Vídeo promovendo o New York Film Festival, contém alguns segundos do filme: https://www.youtube.com/watch?v=UYJJEJQC09Q . A cena em específico está em 0:51. É pouco, mas melhor que nada.
A direção de Sidney Lumet é incrível. Acostumado em filmar trancado em locações (lembre-se que seu primeiro trabalho foi "12 Homens e Uma Sentença"), Lumet ressalta a pressão exercida sob o banco no qual se encontram os ladrões Sonny e Sal, filmando os atores com primeiríssimos planos e espaços cheios.
A atuação de Al Pacino, porém, é o que eleva o nível do filme. Com a intensidade do olhar e da respiração pesada, Pacino surge em uma atuação controlada, com leves ataques de overracting (calculados precisamente) que se tornariam frequentes do ator. Elevado à máxima potência pelo roteiro, que ilustra o desgaste emocional causado pelo assalto que, cada vez mais, foge de controle, Pacino entrega aqui uma das melhores atuações de sua excelente carreira.
"Um Dia de Cão" é, afinal, o exemplo perfeito de filme que extrai o máximo (e mais um pouco) de uma premissa limitada. Clássico.
A excelente trilha sonora, a fotografia de tirar o fôlego (tal como as locações que captura), as atuações de forma geral, a montagem cuidadosa e a direção expressiva de Sean Penn transformam esse emocionante estudo de personagem em uma tocante obra-prima.
A força dessa obra-prima de Wim Wenders reside no silêncio. No silêncio do deserto, no silêncio das estradas. Há mais força na escuta do que na fala. Há mais força em um abraço entre pessoas há tempos separadas do que milhares de palavras de afeto conseguiriam alcançar.
Contém todos os clichês dos filmes de terror: personagens estúpidos que tomam decisões mais ainda, câmera em movimento constante, emulando uma subjetividade, diálogos que doem nos ouvidos, momentos de total embaraço e atuações dignas de filmes B da década de 50.
Tudo é compensado, porém, pela protagonista. Exibindo uma clara psicopatia, Erin é tudo, exceto a garota indefesa presente em metade das produções do gênero. Não é sempre que vemos uma "mocinha" tão doentia quanto os vilões a quem enfrenta.
É bom ver que a saturação dos filmes de terror traz, eventualmente, um ou outro filme que busca algum tipo de subversão.
James Gunn entende duas coisas que tornam fundamental o sucesso do filme: 1- O universo de Guardiões é fantasioso e fabulesco demais pra ser levado a sério. Logo, enquanto todos os personagens ali presentes se levam completamente a sério,o diretor não.
2- O humor pode ser extraído de todas as formas, principalmente da visualidade (coisa que Edgar Wright domina com maestria também). Logo, Peter Quill dançando diminuto no quadro enquanto o logo do filme cobre o restante da tela funciona muito mais do que Kat Dennings lançando 10 piadinhas sem graça por minuto.
Oitentista e irreverente, Guardiões é o melhor filme do Marvel Cinematic Universe. Não apenas seus heróis são figuras extremamente curiosas, mas também simpáticas, e a ansiedade de ver mais filmes com esses personagens cresce cada vez mais.
Diferente de toda a carreira posterior de Stanley Kubrick, Lolita é um filme calcado na emoção e no afeto. Como todos os outros filmes do diretor, porém, disseca a personalidade humana, dessa vez, através do amor.
Seria, de fato, muito fácil condenar a Lolita pelos atos de Humbert. Mas isso seria uma leitura extremamente errônea. Lolita é apenas uma garota passando pela fase na qual quer se sentir segura através do amor de outros, sem pensar na consequência de seus atos, como a verdadeira criança que é. Nisso, entra a atuação de Sue Lyon, que transmite ao mesmo tempo uma aura de sensualidade e inocência.
Sim, o verdadeiro "culpado" é mesmo Humbert, e suas ações são, desde início, extremamente reprováveis. Seja a forma como trata Charlotte ou o simples fato de se apaixonar por uma garota bem mais nova. Ainda assim, todas as suas ações são movidas pelo amor incondicional que este sente pela enteada. Logo, mais apropriado do que condená-lo é sentir pena do sujeito.
