Soco no estômago da sociedade e principalmente da elite brasileira que tem a cultura escravagista na veia. Exatamente assim que boa parte das classes mais favorecidas veem o empregado doméstico, um serviçal sem personalidade, sem individualização e que não merece ter direitos trabalhistas como qualquer um outro trabalhador. Filhos de empregados domésticos de uns anos pra cá são a esperança de ascensão, porque passaram a ter oportunidade de estudar e colher frutos melhores que seus pais. Antes o ofício era quase uma cadeia hereditária, tínhamos certeza que iriam seguir o mesmo destino, servindo a alguma família de classe média, no mínimo, e vivendo de um emprego informal e sem direitos. O filme mostra a realidade e a esperança de que vai ter filho de empregada na Universidade, vai ter empregada cuidando de seus filhos e não vivendo integralmente para os patrões, vai ter empregada com um quartinho decente, vai ter mãe de classe média se aproximando de seus filhos, vai ter gente chateada em dividir espaço com a plebe, mas vai ter gente necessitando encarar que ninguém voltará atrás em suas conquistas. A abordagem dos personagens está perfeita, com destaque para Regina Casé, que atriz. Além disso, não estereotiparam ninguém, até mesmo a dondoca rica, que comumente é tratada como caricatura nas novelas globais, ficou minuciosa, real, não é vilã, é apenas a representação de uma mulher comum da classe média alta ou rica. A forma como o pobre olha pra si próprio no mundo e como olha para os ricos é reveladora e contrasta na geração da mãe e da filha Jéssica. Já a forma como o rico olha para si próprio e para o pobre é apenas uma constatação de uma cultura de séculos. Além de sério, emocionante, não poderia deixar de dizer, é muito engraçado, o humor permeia o drama na medida.
Esperava um romance bem mais água com açúcar e um dramalhão, mas para minha agradável surpresa, não foi. Claro, não é um filmaço de romance, é uma história mais jovial e simples, que recai em muitos clichês, mas creio que a autora deve ter readaptado um pouquinho a história do livro deixando de lado a parte mais pesada e focando na espontaneidade da mocinha e sua relação leve com o rapaz. A deficiência dele estava ali sendo lembrada, mas jamais foi utilizada como foco de piedade ou clamando por lágrimas. Porém, isso tudo que foi mérito do filme acabou também se tornando um problema, vez que o fato da Lou não ter tantas cenas dramáticas que envolvesse o problema do Will, ou mesmo algumas cenas mais profundas de sentimento entre os dois, fez com que o final corrido e cheio de sentimentos se tornasse um tantinho inverossímil. Se tivesse trabalhado melhor isso, creio que seria muito melhor.
Eu considero a trilogia Bourne uma das melhores, que sacia os cinéfilos com uma ótima e inovadora história sobre espionagem, com seriedade, tensão e ação o tempo todo, além de uma ótima trama centrada na busca incansável do personagem Jason por seu passado. Neste quinto filme, Jason Bourne, não poderia ser diferente, apesar da trama ter fugido aos objetivos anteriores, o Bourne de Damon continua inteligentíssimo, pautado na sobrevivência, na força física e agilidade, mas também na caça aos seus algozes com toda a veia assassina. Damon, bem mais maduro, brilha mesmo sem muitos diálogos, sem gracinhas, exageros ou maneirismos e isso é pra poucos. Excelente elenco e cenas de ação de tirar o fôlego, como sempre.
Fraco demais. Tenta desenvolver uma questão atual como as redes sociais sem nenhuma posição criativa e desperdiçando totalmente tantas coisas que esse universo poderia oferecer como crítica psíquico-social e sobretudo, como terror. Cai na mesmice, clichês e história vazia. A trama de uma mocinha com problemas mentais, obcecada por um amigo e querendo vê-lo na mesma situação que a sua para se vingar é de uma pobreza que nem precisaria utilizar facebooks da vida pra contar.
O melhor de Tarantino percorre Pulp Fiction desde a primeira cena até a última. A violência como arte, desmedida, os diálogos longos, reflexivos e cheios de humor. As coincidências e amarras da trama que nunca recaem em previsibilidade, principalmente nos desfechos repentinos. Personagens marcantes e inesquecíveis. Montagem acronológica e em capítulos muito bem feita, com clareza de cada trama e como elas se envolvem. Ah, e uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos. Excelente.
É um filme um tanto previsível, muito embora tente passar a imagem de cult, apenas se detém num suspense psicológico mediano, roteiro mediano, direção regular, mas é aquela história, ele tinha tudo pra ser melhor desenvolvido. Gostei do ponto que envolve o personagem central que sofre de uma negação com relação a morte do filho e por isso passa a ter a sua psicose questionada, sendo que é o único a desconfiar da situação nonsense. Porém, outros do grupo deveriam ter desconfiado da situação também, vez que ficou muito na cara que no final o protagonista estaria certo. É um velho clichê. Mas, eu gostei do filme, achei bom.
Revi o original hoje, e espero de verdade que o remake seja um filme que acrescente ou até melhore, pois apesar de alguns tropeços, IT de 90 é muito bom, conseguindo transmitir bem a atmosfera de terror de Stephen King mesmo com os recursos da época.
