Excelente comédia romântica sobre a idealização de um romance. A trilha sonora perfeita, a estrutura fragmentada e a atuação de Joseph Gordon-Levitt complementam essa obra melancólica que apenas tropeça nos segundos finais.
Nolan comete alguns erros comprometedores, principalmente nos 20 minutos finais, onde opta por soluções fáceis demais para resolver os (inúmeros) problemas criados até então. Além disso, muitos dos personagens não evocam empatia alguma (o personagem de Casey Affleck, por exemplo, é extremamente raso, e poderia ser cortado do filme sem problema algum).
O visual, porém, se sobressai, criando imagens de tirar o fôlego, principalmente nos planos espaciais. A trilha sonora é excelente, e remete à do clássico 2001, sem, com isso, perder originalidade. Gosto também como Nolan contrasta no uso de som, fazendo cortes secos na trilha em momentos dramáticos.
Um bom filme, que continua a comprovar o talento de Nolan. Só esperava um roteiro um pouco melhor.
Vídeo interessantíssimo comentando sobre a escolha narrativa de fazer o personagem olhar diretamente para a lente: https://www.youtube.com/watch?v=Y0TnU80idDA&index=12&
Fincher extrai o máximo dessa história sobre a violência contra mulheres. O roteiro de Steve Zailian é econômico, e corta muitas passagens do livro, que apenas serviriam pra atrasar o ritmo do filme.
O clima gélido, quase um personagem do filme (o que me lembrou de "O Escritor Fantasma", dirigido por Polanski um ano antes) ajuda a criar uma atmosfera desconfortável e cada vez mais tensa, auxiliado, claro, pela trilha sonora discreta, porém eficiente, de Trent Reznor e Atticus Ross.
Junte isso a uma atuação irrepreensível de Rooney Mara, e uma montagem dinâmica e devidamente premiada, e você tem um filmaço.
A estréia de Jennifer Kent na direção é uma obra que se utiliza de uma atmosfera tensa e claustrofóbica, além de um tom onírico, para criar um exemplar aterrorizante do gênero.
Deixa de explorar a personalidade intensa de Cash para se focar na história de amor entre este e June Carter, que viria endireitar a vida do astro. A narrativa sofre devido ao tom episódico, e faz várias concessões no que se diz respeito à primeira fase da carreira de Cash, jogando todo o peso da culpa no pai e na ex-esposa.
Joaquin Phoenix, porém, atravessa as fases da vida de Cash com um invejável controle. Desde a insegurança na hora da gravação do primeiro disco, até a implacável presença de Cash nos palcos, e seu olhar de ódio, mas buscando aceitação, ao se encontrar com o pai em sua casa.
Witherpoon também faz um bom trabalho em encarnar June com vivacidade, mas por mais que sua atuação seja boa (e respeito o fato de que ela, assim como Phoenix, de fato canta), não justifica o Oscar recebido.
Um bom filme, elevado pela excelente performance de Phoenix.
Como cinebiografia, falha em pintar um retrato justo de Morrison, decidindo se focar unicamente no lado viciado do personagem, como se a genialidade do cantor se resumisse às constantes viagens alucinógenas vividas por este. Também falha ao explorar os demais membros da banda (o filme, afinal, se chama "The Doors").
Como cinema, porém, é excelente. A direção de Stone, excessiva por natureza, cai como uma luva na narrativa psicodélica. Além disso, Stone cria momentos simbólicos com uma sutileza admirável (gosto principalmente de quando Jim prende Pam no armário, e ateia fogo na porta).
Mas o destaque inegável do filme é mesmo Val Kilmer. Em uma atuação selvagem e visceral, Kilmer desaparece na pele do músico, devorando até os mais mínimos trejeitos de Morrison.
Um filme excelente, mesmo que factualmente incorreto.
Tenta muito ser um Cidade de Deus, mas dramatiza demais a vida de Sandro a fim de torná-lo um herói trágico. Os problemas de tom do filme são evidentes, hora carregado em melodrama, apenas para enfiar um momento de comédia (geralmente mal-encaixado) na cena seguinte.
Prefiram o documentário de Padilha. Esse sim, uma impactante obra-prima.
