Aconteceu o que eu temia. Eu gostei pra caramba dessa farofa. É ruim, é um nível infinitamente abaixo dos filmes do Tim Burton. Mas é bom também, de um jeito meio torto, de um jeito meio errado... É ruim mas é bom. E esse filme me fez perceber que eu gosto muito de todos os filmes que eu assisti com o famoso herói homem morcego exceto o Liga da Justiça de 2017. Inclusive eu defendo até hoje a tese de que o melhor filme de super-herói de todos os tempos é um dos protagonizados pelo morcegão. Acho que você deve imaginar qual é. Mas reparem que eu falei que gosto de todos "QUE EU ASSISTI". Isso é importante ter em mente porque na altura em que escrevo esse review ainda me falta assistir Batman & Robin, The Flash (2023), 99% das produções animadas da DC e tudo que é pré Tim Burton. Então até o presente momento é correto afirmar que se você fizer um filme com esse estimado personagem existe 90.9090909091% de chance de eu gostar do seu filme. É sério, galera, eu fiz esse cálculo de verdade.
Lindíssimo e importantíssimo, ainda mais sendo assistido remasterizado como eu assisti. Outro filme completamente fundamental pro cinema, pra arte e até pra cultura pop de modo geral. Não tem como ignorar todo esse contexto, não dá pra avaliar uma arte fruto de seu tempo a 100 anos atrás baseado em moldes e critérios dos tempos atuais. Esse filme tá acima de qualquer avaliação.
Outro filme importantíssimo pro cinema que tá muito acima de qualquer comparativo ou método de avaliação. Não consigo conceber a quantidade de coisas que esse filme influenciou ou mesmo inventou em termos de fotografia, figurino, direção de arte e talvez até mesmo de roteiro. Eu não tenho conhecimento de filme com plot twist mais antigo que esse. Talvez o primeiro filme de terror de todos os tempos também.
Uma verdadeira saga pra assistir esse filme. O Max aparentemente é um streaming pra pessoas bilíngues porque só isso justifica o filme estar disponível em território nacional só com áudio em inglês e espanhol e sem nenhuma legenda em português. Passei pela mesma coisa com o terceiro filme, mas com esse a situação foi pior porque o Stremio resolveu se unir num complô com o Max e me impedir de assistir também em todos os arquivos possíveis. Não foi com a ajuda do Stremio mas a pirataria conseguiu salvar o dia. Viva a pirataria! E o pior de tudo é passar por toda essa luta por um filme ruim. Um filme que consegue ser pior que o terceiro que já era ruim. 0% de aproveitamento. Hoje eu atribuo a nota mais baixa possível pro Max, pro Stremio e pra esse filme.
Aonde eu tava esse tempo todo que eu não tinha assistido Stalker? O que eu tava fazendo da minha vida? Que espécie de cinéfilo eu era? Mais uma obra-prima do Tarkovsky altamente recomendável pra todos os cinéfilos e todos os seres humanos.
Perfeição! Tarkovsky achou que Kubrick não tinha mandado tão bem e fez o 2001 dele e quem saiu ganhando fomos todos nós, o cinema e a humanidade, com duas obras-primas perfeitas cada uma a sua maneira.
O filme acaba indo exageradamente pra uma comédia escrachada em alguns momentos, os exageros narrativos que nos filmes anteriores conseguiam soar mais naturais aqui já não soam e o vilão é completamente ausente de fantasia, criatividade ou algum humor destoando da tom da franquia e de todos os vilões já apresentados. Acho a ideia do lado sombrio do Superman interessantíssima mas acho forçado, incoerente e brusco demais a forma como chega lá, é também mal explorado iniciando e se resolvendo em pouquíssimo tempo. As coisas também não parecem ter uma ligação ou formar uma unidade, o Superman voltando pra cidadezinha se reconectando com a moça, ele com um conflito interno e depois ele contra o super computador parecem três filmes completamente diferentes. Mas dito tudo isso gosto da imaginação e inventividade do pequeno "winter wonderland" em cima de um arranha-céu e adoro o Richard Pryor, ele rouba todo o brilho do vilão e o carisma e a presença dele no filme me impedem de dar uma nota ainda mais baixa.
