O filme retrata relações humanas que se despem (literalmente) do pudor, apresentando um relacionamento sem emoção, sem carinho, sem cortejo, apenas uma relação carnal enfaticamente rudimentar, apática, conduzida num ritmo lento, com uma fotografia fria, com os personagens quase sempre nas sombras, refletindo com isso uma certa melancolia, mostrando vidas que se entrelaçam ao acaso e parecem não ir a lugar nenhum, bem deprimente. Não há muito além disso no filme, parece mais longo do que é, quase interminável, mas até que cumpre o papel de chamar a atenção com a forma peculiar de mostrar os corpos e ironicamente toda a falta de intimidade do casal.
O filme traz em seu enredo reflexões sobre sucesso pessoal, autopercepção e comparação, por meio da trajetória de um homem de meia idade que vive sob a ótica de que "a grama do vizinho é sempre mais verde". A atuação do cara é muito boa, entregando um personagem que causa muita identificação, principalemente pela forma em que vive numa bolha, só percebendo as coisas boas que tem na vida dos outros, completamente cego e até ingrato por suas próprias conquistas. A direção conduz tudo de forma simples, mas que é muito eficaz em causar uma reflexão e até certo incômodo, isso por ser muito crível, afinal, se você nunca passou por isso, com certeza conhece alguém que encara a vida desta forma. Diante de tudo que o filme mostra, toda a questão existencial envolvida, a pergunta que fica é: A grama do vizinho pode até ser mais verde, mas será que é de verdade?
Dotado de sensibilidade, o filme entretem e diverte por meio de situações cotidianas,caricaturadas, arrancando risos diante das mazelas da vida e causando reflexões, sem dizer nada, literalmente. Neste filme, é muito clara a reflexão que ele destina suas energias: O papel de um pai na vida de um filho, independente se é biológico ou não, diante dos laços que são construidos depois que o pequeno garoto é abandonado pela mãe. A sintonia dos dois é muito boa, o garoto mesmo tão pequeno atua muito bem, tornando o filme leve e dosando muito bem o lado divertido e emocionante da trajetória dos dois.
O filme é bem cativante ao conduzir o mistério que um franciscano e seu aprendiz foram convocados para resolver. A ambientação é muito bem construída, tudo é muito sombrio, frio, melancólico, transmitindo muito bem o estilo de vida que aquelas pessoas levam. O que ainda mais interessante é a forma como é bem retratada o momento histórico, a luta da igreja, que na época era soberana, contra a literatura, a ciência e tudo que contradizia seus dogmas... Uma verdadeira caça as bruxas para manter a alienação do povo, recorrendo a artifícios desumanos para tirar de circulação qualquer texto, livro ou informação que a ameaçasse. Tudo isso é conduzido com muita qualidade, mantendo sempre o suspense lá em cima enquanto nos mostra uma realidade de uma época que não vivemos, mas que são as raízes dos embates entre crentes e intelectuais que são presentes em nossa sociedade até hoje.
A proposta do filme é contar histórias clichês de amor... mas não são tão clichês assim. As 3 situações propostas são completamente diferentes e o mais interessante do filme é a forma em que as histórias se entrelaçam, utilizando um artifício não convencional e inovador. O destaque também vai para o elenco, que desenvolve boas atuações, que sustentam o filme, visto que nem todas as histórias são cativantes. Um filme curto, simples, sem grandes desenvolvimentos, mas condizente com o que promete.
O filme é estranhamente cativante, devido ao comportamento esquisito da família protagonista. A história dosa muito bem a comédia e o drama, apresentando personagens complexos, que levam a vida sem afeto, sem emoção, sendo possível sentir todo o desamor e desapego daquelas vidas, que utilizam dessa estratégia com a justificativa de não se apegar as coisas terrenas para evitar o sofrimento e facilitar a vida de crimes que os sustentam. Conforme a história é desenvolvida, vamos acompanhado "o despertar" da protagonista (que entrega uma ótima atuação) juntamente com seus questionamentos já na vida adulta, numa abordagem que traz diversas reflexões sobre o que é aproveitár a vida nos mínimos detalhes, deixar os sentimentos aflorararem e senti-los em toda sua intensidade.