Além de um roteiro poderoso escrito pelo próprio Nabokov, o filme ainda tem várias virtudes. Os figurinos são soberbos, tal como a direção de arte (as janelas da casa de Charlotte exibem a imagem de uma cruz, simbolizando não só o fanatismo religioso de Charlotte, mas a culpa que Humbert sente por se apaixonar por uma menina, culpa essa que vai embora uma vez que determinado acidente ocorre) e a direção de Kubrick, que aposta na sutileza e no conceito de pista e recompensa ("Apenas uma esposa cheia de amor conseguiria decifrar minha caligrafia microscópica").
Uma das muitas obras-primas de Stanley Kubrick, Lolita faz jus ao texto original de Nabokov, e continua igualmente marcante.
Em um de seus primeiros filmes, Scorsese comenta a culpa católica que assombra Charlie, um mafioso cristão que está sempre à procura de redenção.
Mostrando-se um cineasta competente logo em seus anos de novato, Scorsese utiliza aqui praticamente todos os elementos que viriam a se tornar suas marcas registradas, desde as cenas com cortes rápidos até o vermelho que banha o bar que Charlie e seus companheiros frequentam.
Contando com duas performances centrais extraordinárias de Keitel e De Niro, Caminhos Perigosos pode não ser o melhor filme da carreira de seu diretor, mas é sem dúvida um filme marcante dirigido com total competência.
Embaraçoso. Essa é a melhor palavra pra definir essa versão de Spike Lee.
Há certas coisas que Hollywood simplesmente não pode reproduzir, principalmente de um cinema tão singular quanto o sul coreano (a menos, é claro, que você seja Martin Scorsese).
O roteiro sabe que perderá força em função da revelação do original ser tão forte e impactante, então tenta recompensar essa perda com violência, lutas mal coreografadas e cenas que deveriam soar fortes, mas acabam ridículas (uma parte envolvendo um estupro, em especial).
Josh Brolin e Elizabeth Olsen são excelentes atores, e conseguem dar um fio de dignidade à produção (um ator menos experiente condenaria o filme de vez), mesmo que Brolin escorregue em uma das cenas finais, onde solta um choro e um grito de negação forçadíssimo. Já Samuel L. Jackson surge em poucas cenas e pouco pode fazer, a não ser provocar riso pelo design de seu personagem, que menos lembra um chefe da máfia e mais o famoso Mugatu de Zoolander. E Sharlto Copley, um ator talentoso que cria um personagem caricatural ao extremo, o que acaba se tornando uma grande decepção, se levarmos em consideração que este interpreta o vilão do filme.
Buscando constantemente homenagear o original, o filme ainda falha na construção de seu mistério, sendo que este depende de várias coincidências forçadas do roteiro para se mover.
Porém, o filme é condenado ainda pela reviravolta do original, que por já sabermos, torna a desse (levemente alterada), além de previsível, estúpida.
Mais um caso de remake para americanos que não conseguem ler legendas, totalmente dispensável.
Peyton Reed é o substituto de Edgar Wright, com Adam McKay ajudando no roteiro: http://marvel.com/news/movies/2014/6/7/22643/director_peyton_reed_and_writer_adam_mckay_join_marvels_ant-man
Faz total jus à "Ternura" do nome, retratando a relação de amor maternal de maneira tocante e melancólica. A montagem, que salta vários anos em questão de minutos, só serve pra mostrar o quanto os anos passaram rápido na vida de Emma e Aurora, e ver a primeira, antes cheia de alegria, gritar com o filho mais velho no estacionamento do supermercado é algo que choca por nos fazer perceber o quão terrível é o desgaste causado pelo tempo.
Ancorado pelas performances magníficas de Shirley MacLaine e Debra Winger, a primeira, dura e julgadora, e a segunda, capaz de alternar entre momentos de mais pura alegria à mais forte tristeza. Mesmo com suas desavenças, em momento algum chegamos a duvidar que aquelas personagens se amam profundamente e se importam umas com as outras. Já Jack Nicholson acaba se tornando o (eficiente) responsável pelos momentos de alívio cômico do filme, enquanto Jeff Daniels consegue ao mesmo tempo passar uma sensação de preocupação em relação à esposa e família, e desleixo.
Mas talvez o maior mérito de Laços de Ternura seja que, em seu melancólico desfecho, não é uma trilha sonora artificial ou um conflito superficial que nos emociona, mas sim os Laços que criamos com aqueles personagens, e o conhecimento do amor que estes nutrem uns pelos outros.