Um documento histórico importantíssimo e uma peça cinematográfica ainda mais importante pra sétima arte. Esse é aquele tipo de filme que tá muito além de uma avaliação em cinco estrelas, a importância dele é inigualável e incomparável, independente de gosto ou senso crítico.
Gosto muito do foco na classe trabalhadora, gosto do humor sutil. Só não consegui captar o contexto da guerra da Ucrânia presente no filme, mas tenho certeza que num filme desse calibre com toda essa sutileza existe alguma razão, não é um mero detalhe solto.
Assistindo pela primeira vez (eu sei, vergonha). Já conhecia o final controverso e vendo agora acho ok, acho que dá pra embarcar, acho que condiz com o que o filme vinha apresentando e propondo até então.
Eu gostei bastante mas do que achei que fosse gostar. Me lembrou muito O Diabo Veste Prada que é muito melhor, mas esse também me divertiu e me entreteu. Adoro a Marisa Tomei e adorei ela no filme. Não tem nada nesse filme que você já não tenha visto em outras dezenas de filmes mas dessa vez em particular funcionou pra mim. E até o fato de terem escalado um feio pra ser o galã é uma decisão interessante porque inova, foge do óbvio e empodera os homens feios. Tá bom, eu tava zoando na última frase. Mas não sobre o ator. Ele é feio de fato. Força aos feios!
Até a primeira metade o filme é enfadonho e desinteressante incapaz de causar medo ou qualquer outro tipo de emoção. Da outra metade pro fim é mais do mesmo com ecos de O Grito e cinema oriental de horror sem um mínimo resquício de originalidade. E por não ter construído nada de sólido ou desenvolvido melhor os personagens a gente acaba não se importando com ninguém, então não tem peso, não tem consequência, não tem nada.
Também não faz o menor sentido os pais se comportarem como se comportam, se eles tivessem feito o mínimo como pais e se comportassem como pessoas normais não teriam gerado desconfiança contra eles e o "mal" não teria vencido. É óbvio que eles são estranhos pro filme gerar tensão e causar uma dúvida de quem é do bem de fato no telespectador mas o filme precisa ter coerencia. Porque eles são estranhos? Porque sim, porque no roteiro eles precisam ser. Algum sentido? Nenhum. Fora as coisas que ficam em aberto. Que corpo era aquele no quintal? E a menina que sumiu? Pra quê inserem isso e depois ignoram completamente? É só pra gente achar que a pessoa na parede é a menina em certa parte do filme, depois esquece que isso aconteceu. E porque essa criatura que diz ser filha do casal tem uma aparência e voz de adulta? O casal por acaso tinha 60 anos e tava completamente conservado?
Enfim, um ponto positivo foi terem escalado Anthony Starr na função de ser estranho e assustador. Depois do Homelander ele já provou ser muito capaz desse feito e aqui ele foi.
Eu tenho algumas ressalvas. Não gosto da divisão de capítulos estranhíssima que durante boa parte do filme é esquecida. Não gosto da narração que aparece no início de forma preguiçosa quando é conveniente pro roteiro e depois é ignorada completamente, não gosto quando um filme faz isso. Mas em geral é um filme maravilhoso que prende o expectador por quase 4 horas sem ter nenhum momento chato ou minimamente entediante. Adorei ver a temática sobre o amor e o cristianismo num filme japones feita dessa forma ácida com bastante humor. Adorei a citação a Corintios 13, que é uma das poucas razões porque eu não acho a Bíblia 100% ultrapassada, irrelevante e desinteressante. Corintios 13 é uma passagem linda que eu tive a honra de conhecer primeiro na voz de Renato Russo através da música Monte Castelo que juntava brilhantemente Bíblia com soneto de Camões. Resumindo, uma das coisas mais divertidas e interessantes que eu já assisti no YouTube. É isso mesmo que você leu, esse filme tá disponível completo no YouTube com legenda em português e uma qualidade de imagem bastante aceitável. Levando em conta meu lado emocional eu confesso que não atribuir nota 5 pra esse filme é uma das coisas mais difíceis que eu já fiz. Encerro o review da forma mais linda que eu posso, citando a tal passagem da Bíblia, com as palavras de quem foi mais feliz na escrita do que eu talvez jamais seja.