O filme retrata o processo de envelhecimento e a solidão de uma forma bem diferente e na maior parte do tempo, divertida. A atuação da senhora (Maggie Smith) é ótima, apesar de meio rabugenta e esquisita, é bem cativante. A história vai sendo construída pela ótica de um escritor solitário, sempre em conflito com seu alter ego, que não gosta da senhorinha que aparece em sua rua, mas repentinamente já está com a van dela em sua garagem e finalmente saindo do seu bloqueio criativo. Os personagens são bem desenvolvidos, mas apesar de algumas nuances bem interessantes, a história não engrena como se propõe, pois, as coisas são conduzidas de forma bem monótona e arrastada, focando boa parte do tempo em coisas que não fazem a história evoluir.
Blow up conta a história de um fotógrafo prepotente e entediado que se vê despertado por um mistério que surge em seu cotidiano chato. O fotógrafo se prende naquilo como se fosse uma salvação do seu tédio, como se em seu íntimo se sentisse de fato importante/útil no mundo por descobrir o que ninguém viu (em sua junção da arte intangível e do registro de um assassinato). Apesar de sua premissa interessante, leva muito tempo até que algo realmente aconteça, resultando num desenvolvimento muito fraco e um desfecho sem emoção.
A história do filme tem como pano de fundo o período da copa de 70, em que o Brasil se tornava tricampeão. É muito interessante como é feita a conexão desse momento histórico mostrando toda a euforia que o futebol desperta, ao mesmo tempo que os bastidores são feito de opressão, em que as pessoas estavam sendo mortas e torturadas por questões políticas. Tudo no filme é exposto sem pressa, pela visão de um pequeno garoto fanático pela seleção brasileira, que fica sozinho após os pais "saírem de férias", entregando uma atuação muito cativante. Um retrato sutil do período da ditadura militar no Brasil, triste, mas não a ponto de deixar pra baixo.
O filme traz uma visão única sobre a vida nômade e suas implicações, que neste caso vão além do fato de não ter uma moradia fixa. A personagem principal, com sua simplicidade e mesmo sem muitos diálogos, é capaz de proporcionar diversos sentimentos e reflexões perante a excelente atuação de Frances McDormand. Na história é possível perceber toda a sensibilidade e simplicidade em como tudo é conduzido, retratando uma inifidade de temas presentes na vida de todo ser humano, de uma forma única, sem pressa e sem levantar bandeiras, apenas expondo fatos de uma vida comum, que foi impactada por uma recessão. Um filme que faz refletir tanto sobre questões sociais como a precarização do trabalho, pessoas sem teto, consumismo e previdência, como questões existenciais como a solidão, processo de luto, relações interpessoais, prioridades e essencialismo. Um filme para ser degustado lentamente para absorver toda sua completude.
O filme retrata o esboço de um pseudo relacionamento entre um professor temperamental e sua recém chegada aluna de mestrado, inocente, boba e imatura, numa clara demonstração de falta de amor próprio por parte dela e de arrogância e falta de noção por parte dele. A trama não passa a intensidade que propõe e não há química entre o casal protagonista. A atuação do professor traz uma presença imponente e engmática, mas não é o suficiente para sustentar a trama, visto que sua parceira é extremamente inespressiva e o enredo também não ajuda, cheio de furos, motivações inexistentes e resoluções fáceis. A estrutura da história se assemelha muito com Cinquenta Tons de Cinza, mas numa versão soft e mais cheia de incoerências. Um filme frio, sobre um relacionamento tóxico, sem sentido, com personagens completamente incompatíveis.
A história desse filme traz de uma forma muito leve e sensível uma série de reflexões sobre relacionamentos duradouros, a vida e seu ciclo finito, valores, sonhos e relação pais e filhos. O filme é conduzido inicialmente por um caminho fácil de deduzir, a relação de uma esposa devota a seu esposo e um marido meio ranzinza no fim da vida é cativante em sua simplicidade e conforme avança, prepara surpresas que mudam o rumo da história de cada personagem, sendo feito de uma forma muito coesa e satisfatória, que encanta, emociona e faz pensar. No fim é quase possível sentir um sopro no ouvido que pergunta: Suas escolhas estão te proporcionando tudo aquilo que seus valores definem como essencial? Um drama cativante e reflexivo.
O filme traz um história simples, com um roteiro bem original, em que retrata a história de uma grande amizade e parceria que se forma de uma maneira improvável, em que 2 homens comuns lutam por sua ascenção social num ambiente que não proposciona muitas oportunidades. A dupla de protagonistas tem uma química inegável e a amizade dos dois é construída sem pressa, porém, o tempo desse desenvolvimento é extenso demais e acaba cansando e desperdiçando tempo que poderia ser retirado sem prejudicar a narrativa. Uma história simples, bem contada, com personagens cativantes e nada mais.
