Eu comecei a ver a série sem o conhecimento do filme e das HQs, então a minha visão se limita somente a série em si. Inicialmente, a série aborda sobre uma distopia onde os humanos vivem em um trem composto por 1001 vagões após os acontecimentos surgidos por conta do aquecimento global. O trem havia sido construído apenas para salvar a população mais rica do mundo, mas no dia da embarcação, a população mais pobre invadiu o fundo do trem para se salvar do mundo congelado. (Se tiver algo de errado, não me julguem, eu sou ruim de memória). E mais uma vez, uma série nos apresenta a jogada de "quem matou quem" no início de sua trama para fazer os espectadores ficarem curiosos e interessados; mesmo que os personagens não sejam tão cativantes. A trama inicial é bastante comum perto de outras séries, e depois de concluída, se torna algo um pouco mais interessante de se assistir. A série, em vários momentos, crítica a desigualdade social e a luta por igualdade; mesmo que isso não seja um aspecto bem trabalhado na história. (O episódio do julgamento de uma das personagens, foi um dos acontecimentos mais palpáveis sobre a desigualdade de classes: nem todos tem o que merecem). A história nos entrega vários personagens durante sua trama, alguns se destacam e outros não. O protagonista chamado Andre Layton é um personagem interessante no início da história, mas depois de certos acontecimentos, ele começa a tomar algumas decisões bastante idiotas e questionáveis. Foi um personagem que eu não consegui me apegar e nem comprar a sua jornada. Para mim ele é detestável e com uma jornada bem desinteressante. Como um detetive pode tomar tantas decisões idiotas? E como alguém que está construindo uma revolução não se tocou das consequências que isso traria para todos? É bem difícil acompanhar algo onde o protagonista não tem nenhum carisma. A personagem chamada LJ Folger é a típica adolescente metida a psicopata. Uma das coisas que a série não trabalhou bem foi a personalidade da LJ. Ela é caricata, cheia de esteriótipos e possui uma camada única de personalidade. Ela é uma personagem que eu detesto e fico bastante feliz que a série não resolveu dar foco nela no restante da temporada. (Desculpa, mas tem jeitos muito melhores de trabalhar a psicopatia). Gosto muito da personagem chamada Bess Till. Eu não diria que ela teve uma evolução fantástica, mas afirmo que foi bem mais interessante acompanhar os dilemas dela, as duvidas e as lutas internas dessa personagem. No início da trama ela é apenas alguém que aceita as ordens impostas sobre ela, e no fim da trama; ela já é uma personagem mais questionadora, mesmo que só um pouco. Ela tem muita dúvida sobre o que é certo e errado e o lugar que ela pertence. Há vários personagens que beiraram o interessante na história. Como Ruth Wardell, que tinha uma personalidade meio excêntrica e egoísta, mas que no fim se tornou alguém mais submissa do que uma líder em si. Josie Wellstead que era bem chatinha no início, mas teve o seu momento de destaque em um dos dez episódios. Ela foi alguém que tinha os mesmo princípios da Melanie. Ideias opostas, mas a lealdade é intacta. Nesse aspecto as duas são bem parecidas. Mas o destaque da série inteira vai para a personagem Melanie Cavill. Ela é alguém interessante de se acompanhar. Ela não é perfeita, ela tem atitudes questionáveis e possui profundidade em suas ações e pensamentos. Ela tem ideias e princípios bem trabalhos e fixos em sua mente. Diferente do protagonista, ela pensa em muitas coisas antes de tomar alguma decisão. Ela não pensa nela, ela se preocupa na ordem e na sobrevivência da humanidade. Esse mérito todo eu dou para a atriz Jennifer Connelly, que a interpretou brilhantemente Snowpierce, para mim, é uma série mediana com muitos defeitos e pouquíssimos acertos. E esses acertos só são percebidos nos seus dois últimos episódios. Acredito que eles tem muitos personagens interessantes, mas que por enquanto, eles não souberam trabalhar bem a maioria deles.
Fui assistir a série com o propósito de ver o Chris Evans atuar em outra coisa que não fosse a Marvel, e, afirmo com bastante prazer, que me surpreendi muito. Me surpreendi com a atuação do Chris(e os demais atores)e com a série em si. Eu não li o livro em que a série é baseada(pretendo ler), então o que direi aqui é apenas sobre a minha visão sobre a série. Temos aqui uma família composta por três pessoas: Andy Barber, sua esposa Laurie e seu filho Jacob. Suas vidas mudam completamente quando um garoto da escola, onde o filho do casal estuda, é assassinado; e Jacob se torna o principal suspeito. Chris Evans interpreta o personagem Andy Barber, que é um advogado e pai de Jacob. Ao longo da série, vemos as consequências da acusação de Jacob sobre seu personagem e a sua batalha para provar que seu filho é inocente, algo que ele não deixa ser abalado até o ultimo momento. Conseguimos sentir sua preocupação e o seu olhar incrédulo perante as coisas que começaram a rodear o seu filho. É um pai que vai fazer de tudo por ele, até visitar os seus maiores traumas. Conseguimos sentir tudo isso graças a bela atuação de Chris Evans. A personagem de Michelle Dockery se chama Laurie Barber, e é a minha favorita. A trama dela envolve muito mais o drama psicológico, o cansaço físico e a isolação da sociedade. As consequência de todo o caso que envolve o seu filho mexe bastante em toda a sua vida. Enquanto, na visão do pai, temos o que ocorre na investigação. Na visão da mãe, temos o que ocorre na convivência social. Vemos ao longo da série que a personagem vai regredindo fisicamente e psicologicamente. Vemos na visão dela como as pessoas a tratam, como a mídia a vê e como os seus amigos e familiares a veem depois do ocorrido. Ela começa a se desgastar bastante, por causa da dúvida, do arrependimento e da preocupação. A interpretação de Michelle Dockery é incrível, os vários olhares que ela entrega em várias cenas, diz muita coisa sobre o que ela está sentindo e pensando. Todos os personagem são bem desenvolvidos, bem interpretados pelos seus atores; mas a Laurie se destaca muito mais para mim. Jaeden Martell interpreta o Jacob brilhantemente. Seu personagem caminha entre o estranho e o normal. Ele faz a gente duvidar dos nossos próprios pensamentos sem usar muitas falas, ou expressões. Ao mesmo tempo que ele aparenta ser apenas um garoto normal, há algumas atitudes duvidosas que nos fazem questionar sobre a sua inocência. Um personagem complexo e cheio de camadas. Defending Jacob é uma série de drama, suspense, cheio de atuações maravilhosas e que nos faz questionar o seguinte: até onde você iria pela sua família ou por alguém que ama?
