Em 1948, o veterano da Segunda Guerra Jimmy Picard (Benicio Del Toro) sofre com terríveis dores de cabeça, falta de ar e pesadelos. Descendente de índios, Picard é levado por sua irmã (Michelle Trush) para uma hospital militar psiquiátrico em Topeka no Kansas.
Após diversos exames, os médicos acreditam que ele sofra de esquizofrenia, mas para um diagnóstico correto, o diretor do local convida o antropólogo Georges Devereux (Mathieu Amalric) para examinar Picard.
Especialista em costumes indígenas, Devereux vê a chance de ajudar o paciente e também de se aprofundar nos seus estudos ligando antropologia e psiquiatria.
Baseado na história real que rendeu um famoso livro de Georges Devereux, este filme é uma longa sessão de terapia. A narrativa foca nas crises do protagonista vivido por Benicio Del Toro e nas conversas com o psiquiatra que aos poucos desvenda as causas por trás do sofrimento do paciente.
A história não tem vilões ou reviravoltas, a proposta é detalhar a troca de informações e de conhecimentos entre médico e paciente. É um longa indicado para quem tem curiosidade sobre psicologia e psiquiatra. Para quem não gosta do tema, o filme com certeza será cansativo.
Depois da trilogia de O senhor dos anéis fazer um sucesso estrondoso, quase três bilhões nas bilheterias e ainda levar 14 Oscars, o diretor Peter Jackson resolveu contar a história que se passa antes de tudo que vimos. É a história de como Bilbo Bolseiro conseguiu o anel que deixou para Frodo. Não chega a ser decepcionante como A ameaça fantasma, mas com certeza está muito aquém do que se deveria esperar. Ou simplesmente pode ser o caso de ser porque essa história realmente devesse ter sido contada antes. Digo isso, porque provavelmente se tivesse sido contada antes, um único livro não teria sido transformado em uma trilogia de filmes. Se na trilogia original Jackson realizou uma série de cortes para termos uma média de três horas por filme, o que temos aqui é uma história bem mais simples que foi esticada até não poder mais para poder justificar a razão de termos três filmes com menos de três horas, ao invés de um só, ou quem sabe com boa vontade até mesmo dois. Claro que ter menos de três horas não quer dizer que temos uma história que flua mais rápido. Na verdade estamos longe disso. Levamos muito tempo acompanhando até que Bilbo (Martin Freeman) concorde em ir na viagem com os anões, e com o final do filme parece que sua viagem, que no livro é bem mais curta que a de Frodo, vai levar muito mais tempo para ser contada. Tudo isso com a escolha da filmagem em 48 quadros por segundo (tradicionalmente se usa 24) que, na minha opinião, não funcionou muito bem. Ao invés de se preocupar em contar a história que temos no livro, o diretor teve que se preocupar também em não entregar três filmes com menos de uma hora de duração. O que se vê na tela são diversas cenas que não estão no livro e que não funcionam nada além de transformar o filme em mais um possível parque temático como Piratas do Caribe. Depois de mais de duas horas de duração, cheguei a duvidar se Bilbo encontraria o anel, mas pelo menos temos o direito de ver a cena em que ganha o objeto feito da maneira correta. É a melhor parte do filme, e é uma pena que o resto das cenas não acompanhe nem de perto essa magia. Não deixa de parecer em nenhum momento que um filme poderia ter sido suficiente.
Baita filme! Bronson em grande forma de atuação, fugindo dos clichês dos filmes de faroeste e policiais que lhe marcaram a carreira. Recomendadíssimo... Curiosidade:este é filme favorito do mark wahlberg
Charles Bronson atua perfeitamente como o arquiteto Paul Kersey, que se transforma em vigilante. Ele não é um super-herói ou o Justiceiro, ele é apenas um cara comum normal. Ele não apenas virou um vigilante à noite tão cedo, ele foi dilacerado depois que sua família foi brutalmente agredida em frente à luz do dia em seu apartamento. Sua esposa foi espancada, assassinada e sua filha foi estuprada. e a polícia não faz nada que não tenha chance de pegar as pessoas que fizeram isso. Vincent Gardenia como o detetive Frank Ochoa, ele também mostra o trabalho da polícia, que eles fazem de tudo para pegar o cara que está matando os ladrões. Gardenia faz um poderoso desempenho realista como o policial Frank Ochoa fazendo seu trabalho. É um grande clássico, Bronson foi um grande herói nos filmes de ação.
Este filme inova o "Duro de matar", pois não ocorre em um único ambiente, é na cidade toda de Nova York, resgatando personagens antigos e introduzindo novos como Samuael Jackson, onde eles devem usar a lógica e o raciocínio para impedir os atentados terroristas. Imperdível.
Intercalar diversas linhas narrativas de forma não linear não é uma tarefa fácil, mas também não chega a ser uma grande novidade. Diversos diretores importantes já utilizaram muito bem este recurso ao longo da história. Entretanto, o que chama a atenção em “Amores Brutos” é como a escolha de Iñárritu enriquece a narrativa, criando um painel nem tão complexo, mas que explora com destreza o tema central da narrativa, que são os tortuosos conflitos familiares entre os personagens e a ambígua dualidade entre amor e violência. Voltaremos aos aspectos temáticos em instantes, mas antes vale destacar que esta destreza na condução da narrativa conta também com uma parte técnica impactante, através da escolha de câmeras de mão e de uma paleta crua que cria uma atmosfera realista coerente com o ambiente onde se passa a narrativa.
Observe, por exemplo, a sequência que abre o longa, uma perseguição alucinante nas ruas da caótica Cidade do México em que a câmera ágil de Iñárritu nos coloca dentro do carro sem jamais soar confusa, encerrada pelo surpreendente acidente que cria o ponto de conexão entre os personagens centrais da narrativa. A partir de então ganha destaque a montagem inteligente de Luis Carballar, Fernando Pérez Unda e o próprio Iñárritu, que transita entre os núcleos da narrativa de maneira bem definida, vez por outra cruzando os personagens de núcleos distintos. Ainda assim, é uma montagem mais convencional do que veríamos posteriormente em “Babel” e principalmente em “21 gramas”, os dois longas que fecham a trilogia da morte, como ficou conhecida.
Por sua vez, a trilha sonora de Gustavo Santaolalla surge em momentos pontuais, apostando tanto em músicas latinas quanto numa bela trilha instrumental que depois se tornaria marca de Iñárritu em seus filmes, ao passo que o design de som se destaca em momentos especiais, como quando capta a angústia dos envolvidos no acidente e, especialmente, ao transmitir a aflição de Valeria enquanto ouve os grunhidos de sofrimento de seu cachorro preso no assoalho.
Traçando um paralelo com os cachorros do título original para abordar conflitos familiares e a natureza ambígua do ser humano, Iñárritu cria um interessante painel que oscila entre a amargura e a esperança, demonstrando que podemos encontrar traços de humanidade mesmo onde só enxergamos raiva e rancor. Aquela esquina mudou a vida de todos os personagens e também o destino da carreira de Iñárritu. A diferença é que, no caso do talentoso diretor mexicano, a mudança não foi acidental.
Uma das coisas mais relevantes da obra é a forma como os dispositivos eletrônicos, as informações sobre pessoas e objetos, e as leituras técnicas de tudo o que o olho vê, são colocadas na tela, via ponto de vista dos personagens. Esse tipo de trabalho sempre causa divisão entre críticos e espectadores, e cada lado tem material o bastante para defender o que acredita ser bom ou ruim nessa situação. O que ambos os times haverão de concordar aqui é que o excesso nessa técnica atrapalha a obra. Claro que a gente pode analisar o longa a partir de uma visão simples de contexto visual + dramático. E nesse aspecto eu faço coro aos defensores do uso, pela simples coerência narrativa. Se a obra fala do anonimato de uma mulher em uma sociedade totalmente vigiada por Corporações e pelo Estado (supostamente “para a segurança de todos“), então não é espantoso que seja mostrado na tela a maneira como essa vigilância é feita. Como as pessoas veem umas às outras. Como este “mundo vigiado” funciona. Mas vejam bem, tudo tem limites. A base da investigação, a ajuda para criar o suspense, o impacto que essa vigilância tem sobre as pessoas, tudo isso é rapidamente compreendido pelo espectador. Como o roteiro de Niccol não é profundo — o filme é essencialmente uma investigação futurista com poucos atores e crimes misteriosos demais para exigir largos pensamentos do público, que foca pontualmente na resolução –, toda a nossa atenção se dirige para quem são essas pessoas, que tipo de punições existem e que manipulações desse Éter eletrônico são possíveis. Algumas cenas logo no primeiro ato já mostram com clareza tudo isso para nós, conseguindo até dar informações sobre os personagens, cabendo bem pouco ao roteiro desenvolvê-los. Aí é que a coias fica complicada. Porque tendo todo esse facilitador na tela, o texto de Niccol se debate em desespero para nos fazer acreditar em “fantasmas e comportamentos ocultos” quando na verdade não existe nada que beneficie os personagens a partir daí. A única que ganha um pouco mais de atenção — algo que podemos chamar de desenvolvimento, mas isso ainda é demais aqui — é Amanda Seyfried, embora o texto perca uma quantidade inacreditável de oportunidades para tornar o filme de fato interessante, a partir da exploração dos mistérios em torno dessa personagem.
O exagero é tamanho, que quando as indicações eletrônicas desaparecem da tela, nós ficamos aliviados. E não, a justificativa de “isso é necessário para mostrar o impacto deste mundo vigiado” não se enquadra nesse contexto, porque a obra não mostra sequer um movimento anti-vigilância — A Garota não tem agenda política –, de modo que qualquer suposta crítica pela exploração exagerada, ou intenção de choque visual por esse elemento, desvanece. Basta olhar com atenção para o que o próprio filme nos entrega. Em compensação, as missões são acompanhadas por uma ótima trilha sonora (de Christophe Beck, o mesmo de Homem-Formiga e Trolls) e uma sequência de ações finais muito interessantes. Tudo bem que a resolução do caso é um misto de anticlímax com desperdício de oportunidades, mas pela longa preparação até aquele momento, o fim tem sim o seu impacto sobre o público. É de se lamentar que não haja um trabalho mais cuidadoso com edição e mixagem de som e que o roteiro tenha ficado tão encantado com a ideia de “investigação manipulada e impossível” que tenha se esquecido que por mais exótico que seja esse lado da história; personagens blasé, contextos rasos e repetições cênicas não passariam batidas pelo público, e que teriam um grande peso para o filme. Assim aconteceu.
