Colocar a protagonista Piper (Taylor Schilling) no banco de reservas foi uma das melhores decisões dos realizadores de "Orange is the New Black" até agora. Depois de um trágico penúltimo episódio e de um season finale arrebatador na quarta temporada, a nova leva de episódios se passa em poucos dias, em meio à rebelião que tomou conta de Litchfield. Disponível desde 9 de junho na Netflix, a quinta temporada volta seus holofotes para Taystee Jefferson (Danielle Brooks), que carrega a trama com maestria. É indiscutível como a série cresceu e amadureceu ao longo dos últimos cinco anos; não é à toa que, mesmo com todas as mudanças, a série ainda detém uma das médias de avaliação mais altas no catálogo da Netflix. Os novos episódios, embora tensos e pesados, não chegam ao mesmo patamar de violência da temporada anterior. Entretanto, apesar do componente cômico que, como de costume, dosa boa parte da história, o clima no presídio de segurança mínima tende para um lado cada vez mais soturno. A falta de rotina, regras e guardas não disfarça a situação precária das detentas, mas antes a expõe; o cenário da série, por mais que tenha sido virado de cabeça para baixo, cada vez mais nos submerge no que de fato ele é: uma prisão.
Em um passado não tão distante, quando crianças carregavam fardos maiores que suas minúsculas vidas, os órfãos de famílias pobres eram vistos como seres sub-humanos, abandonados em orfanatos ou enviados para servir como empregados domésticos em casas de desconhecidos. Foi neste cenário cruel que a jovem Anne Shirley (Amybeth McNulty) conheceu o pouco que sabe sobre o mundo - complementando seu aprendizado com a paixão pela leitura. A nova série original da Netflix vagueia entre a dura realidade de uma criança de 13 anos que cresceu sem conhecer o amor, a amizade e outros sentimentos primitivos, e sua vibrante imaginação. Anne - com E no final, como faz questão de frisar - é uma órfã que, após enfrentar uma infância de abusos, vê sua sorte mudar ao ser levada por engano para viver com o casal de irmãos idosos Marilla e Matthew Cuthbert. Embora a menina arranque risadas com seu jeitinho "Pollyanna", que desarma até mesmo os austeros colonos canadenses, do primeiro ao último episódio é difícil conter o choro - seja por emoção, seja por revolta. Baseado no livro "Anne de Green Gables", da escritora canadense L. M. Montgomery, o seriado aborda temas atemporais e de imensa importância, tais como o papel da mulher, bullying e identidade. Sem dúvidas, "Anne with an E" é uma das séries mais bonitas, delicadas e difíceis do canal de streaming.
“Finalmente deixamos essa Ferrari sair da garagem". A declaração é de Shawn Levy, produtor e diretor de "Stranger Things", que, em entrevista à Variety, defendeu a atuação de Noah Schnapp, o Will. Embora seu personagem seja uma peça fundamental no primeiro ano da série, o ator mirim aparece em cena durante um mínimo de tempo. Enquanto seu sumiço conecta uma cadeia de incidentes bizarros, a trama da primeira temporada se desenvolve em torno da busca implacável pelo garoto, levada a cabo pelos amigos Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin) e Dustin (Gaten Matarazzo) e por sua mãe Joyce (Winona Ryder).
Na ausência de Will, os holofotes da primeira temporada estiveram todos voltados para Eleven/Onze, interpretada pela inglesa Millie Bobby Brown. O misterioso surgimento de Eleven é uma importante peça do quebra-cabeças de eventos obscuros que mexeram com o cotidiano da pacata e fictícia Hawkins, Indiana. Em cena, Millie impressionou público e crítica: enquanto a personagem é de pouquíssimas palavras, suas expressões gritam. Não foi à toa que a garota se tornou o maior fenômeno teen da última década.
Quando a segunda temporada da série foi anunciada, imaginamos que teríamos mais de Will em cena - hipótese que foi confirmada com a divulgação dos primeiros trailers e fotos promocionais. Com a estreia de "Stranger Things 2", na última sexta (27), pudemos confirmar a destreza dos irmãos Duffer na seleção do elenco. A atuação de Schnapp é comovente - e Winona, que já havia brilhado no ano anterior, volta a surpreender com a fibra de Joyce. Como se não bastasse, Matt e Ross nos entregam uma Eleven bem mais madura: para ilustrar sua jornada de autodescoberta, os showrunners iniciam um novo arco da história, em um episódio que, propositalmente, destoa dos demais, trazendo à tona velhos acontecimentos e novas informações.
