Senti que essa série conseguiu deixar todos os episódios no mesmo tom, conversando entre si.
Lógico que tem episódios não tão bons assim, alguns bem óbvios, e uns poucos bem chatos, mas num apanhado geral Love, Death & Robots me convenceu, muito por causa da curta duração de cada episódio. A animação foi muito bem feita também, com variações interessantes, desde um 3D de video game até um traço de anime oriental.
A pegada adulta é meio que um chamariz pra galera se interessar, mas não vi nada de muito adulto nas narrativas, não que tire o mérito, mas a nudez e gore gratuito não funcionou algumas das vezes, e em uns dois episódios foi irrelevante. Em outros foi extremamente bem utilizado, ficando natural e me prendendo aos personagens.
As temáticas foram muito boas, ainda que copiando descaradamente outras produções. O jeito que essa série foi idealizada é original.
Vale muito a pena ver, recomendo os episódios Os três Robôs, Para Além da Fenda..., A Testemunha, Boa Caçada, Metamorfos e Zima Blue. Acho que são os mais legais e interessantes, fugindo um pouco do convencional.
A primeira temporada, sobre o O.J. Simpson foi incrível, todos sabem, e ainda bem que The Assassination of Gianni Versace toma um rumo completamente diferente.
Em Antologias a repetição pode ser algo prejudicial, e aqui a mudança de ritmo e história me surpreenderam. A história segue um caminho não convencional, de trás para a frente, humanizando e destrinchando o serial killer, Andrew Cunanan.
A produção é maravilhosa, bem imersiva. As atuações são sensacionais também, e o destaque certamente fica pro Darren Criss, que faz o protagonista. O personagem é muito bem escrito e o ator consegue passar toda a carga dramática e complexa de forma espetacular. Uma das histórias sobre assassinos que mais impactaram até hoje.
O roteiro dá uma deslizada de vez em quando, com situações convenientes e convencionais demais, deixando aquele ar de artificialidade. Os personagens secundários conseguem ser memoráveis, todos com um arco definido do começo ao fim.
A série deixa muitas mensagens e reflexões com seus múltiplos finais. Um soco no estômago sobre a real situação da homofobia, criação familiar e ganância. American Crime Story - The Assassination of Gianni Versace consegue incomodar, emocionar e impactar, cumprindo com sucesso sua proposta.
Uma série para um público bem específico. Acredito que a maioria poderia largar ela pela metade mesmo, tem muitas coisas que certamente não combinam com o padrão americano conhecido.
O destaque é o Park Chan-wook na direção. Todas aquelas coisas que gosto dele estão aqui, aquele zoom rápido, a virada brusca de câmera e todo o resto. Ele consegue dar ritmo por mais que eu ache que o roteiro não combine com a direção dele kkkk
O plot é um pouco difícil de entender mas é engajante. E ta aí uma coisa até um pouco confusa. Os primeiros 3 episódios deixam muitas interpretações abertas e gostei bastante, a série não fica se explicando ou se justificando. Toda aquela célula anti terrorista parece real demais!
Depois que entendi tudo que tinha pra entender, se era verdade, atuação ou não, meio que perde um pouco a força, embora o final seja bem executado. As atuações são muito boas e a fotografia conseguiu passar a sensação certa pra mim.
Pra quem gosta de romance, ação, espionagem, fritação e viradas no roteiro. Ótima série!
10 episódios de enrolação, com muitas decisões estéticas e narrativas duvidosas.
Não gostei das decisões da direção e fotografia, com enquadramentos confusos e cenas extremamente saturadas. Até entendi algumas composições junto com os figurinos extravagantes e cômicos com um clima surreal, mas ainda assim não gostei da maioria.
10 episódios foram muitos, 6 seriam o suficiente se soubessem contornar os arcos inúteis e se fossem mais objetivos em outros. Muitos desses arcos foram gratuitos e sem propósito, o que com um roteiro mais caprichado poderiam funcionar, já que a ideia era boa.
Me diverti e até me emocionei na parte final, apesar do tédio em alguns momentos. Christopher Meloni é carismático e se destaca na série. A Bryce Lorenzo me surpreendeu, ela é bem talentosa e entrega uma ótima performance.
Sou um dos trouxas que gostou do gancho no episódio final, e quem sabe até acompanharei uma possível terceira temporada.
Encontrei muitos problemas com essa temporada, mas ainda sim é um programa engajante e divertido.
Alguns absurdos como a ''ressurreição'' de alguns personagens ou a entrada forçada de outros foram os pontos baixos logo no começo da temporada. Os dois primeiros episódios perdem muito tempo com essa oscilação, mas a partir disso a série vai ganhando força e desenvolvendo a tensão emocional entre as protagonistas, que novamente são bem interpretadas.
O que mais me irritou foi a repetição de ideias nos episódios finais, praticamente um spoiler sobre o final a todo o momento. Um roteiro que tenta subverter acabou se tornando muito genérico, subestimando que tá assistindo. O episódio final, apesar de chegar em um lugar bom, com sentido e bem satisfatório, perdeu seu efeito por causa da má construção da trama como um todo.
Ainda assim, gosto de assistir, é leve, divertida e tem boas viradas de tirar o fôlego.
Não esperava que a segunda temporada pudesse trazer algo de novo, mas trouxe e funcionou demais!
O ritmo dos primeiros episódios parece confuso, não parece andar e meus sentidos estavam perdidos. Uma trama possivelmente óbvia que se transforma numa loucura sem igual! Fui pego de surpresa com os rumos da série, Barry não tem medo de arriscar, com ganchos inteligentíssimos e um roteiro afiado.
O episódio 5 foi uma celebração non sense. Uma das coisas mais fantásticas dentro desse estilo junto com o episódio ''Teddy Perkins'', de Atlanta.
Todas as viradas me causaram crises de riso. E a dosagem pro drama foi muito boa, com momentos muito fortes. O Drama e a comédia caminham juntos, num tom ácido e zombeteiro.
Tenho visto bastante coisas, e certamente GoT não é esse lixo que estão falando por aí. Se quiserem ver lixo eu recomendo alguns aqui. Mas não nego que foi decepcionante.
Não existe roteirista que salvasse esse final. Apesar de terem muitos erros, e a qualidade dos diálogos tenha caído desde a 5ª Temporada, o planejamento da série foi presunçoso e preguiçoso.
Imagine que as quatro primeiras temporadas ao invés de 40 episódios tivesse apenas 25. Qual seria a perda real, será que iríamos nos emocionar e curtir os personagens do mesmo jeito? A ideia de Maior=Melhor se provou mais uma vez errada. David Benioff e D.B. Weiss já tinham o controle criativo da série, que ultrapassou os livros, e porque não decidir por um final menor e mais contido, ou ter tentado prolongar para encaixar os grandes eventos?
Foi uma grande soberba, alterar o ritmo da série até então pra colocar ''grandes eventos'' toda hora. 3 guerras em uma temporada só. Qual real perigo isso gera? Decisões criativas erradas geraram esse final decepcionante.
Desde a quinta temporada Got sobrevive de grande momentos, e as tramas se tornando cada vez mais superficiais. A sexta temporada teve um final satisfatório, que compensa a temporada irregular. A sétima temporada foi um desastre, e a oitava encerra a série de forma fúnebre e apática. Resultado de um péssimo planejamento e uma mania de grandeza.
Gostaria sim que GoT fosse uma das melhores séries de todos os tempos, será lembrada como um grande marco, e foi mesmo. Mas para o panteão das melhores séries deixemos The Sopranos, The Wire, Twin Peaks... por enquanto.
Apenas 7 episódios e num ritmo difícil de se ver por aí. Se alguém procura uma grande série de fuga de prisão ou bem frenética pode acabar se decepcionando. Apesar de ter esses elementos, Escape at Dannemora opta por uma abordagem diferente e, pelo menos pra mim, muito mais arriscada.
A fuga em si não é o problema. Os personagens e seus arcos individuais são incríveis, e isso basta pra história. Os roteiristas estavam muito inspirados quando conceberam esse roteiro, e a direção excelente do Ben Stiller consegue dar dinamismo sem se esquecer dos momentos contemplativos e mais parados.
