há uma fina nostalgia que atravessa todo o filme, inegavelmente pela mistura de amor e desespero que acompanha o personagem central quanto ao fechamento de um cinema de rua...o que, para qualquer cinéfilo ou aficcionado, seria um golpe e tanto! Há momentos memoráveis, planos criativos e imagens clássicas da Sétima Arte, assim como também, personagens perdidos e deslocados na trama, criando um clima de tristeza e agonia, contrastando também de maneira impactante com a violência que brota a partir do jovem bilheteiro. Pode até ser um filme menor (barato), mas é grande na honestidade da narrativa.
Sensível olhar sobre a velhice e uma possível liberdade tardia, ainda que vigiada por familiares, vizinhos e alguns dragões do passado que insistem em criar amarras e outros obstáculos amargos. A simpática Berthe libertou-se dos grilhões e agora convida a todos para desfrutar de novos caminhos e empreitadas. Que tal um sorvete fora de hora apenas para alegrar a alma?
Melancólico, reflexivo e uterino em todos os seus ângulos! Praticamente um retorno às origens, às raízes maternas, por meio de uma longa (e dolorosa) despedida...
Poderia ser mais um drama repetitivo e sem maiores novidades se a lente não se voltasse para Fanny Ardant, em um ótimo retorno às telas na pele de Caroline, focando em suas erupções afetivas. A trama é contagiante, seja pela espontaneidade da relação amorosa, as descobertas tardias, os questionamentos da passagem ou mesmo sobre a necessidade da personagem em criar uma rotina 'sem tempo e idade', arrebatando o espectador num conto moderno sobre o amor na maturidade.
Enigmático e provocativo na medida certa. O filme talvez funcione melhor se a consciência não intervir tanto no processo e o Ego não insistir por respostas imediatas. Nesta trama inusitada, o Irracional sem dúvida é o personagem principal!
Um dos grandes de Kiarostami: sutil na evocação, simples na concepção do drama e extremamente humano na aparente repetição dos fatos. Eu não sei explicar o que mais mexeu comigo, se foi a fotografia (favorecendo a atmosfera da história) ou aquelas elipses incessantes que, ao mesmo tempo, cativam e atordoam. Cinema imenso!!
A primeira cena envolve uma imensa tartaruga que é destroçada para virar alimento entre os exploradores da selva. E a segunda está relacionada ao "empalamento" de uma índia que gera calafrios apenas com a câmera chegando perto (!!)
Veja e depois apague o arquivo do HD. Dos males, o menor!
Realmente o filme superou as expectativas! A trama convence pela espontaneidade dos atores e Kazan queria mesmo ver a "massa desandar" mostrando um Brando apenas de regata (explorando na cara dura o biotipo) e uma Leigh que vai sendo abalada psicologicamente pela presença do cunhado. Enxofre e fogo para ninguém botar defeito!!
Um dos maiores "selfies" do Cinema está completando 23 anos!! Merece comemoração! Ridley Scott foi muito feliz quando lançou este road movie com duas atrizes de peso, criando uma história cativante sobre a amizade e a conquista da liberdade além das fronteiras. Quebrando fortes tabus do gênero, onde lugar de mulher é dentro de casa ou ao lado de um homem, fez um filme vigoroso que arrebatou uma legião de fãs ao redor do mundo em prol da livre expressão e da exaltação do feminino. Um filme para ver e rever sempre que possível, e também a ser descoberto pela "nova geração" (2000)!
O bom de Klapisch é que ele curte, literalmente, correr junto com os seus personagens. E nós vamos com eles no ritmo das descobertas e das boas sacadas!!!
(Não perca o fechamento da trilogia! É uma junção de celebração e pura nostalgia.)
Quatro coisas a se considerar: a) o filme melhora do meio para o fim. b) falta um pino a menos para Valeria Bruni Tedeschi. c) a cena das freiras é um desbunde. d) alguém viu o castelo? =))
Mais um da safra dos "contemplativos" vindos da Mongólia. Foca na cultura local, na geografia, nas pessoas, na miséria atordoante e nas idas e vindas de um cachorro que reflete a própria existência. Apesar da trama inusitada, é curioso inicialmente trazendo imagens de forte impacto, porém o desenrolar é morno e cheio de lacunas pouco amarradas.
Luz Silenciosa
3.9 45Sem rodeios, sem maquiagem, sem trilha sonora e sem moderação aos sentimentos mais profundos, 'Luz Silenciosa' se mostra um legítimo exercício de entrega ao que há de mais primitivo (e audacioso) nas relações humanas: o ato de não trair a si mesmo quando a alma chama pela manhã, trazendo a coragem necessária para abrir os caminhos que pulsam à luz dos primeiros raios da alvorada. Uma experiência sensorial inesquecível e de forte impacto!