A cinebiografia é de Roy, mas Florence Dennis ganha bastante destaque, principalmente por conta do roteiro que foge de esquematismos. Ela é uma mãe imperfeita, pelo menos diante dos padrões que a sociedade impõe. Viciada em drogas, não consegue se controlar em muitos momentos, mas ainda assim, exerce de maneira competente o seu “papel” de mãe, ao fornecer o devido apoio ao filho sempre que necessário. O vício, entretanto, não impede que ela seja responsável com as questões ligadas ao filho. Dentro do esquema maternal ela é até muito compenetrada. Ela nos remete ao que o especialista Paniagua traz, em A Família de Crianças com Necessidades Educativas Especiais, quando afirma que os padrões de força, eficácia, beleza e perfeição são valorizados na sociedade, o que faz com que as pessoas esperam que seus filhos sejam eficientes e tenha saúde. Casos como o de Roy fazem os pais revisarem os seus projetos, interrompidos pelos obstáculos oriundos das “imperfeições” e dos limites trazidos pela deficiência. Em suma, mães como Florence Dennis vivem experiências de adaptação complexa, algo que pode ser doloroso e longo. Lançado em 1985, Marcas do Destino é um drama que edificante que foge das emoções vulgares, comuns aos filmes desse estilo. A história não entra em outros detalhes, mas a história de Roy é muito conhecida fora da ambientação fílmica, pois o seu caso raro mexeu com a comunidade médica e levantou debates que extrapolam a ficção. Desenganado ainda quando tinha dois anos, sob a promessa que não passaria dos quatro anos de idade, o jovem Roy lutou o quanto pode e viveu até os dezesseis anos.
A sua mãe, um exemplar perfeito de um ser humano comum, sem heroísmos fajutos, e por isso, repleta de erros e acertos em suas escolhas, sem a composição essencialista maternal típica hollywoodiana, é um modelo adequado para a composição de um equilibrado desenvolvimento de perfil e necessidade dramática de um personagem. Cher, em uma das suas atuações mais exemplares, consegue alavancar tais qualidades, ao entregar um excepcional desempenho dramático.
Um filme que navega em águas profundas, sem ter medo de trazer leveza para uma zona tão abissal. Talvez esta seja uma das principais características de Garota Interrompida, drama dirigido por James Mangold, baseado no livro autobiográfico homônimo de Susanna Kaysen. Com roteiro assinado pelo cineasta, numa parceria com Anna Hamilton Phelan, a narrativa aborda questões ligadas aos transtornos psicológicos de seus personagens, sem necessariamente as apresentarem como seres decrépitos, tal como acontece em muitos filmes deste estilo. Realizado no hospital psiquiátrico conhecido por atender celebridades dependentes nos anos 1960, Garota Interrompida foge do sofrimento, sem eletrochoques e sonoterapia. Não há tortura psicológica para deixar os espectadores mais sensibilizados, ao contrário, o filme aposta no lirismo da trilha sonora e nos elementos visuais para fazer com que mergulhemos nos anos 1960 e os sintamos por meio da imagem e do som.
Refletir sobre todos estes temas é trafegar por um campo minado. Por isso, a abordagem estilística e as escolhas narrativas do filme abriram esta reflexão por um motivo. Em 1999, quando lançado, houve um intenso debate, realizado por alguns críticos e espectadores. Era época de democratização da esfera virtual pública e as pessoas nesta época, diferente das cartas ao leitor das revistas impressas e dos jornais, espaços que eram mais seletivos, tinha a possibilidade de entrar em contato com o crítico e se possível, iniciar um debate que mantinha a obra em evidência. Alguns eram pertinentes, outros são apenas comentários vagos e sem força reflexiva alguma. Mas uma discussão ganhou bastante evidência. Alguns espectadores, dentre eles, especialistas da área, criticaram o posicionamento do crítico e cineasta Carlos Gerbase acerca dos questionamentos referentes ao conteúdo do drama, tratado, segundo as afirmações dos espectadores em debate, com muita leveza e sem a seriedade necessária para este tipo de história.
Creio que seja tarde, mas após quase vinte anos do profícuo debate, exponho o meu ponto de vista, mesmo que atrasado. Garota Interrompida é ficção, por isso, o tratamento denso das questões não precisa necessariamente de um design de produção carregado de espaços escuros e objetos com simbologia expressionista/surrealista, tampouco uma trilha sonora sufocante. Aposto que o interessante do filme é não buscar trafegar na mão dos estereótipos, algo que seria muito comum e mais óbvio. Escolher a atmosfera clean e apostar na construção dos diálogos com certeza foi uma estratégia mais eficaz, numa possibilidade de exposição de um tema complexo sem necessariamente tornar a narrativa hermética. Lúdico, lírico e delicado, a produção é um presente para os apaixonados por discussões sobre problemas familiares, liberdade e seus desdobramentos.
Diante da situação exposta é preciso explicar o que de fato antecedeu tais problemas. Alguns meses depois a polícia informa que a criança foi encontrada. O encontro público é agendado, pois se acreditava que isso poderia melhorar a imagem dos envolvidos na investigação perante a sociedade. Ele insiste ser seu filho, mas ela nega veementemente. O garoto de nove anos que tinha uma relação tão próxima com a sua mãe não é aquele garoto que se apresenta diante dos seus olhos incrédulos. Como lidar? É a partir disso que a personagem é tida como uma mãe louca que precisa ser tratada como alguém “fora de si”. Ser mãe, em A Troca, é padecer no inferno da incerteza. É sofrer por conta do amor incondicional e passar todo o resto de vida em busca de respostas que nunca chegarão completamente, o que aumenta exponencialmente o sofrimento da personagem, e, por sua vez, a catarse do público, quase comprometida por conta das irregularidades já notificadas anteriormente.
Narrado por meio da montagem de Joan Cox e Gary Roach, o filme acerta na direção de fotografia assinada por Tom Stern, eficiente ao retratar bem os elementos organizados pela belíssima direção de arte de James J. Murakami, atenta ao tempo histórico em questão. Fotografias, paleta de cores e sombras bastante significativas dão o tom da união certeira de ambos os setores. A música, assinada pelo versátil Clint Eastwood soa intrusiva em alguns trechos, forçada demais, num exercício pobre artisticamente, algo que nos surpreende, afinal, foi realizado por um cineasta tão experiente e anteriormente mais eficaz. A Troca é um angustiante retrato de uma mulher que atravessou parte da sua vida imbuída pelo estoicismo, padrão de mãe ideal, aquela em busca de respostas sobre o paradeiro de seu filho. Tal como Zuzu Angel, Christine Collins sofreu da dor de não saber exatamente os pormenores que detalharam o destino final e trágico. Diferente da personagem de Michelle Pfeifer em Nas Profundezas do Mar Sem Fim, Collins nunca conseguiu reencontrar o seu filho perdido. Triste fim para uma mulher tão determinada a exercer o seu “papel” de mãe. A dor, em casos como este, ao menos nas narrativas cinematográficas, aparenta ser maior, pois a sensação de dúvida no ar se torna mais incomoda que confrontar a realidade violenta nua e crua.
Chega a ser hilária a campanha de marketing da Universal Studios em relação ao lançamento de O Estranho Que Nós Amamos. Sem saber exatamente o que fazer com um filme que navegava completamente contra a persona estoica e durona que Clint Eastwood construíra ao longo de anos com filmes como os que compõem a Trilogia dos Dólares, além de Meu Nome é Coogan, O Desafio das Águias e Os Abutres Têm Fome, algo que, aliás, continuaria ao longo da década de 70 especialmente com seu policial estilo “atire antes, pergunte depois” Dirty Harry, o estúdio apelou para aquilo que os fãs do ator esperavam e não o que a obra, baseada em romance de Thomas Cullinan, realmente é.
Não que isso não seja feito hoje em dia, claro, mas é que, olhando para trás, esse talvez seja um dos filmes em que esse distanciamento entre publicidade e conteúdo mais chame a atenção, bastando notar o pôster principal. Nele, dentro de uma moldura azul, vemos uma interessante e quase lisérgica arte em que Eastwood ganha destaque (obviamente) segurando uma arma como se estivesse pronto para atirar. No canto inferior direito, vários rostos de mulheres aparecem e a tagline, logo abaixo do nome do astro, é “seu amor… ou sua vida…”. Obviamente que o espectador desavisado não tem outra alternativa que não esperar um filme-padrão com Clint Eastwood à época, em que ele, de arma em punho e sem falar muito, salvará donzelas indefesas de um horrível perigo.
E a surpresa vem quando descobrimos que o personagem de Eastwood, o cabo John “McBee” McBurney, do exército da União, ferido em combate com os Confederados, somente pega uma arma em brevíssimos flashes ao passado salpicados durante a projeção e em um rápido momento mais para o final, quando atira offscreen em uma fechadura. Mais do que isso, seu personagem é metaforicamente emasculado na história, algo que contribuiu para o interesse do ator em justamente viver um papel diferente do que estava acostumado. Fico imaginando o desapontamento dos fãs do ator em 1971, levados pela publicidade enganosa da Universal. Ainda que Eastwood seja o centro das atenções, algo que é natural não só por ele ser a estrela, mas também por ser o foco de todas as mulheres da escola (são nove no total, ainda que apenas cinco efetivamente desenvolvidas na trama), o roteiro adaptado de Albert Maltz não o glorifica. Aliás, verdade seja dita, nenhuma atitude dele ou das mulheres é realmente glorificada, evitando que a fita trafegue entre opostos muito claramente estabelecidos. Com rápidos flashes ao passado de McBee e Martha, aprendemos quem eles realmente são e, ao ouvirmos os pensamentos das demais personagens com suas respectivas vozes em uma estranha – mas que dá certo – escolha narrativa, entendemos exatamente o que cada uma imagina de si mesma, em um delicado jogo de interesses que vai sendo descortinado em uma abordagem cada vez mais sombria e claustrofóbica.
