Eu gostei. Não é uma obra-prima (e nem tem a pretensão de ser), mas é um bom filme. Entretém, é divertido, equilibra elementos nostálgicos e com novidades na mitologia e traz uma certa breguice própria de Power Ranger sem vergonha de ser feliz. O filme serve "fan service", serve uma bobeira gostosa e, principalmente, serve
é uma distopia apocalíptica (no sentido bíblico da palavra) muito interessante de ver. Digo distopia, porque o tempo onde a história se passa, além de não ser definido, parece misturar curiosamente coisas passadas e futuras e coisas sobrenaturais e naturais. A parte apocalíptica, ao meu ver, viria do uso de símbolos e de uma atmosfera bem mística e/ou bíblica (ex.: "Uriel"/"Pedro"; a ideia de irmãos que trazem o "mal ao mundo" e de um mal que se faz carne; a própria natureza sentindo esse "mal" etc)
. É um filme que dá pra pensar muitas coisas e imagino que dê pra fazer análises muito diversas e criativas. Assisti ele no natal e combinou perfeitamente com a data. De fato, é um filme natalino (entendedores entenderão).
A segunda temporada é tão mágica quanto a primeira, explorando aspectos até então timidamente colocados anteriormente. É muito surpreendente como é clara, ao mesmo tempo, uma ruptura e uma continuidade; como é perceptível uma passagem de tempo, um antes e um depois (que, no caso da temporada, é o agora). A qualidade da série, em todos os sentidos, continua e é lindo demais isso. Desde o primeiro episódio da série, pensei em como essa história, essa narrativa, essa atmosfera contida nela é algo muito saramaguiano e essa impressão continua vivíssima nessa temporada. É uma série que nos tira dos eixos, diria. Gostei bastante da forma como as coisas se fecharam (se é que podemos dizer assim), ainda mais porque manteve a singularidade que é própria da série. Amei fazer a viagem que a série proporcionou. Ela sempre terá um lugarzinho especial no meu coração.
E acabou! Apesar de sabermos que essa seja a última temporada por conta do seu cancelamento, ainda sim tudo meio que nos diz, meio que nos dá um gostinho de fim, ainda que nos pareça (ao menos alguns interpretam assim) um final que não foi concluído, deixando de falar sobre muitas coisas. Particularmente eu gosto disso, do deixar as coisas no ar, do não explicar todas as coisas detalhadamente, até porque acho isso muito parecido com a dinâmica da vida: há muitas coisas que simplesmente vem e vão e ainda que não saibamos o porquê, precisamos criar respostas, seja para a vinda ou para a ida. Da mesma forma natural como nós chegamos na vida dos Altman com ela já transcorrendo, naturalmente também a deixamos com as coisas transcorrendo; é como se a gente tivesse a oportunidade de acompanhar apenas um período da vida deles e dos outros personagens. Isso é lindo e permeou toda a temporada. Valeu muito a pena ver essa série e ser tocado por ela, ainda mais com aquela cena final,
Série maravilhosa, excepcional. Tudo é muito bem construído: desde o roteiro, passando por fotografia, cenários, trilha sonora, até os personagens e a atuação dos atores. A série é um transbordamento de poesia constante, de uma beleza que se manifesta em milhares de aspectos. Como são belas e tocantes as histórias dentro dessa história. Assistindo, eu sentia como se estivesse vivenciando um conto realista-fantástico, bem ao estilo saramaguiano de ser. E do mesmo jeito que nas histórias do Saramago, que há extensas descrições e longos períodos em uma mesma situação, sem que por isso elas se tornem massantes e cansativas, os cinquenta/cinquenta e cinco minutos de episódio parecem muito mais, com o engenho de ser tão cativante, como se alguém estivesse contando uma história íntima minuciosamente para você. Minhas associações literárias aqui não são em vão: ao meu ver, a narrativa da série é totalmente literária, por isso é necessário uma disposição diferenciada para apreciá-la, como se estivesse lendo uma obra de Saramago, como já citado, ou de Kafka. Essa primeira temporada é uma obra de arte e nos deixa com fome da segunda. Com certeza se tornou uma das séries favoritas minhas, agora é ver o que a próxima temporada reserva.
