O sexto episódio é digno de Emmy, e uma das minhas maiores curiosidades é saber como Beyoncé reagiu ao assistir a série. A criatividade de Donald Glover é uma das coisas mais legais de acompanhar hoje em dia.
Baita documentário. A pesquisa documental da produção é admirável, encontrando cartas, fotografias e laudos originais pouquíssimos trabalhados até pelos historiadores. O recurso de cruzar as versões, no caso de Anselmo e dos repressores com as dos perseguidos, esclarece como os apologistas de ontem e de hoje da ditadura são, longe de serem ingênuos, gente da pior qualidade.
Pura arte. Das hipocrisias de alguns brancos antirracistas aos usos indevidos da mesma luta por alguns sujeitos da própria comunidade negra, do kitsch na cultura contemporânea europeia ao esforço de composição de Paper Boy e do seu
O filme é muito bom, mas acho que há uma desvirtuação da mensagem antimilitar do "roteiro original", o livro homônimo de Erich Remarque lançado em 1929: em momento algum do livro
Paul recai na fúria militar no campo de batalha, como vemos na última parte
do filme, ao menos que me recorde.
A iniciativa desta nova versão volta-se mais à exploração dos combates nas trincheiras e no cotidiano na frente de batalha do que à exploração do "lugar psicológico" do soldado, algo mais presente nas primeiras versões cinematográficas e explorada a rodo pelo Remarque na obra. Achei muito interessante pôr em cena o Erzberger, um dos grandes da política alemã naquele momento em 1918 e que buscava a paz há anos, e o Hindemburgo, um dos comandantes alemães da frente Ocidental - fronteira Alemanha/França e Bélgica, como partes de um mesmo jogo: por um lado explorando os esforços de um pela paz, sujeito a provocações e sarcasmos pelo oponente francês, enquanto o outro, cercado de conforto e luxo, se assemelha a uma criança brincando com soldadinhos perto da fogueira. Senti falta de maiores explicações em off sobre ambos os personagens para o espectador, já que imagino que ambos sujeitos não sejam tão familiares ao público a ponto de jogá-los a esmo na narrativa.
o final infame relatório do dia na Frente, que é de onde retira-se o nome original do livro, "all quiet on Western front" ou "nada de novo no front" pra gente, no final.
Como um todo, é uma produção bem interessante: as atuações são convincentes, o enredo é interessante, e a construção de algumas cenas, com recursos como sobreposições e flashbacks, também me agradou. A
O problema é que não há clímax. O resultado final é de que estamos lendo uma matéria investigativa ou assistindo a uma reportagem de telejornal, em que estamos atentos para saber como as coisas se desenrolaram e não necessariamente o quê.
Não tem o que se comentar sobre o conteúdo ou a condução do documentário: o Marcelo Canellas consegue levar ao espectador toda a angústia e incômodo do que foi a tragédia da Kiss e do que foi, e ainda é, a tragédia do julgamento.
O que me chamou a atenção foi o tom do documentário: nos últimos anos, vimos grandes acontecimentos trágicos serem alvos de produções, como os famosos "true-crimes", por exemplo, cujo foco sempre me pareceu explorar o exotismo daquilo ali. No fim, viraram séries ou filmes que pareciam narrar algo não muito distante daquilo que consumimos como ficção e, por isso, poderiam se permitir passar ao largo da sensibilidade que tal "acontecimento" causou em certos sujeitos ou na memória coletiva ou social.
"Boate Kiss" não, e isso pra mim é a chave do Marcelo: os episódios são tratados com a seriedade e o compromisso que merecem. O primeiro e o segundo episódio, pra quem viu, são duas pedradas nesse sentido. Eventos trágicos não foram entretenimento quando ocorreram, e tratá-los como tal em uma produção a posteriori nunca me pareceu o melhor caminho.
Talvez a melhor atuação de Harrison Ford na carreira após "A última cruzada" do Indiana Jones.