Pode-se argumentar que a atuação de Gloria Swanson é exagerada e "over", mas isso seria não só reduzir uma das grandes atuações do cinema, mas não enxergar o propósito de tal exagero. Norma Desmond é uma grande atriz, tão boa que está se interpretando o tempo todo. E como uma atriz do cinema mudo, é apenas natural que ela busque se expressar através dos olhos, das mãos e de seus trejeitos, afinal, "naquela época não precisávamos de falas, nós tínhamos rostos".
Construída soberbamente pelo roteiro metalinguístico de Billy Wilder e Charles Brackett, Norma é uma pessoa cujo ego não a deixou seguir em frente, prendendo-a no seu passado de estrela e na sua imagem na película. Além disso, o roteiro também conta com pelo menos meia-dúzia de frases marcantes ("Eu ainda sou grande, os filmes é que ficaram menores").
Além disso, o filme ainda conta com momentos incríveis, tocantes e cheios de simbolismos (a cena onde Norma é coberta por um holofote resume o drama da personagem lindamente), e com uma fotografia belíssima. Filmando em preto-e-branco, o diretor de fotografia John F. Seitz mergulha o filme em sombras que cobrem a mansão de Norma, além de conseguir evocar planos lindos.
Com o nome do filme surgindo na sarjeta logo nos créditos iniciais, "Sunset Blvd" (e o nome no Brasil, igualmente eficiente) é, de fato, o nome perfeito para a obra que retrata uma estrela que, como o título indica, está se pondo.
E é por isso que Crepúsculo dos Deuses é um clássico que merece ser revisitado e que jamais será esquecido. Afinal, as estrelas são atemporais, não são?
É incrível o quanto Rede de Intrigas permanece atual 38 anos após seu lançamento. Por "incrível", leia-se "assustador".
Uma forte crítica à alienação causada pela mídia, além da futilidade dessa, o filme de Lumet é uma obra-prima que se sustenta no ótimo roteiro e nas atuações fortíssimas de todo o elenco (o filme recebeu 6 indicações de atuação e venceu 3, incluindo um Oscar póstumo pra Peter Finch).
E é interessante como o filme de Lumet, sobre a "geração do televisor", ainda ecoa na geração atual, e seu reflexo pode ser visto em um outro grande filme de nome similar que estuda as mesmas questões na geração atual: A Rede Social.
A personagem de Anette Benning em dado momento diz ao marido: "Meu negócio é criar uma imagem, e viver dessa imagem". É disso que se trata Beleza Americana: de imagens plásticas e vazias que compõem o cotidiano daqueles personagens.
O filme de Sam Mendes não apenas nos mostra o quão fútil é a vida daquelas pessoas, mas também nos convida a observá-los através da câmera do personagem de Wes Bentley.
Nos primeiros momentos do filme, Lester Burnham diz que ele "Já estava morto", o que é um fato. E a virada que sua vida dá não apenas dá um novo fôlego à sua existência, mas também o faz perceber que, afinal de contas, existe uma beleza imensa dentro de tudo.
Muito bem fotografado e atuado (Kevin Spacey está fantástico), Beleza Americana pode não ser o melhor trabalho de 99, mas é inegavelmente um ótimo filme.
Forrest Gump: O Contador de Histórias
4.5 3,8K Assista AgoraReconheço a genialidade na atuação de Tom Hanks e a excelente direção de Zemeckis, mas não acho tão genial quanto as pessoas parecem dizer.
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraVídeo promovendo o New York Film Festival, contém alguns segundos do filme: https://www.youtube.com/watch?v=UYJJEJQC09Q . A cena em específico está em 0:51. É pouco, mas melhor que nada.
Um Dia de Cão
4.2 733 Assista AgoraA direção de Sidney Lumet é incrível. Acostumado em filmar trancado em locações (lembre-se que seu primeiro trabalho foi "12 Homens e Uma Sentença"), Lumet ressalta a pressão exercida sob o banco no qual se encontram os ladrões Sonny e Sal, filmando os atores com primeiríssimos planos e espaços cheios.
A atuação de Al Pacino, porém, é o que eleva o nível do filme. Com a intensidade do olhar e da respiração pesada, Pacino surge em uma atuação controlada, com leves ataques de overracting (calculados precisamente) que se tornariam frequentes do ator. Elevado à máxima potência pelo roteiro, que ilustra o desgaste emocional causado pelo assalto que, cada vez mais, foge de controle, Pacino entrega aqui uma das melhores atuações de sua excelente carreira.
