Que série ótima, uma comédia dramática madura e ao mesmo tempo jovial, diálogos bem construídos, relações espontâneas e timing cômico perfeito entre todos os personagens, tudo sem fugir da personalidade de cada um. Sou exigente quando é pra dar risada, mas aqui em The Chair, dei minhas gargalhadas instantâneas e ao mesmo tempo, refleti sobre os assuntos abordados sem precisar de nada muito denso.
Obs: eu não ligo pra spoiler quando escrevo, se for ler, já sabe. A série é pra mulher insatisfeita bater siririca pensando no amor romântico e na paixão sexual, mas tem que deixar o cérebro de lado, coisa que não consigo. Claro que quando casamos perdemos muitas coisas e ganhamos outras. No geral, perdemos aventura, a excitação de se apaixonar e viver o sexo mais ardente, a condição de informalidade que o casamento não proporciona. Mas, a personagem central foi resgatar sua vida sexual de antes do casamento de uma forma extremamente imatura, parecendo até que não voltou só o tesão pelo antigo namorado, mas também, a entrega imatura da época em que estavam amarrados. Confusa e indecisa o tempo todo, a mulher não consegue disfarçar que o fogo queima e o marido não é uma opção para o desejo carnal, mas sim a sua antiga paixão. Há boicote o tempo todo na tentativa de Cooper melhorara no que ela diz estar sofrendo, sexo gostoso. Porquê? Talvez porque ele não é e nunca será tão bom nisso, porque não é da personalidade dele, inclusive, as vezes muito manso pro meu gosto, apesar de lindo, bom pai e "monogâmico". O Brad é gato, faz o tipo do homem sexualmente ativo e sensual(ao contrário do que disseram, acho que ele não é tão ruim como ator, acho que dentro do que se propunha, o erotismo e um tanto de drama, ele convenceu bem ), mas de fato, abusivo. Abusivo e sacana, pois veja bem, quando foi proposto tomar conta da mulher e dos filhos, fugiu da situação como um verdadeiro canalha(aliás, o Cooper desce muito pra manter esse casamento falido né?). A Billie não é menos abusiva com o marido e com a família e o final, nossa, machismo puro, invertendo o que queriam passar com a história, ou seja, na intenção de mostrar uma mulher livre, sexualmente satisfeita e que pode tudo, ela simplesmente confirma a ideia tosca de que as mulheres preferem os canalhas, mentiras, traições. Pelamordaminhasensatez, penso que a mulher tem direito de questionar sua vida ruim, morna e ir fundo nos seus desejos e quebras sociais, tem direito de ser feliz em qualquer idade, mas isso aí não é só infidelidade, é traição mesmo. Não tem como defender. Se levar em consideração uma fanfic, espero a segunda temporada com o Cooperfeito se libertando pra vida. 😂🤭
Ótima série e com potencial pra mais. Ela desperta nossos sentimentos fraternais, nossa curiosidade pela história dos híbridos e do vírus, consegue ter boas cenas de ação, diálogos simples, mas bem coerentes, além de muita fofura quando se lida com crianças e animais ao mesmo tempo, ou melhor, também tememos pela segurança deles. Aliás, boa interação entre personagens, fotografia linda e como disse, tinha potencial pra ir além, mas quem sabe nas próximas temporadas? Gus, que mini alce dilicinha.
É claro que não sou eu quem vou apagar as 5 estrelas dessa série, só porque o Arkin(maravilhoso Norman) saiu e porque foi uma temporada menorzinha. A qualidade do roteiro, das piadas e até de um monólogo lindíssimo sobre os momentos finais da morte feito no penúltimo episódio pelo Sandy(maravilhoso Douglas), valem a constelação inteira. E repito, a sutileza das piadas apaga até a mais grosseira delas, porque é feita por personagens idosos e em contraponto a nova geração, tentando ensinar, aprender, se redimir(ou não) e dar um sarcasmo interessante as coisas do cotidiano desses personagens. Tudo isso regado a uma homenagem ao teatro, ao cinema, as artes cênicas em geral. A risada é certa em todos os episódios, a tirada cômica rápida e inteligente não deixa nem tempo pra você pensar muito, você só ri. Ah, e Kathleen Turner com seu par da vida Michael Douglas são impagáveis. Além de Morgan Freeman fazendo ele mesmo em algumas cenas hilárias. Cara, essa terceira temporada perdeu o sarcasmo e rabugice de Norman e isso deixou um buraco, mas não diminuiu em nada a qualidade da série, porque Douglas é um Kominsky de peso e tem comicidade pra muito mais. Parece que esta temporada é o fim, mas se eu pudesse dizer: The show must go on.
Primeiro episódio primoroso. Veja o que é uma construção de cena cuidadosamente organizada, com interpretações bem dirigidas, faz qualquer coisa ser excepcional. Depois volto pra falar da impressão da primeira temporada, mas se seguir assim, pelo menos os produtores dessa série irei seguir pra vida. Faz tempo que não vejo algo com personagens jovens numa condução adulta. Aliás, toda condução é bem séria, fico emocionada com isso.
É uma série onde o terror reside mais na realidade e não na ficção.🤢 É a atmosfera pesada do racismo mais brutal nos períodos dos anos 50 nos EUA, onde os negros buscavam se adaptar a uma realidade que até então só era dada a brancos, como morar em bairros de classe média alta em condomínios residenciais em Los Angeles, migrando do sul para o norte, mesmo porque, a questão nem sempre era só o dinheiro, ou status profissional, mas sim uma verdadeira hostilização violenta ao olhar dos racistas endemoniados. Era um banimento coletivo e asqueroso. É muito forte ver o enfrentamento desproporcional que negros tinham para tentar se colocar na sociedade como cidadãos com alguma decência, mesmo sabendo que tudo jogava contra, inclusive a justiça. A forma que o setor imobiliário e bancos achavam pra explorar mais essas pessoas que tentavam o mínimo de uma ascensão social, explica o porquê sempre tinham que retornar para subúrbios, culminando no que é até hoje em grande parte do mundo.
