É formidável o nível de ação e entretenimento proporcionados por ROGER MOORE que se transformou no James Bond que amamos, quando é arremessado em uma de suas mais emocionantes aventuras. SOMENTE PARA OS SEUS OLHOS além de apresentar um maravilhoso tema musical interpretado por SHEENA EASTON (lindamente vista nas titulagens iniciais criada por Maurice Binder), tem ainda uma espetacular introdução quando 007 finalmente se vinga de seu arqui-inimigo BLOFELD que assassinara sua esposa em A SERVIÇO SECRETO DE SUA MAJESTADE e que apareceu nos clássicos filmes com Sean Connery alisando aquele gato infernal! Aqui Bond diz “au revoir” ao vilão para sempre.
Além do mais, o filme tem espetaculares proezas corajosas e mais um encontro romântico (a Bondgirl da vez é a linda francesa de cabelos longos e olhos azuis CAROLE BOUQUET). Moore viaja a Grécia, e como James Bond, se infiltra no submundo grego e corre contra o tempo para encontrar um equipamento de criptografia roubado do governo britânico, capaz de controlar a frota de submarinos nucleares.
O diretor JOHN GLEN assume a direção com maestria. Herdeiro de Guy Hamilton e Lewis Gilbert na direção da série, a intimidade com o estilo Bond (já havia sido diretor de segunda unidade e montador nos anteriores) faz dele um correto artesão para as fitas do agente secreto.
Todos sabem do que Bond é capaz, isso significa que tudo pode acontecer. “For Your Eyes Only darling.”
Dirigido por Lewis Gilbert ( You Only Live Twice, O Espião Que Me Amava) “O Foguete Da Morte” é um filme de ação ágil, com um roteiro um tanto fragilizado, mas que entra em total órbita levando Bond à Veneza (numa espetacular sequência de ação típica), ao Brasil e até mesmo ao espaço! E, Moore pela quarta vez une forças, agora com uma brilhante cientista americana HOLLY GOODHEAD (interpretada por LOIS CHILES) e com a própria NASA, a fim de impedir que um industrial maníaco, DRAX o vilão da vez interpretado por MICHAEL LONSDALE, que deseja uma “nova sociedade” e pretende destruir toda a vida inteligente da Terra.
É inegável o carisma de Roger Moore com seu charme, smoking e graça, a serviço secreto de sua majestade, assim como a volta do capanga JAWS (RICHARD KIEL) em meio a toda folia do nosso carnaval!
Último filme do ator BERNARD LEE (1908-1981) como o chefe “M”.
ROGER MOORE se despede elegantemente como um legítimo inglês em sua última e mais alucinante aventura como James Bond 007. Além de ter substituído lindamente Sean Connery, Moore deixou sua marca definida como o agente bem humorado, elegante e letal.
Aqui Bond enfrenta MAX ZORIN (o vencedor do Oscar CHRISTOPHER WALKEN – excelente!), que elaborou um esquema para aniquilar o mercado mundial de microchips através de sua indústria “Zorin”, mesmo que seja preciso matar milhões para conseguir o que almeja. Obviamente que Bond irá detê-lo e ainda tem que enfrentar a beleza exótica e mortal de MAY DAY (a modelo GRACE JONES), como a companheira fiel de Zorin.
A sequência inicial de esquis através de montanhas geladas, perseguições automobilísticas em terras francesas, o salto mortal da Torre Eiffel e o confronto final em um dirigível na ponte de São Francisco – Golden Gate, fazem deste último Bond com Moore inesquecível e um marco da série. Não é bem James Bond que está na mira...
Última aparição de LOIS MAXWELL (1927-2007) como a secretária Miss Moneypenny.
É um filme de ação, sim, mas é um jogo de gato-e-rato com cenas em Bangcoc e uma praia paradisíaca, lar do temido vilão. Além de Moore e Lee, MAUD ADAMS (que mais tarde será a OCTOPUSSY) faz a namorada do bandido, BRITT EKLAND como Mary Goodnight é outra agente especial que ajuda Bond e o anão HERVE VILLECHAIZE em uma sensacional atuação, faz o comparsa de Scaramanga, Nick Nack!
Os fãs da série gostam deste! Um Bond mano a mano armado e com estilo.
Último filme da série em que o produtor Harry Saltzman assina a produção.
O ESPIÃO QUE ME AMAVA prova que James Bond é o melhor agente secreto que existe capaz de seduzir uma agente KGB, a bela BARBARA BACH que amava outro espião, morto por Bond em uma missão que apresentava uma eletrizante perseguição com esquis e um salto que desafia a gravidade. Mas a moça não consegue se vingar do James mesmo depois de descobrir a verdade. Já era tarde demais, além de estarem trabalhando juntos unindo forças (imaginem Rússia com Inglaterra) para impedir um lunático Stromberg (novo vilão – CURT JURGENS) de levar a cabo um plano daqueles que tem a audácia de querer dominar o mundo, a espiã se rende a Bond, que sabe lidar com uma mulher.
É uma explosiva aventura de LEWIS GILBERT (mesmo diretor do 007 – YOU ONLY LIVE TWICE) que leva o herói para as pirâmides do Egito até ao fundo do mar!
É neste filme que o capanga JAWS dos dentes de aço (RICHARD KIEL) aparece pela primeira vez. ROGER MOORE é o espião que toda mulher aprende a amar.
O filme começa na escuridão de uma cela de tortura na Coréia Do Norte onde Bond quase foi morto, indo até as belas praias de Cuba, quando o agente secreto britânico persegue a trilha de um gênio diabólico (TOBY STEPHENS) e seu fiel aliado, Zao (RICK YUNE), decididos a cortar a terra literalmente em fatias com uma poderosa arma espacial. Fora do caso, depois de ter sido pego e torturado, Bond age por conta própria, mesmo que sua chefe M (JUDI DENCH), o reprima, ele conta com a ajuda da agente americana Jinx Johnson (Berry) para colocar um ponto final nos planos gélidos da organização criminosa.
Os bandidos descobriram uma forma até ingênua de escapar da lei se passando por mortos, mas eles não sabem que James já viveu duas vezes e que sempre há um novo dia para morrer.
Sensível e jamais piegas, GAROTOS DE PROGRAMA (My Own Private Idaho, 1991. Que traduzindo ao pé da letra significa: “Meu Idaho Privado”. Idaho é um dos 50 estados dos Estados Unidos e o filme evidencia uma estrada deserta próximo a montanhas rochosas típicas da região), é um filme notável. Van Sant é capaz de contar uma premissa com bastante humor, sinceridade e, sobretudo sensibilidade. Idiossincrático, os personagens cativam facilmente o espectador, aliás, além de diálogos envolventes, a fotografia de John J. Campbell e Eric Alan Edwards fogem do convencional. A direção é também brilhante e capaz de transmitir os olhares subjetivos dos heróis, suas insatisfações com a vida, todo o tipo de perturbação da rotina de garoto de programa e seus anseios. Phoenix que morreria tragicamente de overdose aos 23 anos rouba praticamente todas as cenas. Para conseguir extrair interpretações naturais e realistas, muitos dos membros do elenco (Phoenix, Reeves, Flea, Michael Parker) se mudaram temporariamente para um casarão antigo, propriedade do próprio Van Sant em Portland. Com isso, eram autorizados a curtir de todas as maneiras. Ouve muitas festas de madrugada, bebidas alcoólicas à vontade e todos adoravam tocar música durante as sucessivas festas. A algazarra era tamanha que Van Sant nem quis atrapalhar e como residia no local teve que mudar para a casa de um amigo até o término das filmagens a fim de conseguir ter algumas horas de sono.
