Eis um filme difícil de definir. Só assisti porque ouvi o Guy Ritchie comentando sobre ele no podcast Nerdist e explicou umas paradas mais metafóricas sobre o sentido do filme, daí fiquei curioso. Pelo que percebi, dividiu opiniões:
- Os fãs de fantasia medieval, que curtem O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e livros do Bernard Cornwell (sim, eu sei: "ficção histórica", tô ligado!) acham o filme uma heresia. Confesso que um dos motivos que me afastam desse gênero e dessas obras é justamente esse endeusamento que os fãs dele fazem. Não assisti os filmes de Sherlock Holmes porque curto os livros e não vejo necessidade de adaptações, não me interessei por essas, mas não fico esquentando minha cabeça, simplesmente não assisto.
- Parte dos fãs de Guy Ritchie consideram mais uma bola fora, um erro, um tiro n'água. Provavelmente esperavam que o diretor focasse suas energias em outras coisas, mais ligadas à uma ambientação contemporânea, no estilo Snatch de ser.
- Já o pessoal que não tem apego muito forte à fantasia medieval e não é fã do diretor, deve ter achado o filme interessante e divertido, os efeitos visuais ajudam muito nessa parte.
- E outra parte dos fãs de Guy Ritchie considera que o diretor foi ousado por sair de sua zona de conforto, de fazer algo diferente e, ainda assim, deixar sua marca registrada, sua veia autoral, fazendo com que não seja "só mais um filme do Rei Arthur".
Acho que estou mais próximo desta última vertente. Acho que os primeiros filmes do diretor são os melhores (Snatch é, para mim, uma obra-prima do Cinema). Em Rock'n'Rolla, apesar do visual interessante, não me agradou muito. Então, foi interessante ver o diretor partir para algo bem diferente daquilo que o consagrou (Sherlock Holmes talvez tenha sido uma prévia disso).
Em que se pese que o filme sofre, talvez, com uma certa falta de equilíbrio entre "o filme épico com efeitos visuais fodásticos" e "o estilo Snatch, com ritmo baseado em diálogos rápidos, narrações de situações hipotéticas (que poupam diálogos arrastados e tempo em tela) e transições de cena que são marca registrada do diretor", mas, com isso, consegue mostrar a capacidade de Guy Ritchie de levar nas costas um filme de grande vulto, sem perder o estilo que o consagrou.
No mais, espero que estas experimentações, erros e acertos sirvam de fundação para que Guy Ritchie construa outra obra-prima que, assim como Snatch, deixará sua marca ao longo do tempo.
A primeira vez que vi a referência do caixão foi na série japonesa Cybercops, onde um personagem chamado Lúcifer (vestido com trajes de cowboy), arrasta um caixão e diz "Eu preparei um caixão para você", se dirigindo ao personagem Júpiter.
Outra referência mais implícita é no filme A Balada do Pistoleiro
Uma vez um amigo me sugeriu este filme, mas à época o julguei pela capa, achei meio galhofa. Depois de Django Livre, veio a curiosidade, mas somente hoje o assisti. Valeu muito a pena. Graças às novas tecnologias de transferência, podemos ver em alta definição e constatar que o filme é realmente feito de fotografias em movimento ("motion picture").
E isso também mostra que nem tudo que é antigo é "ultrapassado", muitas vezes é o contrário e precisamos esperar que uma tecnologia avance para conseguir enxergar o que a tecnologia do passado entregava. Uma pena que muitos filmes hoje (a maioria, talvez) esteja partindo para o digital.
A qualidade da fotografia e os enquadramentos são de cair o queixo, facilmente muitos dos frames poderiam se tornar pôsteres emoldurados. Outro detalhe que chama atenção é lamaçal. Na maioria dos filmes do gênero que assisti, é mais comum o ambiente árido, a poeira, aqui há um ar de sujeira diferente e a lama nas botas dá um ar bem diferente e realista.
Outro detalhe interessante é o fato de Django não usar cavalos (na maioria das cenas, pelo menos), dá um tom literalmente "arrastado", que se traduz visualmente com sua figura arrastando um pesado caixão lentamente, trazendo ainda a metáfora do fardo que carrega.
Estou fazendo maratona da franquia Kickboxer (e quase me arrependendo disso!). Já havia assistido todos nos anos 90, mas ao rever esse, nos dias atuais, é bem interessante. Sasha Mitchell neste filme está igualzinho ao Justin Bieber (em sua atual fase),
Engraçado como o filme descambou para uma linha mais de filme de ação com tiros do que filme de luta
depois de tanta filosofia no 1, no 2 e até mesmo neste filme, engraçado ver David Sloan e Xian metendo bala e matando sem dó com armas de fogo, quebrando pescoços etc.
A locação no Brasil é um fator bem interessante. Antes de Kickboxer III, o único filme de ação com filmagens no Brasil que me recordo é um do 007, com Roger Moore, também no Rio de Janeiro, com direito a luta no bondinho do Pão de Açúcar. Colocando em perspectiva, quem jogou Max Payne 3 provavelmente vai curtir a pegada desse filme.
Ouvir no áudio original é bem interessante, pois tem personagens que falam em português, apesar de que alguns deles falam com um sotaque bem esquisito (por exemplo, Marcos, o garoto de rua. Acredito que ele não seja brasileiro).
Temos muitas participações especiais de atores globais mas, vendo os créditos reparei um nome e não acreditei: Marcos Ruas! (mais conhecido como Marco Ruas). Para quem não associou o nome à pessoa, trata-se de um dos pioneiros do MMA / Vale-Tudo. Foi o precursor do "cross training", ou seja: misturar luta agarrada e trocação. Ele dizia: "Se você chuta e soca, eu agarro. Se você agarra, eu soco e chuto".
Não o reconheci durante o filme, quando vi os créditos retornei e fui avançando rapidamente, até que encontrei a cena
é uma aparição bem rápida, numa cena curta, quando David Sloan vai ao bar de Lane, uma mulher pede para dançar com Sloan. De repente, aparece o "marido" dela, a chama de puta e dá um tapa... Daí, Sloan parte para cima dele. Uma pena não terem aproveitado melhor ele. Poderia ter sido um lutador no torneio...
Outro detalhe interessante: apesar de toda esculhambação com o Brasil, optaram por não colocar um lutador brasileiro para enfrentar Sloan no ringue... Adivinhem só qual é a nacionalidade que escolheram... Uma dica: lembrem da rivalidade no futebol, hahaha.
No final das contas, achei o filme divertido e melhor que o 2, o Sasha Mitchel é canastrão demais (aquele jeitão de balançar os ombos e os braços viraram sua marca registrada neste sentido), parece um "backstreet boy". Seu modo de falar lembra o Rocky, às vezes, mas muito mais galhofa.
Gosto muito dos filmes do Tom Hanks, mas sempre achei os papéis dele um tanto semelhantes, aquele cara de bom coração, meio ingênuo e aventureiro. Claro que ele já fez papéis diferentes disso várias vezes mas, neste filme, ficou extremamente convincente! Melhor atuação dele que já vi!
Estava acostumado (por causa da época de infância e adolescência, quando via muitos filmes na TV) a ouvir sua voz dublada e, nos filmes em que vi legendado, sempre achei sua voz um tanto engraçada, cômica. Neste filme, não! Lembro de algumas palestra de Ariano Suassuna, nas quais critica a imitação exagerada do sotaque nordestino em novelas da Globo: "Não conheço ninguém que fala assim". De forma semelhante, é muito comum uma afetação exagerada nas interpretações de homossexuais. Mas Tom Hanks o fez de forma genial, dando um tom de delicadeza no personagem, mas sem descambar para a afetação.
E Denzel Washington? Igualmente, em uma de seus melhores interpretações que, aliás, achei que foi bem moderada. Em alguns filmes mais atuais, percebemos que ele usa muito "overacting", mas neste, não! Aquela cena no escritório dele, com aqueles olhares e receios, não tem como não se identificar. Por mais que exista muita informação hoje, acredito que quem não está acostumado também ficaria bem preocupado.
É um filme bem tenso, mas ele causou uma sensação muito diferente
Fica aquela tensão no ar, por saber que a AIDS naquele contexto era praticamente uma sentença de morte. Não senti nem muita triste, nem alegria, mas o que sobrou não foi indiferença, foi algo que não sei dizer bem o que é.
Demorei 23 anos para assistir, mas valeu muito a pena. O filme fazia parte da minha meta para 2017 e não me arrependo. Não digo que todos os filmes lançamentos são ruins, mas em meio a tantas bombas, remakes e reboots, assistir filmes como esse são uma excelente pedida!
Lembro de ter visto uma vez apenas um pedaço desse filme na Sessão da Tarde, há muito tempo atrás (até pensava que ele fosse mais antigo), justamente a emblemática cena de luta
com aquele ar de desafio mesmo, não de briga. Fiquei muito intrigado, mas ao mesmo tempo achei muito legal o lance de o cara trazer aquele monte de equipamentos e luvas, um "vale-tudo", mas com fair play
Depois de, sei lá, mais de 10 anos, assisti pela primeira vez na íntegra. Confesso que fiquei na dúvida se estava assistindo o filme certo: Jackie Chan só aparece em tela depois de quase 15 minutos de filme! Mas confesso que, mesmo que não fosse um filme dele, continuaria assistindo, pois estava muito interessante aquela história do começo!
Aliás, claramente são 2 filmes sobrepostos, entrelaçados:
a história de romance e as intrigas, emboscadas e lutas. Confesso que achei estranho o modo como alterna totalmente de um tom para o outro, mas é um estranhamento interessante, um filme bem diferente do habitual que vale a pena assistir.
A história de Bu é bem singela, suas expressões faciais são bem cativantes, ela com certeza chama mais atenção no filme do que o próprio Jack Chan, não é apenas uma mocinha em perigo, ela enfrenta suas próprias aventuras.
Achei hilário o Jackie Chan em um papel de grande acionista e business man, hahaha. A Bu quebrando a cara no começo também é muito engraçado. E bem legal o Albert ajudando ela e o amigo dela. O filme brincou um pouco com alguns estereótipos, mas sem exagerar, usando isso em favor dos personagens ao invés de simplesmente ridicularizá-los.
Apesar de ser algo manjado em muitos filmes, é interessante ver essa atração que Jackie tem por Bu, por conta de espontaneidade e simplicidade.
E claro: muito foda a luta com o lutador peso leve. Aquele momento em que ele volta, Jackie diz "Você gosta de lutar mesmo, hein?!" e ele responde "Só com os melhores!" é de arrepiar! Duas pessoas dando tudo de si, numa luta justa e franca. Muito sutil o detalhe da cor das luvas na luta final: "Você gosta de branco" enquanto joga um par de luvas brancas, que combinam com a roupa de Jackie.
Outro detalhe interessante é a questão das línguas. Fiquei na dúvida sobre qual era a áudio original do filme: Mandarim ou Cantonês. Pesquisando em fóruns, não cheguei a uma conclusão, mas me parece que Cantonês é o áudio original, apesar de Mandarim ser o mais falado. No começo do filme há uma discussão entre os personagens justamente sobre as duas línguas! E em outra cena, em que Jackie e outro personagem estão falando em inglês, alguns caras perguntam para o assessor de Jackie o que eles estão falando. O assessor esnoba: "Vocês não falam inglês? Em que escola vocês estudaram?" :-P
No final das contas, um filme bem diferente, bem agradável. Talvez com um probleminha de ritmo em algumas partes, mas muito bom. Talvez decepcione aqueles que querem apenas ver cenas de lutas e porradaria. Mas aos que apreciarem algo mais abrangente, com certeza vão se surpreender
Queria elaborar um texto bonitinho, mas vai um com a empolgação de quem acabou de assistir:
- Que roteiro é esse, meu amigo?! Quando o filme chega ao fim, todas as pontas são amarradas e como é satisfatório ver todos aqueles detalhes de momentos monótonos se mostrando importantes. Simplesmente, não há nada desnecessário. Depois de assistir este filme, a impressão é de que muitos blockbusters por aí poderiam ser reduzidos para meia hora de projeção!
