Os efeitos especiais são ridículos mesmo sendo o ano de 2005 (fala sério, coisa melhor já foi feita há 20 anos atrás). Isso tudo se resume ao ser uma série televisiva dividida em 4 episódios nos Estados Unidos que o SBT comprou e passou a emitir completa aqui no brasil a partir do ano de 2007/2008. Um grande épico muito falho, sua fotografia é fria, distante e feia. A direção de arte é fraca e indecisa, sempre muito falsa. Não parecem vestimentas de um épico grego, e sim fantasias! E certamente a parte técnica é a mais frágil de todas, e quase estraga tudo. Hércules às vezes se resume ao mostrar seus músculos (o lobinho da saga Crepúsculo apareceu 3 anos após nas telonas), e as lutas são extremamente rápidas. Adversários dificílimos, que por sinal, os próprios personagens fazem questão de exaltar o quão invencíveis são, e que Hércules, derrota com um soco, com um arranhão ou uma simples empurrada, e isso tudo em questão de segundos! Atores e atrizes que poderiam ser promessas (e um dia foram) se renderam a essa produção quase desastrosa. Tais como Leelee Sobieski e Sean Astin (o Samwise Gamgee da trilogia Senhor dos Anéis). Não é horrível, e apesar de quase 3 horas, é facilmente assistível. Certamente a série-filme ganha pontos - e essa aqui é a parte mais forte da trama - por retratar fielmente a saga de Hércules, o que dificilmente se vê, e vale muito por isso.
Aqui Hércules ama a pessoa errada, a engravida, depois seus filhos o odeiam, ele mata seus filhos, enlouquece, deseja morrer, é fraco, desiste, erra, perde.. Ou seja, a trama não poupa Hércules de seus erros.
Ainda que no início da crítica eu tenha amordaçado o filme-série, ele tem seus pontos fortes. Pelo menos, eu tenho quase certeza de que ele é muito mais potente que muitas superproduções que estão sendo lançadas este ano (2014), sendo mais direto: Frankenstein - Anjos e demônios e o outro Hércules.
Não entendo essa nota tão baixa (3,1 no momento) para um filme tão engraçado. Claro, é um humor diferente, nem preciso citar que é inteligente pois isso seria clichê. Mas a cena em que o personagem do George Clooney olha para todos os lados, no final do filme, pensando que todos são espiões ou algo assim, e saí correndo desesperado é uma das coisas mais engraçadas em um filme de humor negro que eu já vi (ri nas duas vezes em que assisti o filme). Isso sem comentar os vários outros acontecimentos paralelos e diálogos bizarros que este filme proporciona.
Conheci o trabalho de Alexander Payne em Os Descendentes (2011) e Sideways (2004) e fiquei maravilhado com o estudo do psicológico humano e suas frágeis relações (seja entre família ou amigos, maridos ou amantes), depois fiquei sabendo que esse mesmo cara tinha escrito uma parte do roteiro de um filme bem conhecido do nosso "amado" Adam Sandler, que é: Eu os Declaro Marido e Larry (2007), e entendi o porquê daquele filme ter um lado humano apesar de ser só mais uma comédia escrachada e tosca de Sandler, ainda que admito ser um filme legal em seus termos. Então me deparei com Nebraska, um filme sensível como era esperado, onde somos jogados em um lindíssimo road-movie sobre as mesmas questões que Payne adora levantar: o fim da nossa vida na velhice, as frágeis relações humanas, a ambição do mesmo em querer ter sempre mais - mesmo que para isso precise aniquilar a vida de "amigos" -, tudo isso em uma maravilhosa fotografia em preto e branco, que aliás, tenho certeza que o filme não seria tão melancólico e humano se não fosse pelas cores em que foi feito - ou pela falta delas. Reparem também, como em todos os momentos os personagens querem alguma coisa, mas não sabem exatamente o quê. O velho homem quer sair de sua rotina derradeira para dar um sentido a tudo aquilo, o filho do protagonista velho e sua esposa (esposa essa que aparece por menos de 3 minutos) não sabem se casam novamente, se transam ou se voltam; mas como ela mesmo disse: "Vamos apenas fazer alguma coisa!". Somos assim, estamos sempre querendo comprar coisas fúteis que logo irão nos entediar, relacionamentos pífios com pessoas frias que irão nos abandonar e decepcionar, vestibulares ou empregos que não nos levam a nada que não seja matar o tempo e ocupar a cabeça com dinheiro e desejos sem sentido.