As atuações são as melhores dos últimos anos na televisão. Benicio del Toro e Paul Dano tem uma química impressionante, os dois já são excelentes atores e se dedicaram bastante. O destaque pra mim, fica pra Patricia Arquette, que antes só conhecia por Lost Highway do David Lynch. A personagem tem o arco mais complexo da série e a atriz rouba a cena toda hora. Em questão de atuação é uma das melhores da década.
Minha única ressalva fica pras escolhas musicais que não me agradaram 100%. Tirando isso, não reclamo de nada. Ainda destaco a fotografia fria e os grandes planos sequências. O final é arriscado e impecavelmente executado.
Uma comédia bem inteligente, que serve até para entreter alguns adultos.
Lembro que assistia Manual do Ned, na nick, ainda adolescente e gostava bastante. Hoje, revendo essa primeira temporada, vejo muitos elementos bons que me atraíam e ainda atraem para assistir.
As atuações são boas, pelo menos as do protagonistas, os personagens são bem legais também. Destaco os secundários, como o zelador, e os outros alunos da escola além do trio principal. Cada um tem trejeitos e ações próprios que perduram por toda a temporada, é muito gratificante ver esse cuidado.
O humor é galhofento, situacional e funciona na maioria das vezes. Conforme vai passando a temporada, os episódios vão ficando mais fracos, e alguns muito sem sal.
Os efeitos de som são muito bons. Cada personagem tem o seu, e adorei cada um. Uma boa comédia, que apesar de perder força pela repetição e falta de assunto (criatividade) é recheada de bons momentos e recompensa quem se dedica.
Até que enfim chegou a conclusão dessa excelente série.Quase três anos depois do fantástico final da primeira temporada, Fleabag retorna, pra acrescentar o que? Precisávamos de uma continuação?
Tenho pequenas ressalvas quanto a essa temporada, mas é ilógico falar que ela não tem propósito. Vejo que ela fecha bem a história da Phoebe e apresenta uma evolução natural dos três anos que se passaram. A ideia de que o café dela tá muito bem, dando lucro e tal foi surpreendente, mas bastante razoável, por exemplo.
A quebra da quarta parede, as piadas, as situações constrangedoras... continua tudo arriscado e bem executado. O timing é perfeito. Os personagens são muito interessantes, com exceção de um ou outro coadjuvante que aparecem no decorrer do 6 episódios.
O primeiro e último episódio são sensacionais, mas tive certa dificuldade de engolir os episódios 3 e 4, não entendi o porque da quebra narrativa. Me cansou um pouco, apesar de serem bons episódios ainda. Mas não conversaram com os outros 4. É em um desses episódios que está uma das piores cenas da temporada, a conversa da Phoebe no bar com a outra mulher lá. Uns diálogos expositivos ao extremo sobre feminismo, independência da mulher e tal. A série consegue ser mais inteligente e sutil em outros momentos, mas esse foi um deslize que não foi repetido.
O pai, a madrasta, a irmã e o marido estão muito bem de novo, e o destaque vai para o padre, interpretado pelo Andrew Scott. Acho que esse ator faz praticamente o mesmo personagem em tudo que vi dele, não vejo carisma, e acho ele um pouco forçado. Entretanto, seu personagem funcionou pra mim, e me proporcionou vários momentos divertidos. Ponto pra série que soube contornar esse problema.
Fleabag está sendo muito bem recebido pela crítica e público e tem também o hype da galera de estar três anos esperando essa continuação. Algumas séries britânicas demoram mesmo a terem sequência, como Top of The Lake e Sherlock, que simplesmente desapontaram com seus últimos anos e temporadas bem ruins. Felizmente, Fleabag não seguiu esse padrão, encerrando de forma consistente. Por mais trabalhos com a Phoebe Waller-Bridge.
Já me sinto bastante envolvido com qualquer obra oriental que explore o ''Slice of Life'', recortes da vida comum. Um dos meus filmes favoritos é o Tôkyô Monogatari, do mestre Yasujiro Ozu. Esse estilo de narrativa, se bem feito, tem um enorme poder para comover e engajar. Clannad: After Story, apesar de não ficar num Slice of Life comum, já que envolve uma parte sobrenatural, funciona. E muito bem.
A estrutura é repetida da primeira temporada, tendo um número fixo de episódios com a exata mesma duração. Isso poderia gerar um produto enlatado, sem graça, genérico e previsível. Mas o que aconteceu aqui mostrou que esse formato foi na verdade potencializado, elevado até o possível. Tudo em prol de uma narrativa que combina demais com essa demanda. A casualidade e regularidade dos episódios, com a monotonia e repetição da vida comum.
Procurei esse anime por já estar saturado de consumir estilos de animações iguais, então vim direto a esse, que é extremamente recomendado. A estrutura é simples, o desenvolvimento do relacionamento do Tomoya e da Nagisa continua, indo até depois dos anos escolares. E é nessa parte que Clannad atinge um pico narrativo, criativo e emocional.
O que é abordado, tematicamente, é uma coisa tão sensível, tão minimalista, que em qualquer outro lugar ficaria cafona. Aliado ainda a uma parte sobrenatural/fantástica, que não é mastigada, nem explicada, o que a princípio poderia parecer confuso. A ideia de existir um outro mundo conversa demais com a proposta e com os acontecimentos do anime. Esse outro mundo é o que desejamos, e que as vezes não condiz com a realidade.
O episódio ''The Ends of the Earth'', o número 18, é um dos melhores episódios que já assisti, seja série ou anime. É simplesmente uma das coisas mais comoventes que já vi.
Clannad tem uma coisa ou outra que me incomodou, como o arco de alguns personagens no começo. Não que fosse ruim, apenas uma rejeição minha contra algumas soluções e situações que nunca gostei em narrativas japonesas mesmo, principalmente as partes cômicas exageradas, que por mais que toda animação trabalhe assim, ainda não desce pra mim.
Clannad: After Story fala de relacionamento com os pais, com amigos, com filhos e com você mesmo. Fala de amor, coragem, luto, morte, vida, esperança e paciência. Fala da realidade da vida e de que nem sempre alcançamos nossos desejos. É um drama/romance recheado de melancolia, alegria, fantasia, tristeza, dor, perda e insegurança. Enfim, fala sobre a vida.
A segunda temporada consegue manter as coisas que mais chamaram minha atenção até então: A fantasia ''realista'' cheio de referências a sociedade atual e o visual insano idealizado por Bryan Fuller.
Deuses se adaptando, desejando, sofrendo por amor ou querendo poder. Slow Motion, uso das cores fortes e um CGI pesadão. Aquela mistura que funciona, e faz de American Gods um produto diferenciado. Meu problema com essa temporada é a narrativa, que beira o tédio em alguns momentos.
Uma trama que constantemente nos direciona a um confronto de deuses que nunca acontece de fato. Isso eu entendo, e gosto. Brincar com expectativas, me fazer conhecer mais dos personagens, apostar em planos de delírios e alucinações e refazer cenas do passado. Até aqui acho que quase sempre acertam.
Mas com o modo como a história se desenvolve fico mais perdido que o Shadow Moon. O Odin sempre tá caçando alguma coisa e deixa o Shadow por conta. A deadwife tá sempre atrás do Shadow. Os novos deuses toda hora mudam de plano. Parece que o plot não anda. Parece uma má vontade de chegar aos finalmente.
A deadwife é a melhor personagem da série. Seu arco é bem definido, não está envolto por mistérios mais do que o necessário. E a atriz é muito simpática também, foi uma das melhores coisas na 4ª temporada de The Affair. De restante não tenho nada a reclamar, vejo que entregam um ótimo trabalho.
Achei um pouco cansativo, a contemplação funciona de forma muito irregular, me surpreendendo algumas vezes e me dando tédio em outras. Ainda assim gostei dos rumos da história, das metáforas sociais, políticas e religiosas. Minha ressalva vai para alguns discursos que são expositivos demais (quem viu essa temporada deve ter percebido).
Um segundo ano irregular, pouco objetivo, mas que consegue funcionar na maioria das vezes por conta dos atores e da excelente história.
Neste terceiro ano senti muita dificuldade em acompanhar a narrativa. As partes surreais e satíricas pareciam muito mais apelativas do que funcionais para a história. Confesso que ri muitas vezes, até porque o texto é muito bom. Mas fiquei com aquela sensação de mensagem repetida.
