Imagino que o fracasso de bilheteria tenha se dado porque é uma paródia de algo que o cinema dos anos 90 ainda não estivesse tão saturado quanto é hoje. Em vários sentidos, dá pra ver muito da fonte de onde James Gunn bebeu, já que seu Esquadrão Suicida (2021) é quase um revival dos Mystery Men.
Nicolas Cage, como sempre, se esforçando bastante e entregando o que pode. A ideia é até boa, mas infelizmente o baixíssimo orçamento fez com que o resultado ficasse aquém. Direção pouco inspirada (das 1001 formas de filmar o Cage na porrada contra bichos de pelúcia gigantes, o diretor parece escolher a pior), coadjuvantes inexpressivos e infelizmente um bom potencial desperdiçado. Vale pela galhofa.
Farofaça meterem The Rock como um barqueiro espanhol trambiqueiro de Rondônia cujo nome é Francisco, mas perderam a oportunidade perfeita de meterem o lindo nome CHICÃO CALOTEIRO. Fica a dica pra continuação.
O Nicolas Cage fez na última década, a cada ano, 1 filme de surto, 1 dublagem de animação, 1 filme de drogas e vingança, 1 filme que ele é um policial divorciado com problemas familiares e 1 filme em que ele é uma espécie de mentor de jornada do herói que aparece 15 minutos e ostenta um cabelão
A trilha sonora é uma playlist do Spotify todinha inserida de forma a cobrir os longos 134 minutos de duração.
Eu só posso imaginar os editores sendo instruídos a consertar as sequências monótonas adicionando músicas: "Então! Tive uma grande ideia. Que tal uma nova música? Evil Woman, do Sabbath... ou Sympathy for the Devil, talvez ...essas letras tem a ver, né?... mas ..ahnn... eu tava pensando... que tal AMBAS? Ela é EVIL e DEVIL, não?"
A habilidade do Lamourrise em criar imagens tão impressionantes ao encenar animais numa mise-en-scène complexa é notável, mas paradoxalmente é isso o que trai seu próprio discurso cinematográfico. Como a mensagem neste conto de fadas é sobre ser livre, é contraditório assistir àqueles cavalos lutando contra si mesmos até surgir sangue, animais estes que servem apenas como fantoches vivos para serem feridos em prol de realizarem belas cenas. Diferente de "O Balão Vermelho", cujo objetivo principal é o inofensivo maravilhamento de ver objetos inanimados se transformarem em personagens vivos, aqui é quase impossível não ficar desconfortável com algumas situações, e certamente não era isso que o diretor pretendia.
Acho que esse foi o filme que melhor exprime o espírito esportivo do futebol que já vi. Inclusive o Huston entendeu como dirigir uma partida de futebol como poucos. Deveria ser muito mais assistido
A cena que mais me marcou, e talvez uma das menos comentadas, é quando, lá na segunda metade, Urtiga e Santa Maria, após assassinarem um casal de mulheres, cantarolam o samba "Minha Nega na Janela", de Germano Mathias, sucesso absoluto no Brasil de 1957. Uma música embalada por uma melodia contagiante mas com letra macabra, que banaliza completamente machismo, violência familiar e racismo, de forma sádica. E acredito que seja ali, naquela pequena e inconsequente sequência, onde está um dos cernes do filme. A violência brasileira é banal, injustificável, sem sentido. Na música, a agressão surge como um prazer catártico, e choca pela mais completa e singela gratuidade. Bressane, no entanto, de forma alguma nos convida para a catarse que seus personagens parecem, sem sucesso, buscar a todo momento. Santa Maria, personagem moribundo e de humor instável, sonha em encontrar, no meio daquela barbárie, um anjo que o exima de todos os pecados. Nós, espectadores, almejamos por uma conclusão, seja pela condenação total daqueles marginais ou por sua redenção. No fim, nem uma, nem outra: ambos caminham para a infinitude bidimensional do ecrã em direção ao nada, enquanto assistimos, incomodados, o completo vazio.
Não há salvação nem condenação à barbárie nacional, somente a violência.
É mais um "bom, já que a gente gravou isso, né... vamos lançar", beirando em alguns momentos quase a "o filme é fraco desse jeito simplesmente porque a presidente Dilma não deixou a gente rodar o que queria".