"¹ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. ² E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 1 Coríntios 13:1,2"
Que foda é o Ranjit! A realidade é dura e cruel mas ele vai lá e enfrenta tudo com uma calma e serenidade admirável. Enfrentando pessoas que falam as maiores barbaridades do mundo como se fosse normal. O outro personagem que me fascinou no mesmo nivel nessa mesma maratona do Oscar foi o Seu Hirayama de Dias Perfeitos. Mas tem uma pequena diferença importante entre os dois, o Ranjit é uma pessoa real. Espero que a justiça continue sendo feita em todas as varas possíveis, e desejo tudo de bom pro Ranjit, pra sua família e especialmente pra menina que foi a maior vítima dessa história.
Forte e perturbador ver as mortes. Nunca é aceitável a invasão de um país, a interferência na sua soberania e a morte de civis e pessoas comuns. Dito isso, espero que os membros da academia e o ocidente de modo geral não sejam hipócritas e reconheçam o horror do genocídio que ocorre na Palestina também. A vida dos ucranianos não é mais valiosa que a vida dos palestinos. Toda vida tem o mesmo valor. E dá pra se argumentar que na Palestina a situação é pior, pois o objetivo é claro de exterminar as pessoas, fazer um assassinato em massa e destruir toda a cidade delas, tudo que elas conhecem. Não tem justificativa, são mulheres, jovens, crianças, senhoras, civis... como é na Ucrânia. Quando alguém denunciar isso em um filme que esse filme receba o mesmo reconhecimento e a mesma indicação!
A história é super triste e chocante. E a forma que a diretora resolveu conta-la é genial, diretora essa que eu já tinha tido a honra de conhecer pelo excelente O Homem que Vendeu Sua Pele que concorreu ao Oscar anos atrás. Ela simplesmente junta entrevistas e relatos com dramatização, pessoas reais com atores criando quase um híbrido de ficção e documentário. O resultado é um filme excelente em conteúdo e em forma. Meu filme favorito da categoria de documentários.
A revelação da proximidade de uma figura política abominável com outra figura política abominável eu achei forçada, embora tenha existido uma proximidade de ambos na vida real, mas acho que isso funciona nesse contexto de sátira. Gosto da ideia de retratar um ditador como um vampiro e acho que isso podia ser ainda mais bem explorado na história. A fotografia é lindíssima e é super adequada a escolha do preto e branco imprimindo uma estética gótica e sombria.
Eu não sei se é por já ter conhecido antes a visão magistral do Villeneuve ou pelo teste do tempo, mas a visão do Jodorowski não me impressionou, tirando o visual e a direção de arte que de fato seria hipnotizante com potencial pra influenciar e revolucionar o cinema até hoje. Acho que algumas mudanças que o Jodorowski propõe em relação ao material original, especialmente o final, enfraquecem a obra do Frank Herbert e levam pra um lugar clichê e "fabulesco" que destoam muito da proposta da obra. Mas posso também tá contaminado pelo meu tempo, pode ser que isso naquela época fosse extremamente original e condizente, não tenho a vivência e nem bagagem o suficiente pra saber. E mesmo que eu não concorde com as mudanças, o Jodorowski tinha todo o direito de fazê-las, adaptação é isso, e eu gostaria muito de poder assistir apesar de tudo. Que alguém um dia financie essa produção mesmo que em animação.
Além de um elenco de primeira e de fotografia e aspetos técnicos impecáveis tem tanta coisa aqui no subtexto, o que é mérito do material fonte que continua surpreendentemente atual, tem debate sobre crença e ceticismo, tem crítica ao messianismo, à guerras santas, à colonialismo, à super exploração dos recursos naturais... mas o impacto foi tão grande que eu não consigo formular nada.
Me faltam palavras pra falar de Denis Villeneuve e de mais esse grande êxito na filmografia perfeita dele. Um épico como a muito tempo não se via.
Eu já nem acho mais que o filme é inconclusivo. Mesmo adaptando só metade do livro eu acho que o Villeneuve e quem roteirizou com ele conseguiram fechar num ponto que funciona como uma conclusão de arco perfeita. Do Paul desbravando esse novo mundo, passando por perdas, deixando de ser um simples "playboy" herdeiro de uma grande família, se entendendo como o Lisan al Gaib, o Kwisatz Haderach e por fim aceitando o seu destino, aceitando que faz parte daquele deserto agora. Eu juro que não consigo entender quem acha esse filme chato ou cansativo. O difícil pra mim é tirar os olhos da tela. É intriga política, é ação, é tensão, é segredos e dramas familiares, é religião misteriosa, é verme gigante...