Eu acho que a série trouxe diversos assuntos interessantes, a direção também conduziu com eficiência diversas cenas de mal estar, de horror sobrenatural, mas as vezes os ângulos das câmeras me davam a impressão de querer impressionar com tomadas de baixo pra cima para causar desconforto nonsense. As vezes a série parece um tanto confusa, mas vais se encaixando com o passar dos episódios. Trilha sonora perfeita. A cena do episódio 5 é terrivelmente violenta e sim, considero naquele grau um tanto exacerbada, inclusive, meio fetichista para certos abutres por aí. Sei que se fosse uma série que só retratasse a realidade e o realismo, teríamos que engolir o ódio, mas estamos aqui numa mistura de sobrenatural, ficção e realidade, acho que um tanto de vingança cairia bem. O elenco tá perfeito, mas Deborah Ayorinde estraçalha com suas expressões, dor e atordoamento de Lucky. E não poderia deixar de brincar com a Shahadi Wright(vai gostar de um trabalho com pronome assim lá em US e Them 😂). Enfim, a série é ótima, muito embora com relação aos fantasmas, acho que acabou gerando uma condição para a discussão de temas pertinentes; eram os fantasmas deles, eram eles que incitavam o expurgamento de suas dores, revoltas, insatisfação, desejos, violências, porém, era só mais um time do sobrenatural jogando contra essa etnia solapada por uma raça que se sentia e ainda se sente superior pela cor da pele
A série é boa, mas eu já falei que a maioria das produções espanholas são aquele novelão? Pois bem, aqui não é diferente. Seria uma novela de um alto padrão, mas tem certos exageros que cansam, mesmo porque, vemos que certas situações não são pra tanto, nem tanta emoção, nem tanta lamúria, nem tanto ódio, nem tanto nervosismo, mas vai lá os espanhóis e fazem o drama. Sou a favor da humanização dos personagens e da condição de realismo das situações criadas, boa parte dos europeus fazem isso, mas tem que acreditar que não precisa popularizar tanto. O ponto da fetichização da violência contra a mulher é um dos exemplos, sabemos que coisas assim acontecem, mas não precisava tanto, nem vou reclamar da exacerbação em mostrar seus corpos, pois acho que pegou até leve frente a violência. Enquanto isso, homens horrendos que chocam o tempo todo e com mortes brandas,
e ainda tem uma cena da policial sentindo pena de um maldito explorador e estuprador de menores, porque lembrou de um trauma de infância, aff!
O final é bem meia boca, e não digo tanto pela previsibilidade que a série já vinha mostrando, já que não ligo pra reviravoltas, ligo para uma história bem contada e com fechamento bem fundamentado e infelizmente, aqui ficou a desejar. Mario Casas tá sempre ótimo(e lindo) e o grande elenco, com algumas exceções, é bem entregue e afiado. Enfim, a atmosfera de suspense é ótima, a apresentação dos personagens contada pelos próprios só que na terceira pessoa, achei um tanto cafona, mas talvez condizente com a intenção de manter todo mundo como suspeito, fazendo com que cada um diga o que sente sobre si próprio, mas não necessariamente isso seja a verdade universal das coisas. Já vi muitas produções espanholas entre séries e filmes e acho que O Inocente está num nível muito bom para uma minissérie de tantas tramas e sub-tramas, de tantos personagens e episódios longos, consegue prender e despertar a curiosidade pelos desfechos de cada parte.
Ótima, todas as outras séries que têm premissas parecidas, com distopia e jovens no elenco, não chegam aos pés de Tribes of Europe. E olha que eu já tentei um monte que já foram até citadas aqui e tem popularidade nas massas. Nesta série, a abordagem é adulta na medida, sem ser pesada para adequar ao elenco jovem principal. Porém, não fica em diálogos bobinhos e é excitante a trama de cada núcleo e cada povo. Atuações bem boas e direção afiada. Eu quero é mais.
Bom, fui preconceituosa por um bom tempo, porque achava que era uma série que só tratava do universo de drag queens, desfiles etc e ficaria focada em algo que eu não tenho tanto interesse, mas esse é o pano de fundo para uma porção de casos do universo LGBT e racial. Porém, envolvendo qualquer um de nós, já que certas dificuldades e problemáticas são analogias a todo tipo de minorias, marginalizados, pobres e até mesmo uma crítica a classe média ou a alta burguesia americana. Não tem como não se identificar. Além disso, focar nos anos 80 e depois 90 é me dar um presente extra, já que está aí minha infância, adolescência e primeira juventude. Vi muita gente sofrendo pra sair do armário, vi muita gente(famosa ou não) sofrendo com AIDS, vi ídolos morrerem e fazerem as melhores poesias, vi anos de subverter a ordem. As personagens são muito bem desenhadas, cada um com seu carisma, até as mais vilanescas mas, é Blanca a dona do meu coração. Que mulher! Não tem como não gostar. Faça uma pose no sofá e desfrute.
O que dizer de Zona de Separação? Logo eu que sou um tanto exigente quando a série trata sobre pós apocalipse, vírus, caos e complexidade de personagens. Eu adorei. Demorei um pouco até entender que ela se propõe sim a ser um série com um peso de drama, quase nada de humor, mas principalmente, dosa a leveza de gerações, ou seja, permite que adultos, jovens e crianças fiquem satisfeitos. O tema central gira em torno de pandemia, caos social, mas principalmente, o que está por trás das relações econômicas, o poder político e científico a serviço da humanidade(quero dizer, a humanidade de um grupo seleto com dinheiro no bolso e status). Um muro da separação que existe desde sempre. As personagens são ótimas, claro, ressalta-se que os espanhóis têm aquele tom novelístico básico, mas que aqui não prejudica, é bem dosado na luta, revoltas, tramas macabras com crianças, romance no ar, enfim, LIBERDADE é a palavra de ordem ao final da primeira temporada. Luta e enfrentamento diante de injustiças e maldades, enfim, a série é ótima e espero que venha mais. Ah, palmas para Angela Molina, Olívia Molina, Unax Ugalde e grande elenco comedido e expressivos. A menininha é o ponto exato.