- Linearidade da não linearidade: Assim como em Amnésia é possível encontrar uma lógica que ajuda a "montar" o quebra-cabeça. Como já havia assistido o filme com Guy Pearce, mais ou menos na metade, consegui compreendê-la. Mas, mesmo sabendo disso, é muito legal ver como tudo será executado a seguir e como as coisas se encaixarão.
Ao ver os créditos fiquei curioso. O policial, é tio de Christopher Nolan!
Realmente, Nolan é um dos melhores diretores da atualidade, com um diferencial: além de executar bem a direção, traz uma faceta mais autoral, até mesmo em adaptações, como os filmes do Batman. Dentro de uma indústria que cai no mais do mesmo, com reboots e remakes, Nolan traz um alento (ainda que conste no IMDB que ele fará um remake de Amnésia... Totalmente desnecessário, em minha opinião).
Em um futuro próximo, a cidade de Nova York possui uma (super)população de 40 milhões de pessoas, que sente na pele o que, outrora, eram apenas previsões sobre o efeito estufa e o aquecimento global. Condenados a viver em blocos sem distribuição de energia elétrica e sem permissão para sair em busca de uma vida melhor, os habitantes lutam dia após dia tentando sobreviver, ainda que sem dignidade.
Há racionamento de água e comida. Esta última, para a maioria da população, se resume ao Soylent, com uma “variedade”, que mais lembra cartuchos de tinta: Soylent Red, Soylent Yellow e, o mais procurado, Soylent Green.
O filme chama atenção, logo de início, pelo fato de que as pessoas estão sempre transpirando. O detetive Robert Thorn, interpretado por Charlton Heston, anda sempre com um lenço amarrado no pescoço, com o qual enxuga seu suor. Enquanto faz o trabalho de campo, Thorn conta com a ajuda de Solomon Roth (mais conhecido como “Sol”) em suas investigações, um idoso que vasculha livros em busca de informações.
Thorn e Sol moram numa casa paupérrima: há uma cena em que luz do recinto começa a enfraquecer, Sol vai em direção à uma bicicleta ergométrica e começa a pedalar e, logo a luz volta à intensidade normal (sim, eu sei “Isso é muito Black Mirror!”). Em outras casas, existe uma variante com manivela, afinal também é importante exercitar os membros superiores!
Mas se você acha que a moradia deles é ruim, espere até ver as escadas à noite, quando estão apinhadas de gente dormindo. Exceto pelo vigia, de rifle nas mãos, que garante sua segurança, já o sono ficará a mercê de uma pisada ou esbarrada de Thorn, que faz incursões noturnas com frequência.
Proteína animal, como carne bovina, é um luxo acessível apenas aos ricos, assim como frutas e hortaliças. O povo, em regra, fica restrito mesmo ao Soylent vermelho e amarelo, feitos com soja e o mais recente: Soylent Verde (o Soylent Green que dá título original do filme), criado a partir de algas marinhas, rico em proteína.
Além disso, há outro fator complicador. Estes alimentos não podem ser comprados livremente. Existe um dia certo para sua distribuição, onde são montadas barracas nas ruas, como se fossem feiras. Nesses dias, as pessoas devem pegar filas para receber seu auxílio, informando seu número e escolhendo entre pegar um valor em dinheiro ou em cupons de comida (uma espécie de vale-refeição).
Mas a burocracia não para por aí, há um racionamento na distribuição destes alimentos. Não importa a quantidade de dinheiro e cupons que a pessoa possui, só poderá pegar sua cota e nada além disso. Tal prática remete ao 1984, de George Orwell e as “rações de chocolate”. Assim como é possível comprar “retalho de frios”, também existe um mercado de restos de Soylent, uma opção mais barata ou talvez a única opção que reste, no caso de falta de tabletes.
Também me recordo, há muitos anos, quando houve um racionamento de gás de cozinha no Brasil. Filas enormes nos postos de gás (à época, gás encanado era comum somente em alguns condomínios), cada pessoa poderia levar apenas um botijão (trocava-o por um cheio). Lembro de um senhor que insistia em levar dois botijões, o que causou grande discussão e pessoas chegando quase às vias de fato.
Para citar mais um exemplo, a cena do posto de gasolina durante o êxodo no filme Guerra dos Mundos, de 2005. Em No Mundo de 2020, não é diferente. pessoas reclamam das restrições de gramas, cada vez menores e a confusão se instaura. Para contê-la, há um destacamento da Polícia para o controle de motins, curiosamente trajando capacetes de futebol americano, talvez, uma relíquia do passado.
Aliás, é bem peculiar a técnica utilizada para dispersar a multidão: são usados caminhões com pás de retroescavadeiras, que “recolhem” os manifestantes das ruas. Estes caminhões são os únicos veículos em funcionamento que vemos. Os carros estão abandonados nas ruas e parece que sua única serventia é a de moradia ou o uso da borracha de seus pneus para fazer sandálias. De qualquer forma, as pessoas não têm permissão de sair da Zona Urbana.
Os telefones “públicos” podem ser usados, mas somente por pessoas autorizadas, como o detetive Thorn. É necessário abrir o compartimento com uma chave e depois informar à telefonista seu nome e número de registro.
No Mundo de 2020 é daqueles filmes para se assistir mais de uma vez. Mas vai a dica aos marinheiros de primeira viagem: muita atenção ao vocabulário utilizado pelos personagens! Palavras comuns podem ter um significado bem diferente no universo do filme.
Para citar um exemplo, o termo mobília. Conhecemos mobília como: “o conjunto dos móveis que adornam ou guarnecem uma casa, um escritório”. No filme, existem mulheres que recebem tal designação! Quando o imóvel é alugado, o inquilino tem direito à “mobília” que existe no imóvel! Demorei bastante para entender isso, até estranhei o frequente uso do substantivo, quando compreendi, fiquei desconcertado. Apesar da longa exposição, acredite: não estou dando spoiler do final do filme. Aliás, existem outras coisas que não citei e que valem a pena ser descobertas ao assistir o filme.
Trata-se de um filme de 1973, mas que ainda se mostra muito atual no que tange aos debates sobre: aquecimento global, uso desmedido dos recursos naturais, desperdício, obsolescência programada, superpopulação, dependência energética de fontes não renováveis, fome etc.
Como gosto de distopias, já estava interessado no filme. Mas fiquei mais ainda depois de ver um vídeo da Vice, no qual um repórter passa um mês se alimentando apenas com uma espécie de shake, chamada Soylent. O nome, obviamente, foi inspirado no filme. A diferença é que o produto real é consumido na forma líquida, enquanto no filme, é sólido. Mas já deixo um importante aviso: o vídeo possui SPOILER do filme. Não recomendo que assista antes.
Infelizmente, assisti o filme já sabendo do final (por causa do vídeo da reportagem). Além disso, é muito comum que as pessoas se empolguem com o final do filme e soltem spoiler, portanto tome cuidado ao ler comentários e resenhas.
Filme extremamente recomendado aos fãs de distopia, infelizmente é um filme desconhecido pelo grande público, ainda que não seja tão grande como O Planeta dos Macacos (me refiro ao filme de 1968, também estrelado por Charlton Heston), é um ótimo filme e já figura entre um dos meus favoritos.
A parte em que Sol vai "para casa" é o ponto alto do filme, seguido da constatação que Thorn faz ao se infiltrar. Final talvez mimetize um pouco de O Planeta dos Macacos (1968)
Concluindo hoje a maratona para rever todos Mad Max na sequência. Fury Road realmente veio para coroar e "cimentar" os três filmes da franquia. Valeu a longa espera. Assisti 3 vezes no cinema e agora assisti pela segunda vez em casa. O diferencial, desta vez, foi fazer a comparação e tentar perceber as referências aos filmes antigos, sem contar os detalhes do próprio filme:
Logo no início, quando estão tatuando as costas de Max, podemos ler que seu sangue é O Negativo de Alta Octanagem. Em Mad Max 2, quando Max faz o trato com o pessoal da vila do combustível, diz que quer gasolina com muito octano. Em Fury Road, Nux também se refere ao sangue de alta octanagem de sua "bolsa de sangue".
Nesta mesma cena, Nux segura o volante de seu parceiro e ambos ficam discutindo para ver quem irá dirigir. Isso remete às primeiras cenas de Mad Max (1979), nas quais dois policiais discutem para ver quem irá dirigir.
Alguns detalhes bem poéticos são as cenas em que mostram as peças do caminhão É como se ele tivesse vida, as cenas em que aceleram e mostra um close daquele "blower" (soprador) em cima do capô, é como se o caminhão estivesse ofegante.
Quando Max e Furiosa entram num acordo para voltar à Cidadela, se cumprimentam de uma forma que lembra aquelas negociações em Mad Max 3 (mas sem o cuspe). E diga-se de passagem, essa cena é bem impactante e emocionante, além de mostrar que tanto Furiosa quanto Max tem o mesmo grau de importância no filme.
Assim como nos outros filmes, existem vários detalhes nas cenas que podem ser difíceis de pegar na primeira vez e é por isso que vale a pena rever estes filmes. Como a cena que mostra durante meio segundo que a alavanca de câmbio do carro do "Comedor de Gente" é um revólver sem cano ou tambor.
Outra coisa que notei foi o guitarrista. Repararam que ele possui dois elásticos suspendendo ele? Isso remete à Cúpula do Trovão, onde eram utilizados esses mesmos elásticos.
Ao final do filme, Furiosa está com o rosto bem machucado e com um dos olhos fechado, por causa de um ferimento. Seria uma referência ao rosto de Max em Mad Max 2?
E é interessante notar como tudo no filme gira em torno de termos relacionados a carros, como o sangue com "alta octanagem". Nos créditos, vemos que o médico é creditado como "The organic mechanic", ou seja, um mecânico orgânico, um mecânico de gente! :-)
Confesso que demorei bastante para rever este terceiro filme. Só comprei o DVD, porque consegui pegá-lo por R$ 2,90 numa promoção. Antes disso, a última vez que havia assistido foi na Sessão da Tarde.
Realmente, é o mais fraco de toda franquia (não sei quanto disso se deve a divisão da direção de George Miller com George Ogilvie). Mas tenho que confessar que possui alguns elementos bem interessantes e que serviram de influência para muitos outros filmes e jogos.
O maior deles talvez seja esse "elo perdido" por conta de uma guerra nuclear, de uma civilização passada que tinha uma alta tecnologia e uma vasta cultura, mas que é absorvida pela população atual somente através de relíquias, em sua maioria com conotações religiosas e/ou proféticas.
A concepção da Cúpula do Trovão também é bem interessante. Um bom cenário de luta. Assim como a ideia dessa reconstrução rudimentar de civilização e regras.