"Um Dia de Cão" é, afinal, o exemplo perfeito de filme que extrai o máximo (e mais um pouco) de uma premissa limitada. Clássico.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraA excelente trilha sonora, a fotografia de tirar o fôlego (tal como as locações que captura), as atuações de forma geral, a montagem cuidadosa e a direção expressiva de Sean Penn transformam esse emocionante estudo de personagem em uma tocante obra-prima.
Paris, Texas
4.3 696 Assista AgoraA força dessa obra-prima de Wim Wenders reside no silêncio. No silêncio do deserto, no silêncio das estradas. Há mais força na escuta do que na fala. Há mais força em um abraço entre pessoas há tempos separadas do que milhares de palavras de afeto conseguiriam alcançar.
Você é o Próximo
3.2 1,5K Assista AgoraContém todos os clichês dos filmes de terror: personagens estúpidos que tomam decisões mais ainda, câmera em movimento constante, emulando uma subjetividade, diálogos que doem nos ouvidos, momentos de total embaraço e atuações dignas de filmes B da década de 50.
Tudo é compensado, porém, pela protagonista. Exibindo uma clara psicopatia, Erin é tudo, exceto a garota indefesa presente em metade das produções do gênero. Não é sempre que vemos uma "mocinha" tão doentia quanto os vilões a quem enfrenta.
É bom ver que a saturação dos filmes de terror traz, eventualmente, um ou outro filme que busca algum tipo de subversão.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraGuardiões é o filme mais divertido, irreverente e, até o momento, o melhor do uiverso Marvel nos cinemas.
Meu texto sobre o filme: http://framesppr.wordpress.com/2014/08/03/guardioes-da-galaxia-um-legitimo-filme-de-quadrinhos/
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraJames Gunn entende duas coisas que tornam fundamental o sucesso do filme:
1- O universo de Guardiões é fantasioso e fabulesco demais pra ser levado a sério. Logo, enquanto todos os personagens ali presentes se levam completamente a sério,o diretor não.
2- O humor pode ser extraído de todas as formas, principalmente da visualidade (coisa que Edgar Wright domina com maestria também). Logo, Peter Quill dançando diminuto no quadro enquanto o logo do filme cobre o restante da tela funciona muito mais do que Kat Dennings lançando 10 piadinhas sem graça por minuto.
Oitentista e irreverente, Guardiões é o melhor filme do Marvel Cinematic Universe. Não apenas seus heróis são figuras extremamente curiosas, mas também simpáticas, e a ansiedade de ver mais filmes com esses personagens cresce cada vez mais.
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraUm grande filme, muito obrigado à Rede Cinemark por me proporcionar a experiência de vê-lo em tela grande.
Isto É Spinal Tap
3.9 147"Dobly"
Poder Sem Limites
3.4 1,7K Assista AgoraUm excelente filme, porém prejudicado pelo estilo found footage.
Lolita
3.7 632 Assista AgoraDiferente de toda a carreira posterior de Stanley Kubrick, Lolita é um filme calcado na emoção e no afeto. Como todos os outros filmes do diretor, porém, disseca a personalidade humana, dessa vez, através do amor.
Seria, de fato, muito fácil condenar a Lolita pelos atos de Humbert. Mas isso seria uma leitura extremamente errônea. Lolita é apenas uma garota passando pela fase na qual quer se sentir segura através do amor de outros, sem pensar na consequência de seus atos, como a verdadeira criança que é. Nisso, entra a atuação de Sue Lyon, que transmite ao mesmo tempo uma aura de sensualidade e inocência.
Sim, o verdadeiro "culpado" é mesmo Humbert, e suas ações são, desde início, extremamente reprováveis. Seja a forma como trata Charlotte ou o simples fato de se apaixonar por uma garota bem mais nova. Ainda assim, todas as suas ações são movidas pelo amor incondicional que este sente pela enteada. Logo, mais apropriado do que condená-lo é sentir pena do sujeito.
Além de um roteiro poderoso escrito pelo próprio Nabokov, o filme ainda tem várias virtudes. Os figurinos são soberbos, tal como a direção de arte (as janelas da casa de Charlotte exibem a imagem de uma cruz, simbolizando não só o fanatismo religioso de Charlotte, mas a culpa que Humbert sente por se apaixonar por uma menina, culpa essa que vai embora uma vez que determinado acidente ocorre) e a direção de Kubrick, que aposta na sutileza e no conceito de pista e recompensa ("Apenas uma esposa cheia de amor conseguiria decifrar minha caligrafia microscópica").