Siegel usa câmera estática, sem muita movimentação, para marcar as sequências normalmente longas e repletas de diálogos. Ao mesmo tempo, a fotografia do estreante Bruce Surtees (que também passaria a ser um nome constantemente ligado ao de Eastwood) força uma plasticidade de sonho na metade inicial da obra, dando a impressão que McBee chegou ao Paraíso, com belas mulheres servindo-o como se ele fosse um paxá. Na medida em que a trama ganha complexidade, Siegel fecha sua objetiva e Surtees escurece os tons, com a trilha de Lalo Schifrin intensificando-se quase como se estivéssemos diante de um filme de terror, emprestando um tom pesado, sujo e finalista à obra, trocando o Paraíso por uma espécie de Inferno ou, pelo menos, um Purgatório. O elenco feminino caminha de acordo com essa estrutura, trocando olhares sonhadores, lânguidos e admiradores por algo marcadamente mais sinistro e aterrador, algo que é ecoado pela persona aproveitadora de McBee que vai também aflorando, mesmo que, internamente para os espectadores, ela nunca seja escondida.
No final da projeção, é fácil entender o porquê de a Universal Studios não ter conseguido “vender” o filme, levando-o a seu fracasso retumbante de bilheteria. Infelizmente, a miopia do estúdio tornou O Estranho Que Nós Amamos um filme esquecido de um Clint Eastwood que já mostrava toda a intenção de quebrar o molde do personagem típico que ele havia construído para si mesmo, algo que ele demorou bastante para conseguir, se é que conseguiu. De toda maneira, essa não deve ser uma razão para não se conferir essa diferente e realmente provocativa obra.
O Estranho Sem Nome é, afinal, uma obra poderosíssima, transcendendo o faroeste por si só, embora contenha elementos de uma clássica história de vingança, aliada também a um conto sobrenatural. O estranho, interpretado por Eastwood, tem prepotência e arrogância exaltadas, combinadas a desvios morais muito acentuados, como o fato do personagem logo estuprar Callie Travers (Mariana Hill), mulher que o insulta no início do filme. A cena é realçada pelo fato do personagem, de início, se apresentar “apenas” como um enigmático, mas estiloso caubói de faroeste, sem qualquer relance de crueldade como esse. As ameaças surgem de outros, que vão até o barbeiro acertar as contas com o pistoleiro, pela forma como foram tratados – enorme desprezo por parte do estranho aos insultos aleatórios. A morte dos três vagabundos é rápida, veloz, induzindo um ar “heroico” no estranho, com capacidades além da natureza humana, apenas para que esta seja subvertida depois. O protagonista, enfim, sai impune de toda essa história, mas a realidade é que não é ele a ser julgado pelos seus crimes, mas os habitantes, condenados eternamente pela hipocrisia que reside em suas falas. Em momento icônico, o estranho ordena que o hotel da região seja esvaziado, com todos os hóspedes sendo expulsos. O padre, interpretado por Robert Donner, critica a atitude do pistoleiro misterioso, logo sendo rebatido com a seguinte frase: “Todas essas pessoas são seus irmãos e irmãs? Então você não se importará se eles ficarem na sua casa”. Ademais, talvez a maior virtude da obra encontre-se no mistério envolto de seu protagonista. Seria ele uma reencarnação de Jim Duncan, ou Duncan não morreu? Ambos os personagens são interpretados pelo mesmo ator, então as semelhanças são evidentes, mas nada é explicado didaticamente para o espectador. O Estranho Sem Nome não se preocupa em responder essa questão e termina como começou, misterioso. Paralelamente a isso, a direção é a maior responsável por transformar uma trama simples, consideravelmente previsível, em uma encenação sobre vingança e pagar de contas extremamente forte. A busca pelo suspense é uma constante; o forasteiro, um quebra cabeças por si só, com certas nuances, como o bom trato a indígenas locais, a diferi-lo de um anti-herói qualquer, mal por ser mal. Além disso, a fotografia acentua a inóspita região, com casas a serem feitas e, consequentemente, pintadas em vermelho. O estranho sobre o seu cavalo é absorvido pela imagem, tornando-se parte do cenário. A trilha sonora, inquietante, provoca os arrepios que a mera presença do sujeito indica. Por fim, ele está ali por uma razão, completamente desacordada da moral comum, de valores éticos maiores, mas ainda assim por uma razão. Seja enterrado de baixo da lápide contendo seu nome, ou cavalgando para o infinito sobre o seu cavalo, onde quer que Jim Duncan esteja, ele definitivamente foi vingado pela cidade hipócrita que um dia o traiu.
Eu gostei do filme. Nao entendo muito das teorias da linguagem cinemática/visual ( sei lá), mas mesmo assim esse filme me fez pensar em questões pertinentes ao que é humano e na profundidade da nossa psique. rsrs
E eu tentei. E tentei novamente. E depois mais uma vez. Confesso que saí frustrado da experiência, pois ela foi tão patética, tão abissal, tão ridícula que não consegui nem achar graça de momentos que poderiam ser involuntariamente engraçados ou mesmo vergonha alheia do pastiche a que o saudoso Reeve, que contribuiu com a “história” do filme, foi submetido. A intenção de se encaixar a narrativa do Superman com a Guerra Fria (que não demoraria a acabar, vale notar) é até nobre, mas o roteiro é tão emburrecedor, tão idiotizante, que simplesmente induz ou ao sono ou à sucessivas reviradas de olhos e cliques no fast forward. É a versão “para gente muito burra” do conflito que manteve o mundo em impasse por décadas a fio a partir dos anos 50. Talvez fosse mais provável os símios da sala que mencionei criarem algo mais complexo do que a bobagem que Sidney J. Furie coloca na tela.
Falando em Furie, esse diretor que, de melhor em sua filmografia tem Águia de Aço, mostra toda sua incompetência em Superman IV. Na verdade, confesso que estou sendo maldoso. Não é exatamente incompetência, apenas mediocridade, com tomadas preguiçosas de câmera parada em planos gerais que não exigem nada do espectador e nem da equipe técnica. Mas vejam, Furie trabalhava com o “roteiro símio” de Konner e Rosenthal, além do orçamento padrão da Cannon Films, ou seja, algo como 10 dólares por dia de filmagem (com a expectativa de troco ao final de cada dia), já que a produtora nunca foi conhecida por esbanjar dinheiro. Confinado a essa situação kafkiana, poucos diretores seriam capazes de surpreender e Furie definitivamente não é um deles. Mas nem tudo é uma porcaria, não é mesmo? Pelo menos os efeitos especiais, que tiveram a vantagem da frenética evolução técnica de cinco anos desde Superman III, são bons, obviamente. Não, não são mesmo. São ruins. Péssimos na verdade. Tão mal feitos que eles representam uma involução de algo como 30 anos, tudo diante do orçamento de ridículos 17 milhões de dólares que a produção teve à sua disposição. O uso do chroma key é um dos piores em grandes lançamentos, deixando à vista as “bordas” nos personagens. Nem mesmo a técnica de cabos para fazer com que Reeve voasse e que foi levada à perfeição já em Superman – O Filme, está presente aqui. Se a produção original nos fez acreditar que o homem pode voar, Superman IV nos faz ter certeza de que o homem não deveria nem mesmo tentar tirar os pés do chão. É doloroso ver Reeve suspenso de qualquer jeito em cabos semi-aparentes que em nenhum momento convencem minimamente que seja.
E, claro, nem entrarei em aspectos como, no vácuo do espaço, as capas do herói e vilão balançam ou o som de vozes são propagados ou como Lacy Warfield (Mariel Hemingway vivendo personagem nova que, no momento, tenho preguiça de explicar quem é) consegue respirar normalmente em órbita da Terra. Custava no mínimo tentar sem cientificamente aceitável para crianças de Jardim de Infância? Precisa mesmo, como a cereja no bolo, errar até mesmo nisso?
Superman IV é um filme que não deveria ter sido feito. Superman e sobretudo Christopher Reeve mereciam mais, muito mais. É um acinte cinematográfico que deveria ter sido punido com trabalhos forçados para Golan, Globus e os manda-chuvas da Warner na época.
Mais problemático até do que o tom pastelão gratuito do filme, é o roteiro dos Newman que não sabe para onde vai. Só para se ter uma ideia, a fita fica em um marasmo inaceitável ao longo de pouco mais da metade do tempo, quando então, finalmente, os caminhos de Gus, Ross Webster e Superman se cruzam. Essa lerdeza na progressão narrativa, então, desnecessariamente alonga a duração do filme, arrastando as histórias em diversos momentos e deixando à mostra o vazio narrativo que a produção sofre. É absolutamente divertido ver essa performance e, muito sinceramente, ela vale ter que assistir Superman III em sua integralidade. E o melhor é que o roteiro não encontra uma solução mágica para o problema e faz com que as duas facetas de Superman lutem entre si em um épico embate psicológico em um ferro velho. Além disso, a fotografia ganha cores emudecidas e o uniforme do Superman perde as cores, ficando em tonalidades mais sombrias que combinam à perfeição com seu estado de espírito (e que, curiosamente, seriam usadas em Superman – O Retorno e O Homem de Aço sem função narrativa alguma). Se eu fosse julgar Superman III apenas pela fase má do herói, o filme provavelmente levaria avaliação máxima.
No entanto, infelizmente não é assim que a banda toca e, apesar do roteiro, depois que Superman se recupera da kriptonita adulterada nunca mais voltar ao tom bobalhão de assola a primeira metade, ele não chega a empolgar de verdade, além de usar expedientes cheios de clichê para gerar a luta final entre Ross, com ajuda de seu supercomputador criado por Gus e Superman. Se os Newman tivessem se esforçado nesses 30 minutos finais, o começo pastelão até poderia ser amenizado, mas não é isso que acontece.
Os efeitos especiais são bem trabalhados na produção, que, não tendo que lidar com combates aéreos como em Superman II, sabe equilibrar sobreposições de imagem com efeitos práticos bastante convincentes para a época. Vale especial destaque as sequências de voo simples e a transformação da irmã de Ross em robô.
Superman III tem boas ideias, mas elas acabam ficando soterradas pela tentativa de ridicularizar o Superman com um tom de comédia que nunca chega realmente a funcionar. Considerando a rica mitologia do personagem, muito admira que nada dela seja usada aqui e que o resultado seja desapontador.
Com Donner defenestrado, O Roteirista Mankiewicz se recusou à voltar para a continuação (apesar de ter mantido seu crédito de “consultor criativo”) e Stuart Baird, o montador original, também pediu demissão. Até mesmo Gene Hackman, que há havia filmado grande parte das cenas que seriam usadas, recusou-se a continuar trabalhando, sendo substituído por um dublê de corpo (vejam com calma e perceberão quando não é Hackman diante das câmeras). E, como se isso não bastasse, Marlon Brando que tinha participação na bilheteria dos dois filmes, ajuizou uma ação contra os Salkind por ter recebido a menos pelo primeiro filme, levando os produtores a cortá-lo completamente da continuação (apesar de as sequências todas com ele terem sido filmadas), substituindo-o por Susannah York no papel de Lara, mãe de Kal-El. Em outras palavras, um pandemônio total, apesar do enorme sucesso do original em 1978.