Emocionante e engraçado. Autoral e surpreendente. Um filme de cabeceira. Integra a minha coleção é já o considero um clássico. Identifico-me com a temática homossexual afetiva da fita e fico perdidamente apaixonado por Phoenix que com todo o seu talento de berço imprime um corajoso retrato do rapaz gay. Longe de qualquer estereótipo. Tudo é muito honesto e poético. Confiram, e desculpem o trocadilho, mas esse filme é um excelente programa.
A Ultima Sessão De Cinema é uma premissa de transição para o crescimento, a maturidade. Passada em uma cidadezinha empoeirada do Texas. E é um adeus aos anos 50, captando as novas mudanças nas tradições e nos novos interesses da América. Há uma safra de jovens atores no elenco que fariam grande carreira. Ali estão em cena, todos esplêndidos: Ellen Burstyn, Cybill, Jeff Bridges (lindo, muito lindo!), Timothy Bottoms e Randy Quaid, este último certamente no melhor papel de sua carreira. E num ótimo contraponto, os jovens atuam ao lado de dois grandes veteranos, e que inclusive ganharam Oscar de coadjuvantes por esses papéis: Ben Johnson e Cloris Leachman - num momento na qual todos procuram um lugar no novo mundo.
Pode ser um filme sombrio, mas o coração de Bogdanovich está no lugar certo e suas intenções são honestas. Ele injeta tamanha beleza de direção ajudado por uma fotografia em preto e branco estupenda criada pelo mestre e veterano Robert Surtess (Ben Hur, Golpe de Mestre, A Primeira Noite de um Homem). É a inocência com fome de saber onde tudo se transforma em experiências. E o mais curioso, embora tenha vestígios do velho cinema, Bogdanovich não está interessado em criar nostalgias. A melancolia presente é o ponto mais interessante do filme.
A Última Sessão de Cinema, além de ser um belíssimo título, já é um clássico que merece ser prestigiado e revisitado. Pode ser que um dia façam um filme com ecos de Peter Bogdanovich.
Lavoura Arcaica narra em primeira pessoa a história de André (Selton Mello), que se rebela contra as tradições agrárias e patriarcais impostas por seu pai e foge para a cidade, onde espera encontrar uma vida diferente da que vivia na fazenda de sua família. Quando é encontrado em uma pensão suja em um vilarejo por seu irmão Pedro (Leonardo Medeiros), passa a contar-lhe, de forma amarga, as razões de sua fuga e do conflito contra os valores paternos. Lavoura Arcaica é um filme denso, indigesto, lírico, também longo e enfadonho, mas de um valor imensurável para quem aprecia obras poéticas, mergulhar em sua narrativa é uma experiência única de reflexão. A sensação causada não passa após seu término, ao contrário, ela cresce dentro de nós à medida que pensamos nas questões abordadas.
Este verdadeiro clássico da sessão da tarde foi produzido por Francis Ford Coppola e conta uma história emocionante. Nos anos quarenta, o garoto Alec (Kelly Reno) sobrevive a um naufrágio junto com um cavalo negro e até serem resgatados criam uma grande amizade. De volta a cidade, por um acaso o cavalo foge e é encontrado no estábulo do veterano criador Henry (Mickey Rooney), que acaba se tornando o seu treinador.
Com belas imagens e um final emocionante na corrida, o filme cumpre o seu papel falando de amizade e perseverança com extrema sensibilidade. O diretor Carroll Ballard fez também o bom “Voando para Casa” e um dos destaques do filme é o veterano Mickey Rooney que ganhou Oscar de Ator Coadjuvante pelo papel.
Após a morte do pai, o jovem Jack Conroy (Ethan Hawke) decide morar no Alasca para explorar uma mina de ouro que pertencia a seu pai e que está abandonada. No local, ele cria uma inusitada amizade com um lobo branco, que acaba capturado por um sujeito (James Remar) que deseja utilizá-lo em brigas clandestinas de cães. Quando o lobo se fere em uma destas brigas, Jack consegue salvá-lo e juntos enfrentarão desafios naquele local gelado e quase inóspito.
Baseado num livro clássico, este longa dos estúdios Disney é uma simpática aventura sobre amizade, que tem como destaques um Ethan Hawke ainda bem jovem e as belas paisagens brancas do Alasca.
Após a mãe falecer em um acidente de automóvel, a adolescente Amy (Anna Paquin) é obrigada a morar com o pai no Canadá. O pai é Tom (Jeff Daniels), um inventor maluco, fato que a princípio afasta a garota. Quando Amy descobre várias ovos que caíram de uma árvore, ela decide criar condições para eles serem chocados. A experiência dá certo e nascem vários filhotes de gansos selvagens. O problema é que eles são aves migratórias, que sem a mãe para guiá-los fica impossível que consigam chegar a floresta no verão. A insistência da garota e a criatividade do pai serão fundamentais para fazer com que as pequenas aves cheguem ao destino.
Com uma trama original, este aventura ecológica é um longa extremamente simpático que foi produzido quase que por encomenda para a então garotinha Anna Paquin, que três anos antes havia sido indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante por “O Piano” e que aqui teve seu primeiro papel como protagonista, mesmo que dividindo a tela com Jeff Daniels.
Um simpático idoso (Peter Falk, o eterno detetive Columbo) visita seu netinho (Fred Savage, o Kevin Arnold do seriado “Anos Incríveis”) que está na cama doente. Para alegrar o garoto, o avô decide contar uma história de amor passada em um reino de fantasia. No reino, a bela princesa Buttercup (Robin Wright, antes de casar com Sean Penn) se apaixona pelo camponês Wesley (Cary Elwes), que para ser aceito pela família da princesa, decide viajar pelo mundo em busca de riqueza e assim voltar e casar com a amada. Não demora para chegar a noticia de que Wesley fora assassinado por um famoso pirata chamado Roberts.
Triste por perder o amado, a princesa aceita por obrigação se casar com o príncipe Humperdinck (Chris Sarandon), que por seu lado deseja unir os dois reinos para se tornar rei. Antes do casamento, a princesa é sequestrada por três estranhos: um espadachim (Mandy Patinkin), um sujeito forte (o falecido lutador Andre The Giant) e um especialista em enigmas (o baixinho Wallace Shawn), que não querem que os reinos sejam anexados pelo maquiavélico Humperdinck. Para surpresa da princesa, Wesley reaparece e corre para salvar a princesa dos sequestradores e também para não deixá-la se casar com Humperdinck.