Uma das muitas obras-primas de Stanley Kubrick, Lolita faz jus ao texto original de Nabokov, e continua igualmente marcante.
Caminhos Perigosos
3.6 255 Assista AgoraEm um de seus primeiros filmes, Scorsese comenta a culpa católica que assombra Charlie, um mafioso cristão que está sempre à procura de redenção.
Mostrando-se um cineasta competente logo em seus anos de novato, Scorsese utiliza aqui praticamente todos os elementos que viriam a se tornar suas marcas registradas, desde as cenas com cortes rápidos até o vermelho que banha o bar que Charlie e seus companheiros frequentam.
Contando com duas performances centrais extraordinárias de Keitel e De Niro, Caminhos Perigosos pode não ser o melhor filme da carreira de seu diretor, mas é sem dúvida um filme marcante dirigido com total competência.
Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum
3.8 529 Assista AgoraUm pensamento meio random aqui. Não seria o gato uma referência à "Like a Rolling Stone" do Dylan?
"You used to ride on the chrome horse
with your diplomat
Who carried on his shoulder a Siamese cat"
Não duvido,principalmente por se tratar de um filme que fala sobre o cenário folk da década de 50. Ah, e por ser dos Coen.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraVilleneuve já é um dos diretores mais interessantes trabalhando na atualidade, e Jake Gyllenhaal só melhora a cada trabalho.
É bem difícil tentar escrever algo sobre esse filme logo após vê-lo. Só digo que farei várias revisitas.
Caché
3.8 384 Assista AgoraAlguém tem um link com qualidade decente?
Oldboy: Dias de Vingança
2.8 828 Assista AgoraEmbaraçoso. Essa é a melhor palavra pra definir essa versão de Spike Lee.
Há certas coisas que Hollywood simplesmente não pode reproduzir, principalmente de um cinema tão singular quanto o sul coreano (a menos, é claro, que você seja Martin Scorsese).
O roteiro sabe que perderá força em função da revelação do original ser tão forte e impactante, então tenta recompensar essa perda com violência, lutas mal coreografadas e cenas que deveriam soar fortes, mas acabam ridículas (uma parte envolvendo um estupro, em especial).
Josh Brolin e Elizabeth Olsen são excelentes atores, e conseguem dar um fio de dignidade à produção (um ator menos experiente condenaria o filme de vez), mesmo que Brolin escorregue em uma das cenas finais, onde solta um choro e um grito de negação forçadíssimo. Já Samuel L. Jackson surge em poucas cenas e pouco pode fazer, a não ser provocar riso pelo design de seu personagem, que menos lembra um chefe da máfia e mais o famoso Mugatu de Zoolander. E Sharlto Copley, um ator talentoso que cria um personagem caricatural ao extremo, o que acaba se tornando uma grande decepção, se levarmos em consideração que este interpreta o vilão do filme.
Buscando constantemente homenagear o original, o filme ainda falha na construção de seu mistério, sendo que este depende de várias coincidências forçadas do roteiro para se mover.
Porém, o filme é condenado ainda pela reviravolta do original, que por já sabermos, torna a desse (levemente alterada), além de previsível, estúpida.
Mais um caso de remake para americanos que não conseguem ler legendas, totalmente dispensável.
Homem-Formiga
3.7 2,0K Assista AgoraPeyton Reed é o substituto de Edgar Wright, com Adam McKay ajudando no roteiro: http://marvel.com/news/movies/2014/6/7/22643/director_peyton_reed_and_writer_adam_mckay_join_marvels_ant-man
Laços de Ternura
3.9 247 Assista AgoraFaz total jus à "Ternura" do nome, retratando a relação de amor maternal de maneira tocante e melancólica. A montagem, que salta vários anos em questão de minutos, só serve pra mostrar o quanto os anos passaram rápido na vida de Emma e Aurora, e ver a primeira, antes cheia de alegria, gritar com o filho mais velho no estacionamento do supermercado é algo que choca por nos fazer perceber o quão terrível é o desgaste causado pelo tempo.