OBS: O final não agradou muita gente, mas se formos pensar que a série foca na família e suas relações perante tais situações, a série é perfeita.
Ultimamente está sendo lançado várias séries adolescentes com premissas semelhantes. Uns vão para o estilo mais cotidiano, onde há um grupo de adolescentes que vão crescendo e amadurecendo ao longo das temporadas; e outros vão para o lado do mistério, onde há um grupo de adolescentes que tentam desvendar algo por si mesmos enquanto crescem e amadurecem ao longo das temporadas. Riverdale é o segundo caso, porém não há um crescimento e amadurecimento. Não nessa temporada. Há personagens que obtém uma pequena mudança e outros continuam na mesmice. O personagem Archie Andrews é o mais apagado do grupo dos protagonistas. Ele não faz muita diferença. Possui pequenos dramas envolvendo a família e uma constante vontade de saber onde é o seu lugar. Mas esses quesitos não são bem trabalhados ou aprofundados no personagem, algo que o deixa para trás na trama. Betty Cooper é a personagem que tem mais destaque e que faz a história andar com cada coisa em que se mete e descobre. Ela não me cativou e eu não sei o por que. O personagem Jughead é bem interessante. No início da temporada ele era misterioso e tinha uma visão de mundo um pouco radical, mas que se explica depois pela aparição de seu pai. Porém, ele começou a ficar bastante chato com a visão que ele tinha dele mesmo. "Um lobo solitário" - isso é chato e estraga o personagem com essas falas bregas. A Cheryl Blossom fica entre o odeio e aceito a sua personalidade. Com os outros ela é uma babaca e com a sua família ela é a sofrida. Acho que não tive muita informação sobre ela e o que ela pensa pra eu gostar da personagem. Veronica Lodge é a personagem que fica entre os protagonistas, e fica alternando entre o destaque e não destaque. Ela tem uma personalidade bem forte que se assemelha a de Cheryl Blossom, algo que as coloca como inimigas aqui. Contudo, alguns dos seus diálogos são dignos de uma adolescente que acha que está fazendo tudo certo, mas que não sabe nada do que está acontecendo realmente. O que me faz gostar dela é o fato de ela estar tentando mudar, e reconhecer o seu lugar e seus erros. Isso a torna um pouco madura perto dos outros jovens. O elenco adulto se destaca - sem muita dificuldade - do núcleo dos jovens. Alguns possuem um mistério interessante, outros tem uma dificuldade bastante realista e outros possuem dramas bem significativos pra trama. Alguns bem pequenos e outros com maior destaque. Fred Andrews é, eticamente falando, o mais correto de todos eles. Procura dar o melhor de si nos cuidados do seu filho Archie, enquanto lida com os problemas envolvendo o seu trabalho. Hermione Lodge é uma mãe que está tentando recomeçar - de uma forma bem estranha - a sua vida, depois que seu marido foi preso. Ela é bem neutra se formos considerar sua personalidade. Os pais Blossom são algo desprezível. Eles são totalitaristas, opressores e, com certeza, não são um ótimo exemplo de pais. Isso é o resultado das boas atuações de Nathalie Boltt como Penelope Blossom e Barclay Hope como Clifford Blossom. A personagem com quem eu mais me apeguei foi a Alice Cooper. No início da história ela é bem problemática e é mal compreendida, mas quando a história avança, conseguimos compreender suas ações e personalidade. Ela é apenas uma mãe que faria de tudo pelo bem de suas filhas. Os atos que ela faz não são certos aos olhos dos adolescentes, mas compreensíveis ao mundo adulto. Riverdale é mais uma série adolescente envolvendo mistério e que possui uma gama de personagens que ainda não mostraram para que vieram.
A sexta temporada de Grace and Frankie mantém o mesmo nível da anterior. Se resume - de forma simplista - em uma série de comédia que trata de assuntos da terceira idade. Somos apresentados a personagens bastante evoluídos desde sua primeira temporada. No caso de Grace Hanson (Jane Fonda) e Frankie Bergstein (Lily Tomlin), eu diria que elas evoluíram tanto que trocaram de papel e de essência. Grace está mais solta e livre enquanto Frankie, de certo modo, a tenta colocá-la nos trilhos. Isso é incrível. É maravilhoso ver em como a amizade delas duas evoluiu tanto ao longo das temporadas. Elas como sempre, por serem protagonistas, se destacam dos demais. Isso é um grande mérito. Sol Bergstein (Sam Waterston) e Robert Hanson (Martin Sheen) são colocados em uma situação que irá resultar em mais amor e confiança. Eles não tiveram muitas mudanças na personalidade e nas suas dinâmicas, mas ainda é bastante interessante acompanhar seus diálogos. Na trama dos filhos, houve pequenas mudanças perceptíveis, mas não o posto de coadjuvante. Brianna Hanson (June Diane Raphael) e Barry (Peter Cambor) formam aqui um casal bastante interessante. Eles têm dúvidas e inseguranças escondidas atrás de piadas bem colocadas na cena. Coyote Bergstein (Ethan Embry) continua ao meu ver um personagem bem básico porém cativante e engraçado. Eu amo ele pra falar a verdade. Hehe. Mallory Hanson (Brooklyn Decker), assim como Coyote, continua a personagem básica e interessante de se acompanhar. Nwabudike Bergstein (Baron Vaughn) e Allison (Lindsey Craft) recém casados, eles são meio que deixados de lado de alguma forma e suas tramas não me cativaram tanto. Nick (Peter Gallagher), desde a temporada passada tenho um amor um carinho bem menor por ele, mas nessa temporada o ódio sobre ele reinou. Uma temporada bastante incrível e agradável de passar um tempo e aprender um pouco sobre a vida da terceira idade.