Agora, Man Seeking Woman aposta nos desafios de um casal. A história não tem um tom de desfecho, mas em proposta consegue fazer isso. O homem que procurava uma mulher a encontrou. E agora, por mais que possa parecer chato a história de um casal se olharmos algum ponto de vista das temporadas anteriores, a vida a dois tem desafios diferentes, não fica monótona.
Katie Findlay é uma boa atriz. Encaixou na série, ela tem muito carisma e presença. Gostei de logo no começo mostrarem os dois já namorando. Evita a repetição de história que já foi contada nos dois anos antes.
É uma boa despedida, que apesar de não saber dosar o surrealismo jogando várias referências a esmo, me divertiu e entreteve. Fiquei satisfeito com a jornada do Josh nesses três anos. Foi uma tentativa de trazer algo novo pra televisão e funcionou.
Assisti Barry por conta do Hype em torno de seus prêmios e essas coisas. Gosto muito de Atlanta, uma comédia do FX, e enquanto assistia Barry descobri que Hiro Murai também está dirigindo alguns episódios aqui.
Barry é surpreendentemente engajante. Funciona de um jeito que gosto bastante, com cada episódio fechado (apenas 8), mas que vão montando um grande quebra-cabeça lá no final. Nada fica gratuito ou jogado atoa. As ideias são desenvolvidas, e os personagens, cada um, tem seu arco.
As atuações são muito boas, acima de quase todas as comédias em exibição. O destaque vai, lógico, pro Bill Hader, que dirige, atua, escreve e produz. As tomadas e ambientações contribuem para aquele ar de artificialidade de Hollywood/Los Angeles, gerando muitos momentos extremamente cômicos.
A coisa que mais gosto em Barry é sua imprevisibilidade. Não tem medo de arriscar. E acreditem, fica muito engraçado. Desde a patética aula de atuação do Cousineau (mano, como que eu rio com isso kkkkk), o lance com a máfia chechena (com um desfecho inacreditavelmente engraçado) e o relacionamento do Barry com a Sally.
Barry é violenta, sarcástica, non sense, aposta no humor negro sem pisar no freio e não se esquece da história e dos personagens. Um deleite pra quem gosta de comédia!
O lance da Arya foi bem legal, gostei bastante do que guardaram pra ela. Pena que o desenvolvimento da personagem foi pífio e forçado nos últimos três anos. Foi basicamente: ''Ela treinou e tá forte. Engulam.''
Tirando essa falta de sutileza e criatividade pra desenvolver o roteiro, a batalha foi mal montada. Sei que a estratégia do Jon e Daenerys foi ruim, mas isso condiz com os dois, que são péssimos estrategistas. Me perdi geograficamente o tempo inteiro, não consegui entender como que estavam as divisões do exército. Não sabia em qual parte do castelo cada um estava. Não sei se foi a edição, direção, mas tava bagunçado. A produção é muito boa, teve cenas bem grandiosas, mas pecaram no básico.
Vários momentos de personagens sendo salvos na última hora. Mais de uma vez. A partir da segunda vez nem me incomodava mais.
Jon vai morrer no meio de 50 zumbis? Vai acontecer alguma coisa. Sam vai morrer? Alguém vai salvar. Daenerys tá sozinha agora? Chamar um personagem do nada pra se sacrificar por ela.
A cena da Arya na biblioteca usou um dos recursos mais usados:
Quando ficou entendido a importância da Arya pensei: Não é possível que todo mundo de ''importante'' vai tá quase morrendo, ao mesmo tempo, e a Arya vai matar o Rei da Noite na exata hora, acabando com todos os zumbis ao mesmo tempo.
Então...
Dessa temporada só tinha expectativas quanto a esse episódio. Um baita alarde pra um produto confuso. As 2 temporadas anteriores já tiveram uma grande queda de nível da trama, e não estava empolgado.
O grande evento de domingo pra mim foi o 02x05 de Barry uma ótima comédia da HBO, que salvou minha noite do gosto amargo que Game of Thrones tinha deixado.
Depois da série Derek, Gervais se aprofunda no drama mais ainda e traz outro trabalho interessante, me conquistando ainda mais como criador de conteúdo.
After Life tem uma mensagem otimista, é uma série bem mais alegre do que pensei que seria. Ainda assim conta com momentos tristes e reflexivos, que me tiraram da zona de conforto e me botaram pra pensar.
Outra coisa que gostei foi a escolha da ordem das cenas. A troca rápida de cenários me divertia e era bem feita. A redação do jornal traz o constrangimento de The Office, com bons momentos. O banco do cemitério conversando com a velha eram bem descontraídos. As visitas aos moradores e suas histórias absurdas são a parte non sense do humor da série.
As cenas do psicólogo me lembraram muito a participação do Ricky Gervais em Louie, série do FX, onde ele interpretava um médico muito sem noção. As cenas do Tony com o pai trazem aquele ar de Derek, e com certeza muitos momentos engraçados juntos.
Algumas coisas eu não gostei, principalmente do texto. O Tony descarregava falas genéricas sobre existência e como nada mais vale a pena, ou conversava com a colega de trabalho usando argumentos tirado de fórum de orkut. Senti muita falta de naturalidade e originalidade no descarrego emocional do personagem. Falar demais atrapalha, é nos momentos mais contemplativos que a série tirava sua força.
A previsibilidade da história também me decepcionou, a partir do episódio 4 já dava pra sacar. Ma ainda assim me emocionei, achei estranho kkk
Enfim, uma boa dramédia. Leve, divertida e profunda.
Essa segunda temporada foi muito boa também. Agora com muito mais liberdade, com episódios temáticos e muita fritação surrealista. Tudo isso aliado a uma boa história. E que bom que ficou bom.
Numa época de narrativas representativas que dominam o entretenimento, a repetição de fórmulas acaba desagradando. O discurso fica chato e naquela de: ''Ah, é sobre empoderamento, entendi, vou postar essa frase''.
SMILF é bem contada, não se prende a discursos chatos. Sabe passar a importância do assunto de forma divertida, alegre, triste, melancólica e na maioria das vezes num envolvente ritmo tragicômico.
Os personagens são muito bons, a Frances Shaw é incrível. A química com o filho, com a amiga, com o ex, são excelentes. O ritmo da série é gostoso demais, e o texto muito natural, beira um documentário as vezes.
Talvez faltou um pouco mais de desenvolvimento da mãe, e pode ser que algumas cenas surreais tenham quebrado o ritmo de uma narrativa mais ''realista''.
Infelizmente a série foi cancelada, mas teve um final digno, fechado, e merece ser assistida.
A Showtime costuma arriscar muito e trouxe ótimas produções como a 3ª temporada de Twin Peaks e a excelente Kiddind. Mas costuma levar as séries boas a um desgaste inacreditável, como The Affair e Homeland, e a famosa Dexter. Que poderiam muito bem parar de se estragarem, e terem terminado umas 2,3 temporadas antes de virarem um nojo.
Enquanto isso, produções como SMILF são canceladas, me deixando na dúvida se foi bom ou se a série ainda tinha gás pra manter o nível.
Série que surpreendentemente apareceu no Facebook Watch, pena que alguns episódios do meio da temporada estão sem legendas. Aí dificulta um pouco a acessibilidade.
A história é um pouco batida, mas funciona. Tenta trazer algumas coisas novas, misturando várias assuntos e problemáticas dentro da mesma família. Tem o luto, visto por diferentes pessoas próximas do Matt, que é o que move a série nos primeiros episódios. Fala também de alcoolismo, abandono, depressão, suicídio... Tudo muito triste, mas não chega a ser melancólico.
A série tem um ritmo leve, com episódios de 30 minutos, bem produzidos e com alguns bons atores. Elizabeth Olsen é o grande destaque, com uma das melhores atuações de 2018, entregando tudo o que o roteiro precisa. Roteiro este, que é cheio de frases clichès, e um pouco óbvio. Alguns atores passam um ar de artificialidade nos diálogos, mas nada que interferisse muito na minha experiência.
Sorry For Your Loss é consistente, com uma boa protagonista e uma história interessantemente abordada.
Uma animação que me chamou muita atenção na premissa e nos comentários da crítica em cima dela. E gostei bastante do que vi.
A parte dramática da animação é muito boa, dá pra sentir a urgência de algumas situações, mas não sei se o impacto pensado chegou a realmente acontecer.