A impressão que fica é a de que o recorte da rotina do Palácio da Alvorada se deu muito mais pela falta de material do que por objetividade cinematográfica. O peso contemplativo se esvai em tomadas que servem muito pouco para contrastar com a absurda guinada pós-impeachment, principalmente devido à falta de força dramática. Infelizmente, uma fraqueza que tira o potencial de um registro que acabará sendo mais uma peça de curiosidade do que um relato importante no calor do momento.
Assim termina, de forma irônica e abrupta, Pra Frente Brasil, lançado nos últimos anos do já moribundo governo Figueiredo. O regime militar já estava fraco, principalmente pela inflação, que começava a incomodar, e também pela recessão, provocada principalmente pelo aumento da taxa de juros estadunidense, o que causaria um efeito cascata de quebradeiras na América Latina. A redemocratização, portanto, era inevitável, e alguns anos após Lei da Anistia a história abafada do que havia acontecido na década anterior começava a emergir.
Por incrível que possa parecer, os anos 1970 foram um período áureo para o cinema brasileiro, mesmo tematicamente esvaziado após uma intensa fase intelectualizada nos anos 1960. A criação da Embrafilme pelo governo militar em 1969 permitiu que o número de salas aumentasse de forma vertiginosa, assim como a quantidade de filmes nacionais produzidos. No auge, a empresa chegou a lançar 25 filmes anualmente, que arrecadavam milhões de ingressos. Em 1975, durante o governo Geisel, com o apoio de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, acontece o que seria definidor para que essa bonança se consolidasse: Roberto Farias era nomeado diretor da estatal.
Farias havia sido responsável por diversos mega-sucessos nos anos anteriores, como Assalto ao Trem Pagador (1962) e Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968), o que sustentava um significativo apoio da classe para fazer uma reforma na Embrafilme. Foi em sua gestão que, por exemplo, a reserva de mercado para o cinema nacional se intensificou, permitindo maior janela de exibição nas salas de cinema - em 1979, elas chegaram a ser obrigadas a passar filmes brasileiros por 140 dias. Quando saiu da presidência, no final dos anos 70, Farias deixou um legado considerado positivo por parte da classe cinematográfica, mas havia certo desconforto pelo fato dele ter colaborado, de alguma forma, com o regime logo no mais árduo período de repressão.
É aí que surge sua resposta, em 1982, gestada dentro da própria Embrafilme, empresa a qual era ex-funcionário. Farias fez o que ninguém teria coragem à época: usou dinheiro público para atacar, frontalmente, o regime que o colocou lá. O resultado, obviamente, não agradou em nada o governo, que, por represália, demitiu Celso Amorim, futuro ministro das relações exteriores de Lula e que havia sucedido Roberto Farias na presidência. Entretanto, diferente do que teria acontecido na década anterior, não houve censura e o filme acabaria sendo lançado nos cinemas em 1983.
Decerto, é possível os censores tenham entendido de que se tratava "de um filme de ficção".
Gimme Shelter
4.2 38 Assista Agoracaos
Annette
3.5 118 Assista AgoraSparks é bonzão, né
Heróis Muito Loucos
2.9 81 Assista AgoraImagino que o fracasso de bilheteria tenha se dado porque é uma paródia de algo que o cinema dos anos 90 ainda não estivesse tão saturado quanto é hoje. Em vários sentidos, dá pra ver muito da fonte de onde James Gunn bebeu, já que seu Esquadrão Suicida (2021) é quase um revival dos Mystery Men.
Willy's Wonderland: Parque Maldito
2.8 209 Assista AgoraNicolas Cage, como sempre, se esforçando bastante e entregando o que pode. A ideia é até boa, mas infelizmente o baixíssimo orçamento fez com que o resultado ficasse aquém. Direção pouco inspirada (das 1001 formas de filmar o Cage na porrada contra bichos de pelúcia gigantes, o diretor parece escolher a pior), coadjuvantes inexpressivos e infelizmente um bom potencial desperdiçado. Vale pela galhofa.