Praticamente esquecido, este longa de Rob Reiner foi seu trabalho seguinte ao hoje clássico adolescente “Conta Comigo” e comprovando que estava na melhor fase de sua carreira como diretor, entregou esta fábula que mistura história de amor, cenas de ação, drama e até comédia agradando a adultos e crianças. Muito da qualidade do filme está no roteiro de William Goldman, autor do livro original e roteirista de longas como “Butch Cassidy” e “Todos os Homens do Presidente”.
Vale destacar também o elenco, que tem personagens diferentes e interessantes, como o espadachim falador vivido pelo ótimo Mandy Patinkin e a narração de Peter Falk, sem contar ainda a pequena participação de Billy Crystal, que voltaria a trabalhar com Rob Reiner em seu próximo filme, o também divertido “Harry & Sally – Feitos um Para o Outro”.
Esta versão pop da clássica história de Frankestein tinha como objetivo alavancar a carreira do cantor Sting no cinema, tendo como par romântico a estrela de “Flashdance”, a morena Jennifer Beals, mas infelizmente o filme fracassou nas bilheterias e o casal de protagonistas não conseguiu se firmar na carreira.
Jennifer Beals ainda está na ativa, mas nunca alcançou o status de estrela, enquanto Sting deixou o cinema de lado no final dos anos oitenta e teve apenas mais um papel de destaque como coadjuvante no ótimo “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”.
Clássico da fantasia dos anos oitenta, este longa foi dirigido por Jim Henson (falecido em 1990), o criador dos Muppets, que aqui utilizou toda sua experiência com bonecos animados para criar os Goblins. Mesmo que hoje pareçam pré-históricos, os efeitos especiais utilizados em algumas sequências era o que de melhor existia na época.
Vale destacar David Bowie, que estava sua fase mais efetiva como ator e uma ainda adolescente Jennifer Connelly.
Michael (James Spader) é um jovem funcionário de uma corporação que demonstra insegurança ao disputar uma promoção com um colega de trabalho inescrupuloso. Uma discussão em um bar o aproxima de Alex (Rob Lowe), que o defende. O novo amigo se torna uma espécie de conselheiro para Michael. Ele leva o jovem para curtir a noite, influencia o fim do noivado do rapaz e o pressiona a se defender no trabalho. Aos poucos, o nível de perigo das atitudes de Alex aumenta, assustando Michael que não sabe como se livrar do sujeito.
O roteiro escrito por David Koep (“Missão Impossível”, “O Quarto do Pânico”) explora um típico tema adolescente, em que um amigo mais forte e esperto manipula o nerd inseguro. Aqui a trama vai além, a manipulação chega a um ponto em que se transforma em caso de polícia.
Na época, Rob Lowe e James Spader eram atores promissores, que chegaram até a se tornar astros, porém Rob Lowe levou uma bela queda na carreira quando um vídeo íntimo com duas garotas veio a público no início dos anos noventa.
George Stroud (Ray Milland) é um executivo de uma grande editora que planeja sair de férias com sua esposa Georgette (Maureen O’Sullivan) após anos de trabalho sem descanso para o empresário Earl Janoth (Charles Laughton).
Especialista em encontrar pessoas que se escondem por causa de escândalos ou que são foragidas da lei, George é pressionado por Janoth para aceitar mais um trabalho ao invés de sair de férias. A crise que se instala entre os dois aumenta quando a bela atriz Pauline (Rita Johnson), que é amante de Janoth, decide se aproximar de George.
Este ótimo longa noir tem como ponto principal a rocambolesca trama, em que o protagonista vivido por Ray Milland utiliza toda sua inteligência e criatividade para resolver um crime que ocorre no meio da história.
Destaque também para o trabalho do esquecido diretor John Farrow, que consegue imprimir um ritmo ágil e criar soluções divertidas para manter o suspense, com a maioria destas cenas filmadas dentro do edifício da editora.
As atuações de Ray Milland e do grande Charles Laughton são outros positivos, com o segundo perfeito como o empresário arrogante.
Na sequência inicial, o detetive Frank Serpico (Al Pacino) é levado para a emergência de um hospital após ser baleado. A trama volta para o final dos anos sessenta, quando Serpico se formou na academia e iniciou sua carreira na polícia.
Não demora para ele perceber a corrupção que domina a polícia de Nova York. Ao se recusar de participar da arrecadação de dinheiro extorquido pelos parceiros, Serpico se torna persona non grata dentro da corporação.
Sua relação com Leslie (Cornelia Sharpe) o leva a conhecer a contracultura e sua rebeldia vem à tona, fato que dificulta ainda mais sua relação com os colegas. Com o passar do tempo, Serpico sofre ao ter que decidir se denuncia a corrupção ou se fecha os olhos e segue sua vida.
Dois anos antes do diretor Sidney Lumet e o astro Al Pacino entregarem o clássico “Um Dia de Cão”, a dupla fez este ótimo longa sobre a corrupção policial baseado num livro de Peter Maas.
Esqueçam a Manhattan globalizada dos dias atuais, aqui vemos a ameaçadora Nova York dos anos setenta, uma cidade suja, repleta de traficantes, prostitutas e policiais corruptos.
O roteiro escrito por Waldo Salt detalha de uma forma humana o sofrimento do honesto protagonista em meio a tentação do dinheiro do fácil e a pressão dos parceiros. São várias situações em que Serpico é tratado com desprezo por outros policiais, enganado por superiores e forçado a mudar de delegacia imaginando encontrar um mundo melhor.
A premissa do roteiro escrito pelo diretor Oren Moverman, que se baseou em livro, tem um bom potencial, porém a montagem é confusa e a narrativa cansativa. As discussões no restaurante são intercaladas por uma narrativa que explora dois flashbacks. A primeira mostra o fato que envolve os filhos de cada casal e que causou o encontro, enquanto a segunda detalha os problemas enfrentados pelo personagem de Steve Coogan.
A participação do ator inglês é curiosa. Sua atuação é a melhor do elenco, mas ao mesmo tempo seu personagem é insuportável.
A tentativa do diretor em fazer uma crítica social aos hábitos da classe alta e dos jovens sem limites se perde nos erros citados anteriormente. É uma pena, o material tinha tudo para render um filme bem melhor.
Alguns dias antes do Natal, Jonathan (John Cusack) e Sara (Kate Beckinsale) se cruzam numa famosa loja de departamentos em Nova York. Mesmo estando em outros relacionamentos, Jonathan e Sara passam algumas horas juntos pela cidade.
Como Sara acredita no destino, ela cria algumas situações que terão de se confirmar para os dois poderem trocar telefones e voltarem a se ver. Os desafios dão errado e eles perdem o contato.
Anos depois, Jonathan está se preparando para casar com Halley (Bridget Moynahan), enquanto Sara também está prestes a casar com o músico Lars (John Corbett). Mesmo assim, os dois ainda sonham em se reencontrar. A partir daí, eles precisarão novamente da ajuda do destino.