Mesmo com essa enorme confusão, o resultado final é bom, enquanto podia ter sido muito bom, talvez até mesmo excelente. Partindo do preâmbulo de Superman – O Filme, em que vemos Jor-El (Brando) banindo os vilões General Zod (Terence Stamp), Ursa (Sarah Douglas) e Non (Jack O’Halloran) para a Zona Fantasma, Superman II começa com sua libertação em razão da explosão no espaço do elevador da Torre Eiffel cheio de explosivos que Superman arremessa longe. Não demora e os três kriptonianos, percebendo os poderes que recebem em razão dos efeitos do sol amarelo sobre sua fisiologia, partem para dominar a Terra, algo que conseguem sem muito esforço. Superman, por sua vez, depois que Lois Lane (Margot Kidder) descobre sua identidade durante uma investigação jornalísticas nas Cataratas do Niágara, abdica de seus poderes usando um aparelho de sua Fortaleza da Solidão, somente para retornar à civilização e descobrir tudo dominado por Zod. Apesar de todos os problemas, Superman II está longe de ser um filme ruim. Muito ao contrário, na verdade, é bom, ainda que desaponte em comparação com seu sucessor (mas aí é covardia, não é mesmo?). O conflito interno do personagem entre a humanidade e a figura do messias é fortemente ampliada aqui e Reeve consegue criar uma terceira persona. Se ele já havia sido perfeito como o bobalhão Clark Kent e o heroico Superman, aqui ele cria o “Superman sem o super”, um misto extremamente convincente entre os dois personagens anteriores. Mesmo sem curvar as costas, depois de abrir mão de seus poderes e colocar um litro de gel no cabelo, vemos em seu magnífico semblante partes iguais dos dois lados da mesma moeda, em mais uma demonstração de como o saudoso autor é e sempre será o Superman definitivo.
Do lado dos super-vilões, a forma como o roteiro consegue criar um movimento circular em relação ao que vemos no início do primeiro filme é de se aplaudir. Jor-El expulsa de seu planeta a maior ameaça a seu próprio filho, que precisa tornar-se finalmente o pai para resolver o problema. É, de certa forma, a continuação da Jornada do Herói do primeiro filme, com o atingimento da maturidade super-heroística de Superman ao enfrentar seus medos e ao humanizar-se completamente.
Superman II poderia ter sido muito mais do que foi (e acabou sendo, mas não tanto, na versão de Richard Donner, mas isso fica para outra história), mas mesmo assim não desaponta completamente e acaba sendo uma agradável e eficiente aventura do mais famoso super-herói de todos os tempos. É um filme cujo potencial podemos entrever escondido atrás dos problemas da produção e que ficará na mente de quem o assistir com o espírito correto.
O grande trunfo está em Christopher Reeve, creio. O saudoso ator, então com 26 anos e tendo na carreira participação em três séries de TV e uma ponta em um longa-metragem, encarnou o herói de tal maneira que ele se tornou o personagem. Reeve tem sua imagem gravada no imaginário popular como o Superman e o Clark Kent perfeitos e jamais realmente superados. Muitos, com o olhar mais cínico de hoje em dia, considerarão sua atuação como bobinha, até mesmo ruim, mas uma cena, tenho certeza, se analisada com calma, enterrará esse raciocínio canhestro que já ouvi e li por aí várias vezes. Logo após o voo de Superman com Lois Lane (Margot Kidder), Clark chega no apartamento da repórter para levá-la para jantar. Quando ela vai se ajeitar e sai do aposento, Christopher Reeve faz o inimaginável: de Clark Kent ele se transforma em Superman diante dos nossos olhos, sozinho, sem truque de câmera, sem efeitos visuais. É o ator camaleônico comprovando que sim, Clark Kent pode esconder sua verdadeira identidade atrás apenas de um par de óculos. Notem como o ator, com costas arqueadas como Clark Kent, fica ereto e portentoso segundos depois, ao mesmo tempo em que tira o óculos e deixa seu rosto à mostra. É quase inexplicável o que acontece naquele momento, mas é quase tudo que se precisa saber sobre o trabalho de Reeve. O outro aspecto que é necessário salientar é sua incrível capacidade de verdadeiramente nos convencer que um homem pode voar. Não, não revirem os olhos e pensem. O filme foi produzido na segunda metade da década de 70, depois de Star Wars, obra que liderou a mudança do conceito de efeitos especiais. Mas Star Wars é um filme que se passa há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante e problemas nos efeitos são disfarçados pelo contexto alienígena sem regras terrenas. Superman, por sua vez, se passa na Terra, sendo sujeito às nossa regras. Um homem voando em nosso meio é como um letreiro neon no meio de uma rua escura. Dói os olhos. Mas, de alguma maneira inexplicável também, Christopher Reeve, trabalhando com os magos dos efeitos especiais da época (que testaram diversas técnicas ao longo de meses, sem resultado), conseguiu uma postura pendurado por desconfortáveis cabos que nos leva realmente a aceitar que voar é normal se você estiver vestido com um vistoso uniforme azul e vermelho. Superman – O Filme, é um marco na Sétima Arte. É o filme de super-herói que se mostrou muito além de seu tempo, muito maior até mesmo do que a mística em torno de seu personagem-título. É uma obra-prima ainda sem precedentes de uma era talvez mais simples, mais inocente, mas não menos interessante.
Eu vi o filme primeiro e fui inspirada a ler o livro. No meio da minha leitura, vi o filme novamente. Mesmo que o filme esteja longe de ser fiel ao romance fantástico de Jim Carroll, eu ainda o considero um dos filmes mais importantes que já vi (e o romance de Carroll, meu livro favorito).
Mesmo que o filme tenha representado 80% (se não 90%) da vida de Carroll, sua mensagem antidrogas ainda é forte e poderosamente entregue. A surpreendente cena de retirada de DiCaprio é a que você provavelmente se lembra da coisa toda, e eu acho que ela fornece um espelho para os usuários de drogas investigarem, para ver como eles realmente se comportam.
(leve spoiler) Qualquer um que tenha visto este filme deve saber que o vício em drogas iria estragar a vida de uma pessoa. Embora Carroll - tanto a versão cinematográfica quanto a figura da vida real - tenha saído de uma pessoa mais forte, nem todo mundo tem isso para acabar com o hábito. Exemplo: Mickey (Mark Wahlberg) tem que usar sua vida para pagar por uma ação drástica e irreversível que aconteceu por um capricho de fúria, quando ele foi enganado por um vendedor de drogas, e Pedro ainda está com heroína mesmo depois do campo de reforma. (spoiler final) "Diaries" é ao mesmo tempo tocante e triste, mas mais importante, é poderoso.
Leonardo DiCaprio era perfeito como Jim Carroll, se não um pouco magro para um jogador de basquete. Eu considero Leonardo, junto com Joaquin Phoenix, o melhor ator de sua geração, e não é difícil saber por quê. Eu li um comentário aqui que dizia que ele abusou da cena do lado de fora do apartamento de sua mãe. Bem, eu imploro para diferir. De que outra forma ele deveria agir sob tal desespero extremo? Os gemidos e reclamações de DiCaprio foram nítidos, porque é exatamente assim que eu soo quando choro (e quero dizer, REALMENTE choro). Essa cena foi a mais memorável para mim, seguida por sua cena de retirada, que eu achava que valeria o preço do DVD sozinho. DiCaprio parecia nojento com baba em todo o rosto que estava sangrando no início, e foi completamente eficaz. Mark Wahlberg, Patrick McGaw e James Madio deram todo o apoio, mas a estrela aqui é realmente DiCaprio.
Para reiterar: "The Basketball Diaries" é um dos filmes mais importantes que já vi, e o livro é um dos melhores e também importantes que li. Adolescentes deveriam ver esse
A química entre Ralph Macchio e Elisabeth Shue é ouro puro! Este filme é realmente relacionado a quase todos que já foram escolhidos. Eu também acho que Pat Morita fez um ótimo trabalho, mantendo a inteligência para este filme. Os personagens realmente desempenham um ao outro e o resultado é surpreendente. Uma coisa, no entanto, acho quase inacreditável, é que neste filme, Ralph Macchio tem quase 23 anos de idade e aparentando 16 Com sua habilidade de fazer um papel tão jovem e suas atuações em Vidas Sem Rumo, junto com esses filmes de Karate Kid, um extremamente bom clássico.
fui assistir com expectativas tão altas e estava esperançosa de que seria um pouco reminiscente do primeiro filme, mas infelizmente não era para ser. Que decepção. Desde o início, algo parecia estar fora do roteiro e da atuação, parecia que as piadas estavam ... faltando. Eu assumi que era um filme que melhorava quanto mais você assistia e eles estavam guardando as melhores risadas para o segundo ato. Mas não, quase nenhuma piada memorável, apenas muitas e muitas cenas de ação em cgi que pareciam chatas. Eu me encontrei entediado e bocejando no enredo magro e personagens superficiais. A X-Force parecia promissora, mas isso não durou muito. Um muito frustrante 2hrs e dinheiro desperdiçado em que era essencialmente uma falha total de uma continuação que poderia ter sido tão divertido quanto o primeiro.
Terapia Intensiva
3.5 20 Assista AgoraEm 1948, o veterano da Segunda Guerra Jimmy Picard (Benicio Del Toro) sofre com terríveis dores de cabeça, falta de ar e pesadelos. Descendente de índios, Picard é levado por sua irmã (Michelle Trush) para uma hospital militar psiquiátrico em Topeka no Kansas.
Após diversos exames, os médicos acreditam que ele sofra de esquizofrenia, mas para um diagnóstico correto, o diretor do local convida o antropólogo Georges Devereux (Mathieu Amalric) para examinar Picard.
Especialista em costumes indígenas, Devereux vê a chance de ajudar o paciente e também de se aprofundar nos seus estudos ligando antropologia e psiquiatria.