Jungle Cruise
3.1 352 Assista AgoraFarofaça meterem The Rock como um barqueiro espanhol trambiqueiro de Rondônia cujo nome é Francisco, mas perderam a oportunidade perfeita de meterem o lindo nome CHICÃO CALOTEIRO. Fica a dica pra continuação.
fora a jogada incrível em que dado momento ele literalmente se transforma em... PEDRA
A Suspeita
2.4 20O problema do dispositivo aqui é que as elipses só funcionam quando são convenientes.
Do contrário, a doença se esvai - memória volta num quase sonoro plim! - e Dolores regurgita um monte de exposição.
"EU QUERIA O TEU FILHO, TAMBÉM"
qualé, vai....
A Cidade é uma Só
3.9 27Melhor filme já feito no DF.
Em um Bairro de Nova York
3.6 125 Assista Agorameu deus aquela cena das bandeiras é uma pieguice danada, né
mas palmas para a barriga tankada da Melissa Barrera, deve ter dado trabalho o shape
Viúva Negra
3.5 1,0K Assista AgoraImpressão minha ou é literalmente uma versão genérica de Capitão América: Soldado Invernal?
Estado de Calamidade
1.9 41 Assista AgoraEu vejo os filmes do Cage só pra ler os comentários huahahaha
Jiu Jitsu
1.6 61 Assista AgoraO Nicolas Cage fez na última década, a cada ano, 1 filme de surto, 1 dublagem de animação, 1 filme de drogas e vingança, 1 filme que ele é um policial divorciado com problemas familiares e 1 filme em que ele é uma espécie de mentor de jornada do herói que aparece 15 minutos e ostenta um cabelão
Jiu Jitsu tá na última categoria
Aqueles que me Desejam a Morte
2.8 255 Assista AgoraPai do mlk IGUALZINHO ao Eduardo Cunha
O Homem-Coisa: A Natureza do Medo
2.0 36reparem que o nome KEVIN FEIGE aparece nos créditos hahah
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraA trilha sonora é uma playlist do Spotify todinha inserida de forma a cobrir os longos 134 minutos de duração.
Eu só posso imaginar os editores sendo instruídos a consertar as sequências monótonas adicionando músicas: "Então! Tive uma grande ideia. Que tal uma nova música? Evil Woman, do Sabbath... ou Sympathy for the Devil, talvez ...essas letras tem a ver, né?... mas ..ahnn... eu tava pensando... que tal AMBAS? Ela é EVIL e DEVIL, não?"
O Cavalo Branco
4.1 14A habilidade do Lamourrise em criar imagens tão impressionantes ao encenar animais numa mise-en-scène complexa é notável, mas paradoxalmente é isso o que trai seu próprio discurso cinematográfico. Como a mensagem neste conto de fadas é sobre ser livre, é contraditório
assistir àqueles cavalos lutando contra si mesmos até surgir sangue, animais estes que servem apenas como fantoches vivos para serem feridos em prol de realizarem belas cenas. Diferente de "O Balão Vermelho", cujo objetivo principal é o inofensivo maravilhamento de ver objetos inanimados se transformarem em personagens vivos, aqui é quase impossível não ficar desconfortável com algumas situações, e certamente não era isso que o diretor pretendia.
Fuga Para a Vitória
3.1 122 Assista AgoraAcho que esse foi o filme que melhor exprime o espírito esportivo do futebol que já vi. Inclusive o Huston entendeu como dirigir uma partida de futebol como poucos. Deveria ser muito mais assistido
Flash Gordon
3.0 137 Assista AgoraO mais próximo que chegaremos de um carnaval no espaço depois de "Minha pequena Eva (Eva)"
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraMelhor que os filmes do Oscar
VOCÊS TÃO RECLAMANDO DE HISTÓRIA... EM MORTAL KOMBAT?!!!!
O Anjo Nasceu
3.6 24A cena que mais me marcou, e talvez uma das menos comentadas, é quando, lá na segunda metade, Urtiga e Santa Maria, após assassinarem um casal de mulheres, cantarolam o samba "Minha Nega na Janela", de Germano Mathias, sucesso absoluto no Brasil de 1957. Uma música embalada por uma melodia contagiante mas com letra macabra, que banaliza completamente machismo, violência familiar e racismo, de forma sádica. E acredito que seja ali, naquela pequena e inconsequente sequência, onde está um dos cernes do filme. A violência brasileira é banal, injustificável, sem sentido. Na música, a agressão surge como um prazer catártico, e choca pela mais completa e singela gratuidade. Bressane, no entanto, de forma alguma nos convida para a catarse que seus personagens parecem, sem sucesso, buscar a todo momento. Santa Maria, personagem moribundo e de humor instável, sonha em encontrar, no meio daquela barbárie, um anjo que o exima de todos os pecados. Nós, espectadores, almejamos por uma conclusão, seja pela condenação total daqueles marginais ou por sua redenção. No fim, nem uma, nem outra: ambos caminham para a infinitude bidimensional do ecrã em direção ao nada, enquanto assistimos, incomodados, o completo vazio.