Há aquela cena em que o filho e o pai estão no bar conversando sobre sua mãe/esposa, e o filho tem uma fria resposta sobre o amor de seu pai por sua mãe: "Porque eu gostava apenas de trepar.." "Eu apenas me casei com ela porque ela queria."
E aí está mais um ponto forte sobre o amor, casais melosos não têm vez nesse mundo, amor é resistência, persistência, e também é tempo. Ainda que o amor um pelo outro não seja se quer verdadeiro, como podemos dizer que o amor de um casal que realmente se ama, mas fica junto apenas por dois anos é mais forte do que dois que não se amam; porém, foram sempre leais um ao outro e viveram até o fim dos dias? Vejam como o filme abraça o mundo em seus incontáveis temas complexos. Aqueles personagens todos tiveram vida antes dessas quase duas horas de filme, e podemos sentir isso, está tudo lá. Seus fracassos, suas decepções, suas alegrias e suas mágoas. Compartilhe sua dor com eles; afinal, eu afirmo que são os seus fracassos também!
Achei tão sem graça logo que assisti, algumas horas depois percebi que o sem graça era eu (seu chato!). O filme peca por ter um roteiro e alguns acontecimentos rasos e rápidos, mas é inegável que vai além e é muito divertido e inteligente - como todo musical deveria ser. A cena das prisioneiras é uma das mais bem feitas em musicais (se não a mais) que eu já tive o prazer de assistir, impressiona. Talvez a Academia tenha exagerado em lhe dar o prêmio de melhor filme do ano (2002), mas esse prêmio é subestimado, então sem se aprofundar no assunto. Porque se em 2001 Moulin Rouge! fortaleceu o gênero musical no início do século, Chicago deu mais uma empurradinha e mostrou que ainda havia espaço para musicais nesse novo século - basta saber se nas próximas décadas isso se seguirá - com um esplendoroso e minucioso trabalho de arte, figurino e fotografia (que lembra muito a de Cabaret, 1972). Zeta-Jones rouba a cena! E é impressionante pensar o quanto aquelas atrizes tiveram que treinar (principalmente as que não eram dançarinas) para fazer tudo perfeitamente na frente das câmeras. Um luxuoso trabalho técnico e visual.
Tio Boonmee, ame-o ou deixo-o! Para deixar claro, não vou explicar nada deste filme aqui no Filmow ou em nenhum outro lugar - porque parece que diferente de todo mundo, eu criei mil teses para cada cena e todas elas fazem sentido. Nenhuma filosofada eu farei, vocês são todos crescidos e podem pensar. Um filme belo e cheio de simbolismos é apedrejado por pessoas que assistem filmes apenas para rir ou se emocionar (Adam Sandler na veia!), e isso não tem nada de ruim; apenas não podemos nos apegar tanto em um mesmo sentimento quando falamos de obras de arte. É muito além de sorrir e chorar. Se o filme é ruim ou é bom? Eu digo, é ótimo. Cansa um pouco em certos momentos, isso é verdade. O fato é que estamos sempre cansados quando se trata de algo extremamente novo, somos a raça que dorme cerca de 8 horas por dia - que desperdício! É muito difícil discernir entre um filme como esse (misterioso, simbolista, enigmático) e um filme ruim. Como é difícil dizer se filmes como Árvore da Vida ou Donnie Darko são obras de arte ou apenas filmes ruins e canastrões ao extremo. Mas no caso de Tio Boonmee, basta lembrar de cenas como a da janta, sua fotografia natural e crua, a beleza misteriosa dos macacos-fantasmas e seus olhos vermelhos brilhando na escuridão da mata e a cena final que já pode-se pensar: "Não é um filme ruim, filmado apenas para nos confundir e sem intenção alguma." Talvez nem haja intenção. mas que há beleza, isso há de sobra.