Existe em Eleven uma ira que se funde àquela comum à adolescência. Faminta por tudo o que lhe foi negado ao longo de toda sua vida, a personagem passeia entre o frágil e o brutal, em uma performance que remete a Logan, o famoso mutante dos "X-Men". Continuam sendo dela algumas das melhores cenas dramáticas da produção, que agora abre espaço para o também talentosíssimo David Harbour, que interpreta o delegado Jim Hopper.
Cultuado como uma ode aos anos 1980, o seriado aposta em novas referências e se aproxima cada vez mais da obra de Stephen King. A adição de Billy (Dacre Montgomery) é um bom exemplo disso: o vilão adolescente se encaixa no terror psicológico que ronda a narrativa, tão imprevisível e sinistro quanto o icônico Jack (Jack Nicholson) de "O Iluminado" (1980), tão assustador quanto o pai de Beverly no novíssimo "It: A Coisa" - provando a cada aparição que, mesmo em meio a acontecimentos sobrenaturais, alguns seres humanos conseguem ser piores que qualquer pesadelo.
Com tantos acertos, os novos episódios deixam claro que o sucesso de "Stranger Things" vai bem além do resultado de um algoritmo da Netflix. Ao longo dos nove episódios, a produção se mostra visualmente audaciosa e prova o domínio dos Duffer sobre o enredo e a construção dos personagens. Ao final, a série se firma como uma das criações originais de maior hype do canal de streaming, e confirma que o Mundo Invertido é um solo frutífero de onde ainda devem sair muitos segredos ocultos.
Os anos 1980 são um marco na história do cinema. Inspiradora, a década se destacou por uma reciclagem de gêneros cinematográficos que colocou em ascensão os filmes de ficção científica e terror. O clássico "ET — O Extraterrestre" (1982), de Steven Spielberg é prole dessa era pós-moderna, bem como o célebre "Blade Runner" (1982), de Ridley Scott, que dignificou e transformou o gênero para sempre. A fertilidade criativa do período também gerou as sequências do cultuado "Guerra nas Estrelas — O império Contra-Ataca" (1980) e "O Retorno de Jedi" (1983) — , além da extraordinária herança que contabiliza 'Gremlins", (1984), de Joe Dante e o divertido "Os Goonies" (1986), de Chris Columbus.
O material de divulgação de "Stranger Things", nova série original da Netflix, é um convite ao quase fim do século XX. Com 8 episódios, dirigidos pelos irmãos Matt e Ross Duffer, a nova produção do canal de streaming é um sci-fi à moda antiga, recheado de referências a ícones do cinema, como Spielberg e Stephen King. Apesar de espelhar um passado que é nostálgico por si só, não são só as citações diretas, cenários, pôsteres e action figures que dão o tom saudosista à trama: os próprios elementos do enredo o transformam em uma verdadeira máquina do tempo.
Assim como em outros grandes sucessos dos anos 1980, o fio condutor de "Stranger Things" é um grupo de crianças. No primeiro episódio (O desaparecimento de Will Byers), conhecemos Mike (Finn Wolfhard), Lucas ( Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Will (Noah Schnapp). O quarteto infantil é um retrato das produções cinematográficas daquela época, que arrastaram multidões para os cinemas com histórias centradas em valores como amizade e lealdade. Não são raros os momentos em que o espectador se sente revivendo "Conta Comigo" (1986), "Os Goonies" ou "ET".