Há muitas referências ao gênero de ópera espacial, todas bem feitas, algumas escancaradas e outras mais sutis, que nem comentadas são. Achei muito legal, porque por mais que o Olan Rogers criou FInal Space baseada nos grandes clássicos espaciais, a série é original em sua história e narrativa.
A relação de amor do Gary pela Quinn simplesmente não funcionou pra mim. Não consegui encontrar afinidade com essa atração obsessiva, e poucas vezes eu achava engraçado.
Por falar em narrativa, como não sou um grande consumidor de animações, as partes humorísticas não me ganharam tanto, ora funcionando, ora não. Alguns diálogos não pareciam condizer com a situação.
A animação e dublagem são muito boas, e o mistério por trás do Final Space me ganhou, achei muito criativo e surreal, combinaram muito bem isso na história. E isso foi o diferencial dessa animação pra mim, essa criatividade aliada a um enredo que consegue ser descompromissado e ao mesmo tempo melancólico funcionaram muito bem.
Um final legal, eu gostei bastante, mas se tratando de um final de série, o último episódio da segunda temporada fechava melhor a série.
Muitos temas repetidos e situações que já tinham sido superadas voltam apenas para preencher tempo nesse especial. O arco do Kev já poderia ter sido fechado na segunda temporada, e a conclusão que tinha sido dada a ele já estava superada, e funcionou. Não tinha necessidade de outra trama, muito desnecessário.
Faltou um pouco de ritmo, eu senti. Alguns momentos pareciam muito acelerados pra situação. Os acontecimentos se desenrolam de forma irregular, pra apenas dar aquele final encaixado.
Tirando isso, o restante gostei. A parte dramática é muito boa e gera os melhores momentos desse episódio. Também há várias piadas boas, muito escatológicas até.
Alguns personagens nem apareceram tanto, mas não senti falta. Esse episódio passa longe da boa segunda temporada, mas ainda assim fecha bem a série, de forma consistente. Mas sem se arriscar ou surpreender.
A segunda temporada veio com uma história maior que a primeira, agora são, no início, duas garotas desaparecidas, e no meio disso vem conspirações do exército de brinde.
Certamente tanta coisa absurda não me agradou totalmente, mas funcionou. Eu me importava com os personagens e temia pela vida deles. A narrativa novamente trouxe várias linhas temporais e de novo conseguiu seu objetivo, com as peças se encaixando no final, só acho que em certo ponto ficou óbvio demais, e nem precisava de tanta exposição.
O ruim de séries com formatos fechados de tempo, é que ela tem que cobrir as 1h prometida, nesse caso, o episódio final poderia ter 40min apenas. Em uma série de investigação, que sempre caminha em direção a respostas e conclusões, o final é importante, e esse me marcou de forma ruim, faltou criatividade e surpresa. Mas não nego que funciona muito bem, The Missing sabe fazer drama. E eu gosto.
Sempre que comento sobre séries de investigação/policial reclamo dos clichès e das coisas que são difíceis de esqueceram, e sempre que vinham a tona me enchiam o saco. Uma série que trabalha em linhas temporais usando flashbacks pra explicar o que aconteceu??? Sério??
Desas vez o foco foi o Baptiste, único personagem da primeira temporada que retornou, seu arco é muito bom e foi o ápice dos momentos dramáticos. A família da Alice me desapontou, pra quem viu o final sabe que o pai era desnecessário. Só estava lá pra ter aquele desfecho/cena bonitinho. A Eve também não precisava de tanto desenvolvimento, acabou que também poderia ser dispensada.
Dito isso, ainda recomendo. É um bom drama, com uma história bem contada e impacta, mesmo sendo ilógica e apelativa de vez em quando.
Já esperava uma melhor temporada, o Gervais costuma afunilar a narrativa e ser mais objetivo no segundo ano. E que salto de qualidade.
A começar com a saída do personagem Dougie, que pra mim sobrava no primeiro ano, e seu substituto cumpre bem o papel, menor, mas bem colocado.
Os principais personagens tem uma história muito bem desenvolvida, o arco de cada um deles, da Hannah, Kev, Tom e do Derek são excelentes, que foi o que pra mim faltou no primeiro ano. Consegui me importar com quase tudo, a Vicky é outro personagem sobrando na série, e ficou mais claro nessa segunda temporada.
O Gervais entrega uma carga dramática muito boa, ele é um ótimo ator. Esse segundo ano funcionaria muito bem como temporada única da série, mas carrega o peso de ter um ano anterior. Algumas decisões específicas também não me agradaram muito.
Um segundo ano surpreendentemente superior, consistente e bem desenvolvido. Gostei muito de acompanhar.
Essa minissérie é a definição do modelo britânico de fazer esse tipo de produção. Só lá encontramos uma história tão séria e real sendo tratada de uma forma tão descontraída sem perder a força da mensagem.
O tom é bom, com muitos momentos engraçados e um leve toque de humor negro também. A dinâmica e a montagem dão o gás para a história, que apesar de ter muitos saltos temporais mantêm o ritmo.
O Hugh Grant faz um dos personagens mais carismáticos de 2018, cheio de camadas, e é até difícil não torcer pra que no fim ele se dê bem, apesar da seriedade da situação.
O roteiro é muito bom, sem grandes invenções, e muito objetivo. A Very English Scandal não dá voltas, vai direto ao cerne.
É um tempo muito bem gasto e uma das melhores produções britânicas do ano.
Uma ficção científica muito bem dosada, com personagens bem interessantes e tudo amarradinho pro fã falar depois que a série é muito louca, complexa e se achar inteligente, por mais que eu ache que essa não seja a intenção.
Dark trabalha com microcosmo, com alguns cidadãos desempenhando um papel importante num grande evento. As atuações ajudam demais, com exceção de alguns secundários o elenco tá muito bem, e não chega a atrapalhar tanto. Outra coisa ainda nesse quesito que vale destacar é a estética, e principalmente o trabalho com as cores. O contraste entre tons escuros e cores como a amarela por exemplo dão um visual imersivo.
O roteiro é até um pouco expositivo demais em alguns momentos, mas não chega a estragar a experiência da descoberta dos mistérios, pois o foco está sempre nos personagens e não na história. É com eles que me preocupava o tempo todo.
A premissa, apesar de não ser nada original, é bem trabalhada e contida, espero que não caiam em grandes conspirações e planos mirabolantes demais no decorrer da história, funciona muito bem do jeito que está.
A trilha sonora é um dos pontos mais fortes, ainda lembro dela enquanto escrevo. É muito bem utilizada. O ritmo da série é lento e gradual, o que me agrada bastante, sem o frenesi de um monte de cortes no estilo americano.
Ainda acho que tem tempo demais mal gasto na série. Em algumas cenas, em vez de acrescentar mais camadas aos personagens, o tempo é desperdiçado com coisas chatas e que já tinham a ideia formada. Não precisava de outra cena pra: 'Nossa, ele se preocupa muito com isso mesmo''. Eram as quebras de ritmo da ótima história que estava me envolvendo. O roteiro também não encontrou uma forma criativa de mostrar como
os eventos de diferentes linhas temporais estavam interligados e apelou para uma montagem nada inspirada de colocar um personagem no presente do lado da versão dele no passado.
O final é um daqueles que meu background atrapalhou. Já vi aquilo acontecer em pelo menos uns 20 filmes e séries, e me decepcionou um pouco. Ainda nesse último episódio tem uma discussão muito legal sobre determinismo e fatalismo que me agradou bastante, e foi a mensagem definitiva da série pra mim ali exposta.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraSenti que essa série conseguiu deixar todos os episódios no mesmo tom, conversando entre si.
Lógico que tem episódios não tão bons assim, alguns bem óbvios, e uns poucos bem chatos, mas num apanhado geral Love, Death & Robots me convenceu, muito por causa da curta duração de cada episódio. A animação foi muito bem feita também, com variações interessantes, desde um 3D de video game até um traço de anime oriental.
A pegada adulta é meio que um chamariz pra galera se interessar, mas não vi nada de muito adulto nas narrativas, não que tire o mérito, mas a nudez e gore gratuito não funcionou algumas das vezes, e em uns dois episódios foi irrelevante. Em outros foi extremamente bem utilizado, ficando natural e me prendendo aos personagens.
As temáticas foram muito boas, ainda que copiando descaradamente outras produções. O jeito que essa série foi idealizada é original.