Apesar do ar de trash, com esse nome peculiar, o filme é até divertidamente crítico. Claro que o objetivo não é mudar a sua vida, mas também não é uma comédia ruim. A parte absurda e cômica traz consigo uma reflexão sobre as entrelinhas e o contexto em que a mocinha está inserida, mostrando uma perspectiva interessante sobre diversos assuntos que valem a pena serem discutidos, como a castidade e o poder da igreja sobre os corpos das mulheres, abusos sexuais e masculinidade tóxica, equilibrando bem o lado cômico e o desconforto das situações.
O filme traz uma comédia situacional, com pitadas de humor negro, em que brinca com as situações bizarras, tratando-as com uma naturalidade que diverte de forma bem leve e fugaz. O figurino da época e a ambientação se destacam e as atuações da dupla principal são boas e convincentes. A trama é baseada numa história real, isso é a parte mais insteressante, pois de fato a engenhosidade da dupla em ganhar a vida de forma peculiar chama muito a atenção, embora a história verídica pareça não ser tão divertida. Um filme despretencioso e divertido.
O filme retrata de uma forma instigante o quanto "corações podem ser partidos por palavras que nunca foram ditas", se apresentando de uma forma em que mistura passado, presente e futuro de uma maneira muito coesa, em que vão se entrelaçando numa trama surpreendedente de um homem que revive e reescreve sua história por meio dos registros de suas paixões e decisões do passado. As atuações são de alto nível, em que compõem personagens complexos, com sentimentos profundos e o enredo vai destrinchando lentamente todos seus anseios, paixões e pensamentos, construindo um ambiente de mistério e romance cativante, de tirar o fôlego.
O filme é mostra a queda de apresentador de progrmaa infantil politicamente incorreto, a ascenção de um substituto puro de coração e as intrigas causadas entre esses dois mundos. É uma trama bem divertida que finca seus pés na comédia, passeia pelo drama e o suspense, e apesar de colorido, divertido e se passar no universo de programas infantis, não é um filme para crianças. Um ótimo passatempo para se conectar com os personagens bobos e caricatos, dar algumas risadas com situações absurdas e ainda absorver uma ótima crítica aos bastidores dos programas de televisão infantil nada amistosos.
O filme parece ter sido cuidadosamente construído para o deleite dos fãs de Bob Dylan. Tudo gira em torno, ao que parece, do momento de criação/inspiração das músicas do artista e as músicas finalizadas, numa pegada bem biográfica, fazendo uma transição bacana entre o fato vivido e a música, trazendo também uma fotografia muito bonita. A trama não estabelece nenhuma noção passado e futuro, em que muito disso se dá devido ao personagem principal ser interpretado por diversos atores e atrizes diferentes, de diversas idades, o que, apesar de interessante, causa certa confusão ao longo da história, justamente por não se ter noção de linha temporal, mas talvez isso em sintonia com diálogos, sejam a graça do filme, mas não foi suficiente para manter o interesse pela trama até o fim, levemente cansativo.
Este é um filme sobre o cotidiano do "nível operacional" da máfia, mostrando a realidade de um grupo de amigos que compartilham festas e negócios no submundo de Nova York. As cores e sombras retratam muito bem o clima em que os personagens sempre estão, na espreita, sempre a espera de algo que vai acontecer em meio as sombras e neons. Mas na prática, nada de extraordinário realmente acontece, o filme deixa a desejar na construção dos personagens, que até despertam interesse ao demonstrar seus dramas e sub tramas, mas dá a impressão de que faltou algo, que está incompleto, deixando brechas para a monotonia, não comum para filmes do gênero. No fim, nada se conclui, o filme deixa o telespectador carente de informações e um fechamento digno, o que faz o filme perder força, que apesar de ser a primeira parceria de Scorsese e De Niro, é também o filme mais fraco.
O filme traz uma atmosfera de aventura num universo pós apocalíptico muito gostosinho de acompanhar, em que o protagonista e todos coadjuvantes que aparecem em sua jornada contribuem muito com atuações carismáticas. O destaque também fica para os monstros que são muito bem feitos e colocados de maneira assustadora sem deixar o filme pesado... Pelo contrário, toda a trajetória é leve, descontraída e bem humorada. Não é um roteiro super inovador, tem seus clichês, mas é bem competente em entreter e divertir toda a família.
