Tom Cruise encontra em Maverick o alter-ego perfeito para sua persona como o rebelde de Hollywood que perfoma o cinema tomador riscos em prol da grandiloquência, este que perdeu espaço na era da pasteurização estética friamente calculada. Ao mesmo tempo em que o personagem é descrito como uma peça de museu cuja utilidade em breve será substituída por drones, somos lembrados, em uma fala proferida por Maverick, quase um meta-comentário sobre o próprio Cruise, de que essa pode ser a verdade um dia, mas não hoje.
Muitos dizem que foram justamente Bruckheimer/Simpson que implodiram o autorismo e findaram o high concept que desembocou na crise criativa atual. 2022 me parece um ano que vem explorando certa nostalgia contraditória, que grita, em face ao atual cinema, um "que saudade DAQUELE blockbuster pipocão!". Lembrei um pouco de "The Umbereable Weight of a Massive Talent", que presta homenagem a outro blockbuster da dupla, "Coin Air", e exala a unicidade de uma estrela que enxerga o cinema de sua maneira peculiar (ali, Nicolas Cage).
Aqui, é imensamente prazeroso testemunhar o tanto que a última superestrela hollywoodiana ainda tem a oferecer, por mais que os chefões torçam o nariz e tentem a todo custo impedir suas loucuras (como tem sido reportado nos bastidores do próximo Missão Impossível). O futuro vai chegar um dia e não haverá ninguém para substituir Tom Cruise, mas ao menos até lá ainda podemos vê-lo entregando o surpreendente, caracterítica rara no cinemão dessa última década.
O cinema do Raimi, mesmo em suas piores incursões, é muito mais sobre como ele enxerga uma mise-en-scène diferenciada com um material base genérico do que exatamente um brilhantismo na totalidade. É quase um compositor cujo floreio é mais importante do que o conjunto dos movimentos.
Para mim, sinceramente, é ótimo. Espero que volte a fazer mais filmes.
ps: aquela cena das notas musicais com o Danny Elfman pirando em Bach é maravilhosa
Pessoal aí parece que viu outra coisa. Não é um filmaço mas dá pra ver. Tudo tem que ter contexto, bem nível piloto das séries de quadrinhos dos anos 1970.
Essa história merecia um filme com produção melhor. Nicolas Cage tem momentos bem legais, como aquela cena dele com o capitão japonês, por exemplo... mas aí nem acertar o FOCO da câmera parece ser competência o suficiente para o pessoal da direção de fotografia. Maluco lá dando tudo e si e me metem um close do cara com o foco na orelha. Uma pena.
Vale pelas imagens da CAPELA SISTINA do futebol que é a seleção de 1970.
Mas porra, os caras me botam DELFIM NETTO fazendo mea-culpa pelas torturas da ditadura militar e aí não dá. Fora o FHC, que tá aí pelo completo rolê aleatório tb (inclusive o lettering com o nome dele aparece DUAS vezes).
Enquanto Wise/Robbins prezavam por certa artificialidade na encenação filme original, desde a paleta de cores que muda todo o cenário magicamente para vermelho, a dança como diálogo e até a escolha do casting não-latino por questões da época, aqui Spielberg preza por um certo realismo cinematográfico, mesmo que a concessão dos números musicais seja irrealista por definição. Porto-riquenhos escalados por atores de fato latinos falarão mais espanhol do que inglês e toda luz acendida para pontuar dramaticidade terá um motivo diegético (é tudo um palco, mas não é). O texto Tony Kushner, ainda que pareça confinado a seguir a estrutura de uma obra classicamente engessada, consegue dar conta dessa atualização ao desenvolver os personagens em situações-chave que o roteiro de Ernest Lehman não se preocupava à época. O inchaço de cenas, entretanto, pode comprometer até certa fluidez ali pelo meio do segundo ato, mas acredito que a falta delas retiraria a completa razão dessa obra existir. Acaba que essa cadência comprometida se compensa na decupagem característica do diretor, conhecida exatamente pela fluidez, e nos quadros extremamente elaborados por ele e o Janusz Kaminski, este certamente fazendo um de seus melhores trabalhos em uma carreira brilhante. Filmão pra ver na maior tela possível.