Se a primeira temporada foi o estranhamento da Tessa e do George em relação à Chatswin e sua excêntrica população, a segunda temporada é a imersão deles dentro dessa excentricidade. Talvez por isso a carga dramática da série, presente desde o seu início, mas sob a forma de um "drama crítico", tenha tomado um rumo mais emotivo: os Altman agora, oficialmente, fazem parte daquela comunidade, porém sem deixar de ser o que são e com isso vem os dramas, as dificuldades, todas as novas possibilidades... Uma das coisas que acho mais apaixonantes nessa série é a naturalidade que ela transmite, até nos momentos mais absurdamente exagerados. É uma temporada linda, que traz ainda sua crítica inteligentíssima, acrescentando um peso dramático sob medida, equilibrado, harmônico com toda a série.
É impossível ver essa versão e não pensar no clássico de 1990. Não diria que ele é melhor que o antigo (nem pior), mas é diferente, ao menos pra mim, não ficando à sombra dele. Eu, que já amava o primeiro, gostei bastante do filme e fiquei feliz pela atual adaptação. Talvez a única coisa que tenha me deixado "menos" feliz é
a sensação de aparição rápida demais do Pennywise em relação aos garotos do Clube. Acho que poderia ter sido algo mais demorado, mais introdutório
, porém isso não diminui ou desqualifica o filme. Ele é um filme mais pesado do que de terror (no sentido mais comum hoje de gritos, sustos, sangue, etc), porque traz imagens e cenas mais explícitas e na minha opinião é isso que consiste o terror do filme (os vários tipos de violência ali presentes te incomoda, de certa forma). E que atuações! Se a primeira versão da história se tornou um clássico, essa nova tem tudo para ter um lugar de destaque também. Para mim, ambas já tem o meu amor!
A narrativa do longa é diferente daquela que estamos acostumados, até mesmo para aqueles que gostam ou que se habituaram aos filmes "cult": os cortes, as construções das cenas, etc. Há um estranhamento, o que não quer dizer que seja ruim, apenas uma outra forma de contar uma história. Em relação ao roteiro, achei os caminhos traçados por ele originais para uma história que poderia ser mais um do mesmo (o monstro na casa e que amedronta seus moradores...). O estilo do filme, apesar de ser taxado como terror, considero mais um "suspense dramático", como "Boa noite, mamãe"; acho ambos os filmes muito próximos no quesito estilo. Talvez eles venham demonstrar uma nova modalidade de narrativas do terror/suspense/drama, não sei.
É um filme sobre a depressão, mas não só sobre isso. A depressão seria o "último estágio" de tudo aquilo que ele representa; uma manifestação particular de algo mais geral. Ele fala sobre o medo do desconhecido; o luto; a culpa; os sentimentos contraditórios e cruéis que temos em nós, mas que ignoramos, porém sem que desapareçam. Para mim, em última instância, é um filme que fala sobre o inconsciente (no sentido freudiano do termo), claro, de forma alegórica e simplória (o que não quer dizer ruim).
Particularmente foi um filme que fico ecoando em mim e que marca de alguma forma. O "medo" que o filme transmite, ao meu ver, não é enquanto você o assiste, mas enquanto pensa sobre ele e, sem dúvida, a atuação dos atores é responsável por isso, porque dentro de toda aquela fantasia, o que você vê ali são pessoas reais.
Um filme plano, linear, que talvez desagrade aqueles que gostam de algo mais agitado, cheio de climax, etc. Não o considero de terror, mas de suspense e de nenhuma forma isso o diminui. Uma das coisas que mais gostei dele é que além de não subestimar os espectadores, ele se deixa subentender, como também não revela todas as suas informações por inteiro (como, por exemplo, a história de vida de seus personagens ou de algumas situações que acontecem na história) dando liberdade ao expectador de montar o "quebra-cabeça" narrativo. Acho que esse é o grande diferencial do filme, porque ele se mostra, se dá quase por completo, sem fazer joguinhos, charadas, com quem assiste. Se para alguns o filme é explícito, para mim ele é menos sobre "o que tá acontecendo?" e mais sobre as consequências extremas de eventos comuns da vida... Sem deixar de nos remexer por dentro. É um filme, sobretudo, sobre perda. Talvez o seu estilo possa ser uma espécie de "suspense dramático".
Uma série inteligentíssima, que vai além da simples comédia e segue com um humor leve, sério e crítico, ao mesmo tempo, e nessa primeira temporada essas características são sentidas profundamente. Toca em assuntos que muitas vezes passam despercebidos cotidianamente e mesmo quando são assuntos já batidos, tem uma forma muito original de tratá-los.