Ancorado pelas performances magníficas de Shirley MacLaine e Debra Winger, a primeira, dura e julgadora, e a segunda, capaz de alternar entre momentos de mais pura alegria à mais forte tristeza. Mesmo com suas desavenças, em momento algum chegamos a duvidar que aquelas personagens se amam profundamente e se importam umas com as outras. Já Jack Nicholson acaba se tornando o (eficiente) responsável pelos momentos de alívio cômico do filme, enquanto Jeff Daniels consegue ao mesmo tempo passar uma sensação de preocupação em relação à esposa e família, e desleixo.
Mas talvez o maior mérito de Laços de Ternura seja que, em seu melancólico desfecho, não é uma trilha sonora artificial ou um conflito superficial que nos emociona, mas sim os Laços que criamos com aqueles personagens, e o conhecimento do amor que estes nutrem uns pelos outros.
Crepúsculo dos Deuses
4.5 794 Assista AgoraPode-se argumentar que a atuação de Gloria Swanson é exagerada e "over", mas isso seria não só reduzir uma das grandes atuações do cinema, mas não enxergar o propósito de tal exagero. Norma Desmond é uma grande atriz, tão boa que está se interpretando o tempo todo. E como uma atriz do cinema mudo, é apenas natural que ela busque se expressar através dos olhos, das mãos e de seus trejeitos, afinal, "naquela época não precisávamos de falas, nós tínhamos rostos".
Construída soberbamente pelo roteiro metalinguístico de Billy Wilder e Charles Brackett, Norma é uma pessoa cujo ego não a deixou seguir em frente, prendendo-a no seu passado de estrela e na sua imagem na película. Além disso, o roteiro também conta com pelo menos meia-dúzia de frases marcantes ("Eu ainda sou grande, os filmes é que ficaram menores").
Além disso, o filme ainda conta com momentos incríveis, tocantes e cheios de simbolismos (a cena onde Norma é coberta por um holofote resume o drama da personagem lindamente), e com uma fotografia belíssima. Filmando em preto-e-branco, o diretor de fotografia John F. Seitz mergulha o filme em sombras que cobrem a mansão de Norma, além de conseguir evocar planos lindos.
Com o nome do filme surgindo na sarjeta logo nos créditos iniciais, "Sunset Blvd" (e o nome no Brasil, igualmente eficiente) é, de fato, o nome perfeito para a obra que retrata uma estrela que, como o título indica, está se pondo.
E é por isso que Crepúsculo dos Deuses é um clássico que merece ser revisitado e que jamais será esquecido. Afinal, as estrelas são atemporais, não são?
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraAinda melhor na revisita.
Rede de Intrigas
4.2 360 Assista AgoraÉ incrível o quanto Rede de Intrigas permanece atual 38 anos após seu lançamento. Por "incrível", leia-se "assustador".
Uma forte crítica à alienação causada pela mídia, além da futilidade dessa, o filme de Lumet é uma obra-prima que se sustenta no ótimo roteiro e nas atuações fortíssimas de todo o elenco (o filme recebeu 6 indicações de atuação e venceu 3, incluindo um Oscar póstumo pra Peter Finch).
E é interessante como o filme de Lumet, sobre a "geração do televisor", ainda ecoa na geração atual, e seu reflexo pode ser visto em um outro grande filme de nome similar que estuda as mesmas questões na geração atual: A Rede Social.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraA personagem de Anette Benning em dado momento diz ao marido: "Meu negócio é criar uma imagem, e viver dessa imagem". É disso que se trata Beleza Americana: de imagens plásticas e vazias que compõem o cotidiano daqueles personagens.
O filme de Sam Mendes não apenas nos mostra o quão fútil é a vida daquelas pessoas, mas também nos convida a observá-los através da câmera do personagem de Wes Bentley.
Nos primeiros momentos do filme, Lester Burnham diz que ele "Já estava morto", o que é um fato. E a virada que sua vida dá não apenas dá um novo fôlego à sua existência, mas também o faz perceber que, afinal de contas, existe uma beleza imensa dentro de tudo.
Muito bem fotografado e atuado (Kevin Spacey está fantástico), Beleza Americana pode não ser o melhor trabalho de 99, mas é inegavelmente um ótimo filme.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraUm texto meu sobre o filme: http://framesppr.wordpress.com/2014/05/24/x-men-dias-de-um-futuro-esquecido-mostra-a-forca-da-franquia/