Um filme natalino que não tem muitas características natalinas. A árvore de natal, o papai noel e os enfeites natalinos estão todos em segundo plano na história. É normal esperarmos a mesma história nos cinemas nessa época do ano e é isso que faz esse filme – não se destacar – mas ser diferente dos demais. Os personagens do filme são bem excêntricos e nenhum deles escapa desse adjetivo. Michelle Yeoh e Emma Thompson têm as personagens mais estranhas – de uma forma boa – da trama do filme. Uma atendente de loja natalina com gostos peculiares e que possui um trama romântico e secundário com o personagem de Peter Mygind, que possivelmente possa arrancar algumas risadas do público. E uma mãe de uma família desconjuntada que é bastante protetora com uma das filhas e tem bastante medo de ser deportada para o seu país de origem. A personagem de Lydia Leonard tem uma pequena trama que eu poderia chamar de fundo dramático e essencial, mas apenas fica por isso mesmo. Emilia Clarke e Henry Golding por serem os protagonistas, são os que mais se destacam no filme. Como dito anteriormente, nenhum dos personagens fogem do adjetivo excêntricos e estranhos. Emilia Clarke coloca a sua essência de personagens de comédia romântica aqui e consegue ser engraçada sem ser forçada, possivelmente cativa o público com as situações que a envolvem criadas pelo roteiro e é mentalmente bagunçada. Isso tudo nos faz querer acompanhar a sua história e saber mais sobre ela. No caso de Henry Golding, ele compõem um personagem bastante correto e que possivelmente não comete muitos erros na sua vida. Isso que faz o personagem ser estranho. O que possa ter me surpreendido no filme inteiro foi o seu final. Ele pode ser um pouco previsível se pensarmos um pouco mais fora da caixinha e pegarmos a ideia um pouco mais da metade do filme . Que no caso, não aconteceu comigo. Me surpreendi e fiquei um pouco triste pela situação. O filme é cheio de imperfeições, como a pouca importância que dão para o fundo dramático de alguns personagens, mas é cheio de cenas divertidas e que dão um calor no coração quando vemos elas.
Confesso que me tornei um grande fã do diretor quando assisti Hereditário e estava muito ansioso para saber qual seria seu próximo trabalho. Tive bastante expectativa perante a esse novo filme e posso dizer que não me decepcionou em nada. Ari Aster me entregou um filme que trata, nas entrelinhas, um relacionamento que já está desgastado. Gosto do começo do filme pois utiliza bem o tempo para estabelecer a relação dos personagens, tanto os principais quanto os coadjuvantes. O filme também não tem pressa de começar a agir como um filme de terror. As cenas que devem ser chocantes levam tempo para acontecer, mas quando acontecem é arrepiante. Enquanto em Hereditário o ambiente escuro prevalece, aqui em Midsommar temos a luz do dia durante grande parte do filme. Por pensar que em filmes de terror coisas ruins acontecem apenas à noite, aqui neste filme, não importa se está claro – as coisas acontecem da mesma maneira e têm o mesmo impacto se fosse a noite. Adorei a cena final e achei um pouco como o final de Hereditário. A forma geométrica triangular aparece novamente aqui e a simbologia que ela possa ter é bastante compreensível. Um final que pode não ser visto como um final feliz, mas aos olhos do protagonista, é um final perfeito.
Ready Or Not foi uma grande surpresa para mim. Sua trama gira em torno dos aspectos de filmes de terror, humor ácido e de sobrevivência. É o primeiro contato que tenho com a dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, e o que vi foi bem agradável e divertido. Os personagens são a mistura de pessoas com arquétipos estranhos com um aprofundamento de personalidade bem discreta. Os personagens de Kristian Bruun, Melanie Scrofano, Henry Czerny, Nicky Guadagni e John Ralston não ultrapassam a linha dos arquétipos de personagem para um aprofundamento maior. Eles são bem rasos no que eles propõem, as vezes engraçados quando lhe convém e convenientes quando o roteiro precisa. Eles não me cativaram e portanto não são muito lembrados pelos seus feitos. Os personagens de Mark O'Brien, Adam Brody e Andie MacDowell são os que se destacam por terem backgrounds bem estabelecidos e personalidades distintas. Eles criam suas desavenças entre eles três devido as suas personalidades e objetivo que os movem perante a trama toda. O destaque de atuação vai para Samara Weaving que constroi uma personagem esperta, corajosa, valente e cheio de intermédio entre essas características. Vemos uma trajetória crescente em sua personalidade. Se no início do filme vimos que ela já possuía esses adjetivos, ao longo do filme eles se potencializam se transformando em algo incrível e coerente. Infelizmente sua personagem não é tão sortuda mesmo que suas escolhas sejam as mais inteligentes para um filme de terror. É maravilhoso essa personagem. A história é bastante interessante com suas regras e as maluquices que o roteiro entrega para a gente. Na minha pequena estadia na Terra, não vi muitos filmes nesses aspectos e então não posso ter certeza que o roteiro do filme é original. O figurino me faz lembrar um pouco a época antiga e achei interessante as cores verdes e amarelas. Ready or Not é um filme divertido, é interessante, contendo uma protagonista diferente de muitas outras do gênero e que cativa bastante quem a assiste.