Em um filme que trata de dois "mágicos" sabotando um ao outro em busca de poder, nada mais genial do que incluir na trama uma figura histórica conhecida justamente por um embate com outro gênio. E o mais interessante é ver que, na história, ambos Tesla e Edison trabalharam juntos (ao contrário do filme, porém, o primeiro era subordinado do segundo), e ambos foram para lados opostos.
Pode-se traçar um paralelo entre Tesla e Borden, e Angie e Edison. Enquanto Edison desenvolveu uma corrente continua, e a vendeu para o governo, Tesla desenvolveu uma corrente alternada, e a defendia não por lucro, mas por realmente acreditar ser mais eficiente.
Na chamada "Guerra das Correntes", houveram diversas sabotagens de Edison em relação á Tesla, mas o segundo raramente retaliava. Vê-se então mais um interessante paralelo, onde ambos Borden e Angie são Edison, enquanto Falon (usarei esse nome ao me referir ao segundo Borden, que sobrevive) seria Tesla. Ambos os dois mágicos queriam desestimular um ao outro, e durante a projeção realizam constantes ataques ao adversário. Isso porque nenhum dos dois se preocupava em vencer a guerra se aprimorando, e sim em derrubar o adversário. Em uma batalha onde ambos queriam se destruir, ambos acabam destruídos de fato.
E o vencedor acaba sendo Falon. Tal como Tesla, cuja corrente alternada é usada com frequência até hoje.
Benedict Cumberbatch com grandes chances de interpretar o personagem: http://deadline.com/2014/10/benedict-cumberbatch-doctor-strange-movie-cast-862815/
Tarantino mais uma vez se desfaz dos valores históricos (coisa que só o cinema poderia fazer) para contar uma história sobre vingança e catarse. A excelente trilha sonora e as atuações inspiradas (Dicaprio merecia uma indicação ao Oscar!) ajudam a complementar essa excelente homenagem aos clássicos western.
Jarmusch se utiliza da alegoria dos vampiros para comentar o declínio cultural e social que enfrenta a sociedade de geração em geração. Para isso, conta com uma excelente fotografia, uma trilha sonora impecável e um elenco primoroso, em especial Hiddleston.
Excelente comédia existencialista que atinge níveis de discussão bem maiores do que a premissa inicial poderia sugerir.
Afinal, as coincidências presentes no cotidiano fazem parte de um plano maior ou são apenas breves momentos sem importância?
Russell demonstra aqui seu maior talento, o de extrair comédia de situações naturalmente dramáticas. Logo, seus personagens com crise existencial que naturalmente ganhariam contornos dramáticos, se tornam uma grande piada.
O elenco, aliás, é o ponto alto do filme. Se Jason Schwartzman e Jude Law oferecem desempenhos seguros (pode-se dizer que interpretam eles mesmos), Dustin Hoffman, Lili Tomin e Isabelle Huppert abraçam o nonsense, enquanto Mark Wahlberg rouba todas as cenas em que está presente.
Filme canalha, com uma mensagem detestável, que trabalha com personagens caricatos e que ofendem à quase todo o tipo de grupo social que não o cristão. A estética de novela também não ajuda.
Se a início o filme se propõe a fazer uma discussão sobre a natureza de Deus (tão bem discutida em filmes como "Contato" ou "Árvore da Vida"), ele logo se perde em meio à teorias auto-indulgentes que não tem base alguma.
Um excelente exemplo de humor involuntário. Tudo nesse filme é ruim, desde o roteiro, que se leva a sério demais, até a direção, que tenta transformar o ar em um elemento amedrontador, e acaba resultando no ridículo.
Salva-se a atuação de Mark Wahlberg, mas pelos motivos errados. Por melhor ator que seja (e é um excelente ator), Wahlberg não deveria nem ser cogitado para interpretar um professor de ciências. Suas cenas são completamente hilárias pelo fato do ator estar claramente desconfortável.
Ouso dizer que é o pior do Shyamalan, rivalizando fortemente com "A Dama na Água".
Comentando as aparências, e dissecando o que estas escondem, Fincher entrega aqui um suspense espetacular, que constantemente trai nossas expectativas.