Não é um filme bom, mas o desempenho do Nicolas Cage é louvável. Três estrelas pelo esforço BARROCO do maluco em deixar esse roteirinho clichê e mequetrefe assistível
Funciona como grande tributo ao quase sempre esquecido À Serviço Secreto de sua Majestade, um dos melhores e mais sentimentais 007. Depois do final feliz meio abrupto em Spectre, totalmente perdido em questão temática, aqui fica claro que o objetivo do Bond da era Craig é ser um estudo que olha para o lado mais humano do personagem, ao explorar seus traumas, decepções amorosas e o ônus de ser um agente com permissão para matar. Nesse sentido, gosto muito como o final funciona quase como uma inversão do desfecho do longa de 1969, criando uma bela despedida com reflexões interessantes sobre o tempo e escolhas de vida.
Dito isso, o time de roteiristas acaba desperdiçando uma premissa bacana. E, para mim, resume-se tudo na má construção do vilão. O Malek se esforça, mas o texto nunca ajuda. Inclusive, é uma chatice absurda dessa era Craig meterem TODA VEZ que os antagonistas querem ser um anti-Bond em algum sentido. Em No Time to Die, o vilão não tem nada a ver com o 007, mas forçam um diálogo completamente ineficiente nesse sentido. Qual a utilidade de criar uma arma de destruição com alvos de DNA se você quer matar milhões? Mais fácil tacar uma bomba atômica logo, pô! E aquela batata quente com o criança (não sabe se pega, se deixa, se fica) só mostra o quão sem propósito é o personagem.
E, claro, Cary Joji Fukunaga e Hans Zimmer estão mandando demais aqui. Se os 164 se seguram, é por causa deles. Enfim, acho que poderia ser melhor, mas termina bem. Craig merece demais estar no hall dos melhores Bond
A aventura de Tintim que teoricamente acontece no Brasil é "Tintim e os Pícaros", quando o jovem repórter volta à fictícia selva amazônica de San Teodoro durante um golpe de república das bananas, país aquele inventado como um mix entre a Cuba castrista e pirâmides astecas, mas que incluía até um quadro em que Hergé desenha o Palácio do Planalto. De certo modo, respingava em nosso Brasil milico setentista, mas com um plano de fundo latino-americano genérico.
Porém, com Belmondo temos aqui exatamente o que poderia ter sido um Tintim de fato no Brasil (estereotipado, sim, mas Brasil com todas as letras). Ainda assim, gosto muito como o de Broca tece certo olhar crítico quanto ao desenvolvimento galopante daquela nação pré-ditadura militar, ao construir cidades inertes no meio do nada para aquiescer as benesses da elite e enterrar nossas florestas (e o tesouro!) no intuito de pavimentar rodovias. De forma irônica, os heróis são salvos pelo caos da destruição, esta que vem fantasiada de progresso sem nunca deixar de ser contradição de um eterno estado de desenvolvimento.
Porém, é claro, quem rouba a cena certamente é Belmondo. O exibicionismo do Tom Cruise é fichinha pelo que ele faz ali nas sequências de Brasília.
Diacho de filme bagunçadão, roteiro zoneado mesmo, uns diálogos forçados, galera discutindo agricultura do MST, luz brega neon, Matheus Nachtergaele dançando pole dance ao som de Alva de Oliveira 1954 "Caruaruu", Jules Elting dando pra uma lata velha reformada pelo programa do Huck, um flash mob com uns macacões fodas ao som dum remix do Hino Nacional Brasileiro, o protagonista não sabe se tá num """filme de arte""" ou na novela malhação......
Nos primeiros 5 minutos, eu realmente achei que isso seria diferente e eles iriam mergulhar totalmente no gênero wuxia. Mas aí o filme te lembra que é a Marvel e 5 minutos é máximo que íamos ter.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 805 Assista AgoraE pensar que a Disney quase mandou esse filme pro ralo e meteu um diretor genérico por causa de tuíte do maluco de 10 anos atrás...
Ambulância: Um Dia de Crime
2.9 200 Assista Agoraoscar de melhor operador de drone
Top Gun: Maverick
4.1 1,1K Assista AgoraTom Cruise encontra em Maverick o alter-ego perfeito para sua persona como o rebelde de Hollywood que perfoma o cinema tomador riscos em prol da grandiloquência, este que perdeu espaço na era da pasteurização estética friamente calculada. Ao mesmo tempo em que o personagem é descrito como uma peça de museu cuja utilidade em breve será substituída por drones, somos lembrados, em uma fala proferida por Maverick, quase um meta-comentário sobre o próprio Cruise, de que essa pode ser a verdade um dia, mas não hoje.