Meia estrela por pena. Que protagonista ruim, xissus. A mulher que poderia salvar a série, Zeynep, acabou ficando meio ridicularizada, servindo ao sentimentalismo e protegendo mal um protetor de merda. Além do roteiro ser risível, daquele tipo que não dá nem pra achar graça da bizarrice, porque dá raiva. Diálogos infantis, romance brega, enfim, não vale. Turquia pode mais.
Não caia nessa enrascada, a primeira temporada parece razoavelmente ruim, mas depois vai ficando pessimamente ruim. Machista até o talo e o protagonista é horrível.
A série pega um público que se sente identificado por dilemas da classe média americana, ou seja, mesmo que pareçam temas importantes, no fundo há um tantinho de superficialidade nisso tudo e transformam coisas bobas em algo que parece sério, mas não é. O mundo vai além disso, mas não quer dizer que não tenha seu lugar, um tanto de leveza e beleza.
Uma ótima série nacional. Uma sacada muito boa tratar o tema das mulheres que sofrem violência doméstica ou qualquer tipo de violência, dando mais visceralidade ao caso com uma abordagem de serial killer, o que deixa tudo muito mais pesado e vai além dos muros do lar. Camila Morgado é uma ótima atriz, já sabemos, então conseguiu transmitir o peso de sua personagem na medida certa, perfeita. Du Moskovis, apesar de achar que ele carrega um pouco dos vícios de atuação novelística, conseguiu convencer bem nesse personagem asqueroso, aliás, conseguiu me provocar aversão e medo em todas as aparições.
Já Tainá Müller, tá maravilhosa como Verônica, ela tem a capacidade de se despir de outros trabalhos e também sabe dosar a linguagem de série nas sua atuação, sem exageros ou maneirismos novelísticos, uma das melhores neste aspecto, ao meu ver(Bom dia, Tainá). Aliás, bela até dizer chega. O elenco todo tá afinadíssimo.
A trama soube prender direitinho, apesar de muitas informações para organizarem, titubeou algumas vezes no roteiro apressado, podendo caprichar mais na execução de algumas cenas, aprofundar mais nos diálogos e tirar a caricatura da delegada vilã, por exemplo. Trilha sonora fodástica, mas o áudio de vozes em algumas cenas era atrapalhado pela trilha de suspense que rodava ao mesmo tempo com conversas sussurrantes entre personagens.
Enfim, uma série pra ver com gosto, para refletir sobre o sistema policial, criminal e o cerco criminoso dentro dele, para se indignar, para revirar o estômago e se sensibilizar com história de mulheres engaioladas nas mãos de homens malditos. E para torcer por Verônicas, sim, por mais tropeços que tenha dado durante a série, a idealização de ajudar a justiça com seu trabalho de policial é algo pouco visto no meio. A coragem pra peitar o sistema, mesmo custando a vida, é quase inimaginável. E a empatia pelo sofrimento das mulheres no mundo da agressão é algo necessário e urgente.
Já me direcionei a uma delegacia com uma amiga que estava sofrendo ameaças do ex, e sei bem o que é sofre chacota junto com ela pelos que lá não creem e não querem saber, pois parece que a culpa é sempre da vítima.
O que prezo tanto em filmes quanto em série é um tanto de originalidade e nisso podemos dizer que Lovecraft Country é uma deliciosa experiência. Daquele tipo de conteúdo que mesmo estranhando, a gente sabe que tem algo muito inteligente por trás, algo que faz pensar, antes mesmos dos sustos e de algumas risadas que vem provocando. Mas, o melhor são as reflexões acerca do terror do racismo se entrelaçando com o terror sobrenatural em cada episódio; são tacadas de mestre(salve Green, Peele e Abrams) , eu pelo menos, não deixei de amar nenhum deles, muito embora tenha os meus preferidos. Além disso, mesmo em se tratando de anos 50 e América ultra racista, a subversão do sistema está em tudo, dentro da história, com os personagens e também na produção da série, pois reparem como dá a entender que nada aqui é coadjuvante, tudo tem importância, todos têm importância substancial, por falar nisso, que episódio foi esse sétimo, no qual Hippolyta sai de mãe, esposa, dona de casa curiosa em astronomia pra fazer uma viagem planetária e interna e gritar quem é, descobrir que era uma mulher muito maior. O elenco é vigoroso, desde Jurnee, Wummi, Jonathan, Courtney B., Aunjanue, Michael Kenneth, um black power daqueles. Lovecraft, além de divertir, é pra detalhar um papo a cada episódio, sobre racismo, machismo, terror, aventura, figurino, fotografia, atuações, direção, humor, drama, monstros externos e internos, depois de dar uma respirada, já que é sobretudo, pancadaria no estômago.
Eu terminei já faz umas semanas, mas nem me instigou a comentar. Sinceramente, Dark é uma daquelas séries que parecem mas, não é. Atraem um público com alguns elementos que sabem ser atraentes como viagem no tempo, relações familiares, romances impossíveis, uma boa trilha sonora, atores razoavelmente eficientes, uma atmosfera de suspense constante, um elenco que mescla de jovens a idosos, mas no que se refere ao roteiro, é bem devagar. Não se sustenta por muito tempo sem enrolar vários nós e não seria problema uma série complexa, o que é problema pra mim é ser uma série confusa por uma certa incompetência, por querer ir além do que pode preencher. Além disso, expressa o tempo todo autorias com Nietzsche, Shakespeare, Freud, Schrödinger etc, mas não vai além de clichês para representar o que não alcança com mais profundidade. Eu gostei da série no geral, mas ela me aborreceu tantas vezes com seus diálogos óbvios e sua estrutura novelística, que não dá pra entender como se passou de cult? Mesmo assim, é inegável que se tivesse alguns ajustes por bons produtores, seria um primor. Valeu por me prender na primeira temporada até meados da segunda, mesmo sem ainda ter uma ideia formada sobre o todo.