Na história, ambientada em novembro de 1983, conhecemos a fictícia Hawkins, uma cidadezinha pacata, onde a paz não é abalada há anos e todos se conhecem. No entanto, o estranho desaparecimento do pequeno Will, as tentativas de sua mãe Joyce (Winona Ryder) de encontrá-lo e a presença de uma peculiar garotinha chamada Onze (Millie Brown) alteram o equilíbrio da população. Alternando o clima de aventura com o terror psicológico, o roteiro se desenvolve em tramas paralelas que acabam convergindo, permeadas de flashbacks que ajudam a responder algumas das muitas perguntas que surgem. Além dos garotos em busca do amigo perdido, acompanhamos o desmoronar de Joyce diante da dor e do desconhecido; em outra extremidade, o delegado Jim Hopper (David Harbour), a princípio cético e um tanto bruto, vai se desconstruindo ao entrever a possibilidade da teoria da conspiração não ser teoria, afinal.
Apesar de beber abertamente na fonte de obras clássicas, 'Stranger Things" vai fundo nas melhores produções de gênios do cinema e entrega um material sem gosto de comida requentada. Pelo contrário: ao fim da temporada, até os mais exigentes fãs do gênero querem mais. A notícia boa é que a Netflix já está com a segunda temporada engatilhada — agora só nos resta segurar a ansiedade.
No ar na Netflix desde o final do mês passado, "Cara Gente Branca" é um murro no estômago. A nova série original do serviço de streaming começa despretensiosamente, abordando temais atuais e necessários com bastante humor. Ao menos é nisso que a gente acredita, até que, no quinto episódio, somos lembrados de que as tensões raciais não têm graça alguma e que nós, indivíduos e sociedade, ainda precisamos evoluir muito para vencer o racismo. Em um dos momentos mais tocantes do seriado, a protagonista Sam White (Logan Browning) solta: "Quando negros se juntam na cantina, os brancos dizem que é autossegregação. Não importa que os brancos sempre se juntem". Com um elenco majoritariamente negro, a série recebeu várias críticas negativas durante sua fase de divulgação - incluindo acusações de "racismo reverso". A Netflix precisou lidar também com ameaças de boicote de quem se incomodou com o trailer. "Haters" à parte, estamos diante de uma das melhores produções do canal, digna da avaliação máxima (100%) no Rotten Tomatoes. Leia mais críticas em: instagram.com/iclaquete.
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Orange Is the New Black (5ª Temporada)
4.2 434Colocar a protagonista Piper (Taylor Schilling) no banco de reservas foi uma das melhores decisões dos realizadores de "Orange is the New Black" até agora. Depois de um trágico penúltimo episódio e de um season finale arrebatador na quarta temporada, a nova leva de episódios se passa em poucos dias, em meio à rebelião que tomou conta de Litchfield. Disponível desde 9 de junho na Netflix, a quinta temporada volta seus holofotes para Taystee Jefferson (Danielle Brooks), que carrega a trama com maestria. É indiscutível como a série cresceu e amadureceu ao longo dos últimos cinco anos; não é à toa que, mesmo com todas as mudanças, a série ainda detém uma das médias de avaliação mais altas no catálogo da Netflix. Os novos episódios, embora tensos e pesados, não chegam ao mesmo patamar de violência da temporada anterior. Entretanto, apesar do componente cômico que, como de costume, dosa boa parte da história, o clima no presídio de segurança mínima tende para um lado cada vez mais soturno. A falta de rotina, regras e guardas não disfarça a situação precária das detentas, mas antes a expõe; o cenário da série, por mais que tenha sido virado de cabeça para baixo, cada vez mais nos submerge no que de fato ele é: uma prisão.
Anne com um E (1ª Temporada)
4.6 759 Assista AgoraEm um passado não tão distante, quando crianças carregavam fardos maiores que suas minúsculas vidas, os órfãos de famílias pobres eram vistos como seres sub-humanos, abandonados em orfanatos ou enviados para servir como empregados domésticos em casas de desconhecidos. Foi neste cenário cruel que a jovem Anne Shirley (Amybeth McNulty) conheceu o pouco que sabe sobre o mundo - complementando seu aprendizado com a paixão pela leitura. A nova série original da Netflix vagueia entre a dura realidade de uma criança de 13 anos que cresceu sem conhecer o amor, a amizade e outros sentimentos primitivos, e sua vibrante imaginação. Anne - com E no final, como faz questão de frisar - é uma órfã que, após enfrentar uma infância de abusos, vê sua sorte mudar ao ser levada por engano para viver com o casal de irmãos idosos Marilla e Matthew Cuthbert. Embora a menina arranque risadas com seu jeitinho "Pollyanna", que desarma até mesmo os austeros colonos canadenses, do primeiro ao último episódio é difícil conter o choro - seja por emoção, seja por revolta. Baseado no livro "Anne de Green Gables", da escritora canadense L. M. Montgomery, o seriado aborda temas atemporais e de imensa importância, tais como o papel da mulher, bullying e identidade. Sem dúvidas, "Anne with an E" é uma das séries mais bonitas, delicadas e difíceis do canal de streaming.