A burrice humana não é necessariamente ser o contrário da genialidade de um Alan Turing, por exemplo. A burrice humana é não entender que gênios ou não gênios que ajudam a humanidade a sobreviver e progredir, são muito maiores que nossos preconceitos. O filme é um primor.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraSoco no estômago da sociedade e principalmente da elite brasileira que tem a cultura escravagista na veia. Exatamente assim que boa parte das classes mais favorecidas veem o empregado doméstico, um serviçal sem personalidade, sem individualização e que não merece ter direitos trabalhistas como qualquer um outro trabalhador. Filhos de empregados domésticos de uns anos pra cá são a esperança de ascensão, porque passaram a ter oportunidade de estudar e colher frutos melhores que seus pais. Antes o ofício era quase uma cadeia hereditária, tínhamos certeza que iriam seguir o mesmo destino, servindo a alguma família de classe média, no mínimo, e vivendo de um emprego informal e sem direitos. O filme mostra a realidade e a esperança de que vai ter filho de empregada na Universidade, vai ter empregada cuidando de seus filhos e não vivendo integralmente para os patrões, vai ter empregada com um quartinho decente, vai ter mãe de classe média se aproximando de seus filhos, vai ter gente chateada em dividir espaço com a plebe, mas vai ter gente necessitando encarar que ninguém voltará atrás em suas conquistas. A abordagem dos personagens está perfeita, com destaque para Regina Casé, que atriz. Além disso, não estereotiparam ninguém, até mesmo a dondoca rica, que comumente é tratada como caricatura nas novelas globais, ficou minuciosa, real, não é vilã, é apenas a representação de uma mulher comum da classe média alta ou rica. A forma como o pobre olha pra si próprio no mundo e como olha para os ricos é reveladora e contrasta na geração da mãe e da filha Jéssica. Já a forma como o rico olha para si próprio e para o pobre é apenas uma constatação de uma cultura de séculos. Além de sério, emocionante, não poderia deixar de dizer, é muito engraçado, o humor permeia o drama na medida.
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraEsperava um romance bem mais água com açúcar e um dramalhão, mas para minha agradável surpresa, não foi. Claro, não é um filmaço de romance, é uma história mais jovial e simples, que recai em muitos clichês, mas creio que a autora deve ter readaptado um pouquinho a história do livro deixando de lado a parte mais pesada e focando na espontaneidade da mocinha e sua relação leve com o rapaz. A deficiência dele estava ali sendo lembrada, mas jamais foi utilizada como foco de piedade ou clamando por lágrimas. Porém, isso tudo que foi mérito do filme acabou também se tornando um problema, vez que o fato da Lou não ter tantas cenas dramáticas que envolvesse o problema do Will, ou mesmo algumas cenas mais profundas de sentimento entre os dois, fez com que o final corrido e cheio de sentimentos se tornasse um tantinho inverossímil. Se tivesse trabalhado melhor isso, creio que seria muito melhor.
Jason Bourne
3.5 460 Assista AgoraEu considero a trilogia Bourne uma das melhores, que sacia os cinéfilos com uma ótima e inovadora história sobre espionagem, com seriedade, tensão e ação o tempo todo, além de uma ótima trama centrada na busca incansável do personagem Jason por seu passado. Neste quinto filme, Jason Bourne, não poderia ser diferente, apesar da trama ter fugido aos objetivos anteriores, o Bourne de Damon continua inteligentíssimo, pautado na sobrevivência, na força física e agilidade, mas também na caça aos seus algozes com toda a veia assassina. Damon, bem mais maduro, brilha mesmo sem muitos diálogos, sem gracinhas, exageros ou maneirismos e isso é pra poucos. Excelente elenco e cenas de ação de tirar o fôlego, como sempre.
Pedido de Amizade
2.5 165Fraco demais. Tenta desenvolver uma questão atual como as redes sociais sem nenhuma posição criativa e desperdiçando totalmente tantas coisas que esse universo poderia oferecer como crítica psíquico-social e sobretudo, como terror. Cai na mesmice, clichês e história vazia. A trama de uma mocinha com problemas mentais, obcecada por um amigo e querendo vê-lo na mesma situação que a sua para se vingar é de uma pobreza que nem precisaria utilizar facebooks da vida pra contar.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraO melhor de Tarantino percorre Pulp Fiction desde a primeira cena até a última. A violência como arte, desmedida, os diálogos longos, reflexivos e cheios de humor. As coincidências e amarras da trama que nunca recaem em previsibilidade, principalmente nos desfechos repentinos. Personagens marcantes e inesquecíveis. Montagem acronológica e em capítulos muito bem feita, com clareza de cada trama e como elas se envolvem. Ah, e uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos. Excelente.
O Convite
3.3 1,1KÉ um filme um tanto previsível, muito embora tente passar a imagem de cult, apenas se detém num suspense psicológico mediano, roteiro mediano, direção regular, mas é aquela história, ele tinha tudo pra ser melhor desenvolvido. Gostei do ponto que envolve o personagem central que sofre de uma negação com relação a morte do filho e por isso passa a ter a sua psicose questionada, sendo que é o único a desconfiar da situação nonsense. Porém, outros do grupo deveriam ter desconfiado da situação também, vez que ficou muito na cara que no final o protagonista estaria certo. É um velho clichê. Mas, eu gostei do filme, achei bom.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraRevi o original hoje, e espero de verdade que o remake seja um filme que acrescente ou até melhore, pois apesar de alguns tropeços, IT de 90 é muito bom, conseguindo transmitir bem a atmosfera de terror de Stephen King mesmo com os recursos da época.
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista AgoraA burrice humana não é necessariamente ser o contrário da genialidade de um Alan Turing, por exemplo. A burrice humana é não entender que gênios ou não gênios que ajudam a humanidade a sobreviver e progredir, são muito maiores que nossos preconceitos. O filme é um primor.