As menções à chuva radiotiva e aquele garoto com a cara pintada de branco também são elementos que acabaram sendo resgatados em Fury Road depois. Quanto as cenas de ação com carros, oferece muito pouco mesmo, acredito que só nos vinte minutos finais.
como a cena com personagens amarrados e/ou acorrentados em uma espécie de mastro, na frente do carro.
Um detalhe que vemos novamente é a figura de uma espécie de samurai urbano. Desta vez com um senhor usando capacete e condecorações do exército, com uma katana na cintura.
Em um diálogo, Max diz que quer "gasolina com muito octano". Em Fury Road, Nux faz um trocadilho a respeito de "sangue de alta octanagem", se referindo à sua "bolsa de sangue" (Max).
Uma parte curiosa é quando Max está carregando os galões para buscar o caminhão. Antes de sair, um sujeito começa a lubrificar a articulação do joelho daquela "prótese" que Max tem na perna esquerda. Só mais um detalhe nonsense ou seria, de repente, alguma referência ao Homem de Lata do Mágico de Oz?
E claro: não tive como não notar a cena em que Lord Humungus aciona os cilindros de Nitro, pisa fundo no acelerador e "gruda" no assento! Coisa que acabou se repetindo em filmes como Velozes e Furiosos e no próprio Fury Road.
Recomendo fortemente este documentário. Vale lembrar: Apesar da capa e da fonte utilizada, este documentário é sobre o filme Mad Max, de 1979, não sobre Mad Max Estrada da Fúria, de 2015. Que eu saiba, não foi lançado em mídia física no Brasil, mas dá para alugar pelo Youtube uma versão com legendas em Português, são mais de duas horas e meia! O único ponto ruim é a qualidade da imagem, mas vale muito pelo registro histórico. Deveriam lançar isso como disco de Extras em alguma edição do filme em DVD ou Blu-ray.
Trata-se de um documentário no estilo de "Dias Perigosos" (Blade Runner). Obviamente, não possui um Making of, mas conta com entrevistas de vários atores e equipe que trabalhou no filme. A melhor parte são os relatos, as histórias que eles contam.
Só para citar alguns pontos altos: os atores da gangue de motoqueiros eram de Sydney e as filmagens eram realizadas em Melbourne. Para economizar dinheiro com passagens aéreas, tiveram a ideia de entregar as motos e eles percorreram 1000 Km com elas, quando chegaram no local, já haviam, literalmente, incorporado os personagens!
Na cena final do Knight Rider, aquilo na traseira do carro era um míssil/foguete militar!!! hahaha. Nunca, nunca mais veremos um filme produzido desta maneira! Era tudo feito com efeitos práticos, em rodovias de verdade. A primeira atriz escalada para fazer a mulher de Max ficou impossibilitada de fazer o papel porque caiu de moto e quebrou o fêmur quando estava a caminho das locações, com uma das Kawasakis que seriam utilizadas no filme.
O pessoal da equipe de produção se envolveu profundamente e, principalmente por causa da falta de recursos, muitas vezes assumiam diversas funções. O cara que era controlador de tráfego acabou fazendo aquele letreiro do "Halls of Justice", a atriz que fez a mulher de Max acabou trabalhando como secretária no escritório de produção, atendo telefonemas.
Os atores que interpretaram os membros da gangue poderiam ser chamados para filmar a qualquer momento e acabaram incorporando os personagens mesmo fora das gravações. Escreviam cartas e pintavam as paredes com sangue ameaçando os "Bronzes" e coisas do tipo. Muitas cenas foram improvisadas.
Todos atores que faziam cenas com motos ou carros, tinham uma carta informando que eles estavam fazendo um filme que possuía cenas de ação. Não era nenhum tipo de autorização formal, mas eles brincavam que aquilo era a "carta de saída livre da prisão" e isso acabou sendo referenciado na cena em que Goose brinca com o cara do triciclo.
Depois de assistir este documentário, penso que o filme tinha tudo para dar errado, talvez fosse um filme lembrado pelas inovações nas cenas de ação, mas felizmente conseguiu ter uma narrativa boa e se tornou este cult / clássico.
PS: O ator que faz o Goose é a cara do Brian Baker (guitarrista do Bad Religion), tanto quando era novo, quanto agora que está mais velho.
Às vezes me pergunto se faz sentido assistir várias vezes a um mesmo filme. Cheguei a conclusão de que alguns, pelo menos, continuam trazendo novidades. E acredito que estes são os que mais valem a pena.
Não me recordava da cena de Mad Max (1979), na qual os motoqueiros
foto da mulher de Max e seu filho no volante do Interceptor V8.
Mesmo assistindo numa edição em DVD, é incrível a riqueza de detalhes, várias vezes usei pausa, avançando frame a frame e isso me fez lembrar porque, em inglês, chamam de "motion picture": realmente, cada "frame" é uma foto! Algo que remete inclusive ao título de um canal de Youtube "Every Frame a Painting".
toma um tiro no joelho e podemos ver o sangue espirrando e até uma parte branca voando, acredito que seja parte do osso da rótula, mas talvez seja apenas um fragmento do artefato do efeito especial.
Uma distopia. Uma ficção tão real quanto a própria realidade, onde o “herói” não usa armas, nem mesmo botas. Apenas corre para salvar sua vida, calçando chinelos Havaianas.
Baseado no livro The Children of Men, de P. D. James que, infelizmente, não conta com tradução para o português, o filme dirigido por Alfonso Cuarón traz um futuro próximo, ambientado na Inglaterra de 2027. As pessoas não conseguem mais ter filhos e o cidadão mais novo do mundo possui 18 anos. O filme mescla os problemas já existentes à época em que foi produzido com o agravante da ausência de crianças, que reforça o tom de apatia da população global.
Uma das minhas críticas aos blockbusters atuais passa longe de uma direção ou roteiros fracos, acho legal ver um filme de forma descompromissada. Porém, dos últimos filmes de ação que lembro de ter visto no cinema, o que mais me incomoda é o excesso de cortes e planos fechados. Na franquia Transformers, costumo dizer que existem cenas que não consigo entender, visualmente falando. Falta um pouco mais de desenvolvimento, de respiro.
E é exatamente isso que Filhos da Esperança traz, ele tem respiro, quem ficará sem folego é o espectador. Quando o assisti pela primeira vez, há oito ou dez anos, não havia reparado muito nesta questão técnica. Contudo, ao longo do tempo, acabou figurando em listas que elencavam filmes com memoráveis planos-sequência.
Conferindo o filme pela segunda vez, o primeiro pensamento que me veio a mente foi: Por que demorei tanto para revê-lo?! O segundo foi a constatação de que este é um filme para ser visto várias vezes. Não apenas para apreciá-lo reiteradamente, mas para absorvê-lo. Para explicar, farei uma analogia com os vídeos filmados em 360 graus. Tais vídeos permitem ao espectador um ponto de vista fixo ou alternado. Mas é certo que não será possível ver todos os detalhes assistindo uma única vez.
Assim acontece com Filhos da Esperança. O filme possui várias camadas e sinto a necessidade ou, ao menos, a vontade de assistir uma vez para prestar atenção em cada uma delas, separadamente. Visualmente, temos o primeiro plano que nos mostrará os personagens principais da trama. Já no segundo plano, temos uma história paralela sendo contada através de placas, sinais, pichações, grafites, avisos, propagandas, signos etc.
E, depois de notar isso, é interessante ver como o diretor brinca com esse detalhe, fazendo a câmera deixar de seguir o protagonista e voltando suas lentes para elementos que, antes, estavam em segundo plano. Como no momento em que Theo passa por vários refugiados contidos em gaiolas. A câmera soa como uma criança passeando e que se solta das mãos dos pais, andando na direção contrária.
Falando em signos, existem vários. A exemplo das representações artísticas em quadros e esculturas clássicos, até o porco inflável fazendo alusão à capa de um álbum da banda Pink Floyd. Um deles me chamou bastante atenção: a cena em que Theo e uma ex-parteira estão dentro de uma antiga escola infantil, olhando a jovem Kee. Do ponto de vista do espectador, é possível ver Kee através do buraco de uma janela que está toda empoeirada e opaca. O buraco na janela tem a forma de uma gota. Seria a mensagem de que Kee é uma gota de esperança que temos? Ou apenas muita viagem da minha mente?
Outros detalhes interessantes são colocados, como o personagem Theo usando uma camiseta onde lemos “LONDON 2012”. Algo bem sagaz, pois, apesar de a referida Olimpíada ter ocorrido seis anos após o lançamento do filme, já estava no cronograma e o diretor ou sua equipe usaram isso a seu favor, dando ainda mais realismo ao filme. Sobretudo, para quem o assiste hoje.
E é exatamente neste ponto que o filme mais nos impacta. Ao assisti-lo em 2017, podemos ver, no mundo real, diversos temas que foram abordados. A questão dos refugiados, xenofobia, convulsões sociais, mudanças climáticas etc. Sempre encarei as distopias como 1984, de George Orwell, como um alerta para que não deixemos certas coisas acontecerem ou para evitar que erros do passado se repitam. E me parece que o mundo ainda não tirou uma lição de Filhos da Esperança.
Quanto a questão de natalidade, podemos ficar tranquilos. Não estamos à beira da extinção. Por outro lado, a gravidez não desejada / não planejada contribui para superpopulação, desestabilização e um baixo nível de qualidade de vida e de desenvolvimento humano. Através de um extremo, o filme deixa claro que este outro também nos é prejudicial.
Some isso ao modelo insustentável de consumismo exacerbado, para o qual não existem fronteiras. Para as pessoas, muros continuam a ser erguidos. Aliás, em meio à decadência e falta de perspectivas, o filme brinca com tudo isso e também transforma o suicídio em um produto: Quietus. Pois todos queremos uma morte tranquila e serena e não sofrendo com dores ou tubos enfiados no nariz, como diria Antônio Abujamra.
Filhos da Esperança carrega em si alta qualidade nas questões estritamente cinematográficas, mostrando que é possível unir arte e entretenimento em um filme inteligente, que pode ser apreciado por todos, não apenas por uma “elite intelectual”. E vai além, por ensejar um amplo debate sobre o mundo contemporâneo. Dentro dos quesitos descritos neste parágrafo, coloco-o no mesmo rol de filmes como Tropa de Elite e Tropa de Elite 2.
O título da resenha é uma alusão à música “Amanhã”, da banda Cólera:
"[…] Não, não é filme, é o futuro Nossos filhos vão se matar Por nada — por nada! Tente mudar, tente mudar Tente mudar, mudar o amanhã Tente mudar!!!"
Bem diferente! Não se trata de um filme sobre tribunais ou de advogados, mas sobre o estudo do Direito. O conheci através do livro "O instante do encontro" do professor José Garcez Ghirardi (disponibilizado em PDF, gratuitamente, pela FGV, basta pesquisar no Google).
É um caso raro de filme de escola/faculdade que se aprofunda nas questões intrínsecas do estudo, diferente da forma resumida e "montagens" que outros filmes trazem.
São abordadas as relações entre os alunos, a exemplo dos grupos de estudos, que atuam de forma bem diferente do que costumo ver na prática. Ao invés de um ou dois alunos dedicados cercados por interesseiros, vemos um grupo razoavelmente equilibrado, dividindo tarefas, de forma bem sistemática.
Cada membro do grupo escolhe uma disciplina (Processo Civil, Direito Penal, Contratos etc.) para fazer um resumo. Ao final do período/semestre/ano, cada um tira cópias do próprio resumo e compartilha com o restante do grupo. Também é mostrado o
processo de deterioração do grupo, com a expulsão e/ou saída de membros. Sejam por desavenças no grupo, por desânimo, desistências etc.