Não há palavras pra descrever o amor e outros sentimentos que tenho por esse curta. De uma leveza, de uma delicadeza e singeleza que se torna grandioso, gigantesco... Parece uma sinfonia, uma orquestra, de tão magistral e harmônico que ele é. É incrível, e aqui nos sentidos mais diversos que se possa imaginar dessa qualidade, porque vê-lo é como assistir um sonho. Um lindo, lindo, lindo sonho!
Primeiramente, quero deixar claro que li apenas o primeiro livro da série (ainda), então o meu comentário será mais de um expectador de fora do universo d'A Torre Negra do que de dentro. É um bom filme: entretém; o enredo está fluído; as atuações estão ótimas (destacaria a construção d'O Homem de Preto do Matthew McConaughey, que achei bastante próxima do espírito da personagem no livro); diverte e até prende quem assiste. De fato, como falaram, não é nada excepcional, mas não é de total ruim. Agora como leitor do primeiro livro e conhecedor de coisas aqui e ali do universo d'A Torre Negra (e de suas ligações com a obra do King), fiquei um pouco perdido, porque coisas específicas foram deixadas de lado, simplesmente inexistiram... Apesar de por vezes relembrar do (primeiro) livro com algumas cenas e falas, elas eram apenas referências, nada que realmente chegasse a representá-lo. A história é rápida, subentende-se algumas coisas, mas também deixa lacunas que pode até ser ignorados, mas que parecem não trazer uma profundidade à história. Nos livro isso dá muito certo, até porque a saga tem oito livros, mas pra um filme pode parecer mais desleixo ou excesso de informação (o que acredito ser) do que uma preparação para outros filmes ou pra série que parece que vai ser lançada. O clima do filme não me fez lembrar a atmosfera a La Faroeste com ficção-cientifica, algo do tipo, que o livro tem, o que é uma pena, ao meu ver. Apesar de serem singelas, a presença de detalhes dos outros livros e do universo do King no filme me deixou bastante alegre. Ao que tudo indica, o filme parece ter sido a adaptação de três dos oito livros, ao passo que a série partirá do quarto em diante e é claro isso deve ser levado em conta ao se pensar o filme. Como também toda a peregrinação sofrida que essa história teve para chegar à linguagem cinematográfica: de abandonos e retomadas do projeto ao, que me parece, a pouca divulgação do filme. Para o expectador leigo sobre a Saga e sem paciência, tudo isso já é motivo o bastante pra desgostar do filme, mas para aqueles que são mais complacentes, há coisas boas de se tirar do filme. Para os fãs, acho que ele é um marco, que gostando ou desgostando, deve ser já querido por ser a primeira vez que a história foi representada no cinema, o que já é uma vitória! Diria que é um bom filme, apesar de não ser tão boa como uma adaptação (ao menos, até onde conheço da Saga).
É um filme sensual e na mesma proporção, pesado. Você pode quase apalpar todas as tensões que têm ali: as tensões de um soldado rodeado por mulheres; as tensões de mulheres desacostumadas da presença masculina constante; as tensões entre essas próprias mulheres, sejam por conta do estranho hóspede, seja por questões que envolvem cada uma delas. Um filme envolvente, que vai te pegando aos poucos até você ser completamente submerso por ele. Muito, muito bem dirigido; os figurinos e a fotografia lindos e as atuações impecáveis. Gostei bastante!
Nossa, eu amava essa série! Faz uns 10 anos que vi, quando passou no canal Boomerang. Tenho a impressão que lá a série não foi finalizada, mas não tenho certeza, faz muito tempo. Já procurei para baixar, mas nunca encontro também. Poxa, é muito triste saber que não poderei ver essa série de novo, mas quem sabe um dia...
Eu acho esse filme um primor. O Fernando Meirelles conseguiu fazer uma obra de arte de uma obra de arte: o filme é bem fiel ao livro e consegue captar de forma formidável a sua essência. A fotografia, as atuações, os cenários, tudo conversa com o livro e, o que me deixou mais apaixonado pelo filme, há descrições singelas do Saramago que são representadas no filme, como, por exemplo, se é a mão direita ou esquerda de tal pessoa que pega a chave para abrir determinada porta... Achei isso de uma sensibilidade magnífica. Esse filme é, de fato, ver o livro, não de uma forma que o substitua, mas dá à história uma nova linguagem de forma muito respeitosa a sua origem. Por isso é um dos meus filmes preferidos. Eu particularmente adoraria ver o Fernando Meirelles fazendo um filme do "Ensaio Sobre a Lucidez", história que se passa tempo depois do que acontece em "Ensaio Sobre A Cegueira". Seria lindo!