A cena em que a Wednesday está vestida de Pocahontas e começa a falar aquelas verdades sobre os índios e os americanos civilizados é simplesmente de se aplaudir. Um dos filmes em que o humor negro mais funciona. Um dos raros casos onde a continuação se sobressai (e muito) sobre seu antecessor.
Fui saber depois de assisti-lo que esse filme é/era o favorito de Kurt Cobain - o que é muito curioso. Talvez nunca antes no cinema o silêncio teve tanto a dizer como em Paris, Texas. Palma de Ouro é algo respeitável!
O filme foi um grande fracasso de bilheteria pela desculpa de "A Disney querer abraçar áudio e som ao mesmo tempo", mostrando como a Disney - nessa e em tantas outras vezes - esteve a frente do seu tempo. A parte da vida na terra, da "trilha sonora" "conversando" com o narrador e principalmente - destaco o principalmente - a penúltima parte, com o "Monstro-montanha" ou satanás, que é simplesmente linda e macabra. Até lembra o Tim Burton! Como alguns outros já citaram, lembra muito 2001 de Stanley Kubrick, e penso quase com certeza que a inspiração do clássico da ficção surgiu de uma animação da Disney. Certamente um dos maiores desenhos já feito, revolucionário e encantador. Até é ambicioso, mas não incompetente.
Surpreende por suas ótimas atuações, momentos memoráveis e direção no ponto certo. Destaque para a atuação de Christian Bale, que se mostra tão talentoso quanto nunca. É daqueles filmes que você não precisa gostar do esporte para se sentir na trama, o que só filmes poderosos podem fazer como: Rocky (o primeiro ao menos) e O Homem que Mudou o Jogo. David O. Russell não é nenhum gênio da sétima arte, mas sabe fazer filmes interessantes. Se são para agradar a Academia do Oscar eu não sei, mas geralmente agradam a mim. *Destaque para a cena em que o personagem de Bale começa a cantar para sua mãe "I Started a Joke". Nota: 9/10
Desde que o Oscar começou a ter 10/9 indicados a melhor filme eu sempre pensei "se é para indicar 5 filmes a mais por que indicar filmes tão fracos? Volte aos 5 de sempre então." Porque se via filmes bem fracos ou desnecessários a tal indicação de um prêmio que se diz tão importante. Digo que Os Suspeitos (nome brasileiro não horrível, mas totalmente desnecessário) é um filme muito superior a filmes que GANHARAM o Oscar como por exemplo: Guerra ao Terror ou o Discurso do Rei. E ele nem foi indicado, agora é obrigação que os filmes que foram indicados sejam superiores a este aqui - pelo menos deveria ser. Levou uma indicação para melhor fotografia, o que até é justo. Mas veremos, veremos. Confesso que esperava menos do filme, que é ótimo. Obs: Até lembra os filmes do David Fincher por sua fotografia obscura, seus personagens complexos e seus dilemas entre moral ou não-moral, justo ou injusto. 8,5
Eu acabei de assistir e não foi um final misterioso - não para mim. O que temos que entender é que Barton Fink é um filme sobre a arte feita e sobre a arte propriamente dita, entre fazer a arte e a arte que sonhamos, o lírico. O quadro daquela mulher na beira da praia esteve sempre presente no Hotel de Barton, e enquanto o mesmo estava em seu quarto passava por um bloqueio criativo, não conseguia escrever, não conseguia fazer arte. Talvez pela pressão, talvez pelo desgosto da indiferença dos produtores a sua paixão pelo cinema/escritura. Então depois de todos os bizarros fatos, Barton parte para a praia - buscando calma, lazer, esfriar os pensamentos - e como sabemos, depara-se com a mesma cena que o instigava no quarto. Algo me diz que Barton Fink encontrou o que procurava - e não precisou de nenhum produtor safado ou uma empresa comedora de dinheiro para isso. O diálogo final também rende debates "Você é linda, trabalha para o cinema?" "Não diga tolices". Seria vulgar fazer do cinema um ofício? Ou o cinema não é nada que se pareça belo? Devido ao fato de ser usado como é: gerar renda e lucros em cima de pessoas que só buscam risadinhas bobas e romances sem nossão. Interessante saber que tudo isso foi feito por 2 dos diretores que mais amam cinema, os irmãos Coen. É um debate que eles mesmos propõem sobre aquilo que fazem, o cinema.