É apresentada a figura do professor de renome, admirado e temido pelos alunos, que traz um ar de superioridade, que encara seu método como o único existente ou correto. Kingsfield (professor) utiliza o método socrático de maneira bem assertiva e não tolera que seus alunos se utilizem de certas analogias e exemplos pessoais nas respostas.
pratica também assédio moral, como numa cena em que pede para Hart (aluno que é o protagonista do filme) se aproximar de sua mesa e lhe dá uma moeda, então diz: "Sr. Hart, aqui tem dez centavos. Ligue para sua mãe. Diga-lhe que tem sérias dúvidas sobre se tornar um advogado". Em réplica, Hart: "Você ... é um filho da puta, Kingsfield". Na tréplica, o professor, inabalado, mantendo sua postura sisuda e seu tom: "Sr. Hart! É a coisa mais inteligente que você disse hoje. Você pode se sentar".
Tentam inserir na trama um romance, entre Hart e Susan
que, depois, Hart descobre ser filha de Kingsfield
, mas, diferente da abordagem das aulas e estudos, é muito mal desenvolvido e puxa o filme para baixo.
Tal tema colabora mais no sentido de ilustrar a influência positiva e/ou negativa que um relacionamento amoroso tem nos estudos deste perfil de alunos, que estão num curso dificílimo, no qual é preciso ter muito foco e dedicação para obter êxito, o que levanta a questão, como o faz um colega de Hart: "Você não pode equilibrar mulheres e o curso de Direito ao mesmo tempo".
esse relacionamento traz o conflito entre Susan, que acaba sempre se envolvendo com alunos de Direito, mas que não consegue sustentar tais relacionamentos no longo prazo, por conta do estilo de vida metódico e extremamente racional que tais alunos e profissionais levam. Por diversas vezes, ela desafia Hart a "sair do controle", a fazer algo irracional. Não obstante, Hart também possui, de certa maneira, esse conflito interno e, no final do filme, acaba rompendo essa barreira. Mas, ao meu ver, não porque foi convencido por Susan, mas porque, talvez, seu desafio maior fosse realmente a rotina de estudos, a jornada e não seu destino: a aprovação (um "A" de uma prova da qual não soube o resultado porque fez um "aviãozinho" com o envelope do boletim que a informava, que "pousou" no mar!).
Um ponto extremo com o qual me identifiquei bastante, foi o segmento que mostra o clima no campus (os alunos residem em "repúblicas") na sexta-feira, com todos alunos transtornados com os últimos dias que antecedem as provas. Pelos corredores, vários colegas abordam Hart, lhe fazendo diversas perguntas sobre vários tópicos.
Diante disso, Hart e seu colega Ford concluem que será impossível estudar ali e
hospedam-se em um hotel por 3 dias, para ficar estudando. Apenas recebendo comida no quarto, sem deixar que as arrumadeiras entrem para fazer limpeza ou trocar lençóis. Os funcionários do hotel ficam intrigados e preocupados, tentando imaginar o que aqueles dois homens estariam fazendo.
Isso me faz lembrar de situações que enfrento ao tentar estudar em casa: interrupções, barulho, visitas não esperadas etc. Quantas vezes já não tive que sair de casa, à contragosto, levar mais de 1 hora de deslocamento para me dirigir até uma biblioteca e poder estudar em paz! Se tivesse recursos financeiros para tal, não descartaria tomar tal medida drástica como fizeram no filme! hahaha
Outro ponto curioso no filme, é quando Hart avista uma espécie de sótão na biblioteca que guarda a chamada "Coleção Vermelha", trata-se de anotações que os professores fizeram na época em que eram alunos. Cria-se uma aura de mistério e Hart fica curioso em saber o que Kingsfield escrevera quando estudante,
não demora muito para fazer uma invasão furtiva durante a madrugada, para espionar tais documentos!
Em suma, é um bom filme para quem se interessa em ver por outro ângulo essa experiência vivida durante graduação ou afins, algo que costumamos relegar aos nossos pensamentos ou conversas de corredores.
Me identifiquei com a questão da ditadura de pensamento que existem em alguns professores que restringem a forma de aprender apenas ao seu próprio método. Ou aqueles que são extremamente egocêntricos, que se colocam num patamar que, em sua visão, pode ser alcançado, mas jamais ultrapassado (não que eu tenha tais ambições, longe disso, minha superação é sempre relação aos meus próprios limites, nunca pautado aos outros).
Deixo aqui também um desabafo. Em relação ao cerceamento de pensamento que muitas vezes é imposta. Sei que, muitas vezes, me excedo nas questões discursivas, mas tento desenvolver o pensamento de forma mais orgânica e menos "engessada" [OK, sei que "prova não é lugar de fazer isso"]. E faço isso consciente de que posso ter pontos deduzidos ou questões anuladas, não me importo, é um risco que corro.
Um ponto que, infelizmente, professores e colegas não entendem: quando, na devolutiva (correção da prova) tento questionar o professor (para saber porque errei e qual seria a forma correta de responder), costumam ver, como é regra para maior parte dos alunos, alguém reclamando da nota e querendo reformá-la. Sinceramente, meu ethos está acima disso. Sinceramente, pouco me importa a nota, desde que consiga compreender meus erros e aprender através deles.
Sei que, depois da graduação existe o mestrado e doutorado, depois dos quais poderei me expressar mais livremente. Mas nem sei se ou quando chegarei lá. Prefiro me arriscar mais, de maneira consequente, do que ser mais autômato seguindo apenas fórmulas. Gosto muito daquela frase: "O caminho traçado levará apenas até onde os outros chegaram". Não acredito que eu possa fazer a diferença agindo igual a todos.
Muito bom! Atendeu minhas expectativas, tendo a leveza que eu esperava e que estava precisando no momento em que assisti.
Suécia tem muitas bandas punk e derivadas do estilo muito boas, que valem a pena ouvir: Martyrdöd, Wolfbrigade, Mob 47, Anti Cimex, Asta Kask, entre outras.
- Odeio esporte, faça aborto, odeio esporte. - O que quer dizer, faça aborto? - Como, abortar o esporte. - Eu não entendi. - Isso é o que separa o punk da disco music comercial, você tem que pensar um pouco.
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"Ele traiu o punk. Escuta o Joy Division".
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"Sim, e é político que passemos tempo com pessoas que estão tendo um momento difícil".
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"Pode ser muito divertido. Por favor, você deve. Não há escolha. Tamanha é a fé". [uma ateia tentando convencer a amiga cristã] :-)
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"É sobre Deus caindo, porque ele é um fascista... Mas na verdade é uma canção cristã: se você canta sobre como você quer que Deus caia, então Deus deve existir... então você acredita em Deus. Portanto, é uma canção cristã". [ainda tentando convencer a amiga, hahaha)
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- Você é tão sensível. Eu não entendo essa coisa de Deus. Como você pode acreditar em algo que você nunca viu ou conheceu? - Há coisas que você não pode ver. - Como o quê? - Você não pode ver a radiação nuclear. - Você acredita em Deus? - Não, mas algumas coisas não podem ser vistas. [touché!]
Excelente. Descobri o documentário ao ver o livro "Guerra e Spray" em promoção ( com a icônica imagem do estêncil de alguém preparando-se para arremessar um buquê na capa). Ao pesquisar para ver do que se tratava, associei o nome à pessoa: responsável por produzir uma polêmica abertura dos Simpsons.
É chocante como o documentário soa como algo romantizado, como ficção, de tão bizarra que é a realidade vivida por Thierry Guetta:
1) pela constatação de que ele "filma tudo o tempo todo" 2) Pelo fato de saber que ele apenas filma por filmar e nunca mais toca no material 3) Por receber a missão de Banksy e se transformar numa "explosão" em forma de tinta, num amálgama de todos os grafiteiros. 4) O toque final, de resgatar, por meio sua técnica da época da venda de roupas usadas, conseguindo altos lucros com seu trabalho. 5) Como em toda "jornada do herói", aquele momento de crise, de negação 6) Finalmente, a superação, o sucesso na missão e a dúvida se se trata, realmente, de um herói ou de um vilão.
O momento em que Banksy diz que Thierry Guetta ganhou sua confiança, no qual ele abre as caixas de notas adulteradas, soa como a abertura da "Caixa de Pandora". Agora, fica a cargo do espectador decidir se o que saiu dela foi algo positivo ou negativo. De qualquer forma, em um ou outro caso, ainda resta a esperança.
Não sou daqueles que ficam irritados com traduções de títulos para português do Brasil, mas como estou estudando esses dias, não pude deixar de notar:
"Moonlight: Sob a Luz do Luar"
A redundância no fato de o subtítulo repetir o que diz o título original, é de praxe, nesse quesito está tranquilo.
Mas colocar "Luz do Luar", sendo que Luar já significa "Luz da Lua", fica complicado: "Sob a Luz da Luz da Lua"...
Melhor opção seria "Sob a Luz da Lua" ou "Sob o Luar".
... Sobre o filme, quero assistir, mas em momento oportuno. :-) Não gosto muito de fazer maratonas de filmes do Oscar, acho que há um ritmo e tempo certo para cada um, mas espero que ele saia com alguma estatueta, ouvi falar muito bem! :-)
Eu aqui pensando que este tinha sido o primeiro filme que assisti do Gus Van Sant e, puta que o pariu: 10 anos antes ele fez Gênio Indomável! Sem consultar a filmografia dele, jamais teria feito a relação entre estes dois filmes! Ambos muito bons, cada qual ao seu modo.
Fiquei o filme inteiro tenso esperando a cena em que o Jack Nicholson faz o lance com os óculos, só então relaxei. Tenho TOC? :-P
Demorou vinte anos, mas finalmente assisti! Grande filme! Me surpreendeu. Mostra como é difícil para algumas pessoas muito sistemáticas, eu incluso, sair da zona de conforto, lidar com mudanças e tudo aquilo que está fora de nosso controle.
do jantar, quando Melvin diz: "Falar assim é exaustivo", mostrando o qual difícil é, não só para ele, mas para muitas pessoas agirem de um jeito "normal", o que também pode significar usar máscaras, tecer elogios não sinceros só para agradar uma pessoa (e tendo consciência de que esta pessoa também tem consciência disso), transformando tudo num cansativo joguete ao invés de ir direto ao ponto. É claro que, no caso específico do personagem, também envolve a dificuldade em expressar seus (verdadeiros) sentimentos. E também, é claro: é deselegante ser 100% sincero o tempo todo, alguns comentários devemos guardar para nós para não magoar as pessoas, como "Não entendo este lugar: me fazem comprar paletó e você entra usando um vestido caseiro." hahaha.
Para quem assistiu e gostou de "Melhor É Impossível", recomendo:
"Gran Torino" com Clint Eastwood "Derek" série britânica com Ricky Gervais E (por que não?) "Brother", com Takeshi Kitano :-)
Muito bom. Há tempos queria assistir. Já esperava algo além de mediano e ele atendeu essa expectativa. Mesmo sabendo que as peças iriam se encaixar, nessa primeira vez que assisti, achei que tem um ritmo um pouquinho arrastado, é preciso estar bem disposto para assistir.
*Aliás: assisti a versão estendida: alguém sabe dizer quais são as diferenças dela para a edição normal?