Esta simpática comédia romântica bebe na fonte de sucessos dos anos noventa como “Mensagem Para Você” e “Enquanto Você Dormia”, com a diferença de explorar o destino como cupido. Este é o ponto principal que o espectador deve aceitar para se divertir com a história.
Por mais que seja absurdo, o roteiro foca nas pequenas pistas que influenciam nas decisões de cada pessoa. Pode ser um objeto, um local ou uma música que nos faça lembrar de alguém ou ainda escolher algo de acordo como nossa intuição.
Tudo isso ganha pontos pelas simpáticas interpretações e pela química entre John Cusack e a belíssima Kate Beckinsale. Vale destacar ainda as divertidas participações de Molly Shannon e Eugene Levy.
Nova York, 1921. As irmãs polonesas Ewa (Marion Cotillard) e Clara (Jicky Schnee) chegam à cidade de navio e são barradas na imigração. Clara está com tuberculose e por isso é levada para um hospital onde terá de ficar pelo menos por seis meses, enquanto Ewa será deportada porque seus tios que deveriam estar esperando não apareceram no local.
Desesperada, Ewa consegue ajuda de um sujeito chamado Bruno Weiss (Joaquin Phoenix), que aparentemente tem algum tipo de contato dentro da imigração. Bruno consegue libertar Ewa e promete ajudar sua irmã Clara, mas em troca a garota terá de trabalhar como prostituta. Mesmo relutante, ela acaba aceitando a proposta. Quando entra em cena o mágico Emil (Jeremy Renner), que é primo de Bruno, cria-se um complicado triângulo amoroso.
Por mais que a reconstituição de época seja sensacional, a história é basicamente um dramalhão novelesco. A questão da exploração sexual é abordada de forma até light demais, com o personagem de Joaquin Phoenix estando mais para uma paizão manipulador do que um cafetão violento.
Os problemas do filme continuam nas interpretações teatrais e exageradas de Marion Cotillard e Joaquim Phoenix, principalmente na segunda parte quando entra em cena o personagem de Jeremy Renner.
É um filme que não empolga. No meu caso faltou também empatia pelos personagens.
Em Nova York, o garoto Jake (Tom Taylor) sofre pela morte do pai e toda noite tem pesadelos com um estranho homem vestido de negro, um pistoleiro, uma torre e criaturas estranhas.
O que Jake não sabe é que ele tem o poder de ver um mundo paralelo, onde um feiticeiro (Matthew McConaughey) utiliza o poder de crianças especiais para tentar derrubar a Torre Negra e assim levar vários mundos ao apocalipse. O último pistoleiro ainda vivo (Idris Elba) tem como único objetivo assassinar o feiticeiro para vingar a morte do pai (Dennis Haysbert).
Os fãs da obra Stephen King tem toda a razão de ficarem decepcionados com esta adaptação. Os roteiristas condensaram oito livros em um filme com menos de uma hora e meia de duração. Até mesmo para quem não leu a coleção, fica claro que a história tinha potencial para alguém bem maior, talvez uma minissérie ou pelo menos dois filmes.
O ritmo agitado e os efeitos especiais de primeira escondem uma história picotada. Não existe explicação para como surgiram os poderes do personagem de McConaughey, sobre a guerra no mundo paralelo e nem para as criaturas que se disfarçam de humanos.
O resultado é um filme de ficção e ação genérico e totalmente esquecível.
Ainda no colégio, Saliya (Kostja Ullman) descobre que tem uma séria doença nos olhos. Após uma cirurgia, ele fica apenas com cinco por cento da visão. Mesmo com uma incrível dificuldade, Saliya termina os estudos em um colégio normal e sonha em conseguir trabalhar em algum hotel.
Após várias negativas de hotéis, ele decide esconder seu problema e se candidatar a uma vaga em um hotel de luxo em Munique. Ele consegue um chance para trabalhar no local, mas tem de lutar diariamente para esconder sua deficiência e assim ser efetivado.
Baseado em uma história real, este é o tipo de longa produzido para fazer o espectador se sentir bem, o que termina escondendo as falhas no roteiro e abusando um pouco do exagero. O filme tem algumas sacadas divertidas no estilo das comédias românticas americanas, como as cenas com o amigo descolado (Jacob Matschenz). O relacionamento com Laura (Anna Maria Muhe) também segue os clichês do gênero.
Por mais que o espectador aceite a “liberdade artística”, fica complicado acreditar que poucas pessoas percebiam o problema visual do protagonista, além de algumas tarefas que seriam praticamente impossíveis dele fazer serem desempenhadas com naturalidade.
A crise enfrentada pelo protagonista na parte final e a mudança drástica de atitude de um coadjuvante são outros pontos que incomodam bastante.
Quem procura emoção fácil e algumas cenas engraçadinhas vai ser divertir com o longa, porém se o objetivo é ver algo mais próximo da realidade, o filme será uma decepção.
Finalizando, o protagonista é quase um sósia do ator Gael Garcia Bernal.
Os ingleses Graeme (Simon Pegg) e Clive (Nick Frost) visitam a Comic Com em San Diego para tentar entregar a um famoso escritor de ficção científica uma cópia de uma revista em quadrinhos criada por eles.
Após o evento, eles partem para realizar outro sonho, atravessar o deserto passando por locais famosos ligados a aparições de UFOs. Um pequeno acidente no início da viagem faz a dupla parar na estrada e dar de cara com o alienígena Paul (voz de Seth Rogen).
O susto inicial se transforma em aventura quando Paul diz que fugiu da Área 51 e que precisa chegar a um determinado local. A dupla de nerds decide ajudar Paul, que está sendo perseguido por agentes do FBI (Jason Bateman, Bill Hader e Joe Lo Truglio).
A reunião do diretor de “Superbad” com os astros ingleses de “Chumbo Grosso” e “Todo Mundo Quase em Pânico” já vale a sessão. O filme não chega a ser tão engraçado como poderia, mas por outro lado é impagável a atuação do alienígena com a voz de Seth Rogen. O personagem lembra o Alf do antigo seriado, porém desbocado e beberrão. Vale destacar também a jovem religiosa vivida por Kristen Wigg e a química entre Simon Pegg e Nick Frost, além de algumas piadas sobre cultura pop.
007: Somente Para Seus Olhos
3.5 120 Assista AgoraÉ formidável o nível de ação e entretenimento proporcionados por ROGER MOORE que se transformou no James Bond que amamos, quando é arremessado em uma de suas mais emocionantes aventuras. SOMENTE PARA OS SEUS OLHOS além de apresentar um maravilhoso tema musical interpretado por SHEENA EASTON (lindamente vista nas titulagens iniciais criada por Maurice Binder), tem ainda uma espetacular introdução quando 007 finalmente se vinga de seu arqui-inimigo BLOFELD que assassinara sua esposa em A SERVIÇO SECRETO DE SUA MAJESTADE e que apareceu nos clássicos filmes com Sean Connery alisando aquele gato infernal! Aqui Bond diz “au revoir” ao vilão para sempre.