Quando Eu Era Vivo
2.9 323Há vários elementos que gosto no filme: rituais secretos, vínculos familiares truncados, sal grosso, atmosfera opressiva e até uma Sandy "mais dada" além dos moldes habituais. Confesso que já era fã de Dutra & Rojas e com esta produção minha admiração não recuou. Aqui o diretor realizou um título sério, apoiando-se em elementos espíritas para explicar a relação entre pai e filho. Apesar do bom clima inicial, que se mantém forte durante toda a trama, há de se ter dedicação para compreender o universo dos personagens até o derradeiro final. Assista com vontade, e utilize suas crenças e imaginação para enriquecer ainda mais esta viagem sinistra!
Arirang
4.0 27Descendo do céu ao inferno, Kim Ki-duk continua sendo uma figura curiosa. Aqui ele faz um "mea culpa" envolvendo experiências traumáticas, expurgos obsessivos e jornadas cinematográficas, criando um filme que é, ao mesmo tempo, uma auto-homenagem e um fragmento sobre a reclusão depressiva. Vale a indicação para quem deseja conhecer o diretor mais de perto, onde a excentricidade e humanidade do artista são valorizadas.
Nostalgia da Luz
4.3 61Grande surpresa vinda do Chile! Estava com outra ideia acerca do filme, mas o apanhado geral da trama alterou toda a ordem das expectativas e anseios. É um título singelo, ameno e que cativa aos poucos, inserindo noções intrigantes de micro e macrocosmo ao tentar criar um contraste (ou seria um diálogo?) entre o homem e o Universo. As passagens são sutis, a narrativa sedutora e os temas urgentes, lançando a pergunta: pode o indivíduo viver uma existência lúcida sem um contato ou raiz com a transcendência? Invista, a viagem valerá a experiência!
Casa de Areia e Névoa
3.9 312Triste, corrosivo e profundamente humano! Quando o assunto envolve uma moral, quem verdadeiramente está certo ou se salva diante das próprias certezas?
Soul Boy - À Procura Da Alma
4.1 5 Assista AgoraO melhor da trama: encontre um mundo desconhecido e perceba a sutil diferença entre o inédito e o já explorado...
Não tem como ficar indiferente: bela produção, personagens cativantes e uma pegada mística bem típica de Tykwer (ou seria de Essuman)?! Explore os antagonismos entre os diretores, caso você consiga encontrar qualquer divergência! =))
The Rocky Horror Picture Show
4.1 1,3K Assista AgoraDemorei anos para assistir com várias ressalvas, mas não esperava que fosse tão divertido e intenso! O filme pode ser visto como um delírio-sexual-new-wave, com cores berrantes, visual borrado e músicas melosas que não saem da cabeça ou como uma ode ao universo GLBTT num tempo em que a repressão ainda falava mais alto, jogando para o calabouço o sexo, a criatividade e as vozes interiores. Assista, mas sem resistências!
Ida
3.7 439Há causas perdidas no tempo e há oportunidades que conduzem a uma grande causa, exatamente, pelo tempo redescoberto: eis o mote desta trama sutil. Anna e a tia distante buscam por evidências no passado familiar e tentam reconstruir um presente mais brando, livre de amarras ou fantasmas que insistem em assombrar. Vale a pena conferir e acompanhar, sem culpa, o alinhamento da jovem freira diante dos chamados da vida.
A Queda do Anjo
2.9 4Cinema turco gélido e letárgico, inserindo personagens que flutuam numa trama arrastada e sem maiores propósitos. Talvez um olhar sobre a solidão, talvez fragmentos de ideias do diretor, talvez impulsos interiores, talvez um grande nada...
Um Gosto de Mel
4.0 40É preciso que alguém lhe ame primeiro para, depois, você amar alguém!! =))
A Última Sessão
3.2 12Há uma fina nostalgia que atravessa todo o filme, inegavelmente pela mistura de amor e desespero que acompanha o personagem central quanto ao fechamento de um cinema de rua...o que, para qualquer cinéfilo ou aficcionado, seria um golpe e tanto! Há momentos memoráveis, planos criativos e imagens clássicas da Sétima Arte, assim como também, personagens perdidos e deslocados na trama, criando um clima de tristeza e agonia, contrastando também de maneira impactante com a violência que brota a partir do jovem bilheteiro. Pode até ser um filme menor (barato), mas é grande na honestidade da narrativa.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraSOS: tirem essa aranha hesitante de meu cérebro, preciso desfazer os nós dessa grande teia!!!