Não tem como dar menos de 5 estrela para o Universo Breaking Bad, se nos oferece outra pérola como Better Call Saul. Confesso que na primeira temporada oscilou um pouco no meu interesse, mas sou adulta o suficiente para entender que era um problema meu e não da série. Eu estava resistindo a aceitar algo que continuasse aquele primor que desfrutei com BB, ou melhor, que antecipasse toda aquela história. O tema jurídico não foi muito problema, vez que tenho formação em Direito e de fato, os primeiros passos como advogada me fez relembrar as dificuldades do Saul, bem como perceber que suas picaretagens se baseiam nas possibilidades da profissão. Além disso, rever personagens tão bem desenhados e toda a relação com o crime do tráfico e outros tantos crimes foi aos poucos crescendo meu interesse. Esta quinta temporada tirou o fôlego. É movimentada, é engraçada, é dramática, bem montada com as cenas de presente, passado e futuro. As cenas do Cartel, as decisões de Gus Fring em desentendimento com os princípios de Mike, o destino levando Saul a Mike em episódio eletrizante, as condições de aprisionamento que o tráfico produz com quem bebe da sua fonte aqui tem ponto central com Nacho, que samba entre Salamanca e Fring. É tudo muito bem amarrado, são diálogos perfeitos e sem clichês, são personagens humanizados e nada maniqueístas(Salve o excelente Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Giancarlo Esposito, Rhea Seehorn e os outros tantos atores). Enfim, se está aí no sofá vendo série mela cueca, sugiro chamar o Saul.
Surpreende demais o fato de não estar mais vendo Breaking Bad e ainda assim ver uma ótima série que traz nossos personagens novamente ao topo do crime, essa parte que trata do cartel é excelente. Mike é um daqueles personagens que a gente para pra ver sem uma palavra conduzida na cena. Essa transformação de Jimmy em Saul foi muito bem construída, a relação dele com Kim instiga, pois ao mesmo tempo que é misteriosa, é acolhedora e rola um amor inusitado. Por falar nisso, essa advogada é tão bem construía pela Rhea, com suas nuances do bom direito, mas sua atração também pela aventura obscura do Saul, ainda que seja para colher algo justo no final, acaba deixando intrigado
Nesta temporada, a dualidade de caráter dos personagens fica ainda mais evidente. É interessante sabermos o quanto o Chuck está certo em suas análises, mas o quanto ainda assim, Jimmy precisava de uma postura diferente do irmão desde criança. Se de um lado há admiração, do outro havia ciúmes, ou se de um lado havia falta de escrúpulos, do outro sobra talento e postura profissional. Se um é excelente advogado por amar o Direito e ter trabalhado duro, o outro teria talento nato para negociação(e o que é advogar?), mas isso não bastaria e sempre usaria subterfúgios ilegais.
Se aplaudi a Season 1, essa segunda foi tão fácil de amar quanto. Quando por trás de um trabalho se tem pessoas competentes e que respeitam seu público, a qualidade é mantida e mais, nos instigam a ir adiante e pedir mais e mais. Não há episódio que me deixe descontente, cada um mais bem desenhado que o outro. E vou terminar a terceira temporada pra vir fazer o apanhado geral.
Entrei na série achando que iria me deparar com uma menina prodígio(chatíssima) e talvez mais diálogos artificiais e uma história que não me pegaria. Balela, foi amor a primeira vista. Anne com E é uma história simples num complexo de multi-talentos, desde roteiro, direção, figurino, fotografia, diálogos, monólogos e principalmente, atuações impecáveis de todo elenco, com destaque para Amybeth, Geraldine e R.H. Tomson. Um primor.
A sutileza das piadas disfarçam até a mais grosseira delas. Uma série pra quem cansou de ter piadas repetitivas ou que só se encaixam na nova geração. Gosto dessa pegada dos idosos, porque a sinceridade nessa faixa de idade, permite que as piadas sejam sem frescuras e até quebre um pouco o politicamente correto sem precisar machucar ninguém, vez que tratamos de pessoas que são de outra geração e têm personalidades muito fortes, mas também seguem uma bússola moral quando necessário. Diálogos inteligentes e simples ao mesmo tempo, porque é cotidiano e familiar. Douglas e Arkin são espetaculares, que interação maravilhosa e que comic time. Eu ri em todos os episódios e não é fácil fazer isso comigo, sou bem chata pra comédias. Apesar dos dilemas focarem mais nos homens e velhos, faz-se link com a juventude, com artes dramáticas e com esse universo das artes cênicas. As mulheres estão em segundo plano, mas não menos importantes, já que o tempo todo os homens ficam meio infantis perto da força e experiência delas. Pode ir fundo e aguardo uma terceira temporada.
The Chair (1ª Temporada)
3.6 49Que série ótima, uma comédia dramática madura e ao mesmo tempo jovial, diálogos bem construídos, relações espontâneas e timing cômico perfeito entre todos os personagens, tudo sem fugir da personalidade de cada um. Sou exigente quando é pra dar risada, mas aqui em The Chair, dei minhas gargalhadas instantâneas e ao mesmo tempo, refleti sobre os assuntos abordados sem precisar de nada muito denso.
Sex/Life (1ª Temporada)
2.6 192Obs: eu não ligo pra spoiler quando escrevo, se for ler, já sabe.