O filme não está longe de seu antecessor, porque continua com o mesmo humor negro, os letreiros que aparecem durante o filme para complementar uma piada e que, na maioria das vezes, são característicos do uso e abuso da cultura americana. Piadas completamente americanas. Os personagens já estabelecidos no primeiro filme não entregam nada de novo aqui. Little Rock, que deveria ser a protagonista, foi a mais apagada do elenco neste filme. Sua trama não atribuiu nada à história e serviu apenas como objetivo para a locomoção dos outros personagens do filme. Wichita, Tallahassee e Columbus continuam suas interações com diálogos e piadas ácidas, mas confiam e se protegem muito mais do que no primeiro filme - uma amizade fraterna - uma família. O destaque deste filme vai para a personagem Madison. Ela é uma personagem com características genéricas que poderia facilmente cair na mesmice e irritar o público que a assistiria, mas ela consegue fazer o oposto. Ela é genérica, mas consegue ser cativante, engraçada e nos faz sentir falta dela quando ela sai de cena. Os outros novos personagens apresentados aqui não são tão relevantes e servem apenas como soluções óbvias para algumas situações e outras vezes apenas para preencher uma lacuna no filme. Eu realmente não gostei muito deles. Zombieland: Double Tap pode ser bastante divertido com suas cenas em câmera lenta e com sua proposta repetida do primeiro filme. É um prazer assistir a este filme no seu tempo livre.
Na minha pequena vida na Terra, afirmo que assisti apenas a um filme com o tema de mortos-vivos, e afirmo claramente que não é um gênero que me atrai muito. Eu não tenho um fascínio por esses filmes. No entanto, este filme me agradou muito porque lida com a vida social. Temos um personagem principal que, devido ao seu contexto, ele não teve muita interação com a sociedade por parte de sua personalidade e sua ansiedade crônica. Após os eventos anteriores, ele anseia por encontrar outras pessoas. Os personagens são incríveis em sua originalidade e personalidade, e incrivelmente, eles nunca caem nos estereótipos que vemos em alguns filmes de sobrevivência. O antissocial é corajoso e um sobrevivente, o bad boy tem um grande senso comum e as mulheres têm uma grande força e determinação para sobreviver sozinhas. Uma vez que essas personalidades e pensamentos são estabelecidos, o filme se torna incrível quando os personagens se reúnem na mesma cena. Quatro pessoas que aprenderam a conviver entre si sem ter que se livrar de suas originalidades. O filme também não tem muita obrigação de dar algumas respostas e isso não é ruim, porque o que importa são os personagens. O filme são os personagens. O filme é divertido, agradável de assistir e fala um pouco da importância de ter alguém por perto em um cenário como este.
A terceira temporada trouxe várias grandes surpresas para o público. Desenvolvimento de personagens, fechamento perfeito de um ciclo e tramas consistentes com a personalidade de cada um. Digo com grande prazer que eles souberam trabalhar muito bem o enredo das personagens Carla, Lucrécia e Nadia. Carla tem um arco completamente diferente de Lu e Nadia e é ofuscada pelos outros personagens da série, no entanto, sua importância é grande. Ela aprende a ser responsável, a viver por si mesma e a conviver com seus sentimentos de uma maneira muito discreta e inteligente. Nadia e Lu têm o arco menos irreal possível. Elas estão preocupadas com o seu futuro, sua faculdade e assim por diante. Os obstáculos que elas precisam enfrentar são muito reais e palpáveis, o que faz a gente torcer pelas duas. Digo, sem medo, que elas são as estrelas desta temporada, apenas por suas tramas realistas e cheias de dificuldades. Também tivemos uma evolução pequena, mas significativa, do personagem Valério. Na segunda temporada, ele era o garoto problemático, mas agora ele tenta se distanciar daquela imagem que ele criou alguns episódios atrás. Sua redenção - se é que posso chamar assim - é bastante interessante de assistir, mas sinto que eles não deram tanta importância aos problemas relacionados às drogas com os quais ele estava envolvido. A maneira como lidaram com esse problema foi muito menos irresponsável do que nas outras temporadas, mas eles cumprem seu papel o máximo que podem. Alguns continuam sendo personagens secundários e outros, que foram personagens principais em outras temporadas, se tornam secundários aqui. Infelizmente, Guzman e Samuel continuam no mesmo arco de sempre: Odiar Polo. Eles quase não conseguem seguir em frente. Rebeca teve seus momentos de impacto, mas ainda permanece na sombra do romance com Samuel. Omar e Ander, se não fosse por outros personagens, eu diria que foi uma das decepções desta temporada e isso se deve a seus arcos super dramáticos e às vezes sem sentido que essa situação os levou a ter. Polo teve um dos fechamentos de arco mais tristes de toda a série. Eu sinto que, às vezes, o roteiro desperdiçava todo o conteúdo que Polo poderia nos fornecer como personagem. Ele não fez muito aqui por causa do destino que eles já haviam definido para ele. No final, ele conseguiu o que queria e o modo como eles o entregam é muito significativo e triste. Cayetana, Yeray e Malick foram as decepções desta temporada. Yeray teve um começo um tanto peculiar, depois houve um declínio completo, mas no final ele fez algo que valeu a pena. Cayetana estava bem apagada nesta temporada. Não acrescentou muito e, quando tentou fazer algo, eles eram muito ruins e mal construídos. Malick foi desnecessário durante toda a temporada. A terceira temporada mantém o ar de mistério das anteriores, mas com personagens bem construídos e evoluídos, e outros nem tanto. Ela é divertida de acompanhar até o fim e às vezes, de forma um pouco forçada, pode arrancar lágrimas dos seus olhos.
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Expresso do Amanhã (1ª Temporada)
3.7 175Eu comecei a ver a série sem o conhecimento do filme e das HQs, então a minha visão se limita somente a série em si. Inicialmente, a série aborda sobre uma distopia onde os humanos vivem em um trem composto por 1001 vagões após os acontecimentos surgidos por conta do aquecimento global. O trem havia sido construído apenas para salvar a população mais rica do mundo, mas no dia da embarcação, a população mais pobre invadiu o fundo do trem para se salvar do mundo congelado. (Se tiver algo de errado, não me julguem, eu sou ruim de memória).