"Acima..." tem bem a vibe dos filmes do Pakula, aqueles tipos de thriller de burocracia como "Todos os homens..." e "A trama", em que o suspense se constrói na busca por determinado arquivo numa pilha de papéis ou nas estratégias em como explorar mais a fundo o testemunho daquela fonte chave.
A trama é muito bem construída, e a carga emocional que H. Ford entrega é coisa de maluco. Raul Julia também está muito bem, e o clímax na reta final é muito especial.
Bela série. Antes de ser sobre o John Adams, é sobre a invenção, a revolução, a formação e a estabilização dos Estados Unidos da segunda metade do XVIII e no comecinho do XIX. Muito antes de ser a potência que viria a ser na metade do século XIX, quando o país abraçaria como política de Estado as teses "imperialistas" do A. Hamilton - ele mesmo presente aqui! -, "John Adams" trabalha como o início dos Estados Unidos da América foi tão turbulento, tumultuado e envolto em intrigas políticas e cotidianas quanto qualquer outro país das Américas ou além-mar.
morte de Abigail antes da do John (na vida real ele que parte primeiro)
, que no fim se provam muito pequenas quando observadas sobre o todo, nada atrapalha muito no serviço "histórico" que "John Adams" propõe: muita coisa retratada em cena tem respaldo nas pesquisas históricas e nas fontes da época, como a intransigência de Hamilton, as libertinagens de Benjamin Franklin na França, a máscara de filósofo do Thomas Jefferson, os sentimentos constantes de desprestígio do John Adams, etc. A desconstrução de Jefferson, até hoje vendido como o federalista mais "revolucionário" mas que antes fora uma esperta raposa política, o que confirma até mesmo as apreensões de Adams quanto às imagens que seriam construídas sobre si e seu colega no futuro, as inabilidades de Washington pelas influências de Hamilton no segundo mandato, as tensões diplomáticas com a França pós-Revolução de 1789, o temor da dissolução do recente país pelas tensões partidárias... tudo é muito bem construído a partir do roteiro.
Pra mim, são maravilhosos os episódios sobre as visitas de J. Adams às grandes Cortes europeias: se por um lado em Versalhes há um Luís XVI que preza por festas e em fazer deste espaço um local completamente à distância dos problemas do mundo real, em que senhoras e senhores da nobreza têm casos e onde se usam coroas de flores à mesa enquanto se canta e recita poesia, em Londres o que há é uma sociedade real britânica que busca manter, antes de tudo, a rigidez da etiqueta social, do contato com a nobreza, a "frieza" das relações diplomáticas de um antigo colonizado que quer retomar o contato comercial com sua antiga metrópole. O contraponto às realezas não deixa de ser maravilhoso quando Adams parte em serviço aos Países Baixos, onde negocia crédito com os holandeses e é
elogiado por sua "modéstia" por homens que, antes de qualquer coisa, ligam apenas para uma coisa: as condições de comércio e de pagamento das dívidas.
Acho apenas que algumas questões poderiam ter sido melhor trabalhadas, como a presença da escravidão, tópico constante dos escritos e debates entre Adams e Jefferson, e a não aparição de James Madison e Thomas Paine, dois dos Pais Fundadores mais polêmicos. À parte esses pequenos detalhes, muito específicos e que só um historiador poderia cobrar, "John Adams" vale muito como entretenimento e como aula de história.
Um filme é muito bom quando ele te prende por quase 3hrs sem necessidade alguma de ação, apenas pelo próprio fio condutor da narrativa contada. Não deixa de ser divertido pensar como o JFK, à diferença do "Todos os homens..." por exemplo, não tem nem algo que chegue perto de um clímax: é a construção de ideias e de deslocamentos seguidos, uns em cima dos outros. Na direção, acho que isso se constata pelos cortes rápidos: são poucas as cenas mais longas (lembro a do julgamento de Clay já próximo ao fim), e muito interessante a sacada de pôr cortes rápidos que muitas vezes misturam gravações reais com as atuações dos atores. Menino esperto o Oliver Stone nessa produção.
Se nada disso interessa, vale pelo seguinte fato: ainda é um dos melhores exemplares do cinema-paranoia.