Power Rangers
3.2 1,1K Assista AgoraEu gostei. Não é uma obra-prima (e nem tem a pretensão de ser), mas é um bom filme. Entretém, é divertido, equilibra elementos nostálgicos e com novidades na mitologia e traz uma certa breguice própria de Power Ranger sem vergonha de ser feliz. O filme serve "fan service", serve uma bobeira gostosa e, principalmente, serve
cidade sendo totalmente destruída sem se importar com nada nem ninguém
O Mal Que Nos Habita
3.6 536 Assista AgoraGostei bastante. Pra mim,
é uma distopia apocalíptica (no sentido bíblico da palavra) muito interessante de ver. Digo distopia, porque o tempo onde a história se passa, além de não ser definido, parece misturar curiosamente coisas passadas e futuras e coisas sobrenaturais e naturais. A parte apocalíptica, ao meu ver, viria do uso de símbolos e de uma atmosfera bem mística e/ou bíblica (ex.: "Uriel"/"Pedro"; a ideia de irmãos que trazem o "mal ao mundo" e de um mal que se faz carne; a própria natureza sentindo esse "mal" etc)
Les Revenants: A Volta dos Mortos (2ª Temporada)
4.0 135A segunda temporada é tão mágica quanto a primeira, explorando aspectos até então timidamente colocados anteriormente. É muito surpreendente como é clara, ao mesmo tempo, uma ruptura e uma continuidade; como é perceptível uma passagem de tempo, um antes e um depois (que, no caso da temporada, é o agora). A qualidade da série, em todos os sentidos, continua e é lindo demais isso. Desde o primeiro episódio da série, pensei em como essa história, essa narrativa, essa atmosfera contida nela é algo muito saramaguiano e essa impressão continua vivíssima nessa temporada. É uma série que nos tira dos eixos, diria. Gostei bastante da forma como as coisas se fecharam (se é que podemos dizer assim), ainda mais porque manteve a singularidade que é própria da série. Amei fazer a viagem que a série proporcionou. Ela sempre terá um lugarzinho especial no meu coração.
Suburgatório (3ª Temporada)
3.9 33E acabou! Apesar de sabermos que essa seja a última temporada por conta do seu cancelamento, ainda sim tudo meio que nos diz, meio que nos dá um gostinho de fim, ainda que nos pareça (ao menos alguns interpretam assim) um final que não foi concluído, deixando de falar sobre muitas coisas. Particularmente eu gosto disso, do deixar as coisas no ar, do não explicar todas as coisas detalhadamente, até porque acho isso muito parecido com a dinâmica da vida: há muitas coisas que simplesmente vem e vão e ainda que não saibamos o porquê, precisamos criar respostas, seja para a vinda ou para a ida. Da mesma forma natural como nós chegamos na vida dos Altman com ela já transcorrendo, naturalmente também a deixamos com as coisas transcorrendo; é como se a gente tivesse a oportunidade de acompanhar apenas um período da vida deles e dos outros personagens. Isso é lindo e permeou toda a temporada. Valeu muito a pena ver essa série e ser tocado por ela, ainda mais com aquela cena final,
terminando com o "problema" que sentenciou Tessa a viver no "suburgatório" surgindo novamente. George, aceite que sua filha tem uma vida sexual! rsrs
Les Revenants: A Volta dos Mortos (1ª Temporada)
4.5 318Série maravilhosa, excepcional. Tudo é muito bem construído: desde o roteiro, passando por fotografia, cenários, trilha sonora, até os personagens e a atuação dos atores. A série é um transbordamento de poesia constante, de uma beleza que se manifesta em milhares de aspectos. Como são belas e tocantes as histórias dentro dessa história. Assistindo, eu sentia como se estivesse vivenciando um conto realista-fantástico, bem ao estilo saramaguiano de ser. E do mesmo jeito que nas histórias do Saramago, que há extensas descrições e longos períodos em uma mesma situação, sem que por isso elas se tornem massantes e cansativas, os cinquenta/cinquenta e cinco minutos de episódio parecem muito mais, com o engenho de ser tão cativante, como se alguém estivesse contando uma história íntima minuciosamente para você. Minhas associações literárias aqui não são em vão: ao meu ver, a narrativa da série é totalmente literária, por isso é necessário uma disposição diferenciada para apreciá-la, como se estivesse lendo uma obra de Saramago, como já citado, ou de Kafka.
Essa primeira temporada é uma obra de arte e nos deixa com fome da segunda. Com certeza se tornou uma das séries favoritas minhas, agora é ver o que a próxima temporada reserva.