A fotografia e paleta de cores é impressionante. A única coisa que estranhei um pouco (e não quero aqui levantar polêmicas) foi o fato de praticamente não existirem negros no filme. Não estou falando que o filme deve ter "cotas" ou algo do tipo, mas essa questão de (falta) diversidade étnica atrapalhou um pouco minha suspensão de descrença no mundo apresentado. Nada que estrague o filme, mas me causou um estranhamento significativo.
Algumas questões científicas apresentadas são interessantíssimas e dão o tom para o entendimento e fundamento para a trama do filme. É daqueles para se assistir mais de uma vez.
Me fez lembrar de filmes como Efeito Borboleta e Primer.
Ao rever este clássico (pela quarta ou quinta vez, já perdi a conta!) e observar as cenas finais, fiquei imaginando: se fossem fazer um filme do Gears of War, o Schwarzenegger dessa época (anos 80) cairia como uma luva no personagem de Marcus Phoenix.
Na parte visual, gostei muito das tomadas abertas, mostrando o céu, com cores bem vivas, nestas cenas, achei a fotografia excelente. Já em momentos que temos efeitos especiais/visuais, é algo sofrido de se ver:
O que é aquilo quando Newton está conversando com Farnsworth? Este parece cuspir uma bolha de saliva ou algo assim, fazendo um barulho estranho...
É muito comum ver cenas de nudez em filmes dos anos 70, a exemplo de "Corrida contra o destino" e "Serpico" mas, ao contrário deles, "O Homem Que Caiu Na Terra" tira a nudez como pano de fundo e fica jogando na nossa cara a todo o momento, como se esse fator fosse mais importante do que a trama!
O que dizer daquela cena em que Bryce está deitado com uma de suas alunas, que segura seu pênis, deixando a glande à mostra? Ou quando Mary-Lou "transa" com Newton e o mesmo "ejacula" (pela mão!) em seu seio?! (Confesso que enquanto escrevo, refletindo, talvez essa última parte que citei da ejaculação alienígena possa até ser válida no sentido de colocar as diferenças fisiológicas entre humanos e anthenos em perspectiva)
Enfim, é inegável que se tratam de atrizes bonitas e, em sua maioria, com belos corpos, extremamente sensuais, mas do jeito que tudo isso é inserido no filme, achei descabido. Para quem gosta de ver bastante nudez, num filme longo, mas de maneira mais coerente com a trama, recomendo "Azul é a Cor Mais Quente".
Percebam que evitei fazer comparações com o livro. Mas chega um momento que isso é inevitável, para quem já o leu. Acredito que houvesse mais espaço para diálogos (ou monólogos) levantando mais questões filosóficas e sobre a natureza humana.
O livro é de 1963 e traz uma visão de futuro entre
o que me incomodou foi o fato de os personagens envelhecerem bastante, com uma maquiagem que vai de ruim a razoável, aparentando um período de 25 ou 30 anos. Porém, não consegui "sentir" o avanço desse tempo, exceto pelo envelhecimento de Bryce, Mary-Lou e Peters, na parte tecnológica, exceto pelas invenções de Newton, já presentes nos primeiros anos, isso ficou bem esquisito
Na parte visual, tenho que tirar o chapéu para o filme quanto
à revelação instantânea de fotos, ficou bem legal. E acredito que, próximo do final, na cena em que Mary-Lou vai visitar Newton, a arma que dispara, mas não tem munição, me pareceu ser uma referência às espoletas fabricadas pela empresa de Newton
No mais, acho que é um filme realmente bem confuso e com duração muito longa. Peca pelo excesso de nudez sem sentido e efeitos psicodélicos mal colocados. Achei o filme bem ruim e bem decepcionante, apesar de alguns pontos legais. Imagino que possa servir, talvez, como uma boa experiência sensorial para aqueles que o assistirem sob efeito de substâncias psicoativas, como o LSD (pelo ano em que o filme foi produzido, não duvido que muitos tenham lançado mão deste recurso).
Recomendo fortemente o livro, lançado pela Darkside, o conteúdo condiz com a apresentação de luxo. *Quando eu fizer a resenha do livro, edito o comentário e posto o link aqui.
Me surpreendeu positivamente, nunca tinha ouvido falar deste filme. Um primo mais novo trouxe um DVD pirata sem rótulo nenhum, coloquei no PC e vi o título (Flushed Away) no arquivo, pesquisei e, como tinha no Netflix, assistimos por lá (até para eu não correr o risco de algum travamento repentino ou sabe-se lá mais o que...)
O filme me cativou logo na abertura quando começou a tocar "Dancing with myself" (Billy Idol) em meio a várias referências culturais, principalmente as relacionadas ao cinema.
Um detalhe importante: assisti o filme legendado. E, logo nas primeiras cenas e piadas, deduzi que uma boa parte das referências tenham se perdido na adaptação (dublagem em português). O que, talvez, ainda mantenha um bom resultado para entreter as crianças, mas que pode matar as boas sacadas.
Outra ressalva: Muito raramente assisto animações, é bem provável que parte dessas referências e piadas mais elaboradas sejam comuns em animações da Pixar e Dreamworks, mas como não tenho costume de assistir, acabei me surpreendendo.
Acho que nem precisa falar da mensagem que o filme passa tanto para as crianças quanto para os adultos, cada qual com seus correspondentes, sobre a fartura material de um lado e a miséria pessoal de outro.
O ponto alto para mim foram as referências e, como elas foram encaixadas tão bem visualmente, são tantas e com certeza, devo ter deixado passar batido várias, mas cito alguns exemplos:
- Franceses: em dado momento, Le Frog diz algo como "ajam como franceses" e seu séquito de rãs "Eu me rendo, eu me rendo" [erguendo as mãos].
- Ingleses: piada sobre peixes e [batatas] fritas
- Norte Americanos: dois torcedores americanos assistindo a Copa do Mundo e reclamando: "Onde estão os capacetes?" e apontando outros elementos que faltam para o Futebol (para os americanos, "Football" é o Futebol Americano, o tradicional é chamado de Soccer)
- Momento hilário onde um personagem grita "Wave!" se referindo a onda gigantesca que se aproxima e todos fazem uma "Wave" (Ola) de estádio.
- Outra referência sutil é a barata na casa dos ratos, lendo "A Metarmofose" (Kafka)
Na parte visual, temos elementos muito bem colocados, para dar o ar de miniaturização: - Lata de cerveja Heineken compondo parte do barco
- Corneta de ar comprimido no lugar de buzina do navio
- Ponta de um lápis usada como perna de pau de um rato pirata
- Batedeiras como Jet Skis (e que bela cena quando Rita joga pó de mistura para torta na água para pará-los!)
- Até mesmo o plano mirabolante do vilão, que usa o momento do intervalo para provocar uma inundação, que traz um liame interessante entre o mundo dos humanos e o mundo subjacente, dos esgotos, dos ratos, baratas e demais seres asquerosos.
Nos faz pensar naquelas coisas que sabemos que existem, mas não costumamos parae para pensar: o vaso sanitário é algo "mágico" em que apertamos um botão ou puxamos uma alavanca e tudo vai "água abaixo". Mas e a estrutura por trás de tudo isso funcionar. Qual seu impacto para o meio ambiente, seja o "alheio" ou o nosso próprio?
... E por aí vai!
Obviamente, minha avaliação do filme é bem subjetiva, sobretudo o contexto em que foi assistido (sem prévio conhecimento da existência do filme), sem nenhuma expectativa, sem nenhuma indicação ou saber o que esperar. Aliado ao elenco de dubladores originais e paralelos com características dos papéis prévios, a exemplo da roupa de Wolverine, de Roddy (Hugh Jackman, seu dublador, interpretou o mutante nas telonas).
Assisti no Cinema. Na época, ainda tinha uma certa ingenuidade quanto a certos remakes. Recomendo fortemente que assistam a versão de 1951 e leiam também o conto "Adeus ao Mestre", de Harry Bates, presente na coletânea História de Robôs - Volume 1 da editora L&PM. Quanto a este filme, só recomendo para quem já assistiu o original e tiver alguma curiosidade mórbida, no mais, é um desperdício de tempo.
Rei Arthur: A Lenda da Espada
3.2 622Eis um filme difícil de definir. Só assisti porque ouvi o Guy Ritchie comentando sobre ele no podcast Nerdist e explicou umas paradas mais metafóricas sobre o sentido do filme, daí fiquei curioso. Pelo que percebi, dividiu opiniões:
- Os fãs de fantasia medieval, que curtem O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e livros do Bernard Cornwell (sim, eu sei: "ficção histórica", tô ligado!) acham o filme uma heresia. Confesso que um dos motivos que me afastam desse gênero e dessas obras é justamente esse endeusamento que os fãs dele fazem. Não assisti os filmes de Sherlock Holmes porque curto os livros e não vejo necessidade de adaptações, não me interessei por essas, mas não fico esquentando minha cabeça, simplesmente não assisto.
- Parte dos fãs de Guy Ritchie consideram mais uma bola fora, um erro, um tiro n'água. Provavelmente esperavam que o diretor focasse suas energias em outras coisas, mais ligadas à uma ambientação contemporânea, no estilo Snatch de ser.
- Já o pessoal que não tem apego muito forte à fantasia medieval e não é fã do diretor, deve ter achado o filme interessante e divertido, os efeitos visuais ajudam muito nessa parte.
- E outra parte dos fãs de Guy Ritchie considera que o diretor foi ousado por sair de sua zona de conforto, de fazer algo diferente e, ainda assim, deixar sua marca registrada, sua veia autoral, fazendo com que não seja "só mais um filme do Rei Arthur".
Acho que estou mais próximo desta última vertente. Acho que os primeiros filmes do diretor são os melhores (Snatch é, para mim, uma obra-prima do Cinema). Em Rock'n'Rolla, apesar do visual interessante, não me agradou muito. Então, foi interessante ver o diretor partir para algo bem diferente daquilo que o consagrou (Sherlock Holmes talvez tenha sido uma prévia disso).
Em que se pese que o filme sofre, talvez, com uma certa falta de equilíbrio entre "o filme épico com efeitos visuais fodásticos" e "o estilo Snatch, com ritmo baseado em diálogos rápidos, narrações de situações hipotéticas (que poupam diálogos arrastados e tempo em tela) e transições de cena que são marca registrada do diretor", mas, com isso, consegue mostrar a capacidade de Guy Ritchie de levar nas costas um filme de grande vulto, sem perder o estilo que o consagrou.
No mais, espero que estas experimentações, erros e acertos sirvam de fundação para que Guy Ritchie construa outra obra-prima que, assim como Snatch, deixará sua marca ao longo do tempo.
Django
3.9 202 Assista AgoraA primeira vez que vi a referência do caixão foi na série japonesa Cybercops, onde um personagem chamado Lúcifer (vestido com trajes de cowboy), arrasta um caixão e diz "Eu preparei um caixão para você", se dirigindo ao personagem Júpiter.
Outra referência mais implícita é no filme A Balada do Pistoleiro
com o estojo do violão.
Uma vez um amigo me sugeriu este filme, mas à época o julguei pela capa, achei meio galhofa. Depois de Django Livre, veio a curiosidade, mas somente hoje o assisti. Valeu muito a pena. Graças às novas tecnologias de transferência, podemos ver em alta definição e constatar que o filme é realmente feito de fotografias em movimento ("motion picture").
E isso também mostra que nem tudo que é antigo é "ultrapassado", muitas vezes é o contrário e precisamos esperar que uma tecnologia avance para conseguir enxergar o que a tecnologia do passado entregava. Uma pena que muitos filmes hoje (a maioria, talvez) esteja partindo para o digital.