Este é um filme sobre vidas amarguradas, monótonas, que gritam silenciosamente por doses de afeto, num contexto em que mesmo quando palavras de amor são pronunciadas, só demostram ainda mais o vazio interno daqueles que a dizem. Os personagens são muito bem desenvolvidos, sendo possível perceber como são presos numa amargura sem fim e toda sua jornada vai só ladeira abaixo, com pequenos momentos de consciência saudável, que não duram muito, mas nos deixa enxergar que lá no fundo existe um ser humano magoado, precisando desesperadamente de afeto em sua vida. É bacana também como a crença religiosa é retratada,
como um escudo que esconde todos os anseios da personagem, mas conforme sua vida vai ficando mais densa e triste, isso já não é suficiente para manter seu coração em paz e também só vai ladeira abaixo diante da sua infelicidade.
O que é contraditório e até tocante, é que o momento mais leve e afetuoso é
que ao invés de tristeza, traz alegria para aquelas pessoas tão desamparadas e que se encontram e confraternizam por terem em comum apenas a dor. Um filme denso, melancólico, que diz muito sobre o quanto de dor uma pessoa se submete sentir até que reaja e tenha forças para mudar o rumo da própria vida.
Canções do Segundo Andar é uma viagem, não há dúvidas. O filme apresenta uma atmosfera fria, desprovida de calor humano e sentimentos otimistas. As pessoas parecem fantasmas e de início não acompanhamos nenhum personagem específico, tudo é esquisito e aparentemente sem sentido, cru. Coisas estranhas acontecem a todo tempo, os diálogos e situações se jogam no surreal e na falta de perspectiva. Após a poeira de falta de nexo baixar, percebe-se as nuances da essência do filme, o retrato de uma sociedade que age de forma automática, robótica, sem saber ao certo onde ir, que rumo seguir e também várias analogias aos caminhos que contribuem para todas as crises existenciais, passando pelas rotinas corporativas, crenças, religião, trânsito caótico, dinheiro... Uma esquisitice só, sem dúvidas uma experiência peculiar.
Black is king é uma obra ambiciosa, esbanja riqueza e glamour com figurinos exuberantes cheio de referências lindíssimas da cultura africana e uma direção de fotografia muito boa em captar tudo isso, porém... não há nada além disso. O filme (que não parece um filme) não traz coerência no roteiro, não há construção e desenvolvimento de personagem, apenas alguns deles vão seguindo de forma aleatória conforme a música passa, ficando distante da inspiração de "O Rei Leão". Com toda a exuberância e foco no glamour e desenvoltura da Beyoncé, deixa um ar egocêntrico de autoafirmação, passando a ideia de que tudo isso não se trata de uma homenagem a jornada de famílias negras e empoderamento (como é vendido), mas de um enorme videoclipe para promover a imagem da Beyoncé e ponto. Muita firula e pouca essência.
Esse é um filme que parece estar imerso num mar de fumaça, onde não se sabe ao certo o que vemos, de onde aqueles personagens vem e nem para onde vão. O filme traz uma série de deslizes na direção e edição, não havendo clareza no enredo, em que o início vende uma coisa e o desenrolar da história entrega outra totalmente desconexa com a proposta inicial. Além das atuações serem bem medianas, há monólogos que não comunicam nada, parece que houve uma tentativa de trazer complexidade e profundidade para o personagem principal, mas só trouxe confusão para quem vê, não há nenhum desenvolvimento de personagem, se você assiste sem ter lido a sinopse, o filme começa e termina sem te dar quase nenhuma informação do que aquele cara faz, quem ele é... A edição também comete erros, com cortes mal feitos em momentos desnecessários e uma linha temporal confusa. Mas nem só de defeitos se constrói esse filme, há muita qualidade na fotografia e a trilha sonora também foi muito bem montada. Com isso deixou a sensação de que a direção tinha bons equipamentos, uma ideia ambiciosa de fazer muito com muita qualidade e um orçamento bem limitado, acertou muito em poucos pontos e errou muito em outros.
Intimidade
3.1 27O filme retrata relações humanas que se despem (literalmente) do pudor, apresentando um relacionamento sem emoção, sem carinho, sem cortejo, apenas uma relação carnal enfaticamente rudimentar, apática, conduzida num ritmo lento, com uma fotografia fria, com os personagens quase sempre nas sombras, refletindo com isso uma certa melancolia, mostrando vidas que se entrelaçam ao acaso e parecem não ir a lugar nenhum, bem deprimente.