Interessante. Mas Monjardim tem erros horríveis de ritmo e de câmera. O resto é continuação e cenografia: o que é a Cléo Pires com tatuagem ou as cartas escritas com ortografia atual? A minissérie corrigiu muitos erros do filme, praticamente o buraco do roteiro e a falta de muitos personagens; entretanto, precisaria muito mais para realmente ficar excelente. Mas valeu a pena, ficou pelo menos bonito.
Um filme que não envelheceu - e nem vai. Aqui temos uma abordagem de um tema que seria melhor explorado em Os Imperdoáveis de 1992, com Eastwood. O fim do velho Oeste, mas não da violência. O que somos nós além de um amontado de poeira seguido por leis falsas das quais nem precisariam existir se não fossemos podres por dentro como somos? A cena em que um homem se distancia para morrer perto de um lago ao som de Knockin on Heaven's Door é uma das coisas mais belas que eu já vi no cinema..
Noite do Terror? Até que a tradução do nome não ficou das piores. Mas sem dúvidas ficou desnecessário, porque Natal Negro impõe tudo o que o filme precisa. Praticamente, tudo o que veio depois dessa obra bebeu dessa fonte - Sexta Feira 13, A Hora do Pesadelo, Halloween e outros. Revolucionário! Obs: Margot Kidder é maravilhosamente linda, e a melhor cena é quando a sua personagem
Que fotografia fantástica!!! Entrando naquele velho assunto, Entre Dois Amores (1985) é um filme bacana e tudo, mas ganhar desse filmaço? A única coisa em que Entre Dois Amores possui de superior a este clássico de Spielberg é as atuações e a fotografia - e olha que atualmente tenho dúvidas sobre a fotografia. Aqui não há escravos - a escravidão já está abolida, pelo menos deveria - e sim negros e brancos todos juntos e óbvio, se odiando. Diferente de alguns outros filmes do diretor - como Lincoln - Spielberg não tenta estereotipar bem e mal por raça ou cores, aqui o pobre preto pode ser maldoso e o branco pobre pode ser ainda mais. Isso soa racista, mas é uma grande sacada do filme. Danny Glover (no filme chamado de Albert) por exemplo, trata sua "mulher" que é negra como ele, como uma escrava durante décadas sem dó nem piedade. Mas ele é negro (e praticamente rico), os negros não sofreram escravidão? Sofreram, mas o ser humano é malévolo e injusto, não importa sua cor ou classe.
O filme realmente possui alguns erros, mas não entendo a fria recepção da crítica em geral diante do filme. É um romance que dá de 10 x 0 em muitos dos que saíram nesses últimos 4 anos, falando em século 21 então, apenas os bons de Allen e alguns outros se salvam. Apesar de sua curta duração (87 minutos) não fica aquela sensação de que faltou algo, até por que depois do final, nada mais falta a não ser amar a delicadeza de um romance até que muito bem produzido. Não é um grande filme, mas é de uma grande importância sentimental e algumas vezes reflexiva de nossa posição e satisfação na sociedade (como no caso da irmã da protagonista e seu marido), acho que para alguns falta delicadeza e sentimento, coisa que no filme - às vezes bobinho, mas cativante - não falta.
Existe aquele termo arrasa quarteirão para os filmes conhecidos como Blockbusters, acho que o termo faria mais sentido em filmes gigantes e poderosos como este. O nome é um dos mais charmosos e poéticos do cinema, chega a ecoar na nossa cabeça.. Dancer in the Dark.
Hércules
3.0 53Os efeitos especiais são ridículos mesmo sendo o ano de 2005 (fala sério, coisa melhor já foi feita há 20 anos atrás). Isso tudo se resume ao ser uma série televisiva dividida em 4 episódios nos Estados Unidos que o SBT comprou e passou a emitir completa aqui no brasil a partir do ano de 2007/2008.
