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Sócia-fundadora e crítica do @iclaquete 🎬 Graduada em jornalismo 📰

Últimas opiniões enviadas

  • Mari Frazão

    Em uma edição deste mês da revista Veja, a coluna SobeDesce tentou amenizar as denúncias de assédio sexual contra o escritor Stan Lee. “Aos 95 anos, o criador do Homem-Aranha foi acusado de assédio por suas cuidadoras por pedir-lhes sexo oral e andar nu dentro de casa — prova de que para algumas feministas não existe a atenuante da idade”, declarou a publicação de 12 de janeiro. A afirmação, absurda em sua tentativa de minimizar a gravidade das acusações, ecoa junto a tantas outras que tentam desmerecer a luta feminina por igualdade e respeito.

    Tentativas de silenciamento deste tipo caem como uma bomba em um momento crucial como o que estamos vivendo. Em Hollywood, profissionais da indústria cinematográfica estão sistematicamente pondo em cheque a má conduta de atores, cineastas e produtores, ao mesmo tempo em que reivindicam salários mais justos para as mulheres, impulsionando um movimento que toma conta de novas esferas a cada dia. Neste contexto, A Guerra dos Sexos, dirigido pelo casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, descreve com precisão cirúrgica a constante dificuldade que enfrentamos para tentar avançar com os direitos das mulheres.

    A trama reconstitui livremente um célebre episódio da história esportiva norte-americana, que ficou conhecido como “a Batalha dos Sexos”. Em meados de 1972, o tenista aposentado Bobby Riggs (Steve Carrel), de 55 anos, decidiu desafiar as campeãs do esporte para provar que os homens são melhores e que as mulheres não pertencem às quadras. Pegando carona na polêmica levantada pela esportista em ascensão e ativista Billie Jean King (Emma Stone), que comprou uma briga com a associação dos tenistas por pleitear equiparação salarial entre os atletas de ambos os sexos, o egocêntrico ex-campeão usou a disputa para atrair os holofotes (e lucrar com as apostas).

    O longa-metragem roteirizado por Simon Beaufoy (Quem Quer Ser um Milionário?) narra com leveza os fatos que precederam o evento histórico. Dayton e Faris, nomes por trás do maravilhoso Pequena Miss Sunshine, repetem a façanha de abordar temas difíceis com toques de humor – e, como na comédia dramática de 2006, muitas das risadas provocadas por A Guerra dos Sexos são resultado de puro constrangimento. Steve Carrel, em mais um desempenho extraordinário, consegue criar um vínculo emocional entre o repugnante Bobby Riggs e o público. O personagem caminha durante a trama como uma piada ambulante, um ser humano retrógrado que chega a despertar pena, mas que é mestre em lucrar com sua imagem de porco chauvinista.

    No comando do longa, Emma Stone entrega uma de suas mais brilhantes atuações. Billie Jean se divide entre a descoberta de sua sexualidade e a necessidade de esconder o affair com a cabeleireira Marilyn (Andrea Riseborough) para não implodir sua carreira, ao mesmo tempo em que luta por salários e premiações justas para as atletas femininas: “Se nós vendemos o mesmo número de ingressos, merecemos ganhar o mesmo prêmio”, insiste. É nos embates entre a tenista e o presidente da associação (Bill Pullman) que brotam as críticas mais cortantes de A Guerra dos Sexos: mais de quatro décadas nos separam dos acontecimentos retratados no filme, mas cada argumento e cada negativa às reivindicações femininas continua soando extremamente atual.

    Distribuída em múltiplas camadas, a comédia dramática explora diversos assuntos, do vício em jogos de azar à aceitação da comunidade LGBT. Após uma breve passagem nos cinemas brasileiros em outubro de 2017, o filme está disponível para locação no TeleCine On. A Guerra dos Sexos teve duas indicações ao Globo de Ouro 2018, uma para Stone em Melhor Atriz de Filme – Comédia ou Musical e outra para Carell como Melhor Ator de Filme – Comédia ou Musical. Os atores também disputaram nas mesmas categorias o Critics’ Choice Awards e no SAG Awards.