A qualidade da fotografia e os enquadramentos são de cair o queixo, facilmente muitos dos frames poderiam se tornar pôsteres emoldurados. Outro detalhe que chama atenção é lamaçal. Na maioria dos filmes do gênero que assisti, é mais comum o ambiente árido, a poeira, aqui há um ar de sujeira diferente e a lama nas botas dá um ar bem diferente e realista.
Outro detalhe interessante é o fato de Django não usar cavalos (na maioria das cenas, pelo menos), dá um tom literalmente "arrastado", que se traduz visualmente com sua figura arrastando um pesado caixão lentamente, trazendo ainda a metáfora do fardo que carrega.
Kickboxer 3 - A Arte da Guerra
2.4 36Estou fazendo maratona da franquia Kickboxer (e quase me arrependendo disso!). Já havia assistido todos nos anos 90, mas ao rever esse, nos dias atuais, é bem interessante. Sasha Mitchell neste filme está igualzinho ao Justin Bieber (em sua atual fase),
Engraçado como o filme descambou para uma linha mais de filme de ação com tiros do que filme de luta
depois de tanta filosofia no 1, no 2 e até mesmo neste filme, engraçado ver David Sloan e Xian metendo bala e matando sem dó com armas de fogo, quebrando pescoços etc.
A locação no Brasil é um fator bem interessante. Antes de Kickboxer III, o único filme de ação com filmagens no Brasil que me recordo é um do 007, com Roger Moore, também no Rio de Janeiro, com direito a luta no bondinho do Pão de Açúcar. Colocando em perspectiva, quem jogou Max Payne 3 provavelmente vai curtir a pegada desse filme.
Ouvir no áudio original é bem interessante, pois tem personagens que falam em português, apesar de que alguns deles falam com um sotaque bem esquisito (por exemplo, Marcos, o garoto de rua. Acredito que ele não seja brasileiro).
Temos muitas participações especiais de atores globais mas, vendo os créditos reparei um nome e não acreditei: Marcos Ruas! (mais conhecido como Marco Ruas). Para quem não associou o nome à pessoa, trata-se de um dos pioneiros do MMA / Vale-Tudo. Foi o precursor do "cross training", ou seja: misturar luta agarrada e trocação. Ele dizia: "Se você chuta e soca, eu agarro. Se você agarra, eu soco e chuto".
Não o reconheci durante o filme, quando vi os créditos retornei e fui avançando rapidamente, até que encontrei a cena
é uma aparição bem rápida, numa cena curta, quando David Sloan vai ao bar de Lane, uma mulher pede para dançar com Sloan. De repente, aparece o "marido" dela, a chama de puta e dá um tapa... Daí, Sloan parte para cima dele. Uma pena não terem aproveitado melhor ele. Poderia ter sido um lutador no torneio...
Outro detalhe interessante: apesar de toda esculhambação com o Brasil, optaram por não colocar um lutador brasileiro para enfrentar Sloan no ringue... Adivinhem só qual é a nacionalidade que escolheram... Uma dica: lembrem da rivalidade no futebol, hahaha.
No final das contas, achei o filme divertido e melhor que o 2, o Sasha Mitchel é canastrão demais (aquele jeitão de balançar os ombos e os braços viraram sua marca registrada neste sentido), parece um "backstreet boy". Seu modo de falar lembra o Rocky, às vezes, mas muito mais galhofa.
Filadélfia
4.2 907 Assista AgoraGosto muito dos filmes do Tom Hanks, mas sempre achei os papéis dele um tanto semelhantes, aquele cara de bom coração, meio ingênuo e aventureiro. Claro que ele já fez papéis diferentes disso várias vezes mas, neste filme, ficou extremamente convincente! Melhor atuação dele que já vi!
Estava acostumado (por causa da época de infância e adolescência, quando via muitos filmes na TV) a ouvir sua voz dublada e, nos filmes em que vi legendado, sempre achei sua voz um tanto engraçada, cômica. Neste filme, não! Lembro de algumas palestra de Ariano Suassuna, nas quais critica a imitação exagerada do sotaque nordestino em novelas da Globo: "Não conheço ninguém que fala assim". De forma semelhante, é muito comum uma afetação exagerada nas interpretações de homossexuais. Mas Tom Hanks o fez de forma genial, dando um tom de delicadeza no personagem, mas sem descambar para a afetação.
E Denzel Washington? Igualmente, em uma de seus melhores interpretações que, aliás, achei que foi bem moderada. Em alguns filmes mais atuais, percebemos que ele usa muito "overacting", mas neste, não! Aquela cena no escritório dele, com aqueles olhares e receios, não tem como não se identificar. Por mais que exista muita informação hoje, acredito que quem não está acostumado também ficaria bem preocupado.
É um filme bem tenso, mas ele causou uma sensação muito diferente
Fica aquela tensão no ar, por saber que a AIDS naquele contexto era praticamente uma sentença de morte. Não senti nem muita triste, nem alegria, mas o que sobrou não foi indiferença, foi algo que não sei dizer bem o que é.
Demorei 23 anos para assistir, mas valeu muito a pena. O filme fazia parte da minha meta para 2017 e não me arrependo. Não digo que todos os filmes lançamentos são ruins, mas em meio a tantas bombas, remakes e reboots, assistir filmes como esse são uma excelente pedida!
O Grande Desafio
3.3 115Lembro de ter visto uma vez apenas um pedaço desse filme na Sessão da Tarde, há muito tempo atrás (até pensava que ele fosse mais antigo), justamente a emblemática cena de luta
com aquele ar de desafio mesmo, não de briga. Fiquei muito intrigado, mas ao mesmo tempo achei muito legal o lance de o cara trazer aquele monte de equipamentos e luvas, um "vale-tudo", mas com fair play
Depois de, sei lá, mais de 10 anos, assisti pela primeira vez na íntegra. Confesso que fiquei na dúvida se estava assistindo o filme certo: Jackie Chan só aparece em tela depois de quase 15 minutos de filme! Mas confesso que, mesmo que não fosse um filme dele, continuaria assistindo, pois estava muito interessante aquela história do começo!
Aliás, claramente são 2 filmes sobrepostos, entrelaçados:
a história de romance e as intrigas, emboscadas e lutas. Confesso que achei estranho o modo como alterna totalmente de um tom para o outro, mas é um estranhamento interessante, um filme bem diferente do habitual que vale a pena assistir.
A história de Bu é bem singela, suas expressões faciais são bem cativantes, ela com certeza chama mais atenção no filme do que o próprio Jack Chan, não é apenas uma mocinha em perigo, ela enfrenta suas próprias aventuras.
Achei hilário o Jackie Chan em um papel de grande acionista e business man, hahaha. A Bu quebrando a cara no começo também é muito engraçado. E bem legal o Albert ajudando ela e o amigo dela. O filme brincou um pouco com alguns estereótipos, mas sem exagerar, usando isso em favor dos personagens ao invés de simplesmente ridicularizá-los.
Apesar de ser algo manjado em muitos filmes, é interessante ver essa atração que Jackie tem por Bu, por conta de espontaneidade e simplicidade.
E claro: muito foda a luta com o lutador peso leve. Aquele momento em que ele volta, Jackie diz "Você gosta de lutar mesmo, hein?!" e ele responde "Só com os melhores!" é de arrepiar! Duas pessoas dando tudo de si, numa luta justa e franca. Muito sutil o detalhe da cor das luvas na luta final: "Você gosta de branco" enquanto joga um par de luvas brancas, que combinam com a roupa de Jackie.
Outro detalhe interessante é a questão das línguas. Fiquei na dúvida sobre qual era a áudio original do filme: Mandarim ou Cantonês. Pesquisando em fóruns, não cheguei a uma conclusão, mas me parece que Cantonês é o áudio original, apesar de Mandarim ser o mais falado. No começo do filme há uma discussão entre os personagens justamente sobre as duas línguas! E em outra cena, em que Jackie e outro personagem estão falando em inglês, alguns caras perguntam para o assessor de Jackie o que eles estão falando. O assessor esnoba: "Vocês não falam inglês? Em que escola vocês estudaram?" :-P
No final das contas, um filme bem diferente, bem agradável. Talvez com um probleminha de ritmo em algumas partes, mas muito bom. Talvez decepcione aqueles que querem apenas ver cenas de lutas e porradaria. Mas aos que apreciarem algo mais abrangente, com certeza vão se surpreender
Following
4.0 302 Assista AgoraQueria elaborar um texto bonitinho, mas vai um com a empolgação de quem acabou de assistir:
- Que roteiro é esse, meu amigo?! Quando o filme chega ao fim, todas as pontas são amarradas e como é satisfatório ver todos aqueles detalhes de momentos monótonos se mostrando importantes. Simplesmente, não há nada desnecessário. Depois de assistir este filme, a impressão é de que muitos blockbusters por aí poderiam ser reduzidos para meia hora de projeção!
- Linearidade da não linearidade: Assim como em Amnésia é possível encontrar uma lógica que ajuda a "montar" o quebra-cabeça. Como já havia assistido o filme com Guy Pearce, mais ou menos na metade, consegui compreendê-la. Mas, mesmo sabendo disso, é muito legal ver como tudo será executado a seguir e como as coisas se encaixarão.
- Inception?
"Todo mundo tem um caixa". Isso me lembrou muito dos totens de A Origem (Inception).
- Titio?
Ao ver os créditos fiquei curioso. O policial, é tio de Christopher Nolan!
Realmente, Nolan é um dos melhores diretores da atualidade, com um diferencial: além de executar bem a direção, traz uma faceta mais autoral, até mesmo em adaptações, como os filmes do Batman. Dentro de uma indústria que cai no mais do mesmo, com reboots e remakes, Nolan traz um alento (ainda que conste no IMDB que ele fará um remake de Amnésia... Totalmente desnecessário, em minha opinião).
No Mundo de 2020
3.5 154 Assista AgoraEm um futuro próximo, a cidade de Nova York possui uma (super)população de 40 milhões de pessoas, que sente na pele o que, outrora, eram apenas previsões sobre o efeito estufa e o aquecimento global. Condenados a viver em blocos sem distribuição de energia elétrica e sem permissão para sair em busca de uma vida melhor, os habitantes lutam dia após dia tentando sobreviver, ainda que sem dignidade.
Há racionamento de água e comida. Esta última, para a maioria da população, se resume ao Soylent, com uma “variedade”, que mais lembra cartuchos de tinta: Soylent Red, Soylent Yellow e, o mais procurado, Soylent Green.
O filme chama atenção, logo de início, pelo fato de que as pessoas estão sempre transpirando. O detetive Robert Thorn, interpretado por Charlton Heston, anda sempre com um lenço amarrado no pescoço, com o qual enxuga seu suor. Enquanto faz o trabalho de campo, Thorn conta com a ajuda de Solomon Roth (mais conhecido como “Sol”) em suas investigações, um idoso que vasculha livros em busca de informações.
Thorn e Sol moram numa casa paupérrima: há uma cena em que luz do recinto começa a enfraquecer, Sol vai em direção à uma bicicleta ergométrica e começa a pedalar e, logo a luz volta à intensidade normal (sim, eu sei “Isso é muito Black Mirror!”). Em outras casas, existe uma variante com manivela, afinal também é importante exercitar os membros superiores!