Baseado na história real que rendeu um famoso livro de Georges Devereux, este filme é uma longa sessão de terapia. A narrativa foca nas crises do protagonista vivido por Benicio Del Toro e nas conversas com o psiquiatra que aos poucos desvenda as causas por trás do sofrimento do paciente.
A história não tem vilões ou reviravoltas, a proposta é detalhar a troca de informações e de conhecimentos entre médico e paciente. É um longa indicado para quem tem curiosidade sobre psicologia e psiquiatra. Para quem não gosta do tema, o filme com certeza será cansativo.
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraDepois da trilogia de O senhor dos anéis fazer um sucesso estrondoso, quase três bilhões nas bilheterias e ainda levar 14 Oscars, o diretor Peter Jackson resolveu contar a história que se passa antes de tudo que vimos. É a história de como Bilbo Bolseiro conseguiu o anel que deixou para Frodo. Não chega a ser decepcionante como A ameaça fantasma, mas com certeza está muito aquém do que se deveria esperar. Ou simplesmente pode ser o caso de ser porque essa história realmente devesse ter sido contada antes.
Digo isso, porque provavelmente se tivesse sido contada antes, um único livro não teria sido transformado em uma trilogia de filmes. Se na trilogia original Jackson realizou uma série de cortes para termos uma média de três horas por filme, o que temos aqui é uma história bem mais simples que foi esticada até não poder mais para poder justificar a razão de termos três filmes com menos de três horas, ao invés de um só, ou quem sabe com boa vontade até mesmo dois.
Claro que ter menos de três horas não quer dizer que temos uma história que flua mais rápido. Na verdade estamos longe disso. Levamos muito tempo acompanhando até que Bilbo (Martin Freeman) concorde em ir na viagem com os anões, e com o final do filme parece que sua viagem, que no livro é bem mais curta que a de Frodo, vai levar muito mais tempo para ser contada. Tudo isso com a escolha da filmagem em 48 quadros por segundo (tradicionalmente se usa 24) que, na minha opinião, não funcionou muito bem.
Ao invés de se preocupar em contar a história que temos no livro, o diretor teve que se preocupar também em não entregar três filmes com menos de uma hora de duração. O que se vê na tela são diversas cenas que não estão no livro e que não funcionam nada além de transformar o filme em mais um possível parque temático como Piratas do Caribe. Depois de mais de duas horas de duração, cheguei a duvidar se Bilbo encontraria o anel, mas pelo menos temos o direito de ver a cena em que ganha o objeto feito da maneira correta. É a melhor parte do filme, e é uma pena que o resto das cenas não acompanhe nem de perto essa magia. Não deixa de parecer em nenhum momento que um filme poderia ter sido suficiente.
Lutador de Rua
3.6 52 Assista AgoraBaita filme! Bronson em grande forma de atuação, fugindo dos clichês dos filmes de faroeste e policiais que lhe marcaram a carreira. Recomendadíssimo... Curiosidade:este é filme favorito do mark wahlberg
Desejo de Matar
3.6 237 Assista AgoraCharles Bronson atua perfeitamente como o arquiteto Paul Kersey, que se transforma em vigilante. Ele não é um super-herói ou o Justiceiro, ele é apenas um cara comum normal. Ele não apenas virou um vigilante à noite tão cedo, ele foi dilacerado depois que sua família foi brutalmente agredida em frente à luz do dia em seu apartamento. Sua esposa foi espancada, assassinada e sua filha foi estuprada. e a polícia não faz nada que não tenha chance de pegar as pessoas que fizeram isso. Vincent Gardenia como o detetive Frank Ochoa, ele também mostra o trabalho da polícia, que eles fazem de tudo para pegar o cara que está matando os ladrões. Gardenia faz um poderoso desempenho realista como o policial Frank Ochoa fazendo seu trabalho.
É um grande clássico, Bronson foi um grande herói nos filmes de ação.
Duro de Matar: A Vingança
3.6 299 Assista AgoraEste filme inova o "Duro de matar", pois não ocorre em um único ambiente, é na cidade toda de Nova York, resgatando personagens antigos e introduzindo novos como Samuael Jackson, onde eles devem usar a lógica e o raciocínio para impedir os atentados terroristas. Imperdível.
Amores Brutos
4.2 818 Assista AgoraIntercalar diversas linhas narrativas de forma não linear não é uma tarefa fácil, mas também não chega a ser uma grande novidade. Diversos diretores importantes já utilizaram muito bem este recurso ao longo da história. Entretanto, o que chama a atenção em “Amores Brutos” é como a escolha de Iñárritu enriquece a narrativa, criando um painel nem tão complexo, mas que explora com destreza o tema central da narrativa, que são os tortuosos conflitos familiares entre os personagens e a ambígua dualidade entre amor e violência. Voltaremos aos aspectos temáticos em instantes, mas antes vale destacar que esta destreza na condução da narrativa conta também com uma parte técnica impactante, através da escolha de câmeras de mão e de uma paleta crua que cria uma atmosfera realista coerente com o ambiente onde se passa a narrativa.
Observe, por exemplo, a sequência que abre o longa, uma perseguição alucinante nas ruas da caótica Cidade do México em que a câmera ágil de Iñárritu nos coloca dentro do carro sem jamais soar confusa, encerrada pelo surpreendente acidente que cria o ponto de conexão entre os personagens centrais da narrativa. A partir de então ganha destaque a montagem inteligente de Luis Carballar, Fernando Pérez Unda e o próprio Iñárritu, que transita entre os núcleos da narrativa de maneira bem definida, vez por outra cruzando os personagens de núcleos distintos. Ainda assim, é uma montagem mais convencional do que veríamos posteriormente em “Babel” e principalmente em “21 gramas”, os dois longas que fecham a trilogia da morte, como ficou conhecida.
Por sua vez, a trilha sonora de Gustavo Santaolalla surge em momentos pontuais, apostando tanto em músicas latinas quanto numa bela trilha instrumental que depois se tornaria marca de Iñárritu em seus filmes, ao passo que o design de som se destaca em momentos especiais, como quando capta a angústia dos envolvidos no acidente e, especialmente, ao transmitir a aflição de Valeria enquanto ouve os grunhidos de sofrimento de seu cachorro preso no assoalho.
Traçando um paralelo com os cachorros do título original para abordar conflitos familiares e a natureza ambígua do ser humano, Iñárritu cria um interessante painel que oscila entre a amargura e a esperança, demonstrando que podemos encontrar traços de humanidade mesmo onde só enxergamos raiva e rancor. Aquela esquina mudou a vida de todos os personagens e também o destino da carreira de Iñárritu. A diferença é que, no caso do talentoso diretor mexicano, a mudança não foi acidental.
Anon
2.8 268 Assista AgoraUma das coisas mais relevantes da obra é a forma como os dispositivos eletrônicos, as informações sobre pessoas e objetos, e as leituras técnicas de tudo o que o olho vê, são colocadas na tela, via ponto de vista dos personagens. Esse tipo de trabalho sempre causa divisão entre críticos e espectadores, e cada lado tem material o bastante para defender o que acredita ser bom ou ruim nessa situação. O que ambos os times haverão de concordar aqui é que o excesso nessa técnica atrapalha a obra. Claro que a gente pode analisar o longa a partir de uma visão simples de contexto visual + dramático. E nesse aspecto eu faço coro aos defensores do uso, pela simples coerência narrativa. Se a obra fala do anonimato de uma mulher em uma sociedade totalmente vigiada por Corporações e pelo Estado (supostamente “para a segurança de todos“), então não é espantoso que seja mostrado na tela a maneira como essa vigilância é feita. Como as pessoas veem umas às outras. Como este “mundo vigiado” funciona.
Mas vejam bem, tudo tem limites. A base da investigação, a ajuda para criar o suspense, o impacto que essa vigilância tem sobre as pessoas, tudo isso é rapidamente compreendido pelo espectador. Como o roteiro de Niccol não é profundo — o filme é essencialmente uma investigação futurista com poucos atores e crimes misteriosos demais para exigir largos pensamentos do público, que foca pontualmente na resolução –, toda a nossa atenção se dirige para quem são essas pessoas, que tipo de punições existem e que manipulações desse Éter eletrônico são possíveis. Algumas cenas logo no primeiro ato já mostram com clareza tudo isso para nós, conseguindo até dar informações sobre os personagens, cabendo bem pouco ao roteiro desenvolvê-los. Aí é que a coias fica complicada. Porque tendo todo esse facilitador na tela, o texto de Niccol se debate em desespero para nos fazer acreditar em “fantasmas e comportamentos ocultos” quando na verdade não existe nada que beneficie os personagens a partir daí. A única que ganha um pouco mais de atenção — algo que podemos chamar de desenvolvimento, mas isso ainda é demais aqui — é Amanda Seyfried, embora o texto perca uma quantidade inacreditável de oportunidades para tornar o filme de fato interessante, a partir da exploração dos mistérios em torno dessa personagem.
O exagero é tamanho, que quando as indicações eletrônicas desaparecem da tela, nós ficamos aliviados. E não, a justificativa de “isso é necessário para mostrar o impacto deste mundo vigiado” não se enquadra nesse contexto, porque a obra não mostra sequer um movimento anti-vigilância — A Garota não tem agenda política –, de modo que qualquer suposta crítica pela exploração exagerada, ou intenção de choque visual por esse elemento, desvanece. Basta olhar com atenção para o que o próprio filme nos entrega. Em compensação, as missões são acompanhadas por uma ótima trilha sonora (de Christophe Beck, o mesmo de Homem-Formiga e Trolls) e uma sequência de ações finais muito interessantes. Tudo bem que a resolução do caso é um misto de anticlímax com desperdício de oportunidades, mas pela longa preparação até aquele momento, o fim tem sim o seu impacto sobre o público. É de se lamentar que não haja um trabalho mais cuidadoso com edição e mixagem de som e que o roteiro tenha ficado tão encantado com a ideia de “investigação manipulada e impossível” que tenha se esquecido que por mais exótico que seja esse lado da história; personagens blasé, contextos rasos e repetições cênicas não passariam batidas pelo público, e que teriam um grande peso para o filme. Assim aconteceu.