E mais uma vez, uma série nos apresenta a jogada de "quem matou quem" no início de sua trama para fazer os espectadores ficarem curiosos e interessados; mesmo que os personagens não sejam tão cativantes. A trama inicial é bastante comum perto de outras séries, e depois de concluída, se torna algo um pouco mais interessante de se assistir. A série, em vários momentos, crítica a desigualdade social e a luta por igualdade; mesmo que isso não seja um aspecto bem trabalhado na história. (O episódio do julgamento de uma das personagens, foi um dos acontecimentos mais palpáveis sobre a desigualdade de classes: nem todos tem o que merecem).
A história nos entrega vários personagens durante sua trama, alguns se destacam e outros não. O protagonista chamado Andre Layton é um personagem interessante no início da história, mas depois de certos acontecimentos, ele começa a tomar algumas decisões bastante idiotas e questionáveis. Foi um personagem que eu não consegui me apegar e nem comprar a sua jornada. Para mim ele é detestável e com uma jornada bem desinteressante. Como um detetive pode tomar tantas decisões idiotas? E como alguém que está construindo uma revolução não se tocou das consequências que isso traria para todos? É bem difícil acompanhar algo onde o protagonista não tem nenhum carisma.
A personagem chamada LJ Folger é a típica adolescente metida a psicopata. Uma das coisas que a série não trabalhou bem foi a personalidade da LJ. Ela é caricata, cheia de esteriótipos e possui uma camada única de personalidade. Ela é uma personagem que eu detesto e fico bastante feliz que a série não resolveu dar foco nela no restante da temporada. (Desculpa, mas tem jeitos muito melhores de trabalhar a psicopatia).
Gosto muito da personagem chamada Bess Till. Eu não diria que ela teve uma evolução fantástica, mas afirmo que foi bem mais interessante acompanhar os dilemas dela, as duvidas e as lutas internas dessa personagem. No início da trama ela é apenas alguém que aceita as ordens impostas sobre ela, e no fim da trama; ela já é uma personagem mais questionadora, mesmo que só um pouco. Ela tem muita dúvida sobre o que é certo e errado e o lugar que ela pertence.
Há vários personagens que beiraram o interessante na história. Como Ruth Wardell, que tinha uma personalidade meio excêntrica e egoísta, mas que no fim se tornou alguém mais submissa do que uma líder em si. Josie Wellstead que era bem chatinha no início, mas teve o seu momento de destaque em um dos dez episódios. Ela foi alguém que tinha os mesmo princípios da Melanie. Ideias opostas, mas a lealdade é intacta. Nesse aspecto as duas são bem parecidas.
Mas o destaque da série inteira vai para a personagem Melanie Cavill. Ela é alguém interessante de se acompanhar. Ela não é perfeita, ela tem atitudes questionáveis e possui profundidade em suas ações e pensamentos. Ela tem ideias e princípios bem trabalhos e fixos em sua mente. Diferente do protagonista, ela pensa em muitas coisas antes de tomar alguma decisão. Ela não pensa nela, ela se preocupa na ordem e na sobrevivência da humanidade. Esse mérito todo eu dou para a atriz Jennifer Connelly, que a interpretou brilhantemente
Snowpierce, para mim, é uma série mediana com muitos defeitos e pouquíssimos acertos. E esses acertos só são percebidos nos seus dois últimos episódios. Acredito que eles tem muitos personagens interessantes, mas que por enquanto, eles não souberam trabalhar bem a maioria deles.
Em Defesa de Jacob
4.0 229Fui assistir a série com o propósito de ver o Chris Evans atuar em outra coisa que não fosse a Marvel, e, afirmo com bastante prazer, que me surpreendi muito. Me surpreendi com a atuação do Chris(e os demais atores)e com a série em si. Eu não li o livro em que a série é baseada(pretendo ler), então o que direi aqui é apenas sobre a minha visão sobre a série.
Temos aqui uma família composta por três pessoas: Andy Barber, sua esposa Laurie e seu filho Jacob. Suas vidas mudam completamente quando um garoto da escola, onde o filho do casal estuda, é assassinado; e Jacob se torna o principal suspeito.
Chris Evans interpreta o personagem Andy Barber, que é um advogado e pai de Jacob. Ao longo da série, vemos as consequências da acusação de Jacob sobre seu personagem e a sua batalha para provar que seu filho é inocente, algo que ele não deixa ser abalado até o ultimo momento. Conseguimos sentir sua preocupação e o seu olhar incrédulo perante as coisas que começaram a rodear o seu filho. É um pai que vai fazer de tudo por ele, até visitar os seus maiores traumas. Conseguimos sentir tudo isso graças a bela atuação de Chris Evans.
A personagem de Michelle Dockery se chama Laurie Barber, e é a minha favorita. A trama dela envolve muito mais o drama psicológico, o cansaço físico e a isolação da sociedade. As consequência de todo o caso que envolve o seu filho mexe bastante em toda a sua vida. Enquanto, na visão do pai, temos o que ocorre na investigação. Na visão da mãe, temos o que ocorre na convivência social. Vemos ao longo da série que a personagem vai regredindo fisicamente e psicologicamente. Vemos na visão dela como as pessoas a tratam, como a mídia a vê e como os seus amigos e familiares a veem depois do ocorrido. Ela começa a se desgastar bastante, por causa da dúvida, do arrependimento e da preocupação. A interpretação de Michelle Dockery é incrível, os vários olhares que ela entrega em várias cenas, diz muita coisa sobre o que ela está sentindo e pensando. Todos os personagem são bem desenvolvidos, bem interpretados pelos seus atores; mas a Laurie se destaca muito mais para mim.