Não há muito além disso no filme, parece mais longo do que é, quase interminável, mas até que cumpre o papel de chamar a atenção com a forma peculiar de mostrar os corpos e ironicamente toda a falta de intimidade do casal.
O Estado das Coisas
3.4 104 Assista AgoraO filme traz em seu enredo reflexões sobre sucesso pessoal, autopercepção e comparação, por meio da trajetória de um homem de meia idade que vive sob a ótica de que "a grama do vizinho é sempre mais verde".
A atuação do cara é muito boa, entregando um personagem que causa muita identificação, principalemente pela forma em que vive numa bolha, só percebendo as coisas boas que tem na vida dos outros, completamente cego e até ingrato por suas próprias conquistas. A direção conduz tudo de forma simples, mas que é muito eficaz em causar uma reflexão e até certo incômodo, isso por ser muito crível, afinal, se você nunca passou por isso, com certeza conhece alguém que encara a vida desta forma.
Diante de tudo que o filme mostra, toda a questão existencial envolvida, a pergunta que fica é: A grama do vizinho pode até ser mais verde, mas será que é de verdade?
O Garoto
4.5 584 Assista AgoraDotado de sensibilidade, o filme entretem e diverte por meio de situações cotidianas,caricaturadas, arrancando risos diante das mazelas da vida e causando reflexões, sem dizer nada, literalmente.
Neste filme, é muito clara a reflexão que ele destina suas energias: O papel de um pai na vida de um filho, independente se é biológico ou não, diante dos laços que são construidos depois que o pequeno garoto é abandonado pela mãe.
A sintonia dos dois é muito boa, o garoto mesmo tão pequeno atua muito bem, tornando o filme leve e dosando muito bem o lado divertido e emocionante da trajetória dos dois.
O Nome da Rosa
3.9 775 Assista AgoraO filme é bem cativante ao conduzir o mistério que um franciscano e seu aprendiz foram convocados para resolver.
A ambientação é muito bem construída, tudo é muito sombrio, frio, melancólico, transmitindo muito bem o estilo de vida que aquelas pessoas levam.
O que ainda mais interessante é a forma como é bem retratada o momento histórico, a luta da igreja, que na época era soberana, contra a literatura, a ciência e tudo que contradizia seus dogmas... Uma verdadeira caça as bruxas para manter a alienação do povo, recorrendo a artifícios desumanos para tirar de circulação qualquer texto, livro ou informação que a ameaçasse.
Tudo isso é conduzido com muita qualidade, mantendo sempre o suspense lá em cima enquanto nos mostra uma realidade de uma época que não vivemos, mas que são as raízes dos embates entre crentes e intelectuais que são presentes em nossa sociedade até hoje.
Todo Clichê do Amor
2.7 17A proposta do filme é contar histórias clichês de amor... mas não são tão clichês assim. As 3 situações propostas são completamente diferentes e o mais interessante do filme é a forma em que as histórias se entrelaçam, utilizando um artifício não convencional e inovador.
O destaque também vai para o elenco, que desenvolve boas atuações, que sustentam o filme, visto que nem todas as histórias são cativantes.
Um filme curto, simples, sem grandes desenvolvimentos, mas condizente com o que promete.
Falsos Milionários
3.4 77 Assista AgoraO filme é estranhamente cativante, devido ao comportamento esquisito da família protagonista. A história dosa muito bem a comédia e o drama, apresentando personagens complexos, que levam a vida sem afeto, sem emoção, sendo possível sentir todo o desamor e desapego daquelas vidas, que utilizam dessa estratégia com a justificativa de não se apegar as coisas terrenas para evitar o sofrimento e facilitar a vida de crimes que os sustentam. Conforme a história é desenvolvida, vamos acompanhado "o despertar" da protagonista (que entrega uma ótima atuação) juntamente com seus questionamentos já na vida adulta, numa abordagem que traz diversas reflexões sobre o que é aproveitár a vida nos mínimos detalhes, deixar os sentimentos aflorararem e senti-los em toda sua intensidade.
A Senhora da Van
3.5 223 Assista AgoraO filme retrata o processo de envelhecimento e a solidão de uma forma bem diferente e na maior parte do tempo, divertida.
A atuação da senhora (Maggie Smith) é ótima, apesar de meio rabugenta e esquisita, é bem cativante. A história vai sendo construída pela ótica de um escritor solitário, sempre em conflito com seu alter ego, que não gosta da senhorinha que aparece em sua rua, mas repentinamente já está com a van dela em sua garagem e finalmente saindo do seu bloqueio criativo.