Um salto de qualidade que é quase incomparável em relação à primeira temporada: da técnica ao roteiro, tudo parece melhor produzido, mais ajeitado e decidido, sem a criação de inúmeras pontas pra uma história que parece carecer de criatividade desde o início, como é o início da primeira. Infelizmente, é finalizada de forma muito acelerada, e recai no cliffhanger mal-feito e em ganchos pra intervalo pobres ao longo de vários episódios.
Talvez o imundo mais famoso da história do futebol; mas, nem por isso, menos humano que qualquer outra pessoa. Símbolo do vencer a qualquer custo, do anti-jogo, do espírito de porco ao invés do espírito esportivo. Ou, como diz o Fernando Signorini, preparador de futebol e preparador particular de Diego Maradona, um cagão.
Gostei bastante das imagens remasterizadas dos anos 1960/70, em especial dos anos de Carlos Bilardo como jogador/estudante de medicina/treinador do Estudiantes.
Como documentário, em termos de roteiro, acho que faltou um detalhe essencial: apontar, ao fim, como Bilardo hoje sofre da síndrome de Hakim-Adams, uma doença neurodegenerativa, o que explica sua não participação no filme. Como fã de futebol, acho que merecia ser mais explorado a questão com Menotti, que dividiu o pensamento sobre as formas do futebol não só na Argentina, mas mesmo em termos globais à época. Fora isso, nada a reclamar e, possivelmente, nenhuma novidade na carreira e nos mitos e causos do Narigón.
Confuso demais. A proposta é muito boa, quando se propõe a imaginar o "tabu normatizado e instituído": explora de forma consciente diálogos sobre atitudes e comportamentos, moral, ética e tradição social, ao mesmo tempo pondo-os sobre a sociedade contemporânea do século XXI e em todos os seus problemas político-partidários, midiáticos, de comunicação, etc. O problema, somente, é todo o resto da narrativa: o desenrolar da história é super-rápido e muito atrapalhado, entupido de furos (principalmente no que se refere ao "protagonista"), e, pra mim, o fôlego construído inicialmente se esvai ligeiro demais, o que pressuponho ter sido pressão de estúdio ou produtora em cima dos roteiristas.
O Duna de Villeneuve é lindo, é fiel à obra do Frank Herbert, e é uma boa introdução ao universo, literalmente falando, que é a trajetória do Paul Atreides. Só há um problema, aqui: foi vendido como filme, quando na verdade tem toda a cara de primeiro episódio de uma série. Não temos
A faceta menos conhecida do Astor: o "Tubarão" sob as lentes da família, meio nova-iorquino e meio porteño, prodígio mas mal pago, destemperado mas dedicadíssimo aos estudos, um dos mais fiéis amigos de seu pai mas um pai, em parte, muito distante de seus filhos. Rico e contraditório, como suas próprias músicas. As imagens de acervo são belíssimas, e impactam (e me emocionaram) pela qualidade da restauração: os anos 1950 e 1960 nunca tiveram tanto movimento quanto vemos aqui. E é uma agradável surpresa saber que o Piazzolla foi mais um, dentre tantos, descoberto pelo Carlos Gardel no período estadunidense deste.
Enxame
3.8 95 Assista AgoraO sexto episódio é digno de Emmy, e uma das minhas maiores curiosidades é saber como Beyoncé reagiu ao assistir a série.
A criatividade de Donald Glover é uma das coisas mais legais de acompanhar hoje em dia.
Os Assassinatos de Starved Rock
3.6 5Ótimo documentário, mas ainda acho que é um vacilo gigantesco o
de não aguardar o resultado dos exames de DNA que acabaram por não bater com os de Chester Weger.
Em Busca de Anselmo
4.1 6Baita documentário. A pesquisa documental da produção é admirável, encontrando cartas, fotografias e laudos originais pouquíssimos trabalhados até pelos historiadores. O recurso de cruzar as versões, no caso de Anselmo e dos repressores com as dos perseguidos, esclarece como os apologistas de ontem e de hoje da ditadura são, longe de serem ingênuos, gente da pior qualidade.