Além do mais, o filme tem espetaculares proezas corajosas e mais um encontro romântico (a Bondgirl da vez é a linda francesa de cabelos longos e olhos azuis CAROLE BOUQUET). Moore viaja a Grécia, e como James Bond, se infiltra no submundo grego e corre contra o tempo para encontrar um equipamento de criptografia roubado do governo britânico, capaz de controlar a frota de submarinos nucleares.
O diretor JOHN GLEN assume a direção com maestria. Herdeiro de Guy Hamilton e Lewis Gilbert na direção da série, a intimidade com o estilo Bond (já havia sido diretor de segunda unidade e montador nos anteriores) faz dele um correto artesão para as fitas do agente secreto.
Todos sabem do que Bond é capaz, isso significa que tudo pode acontecer. “For Your Eyes Only darling.”
007 Contra o Foguete da Morte
3.2 175 Assista AgoraDirigido por Lewis Gilbert ( You Only Live Twice, O Espião Que Me Amava) “O Foguete Da Morte” é um filme de ação ágil, com um roteiro um tanto fragilizado, mas que entra em total órbita levando Bond à Veneza (numa espetacular sequência de ação típica), ao Brasil e até mesmo ao espaço! E, Moore pela quarta vez une forças, agora com uma brilhante cientista americana HOLLY GOODHEAD (interpretada por LOIS CHILES) e com a própria NASA, a fim de impedir que um industrial maníaco, DRAX o vilão da vez interpretado por MICHAEL LONSDALE, que deseja uma “nova sociedade” e pretende destruir toda a vida inteligente da Terra.
É inegável o carisma de Roger Moore com seu charme, smoking e graça, a serviço secreto de sua majestade, assim como a volta do capanga JAWS (RICHARD KIEL) em meio a toda folia do nosso carnaval!
Último filme do ator BERNARD LEE (1908-1981) como o chefe “M”.
007: Na Mira dos Assassinos
3.4 141 Assista AgoraROGER MOORE se despede elegantemente como um legítimo inglês em sua última e mais alucinante aventura como James Bond 007. Além de ter substituído lindamente Sean Connery, Moore deixou sua marca definida como o agente bem humorado, elegante e letal.
Aqui Bond enfrenta MAX ZORIN (o vencedor do Oscar CHRISTOPHER WALKEN – excelente!), que elaborou um esquema para aniquilar o mercado mundial de microchips através de sua indústria “Zorin”, mesmo que seja preciso matar milhões para conseguir o que almeja. Obviamente que Bond irá detê-lo e ainda tem que enfrentar a beleza exótica e mortal de MAY DAY (a modelo GRACE JONES), como a companheira fiel de Zorin.
A sequência inicial de esquis através de montanhas geladas, perseguições automobilísticas em terras francesas, o salto mortal da Torre Eiffel e o confronto final em um dirigível na ponte de São Francisco – Golden Gate, fazem deste último Bond com Moore inesquecível e um marco da série. Não é bem James Bond que está na mira...
Última aparição de LOIS MAXWELL (1927-2007) como a secretária Miss Moneypenny.
007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro
3.5 148 Assista AgoraÉ um filme de ação, sim, mas é um jogo de gato-e-rato com cenas em Bangcoc e uma praia paradisíaca, lar do temido vilão. Além de Moore e Lee, MAUD ADAMS (que mais tarde será a OCTOPUSSY) faz a namorada do bandido, BRITT EKLAND como Mary Goodnight é outra agente especial que ajuda Bond e o anão HERVE VILLECHAIZE em uma sensacional atuação, faz o comparsa de Scaramanga, Nick Nack!
Os fãs da série gostam deste! Um Bond mano a mano armado e com estilo.
Último filme da série em que o produtor Harry Saltzman assina a produção.
007: O Espião que me Amava
3.6 157 Assista AgoraO ESPIÃO QUE ME AMAVA prova que James Bond é o melhor agente secreto que existe capaz de seduzir uma agente KGB, a bela BARBARA BACH que amava outro espião, morto por Bond em uma missão que apresentava uma eletrizante perseguição com esquis e um salto que desafia a gravidade. Mas a moça não consegue se vingar do James mesmo depois de descobrir a verdade. Já era tarde demais, além de estarem trabalhando juntos unindo forças (imaginem Rússia com Inglaterra) para impedir um lunático Stromberg (novo vilão – CURT JURGENS) de levar a cabo um plano daqueles que tem a audácia de querer dominar o mundo, a espiã se rende a Bond, que sabe lidar com uma mulher.
É uma explosiva aventura de LEWIS GILBERT (mesmo diretor do 007 – YOU ONLY LIVE TWICE) que leva o herói para as pirâmides do Egito até ao fundo do mar!
É neste filme que o capanga JAWS dos dentes de aço (RICHARD KIEL) aparece pela primeira vez.
ROGER MOORE é o espião que toda mulher aprende a amar.
007: Um Novo Dia Para Morrer
3.2 246 Assista AgoraO filme começa na escuridão de uma cela de tortura na Coréia Do Norte onde Bond quase foi morto, indo até as belas praias de Cuba, quando o agente secreto britânico persegue a trilha de um gênio diabólico (TOBY STEPHENS) e seu fiel aliado, Zao (RICK YUNE), decididos a cortar a terra literalmente em fatias com uma poderosa arma espacial. Fora do caso, depois de ter sido pego e torturado, Bond age por conta própria, mesmo que sua chefe M (JUDI DENCH), o reprima, ele conta com a ajuda da agente americana Jinx Johnson (Berry) para colocar um ponto final nos planos gélidos da organização criminosa.
Os bandidos descobriram uma forma até ingênua de escapar da lei se passando por mortos, mas eles não sabem que James já viveu duas vezes e que sempre há um novo dia para morrer.
Garotos de Programa
3.6 385 Assista AgoraSensível e jamais piegas, GAROTOS DE PROGRAMA (My Own Private Idaho, 1991. Que traduzindo ao pé da letra significa: “Meu Idaho Privado”. Idaho é um dos 50 estados dos Estados Unidos e o filme evidencia uma estrada deserta próximo a montanhas rochosas típicas da região), é um filme notável. Van Sant é capaz de contar uma premissa com bastante humor, sinceridade e, sobretudo sensibilidade. Idiossincrático, os personagens cativam facilmente o espectador, aliás, além de diálogos envolventes, a fotografia de John J. Campbell e Eric Alan Edwards fogem do convencional. A direção é também brilhante e capaz de transmitir os olhares subjetivos dos heróis, suas insatisfações com a vida, todo o tipo de perturbação da rotina de garoto de programa e seus anseios. Phoenix que morreria tragicamente de overdose aos 23 anos rouba praticamente todas as cenas.