Os personagens são bem desenvolvidos, mas apesar de algumas nuances bem interessantes, a história não engrena como se propõe, pois, as coisas são conduzidas de forma bem monótona e arrastada, focando boa parte do tempo em coisas que não fazem a história evoluir.
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraBlow up conta a história de um fotógrafo prepotente e entediado que se vê despertado por um mistério que surge em seu cotidiano chato. O fotógrafo se prende naquilo como se fosse uma salvação do seu tédio, como se em seu íntimo se sentisse de fato importante/útil no mundo por descobrir o que ninguém viu (em sua junção da arte intangível e do registro de um assassinato). Apesar de sua premissa interessante, leva muito tempo até que algo realmente aconteça, resultando num desenvolvimento muito fraco e um desfecho sem emoção.
O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
3.7 455A história do filme tem como pano de fundo o período da copa de 70, em que o Brasil se tornava tricampeão. É muito interessante como é feita a conexão desse momento histórico mostrando toda a euforia que o futebol desperta, ao mesmo tempo que os bastidores são feito de opressão, em que as pessoas estavam sendo mortas e torturadas por questões políticas. Tudo no filme é exposto sem pressa, pela visão de um pequeno garoto fanático pela seleção brasileira, que fica sozinho após os pais "saírem de férias", entregando uma atuação muito cativante. Um retrato sutil do período da ditadura militar no Brasil, triste, mas não a ponto de deixar pra baixo.
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraO filme traz uma visão única sobre a vida nômade e suas implicações, que neste caso vão além do fato de não ter uma moradia fixa. A personagem principal, com sua simplicidade e mesmo sem muitos diálogos, é capaz de proporcionar diversos sentimentos e reflexões perante a excelente atuação de Frances McDormand.
Na história é possível perceber toda a sensibilidade e simplicidade em como tudo é conduzido, retratando uma inifidade de temas presentes na vida de todo ser humano, de uma forma única, sem pressa e sem levantar bandeiras, apenas expondo fatos de uma vida comum, que foi impactada por uma recessão.
Um filme que faz refletir tanto sobre questões sociais como a precarização do trabalho, pessoas sem teto, consumismo e previdência, como questões existenciais como a solidão, processo de luto, relações interpessoais, prioridades e essencialismo.
Um filme para ser degustado lentamente para absorver toda sua completude.
O Inferno de Gabriel - Parte 1
3.1 45O filme retrata o esboço de um pseudo relacionamento entre um professor temperamental e sua recém chegada aluna de mestrado, inocente, boba e imatura, numa clara demonstração de falta de amor próprio por parte dela e de arrogância e falta de noção por parte dele. A trama não passa a intensidade que propõe e não há química entre o casal protagonista. A atuação do professor traz uma presença imponente e engmática, mas não é o suficiente para sustentar a trama, visto que sua parceira é extremamente inespressiva e o enredo também não ajuda, cheio de furos, motivações inexistentes e resoluções fáceis. A estrutura da história se assemelha muito com Cinquenta Tons de Cinza, mas numa versão soft e mais cheia de incoerências. Um filme frio, sobre um relacionamento tóxico, sem sentido, com personagens completamente incompatíveis.
Hanami: Cerejeiras em Flor
4.4 291A história desse filme traz de uma forma muito leve e sensível uma série de reflexões sobre relacionamentos duradouros, a vida e seu ciclo finito, valores, sonhos e relação pais e filhos.
O filme é conduzido inicialmente por um caminho fácil de deduzir, a relação de uma esposa devota a seu esposo e um marido meio ranzinza no fim da vida é cativante em sua simplicidade e conforme avança, prepara surpresas que mudam o rumo da história de cada personagem, sendo feito de uma forma muito coesa e satisfatória, que encanta, emociona e faz pensar.
No fim é quase possível sentir um sopro no ouvido que pergunta: Suas escolhas estão te proporcionando tudo aquilo que seus valores definem como essencial?
Um drama cativante e reflexivo.
First Cow: A Primeira Vaca da América
3.8 131 Assista AgoraO filme traz um história simples, com um roteiro bem original, em que retrata a história de uma grande amizade e parceria que se forma de uma maneira improvável, em que 2 homens comuns lutam por sua ascenção social num ambiente que não proposciona muitas oportunidades. A dupla de protagonistas tem uma química inegável e a amizade dos dois é construída sem pressa, porém, o tempo desse desenvolvimento é extenso demais e acaba cansando e desperdiçando tempo que poderia ser retirado sem prejudicar a narrativa. Uma história simples, bem contada, com personagens cativantes e nada mais.