Atlanta (3ª Temporada)
4.4 83Pura arte. Das hipocrisias de alguns brancos antirracistas aos usos indevidos da mesma luta por alguns sujeitos da própria comunidade negra, do kitsch na cultura contemporânea europeia ao esforço de composição de Paper Boy e do seu
fã [?] húngaro
Vanessa
Tudo nessa temporada foi arte. E do mais alto estilo.
A Verdadeira História do Roubo do Século
3.5 6"En barrio de ricachones
sin armas ni rencores
es solo plata y no
amores"
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista AgoraO filme é muito bom, mas acho que há uma desvirtuação da mensagem antimilitar do "roteiro original", o livro homônimo de Erich Remarque lançado em 1929: em momento algum do livro
Paul recai na fúria militar no campo de batalha, como vemos na última parte
A iniciativa desta nova versão volta-se mais à exploração dos combates nas trincheiras e no cotidiano na frente de batalha do que à exploração do "lugar psicológico" do soldado, algo mais presente nas primeiras versões cinematográficas e explorada a rodo pelo Remarque na obra.
Achei muito interessante pôr em cena o Erzberger, um dos grandes da política alemã naquele momento em 1918 e que buscava a paz há anos, e o Hindemburgo, um dos comandantes alemães da frente Ocidental - fronteira Alemanha/França e Bélgica, como partes de um mesmo jogo: por um lado explorando os esforços de um pela paz, sujeito a provocações e sarcasmos pelo oponente francês, enquanto o outro, cercado de conforto e luxo, se assemelha a uma criança brincando com soldadinhos perto da fogueira. Senti falta de maiores explicações em off sobre ambos os personagens para o espectador, já que imagino que ambos sujeitos não sejam tão familiares ao público a ponto de jogá-los a esmo na narrativa.
E ah, que PECADO não inserir
o final infame relatório do dia na Frente, que é de onde retira-se o nome original do livro, "all quiet on Western front" ou "nada de novo no front" pra gente, no final.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraMeu coração quase pulou pra fora quando
na última cena, com o Hayes já saído do complexo, se encurva e anda constrangido quando vê um caminhão militar vindo em sua direção.
O Desconhecido
3.1 66 Assista AgoraComo um todo, é uma produção bem interessante: as atuações são convincentes, o enredo é interessante, e a construção de algumas cenas, com recursos como sobreposições e flashbacks, também me agradou. A
degradação psicológica
operação policial
Henry tem um passado de crimes
O problema é que não há clímax. O resultado final é de que estamos lendo uma matéria investigativa ou assistindo a uma reportagem de telejornal, em que estamos atentos para saber como as coisas se desenrolaram e não necessariamente o quê.
Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria
4.2 81Não tem o que se comentar sobre o conteúdo ou a condução do documentário: o Marcelo Canellas consegue levar ao espectador toda a angústia e incômodo do que foi a tragédia da Kiss e do que foi, e ainda é, a tragédia do julgamento.
O que me chamou a atenção foi o tom do documentário: nos últimos anos, vimos grandes acontecimentos trágicos serem alvos de produções, como os famosos "true-crimes", por exemplo, cujo foco sempre me pareceu explorar o exotismo daquilo ali. No fim, viraram séries ou filmes que pareciam narrar algo não muito distante daquilo que consumimos como ficção e, por isso, poderiam se permitir passar ao largo da sensibilidade que tal "acontecimento" causou em certos sujeitos ou na memória coletiva ou social.
"Boate Kiss" não, e isso pra mim é a chave do Marcelo: os episódios são tratados com a seriedade e o compromisso que merecem. O primeiro e o segundo episódio, pra quem viu, são duas pedradas nesse sentido. Eventos trágicos não foram entretenimento quando ocorreram, e tratá-los como tal em uma produção a posteriori nunca me pareceu o melhor caminho.
Acima de Qualquer Suspeita
3.6 102 Assista AgoraTalvez a melhor atuação de Harrison Ford na carreira após "A última cruzada" do Indiana Jones.