Para conseguir extrair interpretações naturais e realistas, muitos dos membros do elenco (Phoenix, Reeves, Flea, Michael Parker) se mudaram temporariamente para um casarão antigo, propriedade do próprio Van Sant em Portland. Com isso, eram autorizados a curtir de todas as maneiras. Ouve muitas festas de madrugada, bebidas alcoólicas à vontade e todos adoravam tocar música durante as sucessivas festas. A algazarra era tamanha que Van Sant nem quis atrapalhar e como residia no local teve que mudar para a casa de um amigo até o término das filmagens a fim de conseguir ter algumas horas de sono.
Emocionante e engraçado. Autoral e surpreendente. Um filme de cabeceira. Integra a minha coleção é já o considero um clássico. Identifico-me com a temática homossexual afetiva da fita e fico perdidamente apaixonado por Phoenix que com todo o seu talento de berço imprime um corajoso retrato do rapaz gay. Longe de qualquer estereótipo. Tudo é muito honesto e poético. Confiram, e desculpem o trocadilho, mas esse filme é um excelente programa.
A Última Sessão de Cinema
4.1 123 Assista AgoraA Ultima Sessão De Cinema é uma premissa de transição para o crescimento, a maturidade. Passada em uma cidadezinha empoeirada do Texas. E é um adeus aos anos 50, captando as novas mudanças nas tradições e nos novos interesses da América. Há uma safra de jovens atores no elenco que fariam grande carreira. Ali estão em cena, todos esplêndidos: Ellen Burstyn, Cybill, Jeff Bridges (lindo, muito lindo!), Timothy Bottoms e Randy Quaid, este último certamente no melhor papel de sua carreira. E num ótimo contraponto, os jovens atuam ao lado de dois grandes veteranos, e que inclusive ganharam Oscar de coadjuvantes por esses papéis: Ben Johnson e Cloris Leachman - num momento na qual todos procuram um lugar no novo mundo.
Pode ser um filme sombrio, mas o coração de Bogdanovich está no lugar certo e suas intenções são honestas. Ele injeta tamanha beleza de direção ajudado por uma fotografia em preto e branco estupenda criada pelo mestre e veterano Robert Surtess (Ben Hur, Golpe de Mestre, A Primeira Noite de um Homem). É a inocência com fome de saber onde tudo se transforma em experiências. E o mais curioso, embora tenha vestígios do velho cinema, Bogdanovich não está interessado em criar nostalgias. A melancolia presente é o ponto mais interessante do filme.
A Última Sessão de Cinema, além de ser um belíssimo título, já é um clássico que merece ser prestigiado e revisitado. Pode ser que um dia façam um filme com ecos de Peter Bogdanovich.
Lavoura Arcaica
4.2 382 Assista AgoraLavoura Arcaica narra em primeira pessoa a história de André (Selton Mello), que se rebela contra as tradições agrárias e patriarcais impostas por seu pai e foge para a cidade, onde espera encontrar uma vida diferente da que vivia na fazenda de sua família. Quando é encontrado em uma pensão suja em um vilarejo por seu irmão Pedro (Leonardo Medeiros), passa a contar-lhe, de forma amarga, as razões de sua fuga e do conflito contra os valores paternos.
Lavoura Arcaica é um filme denso, indigesto, lírico, também longo e enfadonho, mas de um valor imensurável para quem aprecia obras poéticas, mergulhar em sua narrativa é uma experiência única de reflexão. A sensação causada não passa após seu término, ao contrário, ela cresce dentro de nós à medida que pensamos nas questões abordadas.
O Corcel Negro
3.5 79 Assista AgoraEste verdadeiro clássico da sessão da tarde foi produzido por Francis Ford Coppola e conta uma história emocionante. Nos anos quarenta, o garoto Alec (Kelly Reno) sobrevive a um naufrágio junto com um cavalo negro e até serem resgatados criam uma grande amizade. De volta a cidade, por um acaso o cavalo foge e é encontrado no estábulo do veterano criador Henry (Mickey Rooney), que acaba se tornando o seu treinador.
Com belas imagens e um final emocionante na corrida, o filme cumpre o seu papel falando de amizade e perseverança com extrema sensibilidade. O diretor Carroll Ballard fez também o bom “Voando para Casa” e um dos destaques do filme é o veterano Mickey Rooney que ganhou Oscar de Ator Coadjuvante pelo papel.
Caninos Brancos
3.4 87 Assista AgoraApós a morte do pai, o jovem Jack Conroy (Ethan Hawke) decide morar no Alasca para explorar uma mina de ouro que pertencia a seu pai e que está abandonada. No local, ele cria uma inusitada amizade com um lobo branco, que acaba capturado por um sujeito (James Remar) que deseja utilizá-lo em brigas clandestinas de cães. Quando o lobo se fere em uma destas brigas, Jack consegue salvá-lo e juntos enfrentarão desafios naquele local gelado e quase inóspito.
Baseado num livro clássico, este longa dos estúdios Disney é uma simpática aventura sobre amizade, que tem como destaques um Ethan Hawke ainda bem jovem e as belas paisagens brancas do Alasca.
Voando para Casa
3.5 56 Assista AgoraApós a mãe falecer em um acidente de automóvel, a adolescente Amy (Anna Paquin) é obrigada a morar com o pai no Canadá. O pai é Tom (Jeff Daniels), um inventor maluco, fato que a princípio afasta a garota. Quando Amy descobre várias ovos que caíram de uma árvore, ela decide criar condições para eles serem chocados. A experiência dá certo e nascem vários filhotes de gansos selvagens. O problema é que eles são aves migratórias, que sem a mãe para guiá-los fica impossível que consigam chegar a floresta no verão. A insistência da garota e a criatividade do pai serão fundamentais para fazer com que as pequenas aves cheguem ao destino.
Com uma trama original, este aventura ecológica é um longa extremamente simpático que foi produzido quase que por encomenda para a então garotinha Anna Paquin, que três anos antes havia sido indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante por “O Piano” e que aqui teve seu primeiro papel como protagonista, mesmo que dividindo a tela com Jeff Daniels.
A Princesa Prometida
3.7 328 Assista AgoraUm simpático idoso (Peter Falk, o eterno detetive Columbo) visita seu netinho (Fred Savage, o Kevin Arnold do seriado “Anos Incríveis”) que está na cama doente. Para alegrar o garoto, o avô decide contar uma história de amor passada em um reino de fantasia. No reino, a bela princesa Buttercup (Robin Wright, antes de casar com Sean Penn) se apaixona pelo camponês Wesley (Cary Elwes), que para ser aceito pela família da princesa, decide viajar pelo mundo em busca de riqueza e assim voltar e casar com a amada. Não demora para chegar a noticia de que Wesley fora assassinado por um famoso pirata chamado Roberts.
Triste por perder o amado, a princesa aceita por obrigação se casar com o príncipe Humperdinck (Chris Sarandon), que por seu lado deseja unir os dois reinos para se tornar rei. Antes do casamento, a princesa é sequestrada por três estranhos: um espadachim (Mandy Patinkin), um sujeito forte (o falecido lutador Andre The Giant) e um especialista em enigmas (o baixinho Wallace Shawn), que não querem que os reinos sejam anexados pelo maquiavélico Humperdinck. Para surpresa da princesa, Wesley reaparece e corre para salvar a princesa dos sequestradores e também para não deixá-la se casar com Humperdinck.