Mal posso esperar pra assistir a segunda parte que eu tenho certeza que é ainda muito maior e melhor que tudo isso. Eu vivo pra aclamar e enaltecer o nome de Denis Villeneuve.
Yorgos Lanthimos encontrou nessa história, inspirada em Frankenstein, a justificativa perfeita pra fazer mais uma personagem que se comporta de um jeito estranho e pouco natural como ele adora fazer. A acidez, morbidade e crueza que ele tem como assinatura combina com o terror e o sombrio e também com a comédia. Aqui eu sinto que o negócio foi por esse segundo caminho, me peguei várias vezes rindo como quase nunca fiz na filmografia dele.
Mas não só fui capturado pelo humor, as implicações morais e filosóficas também não saíram da cabeça. Sobre criação, sobre sociedade... sobre o que é a Bella Baxter. Uma pessoa com mente de criança e corpo de adulto é criança ou adulta? Ela têm ou deve ter autonomia sobre suas decisões? Ter relações sexuais nesse corpo vai afetar o seu desenvolvimento e o seu emocional como aconteceria com crianças normais? E até o fato de o filme nunca revelar o gênero do bebê usado no experimento é uma decisão muito feliz porque cria ainda mais camadas, deixa tudo ainda mais complexo. Perceber sobre isso me levou a refletir sobre questões de gênero de um jeito e com uma intensidade que eu não refletia desde A Pele que Habito do Almodovar. Afinal como se comportaria um cérebro "masculino" num corpo "feminino" e vice versa? A pessoa seria do gênero da sua mente ou do seu corpo? E quanto a sua sexualidade? Esse filme acaba sendo um exemplo prático e didático pra ilustrar a transexualidade para leigos e intolerantes, pois o que seria Bella Baxter senão uma pessoa com uma mente e um corpo que não combinam um com o outro? E ainda tem questões sobre feminismo que daria pra esmiuçar.
Enfim, uma obra riquíssima tematicamente e em todos os aspectos e cheia da essência do cinema de Yorgos Lanthimos que a muito tempo me conquistou. Ou seja, perfeito!
Foi muito emocionante assistir a Vinheta da Toho e do Studio Ghibli no cinema pela primeira vez. Tava com saudades de ver um filme inédito do Miyazaki carregado com toda a sua essência.
Ele tem uma capacidade impressionante de criar personagens que já nascem visualmente icônicos como o personagem que é uma Garça. E também não podem faltar os personagens fofinhos que aqui são representados pelos warawara. O jeito que o filme lida no final com a questão do luto e da vida, de que ambos precisam ser vividos e sentidos e tudo tem que acontecer, me lembrou do A Chegada do Villeneuve. São lindos sob o mesmo prisma mas também únicos cada um a sua maneira.
Eu não tenho a menor dúvida de que esse filme é bastante autobiográfico, e se realmente for o último filme desse cineasta que eu amo (nunca é) é um ótimo jeito de encerrar sua filmografia. Mas dito isso, espero que mais uma vez não seja.
Batman Eternamente
2.6 720 Assista AgoraAconteceu o que eu temia.
Eu gostei pra caramba dessa farofa.
É ruim, é um nível infinitamente abaixo dos filmes do Tim Burton.
Mas é bom também, de um jeito meio torto, de um jeito meio errado... É ruim mas é bom.
E esse filme me fez perceber que eu gosto muito de todos os filmes que eu assisti com o famoso herói homem morcego exceto o Liga da Justiça de 2017.
Inclusive eu defendo até hoje a tese de que o melhor filme de super-herói de todos os tempos é um dos protagonizados pelo morcegão. Acho que você deve imaginar qual é.
Mas reparem que eu falei que gosto de todos "QUE EU ASSISTI".
Isso é importante ter em mente porque na altura em que escrevo esse review ainda me falta assistir Batman & Robin, The Flash (2023), 99% das produções animadas da DC e tudo que é pré Tim Burton.