"Acima..." tem bem a vibe dos filmes do Pakula, aqueles tipos de thriller de burocracia como "Todos os homens..." e "A trama", em que o suspense se constrói na busca por determinado arquivo numa pilha de papéis ou nas estratégias em como explorar mais a fundo o testemunho daquela fonte chave.
A trama é muito bem construída, e a carga emocional que H. Ford entrega é coisa de maluco. Raul Julia também está muito bem, e o clímax na reta final é muito especial.
Matilda: O Musical
3.6 155 Assista AgoraQUE FILMINHO LINDO BIXO
Ressurreição: Retalhos de um Crime
3.6 151 Assista AgoraCronemberg de padre foi o motivo do meu colapso, doutor.
John Adams
4.4 18 Assista AgoraBela série.
Antes de ser sobre o John Adams, é sobre a invenção, a revolução, a formação e a estabilização dos Estados Unidos da segunda metade do XVIII e no comecinho do XIX. Muito antes de ser a potência que viria a ser na metade do século XIX, quando o país abraçaria como política de Estado as teses "imperialistas" do A. Hamilton - ele mesmo presente aqui! -, "John Adams" trabalha como o início dos Estados Unidos da América foi tão turbulento, tumultuado e envolto em intrigas políticas e cotidianas quanto qualquer outro país das Américas ou além-mar.
Salvo algumas liberdades criativas, como a
morte de Abigail antes da do John (na vida real ele que parte primeiro)
A desconstrução de Jefferson, até hoje vendido como o federalista mais "revolucionário" mas que antes fora uma esperta raposa política, o que confirma até mesmo as apreensões de Adams quanto às imagens que seriam construídas sobre si e seu colega no futuro, as inabilidades de Washington pelas influências de Hamilton no segundo mandato, as tensões diplomáticas com a França pós-Revolução de 1789, o temor da dissolução do recente país pelas tensões partidárias... tudo é muito bem construído a partir do roteiro.
Pra mim, são maravilhosos os episódios sobre as visitas de J. Adams às grandes Cortes europeias: se por um lado em Versalhes há um Luís XVI que preza por festas e em fazer deste espaço um local completamente à distância dos problemas do mundo real, em que senhoras e senhores da nobreza têm casos e onde se usam coroas de flores à mesa enquanto se canta e recita poesia, em Londres o que há é uma sociedade real britânica que busca manter, antes de tudo, a rigidez da etiqueta social, do contato com a nobreza, a "frieza" das relações diplomáticas de um antigo colonizado que quer retomar o contato comercial com sua antiga metrópole.
O contraponto às realezas não deixa de ser maravilhoso quando Adams parte em serviço aos Países Baixos, onde negocia crédito com os holandeses e é
elogiado por sua "modéstia" por homens que, antes de qualquer coisa, ligam apenas para uma coisa: as condições de comércio e de pagamento das dívidas.
Acho apenas que algumas questões poderiam ter sido melhor trabalhadas, como a presença da escravidão, tópico constante dos escritos e debates entre Adams e Jefferson, e a não aparição de James Madison e Thomas Paine, dois dos Pais Fundadores mais polêmicos. À parte esses pequenos detalhes, muito específicos e que só um historiador poderia cobrar, "John Adams" vale muito como entretenimento e como aula de história.
JFK: A Pergunta Que Não Quer Calar
3.9 157 Assista AgoraUm filme é muito bom quando ele te prende por quase 3hrs sem necessidade alguma de ação, apenas pelo próprio fio condutor da narrativa contada. Não deixa de ser divertido pensar como o JFK, à diferença do "Todos os homens..." por exemplo, não tem nem algo que chegue perto de um clímax: é a construção de ideias e de deslocamentos seguidos, uns em cima dos outros. Na direção, acho que isso se constata pelos cortes rápidos: são poucas as cenas mais longas (lembro a do julgamento de Clay já próximo ao fim), e muito interessante a sacada de pôr cortes rápidos que muitas vezes misturam gravações reais com as atuações dos atores. Menino esperto o Oliver Stone nessa produção.