Mas se você acha que a moradia deles é ruim, espere até ver as escadas à noite, quando estão apinhadas de gente dormindo. Exceto pelo vigia, de rifle nas mãos, que garante sua segurança, já o sono ficará a mercê de uma pisada ou esbarrada de Thorn, que faz incursões noturnas com frequência.
Proteína animal, como carne bovina, é um luxo acessível apenas aos ricos, assim como frutas e hortaliças. O povo, em regra, fica restrito mesmo ao Soylent vermelho e amarelo, feitos com soja e o mais recente: Soylent Verde (o Soylent Green que dá título original do filme), criado a partir de algas marinhas, rico em proteína.
Além disso, há outro fator complicador. Estes alimentos não podem ser comprados livremente. Existe um dia certo para sua distribuição, onde são montadas barracas nas ruas, como se fossem feiras. Nesses dias, as pessoas devem pegar filas para receber seu auxílio, informando seu número e escolhendo entre pegar um valor em dinheiro ou em cupons de comida (uma espécie de vale-refeição).
Mas a burocracia não para por aí, há um racionamento na distribuição destes alimentos. Não importa a quantidade de dinheiro e cupons que a pessoa possui, só poderá pegar sua cota e nada além disso. Tal prática remete ao 1984, de George Orwell e as “rações de chocolate”. Assim como é possível comprar “retalho de frios”, também existe um mercado de restos de Soylent, uma opção mais barata ou talvez a única opção que reste, no caso de falta de tabletes.
Também me recordo, há muitos anos, quando houve um racionamento de gás de cozinha no Brasil. Filas enormes nos postos de gás (à época, gás encanado era comum somente em alguns condomínios), cada pessoa poderia levar apenas um botijão (trocava-o por um cheio). Lembro de um senhor que insistia em levar dois botijões, o que causou grande discussão e pessoas chegando quase às vias de fato.
Para citar mais um exemplo, a cena do posto de gasolina durante o êxodo no filme Guerra dos Mundos, de 2005. Em No Mundo de 2020, não é diferente. pessoas reclamam das restrições de gramas, cada vez menores e a confusão se instaura. Para contê-la, há um destacamento da Polícia para o controle de motins, curiosamente trajando capacetes de futebol americano, talvez, uma relíquia do passado.
Aliás, é bem peculiar a técnica utilizada para dispersar a multidão: são usados caminhões com pás de retroescavadeiras, que “recolhem” os manifestantes das ruas. Estes caminhões são os únicos veículos em funcionamento que vemos. Os carros estão abandonados nas ruas e parece que sua única serventia é a de moradia ou o uso da borracha de seus pneus para fazer sandálias. De qualquer forma, as pessoas não têm permissão de sair da Zona Urbana.
Os telefones “públicos” podem ser usados, mas somente por pessoas autorizadas, como o detetive Thorn. É necessário abrir o compartimento com uma chave e depois informar à telefonista seu nome e número de registro.
No Mundo de 2020 é daqueles filmes para se assistir mais de uma vez. Mas vai a dica aos marinheiros de primeira viagem: muita atenção ao vocabulário utilizado pelos personagens! Palavras comuns podem ter um significado bem diferente no universo do filme.
Para citar um exemplo, o termo mobília. Conhecemos mobília como: “o conjunto dos móveis que adornam ou guarnecem uma casa, um escritório”. No filme, existem mulheres que recebem tal designação! Quando o imóvel é alugado, o inquilino tem direito à “mobília” que existe no imóvel! Demorei bastante para entender isso, até estranhei o frequente uso do substantivo, quando compreendi, fiquei desconcertado.
Apesar da longa exposição, acredite: não estou dando spoiler do final do filme. Aliás, existem outras coisas que não citei e que valem a pena ser descobertas ao assistir o filme.
Trata-se de um filme de 1973, mas que ainda se mostra muito atual no que tange aos debates sobre: aquecimento global, uso desmedido dos recursos naturais, desperdício, obsolescência programada, superpopulação, dependência energética de fontes não renováveis, fome etc.
Como gosto de distopias, já estava interessado no filme. Mas fiquei mais ainda depois de ver um vídeo da Vice, no qual um repórter passa um mês se alimentando apenas com uma espécie de shake, chamada Soylent. O nome, obviamente, foi inspirado no filme. A diferença é que o produto real é consumido na forma líquida, enquanto no filme, é sólido. Mas já deixo um importante aviso: o vídeo possui SPOILER do filme. Não recomendo que assista antes.
Infelizmente, assisti o filme já sabendo do final (por causa do vídeo da reportagem). Além disso, é muito comum que as pessoas se empolguem com o final do filme e soltem spoiler, portanto tome cuidado ao ler comentários e resenhas.
Filme extremamente recomendado aos fãs de distopia, infelizmente é um filme desconhecido pelo grande público, ainda que não seja tão grande como O Planeta dos Macacos (me refiro ao filme de 1968, também estrelado por Charlton Heston), é um ótimo filme e já figura entre um dos meus favoritos.
A parte em que Sol vai "para casa" é o ponto alto do filme, seguido da constatação que Thorn faz ao se infiltrar. Final talvez mimetize um pouco de O Planeta dos Macacos (1968)
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraConcluindo hoje a maratona para rever todos Mad Max na sequência. Fury Road realmente veio para coroar e "cimentar" os três filmes da franquia. Valeu a longa espera. Assisti 3 vezes no cinema e agora assisti pela segunda vez em casa. O diferencial, desta vez, foi fazer a comparação e tentar perceber as referências aos filmes antigos, sem contar os detalhes do próprio filme:
Logo no início, quando estão tatuando as costas de Max, podemos ler que seu sangue é O Negativo de Alta Octanagem. Em Mad Max 2, quando Max faz o trato com o pessoal da vila do combustível, diz que quer gasolina com muito octano. Em Fury Road, Nux também se refere ao sangue de alta octanagem de sua "bolsa de sangue".
Nesta mesma cena, Nux segura o volante de seu parceiro e ambos ficam discutindo para ver quem irá dirigir. Isso remete às primeiras cenas de Mad Max (1979), nas quais dois policiais discutem para ver quem irá dirigir.
Alguns detalhes bem poéticos são as cenas em que mostram as peças do caminhão É como se ele tivesse vida, as cenas em que aceleram e mostra um close daquele "blower" (soprador) em cima do capô, é como se o caminhão estivesse ofegante.
Quando Max e Furiosa entram num acordo para voltar à Cidadela, se cumprimentam de uma forma que lembra aquelas negociações em Mad Max 3 (mas sem o cuspe). E diga-se de passagem, essa cena é bem impactante e emocionante, além de mostrar que tanto Furiosa quanto Max tem o mesmo grau de importância no filme.
Assim como nos outros filmes, existem vários detalhes nas cenas que podem ser difíceis de pegar na primeira vez e é por isso que vale a pena rever estes filmes. Como a cena que mostra durante meio segundo que a alavanca de câmbio do carro do "Comedor de Gente" é um revólver sem cano ou tambor.
Outra coisa que notei foi o guitarrista. Repararam que ele possui dois elásticos suspendendo ele? Isso remete à Cúpula do Trovão, onde eram utilizados esses mesmos elásticos.
Ao final do filme, Furiosa está com o rosto bem machucado e com um dos olhos fechado, por causa de um ferimento. Seria uma referência ao rosto de Max em Mad Max 2?
E é interessante notar como tudo no filme gira em torno de termos relacionados a carros, como o sangue com "alta octanagem". Nos créditos, vemos que o médico é creditado como "The organic mechanic", ou seja, um mecânico orgânico, um mecânico de gente!
:-)
Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão
3.4 486 Assista AgoraConfesso que demorei bastante para rever este terceiro filme. Só comprei o DVD, porque consegui pegá-lo por R$ 2,90 numa promoção. Antes disso, a última vez que havia assistido foi na Sessão da Tarde.
Realmente, é o mais fraco de toda franquia (não sei quanto disso se deve a divisão da direção de George Miller com George Ogilvie). Mas tenho que confessar que possui alguns elementos bem interessantes e que serviram de influência para muitos outros filmes e jogos.
O maior deles talvez seja esse "elo perdido" por conta de uma guerra nuclear, de uma civilização passada que tinha uma alta tecnologia e uma vasta cultura, mas que é absorvida pela população atual somente através de relíquias, em sua maioria com conotações religiosas e/ou proféticas.
A concepção da Cúpula do Trovão também é bem interessante. Um bom cenário de luta. Assim como a ideia dessa reconstrução rudimentar de civilização e regras.
As menções à chuva radiotiva e aquele garoto com a cara pintada de branco também são elementos que acabaram sendo resgatados em Fury Road depois. Quanto as cenas de ação com carros, oferece muito pouco mesmo, acredito que só nos vinte minutos finais.
Mad Max 2: A Caçada Continua
3.8 476 Assista AgoraFilmaço. Gosto muito, mas ainda fico com o primeiro. Acho bacana aquele resquício de civilização.
Estou fazendo uma maratona para rever os filmes da franquia. Bem legal ver, aos poucos, os detalhes e signos que foram reutilizados no filme de 2015,
como a cena com personagens amarrados e/ou acorrentados em uma espécie de mastro, na frente do carro.
Um detalhe que vemos novamente é a figura de uma espécie de samurai urbano. Desta vez com um senhor usando capacete e condecorações do exército, com uma katana na cintura.
Em um diálogo, Max diz que quer "gasolina com muito octano". Em Fury Road, Nux faz um trocadilho a respeito de "sangue de alta octanagem", se referindo à sua "bolsa de sangue" (Max).
Uma parte curiosa é quando Max está carregando os galões para buscar o caminhão. Antes de sair, um sujeito começa a lubrificar a articulação do joelho daquela "prótese" que Max tem na perna esquerda. Só mais um detalhe nonsense ou seria, de repente, alguma referência ao Homem de Lata do Mágico de Oz?
E claro: não tive como não notar a cena em que Lord Humungus aciona os cilindros de Nitro, pisa fundo no acelerador e "gruda" no assento! Coisa que acabou se repetindo em filmes como Velozes e Furiosos e no próprio Fury Road.
The Madness of Max
4.1 2 Assista AgoraRecomendo fortemente este documentário. Vale lembrar: Apesar da capa e da fonte utilizada, este documentário é sobre o filme Mad Max, de 1979, não sobre Mad Max Estrada da Fúria, de 2015. Que eu saiba, não foi lançado em mídia física no Brasil, mas dá para alugar pelo Youtube uma versão com legendas em Português, são mais de duas horas e meia! O único ponto ruim é a qualidade da imagem, mas vale muito pelo registro histórico. Deveriam lançar isso como disco de Extras em alguma edição do filme em DVD ou Blu-ray.
Trata-se de um documentário no estilo de "Dias Perigosos" (Blade Runner). Obviamente, não possui um Making of, mas conta com entrevistas de vários atores e equipe que trabalhou no filme. A melhor parte são os relatos, as histórias que eles contam.
Só para citar alguns pontos altos: os atores da gangue de motoqueiros eram de Sydney e as filmagens eram realizadas em Melbourne. Para economizar dinheiro com passagens aéreas, tiveram a ideia de entregar as motos e eles percorreram 1000 Km com elas, quando chegaram no local, já haviam, literalmente, incorporado os personagens!
Na cena final do Knight Rider, aquilo na traseira do carro era um míssil/foguete militar!!! hahaha. Nunca, nunca mais veremos um filme produzido desta maneira! Era tudo feito com efeitos práticos, em rodovias de verdade. A primeira atriz escalada para fazer a mulher de Max ficou impossibilitada de fazer o papel porque caiu de moto e quebrou o fêmur quando estava a caminho das locações, com uma das Kawasakis que seriam utilizadas no filme.