A Velha Dama Indigna
4.1 4Sensível olhar sobre a velhice e uma possível liberdade tardia, ainda que vigiada por familiares, vizinhos e alguns dragões do passado que insistem em criar amarras e outros obstáculos amargos. A simpática Berthe libertou-se dos grilhões e agora convida a todos para desfrutar de novos caminhos e empreitadas. Que tal um sorvete fora de hora apenas para alegrar a alma?
Mãe e Filho
3.9 38Melancólico, reflexivo e uterino em todos os seus ângulos! Praticamente um retorno às origens, às raízes maternas, por meio de uma longa (e dolorosa) despedida...
Os Belos Dias
3.5 40 Assista AgoraPoderia ser mais um drama repetitivo e sem maiores novidades se a lente não se voltasse para Fanny Ardant, em um ótimo retorno às telas na pele de Caroline, focando em suas erupções afetivas. A trama é contagiante, seja pela espontaneidade da relação amorosa, as descobertas tardias, os questionamentos da passagem ou mesmo sobre a necessidade da personagem em criar uma rotina 'sem tempo e idade', arrebatando o espectador num conto moderno sobre o amor na maturidade.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraEnigmático e provocativo na medida certa. O filme talvez funcione melhor se a consciência não intervir tanto no processo e o Ego não insistir por respostas imediatas. Nesta trama inusitada, o Irracional sem dúvida é o personagem principal!
O Vento Nos Levará
3.9 40 Assista AgoraUm dos grandes de Kiarostami: sutil na evocação, simples na concepção do drama e extremamente humano na aparente repetição dos fatos. Eu não sei explicar o que mais mexeu comigo, se foi a fotografia (favorecendo a atmosfera da história) ou aquelas elipses incessantes que, ao mesmo tempo, cativam e atordoam. Cinema imenso!!
O Último Beijo
3.9 43O difícil no exercício de amar é encarar o "diferente" no outro e em si mesmo...
Holocausto Canibal
3.1 833Certamente um filme maldito e deslocado este (quase riscado do mapa) horror documental. Há duas passagens, pelo menos, atemporais e impactantes:
A primeira cena envolve uma imensa tartaruga que é destroçada para virar alimento entre os exploradores da selva. E a segunda está relacionada ao "empalamento" de uma índia que gera calafrios apenas com a câmera chegando perto (!!)
Veja e depois apague o arquivo do HD. Dos males, o menor!
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista AgoraRealmente o filme superou as expectativas! A trama convence pela espontaneidade dos atores e Kazan queria mesmo ver a "massa desandar" mostrando um Brando apenas de regata (explorando na cara dura o biotipo) e uma Leigh que vai sendo abalada psicologicamente pela presença do cunhado. Enxofre e fogo para ninguém botar defeito!!
Thelma & Louise
4.2 967 Assista AgoraUm dos maiores "selfies" do Cinema está completando 23 anos!! Merece comemoração!
Ridley Scott foi muito feliz quando lançou este road movie com duas atrizes de peso, criando uma história cativante sobre a amizade e a conquista da liberdade além das fronteiras. Quebrando fortes tabus do gênero, onde lugar de mulher é dentro de casa ou ao lado de um homem, fez um filme vigoroso que arrebatou uma legião de fãs ao redor do mundo em prol da livre expressão e da exaltação do feminino. Um filme para ver e rever sempre que possível, e também a ser descoberto pela "nova geração" (2000)!
O Enigma Chinês
3.9 130O bom de Klapisch é que ele curte, literalmente, correr junto com os seus personagens. E nós vamos com eles no ritmo das descobertas e das boas sacadas!!!
(Não perca o fechamento da trilogia! É uma junção de celebração e pura nostalgia.)
Um Castelo na Itália
3.0 38Quatro coisas a se considerar: a) o filme melhora do meio para o fim. b) falta um pino a menos para Valeria Bruni Tedeschi. c) a cena das freiras é um desbunde. d) alguém viu o castelo? =))
O Estado do Cão
3.9 5Mais um da safra dos "contemplativos" vindos da Mongólia. Foca na cultura local, na geografia, nas pessoas, na miséria atordoante e nas idas e vindas de um cachorro que reflete a própria existência. Apesar da trama inusitada, é curioso inicialmente trazendo imagens de forte impacto, porém o desenrolar é morno e cheio de lacunas pouco amarradas.