Então até o presente momento é correto afirmar que se você fizer um filme com esse estimado personagem existe 90.9090909091% de chance de eu gostar do seu filme.
É sério, galera, eu fiz esse cálculo de verdade.
Nosferatu
4.1 627 Assista AgoraLindíssimo e importantíssimo, ainda mais sendo assistido remasterizado como eu assisti. Outro filme completamente fundamental pro cinema, pra arte e até pra cultura pop de modo geral.
Não tem como ignorar todo esse contexto, não dá pra avaliar uma arte fruto de seu tempo a 100 anos atrás baseado em moldes e critérios dos tempos atuais. Esse filme tá acima de qualquer avaliação.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 522 Assista AgoraOutro filme importantíssimo pro cinema que tá muito acima de qualquer comparativo ou método de avaliação.
Não consigo conceber a quantidade de coisas que esse filme influenciou ou mesmo inventou em termos de fotografia, figurino, direção de arte e talvez até mesmo de roteiro. Eu não tenho conhecimento de filme com plot twist mais antigo que esse. Talvez o primeiro filme de terror de todos os tempos também.
Superman IV: Em Busca da Paz
2.6 234 Assista AgoraUma verdadeira saga pra assistir esse filme.
O Max aparentemente é um streaming pra pessoas bilíngues porque só isso justifica o filme estar disponível em território nacional só com áudio em inglês e espanhol e sem nenhuma legenda em português.
Passei pela mesma coisa com o terceiro filme, mas com esse a situação foi pior porque o Stremio resolveu se unir num complô com o Max e me impedir de assistir também em todos os arquivos possíveis.
Não foi com a ajuda do Stremio mas a pirataria conseguiu salvar o dia. Viva a pirataria!
E o pior de tudo é passar por toda essa luta por um filme ruim. Um filme que consegue ser pior que o terceiro que já era ruim.
0% de aproveitamento.
Hoje eu atribuo a nota mais baixa possível pro Max, pro Stremio e pra esse filme.
Stalker
4.3 500 Assista AgoraAonde eu tava esse tempo todo que eu não tinha assistido Stalker? O que eu tava fazendo da minha vida? Que espécie de cinéfilo eu era?
Mais uma obra-prima do Tarkovsky altamente recomendável pra todos os cinéfilos e todos os seres humanos.
Solaris
4.2 368 Assista AgoraPerfeição!
Tarkovsky achou que Kubrick não tinha mandado tão bem e fez o 2001 dele e quem saiu ganhando fomos todos nós, o cinema e a humanidade, com duas obras-primas perfeitas cada uma a sua maneira.
Superman III
2.7 231 Assista AgoraO filme acaba indo exageradamente pra uma comédia escrachada em alguns momentos, os exageros narrativos que nos filmes anteriores conseguiam soar mais naturais aqui já não soam e o vilão é completamente ausente de fantasia, criatividade ou algum humor destoando da tom da franquia e de todos os vilões já apresentados.
Acho a ideia do lado sombrio do Superman interessantíssima mas acho forçado, incoerente e brusco demais a forma como chega lá, é também mal explorado iniciando e se resolvendo em pouquíssimo tempo.
As coisas também não parecem ter uma ligação ou formar uma unidade, o Superman voltando pra cidadezinha se reconectando com a moça, ele com um conflito interno e depois ele contra o super computador parecem três filmes completamente diferentes.
Mas dito tudo isso gosto da imaginação e inventividade do pequeno "winter wonderland" em cima de um arranha-céu e adoro o Richard Pryor, ele rouba todo o brilho do vilão e o carisma e a presença dele no filme me impedem de dar uma nota ainda mais baixa.
O Encouraçado Potemkin
4.2 342 Assista AgoraUm documento histórico importantíssimo e uma peça cinematográfica ainda mais importante pra sétima arte.
Esse é aquele tipo de filme que tá muito além de uma avaliação em cinco estrelas, a importância dele é inigualável e incomparável, independente de gosto ou senso crítico.
Superman II: The Richard Donner Cut
3.7 72 Assista AgoraNão faço a menor ideia de como é a versão original de cinema que optei por não ver mas essa aqui pra mim é do mesmo nível do primeiro filme.