A série é pra mulher insatisfeita bater siririca pensando no amor romântico e na paixão sexual, mas tem que deixar o cérebro de lado, coisa que não consigo. Claro que quando casamos perdemos muitas coisas e ganhamos outras. No geral, perdemos aventura, a excitação de se apaixonar e viver o sexo mais ardente, a condição de informalidade que o casamento não proporciona. Mas, a personagem central foi resgatar sua vida sexual de antes do casamento de uma forma extremamente imatura, parecendo até que não voltou só o tesão pelo antigo namorado, mas também, a entrega imatura da época em que estavam amarrados. Confusa e indecisa o tempo todo, a mulher não consegue disfarçar que o fogo queima e o marido não é uma opção para o desejo carnal, mas sim a sua antiga paixão. Há boicote o tempo todo na tentativa de Cooper melhorara no que ela diz estar sofrendo, sexo gostoso. Porquê? Talvez porque ele não é e nunca será tão bom nisso, porque não é da personalidade dele, inclusive, as vezes muito manso pro meu gosto, apesar de lindo, bom pai e "monogâmico". O Brad é gato, faz o tipo do homem sexualmente ativo e sensual(ao contrário do que disseram, acho que ele não é tão ruim como ator, acho que dentro do que se propunha, o erotismo e um tanto de drama, ele convenceu bem ), mas de fato, abusivo. Abusivo e sacana, pois veja bem, quando foi proposto tomar conta da mulher e dos filhos, fugiu da situação como um verdadeiro canalha(aliás, o Cooper desce muito pra manter esse casamento falido né?). A Billie não é menos abusiva com o marido e com a família e o final, nossa, machismo puro, invertendo o que queriam passar com a história, ou seja, na intenção de mostrar uma mulher livre, sexualmente satisfeita e que pode tudo, ela simplesmente confirma a ideia tosca de que as mulheres preferem os canalhas, mentiras, traições. Pelamordaminhasensatez, penso que a mulher tem direito de questionar sua vida ruim, morna e ir fundo nos seus desejos e quebras sociais, tem direito de ser feliz em qualquer idade, mas isso aí não é só infidelidade, é traição mesmo. Não tem como defender. Se levar em consideração uma fanfic, espero a segunda temporada com o Cooperfeito se libertando pra vida. 😂🤭
Sweet Tooth (1ª Temporada)
4.1 295Ótima série e com potencial pra mais. Ela desperta nossos sentimentos fraternais, nossa curiosidade pela história dos híbridos e do vírus, consegue ter boas cenas de ação, diálogos simples, mas bem coerentes, além de muita fofura quando se lida com crianças e animais ao mesmo tempo, ou melhor, também tememos pela segurança deles. Aliás, boa interação entre personagens, fotografia linda e como disse, tinha potencial pra ir além, mas quem sabe nas próximas temporadas? Gus, que mini alce dilicinha.
O Método Kominsky (3ª Temporada)
4.0 50É claro que não sou eu quem vou apagar as 5 estrelas dessa série, só porque o Arkin(maravilhoso Norman) saiu e porque foi uma temporada menorzinha. A qualidade do roteiro, das piadas e até de um monólogo lindíssimo sobre os momentos finais da morte feito no penúltimo episódio pelo Sandy(maravilhoso Douglas), valem a constelação inteira. E repito, a sutileza das piadas apaga até a mais grosseira delas, porque é feita por personagens idosos e em contraponto a nova geração, tentando ensinar, aprender, se redimir(ou não) e dar um sarcasmo interessante as coisas do cotidiano desses personagens. Tudo isso regado a uma homenagem ao teatro, ao cinema, as artes cênicas em geral. A risada é certa em todos os episódios, a tirada cômica rápida e inteligente não deixa nem tempo pra você pensar muito, você só ri. Ah, e Kathleen Turner com seu par da vida Michael Douglas são impagáveis. Além de Morgan Freeman fazendo ele mesmo em algumas cenas hilárias. Cara, essa terceira temporada perdeu o sarcasmo e rabugice de Norman e isso deixou um buraco, mas não diminuiu em nada a qualidade da série, porque Douglas é um Kominsky de peso e tem comicidade pra muito mais. Parece que esta temporada é o fim, mas se eu pudesse dizer: The show must go on.
Sombra e Ossos (1ª Temporada)
3.7 199 Assista AgoraPrimeiro episódio primoroso. Veja o que é uma construção de cena cuidadosamente organizada, com interpretações bem dirigidas, faz qualquer coisa ser excepcional. Depois volto pra falar da impressão da primeira temporada, mas se seguir assim, pelo menos os produtores dessa série irei seguir pra vida. Faz tempo que não vejo algo com personagens jovens numa condução adulta. Aliás, toda condução é bem séria, fico emocionada com isso.
Eles (1ª Temporada)
4.1 547 Assista AgoraÉ uma série onde o terror reside mais na realidade e não na ficção.🤢 É a atmosfera pesada do racismo mais brutal nos períodos dos anos 50 nos EUA, onde os negros buscavam se adaptar a uma realidade que até então só era dada a brancos, como morar em bairros de classe média alta em condomínios residenciais em Los Angeles, migrando do sul para o norte, mesmo porque, a questão nem sempre era só o dinheiro, ou status profissional, mas sim uma verdadeira hostilização violenta ao olhar dos racistas endemoniados. Era um banimento coletivo e asqueroso. É muito forte ver o enfrentamento desproporcional que negros tinham para tentar se colocar na sociedade como cidadãos com alguma decência, mesmo sabendo que tudo jogava contra, inclusive a justiça. A forma que o setor imobiliário e bancos achavam pra explorar mais essas pessoas que tentavam o mínimo de uma ascensão social, explica o porquê sempre tinham que retornar para subúrbios, culminando no que é até hoje em grande parte do mundo.