Vagina Dentada
2.7 583Apesar do ar de trash, com esse nome peculiar, o filme é até divertidamente crítico. Claro que o objetivo não é mudar a sua vida, mas também não é uma comédia ruim. A parte absurda e cômica traz consigo uma reflexão sobre as entrelinhas e o contexto em que a mocinha está inserida, mostrando uma perspectiva interessante sobre diversos assuntos que valem a pena serem discutidos, como a castidade e o poder da igreja sobre os corpos das mulheres, abusos sexuais e masculinidade tóxica, equilibrando bem o lado cômico e o desconforto das situações.
Burke e Hare
3.5 28O filme traz uma comédia situacional, com pitadas de humor negro, em que brinca com as situações bizarras, tratando-as com uma naturalidade que diverte de forma bem leve e fugaz. O figurino da época e a ambientação se destacam e as atuações da dupla principal são boas e convincentes. A trama é baseada numa história real, isso é a parte mais insteressante, pois de fato a engenhosidade da dupla em ganhar a vida de forma peculiar chama muito a atenção, embora a história verídica pareça não ser tão divertida. Um filme despretencioso e divertido.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraO filme retrata de uma forma instigante o quanto "corações podem ser partidos por palavras que nunca foram ditas", se apresentando de uma forma em que mistura passado, presente e futuro de uma maneira muito coesa, em que vão se entrelaçando numa trama surpreendedente de um homem que revive e reescreve sua história por meio dos registros de suas paixões e decisões do passado. As atuações são de alto nível, em que compõem personagens complexos, com sentimentos profundos e o enredo vai destrinchando lentamente todos seus anseios, paixões e pensamentos, construindo um ambiente de mistério e romance cativante, de tirar o fôlego.
Morra, Smoochy, Morra
3.0 65 Assista AgoraO filme é mostra a queda de apresentador de progrmaa infantil politicamente incorreto, a ascenção de um substituto puro de coração e as intrigas causadas entre esses dois mundos. É uma trama bem divertida que finca seus pés na comédia, passeia pelo drama e o suspense, e apesar de colorido, divertido e se passar no universo de programas infantis, não é um filme para crianças. Um ótimo passatempo para se conectar com os personagens bobos e caricatos, dar algumas risadas com situações absurdas e ainda absorver uma ótima crítica aos bastidores dos programas de televisão infantil nada amistosos.
Não Estou Lá
3.9 497 Assista AgoraO filme parece ter sido cuidadosamente construído para o deleite dos fãs de Bob Dylan.
Tudo gira em torno, ao que parece, do momento de criação/inspiração das músicas do artista e as músicas finalizadas, numa pegada bem biográfica, fazendo uma transição bacana entre o fato vivido e a música, trazendo também uma fotografia muito bonita. A trama não estabelece nenhuma noção passado e futuro, em que muito disso se dá devido ao personagem principal ser interpretado por diversos atores e atrizes diferentes, de diversas idades, o que, apesar de interessante, causa certa confusão ao longo da história, justamente por não se ter noção de linha temporal, mas talvez isso em sintonia com diálogos, sejam a graça do filme, mas não foi suficiente para manter o interesse pela trama até o fim, levemente cansativo.
Caminhos Perigosos
3.6 255 Assista AgoraEste é um filme sobre o cotidiano do "nível operacional" da máfia, mostrando a realidade de um grupo de amigos que compartilham festas e negócios no submundo de Nova York.
As cores e sombras retratam muito bem o clima em que os personagens sempre estão, na espreita, sempre a espera de algo que vai acontecer em meio as sombras e neons.
Mas na prática, nada de extraordinário realmente acontece, o filme deixa a desejar na construção dos personagens, que até despertam interesse ao demonstrar seus dramas e sub tramas, mas dá a impressão de que faltou algo, que está incompleto, deixando brechas para a monotonia, não comum para filmes do gênero.
No fim, nada se conclui, o filme deixa o telespectador carente de informações e um fechamento digno, o que faz o filme perder força, que apesar de ser a primeira parceria de Scorsese e De Niro, é também o filme mais fraco.
Amor e Monstros
3.5 663 Assista AgoraO filme traz uma atmosfera de aventura num universo pós apocalíptico muito gostosinho de acompanhar, em que o protagonista e todos coadjuvantes que aparecem em sua jornada contribuem muito com atuações carismáticas.