Jaeden Martell interpreta o Jacob brilhantemente. Seu personagem caminha entre o estranho e o normal. Ele faz a gente duvidar dos nossos próprios pensamentos sem usar muitas falas, ou expressões. Ao mesmo tempo que ele aparenta ser apenas um garoto normal, há algumas atitudes duvidosas que nos fazem questionar sobre a sua inocência. Um personagem complexo e cheio de camadas.
Defending Jacob é uma série de drama, suspense, cheio de atuações maravilhosas e que nos faz questionar o seguinte: até onde você iria pela sua família ou por alguém que ama?
OBS: O final não agradou muita gente, mas se formos pensar que a série foca na família e suas relações perante tais situações, a série é perfeita.
Riverdale (1ª Temporada)
3.7 391Ultimamente está sendo lançado várias séries adolescentes com premissas semelhantes. Uns vão para o estilo mais cotidiano, onde há um grupo de adolescentes que vão crescendo e amadurecendo ao longo das temporadas; e outros vão para o lado do mistério, onde há um grupo de adolescentes que tentam desvendar algo por si mesmos enquanto crescem e amadurecem ao longo das temporadas. Riverdale é o segundo caso, porém não há um crescimento e amadurecimento. Não nessa temporada. Há personagens que obtém uma pequena mudança e outros continuam na mesmice.
O personagem Archie Andrews é o mais apagado do grupo dos protagonistas. Ele não faz muita diferença. Possui pequenos dramas envolvendo a família e uma constante vontade de saber onde é o seu lugar. Mas esses quesitos não são bem trabalhados ou aprofundados no personagem, algo que o deixa para trás na trama.
Betty Cooper é a personagem que tem mais destaque e que faz a história andar com cada coisa em que se mete e descobre. Ela não me cativou e eu não sei o por que. O personagem Jughead é bem interessante. No início da temporada ele era misterioso e tinha uma visão de mundo um pouco radical, mas que se explica depois pela aparição de seu pai. Porém, ele começou a ficar bastante chato com a visão que ele tinha dele mesmo. "Um lobo solitário" - isso é chato e estraga o personagem com essas falas bregas. A Cheryl Blossom fica entre o odeio e aceito a sua personalidade. Com os outros ela é uma babaca e com a sua família ela é a sofrida. Acho que não tive muita informação sobre ela e o que ela pensa pra eu gostar da personagem.
Veronica Lodge é a personagem que fica entre os protagonistas, e fica alternando entre o destaque e não destaque. Ela tem uma personalidade bem forte que se assemelha a de Cheryl Blossom, algo que as coloca como inimigas aqui. Contudo, alguns dos seus diálogos são dignos de uma adolescente que acha que está fazendo tudo certo, mas que não sabe nada do que está acontecendo realmente. O que me faz gostar dela é o fato de ela estar tentando mudar, e reconhecer o seu lugar e seus erros. Isso a torna um pouco madura perto dos outros jovens.
O elenco adulto se destaca - sem muita dificuldade - do núcleo dos jovens. Alguns possuem um mistério interessante, outros tem uma dificuldade bastante realista e outros possuem dramas bem significativos pra trama. Alguns bem pequenos e outros com maior destaque. Fred Andrews é, eticamente falando, o mais correto de todos eles. Procura dar o melhor de si nos cuidados do seu filho Archie, enquanto lida com os problemas envolvendo o seu trabalho. Hermione Lodge é uma mãe que está tentando recomeçar - de uma forma bem estranha - a sua vida, depois que seu marido foi preso. Ela é bem neutra se formos considerar sua personalidade.
Os pais Blossom são algo desprezível. Eles são totalitaristas, opressores e, com certeza, não são um ótimo exemplo de pais. Isso é o resultado das boas atuações de Nathalie Boltt como Penelope Blossom e Barclay Hope como Clifford Blossom.
A personagem com quem eu mais me apeguei foi a Alice Cooper. No início da história ela é bem problemática e é mal compreendida, mas quando a história avança, conseguimos compreender suas ações e personalidade. Ela é apenas uma mãe que faria de tudo pelo bem de suas filhas. Os atos que ela faz não são certos aos olhos dos adolescentes, mas compreensíveis ao mundo adulto.
Riverdale é mais uma série adolescente envolvendo mistério e que possui uma gama de personagens que ainda não mostraram para que vieram.
Grace and Frankie (6ª Temporada)
4.3 66A sexta temporada de Grace and Frankie mantém o mesmo nível da anterior. Se resume - de forma simplista - em uma série de comédia que trata de assuntos da terceira idade.
Somos apresentados a personagens bastante evoluídos desde sua primeira temporada. No caso de Grace Hanson (Jane Fonda) e Frankie Bergstein (Lily Tomlin), eu diria que elas evoluíram tanto que trocaram de papel e de essência. Grace está mais solta e livre enquanto Frankie, de certo modo, a tenta colocá-la nos trilhos. Isso é incrível. É maravilhoso ver em como a amizade delas duas evoluiu tanto ao longo das temporadas. Elas como sempre, por serem protagonistas, se destacam dos demais. Isso é um grande mérito.
Sol Bergstein (Sam Waterston) e Robert Hanson (Martin Sheen) são colocados em uma situação que irá resultar em mais amor e confiança. Eles não tiveram muitas mudanças na personalidade e nas suas dinâmicas, mas ainda é bastante interessante acompanhar seus diálogos.
Na trama dos filhos, houve pequenas mudanças perceptíveis, mas não o posto de coadjuvante. Brianna Hanson (June Diane Raphael) e Barry (Peter Cambor) formam aqui um casal bastante interessante. Eles têm dúvidas e inseguranças escondidas atrás de piadas bem colocadas na cena. Coyote Bergstein (Ethan Embry) continua ao meu ver um personagem bem básico porém cativante e engraçado. Eu amo ele pra falar a verdade. Hehe.