Suburgatório (2ª Temporada)
4.0 43Se a primeira temporada foi o estranhamento da Tessa e do George em relação à Chatswin e sua excêntrica população, a segunda temporada é a imersão deles dentro dessa excentricidade. Talvez por isso a carga dramática da série, presente desde o seu início, mas sob a forma de um "drama crítico", tenha tomado um rumo mais emotivo: os Altman agora, oficialmente, fazem parte daquela comunidade, porém sem deixar de ser o que são e com isso vem os dramas, as dificuldades, todas as novas possibilidades... Uma das coisas que acho mais apaixonantes nessa série é a naturalidade que ela transmite, até nos momentos mais absurdamente exagerados. É uma temporada linda, que traz ainda sua crítica inteligentíssima, acrescentando um peso dramático sob medida, equilibrado, harmônico com toda a série.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraÉ impossível ver essa versão e não pensar no clássico de 1990. Não diria que ele é melhor que o antigo (nem pior), mas é diferente, ao menos pra mim, não ficando à sombra dele. Eu, que já amava o primeiro, gostei bastante do filme e fiquei feliz pela atual adaptação.
Talvez a única coisa que tenha me deixado "menos" feliz é
a sensação de aparição rápida demais do Pennywise em relação aos garotos do Clube. Acho que poderia ter sido algo mais demorado, mais introdutório
O Babadook
3.5 2,0KA narrativa do longa é diferente daquela que estamos acostumados, até mesmo para aqueles que gostam ou que se habituaram aos filmes "cult": os cortes, as construções das cenas, etc. Há um estranhamento, o que não quer dizer que seja ruim, apenas uma outra forma de contar uma história.
Em relação ao roteiro, achei os caminhos traçados por ele originais para uma história que poderia ser mais um do mesmo (o monstro na casa e que amedronta seus moradores...). O estilo do filme, apesar de ser taxado como terror, considero mais um "suspense dramático", como "Boa noite, mamãe"; acho ambos os filmes muito próximos no quesito estilo. Talvez eles venham demonstrar uma nova modalidade de narrativas do terror/suspense/drama, não sei.
É um filme sobre a depressão, mas não só sobre isso. A depressão seria o "último estágio" de tudo aquilo que ele representa; uma manifestação particular de algo mais geral. Ele fala sobre o medo do desconhecido; o luto; a culpa; os sentimentos contraditórios e cruéis que temos em nós, mas que ignoramos, porém sem que desapareçam. Para mim, em última instância, é um filme que fala sobre o inconsciente (no sentido freudiano do termo), claro, de forma alegórica e simplória (o que não quer dizer ruim).
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraUm filme plano, linear, que talvez desagrade aqueles que gostam de algo mais agitado, cheio de climax, etc. Não o considero de terror, mas de suspense e de nenhuma forma isso o diminui. Uma das coisas que mais gostei dele é que além de não subestimar os espectadores, ele se deixa subentender, como também não revela todas as suas informações por inteiro (como, por exemplo, a história de vida de seus personagens ou de algumas situações que acontecem na história) dando liberdade ao expectador de montar o "quebra-cabeça" narrativo. Acho que esse é o grande diferencial do filme, porque ele se mostra, se dá quase por completo, sem fazer joguinhos, charadas, com quem assiste. Se para alguns o filme é explícito, para mim ele é menos sobre "o que tá acontecendo?" e mais sobre as consequências extremas de eventos comuns da vida... Sem deixar de nos remexer por dentro. É um filme, sobretudo, sobre perda. Talvez o seu estilo possa ser uma espécie de "suspense dramático".
Suburgatório (1ª Temporada)
3.9 120Uma série inteligentíssima, que vai além da simples comédia e segue com um humor leve, sério e crítico, ao mesmo tempo, e nessa primeira temporada essas características são sentidas profundamente. Toca em assuntos que muitas vezes passam despercebidos cotidianamente e mesmo quando são assuntos já batidos, tem uma forma muito original de tratá-los.
Eu Não Quero Voltar Sozinho
4.4 1,9K Assista AgoraNão há palavras pra descrever o amor e outros sentimentos que tenho por esse curta. De uma leveza, de uma delicadeza e singeleza que se torna grandioso, gigantesco... Parece uma sinfonia, uma orquestra, de tão magistral e harmônico que ele é. É incrível, e aqui nos sentidos mais diversos que se possa imaginar dessa qualidade, porque vê-lo é como assistir um sonho. Um lindo, lindo, lindo sonho!