Praticamente esquecido, este longa de Rob Reiner foi seu trabalho seguinte ao hoje clássico adolescente “Conta Comigo” e comprovando que estava na melhor fase de sua carreira como diretor, entregou esta fábula que mistura história de amor, cenas de ação, drama e até comédia agradando a adultos e crianças. Muito da qualidade do filme está no roteiro de William Goldman, autor do livro original e roteirista de longas como “Butch Cassidy” e “Todos os Homens do Presidente”.
Vale destacar também o elenco, que tem personagens diferentes e interessantes, como o espadachim falador vivido pelo ótimo Mandy Patinkin e a narração de Peter Falk, sem contar ainda a pequena participação de Billy Crystal, que voltaria a trabalhar com Rob Reiner em seu próximo filme, o também divertido “Harry & Sally – Feitos um Para o Outro”.
A Prometida
2.9 26 Assista AgoraEsta versão pop da clássica história de Frankestein tinha como objetivo alavancar a carreira do cantor Sting no cinema, tendo como par romântico a estrela de “Flashdance”, a morena Jennifer Beals, mas infelizmente o filme fracassou nas bilheterias e o casal de protagonistas não conseguiu se firmar na carreira.
Jennifer Beals ainda está na ativa, mas nunca alcançou o status de estrela, enquanto Sting deixou o cinema de lado no final dos anos oitenta e teve apenas mais um papel de destaque como coadjuvante no ótimo “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”.
Labirinto: A Magia do Tempo
3.9 609Clássico da fantasia dos anos oitenta, este longa foi dirigido por Jim Henson (falecido em 1990), o criador dos Muppets, que aqui utilizou toda sua experiência com bonecos animados para criar os Goblins. Mesmo que hoje pareçam pré-históricos, os efeitos especiais utilizados em algumas sequências era o que de melhor existia na época.
Vale destacar David Bowie, que estava sua fase mais efetiva como ator e uma ainda adolescente Jennifer Connelly.
Sob a Sombra do Mal
3.0 21Michael (James Spader) é um jovem funcionário de uma corporação que demonstra insegurança ao disputar uma promoção com um colega de trabalho inescrupuloso. Uma discussão em um bar o aproxima de Alex (Rob Lowe), que o defende. O novo amigo se torna uma espécie de conselheiro para Michael. Ele leva o jovem para curtir a noite, influencia o fim do noivado do rapaz e o pressiona a se defender no trabalho. Aos poucos, o nível de perigo das atitudes de Alex aumenta, assustando Michael que não sabe como se livrar do sujeito.
O roteiro escrito por David Koep (“Missão Impossível”, “O Quarto do Pânico”) explora um típico tema adolescente, em que um amigo mais forte e esperto manipula o nerd inseguro. Aqui a trama vai além, a manipulação chega a um ponto em que se transforma em caso de polícia.
Na época, Rob Lowe e James Spader eram atores promissores, que chegaram até a se tornar astros, porém Rob Lowe levou uma bela queda na carreira quando um vídeo íntimo com duas garotas veio a público no início dos anos noventa.
O Relógio Verde
4.0 12George Stroud (Ray Milland) é um executivo de uma grande editora que planeja sair de férias com sua esposa Georgette (Maureen O’Sullivan) após anos de trabalho sem descanso para o empresário Earl Janoth (Charles Laughton).
Especialista em encontrar pessoas que se escondem por causa de escândalos ou que são foragidas da lei, George é pressionado por Janoth para aceitar mais um trabalho ao invés de sair de férias. A crise que se instala entre os dois aumenta quando a bela atriz Pauline (Rita Johnson), que é amante de Janoth, decide se aproximar de George.
Este ótimo longa noir tem como ponto principal a rocambolesca trama, em que o protagonista vivido por Ray Milland utiliza toda sua inteligência e criatividade para resolver um crime que ocorre no meio da história.
Destaque também para o trabalho do esquecido diretor John Farrow, que consegue imprimir um ritmo ágil e criar soluções divertidas para manter o suspense, com a maioria destas cenas filmadas dentro do edifício da editora.
As atuações de Ray Milland e do grande Charles Laughton são outros positivos, com o segundo perfeito como o empresário arrogante.
Serpico
4.1 276 Assista AgoraNa sequência inicial, o detetive Frank Serpico (Al Pacino) é levado para a emergência de um hospital após ser baleado. A trama volta para o final dos anos sessenta, quando Serpico se formou na academia e iniciou sua carreira na polícia.
Não demora para ele perceber a corrupção que domina a polícia de Nova York. Ao se recusar de participar da arrecadação de dinheiro extorquido pelos parceiros, Serpico se torna persona non grata dentro da corporação.
Sua relação com Leslie (Cornelia Sharpe) o leva a conhecer a contracultura e sua rebeldia vem à tona, fato que dificulta ainda mais sua relação com os colegas. Com o passar do tempo, Serpico sofre ao ter que decidir se denuncia a corrupção ou se fecha os olhos e segue sua vida.
Dois anos antes do diretor Sidney Lumet e o astro Al Pacino entregarem o clássico “Um Dia de Cão”, a dupla fez este ótimo longa sobre a corrupção policial baseado num livro de Peter Maas.
Esqueçam a Manhattan globalizada dos dias atuais, aqui vemos a ameaçadora Nova York dos anos setenta, uma cidade suja, repleta de traficantes, prostitutas e policiais corruptos.
O roteiro escrito por Waldo Salt detalha de uma forma humana o sofrimento do honesto protagonista em meio a tentação do dinheiro do fácil e a pressão dos parceiros. São várias situações em que Serpico é tratado com desprezo por outros policiais, enganado por superiores e forçado a mudar de delegacia imaginando encontrar um mundo melhor.
O Jantar
2.2 91 Assista AgoraA premissa do roteiro escrito pelo diretor Oren Moverman, que se baseou em livro, tem um bom potencial, porém a montagem é confusa e a narrativa cansativa. As discussões no restaurante são intercaladas por uma narrativa que explora dois flashbacks. A primeira mostra o fato que envolve os filhos de cada casal e que causou o encontro, enquanto a segunda detalha os problemas enfrentados pelo personagem de Steve Coogan.
A participação do ator inglês é curiosa. Sua atuação é a melhor do elenco, mas ao mesmo tempo seu personagem é insuportável.
A tentativa do diretor em fazer uma crítica social aos hábitos da classe alta e dos jovens sem limites se perde nos erros citados anteriormente. É uma pena, o material tinha tudo para render um filme bem melhor.
Escrito nas Estrelas
3.5 472Alguns dias antes do Natal, Jonathan (John Cusack) e Sara (Kate Beckinsale) se cruzam numa famosa loja de departamentos em Nova York. Mesmo estando em outros relacionamentos, Jonathan e Sara passam algumas horas juntos pela cidade.