Mallory Hanson (Brooklyn Decker), assim como Coyote, continua a personagem básica e interessante de se acompanhar. Nwabudike Bergstein (Baron Vaughn) e Allison (Lindsey Craft) recém casados, eles são meio que deixados de lado de alguma forma e suas tramas não me cativaram tanto.
Nick (Peter Gallagher), desde a temporada passada tenho um amor um carinho bem menor por ele, mas nessa temporada o ódio sobre ele reinou.
Uma temporada bastante incrível e agradável de passar um tempo e aprender um pouco sobre a vida da terceira idade.
Uma Segunda Chance para Amar
3.5 477Um filme natalino que não tem muitas características natalinas. A árvore de natal, o papai noel e os enfeites natalinos estão todos em segundo plano na história. É normal esperarmos a mesma história nos cinemas nessa época do ano e é isso que faz esse filme – não se destacar – mas ser diferente dos demais.
Os personagens do filme são bem excêntricos e nenhum deles escapa desse adjetivo. Michelle Yeoh e Emma Thompson têm as personagens mais estranhas – de uma forma boa – da trama do filme. Uma atendente de loja natalina com gostos peculiares e que possui um trama romântico e secundário com o personagem de Peter Mygind, que possivelmente possa arrancar algumas risadas do público. E uma mãe de uma família desconjuntada que é bastante protetora com uma das filhas e tem bastante medo de ser deportada para o seu país de origem. A personagem de Lydia Leonard tem uma pequena trama que eu poderia chamar de fundo dramático e essencial, mas apenas fica por isso mesmo.
Emilia Clarke e Henry Golding por serem os protagonistas, são os que mais se destacam no filme. Como dito anteriormente, nenhum dos personagens fogem do adjetivo excêntricos e estranhos. Emilia Clarke coloca a sua essência de personagens de comédia romântica aqui e consegue ser engraçada sem ser forçada, possivelmente cativa o público com as situações que a envolvem criadas pelo roteiro e é mentalmente bagunçada. Isso tudo nos faz querer acompanhar a sua história e saber mais sobre ela. No caso de Henry Golding, ele compõem um personagem bastante correto e que possivelmente não comete muitos erros na sua vida. Isso que faz o personagem ser estranho.
O que possa ter me surpreendido no filme inteiro foi o seu final. Ele pode ser um pouco previsível se pensarmos um pouco mais fora da caixinha e pegarmos a ideia um pouco mais da metade do filme . Que no caso, não aconteceu comigo. Me surpreendi e fiquei um pouco triste pela situação.
O filme é cheio de imperfeições, como a pouca importância que dão para o fundo dramático de alguns personagens, mas é cheio de cenas divertidas e que dão um calor no coração quando vemos elas.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8KConfesso que me tornei um grande fã do diretor quando assisti Hereditário e estava muito ansioso para saber qual seria seu próximo trabalho. Tive bastante expectativa perante a esse novo filme e posso dizer que não me decepcionou em nada. Ari Aster me entregou um filme que trata, nas entrelinhas, um relacionamento que já está desgastado.
Gosto do começo do filme pois utiliza bem o tempo para estabelecer a relação dos personagens, tanto os principais quanto os coadjuvantes. O filme também não tem pressa de começar a agir como um filme de terror. As cenas que devem ser chocantes levam tempo para acontecer, mas quando acontecem é arrepiante.
Enquanto em Hereditário o ambiente escuro prevalece, aqui em Midsommar temos a luz do dia durante grande parte do filme. Por pensar que em filmes de terror coisas ruins acontecem apenas à noite, aqui neste filme, não importa se está claro – as coisas acontecem da mesma maneira e têm o mesmo impacto se fosse a noite.
Adorei a cena final e achei um pouco como o final de Hereditário.
A forma geométrica triangular aparece novamente aqui e a simbologia que ela possa ter é bastante compreensível.
Um final que pode não ser visto como um final feliz, mas aos olhos do protagonista, é um final perfeito.
Casamento Sangrento
3.5 947Ready Or Not foi uma grande surpresa para mim. Sua trama gira em torno dos aspectos de filmes de terror, humor ácido e de sobrevivência. É o primeiro contato que tenho com a dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, e o que vi foi bem agradável e divertido.
Os personagens são a mistura de pessoas com arquétipos estranhos com um aprofundamento de personalidade bem discreta. Os personagens de Kristian Bruun, Melanie Scrofano, Henry Czerny, Nicky Guadagni e John Ralston não ultrapassam a linha dos arquétipos de personagem para um aprofundamento maior. Eles são bem rasos no que eles propõem, as vezes engraçados quando lhe convém e convenientes quando o roteiro precisa. Eles não me cativaram e portanto não são muito lembrados pelos seus feitos. Os personagens de Mark O'Brien, Adam Brody e Andie MacDowell são os que se destacam por terem backgrounds bem estabelecidos e personalidades distintas. Eles criam suas desavenças entre eles três devido as suas personalidades e objetivo que os movem perante a trama toda.
O destaque de atuação vai para Samara Weaving que constroi uma personagem esperta, corajosa, valente e cheio de intermédio entre essas características. Vemos uma trajetória crescente em sua personalidade. Se no início do filme vimos que ela já possuía esses adjetivos, ao longo do filme eles se potencializam se transformando em algo incrível e coerente. Infelizmente sua personagem não é tão sortuda mesmo que suas escolhas sejam as mais inteligentes para um filme de terror. É maravilhoso essa personagem.
A história é bastante interessante com suas regras e as maluquices que o roteiro entrega para a gente. Na minha pequena estadia na Terra, não vi muitos filmes nesses aspectos e então não posso ter certeza que o roteiro do filme é original. O figurino me faz lembrar um pouco a época antiga e achei interessante as cores verdes e amarelas.
Ready or Not é um filme divertido, é interessante, contendo uma protagonista diferente de muitas outras do gênero e que cativa bastante quem a assiste.