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6K“Finalmente deixamos essa Ferrari sair da garagem". A declaração é de Shawn Levy, produtor e diretor de "Stranger Things", que, em entrevista à Variety, defendeu a atuação de Noah Schnapp, o Will. Embora seu personagem seja uma peça fundamental no primeiro ano da série, o ator mirim aparece em cena durante um mínimo de tempo. Enquanto seu sumiço conecta uma cadeia de incidentes bizarros, a trama da primeira temporada se desenvolve em torno da busca implacável pelo garoto, levada a cabo pelos amigos Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin) e Dustin (Gaten Matarazzo) e por sua mãe Joyce (Winona Ryder).
Na ausência de Will, os holofotes da primeira temporada estiveram todos voltados para Eleven/Onze, interpretada pela inglesa Millie Bobby Brown. O misterioso surgimento de Eleven é uma importante peça do quebra-cabeças de eventos obscuros que mexeram com o cotidiano da pacata e fictícia Hawkins, Indiana. Em cena, Millie impressionou público e crítica: enquanto a personagem é de pouquíssimas palavras, suas expressões gritam. Não foi à toa que a garota se tornou o maior fenômeno teen da última década.
Quando a segunda temporada da série foi anunciada, imaginamos que teríamos mais de Will em cena - hipótese que foi confirmada com a divulgação dos primeiros trailers e fotos promocionais. Com a estreia de "Stranger Things 2", na última sexta (27), pudemos confirmar a destreza dos irmãos Duffer na seleção do elenco. A atuação de Schnapp é comovente - e Winona, que já havia brilhado no ano anterior, volta a surpreender com a fibra de Joyce. Como se não bastasse, Matt e Ross nos entregam uma Eleven bem mais madura: para ilustrar sua jornada de autodescoberta, os showrunners iniciam um novo arco da história, em um episódio que, propositalmente, destoa dos demais, trazendo à tona velhos acontecimentos e novas informações.
Existe em Eleven uma ira que se funde àquela comum à adolescência. Faminta por tudo o que lhe foi negado ao longo de toda sua vida, a personagem passeia entre o frágil e o brutal, em uma performance que remete a Logan, o famoso mutante dos "X-Men". Continuam sendo dela algumas das melhores cenas dramáticas da produção, que agora abre espaço para o também talentosíssimo David Harbour, que interpreta o delegado Jim Hopper.
Cultuado como uma ode aos anos 1980, o seriado aposta em novas referências e se aproxima cada vez mais da obra de Stephen King. A adição de Billy (Dacre Montgomery) é um bom exemplo disso: o vilão adolescente se encaixa no terror psicológico que ronda a narrativa, tão imprevisível e sinistro quanto o icônico Jack (Jack Nicholson) de "O Iluminado" (1980), tão assustador quanto o pai de Beverly no novíssimo "It: A Coisa" - provando a cada aparição que, mesmo em meio a acontecimentos sobrenaturais, alguns seres humanos conseguem ser piores que qualquer pesadelo.
Com tantos acertos, os novos episódios deixam claro que o sucesso de "Stranger Things" vai bem além do resultado de um algoritmo da Netflix. Ao longo dos nove episódios, a produção se mostra visualmente audaciosa e prova o domínio dos Duffer sobre o enredo e a construção dos personagens. Ao final, a série se firma como uma das criações originais de maior hype do canal de streaming, e confirma que o Mundo Invertido é um solo frutífero de onde ainda devem sair muitos segredos ocultos.