Marcas do Destino
4.0 196A cinebiografia é de Roy, mas Florence Dennis ganha bastante destaque, principalmente por conta do roteiro que foge de esquematismos. Ela é uma mãe imperfeita, pelo menos diante dos padrões que a sociedade impõe. Viciada em drogas, não consegue se controlar em muitos momentos, mas ainda assim, exerce de maneira competente o seu “papel” de mãe, ao fornecer o devido apoio ao filho sempre que necessário. O vício, entretanto, não impede que ela seja responsável com as questões ligadas ao filho. Dentro do esquema maternal ela é até muito compenetrada. Ela nos remete ao que o especialista Paniagua traz, em A Família de Crianças com Necessidades Educativas Especiais, quando afirma que os padrões de força, eficácia, beleza e perfeição são valorizados na sociedade, o que faz com que as pessoas esperam que seus filhos sejam eficientes e tenha saúde. Casos como o de Roy fazem os pais revisarem os seus projetos, interrompidos pelos obstáculos oriundos das “imperfeições” e dos limites trazidos pela deficiência. Em suma, mães como Florence Dennis vivem experiências de adaptação complexa, algo que pode ser doloroso e longo.
Lançado em 1985, Marcas do Destino é um drama que edificante que foge das emoções vulgares, comuns aos filmes desse estilo. A história não entra em outros detalhes, mas a história de Roy é muito conhecida fora da ambientação fílmica, pois o seu caso raro mexeu com a comunidade médica e levantou debates que extrapolam a ficção. Desenganado ainda quando tinha dois anos, sob a promessa que não passaria dos quatro anos de idade, o jovem Roy lutou o quanto pode e viveu até os dezesseis anos.
A sua mãe, um exemplar perfeito de um ser humano comum, sem heroísmos fajutos, e por isso, repleta de erros e acertos em suas escolhas, sem a composição essencialista maternal típica hollywoodiana, é um modelo adequado para a composição de um equilibrado desenvolvimento de perfil e necessidade dramática de um personagem. Cher, em uma das suas atuações mais exemplares, consegue alavancar tais qualidades, ao entregar um excepcional desempenho dramático.
Garota, Interrompida
4.1 1,9K Assista AgoraUm filme que navega em águas profundas, sem ter medo de trazer leveza para uma zona tão abissal. Talvez esta seja uma das principais características de Garota Interrompida, drama dirigido por James Mangold, baseado no livro autobiográfico homônimo de Susanna Kaysen. Com roteiro assinado pelo cineasta, numa parceria com Anna Hamilton Phelan, a narrativa aborda questões ligadas aos transtornos psicológicos de seus personagens, sem necessariamente as apresentarem como seres decrépitos, tal como acontece em muitos filmes deste estilo.
Realizado no hospital psiquiátrico conhecido por atender celebridades dependentes nos anos 1960, Garota Interrompida foge do sofrimento, sem eletrochoques e sonoterapia. Não há tortura psicológica para deixar os espectadores mais sensibilizados, ao contrário, o filme aposta no lirismo da trilha sonora e nos elementos visuais para fazer com que mergulhemos nos anos 1960 e os sintamos por meio da imagem e do som.
Refletir sobre todos estes temas é trafegar por um campo minado. Por isso, a abordagem estilística e as escolhas narrativas do filme abriram esta reflexão por um motivo. Em 1999, quando lançado, houve um intenso debate, realizado por alguns críticos e espectadores. Era época de democratização da esfera virtual pública e as pessoas nesta época, diferente das cartas ao leitor das revistas impressas e dos jornais, espaços que eram mais seletivos, tinha a possibilidade de entrar em contato com o crítico e se possível, iniciar um debate que mantinha a obra em evidência. Alguns eram pertinentes, outros são apenas comentários vagos e sem força reflexiva alguma. Mas uma discussão ganhou bastante evidência. Alguns espectadores, dentre eles, especialistas da área, criticaram o posicionamento do crítico e cineasta Carlos Gerbase acerca dos questionamentos referentes ao conteúdo do drama, tratado, segundo as afirmações dos espectadores em debate, com muita leveza e sem a seriedade necessária para este tipo de história.
Creio que seja tarde, mas após quase vinte anos do profícuo debate, exponho o meu ponto de vista, mesmo que atrasado. Garota Interrompida é ficção, por isso, o tratamento denso das questões não precisa necessariamente de um design de produção carregado de espaços escuros e objetos com simbologia expressionista/surrealista, tampouco uma trilha sonora sufocante. Aposto que o interessante do filme é não buscar trafegar na mão dos estereótipos, algo que seria muito comum e mais óbvio. Escolher a atmosfera clean e apostar na construção dos diálogos com certeza foi uma estratégia mais eficaz, numa possibilidade de exposição de um tema complexo sem necessariamente tornar a narrativa hermética. Lúdico, lírico e delicado, a produção é um presente para os apaixonados por discussões sobre problemas familiares, liberdade e seus desdobramentos.
A Troca
4.0 1,6K Assista AgoraDiante da situação exposta é preciso explicar o que de fato antecedeu tais problemas. Alguns meses depois a polícia informa que a criança foi encontrada. O encontro público é agendado, pois se acreditava que isso poderia melhorar a imagem dos envolvidos na investigação perante a sociedade. Ele insiste ser seu filho, mas ela nega veementemente. O garoto de nove anos que tinha uma relação tão próxima com a sua mãe não é aquele garoto que se apresenta diante dos seus olhos incrédulos. Como lidar? É a partir disso que a personagem é tida como uma mãe louca que precisa ser tratada como alguém “fora de si”. Ser mãe, em A Troca, é padecer no inferno da incerteza. É sofrer por conta do amor incondicional e passar todo o resto de vida em busca de respostas que nunca chegarão completamente, o que aumenta exponencialmente o sofrimento da personagem, e, por sua vez, a catarse do público, quase comprometida por conta das irregularidades já notificadas anteriormente.
Narrado por meio da montagem de Joan Cox e Gary Roach, o filme acerta na direção de fotografia assinada por Tom Stern, eficiente ao retratar bem os elementos organizados pela belíssima direção de arte de James J. Murakami, atenta ao tempo histórico em questão. Fotografias, paleta de cores e sombras bastante significativas dão o tom da união certeira de ambos os setores. A música, assinada pelo versátil Clint Eastwood soa intrusiva em alguns trechos, forçada demais, num exercício pobre artisticamente, algo que nos surpreende, afinal, foi realizado por um cineasta tão experiente e anteriormente mais eficaz.
A Troca é um angustiante retrato de uma mulher que atravessou parte da sua vida imbuída pelo estoicismo, padrão de mãe ideal, aquela em busca de respostas sobre o paradeiro de seu filho. Tal como Zuzu Angel, Christine Collins sofreu da dor de não saber exatamente os pormenores que detalharam o destino final e trágico. Diferente da personagem de Michelle Pfeifer em Nas Profundezas do Mar Sem Fim, Collins nunca conseguiu reencontrar o seu filho perdido. Triste fim para uma mulher tão determinada a exercer o seu “papel” de mãe. A dor, em casos como este, ao menos nas narrativas cinematográficas, aparenta ser maior, pois a sensação de dúvida no ar se torna mais incomoda que confrontar a realidade violenta nua e crua.
O Estranho Que Nós Amamos
3.9 132 Assista AgoraChega a ser hilária a campanha de marketing da Universal Studios em relação ao lançamento de O Estranho Que Nós Amamos. Sem saber exatamente o que fazer com um filme que navegava completamente contra a persona estoica e durona que Clint Eastwood construíra ao longo de anos com filmes como os que compõem a Trilogia dos Dólares, além de Meu Nome é Coogan, O Desafio das Águias e Os Abutres Têm Fome, algo que, aliás, continuaria ao longo da década de 70 especialmente com seu policial estilo “atire antes, pergunte depois” Dirty Harry, o estúdio apelou para aquilo que os fãs do ator esperavam e não o que a obra, baseada em romance de Thomas Cullinan, realmente é.
Não que isso não seja feito hoje em dia, claro, mas é que, olhando para trás, esse talvez seja um dos filmes em que esse distanciamento entre publicidade e conteúdo mais chame a atenção, bastando notar o pôster principal. Nele, dentro de uma moldura azul, vemos uma interessante e quase lisérgica arte em que Eastwood ganha destaque (obviamente) segurando uma arma como se estivesse pronto para atirar. No canto inferior direito, vários rostos de mulheres aparecem e a tagline, logo abaixo do nome do astro, é “seu amor… ou sua vida…”. Obviamente que o espectador desavisado não tem outra alternativa que não esperar um filme-padrão com Clint Eastwood à época, em que ele, de arma em punho e sem falar muito, salvará donzelas indefesas de um horrível perigo.
E a surpresa vem quando descobrimos que o personagem de Eastwood, o cabo John “McBee” McBurney, do exército da União, ferido em combate com os Confederados, somente pega uma arma em brevíssimos flashes ao passado salpicados durante a projeção e em um rápido momento mais para o final, quando atira offscreen em uma fechadura. Mais do que isso, seu personagem é metaforicamente emasculado na história, algo que contribuiu para o interesse do ator em justamente viver um papel diferente do que estava acostumado. Fico imaginando o desapontamento dos fãs do ator em 1971, levados pela publicidade enganosa da Universal.
Ainda que Eastwood seja o centro das atenções, algo que é natural não só por ele ser a estrela, mas também por ser o foco de todas as mulheres da escola (são nove no total, ainda que apenas cinco efetivamente desenvolvidas na trama), o roteiro adaptado de Albert Maltz não o glorifica. Aliás, verdade seja dita, nenhuma atitude dele ou das mulheres é realmente glorificada, evitando que a fita trafegue entre opostos muito claramente estabelecidos. Com rápidos flashes ao passado de McBee e Martha, aprendemos quem eles realmente são e, ao ouvirmos os pensamentos das demais personagens com suas respectivas vozes em uma estranha – mas que dá certo – escolha narrativa, entendemos exatamente o que cada uma imagina de si mesma, em um delicado jogo de interesses que vai sendo descortinado em uma abordagem cada vez mais sombria e claustrofóbica.
Siegel usa câmera estática, sem muita movimentação, para marcar as sequências normalmente longas e repletas de diálogos. Ao mesmo tempo, a fotografia do estreante Bruce Surtees (que também passaria a ser um nome constantemente ligado ao de Eastwood) força uma plasticidade de sonho na metade inicial da obra, dando a impressão que McBee chegou ao Paraíso, com belas mulheres servindo-o como se ele fosse um paxá. Na medida em que a trama ganha complexidade, Siegel fecha sua objetiva e Surtees escurece os tons, com a trilha de Lalo Schifrin intensificando-se quase como se estivéssemos diante de um filme de terror, emprestando um tom pesado, sujo e finalista à obra, trocando o Paraíso por uma espécie de Inferno ou, pelo menos, um Purgatório. O elenco feminino caminha de acordo com essa estrutura, trocando olhares sonhadores, lânguidos e admiradores por algo marcadamente mais sinistro e aterrador, algo que é ecoado pela persona aproveitadora de McBee que vai também aflorando, mesmo que, internamente para os espectadores, ela nunca seja escondida.