Extraindo o máximo do complexo roteiro de Gillian Flynn (autora do livro que deu origem ao filme), Fincher mantém total controle da narrativa, sendo auxiliado pela primorosa montagem (a melhor coisa do filme). Comentando a fachada das aparências que se mantém em um casamento, o roteiro constantemente vai se aprofundando na vida daqueles personagens, e nos faz não apena a índole desses, mas também a sanidade.
Com atuações excelentes de todo o elenco (em especial Rosamund Pike), "Garota Exemplar" comprova o talento de Fincher em trabalhar cujo foco é o cinismo. E, em toda sua carreira, nunca o diretor retratou criaturas tão ambíguas e desprezíveis como nesse filme.
Um filme com problemas de tom, ritmo, roteiro, e que não sabe qual história quer contar. Contém vários personagens descartáveis e não deixa clara as regras do universo no qual Susie se encontra.
"Exit Through the Giftshop" funciona em dois níveis: como um documentário sobre a arte de rua, e como essa foi se disseminando na cultura popular, até se perder devido à comercialização (ironicamente, o que esta nasceu lutando contra), e como um estudo de personagem do excêntrico Thierry Guetta, um imigrante francês em Los Angeles que se vê fascinado pelo mundo das artes de rua, e em especial pelo lendário artista Banksy.
Thierry, que filmava tudo ao seu redor, passou anos recolhendo os mais diversos vídeos dos artistas. O francês tinha ali um retrato completo da arte de rua, como esta nasceu, como cresceu e como caiu em gosto popular. Quando, porém, o resultado final ficou pronto, Banksy chegou à conclusão de que "talvez ele não fosse um cineasta, talvez ele fosse apenas um cara com problemas mentais que por acaso tinha uma câmera". Isso levou Banksy a tentar reunir as imagens ali presentes e fazer um documentário apresentável.
Hilariante do começo ao fim, seja pela figura que é Thierry ou pelos comentários sarcásticos de Banksy , "Exit Through the Giftshop" é um documentário encantador que lhe faz não apenas ter mais respeito pelos artistas de rua, mas também celebrar as formas de expressão de modo geral.
Conta com alguns pontos interessantes, mas com milhares de outros que não fazem o menor sentido. É bom ver um documentário se dedicando às discussões de um filme específico, afinal, é por causa dessas que filmes sobrevivem mesmo após 40 anos, mas eu gostaria de ter visto um trabalho mais interessante, tal como melhor do ponto de vista técnico.
Como todos os filmes de Haneke, o filme retrata o pior lado da natureza humana. Comentando a violência cada vez maior que vem tomando conta da sociedade, "Funny Games" é um exercício que beira o sadismo ao, simultaneamente, atirar o espectador na história através da quebra de quarta parede, apenas para constantemente lembrá-lo de seu papel de observador, apenas.
É genial, pois representa o único momento do filme onde há, de fato, violência na tela. Ironicamente, é quando os lados se invertem e a heroína pratica a violência contra os bandidos. É quando Paul volta o filme para o momento anterior ao ato e o impede de acontecer, e olha diretamente para o espectador. A ideia é clara: Enquanto praticada contra as vítimas, nós condenávamos a violência dos invasores (por mais que essa não fosse mostrada), mas quando a situação se inverte, nós torcemos pela "heroína", queremos que ela, de fato, mate os torturadores. E quando Paul olha para a câmera, pode-se ver o julgamento de Michael Haneke, questionando esta hipocrisia
Acima de tudo, um exercício de direção (por mais que ainda funcione como suspense eficiente e crítica social). Longe de ser uma experiência agradável, pode ser considerado o "filme vitrine" de Haneke. Todo o seu sadismo, tal como suas técnicas narrativas, se encontram aqui.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraExcelente comédia romântica sobre a idealização de um romance. A trilha sonora perfeita, a estrutura fragmentada e a atuação de Joseph Gordon-Levitt complementam essa obra melancólica que apenas tropeça nos segundos finais.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraNolan comete alguns erros comprometedores, principalmente nos 20 minutos finais, onde opta por soluções fáceis demais para resolver os (inúmeros) problemas criados até então. Além disso, muitos dos personagens não evocam empatia alguma (o personagem de Casey Affleck, por exemplo, é extremamente raso, e poderia ser cortado do filme sem problema algum).