Zumbilândia: Atire Duas Vezes
3.4 612 Assista AgoraO filme não está longe de seu antecessor, porque continua com o mesmo humor negro, os letreiros que aparecem durante o filme para complementar uma piada e que, na maioria das vezes, são característicos do uso e abuso da cultura americana. Piadas completamente americanas.
Os personagens já estabelecidos no primeiro filme não entregam nada de novo aqui. Little Rock, que deveria ser a protagonista, foi a mais apagada do elenco neste filme. Sua trama não atribuiu nada à história e serviu apenas como objetivo para a locomoção dos outros personagens do filme. Wichita, Tallahassee e Columbus continuam suas interações com diálogos e piadas ácidas, mas confiam e se protegem muito mais do que no primeiro filme - uma amizade fraterna - uma família. O destaque deste filme vai para a personagem Madison. Ela é uma personagem com características genéricas que poderia facilmente cair na mesmice e irritar o público que a assistiria, mas ela consegue fazer o oposto. Ela é genérica, mas consegue ser cativante, engraçada e nos faz sentir falta dela quando ela sai de cena. Os outros novos personagens apresentados aqui não são tão relevantes e servem apenas como soluções óbvias para algumas situações e outras vezes apenas para preencher uma lacuna no filme. Eu realmente não gostei muito deles.
Zombieland: Double Tap pode ser bastante divertido com suas cenas em câmera lenta e com sua proposta repetida do primeiro filme. É um prazer assistir a este filme no seu tempo livre.
Zumbilândia
3.7 2,5K Assista AgoraNa minha pequena vida na Terra, afirmo que assisti apenas a um filme com o tema de mortos-vivos, e afirmo claramente que não é um gênero que me atrai muito. Eu não tenho um fascínio por esses filmes. No entanto, este filme me agradou muito porque lida com a vida social. Temos um personagem principal que, devido ao seu contexto, ele não teve muita interação com a sociedade por parte de sua personalidade e sua ansiedade crônica. Após os eventos anteriores, ele anseia por encontrar outras pessoas.
Os personagens são incríveis em sua originalidade e personalidade, e incrivelmente, eles nunca caem nos estereótipos que vemos em alguns filmes de sobrevivência. O antissocial é corajoso e um sobrevivente, o bad boy tem um grande senso comum e as mulheres têm uma grande força e determinação para sobreviver sozinhas. Uma vez que essas personalidades e pensamentos são estabelecidos, o filme se torna incrível quando os personagens se reúnem na mesma cena. Quatro pessoas que aprenderam a conviver entre si sem ter que se livrar de suas originalidades.
O filme também não tem muita obrigação de dar algumas respostas e isso não é ruim, porque o que importa são os personagens. O filme são os personagens. O filme é divertido, agradável de assistir e fala um pouco da importância de ter alguém por perto em um cenário como este.
Elite (3ª Temporada)
3.8 300A terceira temporada trouxe várias grandes surpresas para o público. Desenvolvimento de personagens, fechamento perfeito de um ciclo e tramas consistentes com a personalidade de cada um.
Digo com grande prazer que eles souberam trabalhar muito bem o enredo das personagens Carla, Lucrécia e Nadia. Carla tem um arco completamente diferente de Lu e Nadia e é ofuscada pelos outros personagens da série, no entanto, sua importância é grande. Ela aprende a ser responsável, a viver por si mesma e a conviver com seus sentimentos de uma maneira muito discreta e inteligente. Nadia e Lu têm o arco menos irreal possível. Elas estão preocupadas com o seu futuro, sua faculdade e assim por diante. Os obstáculos que elas precisam enfrentar são muito reais e palpáveis, o que faz a gente torcer pelas duas. Digo, sem medo, que elas são as estrelas desta temporada, apenas por suas tramas realistas e cheias de dificuldades.
Também tivemos uma evolução pequena, mas significativa, do personagem Valério. Na segunda temporada, ele era o garoto problemático, mas agora ele tenta se distanciar daquela imagem que ele criou alguns episódios atrás. Sua redenção - se é que posso chamar assim - é bastante interessante de assistir, mas sinto que eles não deram tanta importância aos problemas relacionados às drogas com os quais ele estava envolvido. A maneira como lidaram com esse problema foi muito menos irresponsável do que nas outras temporadas, mas eles cumprem seu papel o máximo que podem.
Alguns continuam sendo personagens secundários e outros, que foram personagens principais em outras temporadas, se tornam secundários aqui. Infelizmente, Guzman e Samuel continuam no mesmo arco de sempre: Odiar Polo. Eles quase não conseguem seguir em frente. Rebeca teve seus momentos de impacto, mas ainda permanece na sombra do romance com Samuel. Omar e Ander, se não fosse por outros personagens, eu diria que foi uma das decepções desta temporada e isso se deve a seus arcos super dramáticos e às vezes sem sentido que essa situação os levou a ter.
Polo teve um dos fechamentos de arco mais tristes de toda a série. Eu sinto que, às vezes, o roteiro desperdiçava todo o conteúdo que Polo poderia nos fornecer como personagem. Ele não fez muito aqui por causa do destino que eles já haviam definido para ele. No final, ele conseguiu o que queria e o modo como eles o entregam é muito significativo e triste.
Cayetana, Yeray e Malick foram as decepções desta temporada. Yeray teve um começo um tanto peculiar, depois houve um declínio completo, mas no final ele fez algo que valeu a pena. Cayetana estava bem apagada nesta temporada. Não acrescentou muito e, quando tentou fazer algo, eles eram muito ruins e mal construídos. Malick foi desnecessário durante toda a temporada.
A terceira temporada mantém o ar de mistério das anteriores, mas com personagens bem construídos e evoluídos, e outros nem tanto. Ela é divertida de acompanhar até o fim e às vezes, de forma um pouco forçada, pode arrancar lágrimas dos seus olhos.