Como Sara acredita no destino, ela cria algumas situações que terão de se confirmar para os dois poderem trocar telefones e voltarem a se ver. Os desafios dão errado e eles perdem o contato.
Anos depois, Jonathan está se preparando para casar com Halley (Bridget Moynahan), enquanto Sara também está prestes a casar com o músico Lars (John Corbett). Mesmo assim, os dois ainda sonham em se reencontrar. A partir daí, eles precisarão novamente da ajuda do destino.
Esta simpática comédia romântica bebe na fonte de sucessos dos anos noventa como “Mensagem Para Você” e “Enquanto Você Dormia”, com a diferença de explorar o destino como cupido. Este é o ponto principal que o espectador deve aceitar para se divertir com a história.
Por mais que seja absurdo, o roteiro foca nas pequenas pistas que influenciam nas decisões de cada pessoa. Pode ser um objeto, um local ou uma música que nos faça lembrar de alguém ou ainda escolher algo de acordo como nossa intuição.
Tudo isso ganha pontos pelas simpáticas interpretações e pela química entre John Cusack e a belíssima Kate Beckinsale. Vale destacar ainda as divertidas participações de Molly Shannon e Eugene Levy.
Era Uma Vez em Nova York
3.5 295 Assista AgoraNova York, 1921. As irmãs polonesas Ewa (Marion Cotillard) e Clara (Jicky Schnee) chegam à cidade de navio e são barradas na imigração. Clara está com tuberculose e por isso é levada para um hospital onde terá de ficar pelo menos por seis meses, enquanto Ewa será deportada porque seus tios que deveriam estar esperando não apareceram no local.
Desesperada, Ewa consegue ajuda de um sujeito chamado Bruno Weiss (Joaquin Phoenix), que aparentemente tem algum tipo de contato dentro da imigração. Bruno consegue libertar Ewa e promete ajudar sua irmã Clara, mas em troca a garota terá de trabalhar como prostituta. Mesmo relutante, ela acaba aceitando a proposta. Quando entra em cena o mágico Emil (Jeremy Renner), que é primo de Bruno, cria-se um complicado triângulo amoroso.
Por mais que a reconstituição de época seja sensacional, a história é basicamente um dramalhão novelesco. A questão da exploração sexual é abordada de forma até light demais, com o personagem de Joaquin Phoenix estando mais para uma paizão manipulador do que um cafetão violento.
Os problemas do filme continuam nas interpretações teatrais e exageradas de Marion Cotillard e Joaquim Phoenix, principalmente na segunda parte quando entra em cena o personagem de Jeremy Renner.
É um filme que não empolga. No meu caso faltou também empatia pelos personagens.
A Torre Negra
2.6 839 Assista AgoraEm Nova York, o garoto Jake (Tom Taylor) sofre pela morte do pai e toda noite tem pesadelos com um estranho homem vestido de negro, um pistoleiro, uma torre e criaturas estranhas.
O que Jake não sabe é que ele tem o poder de ver um mundo paralelo, onde um feiticeiro (Matthew McConaughey) utiliza o poder de crianças especiais para tentar derrubar a Torre Negra e assim levar vários mundos ao apocalipse. O último pistoleiro ainda vivo (Idris Elba) tem como único objetivo assassinar o feiticeiro para vingar a morte do pai (Dennis Haysbert).
Os fãs da obra Stephen King tem toda a razão de ficarem decepcionados com esta adaptação. Os roteiristas condensaram oito livros em um filme com menos de uma hora e meia de duração. Até mesmo para quem não leu a coleção, fica claro que a história tinha potencial para alguém bem maior, talvez uma minissérie ou pelo menos dois filmes.
O ritmo agitado e os efeitos especiais de primeira escondem uma história picotada. Não existe explicação para como surgiram os poderes do personagem de McConaughey, sobre a guerra no mundo paralelo e nem para as criaturas que se disfarçam de humanos.
O resultado é um filme de ficção e ação genérico e totalmente esquecível.
De Encontro com a Vida
3.6 30 Assista AgoraAinda no colégio, Saliya (Kostja Ullman) descobre que tem uma séria doença nos olhos. Após uma cirurgia, ele fica apenas com cinco por cento da visão. Mesmo com uma incrível dificuldade, Saliya termina os estudos em um colégio normal e sonha em conseguir trabalhar em algum hotel.
Após várias negativas de hotéis, ele decide esconder seu problema e se candidatar a uma vaga em um hotel de luxo em Munique. Ele consegue um chance para trabalhar no local, mas tem de lutar diariamente para esconder sua deficiência e assim ser efetivado.
Baseado em uma história real, este é o tipo de longa produzido para fazer o espectador se sentir bem, o que termina escondendo as falhas no roteiro e abusando um pouco do exagero. O filme tem algumas sacadas divertidas no estilo das comédias românticas americanas, como as cenas com o amigo descolado (Jacob Matschenz). O relacionamento com Laura (Anna Maria Muhe) também segue os clichês do gênero.
Por mais que o espectador aceite a “liberdade artística”, fica complicado acreditar que poucas pessoas percebiam o problema visual do protagonista, além de algumas tarefas que seriam praticamente impossíveis dele fazer serem desempenhadas com naturalidade.
A crise enfrentada pelo protagonista na parte final e a mudança drástica de atitude de um coadjuvante são outros pontos que incomodam bastante.
Quem procura emoção fácil e algumas cenas engraçadinhas vai ser divertir com o longa, porém se o objetivo é ver algo mais próximo da realidade, o filme será uma decepção.
Finalizando, o protagonista é quase um sósia do ator Gael Garcia Bernal.
Paul: O Alien Fugitivo
3.4 758 Assista AgoraOs ingleses Graeme (Simon Pegg) e Clive (Nick Frost) visitam a Comic Com em San Diego para tentar entregar a um famoso escritor de ficção científica uma cópia de uma revista em quadrinhos criada por eles.
Após o evento, eles partem para realizar outro sonho, atravessar o deserto passando por locais famosos ligados a aparições de UFOs. Um pequeno acidente no início da viagem faz a dupla parar na estrada e dar de cara com o alienígena Paul (voz de Seth Rogen).
O susto inicial se transforma em aventura quando Paul diz que fugiu da Área 51 e que precisa chegar a um determinado local. A dupla de nerds decide ajudar Paul, que está sendo perseguido por agentes do FBI (Jason Bateman, Bill Hader e Joe Lo Truglio).
A reunião do diretor de “Superbad” com os astros ingleses de “Chumbo Grosso” e “Todo Mundo Quase em Pânico” já vale a sessão. O filme não chega a ser tão engraçado como poderia, mas por outro lado é impagável a atuação do alienígena com a voz de Seth Rogen. O personagem lembra o Alf do antigo seriado, porém desbocado e beberrão. Vale destacar também a jovem religiosa vivida por Kristen Wigg e a química entre Simon Pegg e Nick Frost, além de algumas piadas sobre cultura pop.
É basicamente um besteirol divertido.