Um grande épico muito falho, sua fotografia é fria, distante e feia. A direção de arte é fraca e indecisa, sempre muito falsa. Não parecem vestimentas de um épico grego, e sim fantasias! E certamente a parte técnica é a mais frágil de todas, e quase estraga tudo. Hércules às vezes se resume ao mostrar seus músculos (o lobinho da saga Crepúsculo apareceu 3 anos após nas telonas), e as lutas são extremamente rápidas. Adversários dificílimos, que por sinal, os próprios personagens fazem questão de exaltar o quão invencíveis são, e que Hércules, derrota com um soco, com um arranhão ou uma simples empurrada, e isso tudo em questão de segundos!
Atores e atrizes que poderiam ser promessas (e um dia foram) se renderam a essa produção quase desastrosa. Tais como Leelee Sobieski e Sean Astin (o Samwise Gamgee da trilogia Senhor dos Anéis).
Não é horrível, e apesar de quase 3 horas, é facilmente assistível. Certamente a série-filme ganha pontos - e essa aqui é a parte mais forte da trama - por retratar fielmente a saga de Hércules, o que dificilmente se vê, e vale muito por isso.
Aqui Hércules ama a pessoa errada, a engravida, depois seus filhos o odeiam, ele mata seus filhos, enlouquece, deseja morrer, é fraco, desiste, erra, perde.. Ou seja, a trama não poupa Hércules de seus erros.
Ainda que no início da crítica eu tenha amordaçado o filme-série, ele tem seus pontos fortes. Pelo menos, eu tenho quase certeza de que ele é muito mais potente que muitas superproduções que estão sendo lançadas este ano (2014), sendo mais direto: Frankenstein - Anjos e demônios e o outro Hércules.
Queime Depois de Ler
3.2 1,3K Assista AgoraNão entendo essa nota tão baixa (3,1 no momento) para um filme tão engraçado. Claro, é um humor diferente, nem preciso citar que é inteligente pois isso seria clichê. Mas a cena em que o personagem do George Clooney olha para todos os lados, no final do filme, pensando que todos são espiões ou algo assim, e saí correndo desesperado é uma das coisas mais engraçadas em um filme de humor negro que eu já vi (ri nas duas vezes em que assisti o filme). Isso sem comentar os vários outros acontecimentos paralelos e diálogos bizarros que este filme proporciona.
Nebraska
4.1 1,0K Assista AgoraConheci o trabalho de Alexander Payne em Os Descendentes (2011) e Sideways (2004) e fiquei maravilhado com o estudo do psicológico humano e suas frágeis relações (seja entre família ou amigos, maridos ou amantes), depois fiquei sabendo que esse mesmo cara tinha escrito uma parte do roteiro de um filme bem conhecido do nosso "amado" Adam Sandler, que é: Eu os Declaro Marido e Larry (2007), e entendi o porquê daquele filme ter um lado humano apesar de ser só mais uma comédia escrachada e tosca de Sandler, ainda que admito ser um filme legal em seus termos. Então me deparei com Nebraska, um filme sensível como era esperado, onde somos jogados em um lindíssimo road-movie sobre as mesmas questões que Payne adora levantar: o fim da nossa vida na velhice, as frágeis relações humanas, a ambição do mesmo em querer ter sempre mais - mesmo que para isso precise aniquilar a vida de "amigos" -, tudo isso em uma maravilhosa fotografia em preto e branco, que aliás, tenho certeza que o filme não seria tão melancólico e humano se não fosse pelas cores em que foi feito - ou pela falta delas.
Reparem também, como em todos os momentos os personagens querem alguma coisa, mas não sabem exatamente o quê. O velho homem quer sair de sua rotina derradeira para dar um sentido a tudo aquilo, o filho do protagonista velho e sua esposa (esposa essa que aparece por menos de 3 minutos) não sabem se casam novamente, se transam ou se voltam; mas como ela mesmo disse: "Vamos apenas fazer alguma coisa!". Somos assim, estamos sempre querendo comprar coisas fúteis que logo irão nos entediar, relacionamentos pífios com pessoas frias que irão nos abandonar e decepcionar, vestibulares ou empregos que não nos levam a nada que não seja matar o tempo e ocupar a cabeça com dinheiro e desejos sem sentido.
Há aquela cena em que o filho e o pai estão no bar conversando sobre sua mãe/esposa, e o filho tem uma fria resposta sobre o amor de seu pai por sua mãe: "Porque eu gostava apenas de trepar.." "Eu apenas me casei com ela porque ela queria."