Não há salvação nem condenação à barbárie nacional, somente a violência.
Alvorada
3.2 25É mais um "bom, já que a gente gravou isso, né... vamos lançar", beirando em alguns momentos quase a "o filme é fraco desse jeito simplesmente porque a presidente Dilma não deixou a gente rodar o que queria".
A impressão que fica é a de que o recorte da rotina do Palácio da Alvorada se deu muito mais pela falta de material do que por objetividade cinematográfica. O peso contemplativo se esvai em tomadas que servem muito pouco para contrastar com a absurda guinada pós-impeachment, principalmente devido à falta de força dramática. Infelizmente, uma fraqueza que tira o potencial de um registro que acabará sendo mais uma peça de curiosidade do que um relato importante no calor do momento.
Cara a Cara
3.6 12Bressane só tinha 20 anos quando rodou esse.
Caralho.
Pra Frente, Brasil
3.7 76"Este é um filme de ficção."
Assim termina, de forma irônica e abrupta, Pra Frente Brasil, lançado nos últimos anos do já moribundo governo Figueiredo. O regime militar já estava fraco, principalmente pela inflação, que começava a incomodar, e também pela recessão, provocada principalmente pelo aumento da taxa de juros estadunidense, o que causaria um efeito cascata de quebradeiras na América Latina. A redemocratização, portanto, era inevitável, e alguns anos após Lei da Anistia a história abafada do que havia acontecido na década anterior começava a emergir.
Por incrível que possa parecer, os anos 1970 foram um período áureo para o cinema brasileiro, mesmo tematicamente esvaziado após uma intensa fase intelectualizada nos anos 1960. A criação da Embrafilme pelo governo militar em 1969 permitiu que o número de salas aumentasse de forma vertiginosa, assim como a quantidade de filmes nacionais produzidos. No auge, a empresa chegou a lançar 25 filmes anualmente, que arrecadavam milhões de ingressos. Em 1975, durante o governo Geisel, com o apoio de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, acontece o que seria definidor para que essa bonança se consolidasse: Roberto Farias era nomeado diretor da estatal.
Farias havia sido responsável por diversos mega-sucessos nos anos anteriores, como Assalto ao Trem Pagador (1962) e Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968), o que sustentava um significativo apoio da classe para fazer uma reforma na Embrafilme. Foi em sua gestão que, por exemplo, a reserva de mercado para o cinema nacional se intensificou, permitindo maior janela de exibição nas salas de cinema - em 1979, elas chegaram a ser obrigadas a passar filmes brasileiros por 140 dias. Quando saiu da presidência, no final dos anos 70, Farias deixou um legado considerado positivo por parte da classe cinematográfica, mas havia certo desconforto pelo fato dele ter colaborado, de alguma forma, com o regime logo no mais árduo período de repressão.
É aí que surge sua resposta, em 1982, gestada dentro da própria Embrafilme, empresa a qual era ex-funcionário. Farias fez o que ninguém teria coragem à época: usou dinheiro público para atacar, frontalmente, o regime que o colocou lá. O resultado, obviamente, não agradou em nada o governo, que, por represália, demitiu Celso Amorim, futuro ministro das relações exteriores de Lula e que havia sucedido Roberto Farias na presidência. Entretanto, diferente do que teria acontecido na década anterior, não houve censura e o filme acabaria sendo lançado nos cinemas em 1983.
Decerto, é possível os censores tenham entendido de que se tratava "de um filme de ficção".
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3Ko maluco tirou galera da quarentena pra rodar esses 5 minutos finais horrorosos
King Kong en Asunción
3.4 11deem esse kikito pro Andrade Júnior pelamordedeus