Vale muito a pena ver, recomendo os episódios Os três Robôs, Para Além da Fenda..., A Testemunha, Boa Caçada, Metamorfos e Zima Blue. Acho que são os mais legais e interessantes, fugindo um pouco do convencional.
Nota: 8/10
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraUma grata surpresa!
A primeira temporada, sobre o O.J. Simpson foi incrível, todos sabem, e ainda bem que The Assassination of Gianni Versace toma um rumo completamente diferente.
Em Antologias a repetição pode ser algo prejudicial, e aqui a mudança de ritmo e história me surpreenderam. A história segue um caminho não convencional, de trás para a frente, humanizando e destrinchando o serial killer, Andrew Cunanan.
A produção é maravilhosa, bem imersiva. As atuações são sensacionais também, e o destaque certamente fica pro Darren Criss, que faz o protagonista. O personagem é muito bem escrito e o ator consegue passar toda a carga dramática e complexa de forma espetacular. Uma das histórias sobre assassinos que mais impactaram até hoje.
O roteiro dá uma deslizada de vez em quando, com situações convenientes e convencionais demais, deixando aquele ar de artificialidade. Os personagens secundários conseguem ser memoráveis, todos com um arco definido do começo ao fim.
A série deixa muitas mensagens e reflexões com seus múltiplos finais. Um soco no estômago sobre a real situação da homofobia, criação familiar e ganância. American Crime Story - The Assassination of Gianni Versace consegue incomodar, emocionar e impactar, cumprindo com sucesso sua proposta.
Nota: 8/10
The Little Drummer Girl
3.9 18Uma série para um público bem específico. Acredito que a maioria poderia largar ela pela metade mesmo, tem muitas coisas que certamente não combinam com o padrão americano conhecido.
O destaque é o Park Chan-wook na direção. Todas aquelas coisas que gosto dele estão aqui, aquele zoom rápido, a virada brusca de câmera e todo o resto. Ele consegue dar ritmo por mais que eu ache que o roteiro não combine com a direção dele kkkk
O plot é um pouco difícil de entender mas é engajante. E ta aí uma coisa até um pouco confusa. Os primeiros 3 episódios deixam muitas interpretações abertas e gostei bastante, a série não fica se explicando ou se justificando. Toda aquela célula anti terrorista parece real demais!
Depois que entendi tudo que tinha pra entender, se era verdade, atuação ou não, meio que perde um pouco a força, embora o final seja bem executado. As atuações são muito boas e a fotografia conseguiu passar a sensação certa pra mim.
Pra quem gosta de romance, ação, espionagem, fritação e viradas no roteiro. Ótima série!
Nota: 7/10
Feliz! (2ª Temporada)
3.6 31 Assista Agora10 episódios de enrolação, com muitas decisões estéticas e narrativas duvidosas.
Não gostei das decisões da direção e fotografia, com enquadramentos confusos e cenas extremamente saturadas. Até entendi algumas composições junto com os figurinos extravagantes e cômicos com um clima surreal, mas ainda assim não gostei da maioria.
10 episódios foram muitos, 6 seriam o suficiente se soubessem contornar os arcos inúteis e se fossem mais objetivos em outros. Muitos desses arcos foram gratuitos e sem propósito, o que com um roteiro mais caprichado poderiam funcionar, já que a ideia era boa.
Me diverti e até me emocionei na parte final, apesar do tédio em alguns momentos. Christopher Meloni é carismático e se destaca na série. A Bryce Lorenzo me surpreendeu, ela é bem talentosa e entrega uma ótima performance.
Sou um dos trouxas que gostou do gancho no episódio final, e quem sabe até acompanharei uma possível terceira temporada.
Nota: 5/10
Killing Eve - Dupla Obsessão (2ª Temporada)
4.2 215 Assista AgoraEncontrei muitos problemas com essa temporada, mas ainda sim é um programa engajante e divertido.
Alguns absurdos como a ''ressurreição'' de alguns personagens ou a entrada forçada de outros foram os pontos baixos logo no começo da temporada. Os dois primeiros episódios perdem muito tempo com essa oscilação, mas a partir disso a série vai ganhando força e desenvolvendo a tensão emocional entre as protagonistas, que novamente são bem interpretadas.
O que mais me irritou foi a repetição de ideias nos episódios finais, praticamente um spoiler sobre o final a todo o momento. Um roteiro que tenta subverter acabou se tornando muito genérico, subestimando que tá assistindo. O episódio final, apesar de chegar em um lugar bom, com sentido e bem satisfatório, perdeu seu efeito por causa da má construção da trama como um todo.
Ainda assim, gosto de assistir, é leve, divertida e tem boas viradas de tirar o fôlego.
Nota: 7/10
Barry (2ª Temporada)
4.3 122Não esperava que a segunda temporada pudesse trazer algo de novo, mas trouxe e funcionou demais!
O ritmo dos primeiros episódios parece confuso, não parece andar e meus sentidos estavam perdidos. Uma trama possivelmente óbvia que se transforma numa loucura sem igual! Fui pego de surpresa com os rumos da série, Barry não tem medo de arriscar, com ganchos inteligentíssimos e um roteiro afiado.
O episódio 5 foi uma celebração non sense. Uma das coisas mais fantásticas dentro desse estilo junto com o episódio ''Teddy Perkins'', de Atlanta.
Todas as viradas me causaram crises de riso. E a dosagem pro drama foi muito boa, com momentos muito fortes. O Drama e a comédia caminham juntos, num tom ácido e zombeteiro.
Barry é incrível!
Nota: 9/10
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraTenho visto bastante coisas, e certamente GoT não é esse lixo que estão falando por aí. Se quiserem ver lixo eu recomendo alguns aqui. Mas não nego que foi decepcionante.
Não existe roteirista que salvasse esse final. Apesar de terem muitos erros, e a qualidade dos diálogos tenha caído desde a 5ª Temporada, o planejamento da série foi presunçoso e preguiçoso.
Imagine que as quatro primeiras temporadas ao invés de 40 episódios tivesse apenas 25. Qual seria a perda real, será que iríamos nos emocionar e curtir os personagens do mesmo jeito? A ideia de Maior=Melhor se provou mais uma vez errada. David Benioff e D.B. Weiss já tinham o controle criativo da série, que ultrapassou os livros, e porque não decidir por um final menor e mais contido, ou ter tentado prolongar para encaixar os grandes eventos?
Foi uma grande soberba, alterar o ritmo da série até então pra colocar ''grandes eventos'' toda hora. 3 guerras em uma temporada só. Qual real perigo isso gera? Decisões criativas erradas geraram esse final decepcionante.
Desde a quinta temporada Got sobrevive de grande momentos, e as tramas se tornando cada vez mais superficiais. A sexta temporada teve um final satisfatório, que compensa a temporada irregular. A sétima temporada foi um desastre, e a oitava encerra a série de forma fúnebre e apática. Resultado de um péssimo planejamento e uma mania de grandeza.
Gostaria sim que GoT fosse uma das melhores séries de todos os tempos, será lembrada como um grande marco, e foi mesmo. Mas para o panteão das melhores séries deixemos The Sopranos, The Wire, Twin Peaks... por enquanto.
Nota: 4/10
Escape at Dannemora
4.2 53 Assista AgoraMinissérie sensacional!
Apenas 7 episódios e num ritmo difícil de se ver por aí. Se alguém procura uma grande série de fuga de prisão ou bem frenética pode acabar se decepcionando. Apesar de ter esses elementos, Escape at Dannemora opta por uma abordagem diferente e, pelo menos pra mim, muito mais arriscada.
A fuga em si não é o problema. Os personagens e seus arcos individuais são incríveis, e isso basta pra história. Os roteiristas estavam muito inspirados quando conceberam esse roteiro, e a direção excelente do Ben Stiller consegue dar dinamismo sem se esquecer dos momentos contemplativos e mais parados.
As atuações são as melhores dos últimos anos na televisão. Benicio del Toro e Paul Dano tem uma química impressionante, os dois já são excelentes atores e se dedicaram bastante. O destaque pra mim, fica pra Patricia Arquette, que antes só conhecia por Lost Highway do David Lynch. A personagem tem o arco mais complexo da série e a atriz rouba a cena toda hora. Em questão de atuação é uma das melhores da década.
Minha única ressalva fica pras escolhas musicais que não me agradaram 100%. Tirando isso, não reclamo de nada. Ainda destaco a fotografia fria e os grandes planos sequências. O final é arriscado e impecavelmente executado.