Aqueles personagens todos tiveram vida antes dessas quase duas horas de filme, e podemos sentir isso, está tudo lá. Seus fracassos, suas decepções, suas alegrias e suas mágoas. Compartilhe sua dor com eles; afinal, eu afirmo que são os seus fracassos também!
Ed Wood
4.0 583 Assista AgoraOs ruins também amam!
Capote
3.8 373 Assista AgoraUm exemplo de como as atuações são importantes a um filme. Seymour está preciso, nem consigo imaginar este filme sem sua fortíssima atuação.
Chicago
4.0 997Achei tão sem graça logo que assisti, algumas horas depois percebi que o sem graça era eu (seu chato!). O filme peca por ter um roteiro e alguns acontecimentos rasos e rápidos, mas é inegável que vai além e é muito divertido e inteligente - como todo musical deveria ser. A cena das prisioneiras é uma das mais bem feitas em musicais (se não a mais) que eu já tive o prazer de assistir, impressiona. Talvez a Academia tenha exagerado em lhe dar o prêmio de melhor filme do ano (2002), mas esse prêmio é subestimado, então sem se aprofundar no assunto. Porque se em 2001 Moulin Rouge! fortaleceu o gênero musical no início do século, Chicago deu mais uma empurradinha e mostrou que ainda havia espaço para musicais nesse novo século - basta saber se nas próximas décadas isso se seguirá - com um esplendoroso e minucioso trabalho de arte, figurino e fotografia (que lembra muito a de Cabaret, 1972). Zeta-Jones rouba a cena! E é impressionante pensar o quanto aquelas atrizes tiveram que treinar (principalmente as que não eram dançarinas) para fazer tudo perfeitamente na frente das câmeras. Um luxuoso trabalho técnico e visual.
Garganta Profunda
2.6 91- Eaí cara, o que achaste do filme?
- Profundo..
Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
3.6 196Tio Boonmee, ame-o ou deixo-o!
Para deixar claro, não vou explicar nada deste filme aqui no Filmow ou em nenhum outro lugar - porque parece que diferente de todo mundo, eu criei mil teses para cada cena e todas elas fazem sentido. Nenhuma filosofada eu farei, vocês são todos crescidos e podem pensar. Um filme belo e cheio de simbolismos é apedrejado por pessoas que assistem filmes apenas para rir ou se emocionar (Adam Sandler na veia!), e isso não tem nada de ruim; apenas não podemos nos apegar tanto em um mesmo sentimento quando falamos de obras de arte. É muito além de sorrir e chorar.
Se o filme é ruim ou é bom? Eu digo, é ótimo. Cansa um pouco em certos momentos, isso é verdade. O fato é que estamos sempre cansados quando se trata de algo extremamente novo, somos a raça que dorme cerca de 8 horas por dia - que desperdício! É muito difícil discernir entre um filme como esse (misterioso, simbolista, enigmático) e um filme ruim. Como é difícil dizer se filmes como Árvore da Vida ou Donnie Darko são obras de arte ou apenas filmes ruins e canastrões ao extremo. Mas no caso de Tio Boonmee, basta lembrar de cenas como a da janta, sua fotografia natural e crua, a beleza misteriosa dos macacos-fantasmas e seus olhos vermelhos brilhando na escuridão da mata e a cena final que já pode-se pensar: "Não é um filme ruim, filmado apenas para nos confundir e sem intenção alguma." Talvez nem haja intenção. mas que há beleza, isso há de sobra.
A Família Addams 2
3.5 382 Assista AgoraA cena em que a Wednesday está vestida de Pocahontas e começa a falar aquelas verdades sobre os índios e os americanos civilizados é simplesmente de se aplaudir. Um dos filmes em que o humor negro mais funciona. Um dos raros casos onde a continuação se sobressai (e muito) sobre seu antecessor.
Paris, Texas
4.3 697 Assista AgoraFui saber depois de assisti-lo que esse filme é/era o favorito de Kurt Cobain - o que é muito curioso. Talvez nunca antes no cinema o silêncio teve tanto a dizer como em Paris, Texas. Palma de Ouro é algo respeitável!