Eu acho que a série trouxe diversos assuntos interessantes, a direção também conduziu com eficiência diversas cenas de mal estar, de horror sobrenatural, mas as vezes os ângulos das câmeras me davam a impressão de querer impressionar com tomadas de baixo pra cima para causar desconforto nonsense. As vezes a série parece um tanto confusa, mas vais se encaixando com o passar dos episódios. Trilha sonora perfeita. A cena do episódio 5 é terrivelmente violenta e sim, considero naquele grau um tanto exacerbada, inclusive, meio fetichista para certos abutres por aí. Sei que se fosse uma série que só retratasse a realidade e o realismo, teríamos que engolir o ódio, mas estamos aqui numa mistura de sobrenatural, ficção e realidade, acho que um tanto de vingança cairia bem. O elenco tá perfeito, mas Deborah Ayorinde estraçalha com suas expressões, dor e atordoamento de Lucky. E não poderia deixar de brincar com a Shahadi Wright(vai gostar de um trabalho com pronome assim lá em US e Them 😂). Enfim, a série é ótima, muito embora com relação aos fantasmas, acho que acabou gerando uma condição para a discussão de temas pertinentes; eram os fantasmas deles, eram eles que incitavam o expurgamento de suas dores, revoltas, insatisfação, desejos, violências, porém, era só mais um time do sobrenatural jogando contra essa etnia solapada por uma raça que se sentia e ainda se sente superior pela cor da pele
Quem Matou Sara? (1ª Temporada)
3.3 153 Assista AgoraEu assisti o primeiro episódio e já quero desistir. Novelinha capenga...mas, vou ver se aguento.
O Inocente
4.0 302 Assista AgoraA série é boa, mas eu já falei que a maioria das produções espanholas são aquele novelão? Pois bem, aqui não é diferente. Seria uma novela de um alto padrão, mas tem certos exageros que cansam, mesmo porque, vemos que certas situações não são pra tanto, nem tanta emoção, nem tanta lamúria, nem tanto ódio, nem tanto nervosismo, mas vai lá os espanhóis e fazem o drama. Sou a favor da humanização dos personagens e da condição de realismo das situações criadas, boa parte dos europeus fazem isso, mas tem que acreditar que não precisa popularizar tanto. O ponto da fetichização da violência contra a mulher é um dos exemplos, sabemos que coisas assim acontecem, mas não precisava tanto, nem vou reclamar da exacerbação em mostrar seus corpos, pois acho que pegou até leve frente a violência. Enquanto isso, homens horrendos que chocam o tempo todo e com mortes brandas,
e ainda tem uma cena da policial sentindo pena de um maldito explorador e estuprador de menores, porque lembrou de um trauma de infância, aff!
O final é bem meia boca, e não digo tanto pela previsibilidade que a série já vinha mostrando, já que não ligo pra reviravoltas, ligo para uma história bem contada e com fechamento bem fundamentado e infelizmente, aqui ficou a desejar. Mario Casas tá sempre ótimo(e lindo) e o grande elenco, com algumas exceções, é bem entregue e afiado. Enfim, a atmosfera de suspense é ótima, a apresentação dos personagens contada pelos próprios só que na terceira pessoa, achei um tanto cafona, mas talvez condizente com a intenção de manter todo mundo como suspeito, fazendo com que cada um diga o que sente sobre si próprio, mas não necessariamente isso seja a verdade universal das coisas. Já vi muitas produções espanholas entre séries e filmes e acho que O Inocente está num nível muito bom para uma minissérie de tantas tramas e sub-tramas, de tantos personagens e episódios longos, consegue prender e despertar a curiosidade pelos desfechos de cada parte.
Tribes of Europe (1ª Temporada)
3.4 44 Assista AgoraÓtima, todas as outras séries que têm premissas parecidas, com distopia e jovens no elenco, não chegam aos pés de Tribes of Europe. E olha que eu já tentei um monte que já foram até citadas aqui e tem popularidade nas massas. Nesta série, a abordagem é adulta na medida, sem ser pesada para adequar ao elenco jovem principal. Porém, não fica em diálogos bobinhos e é excitante a trama de cada núcleo e cada povo. Atuações bem boas e direção afiada. Eu quero é mais.
Pose (1ª Temporada)
4.7 434Bom, fui preconceituosa por um bom tempo, porque achava que era uma série que só tratava do universo de drag queens, desfiles etc e ficaria focada em algo que eu não tenho tanto interesse, mas esse é o pano de fundo para uma porção de casos do universo LGBT e racial. Porém, envolvendo qualquer um de nós, já que certas dificuldades e problemáticas são analogias a todo tipo de minorias, marginalizados, pobres e até mesmo uma crítica a classe média ou a alta burguesia americana. Não tem como não se identificar. Além disso, focar nos anos 80 e depois 90 é me dar um presente extra, já que está aí minha infância, adolescência e primeira juventude. Vi muita gente sofrendo pra sair do armário, vi muita gente(famosa ou não) sofrendo com AIDS, vi ídolos morrerem e fazerem as melhores poesias, vi anos de subverter a ordem. As personagens são muito bem desenhadas, cada um com seu carisma, até as mais vilanescas mas, é Blanca a dona do meu coração. Que mulher! Não tem como não gostar. Faça uma pose no sofá e desfrute.
Zona de Separação (1ª Temporada)
3.9 28 Assista AgoraO que dizer de Zona de Separação? Logo eu que sou um tanto exigente quando a série trata sobre pós apocalipse, vírus, caos e complexidade de personagens. Eu adorei. Demorei um pouco até entender que ela se propõe sim a ser um série com um peso de drama, quase nada de humor, mas principalmente, dosa a leveza de gerações, ou seja, permite que adultos, jovens e crianças fiquem satisfeitos. O tema central gira em torno de pandemia, caos social, mas principalmente, o que está por trás das relações econômicas, o poder político e científico a serviço da humanidade(quero dizer, a humanidade de um grupo seleto com dinheiro no bolso e status). Um muro da separação que existe desde sempre. As personagens são ótimas, claro, ressalta-se que os espanhóis têm aquele tom novelístico básico, mas que aqui não prejudica, é bem dosado na luta, revoltas, tramas macabras com crianças, romance no ar, enfim, LIBERDADE é a palavra de ordem ao final da primeira temporada. Luta e enfrentamento diante de injustiças e maldades, enfim, a série é ótima e espero que venha mais. Ah, palmas para Angela Molina, Olívia Molina, Unax Ugalde e grande elenco comedido e expressivos. A menininha é o ponto exato.