Nota: 9/10
Manual de Sobrevivência Escolar do Ned (1ª Temporada)
4.0 54Uma comédia bem inteligente, que serve até para entreter alguns adultos.
Lembro que assistia Manual do Ned, na nick, ainda adolescente e gostava bastante. Hoje, revendo essa primeira temporada, vejo muitos elementos bons que me atraíam e ainda atraem para assistir.
As atuações são boas, pelo menos as do protagonistas, os personagens são bem legais também. Destaco os secundários, como o zelador, e os outros alunos da escola além do trio principal. Cada um tem trejeitos e ações próprios que perduram por toda a temporada, é muito gratificante ver esse cuidado.
O humor é galhofento, situacional e funciona na maioria das vezes. Conforme vai passando a temporada, os episódios vão ficando mais fracos, e alguns muito sem sal.
Os efeitos de som são muito bons. Cada personagem tem o seu, e adorei cada um. Uma boa comédia, que apesar de perder força pela repetição e falta de assunto (criatividade) é recheada de bons momentos e recompensa quem se dedica.
Nota: 7/10
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 888 Assista AgoraAté que enfim chegou a conclusão dessa excelente série.Quase três anos depois do fantástico final da primeira temporada, Fleabag retorna, pra acrescentar o que? Precisávamos de uma continuação?
Tenho pequenas ressalvas quanto a essa temporada, mas é ilógico falar que ela não tem propósito. Vejo que ela fecha bem a história da Phoebe e apresenta uma evolução natural dos três anos que se passaram. A ideia de que o café dela tá muito bem, dando lucro e tal foi surpreendente, mas bastante razoável, por exemplo.
A quebra da quarta parede, as piadas, as situações constrangedoras... continua tudo arriscado e bem executado. O timing é perfeito. Os personagens são muito interessantes, com exceção de um ou outro coadjuvante que aparecem no decorrer do 6 episódios.
O primeiro e último episódio são sensacionais, mas tive certa dificuldade de engolir os episódios 3 e 4, não entendi o porque da quebra narrativa. Me cansou um pouco, apesar de serem bons episódios ainda. Mas não conversaram com os outros 4. É em um desses episódios que está uma das piores cenas da temporada, a conversa da Phoebe no bar com a outra mulher lá. Uns diálogos expositivos ao extremo sobre feminismo, independência da mulher e tal. A série consegue ser mais inteligente e sutil em outros momentos, mas esse foi um deslize que não foi repetido.
O pai, a madrasta, a irmã e o marido estão muito bem de novo, e o destaque vai para o padre, interpretado pelo Andrew Scott. Acho que esse ator faz praticamente o mesmo personagem em tudo que vi dele, não vejo carisma, e acho ele um pouco forçado. Entretanto, seu personagem funcionou pra mim, e me proporcionou vários momentos divertidos. Ponto pra série que soube contornar esse problema.
Fleabag está sendo muito bem recebido pela crítica e público e tem também o hype da galera de estar três anos esperando essa continuação. Algumas séries britânicas demoram mesmo a terem sequência, como Top of The Lake e Sherlock, que simplesmente desapontaram com seus últimos anos e temporadas bem ruins. Felizmente, Fleabag não seguiu esse padrão, encerrando de forma consistente. Por mais trabalhos com a Phoebe Waller-Bridge.
Nota: 7/10
Clannad after story
4.4 45Já me sinto bastante envolvido com qualquer obra oriental que explore o ''Slice of Life'', recortes da vida comum. Um dos meus filmes favoritos é o Tôkyô Monogatari, do mestre Yasujiro Ozu. Esse estilo de narrativa, se bem feito, tem um enorme poder para comover e engajar. Clannad: After Story, apesar de não ficar num Slice of Life comum, já que envolve uma parte sobrenatural, funciona. E muito bem.
A estrutura é repetida da primeira temporada, tendo um número fixo de episódios com a exata mesma duração. Isso poderia gerar um produto enlatado, sem graça, genérico e previsível. Mas o que aconteceu aqui mostrou que esse formato foi na verdade potencializado, elevado até o possível. Tudo em prol de uma narrativa que combina demais com essa demanda. A casualidade e regularidade dos episódios, com a monotonia e repetição da vida comum.
Procurei esse anime por já estar saturado de consumir estilos de animações iguais, então vim direto a esse, que é extremamente recomendado. A estrutura é simples, o desenvolvimento do relacionamento do Tomoya e da Nagisa continua, indo até depois dos anos escolares. E é nessa parte que Clannad atinge um pico narrativo, criativo e emocional.
O que é abordado, tematicamente, é uma coisa tão sensível, tão minimalista, que em qualquer outro lugar ficaria cafona. Aliado ainda a uma parte sobrenatural/fantástica, que não é mastigada, nem explicada, o que a princípio poderia parecer confuso. A ideia de existir um outro mundo conversa demais com a proposta e com os acontecimentos do anime. Esse outro mundo é o que desejamos, e que as vezes não condiz com a realidade.
O episódio ''The Ends of the Earth'', o número 18, é um dos melhores episódios que já assisti, seja série ou anime. É simplesmente uma das coisas mais comoventes que já vi.
Clannad tem uma coisa ou outra que me incomodou, como o arco de alguns personagens no começo. Não que fosse ruim, apenas uma rejeição minha contra algumas soluções e situações que nunca gostei em narrativas japonesas mesmo, principalmente as partes cômicas exageradas, que por mais que toda animação trabalhe assim, ainda não desce pra mim.
Clannad: After Story fala de relacionamento com os pais, com amigos, com filhos e com você mesmo. Fala de amor, coragem, luto, morte, vida, esperança e paciência. Fala da realidade da vida e de que nem sempre alcançamos nossos desejos. É um drama/romance recheado de melancolia, alegria, fantasia, tristeza, dor, perda e insegurança. Enfim, fala sobre a vida.
Nota: 9/10
Deuses Americanos (2ª Temporada)
3.4 185 Assista AgoraA segunda temporada consegue manter as coisas que mais chamaram minha atenção até então: A fantasia ''realista'' cheio de referências a sociedade atual e o visual insano idealizado por Bryan Fuller.
Deuses se adaptando, desejando, sofrendo por amor ou querendo poder. Slow Motion, uso das cores fortes e um CGI pesadão. Aquela mistura que funciona, e faz de American Gods um produto diferenciado. Meu problema com essa temporada é a narrativa, que beira o tédio em alguns momentos.
Uma trama que constantemente nos direciona a um confronto de deuses que nunca acontece de fato. Isso eu entendo, e gosto. Brincar com expectativas, me fazer conhecer mais dos personagens, apostar em planos de delírios e alucinações e refazer cenas do passado. Até aqui acho que quase sempre acertam.
Mas com o modo como a história se desenvolve fico mais perdido que o Shadow Moon. O Odin sempre tá caçando alguma coisa e deixa o Shadow por conta. A deadwife tá sempre atrás do Shadow. Os novos deuses toda hora mudam de plano. Parece que o plot não anda. Parece uma má vontade de chegar aos finalmente.
A deadwife é a melhor personagem da série. Seu arco é bem definido, não está envolto por mistérios mais do que o necessário. E a atriz é muito simpática também, foi uma das melhores coisas na 4ª temporada de The Affair. De restante não tenho nada a reclamar, vejo que entregam um ótimo trabalho.
Achei um pouco cansativo, a contemplação funciona de forma muito irregular, me surpreendendo algumas vezes e me dando tédio em outras. Ainda assim gostei dos rumos da história, das metáforas sociais, políticas e religiosas. Minha ressalva vai para alguns discursos que são expositivos demais (quem viu essa temporada deve ter percebido).
Um segundo ano irregular, pouco objetivo, mas que consegue funcionar na maioria das vezes por conta dos atores e da excelente história.
Nota: 7/10
Jovem Solteiro à Procura (3ª Temporada)
4.0 9Neste terceiro ano senti muita dificuldade em acompanhar a narrativa. As partes surreais e satíricas pareciam muito mais apelativas do que funcionais para a história. Confesso que ri muitas vezes, até porque o texto é muito bom. Mas fiquei com aquela sensação de mensagem repetida.