Fantasia
4.1 299 Assista AgoraO filme foi um grande fracasso de bilheteria pela desculpa de "A Disney querer abraçar áudio e som ao mesmo tempo", mostrando como a Disney - nessa e em tantas outras vezes - esteve a frente do seu tempo. A parte da vida na terra, da "trilha sonora" "conversando" com o narrador e principalmente - destaco o principalmente - a penúltima parte, com o "Monstro-montanha" ou satanás, que é simplesmente linda e macabra. Até lembra o Tim Burton!
Como alguns outros já citaram, lembra muito 2001 de Stanley Kubrick, e penso quase com certeza que a inspiração do clássico da ficção surgiu de uma animação da Disney. Certamente um dos maiores desenhos já feito, revolucionário e encantador. Até é ambicioso, mas não incompetente.
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraSurpreende por suas ótimas atuações, momentos memoráveis e direção no ponto certo. Destaque para a atuação de Christian Bale, que se mostra tão talentoso quanto nunca. É daqueles filmes que você não precisa gostar do esporte para se sentir na trama, o que só filmes poderosos podem fazer como: Rocky (o primeiro ao menos) e O Homem que Mudou o Jogo. David O. Russell não é nenhum gênio da sétima arte, mas sabe fazer filmes interessantes. Se são para agradar a Academia do Oscar eu não sei, mas geralmente agradam a mim.
*Destaque para a cena em que o personagem de Bale começa a cantar para sua mãe "I Started a Joke".
Nota: 9/10
Os Excêntricos Tenenbaums
4.1 856 Assista AgoraNeedle in the hay é uma das cenas mais lindas (se essa é a palavra certa) que eu já assisti. Na verdade, procurei assistir o filme apenas por ela.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraDesde que o Oscar começou a ter 10/9 indicados a melhor filme eu sempre pensei "se é para indicar 5 filmes a mais por que indicar filmes tão fracos? Volte aos 5 de sempre então." Porque se via filmes bem fracos ou desnecessários a tal indicação de um prêmio que se diz tão importante. Digo que Os Suspeitos (nome brasileiro não horrível, mas totalmente desnecessário) é um filme muito superior a filmes que GANHARAM o Oscar como por exemplo: Guerra ao Terror ou o Discurso do Rei. E ele nem foi indicado, agora é obrigação que os filmes que foram indicados sejam superiores a este aqui - pelo menos deveria ser. Levou uma indicação para melhor fotografia, o que até é justo. Mas veremos, veremos. Confesso que esperava menos do filme, que é ótimo. Obs: Até lembra os filmes do David Fincher por sua fotografia obscura, seus personagens complexos e seus dilemas entre moral ou não-moral, justo ou injusto. 8,5
Barton Fink, Delírios de Hollywood
4.0 174 Assista AgoraEu acabei de assistir e não foi um final misterioso - não para mim. O que temos que entender é que Barton Fink é um filme sobre a arte feita e sobre a arte propriamente dita, entre fazer a arte e a arte que sonhamos, o lírico. O quadro daquela mulher na beira da praia esteve sempre presente no Hotel de Barton, e enquanto o mesmo estava em seu quarto passava por um bloqueio criativo, não conseguia escrever, não conseguia fazer arte. Talvez pela pressão, talvez pelo desgosto da indiferença dos produtores a sua paixão pelo cinema/escritura. Então depois de todos os bizarros fatos, Barton parte para a praia - buscando calma, lazer, esfriar os pensamentos - e como sabemos, depara-se com a mesma cena que o instigava no quarto. Algo me diz que Barton Fink encontrou o que procurava - e não precisou de nenhum produtor safado ou uma empresa comedora de dinheiro para isso. O diálogo final também rende debates "Você é linda, trabalha para o cinema?" "Não diga tolices". Seria vulgar fazer do cinema um ofício? Ou o cinema não é nada que se pareça belo? Devido ao fato de ser usado como é: gerar renda e lucros em cima de pessoas que só buscam risadinhas bobas e romances sem nossão. Interessante saber que tudo isso foi feito por 2 dos diretores que mais amam cinema, os irmãos Coen. É um debate que eles mesmos propõem sobre aquilo que fazem, o cinema.