Se nada disso interessa, vale pelo seguinte fato: ainda é um dos melhores exemplares do cinema-paranoia.
Licorice Pizza
3.5 596A outra face da mesma moeda de Vício Inerente.
Missa da Meia-Noite
3.9 730A interpretação dos
anjos como vampiros,
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista Agora106 minutos de nada.
O Exorcista (2ª Temporada)
3.9 124 Assista AgoraUm salto de qualidade que é quase incomparável em relação à primeira temporada: da técnica ao roteiro, tudo parece melhor produzido, mais ajeitado e decidido, sem a criação de inúmeras pontas pra uma história que parece carecer de criatividade desde o início, como é o início da primeira.
Infelizmente, é finalizada de forma muito acelerada, e recai no cliffhanger mal-feito e em ganchos pra intervalo pobres ao longo de vários episódios.
Diários de Andy Warhol
4.0 19Lindo e inspirador. Resta mais algo ou coisa melhor pra dizer?
Bilardo: O Doutor do Futebol
3.8 2Talvez o imundo mais famoso da história do futebol; mas, nem por isso, menos humano que qualquer outra pessoa. Símbolo do vencer a qualquer custo, do anti-jogo, do espírito de porco ao invés do espírito esportivo. Ou, como diz o Fernando Signorini, preparador de futebol e preparador particular de Diego Maradona, um cagão.
Gostei bastante das imagens remasterizadas dos anos 1960/70, em especial dos anos de Carlos Bilardo como jogador/estudante de medicina/treinador do Estudiantes.
Como documentário, em termos de roteiro, acho que faltou um detalhe essencial: apontar, ao fim, como Bilardo hoje sofre da síndrome de Hakim-Adams, uma doença neurodegenerativa, o que explica sua não participação no filme. Como fã de futebol, acho que merecia ser mais explorado a questão com Menotti, que dividiu o pensamento sobre as formas do futebol não só na Argentina, mas mesmo em termos globais à época.
Fora isso, nada a reclamar e, possivelmente, nenhuma novidade na carreira e nos mitos e causos do Narigón.
Babylon (1ª Temporada)
3.4 9 Assista AgoraConfuso demais. A proposta é muito boa, quando se propõe a imaginar o "tabu normatizado e instituído": explora de forma consciente diálogos sobre atitudes e comportamentos, moral, ética e tradição social, ao mesmo tempo pondo-os sobre a sociedade contemporânea do século XXI e em todos os seus problemas político-partidários, midiáticos, de comunicação, etc.
O problema, somente, é todo o resto da narrativa: o desenrolar da história é super-rápido e muito atrapalhado, entupido de furos (principalmente no que se refere ao "protagonista"), e, pra mim, o fôlego construído inicialmente se esvai ligeiro demais, o que pressuponho ter sido pressão de estúdio ou produtora em cima dos roteiristas.
Sinceramente, não o recomendaria.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraO Duna de Villeneuve é lindo, é fiel à obra do Frank Herbert, e é uma boa introdução ao universo, literalmente falando, que é a trajetória do Paul Atreides.
Só há um problema, aqui: foi vendido como filme, quando na verdade tem toda a cara de primeiro episódio de uma série. Não temos
desfechos ou clímaxs
Negócio Arriscado
3.3 192 Assista AgoraJoel,
o anti-herói
Piazzolla: Os Anos do Tubarão
4.5 6A faceta menos conhecida do Astor: o "Tubarão" sob as lentes da família, meio nova-iorquino e meio porteño, prodígio mas mal pago, destemperado mas dedicadíssimo aos estudos, um dos mais fiéis amigos de seu pai mas um pai, em parte, muito distante de seus filhos. Rico e contraditório, como suas próprias músicas.
As imagens de acervo são belíssimas, e impactam (e me emocionaram) pela qualidade da restauração: os anos 1950 e 1960 nunca tiveram tanto movimento quanto vemos aqui. E é uma agradável surpresa saber que o Piazzolla foi mais um, dentre tantos, descoberto pelo Carlos Gardel no período estadunidense deste.