O visual, porém, se sobressai, criando imagens de tirar o fôlego, principalmente nos planos espaciais. A trilha sonora é excelente, e remete à do clássico 2001, sem, com isso, perder originalidade. Gosto também como Nolan contrasta no uso de som, fazendo cortes secos na trilha em momentos dramáticos.
Um bom filme, que continua a comprovar o talento de Nolan. Só esperava um roteiro um pouco melhor.
O Impostor
4.0 154Vídeo interessantíssimo comentando sobre a escolha narrativa de fazer o personagem olhar diretamente para a lente: https://www.youtube.com/watch?v=Y0TnU80idDA&index=12&
Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres
4.2 3,1K Assista AgoraFincher extrai o máximo dessa história sobre a violência contra mulheres. O roteiro de Steve Zailian é econômico, e corta muitas passagens do livro, que apenas serviriam pra atrasar o ritmo do filme.
O clima gélido, quase um personagem do filme (o que me lembrou de "O Escritor Fantasma", dirigido por Polanski um ano antes) ajuda a criar uma atmosfera desconfortável e cada vez mais tensa, auxiliado, claro, pela trilha sonora discreta, porém eficiente, de Trent Reznor e Atticus Ross.
Junte isso a uma atuação irrepreensível de Rooney Mara, e uma montagem dinâmica e devidamente premiada, e você tem um filmaço.
O Babadook
3.5 2,0KA estréia de Jennifer Kent na direção é uma obra que se utiliza de uma atmosfera tensa e claustrofóbica, além de um tom onírico, para criar um exemplar aterrorizante do gênero.
O Babadook
3.5 2,0KAlguém poderia me passar um torrent com boa qualidade, por favor?
Johnny & June
4.0 1,0K Assista AgoraDeixa de explorar a personalidade intensa de Cash para se focar na história de amor entre este e June Carter, que viria endireitar a vida do astro. A narrativa sofre devido ao tom episódico, e faz várias concessões no que se diz respeito à primeira fase da carreira de Cash, jogando todo o peso da culpa no pai e na ex-esposa.
Joaquin Phoenix, porém, atravessa as fases da vida de Cash com um invejável controle. Desde a insegurança na hora da gravação do primeiro disco, até a implacável presença de Cash nos palcos, e seu olhar de ódio, mas buscando aceitação, ao se encontrar com o pai em sua casa.
Witherpoon também faz um bom trabalho em encarnar June com vivacidade, mas por mais que sua atuação seja boa (e respeito o fato de que ela, assim como Phoenix, de fato canta), não justifica o Oscar recebido.
Um bom filme, elevado pela excelente performance de Phoenix.
The Doors
4.0 505 Assista AgoraComo cinebiografia, falha em pintar um retrato justo de Morrison, decidindo se focar unicamente no lado viciado do personagem, como se a genialidade do cantor se resumisse às constantes viagens alucinógenas vividas por este. Também falha ao explorar os demais membros da banda (o filme, afinal, se chama "The Doors").
Como cinema, porém, é excelente. A direção de Stone, excessiva por natureza, cai como uma luva na narrativa psicodélica. Além disso, Stone cria momentos simbólicos com uma sutileza admirável (gosto principalmente de quando Jim prende Pam no armário, e ateia fogo na porta).
Mas o destaque inegável do filme é mesmo Val Kilmer. Em uma atuação selvagem e visceral, Kilmer desaparece na pele do músico, devorando até os mais mínimos trejeitos de Morrison.
Um filme excelente, mesmo que factualmente incorreto.
Última Parada 174
3.5 601Tenta muito ser um Cidade de Deus, mas dramatiza demais a vida de Sandro a fim de torná-lo um herói trágico. Os problemas de tom do filme são evidentes, hora carregado em melodrama, apenas para enfiar um momento de comédia (geralmente mal-encaixado) na cena seguinte.
Prefiram o documentário de Padilha. Esse sim, uma impactante obra-prima.
O Grande Truque
4.2 2,0K Assista AgoraDentre as muitas escolhas geniais do filme, destaco a inclusão de Tesla na história.
Em um filme que trata de dois "mágicos" sabotando um ao outro em busca de poder, nada mais genial do que incluir na trama uma figura histórica conhecida justamente por um embate com outro gênio. E o mais interessante é ver que, na história, ambos Tesla e Edison trabalharam juntos (ao contrário do filme, porém, o primeiro era subordinado do segundo), e ambos foram para lados opostos.