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
4.0 264Planos longos, filme inteligente e também polêmico, excelentes atuações. O cinema dito arte. Afinal, é Palma de Ouro né?
O Tempo e o Vento
3.6 453 Assista AgoraInteressante. Mas Monjardim tem erros horríveis de ritmo e de câmera. O resto é continuação e cenografia: o que é a Cléo Pires com tatuagem ou as cartas escritas com ortografia atual? A minissérie corrigiu muitos erros do filme, praticamente o buraco do roteiro e a falta de muitos personagens; entretanto, precisaria muito mais para realmente ficar excelente. Mas valeu a pena, ficou pelo menos bonito.
Pat Garrett e Billy the Kid
3.9 68 Assista AgoraUm filme que não envelheceu - e nem vai. Aqui temos uma abordagem de um tema que seria melhor explorado em Os Imperdoáveis de 1992, com Eastwood. O fim do velho Oeste, mas não da violência. O que somos nós além de um amontado de poeira seguido por leis falsas das quais nem precisariam existir se não fossemos podres por dentro como somos?
A cena em que um homem se distancia para morrer perto de um lago ao som de Knockin on Heaven's Door é uma das coisas mais belas que eu já vi no cinema..
Juventude em Fúria
3.8 855 Assista Agora"Juventude em Fúria" rs, poderiam ter colocado "As Loucas Aventuras de Hesher" e fodido tudo de uma vez.
Noite do Terror
3.5 219Noite do Terror? Até que a tradução do nome não ficou das piores. Mas sem dúvidas ficou desnecessário, porque Natal Negro impõe tudo o que o filme precisa. Praticamente, tudo o que veio depois dessa obra bebeu dessa fonte - Sexta Feira 13, A Hora do Pesadelo, Halloween e outros. Revolucionário!
Obs: Margot Kidder é maravilhosamente linda, e a melhor cena é quando a sua personagem
morre :)
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraQue fotografia fantástica!!! Entrando naquele velho assunto, Entre Dois Amores (1985) é um filme bacana e tudo, mas ganhar desse filmaço? A única coisa em que Entre Dois Amores possui de superior a este clássico de Spielberg é as atuações e a fotografia - e olha que atualmente tenho dúvidas sobre a fotografia.
Aqui não há escravos - a escravidão já está abolida, pelo menos deveria - e sim negros e brancos todos juntos e óbvio, se odiando. Diferente de alguns outros filmes do diretor - como Lincoln - Spielberg não tenta estereotipar bem e mal por raça ou cores, aqui o pobre preto pode ser maldoso e o branco pobre pode ser ainda mais. Isso soa racista, mas é uma grande sacada do filme. Danny Glover (no filme chamado de Albert) por exemplo, trata sua "mulher" que é negra como ele, como uma escrava durante décadas sem dó nem piedade. Mas ele é negro (e praticamente rico), os negros não sofreram escravidão? Sofreram, mas o ser humano é malévolo e injusto, não importa sua cor ou classe.
Paris-Manhattan
3.4 391 Assista AgoraO filme realmente possui alguns erros, mas não entendo a fria recepção da crítica em geral diante do filme. É um romance que dá de 10 x 0 em muitos dos que saíram nesses últimos 4 anos, falando em século 21 então, apenas os bons de Allen e alguns outros se salvam. Apesar de sua curta duração (87 minutos) não fica aquela sensação de que faltou algo, até por que depois do final, nada mais falta a não ser amar a delicadeza de um romance até que muito bem produzido. Não é um grande filme, mas é de uma grande importância sentimental e algumas vezes reflexiva de nossa posição e satisfação na sociedade (como no caso da irmã da protagonista e seu marido), acho que para alguns falta delicadeza e sentimento, coisa que no filme - às vezes bobinho, mas cativante - não falta.
Os Idiotas
3.5 283 Assista Agorahttp://www.cineplayers.com/comentario/os-idiotas/25744 A melhor crítica do filme.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraExiste aquele termo arrasa quarteirão para os filmes conhecidos como Blockbusters, acho que o termo faria mais sentido em filmes gigantes e poderosos como este. O nome é um dos mais charmosos e poéticos do cinema, chega a ecoar na nossa cabeça.. Dancer in the Dark.