Agora, Man Seeking Woman aposta nos desafios de um casal. A história não tem um tom de desfecho, mas em proposta consegue fazer isso. O homem que procurava uma mulher a encontrou. E agora, por mais que possa parecer chato a história de um casal se olharmos algum ponto de vista das temporadas anteriores, a vida a dois tem desafios diferentes, não fica monótona.
Katie Findlay é uma boa atriz. Encaixou na série, ela tem muito carisma e presença. Gostei de logo no começo mostrarem os dois já namorando. Evita a repetição de história que já foi contada nos dois anos antes.
É uma boa despedida, que apesar de não saber dosar o surrealismo jogando várias referências a esmo, me divertiu e entreteve. Fiquei satisfeito com a jornada do Josh nesses três anos. Foi uma tentativa de trazer algo novo pra televisão e funcionou.
Nota: 7/10
Barry (1ª Temporada)
4.1 118 Assista AgoraQue coisa mais legal!
Assisti Barry por conta do Hype em torno de seus prêmios e essas coisas. Gosto muito de Atlanta, uma comédia do FX, e enquanto assistia Barry descobri que Hiro Murai também está dirigindo alguns episódios aqui.
Barry é surpreendentemente engajante. Funciona de um jeito que gosto bastante, com cada episódio fechado (apenas 8), mas que vão montando um grande quebra-cabeça lá no final. Nada fica gratuito ou jogado atoa. As ideias são desenvolvidas, e os personagens, cada um, tem seu arco.
As atuações são muito boas, acima de quase todas as comédias em exibição. O destaque vai, lógico, pro Bill Hader, que dirige, atua, escreve e produz. As tomadas e ambientações contribuem para aquele ar de artificialidade de Hollywood/Los Angeles, gerando muitos momentos extremamente cômicos.
A coisa que mais gosto em Barry é sua imprevisibilidade. Não tem medo de arriscar. E acreditem, fica muito engraçado. Desde a patética aula de atuação do Cousineau (mano, como que eu rio com isso kkkkk), o lance com a máfia chechena (com um desfecho inacreditavelmente engraçado) e o relacionamento do Barry com a Sally.
Barry é violenta, sarcástica, non sense, aposta no humor negro sem pisar no freio e não se esquece da história e dos personagens. Um deleite pra quem gosta de comédia!
Nota: 9/10
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraEmoção zero no episódio 3.
O lance da Arya foi bem legal, gostei bastante do que guardaram pra ela. Pena que o desenvolvimento da personagem foi pífio e forçado nos últimos três anos. Foi basicamente: ''Ela treinou e tá forte. Engulam.''
''Olha ela transando, amadureceu hein.''
Tirando essa falta de sutileza e criatividade pra desenvolver o roteiro, a batalha foi mal montada. Sei que a estratégia do Jon e Daenerys foi ruim, mas isso condiz com os dois, que são péssimos estrategistas. Me perdi geograficamente o tempo inteiro, não consegui entender como que estavam as divisões do exército. Não sabia em qual parte do castelo cada um estava. Não sei se foi a edição, direção, mas tava bagunçado. A produção é muito boa, teve cenas bem grandiosas, mas pecaram no básico.
Vários momentos de personagens sendo salvos na última hora. Mais de uma vez. A partir da segunda vez nem me incomodava mais.
Jon vai morrer no meio de 50 zumbis? Vai acontecer alguma coisa. Sam vai morrer? Alguém vai salvar. Daenerys tá sozinha agora? Chamar um personagem do nada pra se sacrificar por ela.
Quando ele olha debaixo da mesa, ela não está mais lá.
O ''ápice'' foi o final.
Quando ficou entendido a importância da Arya pensei: Não é possível que todo mundo de ''importante'' vai tá quase morrendo, ao mesmo tempo, e a Arya vai matar o Rei da Noite na exata hora, acabando com todos os zumbis ao mesmo tempo.
Dessa temporada só tinha expectativas quanto a esse episódio. Um baita alarde pra um produto confuso. As 2 temporadas anteriores já tiveram uma grande queda de nível da trama, e não estava empolgado.
O grande evento de domingo pra mim foi o 02x05 de Barry uma ótima comédia da HBO, que salvou minha noite do gosto amargo que Game of Thrones tinha deixado.
After Life: Vocês Vão Ter de Me Engolir (1ª Temporada)
4.2 183 Assista AgoraDepois da série Derek, Gervais se aprofunda no drama mais ainda e traz outro trabalho interessante, me conquistando ainda mais como criador de conteúdo.
After Life tem uma mensagem otimista, é uma série bem mais alegre do que pensei que seria. Ainda assim conta com momentos tristes e reflexivos, que me tiraram da zona de conforto e me botaram pra pensar.
Outra coisa que gostei foi a escolha da ordem das cenas. A troca rápida de cenários me divertia e era bem feita. A redação do jornal traz o constrangimento de The Office, com bons momentos. O banco do cemitério conversando com a velha eram bem descontraídos. As visitas aos moradores e suas histórias absurdas são a parte non sense do humor da série.
As cenas do psicólogo me lembraram muito a participação do Ricky Gervais em Louie, série do FX, onde ele interpretava um médico muito sem noção. As cenas do Tony com o pai trazem aquele ar de Derek, e com certeza muitos momentos engraçados juntos.
Algumas coisas eu não gostei, principalmente do texto. O Tony descarregava falas genéricas sobre existência e como nada mais vale a pena, ou conversava com a colega de trabalho usando argumentos tirado de fórum de orkut. Senti muita falta de naturalidade e originalidade no descarrego emocional do personagem. Falar demais atrapalha, é nos momentos mais contemplativos que a série tirava sua força.
A previsibilidade da história também me decepcionou, a partir do episódio 4 já dava pra sacar. Ma ainda assim me emocionei, achei estranho kkk
Enfim, uma boa dramédia. Leve, divertida e profunda.
Nota: 7/10
SMILF (2ª Temporada)
3.9 4Essa segunda temporada foi muito boa também. Agora com muito mais liberdade, com episódios temáticos e muita fritação surrealista. Tudo isso aliado a uma boa história. E que bom que ficou bom.
Numa época de narrativas representativas que dominam o entretenimento, a repetição de fórmulas acaba desagradando. O discurso fica chato e naquela de: ''Ah, é sobre empoderamento, entendi, vou postar essa frase''.
SMILF é bem contada, não se prende a discursos chatos. Sabe passar a importância do assunto de forma divertida, alegre, triste, melancólica e na maioria das vezes num envolvente ritmo tragicômico.
Os personagens são muito bons, a Frances Shaw é incrível. A química com o filho, com a amiga, com o ex, são excelentes. O ritmo da série é gostoso demais, e o texto muito natural, beira um documentário as vezes.
Talvez faltou um pouco mais de desenvolvimento da mãe, e pode ser que algumas cenas surreais tenham quebrado o ritmo de uma narrativa mais ''realista''.
Infelizmente a série foi cancelada, mas teve um final digno, fechado, e merece ser assistida.
A Showtime costuma arriscar muito e trouxe ótimas produções como a 3ª temporada de Twin Peaks e a excelente Kiddind. Mas costuma levar as séries boas a um desgaste inacreditável, como The Affair e Homeland, e a famosa Dexter. Que poderiam muito bem parar de se estragarem, e terem terminado umas 2,3 temporadas antes de virarem um nojo.
Enquanto isso, produções como SMILF são canceladas, me deixando na dúvida se foi bom ou se a série ainda tinha gás pra manter o nível.
Nota: 8/10
Sorry for Your Loss (1ª Temporada)
4.2 10Série que surpreendentemente apareceu no Facebook Watch, pena que alguns episódios do meio da temporada estão sem legendas. Aí dificulta um pouco a acessibilidade.
A história é um pouco batida, mas funciona. Tenta trazer algumas coisas novas, misturando várias assuntos e problemáticas dentro da mesma família. Tem o luto, visto por diferentes pessoas próximas do Matt, que é o que move a série nos primeiros episódios. Fala também de alcoolismo, abandono, depressão, suicídio... Tudo muito triste, mas não chega a ser melancólico.
A série tem um ritmo leve, com episódios de 30 minutos, bem produzidos e com alguns bons atores. Elizabeth Olsen é o grande destaque, com uma das melhores atuações de 2018, entregando tudo o que o roteiro precisa. Roteiro este, que é cheio de frases clichès, e um pouco óbvio. Alguns atores passam um ar de artificialidade nos diálogos, mas nada que interferisse muito na minha experiência.