Leia mais críticas em: instagram.com/iclaquete
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraOs anos 1980 são um marco na história do cinema. Inspiradora, a década se destacou por uma reciclagem de gêneros cinematográficos que colocou em ascensão os filmes de ficção científica e terror. O clássico "ET — O Extraterrestre" (1982), de Steven Spielberg é prole dessa era pós-moderna, bem como o célebre "Blade Runner" (1982), de Ridley Scott, que dignificou e transformou o gênero para sempre. A fertilidade criativa do período também gerou as sequências do cultuado "Guerra nas Estrelas — O império Contra-Ataca" (1980) e "O Retorno de Jedi" (1983) — , além da extraordinária herança que contabiliza 'Gremlins", (1984), de Joe Dante e o divertido "Os Goonies" (1986), de Chris Columbus.
O material de divulgação de "Stranger Things", nova série original da Netflix, é um convite ao quase fim do século XX. Com 8 episódios, dirigidos pelos irmãos Matt e Ross Duffer, a nova produção do canal de streaming é um sci-fi à moda antiga, recheado de referências a ícones do cinema, como Spielberg e Stephen King. Apesar de espelhar um passado que é nostálgico por si só, não são só as citações diretas, cenários, pôsteres e action figures que dão o tom saudosista à trama: os próprios elementos do enredo o transformam em uma verdadeira máquina do tempo.
Assim como em outros grandes sucessos dos anos 1980, o fio condutor de "Stranger Things" é um grupo de crianças. No primeiro episódio (O desaparecimento de Will Byers), conhecemos Mike (Finn Wolfhard), Lucas ( Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Will (Noah Schnapp). O quarteto infantil é um retrato das produções cinematográficas daquela época, que arrastaram multidões para os cinemas com histórias centradas em valores como amizade e lealdade. Não são raros os momentos em que o espectador se sente revivendo "Conta Comigo" (1986), "Os Goonies" ou "ET".
Na história, ambientada em novembro de 1983, conhecemos a fictícia Hawkins, uma cidadezinha pacata, onde a paz não é abalada há anos e todos se conhecem. No entanto, o estranho desaparecimento do pequeno Will, as tentativas de sua mãe Joyce (Winona Ryder) de encontrá-lo e a presença de uma peculiar garotinha chamada Onze (Millie Brown) alteram o equilíbrio da população. Alternando o clima de aventura com o terror psicológico, o roteiro se desenvolve em tramas paralelas que acabam convergindo, permeadas de flashbacks que ajudam a responder algumas das muitas perguntas que surgem. Além dos garotos em busca do amigo perdido, acompanhamos o desmoronar de Joyce diante da dor e do desconhecido; em outra extremidade, o delegado Jim Hopper (David Harbour), a princípio cético e um tanto bruto, vai se desconstruindo ao entrever a possibilidade da teoria da conspiração não ser teoria, afinal.
Apesar de beber abertamente na fonte de obras clássicas, 'Stranger Things" vai fundo nas melhores produções de gênios do cinema e entrega um material sem gosto de comida requentada. Pelo contrário: ao fim da temporada, até os mais exigentes fãs do gênero querem mais. A notícia boa é que a Netflix já está com a segunda temporada engatilhada — agora só nos resta segurar a ansiedade.
Mais críticas: instagram.com/iclaquete
Cara Gente Branca (Volume 1)
4.3 304 Assista AgoraNo ar na Netflix desde o final do mês passado, "Cara Gente Branca" é um murro no estômago. A nova série original do serviço de streaming começa despretensiosamente, abordando temais atuais e necessários com bastante humor. Ao menos é nisso que a gente acredita, até que, no quinto episódio, somos lembrados de que as tensões raciais não têm graça alguma e que nós, indivíduos e sociedade, ainda precisamos evoluir muito para vencer o racismo. Em um dos momentos mais tocantes do seriado, a protagonista Sam White (Logan Browning) solta: "Quando negros se juntam na cantina, os brancos dizem que é autossegregação. Não importa que os brancos sempre se juntem". Com um elenco majoritariamente negro, a série recebeu várias críticas negativas durante sua fase de divulgação - incluindo acusações de "racismo reverso". A Netflix precisou lidar também com ameaças de boicote de quem se incomodou com o trailer. "Haters" à parte, estamos diante de uma das melhores produções do canal, digna da avaliação máxima (100%) no Rotten Tomatoes. Leia mais críticas em: instagram.com/iclaquete.