Pode-se traçar um paralelo entre Tesla e Borden, e Angie e Edison. Enquanto Edison desenvolveu uma corrente continua, e a vendeu para o governo, Tesla desenvolveu uma corrente alternada, e a defendia não por lucro, mas por realmente acreditar ser mais eficiente.
Na chamada "Guerra das Correntes", houveram diversas sabotagens de Edison em relação á Tesla, mas o segundo raramente retaliava. Vê-se então mais um interessante paralelo, onde ambos Borden e Angie são Edison, enquanto Falon (usarei esse nome ao me referir ao segundo Borden, que sobrevive) seria Tesla. Ambos os dois mágicos queriam desestimular um ao outro, e durante a projeção realizam constantes ataques ao adversário. Isso porque nenhum dos dois se preocupava em vencer a guerra se aprimorando, e sim em derrubar o adversário. Em uma batalha onde ambos queriam se destruir, ambos acabam destruídos de fato.
E o vencedor acaba sendo Falon. Tal como Tesla, cuja corrente alternada é usada com frequência até hoje.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraBenedict Cumberbatch com grandes chances de interpretar o personagem: http://deadline.com/2014/10/benedict-cumberbatch-doctor-strange-movie-cast-862815/
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraTarantino mais uma vez se desfaz dos valores históricos (coisa que só o cinema poderia fazer) para contar uma história sobre vingança e catarse. A excelente trilha sonora e as atuações inspiradas (Dicaprio merecia uma indicação ao Oscar!) ajudam a complementar essa excelente homenagem aos clássicos western.
Amantes Eternos
3.8 782 Assista AgoraJarmusch se utiliza da alegoria dos vampiros para comentar o declínio cultural e social que enfrenta a sociedade de geração em geração. Para isso, conta com uma excelente fotografia, uma trilha sonora impecável e um elenco primoroso, em especial Hiddleston.
Huckabees - A Vida é uma Comédia
3.4 120Excelente comédia existencialista que atinge níveis de discussão bem maiores do que a premissa inicial poderia sugerir.
Afinal, as coincidências presentes no cotidiano fazem parte de um plano maior ou são apenas breves momentos sem importância?
Russell demonstra aqui seu maior talento, o de extrair comédia de situações naturalmente dramáticas. Logo, seus personagens com crise existencial que naturalmente ganhariam contornos dramáticos, se tornam uma grande piada.
O elenco, aliás, é o ponto alto do filme. Se Jason Schwartzman e Jude Law oferecem desempenhos seguros (pode-se dizer que interpretam eles mesmos), Dustin Hoffman, Lili Tomin e Isabelle Huppert abraçam o nonsense, enquanto Mark Wahlberg rouba todas as cenas em que está presente.
Um excelente filme de um excelente diretor.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraFilme canalha, com uma mensagem detestável, que trabalha com personagens caricatos e que ofendem à quase todo o tipo de grupo social que não o cristão. A estética de novela também não ajuda.
Se a início o filme se propõe a fazer uma discussão sobre a natureza de Deus (tão bem discutida em filmes como "Contato" ou "Árvore da Vida"), ele logo se perde em meio à teorias auto-indulgentes que não tem base alguma.
Filmes como esse fazem do mundo um lugar pior.
Este Filme Ainda Não Foi Classificado
4.0 30Alguém tem um bom link pra baixar?
Fim dos Tempos
2.5 1,4K Assista AgoraUm excelente exemplo de humor involuntário. Tudo nesse filme é ruim, desde o roteiro, que se leva a sério demais, até a direção, que tenta transformar o ar em um elemento amedrontador, e acaba resultando no ridículo.
Salva-se a atuação de Mark Wahlberg, mas pelos motivos errados. Por melhor ator que seja (e é um excelente ator), Wahlberg não deveria nem ser cogitado para interpretar um professor de ciências. Suas cenas são completamente hilárias pelo fato do ator estar claramente desconfortável.
Ouso dizer que é o pior do Shyamalan, rivalizando fortemente com "A Dama na Água".