Sorry For Your Loss é consistente, com uma boa protagonista e uma história interessantemente abordada.
Nota: 7/10
Final Space (1ª Temporada)
4.2 163Uma animação que me chamou muita atenção na premissa e nos comentários da crítica em cima dela. E gostei bastante do que vi.
A parte dramática da animação é muito boa, dá pra sentir a urgência de algumas situações, mas não sei se o impacto pensado chegou a realmente acontecer.
Há muitas referências ao gênero de ópera espacial, todas bem feitas, algumas escancaradas e outras mais sutis, que nem comentadas são. Achei muito legal, porque por mais que o Olan Rogers criou FInal Space baseada nos grandes clássicos espaciais, a série é original em sua história e narrativa.
A relação de amor do Gary pela Quinn simplesmente não funcionou pra mim. Não consegui encontrar afinidade com essa atração obsessiva, e poucas vezes eu achava engraçado.
Por falar em narrativa, como não sou um grande consumidor de animações, as partes humorísticas não me ganharam tanto, ora funcionando, ora não. Alguns diálogos não pareciam condizer com a situação.
A animação e dublagem são muito boas, e o mistério por trás do Final Space me ganhou, achei muito criativo e surreal, combinaram muito bem isso na história. E isso foi o diferencial dessa animação pra mim, essa criatividade aliada a um enredo que consegue ser descompromissado e ao mesmo tempo melancólico funcionaram muito bem.
Nota: 7/10
Derek - Special
4.4 13Um final legal, eu gostei bastante, mas se tratando de um final de série, o último episódio da segunda temporada fechava melhor a série.
Muitos temas repetidos e situações que já tinham sido superadas voltam apenas para preencher tempo nesse especial. O arco do Kev já poderia ter sido fechado na segunda temporada, e a conclusão que tinha sido dada a ele já estava superada, e funcionou. Não tinha necessidade de outra trama, muito desnecessário.
Faltou um pouco de ritmo, eu senti. Alguns momentos pareciam muito acelerados pra situação. Os acontecimentos se desenrolam de forma irregular, pra apenas dar aquele final encaixado.
Tirando isso, o restante gostei. A parte dramática é muito boa e gera os melhores momentos desse episódio. Também há várias piadas boas, muito escatológicas até.
Alguns personagens nem apareceram tanto, mas não senti falta. Esse episódio passa longe da boa segunda temporada, mas ainda assim fecha bem a série, de forma consistente. Mas sem se arriscar ou surpreender.
Nota: 6/10
The Missing (2ª Temporada)
4.4 16A segunda temporada veio com uma história maior que a primeira, agora são, no início, duas garotas desaparecidas, e no meio disso vem conspirações do exército de brinde.
Certamente tanta coisa absurda não me agradou totalmente, mas funcionou. Eu me importava com os personagens e temia pela vida deles. A narrativa novamente trouxe várias linhas temporais e de novo conseguiu seu objetivo, com as peças se encaixando no final, só acho que em certo ponto ficou óbvio demais, e nem precisava de tanta exposição.
O ruim de séries com formatos fechados de tempo, é que ela tem que cobrir as 1h prometida, nesse caso, o episódio final poderia ter 40min apenas. Em uma série de investigação, que sempre caminha em direção a respostas e conclusões, o final é importante, e esse me marcou de forma ruim, faltou criatividade e surpresa. Mas não nego que funciona muito bem, The Missing sabe fazer drama. E eu gosto.
Sempre que comento sobre séries de investigação/policial reclamo dos clichès e das coisas que são difíceis de esqueceram, e sempre que vinham a tona me enchiam o saco. Uma série que trabalha em linhas temporais usando flashbacks pra explicar o que aconteceu??? Sério??
Desas vez o foco foi o Baptiste, único personagem da primeira temporada que retornou, seu arco é muito bom e foi o ápice dos momentos dramáticos. A família da Alice me desapontou, pra quem viu o final sabe que o pai era desnecessário. Só estava lá pra ter aquele desfecho/cena bonitinho. A Eve também não precisava de tanto desenvolvimento, acabou que também poderia ser dispensada.
Dito isso, ainda recomendo. É um bom drama, com uma história bem contada e impacta, mesmo sendo ilógica e apelativa de vez em quando.
Nota: 7/10
Derek (2ª Temporada)
4.5 35Já esperava uma melhor temporada, o Gervais costuma afunilar a narrativa e ser mais objetivo no segundo ano. E que salto de qualidade.
A começar com a saída do personagem Dougie, que pra mim sobrava no primeiro ano, e seu substituto cumpre bem o papel, menor, mas bem colocado.
Os principais personagens tem uma história muito bem desenvolvida, o arco de cada um deles, da Hannah, Kev, Tom e do Derek são excelentes, que foi o que pra mim faltou no primeiro ano. Consegui me importar com quase tudo, a Vicky é outro personagem sobrando na série, e ficou mais claro nessa segunda temporada.
O Gervais entrega uma carga dramática muito boa, ele é um ótimo ator. Esse segundo ano funcionaria muito bem como temporada única da série, mas carrega o peso de ter um ano anterior. Algumas decisões específicas também não me agradaram muito.
Um segundo ano surpreendentemente superior, consistente e bem desenvolvido. Gostei muito de acompanhar.
Nota: 7/10
A Very English Scandal (1ª Temporada)
4.0 24 Assista AgoraEssa minissérie é a definição do modelo britânico de fazer esse tipo de produção. Só lá encontramos uma história tão séria e real sendo tratada de uma forma tão descontraída sem perder a força da mensagem.
O tom é bom, com muitos momentos engraçados e um leve toque de humor negro também. A dinâmica e a montagem dão o gás para a história, que apesar de ter muitos saltos temporais mantêm o ritmo.
O Hugh Grant faz um dos personagens mais carismáticos de 2018, cheio de camadas, e é até difícil não torcer pra que no fim ele se dê bem, apesar da seriedade da situação.
O roteiro é muito bom, sem grandes invenções, e muito objetivo. A Very English Scandal não dá voltas, vai direto ao cerne.
É um tempo muito bem gasto e uma das melhores produções britânicas do ano.
Nota: 8/10
Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KUma ficção científica muito bem dosada, com personagens bem interessantes e tudo amarradinho pro fã falar depois que a série é muito louca, complexa e se achar inteligente, por mais que eu ache que essa não seja a intenção.
Dark trabalha com microcosmo, com alguns cidadãos desempenhando um papel importante num grande evento. As atuações ajudam demais, com exceção de alguns secundários o elenco tá muito bem, e não chega a atrapalhar tanto. Outra coisa ainda nesse quesito que vale destacar é a estética, e principalmente o trabalho com as cores. O contraste entre tons escuros e cores como a amarela por exemplo dão um visual imersivo.
O roteiro é até um pouco expositivo demais em alguns momentos, mas não chega a estragar a experiência da descoberta dos mistérios, pois o foco está sempre nos personagens e não na história. É com eles que me preocupava o tempo todo.
A premissa, apesar de não ser nada original, é bem trabalhada e contida, espero que não caiam em grandes conspirações e planos mirabolantes demais no decorrer da história, funciona muito bem do jeito que está.
A trilha sonora é um dos pontos mais fortes, ainda lembro dela enquanto escrevo. É muito bem utilizada. O ritmo da série é lento e gradual, o que me agrada bastante, sem o frenesi de um monte de cortes no estilo americano.
Ainda acho que tem tempo demais mal gasto na série. Em algumas cenas, em vez de acrescentar mais camadas aos personagens, o tempo é desperdiçado com coisas chatas e que já tinham a ideia formada. Não precisava de outra cena pra: 'Nossa, ele se preocupa muito com isso mesmo''. Eram as quebras de ritmo da ótima história que estava me envolvendo. O roteiro também não encontrou uma forma criativa de mostrar como
os eventos de diferentes linhas temporais estavam interligados e apelou para uma montagem nada inspirada de colocar um personagem no presente do lado da versão dele no passado.
O final é um daqueles que meu background atrapalhou. Já vi aquilo acontecer em pelo menos uns 20 filmes e séries, e me decepcionou um pouco. Ainda nesse último episódio tem uma discussão muito legal sobre determinismo e fatalismo que me agradou bastante, e foi a mensagem definitiva da série pra mim ali exposta.
Nota: 8/10