Muitos dizem que foram justamente Bruckheimer/Simpson que implodiram o autorismo e findaram o high concept que desembocou na crise criativa atual. 2022 me parece um ano que vem explorando certa nostalgia contraditória, que grita, em face ao atual cinema, um "que saudade DAQUELE blockbuster pipocão!". Lembrei um pouco de "The Umbereable Weight of a Massive Talent", que presta homenagem a outro blockbuster da dupla, "Coin Air", e exala a unicidade de uma estrela que enxerga o cinema de sua maneira peculiar (ali, Nicolas Cage).
Aqui, é imensamente prazeroso testemunhar o tanto que a última superestrela hollywoodiana ainda tem a oferecer, por mais que os chefões torçam o nariz e tentem a todo custo impedir suas loucuras (como tem sido reportado nos bastidores do próximo Missão Impossível). O futuro vai chegar um dia e não haverá ninguém para substituir Tom Cruise, mas ao menos até lá ainda podemos vê-lo entregando o surpreendente, caracterítica rara no cinemão dessa última década.
O Peso do Talento
3.4 255 Assista AgoraSensacional. Filme para mostrar para as próximas gerações o quão incrível é Nicolas Cage e sua obra.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
3.5 1,2K Assista AgoraO cinema do Raimi, mesmo em suas piores incursões, é muito mais sobre como ele enxerga uma mise-en-scène diferenciada com um material base genérico do que exatamente um brilhantismo na totalidade. É quase um compositor cujo floreio é mais importante do que o conjunto dos movimentos.
Para mim, sinceramente, é ótimo. Espero que volte a fazer mais filmes.
ps: aquela cena das notas musicais com o Danny Elfman pirando em Bach é maravilhosa
PATRICK STEWART MORRENDO COMO XAVIER PELA TERCEIRA VEZ!!
Doutor Estranho
2.3 20Pessoal aí parece que viu outra coisa. Não é um filmaço mas dá pra ver. Tudo tem que ter contexto, bem nível piloto das séries de quadrinhos dos anos 1970.
Licorice Pizza
3.5 597PTA vs René Sampaio, quem melhor filma a obra de Renato Russo?
Homens de Coragem
3.0 66 Assista AgoraEssa história merecia um filme com produção melhor. Nicolas Cage tem momentos bem legais, como aquela cena dele com o capitão japonês, por exemplo... mas aí nem acertar o FOCO da câmera parece ser competência o suficiente para o pessoal da direção de fotografia. Maluco lá dando tudo e si e me metem um close do cara com o foco na orelha. Uma pena.
Pelé
3.6 77Vale pelas imagens da CAPELA SISTINA do futebol que é a seleção de 1970.
Mas porra, os caras me botam DELFIM NETTO fazendo mea-culpa pelas torturas da ditadura militar e aí não dá. Fora o FHC, que tá aí pelo completo rolê aleatório tb (inclusive o lettering com o nome dele aparece DUAS vezes).
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraEnquanto Wise/Robbins prezavam por certa artificialidade na encenação filme original, desde a paleta de cores que muda todo o cenário magicamente para vermelho, a dança como diálogo e até a escolha do casting não-latino por questões da época, aqui Spielberg preza por um certo realismo cinematográfico, mesmo que a concessão dos números musicais seja irrealista por definição. Porto-riquenhos escalados por atores de fato latinos falarão mais espanhol do que inglês e toda luz acendida para pontuar dramaticidade terá um motivo diegético (é tudo um palco, mas não é). O texto Tony Kushner, ainda que pareça confinado a seguir a estrutura de uma obra classicamente engessada, consegue dar conta dessa atualização ao desenvolver os personagens em situações-chave que o roteiro de Ernest Lehman não se preocupava à época. O inchaço de cenas, entretanto, pode comprometer até certa fluidez ali pelo meio do segundo ato, mas acredito que a falta delas retiraria a completa razão dessa obra existir. Acaba que essa cadência comprometida se compensa na decupagem característica do diretor, conhecida exatamente pela fluidez, e nos quadros extremamente elaborados por ele e o Janusz Kaminski, este certamente fazendo um de seus melhores trabalhos em uma carreira brilhante. Filmão pra ver na maior tela possível.
Matrix
4.3 2,5K Assista Agorafilmaço
Ajuste de Contas
2.3 56Não é um filme bom, mas o desempenho do Nicolas Cage é louvável. Três estrelas pelo esforço BARROCO do maluco em deixar esse roteirinho clichê e mequetrefe assistível
Butch Cassidy
4.2 284 Assista Agoraduas horas para este filme é muito pouco...