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraQ&A com PTA e o elenco no NYFF: https://www.youtube.com/watch?v=CqQ_7CpU-_g#t=278
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraComentando as aparências, e dissecando o que estas escondem, Fincher entrega aqui um suspense espetacular, que constantemente trai nossas expectativas.
Extraindo o máximo do complexo roteiro de Gillian Flynn (autora do livro que deu origem ao filme), Fincher mantém total controle da narrativa, sendo auxiliado pela primorosa montagem (a melhor coisa do filme). Comentando a fachada das aparências que se mantém em um casamento, o roteiro constantemente vai se aprofundando na vida daqueles personagens, e nos faz não apena a índole desses, mas também a sanidade.
Com atuações excelentes de todo o elenco (em especial Rosamund Pike), "Garota Exemplar" comprova o talento de Fincher em trabalhar cujo foco é o cinismo. E, em toda sua carreira, nunca o diretor retratou criaturas tão ambíguas e desprezíveis como nesse filme.
Um Olhar do Paraíso
3.7 2,7K Assista AgoraUm filme com problemas de tom, ritmo, roteiro, e que não sabe qual história quer contar. Contém vários personagens descartáveis e não deixa clara as regras do universo no qual Susie se encontra.
Destaque também para o final ridículo.
Saída Pela Loja de Presentes
4.3 195"Exit Through the Giftshop" funciona em dois níveis: como um documentário sobre a arte de rua, e como essa foi se disseminando na cultura popular, até se perder devido à comercialização (ironicamente, o que esta nasceu lutando contra), e como um estudo de personagem do excêntrico Thierry Guetta, um imigrante francês em Los Angeles que se vê fascinado pelo mundo das artes de rua, e em especial pelo lendário artista Banksy.
Thierry, que filmava tudo ao seu redor, passou anos recolhendo os mais diversos vídeos dos artistas. O francês tinha ali um retrato completo da arte de rua, como esta nasceu, como cresceu e como caiu em gosto popular. Quando, porém, o resultado final ficou pronto, Banksy chegou à conclusão de que "talvez ele não fosse um cineasta, talvez ele fosse apenas um cara com problemas mentais que por acaso tinha uma câmera". Isso levou Banksy a tentar reunir as imagens ali presentes e fazer um documentário apresentável.
Hilariante do começo ao fim, seja pela figura que é Thierry ou pelos comentários sarcásticos de Banksy , "Exit Through the Giftshop" é um documentário encantador que lhe faz não apenas ter mais respeito pelos artistas de rua, mas também celebrar as formas de expressão de modo geral.
O Labirinto de Kubrick
3.4 181Conta com alguns pontos interessantes, mas com milhares de outros que não fazem o menor sentido. É bom ver um documentário se dedicando às discussões de um filme específico, afinal, é por causa dessas que filmes sobrevivem mesmo após 40 anos, mas eu gostaria de ter visto um trabalho mais interessante, tal como melhor do ponto de vista técnico.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraMelhor a cada revisita.
Violência Gratuita
3.8 737 Assista AgoraComo todos os filmes de Haneke, o filme retrata o pior lado da natureza humana. Comentando a violência cada vez maior que vem tomando conta da sociedade, "Funny Games" é um exercício que beira o sadismo ao, simultaneamente, atirar o espectador na história através da quebra de quarta parede, apenas para constantemente lembrá-lo de seu papel de observador, apenas.
Sobre a cena do controle:
É genial, pois representa o único momento do filme onde há, de fato, violência na tela. Ironicamente, é quando os lados se invertem e a heroína pratica a violência contra os bandidos. É quando Paul volta o filme para o momento anterior ao ato e o impede de acontecer, e olha diretamente para o espectador. A ideia é clara: Enquanto praticada contra as vítimas, nós condenávamos a violência dos invasores (por mais que essa não fosse mostrada), mas quando a situação se inverte, nós torcemos pela "heroína", queremos que ela, de fato, mate os torturadores. E quando Paul olha para a câmera, pode-se ver o julgamento de Michael Haneke, questionando esta hipocrisia
Acima de tudo, um exercício de direção (por mais que ainda funcione como suspense eficiente e crítica social). Longe de ser uma experiência agradável, pode ser considerado o "filme vitrine" de Haneke. Todo o seu sadismo, tal como suas técnicas narrativas, se encontram aqui.