O destaque também fica para os monstros que são muito bem feitos e colocados de maneira assustadora sem deixar o filme pesado... Pelo contrário, toda a trajetória é leve, descontraída e bem humorada.
Não é um roteiro super inovador, tem seus clichês, mas é bem competente em entreter e divertir toda a família.
Tiranossauro
4.0 236 Assista AgoraEste é um filme sobre vidas amarguradas, monótonas, que gritam silenciosamente por doses de afeto, num contexto em que mesmo quando palavras de amor são pronunciadas, só demostram ainda mais o vazio interno daqueles que a dizem.
Os personagens são muito bem desenvolvidos, sendo possível perceber como são presos numa amargura sem fim e toda sua jornada vai só ladeira abaixo, com pequenos momentos de consciência saudável, que não duram muito, mas nos deixa enxergar que lá no fundo existe um ser humano magoado, precisando desesperadamente de afeto em sua vida.
É bacana também como a crença religiosa é retratada,
como um escudo que esconde todos os anseios da personagem, mas conforme sua vida vai ficando mais densa e triste, isso já não é suficiente para manter seu coração em paz e também só vai ladeira abaixo diante da sua infelicidade.
O que é contraditório e até tocante, é que o momento mais leve e afetuoso é
um funeral,
Um filme denso, melancólico, que diz muito sobre o quanto de dor uma pessoa se submete sentir até que reaja e tenha forças para mudar o rumo da própria vida.
Canções do Segundo Andar
4.1 67Canções do Segundo Andar é uma viagem, não há dúvidas. O filme apresenta uma atmosfera fria, desprovida de calor humano e sentimentos otimistas. As pessoas parecem fantasmas e de início não acompanhamos nenhum personagem específico, tudo é esquisito e aparentemente sem sentido, cru. Coisas estranhas acontecem a todo tempo, os diálogos e situações se jogam no surreal e na falta de perspectiva. Após a poeira de falta de nexo baixar, percebe-se as nuances da essência do filme, o retrato de uma sociedade que age de forma automática, robótica, sem saber ao certo onde ir, que rumo seguir e também várias analogias aos caminhos que contribuem para todas as crises existenciais, passando pelas rotinas corporativas, crenças, religião, trânsito caótico, dinheiro... Uma esquisitice só, sem dúvidas uma experiência peculiar.
BLACK IS KING: Um Filme de Beyoncé
4.5 198 Assista AgoraBlack is king é uma obra ambiciosa, esbanja riqueza e glamour com figurinos exuberantes cheio de referências lindíssimas da cultura africana e uma direção de fotografia muito boa em captar tudo isso, porém... não há nada além disso. O filme (que não parece um filme) não traz coerência no roteiro, não há construção e desenvolvimento de personagem, apenas alguns deles vão seguindo de forma aleatória conforme a música passa, ficando distante da inspiração de "O Rei Leão". Com toda a exuberância e foco no glamour e desenvoltura da Beyoncé, deixa um ar egocêntrico de autoafirmação, passando a ideia de que tudo isso não se trata de uma homenagem a jornada de famílias negras e empoderamento (como é vendido), mas de um enorme videoclipe para promover a imagem da Beyoncé e ponto. Muita firula e pouca essência.
O Braço Direito
1.7 4Esse é um filme que parece estar imerso num mar de fumaça, onde não se sabe ao certo o que vemos, de onde aqueles personagens vem e nem para onde vão.
O filme traz uma série de deslizes na direção e edição, não havendo clareza no enredo, em que o início vende uma coisa e o desenrolar da história entrega outra totalmente desconexa com a proposta inicial.
Além das atuações serem bem medianas, há monólogos que não comunicam nada, parece que houve uma tentativa de trazer complexidade e profundidade para o personagem principal, mas só trouxe confusão para quem vê, não há nenhum desenvolvimento de personagem, se você assiste sem ter lido a sinopse, o filme começa e termina sem te dar quase nenhuma informação do que aquele cara faz, quem ele é... A edição também comete erros, com cortes mal feitos em momentos desnecessários e uma linha temporal confusa.
Mas nem só de defeitos se constrói esse filme, há muita qualidade na fotografia e a trilha sonora também foi muito bem montada. Com isso deixou a sensação de que a direção tinha bons equipamentos, uma ideia ambiciosa de fazer muito com muita qualidade e um orçamento bem limitado, acertou muito em poucos pontos e errou muito em outros.