Todos Menos Você
3.1 344 Assista AgoraDefinitivamente uma comédia romântica, não tenho muito o que dizer, apenas que sou apaixonado por Sydney.
Folhas de Outono
3.8 99Gosto muito do foco na classe trabalhadora, gosto do humor sutil.
Só não consegui captar o contexto da guerra da Ucrânia presente no filme, mas tenho certeza que num filme desse calibre com toda essa sutileza existe alguma razão, não é um mero detalhe solto.
Superman: O Filme
3.7 514 Assista AgoraAssistindo pela primeira vez (eu sei, vergonha).
Já conhecia o final controverso e vendo agora acho ok, acho que dá pra embarcar, acho que condiz com o que o filme vinha apresentando e propondo até então.
Upgrade: As Cores do Amor
2.8 71 Assista AgoraEu gostei bastante mas do que achei que fosse gostar. Me lembrou muito O Diabo Veste Prada que é muito melhor, mas esse também me divertiu e me entreteu.
Adoro a Marisa Tomei e adorei ela no filme.
Não tem nada nesse filme que você já não tenha visto em outras dezenas de filmes mas dessa vez em particular funcionou pra mim.
E até o fato de terem escalado um feio pra ser o galã é uma decisão interessante porque inova, foge do óbvio e empodera os homens feios.
Tá bom, eu tava zoando na última frase.
Mas não sobre o ator.
Ele é feio de fato.
Força aos feios!
Toc Toc Toc: Ecos do Além
2.7 229 Assista AgoraAté a primeira metade o filme é enfadonho e desinteressante incapaz de causar medo ou qualquer outro tipo de emoção. Da outra metade pro fim é mais do mesmo com ecos de O Grito e cinema oriental de horror sem um mínimo resquício de originalidade.
E por não ter construído nada de sólido ou desenvolvido melhor os personagens a gente acaba não se importando com ninguém, então não tem peso, não tem consequência, não tem nada.
Também não faz o menor sentido os pais se comportarem como se comportam, se eles tivessem feito o mínimo como pais e se comportassem como pessoas normais não teriam gerado desconfiança contra eles e o "mal" não teria vencido. É óbvio que eles são estranhos pro filme gerar tensão e causar uma dúvida de quem é do bem de fato no telespectador mas o filme precisa ter coerencia. Porque eles são estranhos? Porque sim, porque no roteiro eles precisam ser. Algum sentido? Nenhum.
Fora as coisas que ficam em aberto. Que corpo era aquele no quintal? E a menina que sumiu? Pra quê inserem isso e depois ignoram completamente? É só pra gente achar que a pessoa na parede é a menina em certa parte do filme, depois esquece que isso aconteceu. E porque essa criatura que diz ser filha do casal tem uma aparência e voz de adulta? O casal por acaso tinha 60 anos e tava completamente conservado?
Enfim, um ponto positivo foi terem escalado Anthony Starr na função de ser estranho e assustador. Depois do Homelander ele já provou ser muito capaz desse feito e aqui ele foi.
Love Exposure
4.2 93Eu tenho algumas ressalvas. Não gosto da divisão de capítulos estranhíssima que durante boa parte do filme é esquecida. Não gosto da narração que aparece no início de forma preguiçosa quando é conveniente pro roteiro e depois é ignorada completamente, não gosto quando um filme faz isso.
Mas em geral é um filme maravilhoso que prende o expectador por quase 4 horas sem ter nenhum momento chato ou minimamente entediante.
Adorei ver a temática sobre o amor e o cristianismo num filme japones feita dessa forma ácida com bastante humor.
Adorei a citação a Corintios 13, que é uma das poucas razões porque eu não acho a Bíblia 100% ultrapassada, irrelevante e desinteressante. Corintios 13 é uma passagem linda que eu tive a honra de conhecer primeiro na voz de Renato Russo através da música Monte Castelo que juntava brilhantemente Bíblia com soneto de Camões.
Resumindo, uma das coisas mais divertidas e interessantes que eu já assisti no YouTube.
É isso mesmo que você leu, esse filme tá disponível completo no YouTube com legenda em português e uma qualidade de imagem bastante aceitável.
Levando em conta meu lado emocional eu confesso que não atribuir nota 5 pra esse filme é uma das coisas mais difíceis que eu já fiz.