O Último Guardião (2ª Temporada)
3.2 18 Assista AgoraMeia estrela por pena. Que protagonista ruim, xissus. A mulher que poderia salvar a série, Zeynep, acabou ficando meio ridicularizada, servindo ao sentimentalismo e protegendo mal um protetor de merda. Além do roteiro ser risível, daquele tipo que não dá nem pra achar graça da bizarrice, porque dá raiva. Diálogos infantis, romance brega, enfim, não vale. Turquia pode mais.
O Último Guardião (1ª Temporada)
3.4 25 Assista AgoraNão caia nessa enrascada, a primeira temporada parece razoavelmente ruim, mas depois vai ficando pessimamente ruim. Machista até o talo e o protagonista é horrível.
This Is Us (1ª Temporada)
4.7 779 Assista AgoraA série pega um público que se sente identificado por dilemas da classe média americana, ou seja, mesmo que pareçam temas importantes, no fundo há um tantinho de superficialidade nisso tudo e transformam coisas bobas em algo que parece sério, mas não é. O mundo vai além disso, mas não quer dizer que não tenha seu lugar, um tanto de leveza e beleza.
Bom Dia, Verônica (1ª Temporada)
4.2 760 Assista AgoraUma ótima série nacional. Uma sacada muito boa tratar o tema das mulheres que sofrem violência doméstica ou qualquer tipo de violência, dando mais visceralidade ao caso com uma abordagem de serial killer, o que deixa tudo muito mais pesado e vai além dos muros do lar. Camila Morgado é uma ótima atriz, já sabemos, então conseguiu transmitir o peso de sua personagem na medida certa, perfeita.
Du Moskovis, apesar de achar que ele carrega um pouco dos vícios de atuação novelística, conseguiu convencer bem nesse personagem asqueroso, aliás, conseguiu me provocar aversão e medo em todas as aparições.
Já Tainá Müller, tá maravilhosa como Verônica, ela tem a capacidade de se despir de outros trabalhos e também sabe dosar a linguagem de série nas sua atuação, sem exageros ou maneirismos novelísticos, uma das melhores neste aspecto, ao meu ver(Bom dia, Tainá). Aliás, bela até dizer chega. O elenco todo tá afinadíssimo.
A trama soube prender direitinho, apesar de muitas informações para organizarem, titubeou algumas vezes no roteiro apressado, podendo caprichar mais na execução de algumas cenas, aprofundar mais nos diálogos e tirar a caricatura da delegada vilã, por exemplo. Trilha sonora fodástica, mas o áudio de vozes em algumas cenas era atrapalhado pela trilha de suspense que rodava ao mesmo tempo com conversas sussurrantes entre personagens.
Enfim, uma série pra ver com gosto, para refletir sobre o sistema policial, criminal e o cerco criminoso dentro dele, para se indignar, para revirar o estômago e se sensibilizar com história de mulheres engaioladas nas mãos de homens malditos. E para torcer por Verônicas, sim, por mais tropeços que tenha dado durante a série, a idealização de ajudar a justiça com seu trabalho de policial é algo pouco visto no meio. A coragem pra peitar o sistema, mesmo custando a vida, é quase inimaginável. E a empatia pelo sofrimento das mulheres no mundo da agressão é algo necessário e urgente.
Já me direcionei a uma delegacia com uma amiga que estava sofrendo ameaças do ex, e sei bem o que é sofre chacota junto com ela pelos que lá não creem e não querem saber, pois parece que a culpa é sempre da vítima.
Lovecraft Country (1ª Temporada)
4.1 404O que prezo tanto em filmes quanto em série é um tanto de originalidade e nisso podemos dizer que Lovecraft Country é uma deliciosa experiência. Daquele tipo de conteúdo que mesmo estranhando, a gente sabe que tem algo muito inteligente por trás, algo que faz pensar, antes mesmos dos sustos e de algumas risadas que vem provocando. Mas, o melhor são as reflexões acerca do terror do racismo se entrelaçando com o terror sobrenatural em cada episódio; são tacadas de mestre(salve Green, Peele e Abrams) , eu pelo menos, não deixei de amar nenhum deles, muito embora tenha os meus preferidos. Além disso, mesmo em se tratando de anos 50 e América ultra racista, a subversão do sistema está em tudo, dentro da história, com os personagens e também na produção da série, pois reparem como dá a entender que nada aqui é coadjuvante, tudo tem importância, todos têm importância substancial, por falar nisso, que episódio foi esse sétimo, no qual Hippolyta sai de mãe, esposa, dona de casa curiosa em astronomia pra fazer uma viagem planetária e interna e gritar quem é, descobrir que era uma mulher muito maior. O elenco é vigoroso, desde Jurnee, Wummi, Jonathan, Courtney B., Aunjanue, Michael Kenneth, um black power daqueles. Lovecraft, além de divertir, é pra detalhar um papo a cada episódio, sobre racismo, machismo, terror, aventura, figurino, fotografia, atuações, direção, humor, drama, monstros externos e internos, depois de dar uma respirada, já que é sobretudo, pancadaria no estômago.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KEu terminei já faz umas semanas, mas nem me instigou a comentar. Sinceramente, Dark é uma daquelas séries que parecem mas, não é. Atraem um público com alguns elementos que sabem ser atraentes como viagem no tempo, relações familiares, romances impossíveis, uma boa trilha sonora, atores razoavelmente eficientes, uma atmosfera de suspense constante, um elenco que mescla de jovens a idosos, mas no que se refere ao roteiro, é bem devagar. Não se sustenta por muito tempo sem enrolar vários nós e não seria problema uma série complexa, o que é problema pra mim é ser uma série confusa por uma certa incompetência, por querer ir além do que pode preencher. Além disso, expressa o tempo todo autorias com Nietzsche, Shakespeare, Freud, Schrödinger etc, mas não vai além de clichês para representar o que não alcança com mais profundidade. Eu gostei da série no geral, mas ela me aborreceu tantas vezes com seus diálogos óbvios e sua estrutura novelística, que não dá pra entender como se passou de cult? Mesmo assim, é inegável que se tivesse alguns ajustes por bons produtores, seria um primor. Valeu por me prender na primeira temporada até meados da segunda, mesmo sem ainda ter uma ideia formada sobre o todo.