No final da projeção, é fácil entender o porquê de a Universal Studios não ter conseguido “vender” o filme, levando-o a seu fracasso retumbante de bilheteria. Infelizmente, a miopia do estúdio tornou O Estranho Que Nós Amamos um filme esquecido de um Clint Eastwood que já mostrava toda a intenção de quebrar o molde do personagem típico que ele havia construído para si mesmo, algo que ele demorou bastante para conseguir, se é que conseguiu. De toda maneira, essa não deve ser uma razão para não se conferir essa diferente e realmente provocativa obra.
O Estranho Sem Nome
3.8 255 Assista AgoraO Estranho Sem Nome é, afinal, uma obra poderosíssima, transcendendo o faroeste por si só, embora contenha elementos de uma clássica história de vingança, aliada também a um conto sobrenatural. O estranho, interpretado por Eastwood, tem prepotência e arrogância exaltadas, combinadas a desvios morais muito acentuados, como o fato do personagem logo estuprar Callie Travers (Mariana Hill), mulher que o insulta no início do filme. A cena é realçada pelo fato do personagem, de início, se apresentar “apenas” como um enigmático, mas estiloso caubói de faroeste, sem qualquer relance de crueldade como esse. As ameaças surgem de outros, que vão até o barbeiro acertar as contas com o pistoleiro, pela forma como foram tratados – enorme desprezo por parte do estranho aos insultos aleatórios. A morte dos três vagabundos é rápida, veloz, induzindo um ar “heroico” no estranho, com capacidades além da natureza humana, apenas para que esta seja subvertida depois. O protagonista, enfim, sai impune de toda essa história, mas a realidade é que não é ele a ser julgado pelos seus crimes, mas os habitantes, condenados eternamente pela hipocrisia que reside em suas falas. Em momento icônico, o estranho ordena que o hotel da região seja esvaziado, com todos os hóspedes sendo expulsos. O padre, interpretado por Robert Donner, critica a atitude do pistoleiro misterioso, logo sendo rebatido com a seguinte frase: “Todas essas pessoas são seus irmãos e irmãs? Então você não se importará se eles ficarem na sua casa”.
Ademais, talvez a maior virtude da obra encontre-se no mistério envolto de seu protagonista. Seria ele uma reencarnação de Jim Duncan, ou Duncan não morreu? Ambos os personagens são interpretados pelo mesmo ator, então as semelhanças são evidentes, mas nada é explicado didaticamente para o espectador. O Estranho Sem Nome não se preocupa em responder essa questão e termina como começou, misterioso. Paralelamente a isso, a direção é a maior responsável por transformar uma trama simples, consideravelmente previsível, em uma encenação sobre vingança e pagar de contas extremamente forte. A busca pelo suspense é uma constante; o forasteiro, um quebra cabeças por si só, com certas nuances, como o bom trato a indígenas locais, a diferi-lo de um anti-herói qualquer, mal por ser mal. Além disso, a fotografia acentua a inóspita região, com casas a serem feitas e, consequentemente, pintadas em vermelho. O estranho sobre o seu cavalo é absorvido pela imagem, tornando-se parte do cenário. A trilha sonora, inquietante, provoca os arrepios que a mera presença do sujeito indica. Por fim, ele está ali por uma razão, completamente desacordada da moral comum, de valores éticos maiores, mas ainda assim por uma razão. Seja enterrado de baixo da lápide contendo seu nome, ou cavalgando para o infinito sobre o seu cavalo, onde quer que Jim Duncan esteja, ele definitivamente foi vingado pela cidade hipócrita que um dia o traiu.
Sucker Punch: Mundo Surreal
3.4 3,1K Assista AgoraEu gostei do filme. Nao entendo muito das teorias da linguagem cinemática/visual ( sei lá), mas mesmo assim esse filme me fez pensar em questões pertinentes ao que é humano e na profundidade da nossa psique. rsrs
Superman IV: Em Busca da Paz
2.6 234 Assista AgoraE eu tentei. E tentei novamente. E depois mais uma vez. Confesso que saí frustrado da experiência, pois ela foi tão patética, tão abissal, tão ridícula que não consegui nem achar graça de momentos que poderiam ser involuntariamente engraçados ou mesmo vergonha alheia do pastiche a que o saudoso Reeve, que contribuiu com a “história” do filme, foi submetido.
A intenção de se encaixar a narrativa do Superman com a Guerra Fria (que não demoraria a acabar, vale notar) é até nobre, mas o roteiro é tão emburrecedor, tão idiotizante, que simplesmente induz ou ao sono ou à sucessivas reviradas de olhos e cliques no fast forward. É a versão “para gente muito burra” do conflito que manteve o mundo em impasse por décadas a fio a partir dos anos 50. Talvez fosse mais provável os símios da sala que mencionei criarem algo mais complexo do que a bobagem que Sidney J. Furie coloca na tela.
Falando em Furie, esse diretor que, de melhor em sua filmografia tem Águia de Aço, mostra toda sua incompetência em Superman IV. Na verdade, confesso que estou sendo maldoso. Não é exatamente incompetência, apenas mediocridade, com tomadas preguiçosas de câmera parada em planos gerais que não exigem nada do espectador e nem da equipe técnica. Mas vejam, Furie trabalhava com o “roteiro símio” de Konner e Rosenthal, além do orçamento padrão da Cannon Films, ou seja, algo como 10 dólares por dia de filmagem (com a expectativa de troco ao final de cada dia), já que a produtora nunca foi conhecida por esbanjar dinheiro. Confinado a essa situação kafkiana, poucos diretores seriam capazes de surpreender e Furie definitivamente não é um deles.
Mas nem tudo é uma porcaria, não é mesmo? Pelo menos os efeitos especiais, que tiveram a vantagem da frenética evolução técnica de cinco anos desde Superman III, são bons, obviamente. Não, não são mesmo. São ruins. Péssimos na verdade. Tão mal feitos que eles representam uma involução de algo como 30 anos, tudo diante do orçamento de ridículos 17 milhões de dólares que a produção teve à sua disposição. O uso do chroma key é um dos piores em grandes lançamentos, deixando à vista as “bordas” nos personagens. Nem mesmo a técnica de cabos para fazer com que Reeve voasse e que foi levada à perfeição já em Superman – O Filme, está presente aqui. Se a produção original nos fez acreditar que o homem pode voar, Superman IV nos faz ter certeza de que o homem não deveria nem mesmo tentar tirar os pés do chão. É doloroso ver Reeve suspenso de qualquer jeito em cabos semi-aparentes que em nenhum momento convencem minimamente que seja.
E, claro, nem entrarei em aspectos como, no vácuo do espaço, as capas do herói e vilão balançam ou o som de vozes são propagados ou como Lacy Warfield (Mariel Hemingway vivendo personagem nova que, no momento, tenho preguiça de explicar quem é) consegue respirar normalmente em órbita da Terra. Custava no mínimo tentar sem cientificamente aceitável para crianças de Jardim de Infância? Precisa mesmo, como a cereja no bolo, errar até mesmo nisso?
Superman IV é um filme que não deveria ter sido feito. Superman e sobretudo Christopher Reeve mereciam mais, muito mais. É um acinte cinematográfico que deveria ter sido punido com trabalhos forçados para Golan, Globus e os manda-chuvas da Warner na época.
Superman III
2.7 231 Assista AgoraMais problemático até do que o tom pastelão gratuito do filme, é o roteiro dos Newman que não sabe para onde vai. Só para se ter uma ideia, a fita fica em um marasmo inaceitável ao longo de pouco mais da metade do tempo, quando então, finalmente, os caminhos de Gus, Ross Webster e Superman se cruzam. Essa lerdeza na progressão narrativa, então, desnecessariamente alonga a duração do filme, arrastando as histórias em diversos momentos e deixando à mostra o vazio narrativo que a produção sofre.
É absolutamente divertido ver essa performance e, muito sinceramente, ela vale ter que assistir Superman III em sua integralidade. E o melhor é que o roteiro não encontra uma solução mágica para o problema e faz com que as duas facetas de Superman lutem entre si em um épico embate psicológico em um ferro velho. Além disso, a fotografia ganha cores emudecidas e o uniforme do Superman perde as cores, ficando em tonalidades mais sombrias que combinam à perfeição com seu estado de espírito (e que, curiosamente, seriam usadas em Superman – O Retorno e O Homem de Aço sem função narrativa alguma). Se eu fosse julgar Superman III apenas pela fase má do herói, o filme provavelmente levaria avaliação máxima.
No entanto, infelizmente não é assim que a banda toca e, apesar do roteiro, depois que Superman se recupera da kriptonita adulterada nunca mais voltar ao tom bobalhão de assola a primeira metade, ele não chega a empolgar de verdade, além de usar expedientes cheios de clichê para gerar a luta final entre Ross, com ajuda de seu supercomputador criado por Gus e Superman. Se os Newman tivessem se esforçado nesses 30 minutos finais, o começo pastelão até poderia ser amenizado, mas não é isso que acontece.
Os efeitos especiais são bem trabalhados na produção, que, não tendo que lidar com combates aéreos como em Superman II, sabe equilibrar sobreposições de imagem com efeitos práticos bastante convincentes para a época. Vale especial destaque as sequências de voo simples e a transformação da irmã de Ross em robô.
Superman III tem boas ideias, mas elas acabam ficando soterradas pela tentativa de ridicularizar o Superman com um tom de comédia que nunca chega realmente a funcionar. Considerando a rica mitologia do personagem, muito admira que nada dela seja usada aqui e que o resultado seja desapontador.
Superman II: A Aventura Continua
3.5 252 Assista AgoraCom Donner defenestrado, O Roteirista Mankiewicz se recusou à voltar para a continuação (apesar de ter mantido seu crédito de “consultor criativo”) e Stuart Baird, o montador original, também pediu demissão. Até mesmo Gene Hackman, que há havia filmado grande parte das cenas que seriam usadas, recusou-se a continuar trabalhando, sendo substituído por um dublê de corpo (vejam com calma e perceberão quando não é Hackman diante das câmeras). E, como se isso não bastasse, Marlon Brando que tinha participação na bilheteria dos dois filmes, ajuizou uma ação contra os Salkind por ter recebido a menos pelo primeiro filme, levando os produtores a cortá-lo completamente da continuação (apesar de as sequências todas com ele terem sido filmadas), substituindo-o por Susannah York no papel de Lara, mãe de Kal-El. Em outras palavras, um pandemônio total, apesar do enorme sucesso do original em 1978.