A Crônica Francesa
3.5 287 Assista Agorasou muito vendido pelo Wes Anderson, gostei demais, foi mal
Mestres do Universo
2.5 274Lundgreen tem o carisma de uma porta, mas todo o resto é muito bom. Bill Conti, Anne V. Coates... Moebius!! Joia mal-apreciada, este daqui
Eternos
3.4 1,1K Assista Agoramelhor que Nomadland
Venom: Tempo de Carnificina
2.7 636 Assista Agorafoda-se? foda-se!!
bom demais
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraCerteza que os caras da Prevent Senior curtiram a ideia
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 566 Assista AgoraFunciona como grande tributo ao quase sempre esquecido À Serviço Secreto de sua Majestade, um dos melhores e mais sentimentais 007. Depois do final feliz meio abrupto em Spectre, totalmente perdido em questão temática, aqui fica claro que o objetivo do Bond da era Craig é ser um estudo que olha para o lado mais humano do personagem, ao explorar seus traumas, decepções amorosas e o ônus de ser um agente com permissão para matar. Nesse sentido, gosto muito como o final funciona quase como uma inversão do desfecho do longa de 1969, criando uma bela despedida com reflexões interessantes sobre o tempo e escolhas de vida.
Dito isso, o time de roteiristas acaba desperdiçando uma premissa bacana. E, para mim, resume-se tudo na má construção do vilão. O Malek se esforça, mas o texto nunca ajuda. Inclusive, é uma chatice absurda dessa era Craig meterem TODA VEZ que os antagonistas querem ser um anti-Bond em algum sentido. Em No Time to Die, o vilão não tem nada a ver com o 007, mas forçam um diálogo completamente ineficiente nesse sentido. Qual a utilidade de criar uma arma de destruição com alvos de DNA se você quer matar milhões? Mais fácil tacar uma bomba atômica logo, pô! E aquela batata quente com o criança (não sabe se pega, se deixa, se fica) só mostra o quão sem propósito é o personagem.
E, claro, Cary Joji Fukunaga e Hans Zimmer estão mandando demais aqui. Se os 164 se seguram, é por causa deles. Enfim, acho que poderia ser melhor, mas termina bem. Craig merece demais estar no hall dos melhores Bond
O Homem do Rio
3.5 22A aventura de Tintim que teoricamente acontece no Brasil é "Tintim e os Pícaros", quando o jovem repórter volta à fictícia selva amazônica de San Teodoro durante um golpe de república das bananas, país aquele inventado como um mix entre a Cuba castrista e pirâmides astecas, mas que incluía até um quadro em que Hergé desenha o Palácio do Planalto. De certo modo, respingava em nosso Brasil milico setentista, mas com um plano de fundo latino-americano genérico.
Porém, com Belmondo temos aqui exatamente o que poderia ter sido um Tintim de fato no Brasil (estereotipado, sim, mas Brasil com todas as letras). Ainda assim, gosto muito como o de Broca tece certo olhar crítico quanto ao desenvolvimento galopante daquela nação pré-ditadura militar, ao construir cidades inertes no meio do nada para aquiescer as benesses da elite e enterrar nossas florestas (e o tesouro!) no intuito de pavimentar rodovias. De forma irônica, os heróis são salvos pelo caos da destruição, esta que vem fantasiada de progresso sem nunca deixar de ser contradição de um eterno estado de desenvolvimento.
Porém, é claro, quem rouba a cena certamente é Belmondo. O exibicionismo do Tom Cruise é fichinha pelo que ele faz ali nas sequências de Brasília.
Carro Rei
2.9 26Diacho de filme bagunçadão, roteiro zoneado mesmo, uns diálogos forçados, galera discutindo agricultura do MST, luz brega neon, Matheus Nachtergaele dançando pole dance ao som de Alva de Oliveira 1954 "Caruaruu", Jules Elting dando pra uma lata velha reformada pelo programa do Huck, um flash mob com uns macacões fodas ao som dum remix do Hino Nacional Brasileiro, o protagonista não sabe se tá num """filme de arte""" ou na novela malhação......
foda pra caralho!!
Maligno
3.3 1,2K"galera... imagina se o Sam Raimi fizesse um giallo??"
As Torres Gêmeas
2.8 279 Assista Agoraaquela cena do Jesus Cristo, Michael Shannon olhando pro céu e falando "vamos vingá-los" e o diálogo chororô da Viola Davis
FAROFAÇA
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
3.8 895 Assista AgoraNos primeiros 5 minutos, eu realmente achei que isso seria diferente e eles iriam mergulhar totalmente no gênero wuxia. Mas aí o filme te lembra que é a Marvel e 5 minutos é máximo que íamos ter.