    Leia mais críticas em: www.iclaquete.com.br

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  • Mari Frazão

    “Fan service” é um dos temas mais polêmicos quando se trata de produções cinematográficas inspiradas em HQs. Ao mesmo tempo em que os aficionados por quadrinhos tendem a esperar filmes essencialmente fiéis às suas fontes, uma boa parte do público que lota as salas de cinema sequer acompanha esse universo. Cabe aos diretores a difícil tarefa de balancear as demandas dos fãs fervorosos com a necessidade de adaptar a história para outra linguagem.

    O desequilíbrio entre esses fatores pode prejudicar a sétima arte: talvez o maior exemplo seja o polêmico “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, de Zack Snyder, um dos principais pilares da expansão cinematográfica da DC em parceria com a Warner. Longo e confuso, o tão esperado confronto entre o semideus de Metrópolis e o vigilante de Gotham City consagrou-se como um tributo às HQs, mas falhou enquanto obra cinematográfica, deixando grande parte do público perdido. O resultado repercutiu internamente e impulsionou mudanças drásticas nos planos do estúdio, afetando inclusive “Esquadrão Suicida”, que foi completamente reeditado às vésperas de sua estreia. Com “BvS” e “Esquadrão Suicida” rejeitados pela crítica e dividindo as opiniões do público, a Warner teve um momento positivo com “Mulher-Maravilha”, dirigido por Patty Jenkins.

    Com um tom bem menos sombrio, “Liga da Justiça”, que estreou no dia 15 de novembro, parece bem interligado aos fatos de “BvS”, mas também deixa várias pontas soltas. Entretanto, ao contrário do seu antecessor, nem mesmo os mais íntimos dos quadrinhos se sentiram “em casa”: quando Zack Snyder precisou deixar a direção, por motivos pessoais, e a responsabilidade de finalizar o longa foi passada para Joss Whedon (“Vingadores: Era de Ultron”), mais uma produção da DC precisou ser remodelada às pressas, e o resultado foi um filme sem paternidade definida.

    Com tantos personagens para serem apresentados ao público — o que consome tempo em cena — e precisando atender às exigências da Warner de que o filme não ultrapassasse as duas horas de projeção, a primeira metade de “Liga da Justiça” conta com diálogos rasos e frases de efeito descabidas. Ao mesmo tempo, o acerto na escolha do elenco se torna evidente: mesmo quando o roteiro não ajuda, as boas interpretações são suficientes para envolver o espectador com os protagonistas, além de render momentos cômicos impagáveis — com destaque para Ezra Miller como Barry Allen, o Flash.

    “Liga da Justiça” marca uma mudança na visão dos executivos do estúdio: o tom mais leve e o “desapego” em relação às HQs mostram que a produtora tem consciência sobre o tipo de público que enche as salas de cinema e sobre o que esse público espera (tanto que o longa tem 83% de aceitação no Rotten Tomatoes). Entretanto, as bilheterias internacionais do filme durante a semana de estreia foram bem abaixo do esperado, com previsões até de prejuízo para a distribuidora.

    A maior lição que a Warner parece não ter aprendido ainda é a de que um bom planejamento é indispensável — ainda mais quando se fala em orçamentos de centenas de milhões de dólares. A produtora tem sido reativa em suas escolhas, tomando decisões precipitadas e exigindo alterações grandiosas em produções quase prontas, e os resultados têm sido filmes que prometem muito e decepcionam — enquanto “Mulher-Maravilha”, que sofreu menos interferência e estreou sob poucas expectativas, teve uma longa e próspera trajetória nas salas de projeção.

    O filme de Snyder e Whedon tinha tudo para ser um épico. Acabou, porém, como um mero entretenimento: um longa engraçadinho mas sem personalidade, com boas cenas de ação, um vilão descartável, efeitos especiais ora interessantes, ora meio toscos, personagens adoráveis, mas pouco desenvolvidos, e uma sensação de “foi divertido, mas ainda não foi o que eu esperava”.

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  • João Antônio
    João Antônio

    Oi Mari, tudo certo? Desculpa a demora em responder, estive um pouco afastado de redes sociais nesses últimos dois meses. Acho que faz bem arejar um pouco hehehe.
    Muito obrigado e que bom que você gostou do que escrevi rsrs.
    Se ainda houver a oportunidade de ajudar com o site, eu adoraria.

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