A Torre Negra
2.6 839 Assista AgoraPrimeiramente, quero deixar claro que li apenas o primeiro livro da série (ainda), então o meu comentário será mais de um expectador de fora do universo d'A Torre Negra do que de dentro. É um bom filme: entretém; o enredo está fluído; as atuações estão ótimas (destacaria a construção d'O Homem de Preto do Matthew McConaughey, que achei bastante próxima do espírito da personagem no livro); diverte e até prende quem assiste. De fato, como falaram, não é nada excepcional, mas não é de total ruim.
Agora como leitor do primeiro livro e conhecedor de coisas aqui e ali do universo d'A Torre Negra (e de suas ligações com a obra do King), fiquei um pouco perdido, porque coisas específicas foram deixadas de lado, simplesmente inexistiram... Apesar de por vezes relembrar do (primeiro) livro com algumas cenas e falas, elas eram apenas referências, nada que realmente chegasse a representá-lo. A história é rápida, subentende-se algumas coisas, mas também deixa lacunas que pode até ser ignorados, mas que parecem não trazer uma profundidade à história. Nos livro isso dá muito certo, até porque a saga tem oito livros, mas pra um filme pode parecer mais desleixo ou excesso de informação (o que acredito ser) do que uma preparação para outros filmes ou pra série que parece que vai ser lançada. O clima do filme não me fez lembrar a atmosfera a La Faroeste com ficção-cientifica, algo do tipo, que o livro tem, o que é uma pena, ao meu ver. Apesar de serem singelas, a presença de detalhes dos outros livros e do universo do King no filme me deixou bastante alegre.
Ao que tudo indica, o filme parece ter sido a adaptação de três dos oito livros, ao passo que a série partirá do quarto em diante e é claro isso deve ser levado em conta ao se pensar o filme. Como também toda a peregrinação sofrida que essa história teve para chegar à linguagem cinematográfica: de abandonos e retomadas do projeto ao, que me parece, a pouca divulgação do filme. Para o expectador leigo sobre a Saga e sem paciência, tudo isso já é motivo o bastante pra desgostar do filme, mas para aqueles que são mais complacentes, há coisas boas de se tirar do filme. Para os fãs, acho que ele é um marco, que gostando ou desgostando, deve ser já querido por ser a primeira vez que a história foi representada no cinema, o que já é uma vitória! Diria que é um bom filme, apesar de não ser tão boa como uma adaptação (ao menos, até onde conheço da Saga).
O Estranho Que Nós Amamos
3.9 131 Assista AgoraÉ um filme sensual e na mesma proporção, pesado. Você pode quase apalpar todas as tensões que têm ali: as tensões de um soldado rodeado por mulheres; as tensões de mulheres desacostumadas da presença masculina constante; as tensões entre essas próprias mulheres, sejam por conta do estranho hóspede, seja por questões que envolvem cada uma delas. Um filme envolvente, que vai te pegando aos poucos até você ser completamente submerso por ele. Muito, muito bem dirigido; os figurinos e a fotografia lindos e as atuações impecáveis. Gostei bastante!
Mudança de Vida
3.6 4Nossa, eu amava essa série! Faz uns 10 anos que vi, quando passou no canal Boomerang. Tenho a impressão que lá a série não foi finalizada, mas não tenho certeza, faz muito tempo. Já procurei para baixar, mas nunca encontro também. Poxa, é muito triste saber que não poderei ver essa série de novo, mas quem sabe um dia...
Ensaio Sobre a Cegueira
4.0 2,5KEu acho esse filme um primor. O Fernando Meirelles conseguiu fazer uma obra de arte de uma obra de arte: o filme é bem fiel ao livro e consegue captar de forma formidável a sua essência. A fotografia, as atuações, os cenários, tudo conversa com o livro e, o que me deixou mais apaixonado pelo filme, há descrições singelas do Saramago que são representadas no filme, como, por exemplo, se é a mão direita ou esquerda de tal pessoa que pega a chave para abrir determinada porta... Achei isso de uma sensibilidade magnífica. Esse filme é, de fato, ver o livro, não de uma forma que o substitua, mas dá à história uma nova linguagem de forma muito respeitosa a sua origem. Por isso é um dos meus filmes preferidos.
Eu particularmente adoraria ver o Fernando Meirelles fazendo um filme do "Ensaio Sobre a Lucidez", história que se passa tempo depois do que acontece em "Ensaio Sobre A Cegueira". Seria lindo!