Better Call Saul (5ª Temporada)
4.6 326 Assista AgoraNão tem como dar menos de 5 estrela para o Universo Breaking Bad, se nos oferece outra pérola como Better Call Saul. Confesso que na primeira temporada oscilou um pouco no meu interesse, mas sou adulta o suficiente para entender que era um problema meu e não da série. Eu estava resistindo a aceitar algo que continuasse aquele primor que desfrutei com BB, ou melhor, que antecipasse toda aquela história. O tema jurídico não foi muito problema, vez que tenho formação em Direito e de fato, os primeiros passos como advogada me fez relembrar as dificuldades do Saul, bem como perceber que suas picaretagens se baseiam nas possibilidades da profissão. Além disso, rever personagens tão bem desenhados e toda a relação com o crime do tráfico e outros tantos crimes foi aos poucos crescendo meu interesse. Esta quinta temporada tirou o fôlego. É movimentada, é engraçada, é dramática, bem montada com as cenas de presente, passado e futuro. As cenas do Cartel, as decisões de Gus Fring em desentendimento com os princípios de Mike, o destino levando Saul a Mike em episódio eletrizante, as condições de aprisionamento que o tráfico produz com quem bebe da sua fonte aqui tem ponto central com Nacho, que samba entre Salamanca e Fring. É tudo muito bem amarrado, são diálogos perfeitos e sem clichês, são personagens humanizados e nada maniqueístas(Salve o excelente Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Giancarlo Esposito, Rhea Seehorn e os outros tantos atores). Enfim, se está aí no sofá vendo série mela cueca, sugiro chamar o Saul.
Better Call Saul (4ª Temporada)
4.4 230 Assista AgoraSurpreende demais o fato de não estar mais vendo Breaking Bad e ainda assim ver uma ótima série que traz nossos personagens novamente ao topo do crime, essa parte que trata do cartel é excelente. Mike é um daqueles personagens que a gente para pra ver sem uma palavra conduzida na cena. Essa transformação de Jimmy em Saul foi muito bem construída, a relação dele com Kim instiga, pois ao mesmo tempo que é misteriosa, é acolhedora e rola um amor inusitado. Por falar nisso, essa advogada é tão bem construía pela Rhea, com suas nuances do bom direito, mas sua atração também pela aventura obscura do Saul, ainda que seja para colher algo justo no final, acaba deixando intrigado
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 312 Assista AgoraNesta temporada, a dualidade de caráter dos personagens fica ainda mais evidente. É interessante sabermos o quanto o Chuck está certo em suas análises, mas o quanto ainda assim, Jimmy precisava de uma postura diferente do irmão desde criança. Se de um lado há admiração, do outro havia ciúmes, ou se de um lado havia falta de escrúpulos, do outro sobra talento e postura profissional. Se um é excelente advogado por amar o Direito e ter trabalhado duro, o outro teria talento nato para negociação(e o que é advogar?), mas isso não bastaria e sempre usaria subterfúgios ilegais.
Fantástica cena do Tribunal e claro a despedida ensandecida e melancólica do grande personagem Chuck.
Continuam a mesclar o mundo jurídico com o mundo do tráfico de forma excelente.
Anne com um E (2ª Temporada)
4.6 443 Assista AgoraSe aplaudi a Season 1, essa segunda foi tão fácil de amar quanto. Quando por trás de um trabalho se tem pessoas competentes e que respeitam seu público, a qualidade é mantida e mais, nos instigam a ir adiante e pedir mais e mais. Não há episódio que me deixe descontente, cada um mais bem desenhado que o outro. E vou terminar a terceira temporada pra vir fazer o apanhado geral.
Anne com um E (1ª Temporada)
4.6 759 Assista AgoraEntrei na série achando que iria me deparar com uma menina prodígio(chatíssima) e talvez mais diálogos artificiais e uma história que não me pegaria. Balela, foi amor a primeira vista. Anne com E é uma história simples num complexo de multi-talentos, desde roteiro, direção, figurino, fotografia, diálogos, monólogos e principalmente, atuações impecáveis de todo elenco, com destaque para Amybeth, Geraldine e R.H. Tomson. Um primor.
O Método Kominsky (2ª Temporada)
4.3 50 Assista AgoraA sutileza das piadas disfarçam até a mais grosseira delas. Uma série pra quem cansou de ter piadas repetitivas ou que só se encaixam na nova geração. Gosto dessa pegada dos idosos, porque a sinceridade nessa faixa de idade, permite que as piadas sejam sem frescuras e até quebre um pouco o politicamente correto sem precisar machucar ninguém, vez que tratamos de pessoas que são de outra geração e têm personalidades muito fortes, mas também seguem uma bússola moral quando necessário. Diálogos inteligentes e simples ao mesmo tempo, porque é cotidiano e familiar. Douglas e Arkin são espetaculares, que interação maravilhosa e que comic time. Eu ri em todos os episódios e não é fácil fazer isso comigo, sou bem chata pra comédias. Apesar dos dilemas focarem mais nos homens e velhos, faz-se link com a juventude, com artes dramáticas e com esse universo das artes cênicas. As mulheres estão em segundo plano, mas não menos importantes, já que o tempo todo os homens ficam meio infantis perto da força e experiência delas. Pode ir fundo e aguardo uma terceira temporada.
O Método Kominsky (1ª Temporada)
4.1 102 Assista AgoraÓtima comédia, ótimos diálogos e um Michael Douglas e Alan Arkin afinadíssimos.