Encerro o review da forma mais linda que eu posso, citando a tal passagem da Bíblia, com as palavras de quem foi mais feliz na escrita do que eu talvez jamais seja.
"¹ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
² E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
1 Coríntios 13:1,2"
Matar um Tigre
3.8 27 Assista AgoraQue foda é o Ranjit! A realidade é dura e cruel mas ele vai lá e enfrenta tudo com uma calma e serenidade admirável.
Enfrentando pessoas que falam as maiores barbaridades do mundo como se fosse normal.
O outro personagem que me fascinou no mesmo nivel nessa mesma maratona do Oscar foi o Seu Hirayama de Dias Perfeitos. Mas tem uma pequena diferença importante entre os dois, o Ranjit é uma pessoa real.
Espero que a justiça continue sendo feita em todas as varas possíveis, e desejo tudo de bom pro Ranjit, pra sua família e especialmente pra menina que foi a maior vítima dessa história.
20 Dias em Mariupol
3.9 56 Assista AgoraForte e perturbador ver as mortes.
Nunca é aceitável a invasão de um país, a interferência na sua soberania e a morte de civis e pessoas comuns.
Dito isso, espero que os membros da academia e o ocidente de modo geral não sejam hipócritas e reconheçam o horror do genocídio que ocorre na Palestina também.
A vida dos ucranianos não é mais valiosa que a vida dos palestinos. Toda vida tem o mesmo valor.
E dá pra se argumentar que na Palestina a situação é pior, pois o objetivo é claro de exterminar as pessoas, fazer um assassinato em massa e destruir toda a cidade delas, tudo que elas conhecem.
Não tem justificativa, são mulheres, jovens, crianças, senhoras, civis... como é na Ucrânia.
Quando alguém denunciar isso em um filme que esse filme receba o mesmo reconhecimento e a mesma indicação!
As 4 Filhas de Olfa
3.7 33 Assista AgoraA história é super triste e chocante.
E a forma que a diretora resolveu conta-la é genial, diretora essa que eu já tinha tido a honra de conhecer pelo excelente O Homem que Vendeu Sua Pele que concorreu ao Oscar anos atrás. Ela simplesmente junta entrevistas e relatos com dramatização, pessoas reais com atores criando quase um híbrido de ficção e documentário. O resultado é um filme excelente em conteúdo e em forma. Meu filme favorito da categoria de documentários.
O Conde
3.2 92 Assista AgoraA revelação da proximidade de uma figura política abominável com outra figura política abominável eu achei forçada, embora tenha existido uma proximidade de ambos na vida real, mas acho que isso funciona nesse contexto de sátira.
Gosto da ideia de retratar um ditador como um vampiro e acho que isso podia ser ainda mais bem explorado na história.
A fotografia é lindíssima e é super adequada a escolha do preto e branco imprimindo uma estética gótica e sombria.
Duna de Jodorowsky
4.5 143Eu não sei se é por já ter conhecido antes a visão magistral do Villeneuve ou pelo teste do tempo, mas a visão do Jodorowski não me impressionou, tirando o visual e a direção de arte que de fato seria hipnotizante com potencial pra influenciar e revolucionar o cinema até hoje.
Acho que algumas mudanças que o Jodorowski propõe em relação ao material original, especialmente o final, enfraquecem a obra do Frank Herbert e levam pra um lugar clichê e "fabulesco" que destoam muito da proposta da obra.
Mas posso também tá contaminado pelo meu tempo, pode ser que isso naquela época fosse extremamente original e condizente, não tenho a vivência e nem bagagem o suficiente pra saber.
E mesmo que eu não concorde com as mudanças, o Jodorowski tinha todo o direito de fazê-las, adaptação é isso, e eu gostaria muito de poder assistir apesar de tudo.
Que alguém um dia financie essa produção mesmo que em animação.
Duna: Parte 2
4.4 590Que experiência! Que espetáculo! Que visual!
Além de um elenco de primeira e de fotografia e aspetos técnicos impecáveis tem tanta coisa aqui no subtexto, o que é mérito do material fonte que continua surpreendentemente atual, tem debate sobre crença e ceticismo, tem crítica ao messianismo, à guerras santas, à colonialismo, à super exploração dos recursos naturais... mas o impacto foi tão grande que eu não consigo formular nada.