Mesmo com essa enorme confusão, o resultado final é bom, enquanto podia ter sido muito bom, talvez até mesmo excelente. Partindo do preâmbulo de Superman – O Filme, em que vemos Jor-El (Brando) banindo os vilões General Zod (Terence Stamp), Ursa (Sarah Douglas) e Non (Jack O’Halloran) para a Zona Fantasma, Superman II começa com sua libertação em razão da explosão no espaço do elevador da Torre Eiffel cheio de explosivos que Superman arremessa longe. Não demora e os três kriptonianos, percebendo os poderes que recebem em razão dos efeitos do sol amarelo sobre sua fisiologia, partem para dominar a Terra, algo que conseguem sem muito esforço. Superman, por sua vez, depois que Lois Lane (Margot Kidder) descobre sua identidade durante uma investigação jornalísticas nas Cataratas do Niágara, abdica de seus poderes usando um aparelho de sua Fortaleza da Solidão, somente para retornar à civilização e descobrir tudo dominado por Zod.
Apesar de todos os problemas, Superman II está longe de ser um filme ruim. Muito ao contrário, na verdade, é bom, ainda que desaponte em comparação com seu sucessor (mas aí é covardia, não é mesmo?). O conflito interno do personagem entre a humanidade e a figura do messias é fortemente ampliada aqui e Reeve consegue criar uma terceira persona. Se ele já havia sido perfeito como o bobalhão Clark Kent e o heroico Superman, aqui ele cria o “Superman sem o super”, um misto extremamente convincente entre os dois personagens anteriores. Mesmo sem curvar as costas, depois de abrir mão de seus poderes e colocar um litro de gel no cabelo, vemos em seu magnífico semblante partes iguais dos dois lados da mesma moeda, em mais uma demonstração de como o saudoso autor é e sempre será o Superman definitivo.
Do lado dos super-vilões, a forma como o roteiro consegue criar um movimento circular em relação ao que vemos no início do primeiro filme é de se aplaudir. Jor-El expulsa de seu planeta a maior ameaça a seu próprio filho, que precisa tornar-se finalmente o pai para resolver o problema. É, de certa forma, a continuação da Jornada do Herói do primeiro filme, com o atingimento da maturidade super-heroística de Superman ao enfrentar seus medos e ao humanizar-se completamente.
Superman II poderia ter sido muito mais do que foi (e acabou sendo, mas não tanto, na versão de Richard Donner, mas isso fica para outra história), mas mesmo assim não desaponta completamente e acaba sendo uma agradável e eficiente aventura do mais famoso super-herói de todos os tempos. É um filme cujo potencial podemos entrever escondido atrás dos problemas da produção e que ficará na mente de quem o assistir com o espírito correto.
Superman: O Filme
3.7 515 Assista AgoraO grande trunfo está em Christopher Reeve, creio. O saudoso ator, então com 26 anos e tendo na carreira participação em três séries de TV e uma ponta em um longa-metragem, encarnou o herói de tal maneira que ele se tornou o personagem. Reeve tem sua imagem gravada no imaginário popular como o Superman e o Clark Kent perfeitos e jamais realmente superados. Muitos, com o olhar mais cínico de hoje em dia, considerarão sua atuação como bobinha, até mesmo ruim, mas uma cena, tenho certeza, se analisada com calma, enterrará esse raciocínio canhestro que já ouvi e li por aí várias vezes. Logo após o voo de Superman com Lois Lane (Margot Kidder), Clark chega no apartamento da repórter para levá-la para jantar. Quando ela vai se ajeitar e sai do aposento, Christopher Reeve faz o inimaginável: de Clark Kent ele se transforma em Superman diante dos nossos olhos, sozinho, sem truque de câmera, sem efeitos visuais. É o ator camaleônico comprovando que sim, Clark Kent pode esconder sua verdadeira identidade atrás apenas de um par de óculos. Notem como o ator, com costas arqueadas como Clark Kent, fica ereto e portentoso segundos depois, ao mesmo tempo em que tira o óculos e deixa seu rosto à mostra. É quase inexplicável o que acontece naquele momento, mas é quase tudo que se precisa saber sobre o trabalho de Reeve.
O outro aspecto que é necessário salientar é sua incrível capacidade de verdadeiramente nos convencer que um homem pode voar. Não, não revirem os olhos e pensem. O filme foi produzido na segunda metade da década de 70, depois de Star Wars, obra que liderou a mudança do conceito de efeitos especiais. Mas Star Wars é um filme que se passa há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante e problemas nos efeitos são disfarçados pelo contexto alienígena sem regras terrenas. Superman, por sua vez, se passa na Terra, sendo sujeito às nossa regras. Um homem voando em nosso meio é como um letreiro neon no meio de uma rua escura. Dói os olhos. Mas, de alguma maneira inexplicável também, Christopher Reeve, trabalhando com os magos dos efeitos especiais da época (que testaram diversas técnicas ao longo de meses, sem resultado), conseguiu uma postura pendurado por desconfortáveis cabos que nos leva realmente a aceitar que voar é normal se você estiver vestido com um vistoso uniforme azul e vermelho.
Superman – O Filme, é um marco na Sétima Arte. É o filme de super-herói que se mostrou muito além de seu tempo, muito maior até mesmo do que a mística em torno de seu personagem-título. É uma obra-prima ainda sem precedentes de uma era talvez mais simples, mais inocente, mas não menos interessante.
Diário de um Adolescente
3.8 779 Assista AgoraEu vi o filme primeiro e fui inspirada a ler o livro. No meio da minha leitura, vi o filme novamente. Mesmo que o filme esteja longe de ser fiel ao romance fantástico de Jim Carroll, eu ainda o considero um dos filmes mais importantes que já vi (e o romance de Carroll, meu livro favorito).
Mesmo que o filme tenha representado 80% (se não 90%) da vida de Carroll, sua mensagem antidrogas ainda é forte e poderosamente entregue. A surpreendente cena de retirada de DiCaprio é a que você provavelmente se lembra da coisa toda, e eu acho que ela fornece um espelho para os usuários de drogas investigarem, para ver como eles realmente se comportam.
(leve spoiler) Qualquer um que tenha visto este filme deve saber que o vício em drogas iria estragar a vida de uma pessoa. Embora Carroll - tanto a versão cinematográfica quanto a figura da vida real - tenha saído de uma pessoa mais forte, nem todo mundo tem isso para acabar com o hábito. Exemplo: Mickey (Mark Wahlberg) tem que usar sua vida para pagar por uma ação drástica e irreversível que aconteceu por um capricho de fúria, quando ele foi enganado por um vendedor de drogas, e Pedro ainda está com heroína mesmo depois do campo de reforma. (spoiler final) "Diaries" é ao mesmo tempo tocante e triste, mas mais importante, é poderoso.
Leonardo DiCaprio era perfeito como Jim Carroll, se não um pouco magro para um jogador de basquete. Eu considero Leonardo, junto com Joaquin Phoenix, o melhor ator de sua geração, e não é difícil saber por quê. Eu li um comentário aqui que dizia que ele abusou da cena do lado de fora do apartamento de sua mãe. Bem, eu imploro para diferir. De que outra forma ele deveria agir sob tal desespero extremo? Os gemidos e reclamações de DiCaprio foram nítidos, porque é exatamente assim que eu soo quando choro (e quero dizer, REALMENTE choro). Essa cena foi a mais memorável para mim, seguida por sua cena de retirada, que eu achava que valeria o preço do DVD sozinho. DiCaprio parecia nojento com baba em todo o rosto que estava sangrando no início, e foi completamente eficaz. Mark Wahlberg, Patrick McGaw e James Madio deram todo o apoio, mas a estrela aqui é realmente DiCaprio.
Para reiterar: "The Basketball Diaries" é um dos filmes mais importantes que já vi, e o livro é um dos melhores e também importantes que li. Adolescentes deveriam ver esse
Karatê Kid: A Hora da Verdade
3.5 644 Assista AgoraA química entre Ralph Macchio e Elisabeth Shue é ouro puro! Este filme é realmente relacionado a quase todos que já foram escolhidos. Eu também acho que Pat Morita fez um ótimo trabalho, mantendo a inteligência para este filme. Os personagens realmente desempenham um ao outro e o resultado é surpreendente. Uma coisa, no entanto, acho quase inacreditável, é que neste filme, Ralph Macchio tem quase 23 anos de idade e aparentando 16 Com sua habilidade de fazer um papel tão jovem e suas atuações em Vidas Sem Rumo, junto com esses filmes de Karate Kid, um extremamente bom clássico.
Deadpool 2
3.8 1,3K Assista Agorafui assistir com expectativas tão altas e estava esperançosa de que seria um pouco reminiscente do primeiro filme, mas infelizmente não era para ser. Que decepção. Desde o início, algo parecia estar fora do roteiro e da atuação, parecia que as piadas estavam ... faltando. Eu assumi que era um filme que melhorava quanto mais você assistia e eles estavam guardando as melhores risadas para o segundo ato. Mas não, quase nenhuma piada memorável, apenas muitas e muitas cenas de ação em cgi que pareciam chatas. Eu me encontrei entediado e bocejando no enredo magro e personagens superficiais. A X-Force parecia promissora, mas isso não durou muito. Um muito frustrante 2hrs e dinheiro desperdiçado em que era essencialmente uma falha total de uma continuação que poderia ter sido tão divertido quanto o primeiro.
Violação de Conduta
3.4 119 Assista Agoraeste é um filme muito ruim ... classificação média de 2,3. tem um dos piores e bobos finais para um filme que poderia ser
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraPodem Falar o que quiserem mais este não é um Filme Do Batman o que torna assisti-lo oportunidade unica
Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer
2.9 929 Assista AgoraFicou Aquém do resultado esperado,não gostei do enredo fraquissímo.
Bruce Meu Queridão mais sorte No Duro De Matar 6
Descalços no Parque
3.6 97O Casal Central do filme torna este filme um acontecimento muito agradavel