Me faltam palavras pra falar de Denis Villeneuve e de mais esse grande êxito na filmografia perfeita dele. Um épico como a muito tempo não se via.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraRevendo pela terceira vez pra assistir a segunda parte e o meu amor por esse filme só cresce.
Eu já nem acho mais que o filme é inconclusivo. Mesmo adaptando só metade do livro eu acho que o Villeneuve e quem roteirizou com ele conseguiram fechar num ponto que funciona como uma conclusão de arco perfeita. Do Paul desbravando esse novo mundo, passando por perdas, deixando de ser um simples "playboy" herdeiro de uma grande família, se entendendo como o Lisan al Gaib, o Kwisatz Haderach e por fim aceitando o seu destino, aceitando que faz parte daquele deserto agora.
Eu juro que não consigo entender quem acha esse filme chato ou cansativo. O difícil pra mim é tirar os olhos da tela.
É intriga política, é ação, é tensão, é segredos e dramas familiares, é religião misteriosa, é verme gigante...
Mal posso esperar pra assistir a segunda parte que eu tenho certeza que é ainda muito maior e melhor que tudo isso.
Eu vivo pra aclamar e enaltecer o nome de Denis Villeneuve.
Pobres Criaturas
4.2 1,1K Assista AgoraYorgos Lanthimos encontrou nessa história, inspirada em Frankenstein, a justificativa perfeita pra fazer mais uma personagem que se comporta de um jeito estranho e pouco natural como ele adora fazer.
A acidez, morbidade e crueza que ele tem como assinatura combina com o terror e o sombrio e também com a comédia. Aqui eu sinto que o negócio foi por esse segundo caminho, me peguei várias vezes rindo como quase nunca fiz na filmografia dele.
Mas não só fui capturado pelo humor, as implicações morais e filosóficas também não saíram da cabeça. Sobre criação, sobre sociedade... sobre o que é a Bella Baxter. Uma pessoa com mente de criança e corpo de adulto é criança ou adulta? Ela têm ou deve ter autonomia sobre suas decisões? Ter relações sexuais nesse corpo vai afetar o seu desenvolvimento e o seu emocional como aconteceria com crianças normais?
E até o fato de o filme nunca revelar o gênero do bebê usado no experimento é uma decisão muito feliz porque cria ainda mais camadas, deixa tudo ainda mais complexo. Perceber sobre isso me levou a refletir sobre questões de gênero de um jeito e com uma intensidade que eu não refletia desde A Pele que Habito do Almodovar. Afinal como se comportaria um cérebro "masculino" num corpo "feminino" e vice versa? A pessoa seria do gênero da sua mente ou do seu corpo? E quanto a sua sexualidade?
Esse filme acaba sendo um exemplo prático e didático pra ilustrar a transexualidade para leigos e intolerantes, pois o que seria Bella Baxter senão uma pessoa com uma mente e um corpo que não combinam um com o outro?
E ainda tem questões sobre feminismo que daria pra esmiuçar.
Enfim, uma obra riquíssima tematicamente e em todos os aspectos e cheia da essência do cinema de Yorgos Lanthimos que a muito tempo me conquistou.
Ou seja, perfeito!
O Menino e a Garça
4.0 215Foi muito emocionante assistir a Vinheta da Toho e do Studio Ghibli no cinema pela primeira vez.
Tava com saudades de ver um filme inédito do Miyazaki carregado com toda a sua essência.
Ele tem uma capacidade impressionante de criar personagens que já nascem visualmente icônicos como o personagem que é uma Garça. E também não podem faltar os personagens fofinhos que aqui são representados pelos warawara.
O jeito que o filme lida no final com a questão do luto e da vida, de que ambos precisam ser vividos e sentidos e tudo tem que acontecer, me lembrou do A Chegada do Villeneuve. São lindos sob o mesmo prisma mas também únicos cada um a sua maneira.
Eu não tenho a menor dúvida de que esse filme é bastante autobiográfico, e se realmente for o último filme desse cineasta que eu amo (nunca é) é um ótimo jeito de encerrar sua filmografia.
Mas dito isso, espero que mais uma vez não seja.