O pessoal da equipe de produção se envolveu profundamente e, principalmente por causa da falta de recursos, muitas vezes assumiam diversas funções. O cara que era controlador de tráfego acabou fazendo aquele letreiro do "Halls of Justice", a atriz que fez a mulher de Max acabou trabalhando como secretária no escritório de produção, atendo telefonemas.
Os atores que interpretaram os membros da gangue poderiam ser chamados para filmar a qualquer momento e acabaram incorporando os personagens mesmo fora das gravações. Escreviam cartas e pintavam as paredes com sangue ameaçando os "Bronzes" e coisas do tipo. Muitas cenas foram improvisadas.
Todos atores que faziam cenas com motos ou carros, tinham uma carta informando que eles estavam fazendo um filme que possuía cenas de ação. Não era nenhum tipo de autorização formal, mas eles brincavam que aquilo era a "carta de saída livre da prisão" e isso acabou sendo referenciado na cena em que Goose brinca com o cara do triciclo.
Depois de assistir este documentário, penso que o filme tinha tudo para dar errado, talvez fosse um filme lembrado pelas inovações nas cenas de ação, mas felizmente conseguiu ter uma narrativa boa e se tornou este cult / clássico.
PS: O ator que faz o Goose é a cara do Brian Baker (guitarrista do Bad Religion), tanto quando era novo, quanto agora que está mais velho.
Mad Max
3.6 724 Assista AgoraÀs vezes me pergunto se faz sentido assistir várias vezes a um mesmo filme. Cheguei a conclusão de que alguns, pelo menos, continuam trazendo novidades. E acredito que estes são os que mais valem a pena.
Não me recordava da cena de Mad Max (1979), na qual os motoqueiros
roubam gasolina e um deles usa uma vara
Também nunca havia reparado na
foto da mulher de Max e seu filho no volante do Interceptor V8.
Mesmo assistindo numa edição em DVD, é incrível a riqueza de detalhes, várias vezes usei pausa, avançando frame a frame e isso me fez lembrar porque, em inglês, chamam de "motion picture": realmente, cada "frame" é uma foto! Algo que remete inclusive ao título de um canal de Youtube "Every Frame a Painting".
Fiz isso na cena próxima do final, na qual Max
toma um tiro no joelho e podemos ver o sangue espirrando e até uma parte branca voando, acredito que seja parte do osso da rótula, mas talvez seja apenas um fragmento do artefato do efeito especial.
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraTente Mudar o Amanhã
Uma distopia. Uma ficção tão real quanto a própria realidade, onde o “herói” não usa armas, nem mesmo botas. Apenas corre para salvar sua vida, calçando chinelos Havaianas.
Baseado no livro The Children of Men, de P. D. James que, infelizmente, não conta com tradução para o português, o filme dirigido por Alfonso Cuarón traz um futuro próximo, ambientado na Inglaterra de 2027. As pessoas não conseguem mais ter filhos e o cidadão mais novo do mundo possui 18 anos. O filme mescla os problemas já existentes à época em que foi produzido com o agravante da ausência de crianças, que reforça o tom de apatia da população global.
Uma das minhas críticas aos blockbusters atuais passa longe de uma direção ou roteiros fracos, acho legal ver um filme de forma descompromissada. Porém, dos últimos filmes de ação que lembro de ter visto no cinema, o que mais me incomoda é o excesso de cortes e planos fechados. Na franquia Transformers, costumo dizer que existem cenas que não consigo entender, visualmente falando. Falta um pouco mais de desenvolvimento, de respiro.
E é exatamente isso que Filhos da Esperança traz, ele tem respiro, quem ficará sem folego é o espectador. Quando o assisti pela primeira vez, há oito ou dez anos, não havia reparado muito nesta questão técnica. Contudo, ao longo do tempo, acabou figurando em listas que elencavam filmes com memoráveis planos-sequência.
Conferindo o filme pela segunda vez, o primeiro pensamento que me veio a mente foi: Por que demorei tanto para revê-lo?! O segundo foi a constatação de que este é um filme para ser visto várias vezes. Não apenas para apreciá-lo reiteradamente, mas para absorvê-lo. Para explicar, farei uma analogia com os vídeos filmados em 360 graus. Tais vídeos permitem ao espectador um ponto de vista fixo ou alternado. Mas é certo que não será possível ver todos os detalhes assistindo uma única vez.
Assim acontece com Filhos da Esperança. O filme possui várias camadas e sinto a necessidade ou, ao menos, a vontade de assistir uma vez para prestar atenção em cada uma delas, separadamente. Visualmente, temos o primeiro plano que nos mostrará os personagens principais da trama. Já no segundo plano, temos uma história paralela sendo contada através de placas, sinais, pichações, grafites, avisos, propagandas, signos etc.
E, depois de notar isso, é interessante ver como o diretor brinca com esse detalhe, fazendo a câmera deixar de seguir o protagonista e voltando suas lentes para elementos que, antes, estavam em segundo plano. Como no momento em que Theo passa por vários refugiados contidos em gaiolas. A câmera soa como uma criança passeando e que se solta das mãos dos pais, andando na direção contrária.
Falando em signos, existem vários. A exemplo das representações artísticas em quadros e esculturas clássicos, até o porco inflável fazendo alusão à capa de um álbum da banda Pink Floyd. Um deles me chamou bastante atenção: a cena em que Theo e uma ex-parteira estão dentro de uma antiga escola infantil, olhando a jovem Kee. Do ponto de vista do espectador, é possível ver Kee através do buraco de uma janela que está toda empoeirada e opaca. O buraco na janela tem a forma de uma gota. Seria a mensagem de que Kee é uma gota de esperança que temos? Ou apenas muita viagem da minha mente?
Outros detalhes interessantes são colocados, como o personagem Theo usando uma camiseta onde lemos “LONDON 2012”. Algo bem sagaz, pois, apesar de a referida Olimpíada ter ocorrido seis anos após o lançamento do filme, já estava no cronograma e o diretor ou sua equipe usaram isso a seu favor, dando ainda mais realismo ao filme. Sobretudo, para quem o assiste hoje.
E é exatamente neste ponto que o filme mais nos impacta. Ao assisti-lo em 2017, podemos ver, no mundo real, diversos temas que foram abordados. A questão dos refugiados, xenofobia, convulsões sociais, mudanças climáticas etc. Sempre encarei as distopias como 1984, de George Orwell, como um alerta para que não deixemos certas coisas acontecerem ou para evitar que erros do passado se repitam. E me parece que o mundo ainda não tirou uma lição de Filhos da Esperança.
Quanto a questão de natalidade, podemos ficar tranquilos. Não estamos à beira da extinção. Por outro lado, a gravidez não desejada / não planejada contribui para superpopulação, desestabilização e um baixo nível de qualidade de vida e de desenvolvimento humano. Através de um extremo, o filme deixa claro que este outro também nos é prejudicial.
Some isso ao modelo insustentável de consumismo exacerbado, para o qual não existem fronteiras. Para as pessoas, muros continuam a ser erguidos. Aliás, em meio à decadência e falta de perspectivas, o filme brinca com tudo isso e também transforma o suicídio em um produto: Quietus. Pois todos queremos uma morte tranquila e serena e não sofrendo com dores ou tubos enfiados no nariz, como diria Antônio Abujamra.
Filhos da Esperança carrega em si alta qualidade nas questões estritamente cinematográficas, mostrando que é possível unir arte e entretenimento em um filme inteligente, que pode ser apreciado por todos, não apenas por uma “elite intelectual”. E vai além, por ensejar um amplo debate sobre o mundo contemporâneo. Dentro dos quesitos descritos neste parágrafo, coloco-o no mesmo rol de filmes como Tropa de Elite e Tropa de Elite 2.
O título da resenha é uma alusão à música “Amanhã”, da banda Cólera:
"[…] Não, não é filme, é o futuro
Nossos filhos vão se matar
Por nada — por nada!
Tente mudar, tente mudar
Tente mudar, mudar o amanhã
Tente mudar!!!"
O Homem Que Eu Escolhi
3.5 13Bem diferente! Não se trata de um filme sobre tribunais ou de advogados, mas sobre o estudo do Direito. O conheci através do livro "O instante do encontro" do professor José Garcez Ghirardi (disponibilizado em PDF, gratuitamente, pela FGV, basta pesquisar no Google).
É um caso raro de filme de escola/faculdade que se aprofunda nas questões intrínsecas do estudo, diferente da forma resumida e "montagens" que outros filmes trazem.
São abordadas as relações entre os alunos, a exemplo dos grupos de estudos, que atuam de forma bem diferente do que costumo ver na prática. Ao invés de um ou dois alunos dedicados cercados por interesseiros, vemos um grupo razoavelmente equilibrado, dividindo tarefas, de forma bem sistemática.
Cada membro do grupo escolhe uma disciplina (Processo Civil, Direito Penal, Contratos etc.) para fazer um resumo. Ao final do período/semestre/ano, cada um tira cópias do próprio resumo e compartilha com o restante do grupo. Também é mostrado o
processo de deterioração do grupo, com a expulsão e/ou saída de membros. Sejam por desavenças no grupo, por desânimo, desistências etc.
É apresentada a figura do professor de renome, admirado e temido pelos alunos, que traz um ar de superioridade, que encara seu método como o único existente ou correto. Kingsfield (professor) utiliza o método socrático de maneira bem assertiva e não tolera que seus alunos se utilizem de certas analogias e exemplos pessoais nas respostas.
E, por vezes,
pratica também assédio moral, como numa cena em que pede para Hart (aluno que é o protagonista do filme) se aproximar de sua mesa e lhe dá uma moeda, então diz: "Sr. Hart, aqui tem dez centavos. Ligue para sua mãe. Diga-lhe que tem sérias dúvidas sobre se tornar um advogado". Em réplica, Hart: "Você ... é um filho da puta, Kingsfield". Na tréplica, o professor, inabalado, mantendo sua postura sisuda e seu tom: "Sr. Hart! É a coisa mais inteligente que você disse hoje. Você pode se sentar".
Tentam inserir na trama um romance, entre Hart e Susan
que, depois, Hart descobre ser filha de Kingsfield
Tal tema colabora mais no sentido de ilustrar a influência positiva e/ou negativa que um relacionamento amoroso tem nos estudos deste perfil de alunos, que estão num curso dificílimo, no qual é preciso ter muito foco e dedicação para obter êxito, o que levanta a questão, como o faz um colega de Hart: "Você não pode equilibrar mulheres e o curso de Direito ao mesmo tempo".
Além disso,
esse relacionamento traz o conflito entre Susan, que acaba sempre se envolvendo com alunos de Direito, mas que não consegue sustentar tais relacionamentos no longo prazo, por conta do estilo de vida metódico e extremamente racional que tais alunos e profissionais levam. Por diversas vezes, ela desafia Hart a "sair do controle", a fazer algo irracional. Não obstante, Hart também possui, de certa maneira, esse conflito interno e, no final do filme, acaba rompendo essa barreira. Mas, ao meu ver, não porque foi convencido por Susan, mas porque, talvez, seu desafio maior fosse realmente a rotina de estudos, a jornada e não seu destino: a aprovação (um "A" de uma prova da qual não soube o resultado porque fez um "aviãozinho" com o envelope do boletim que a informava, que "pousou" no mar!).
Um ponto extremo com o qual me identifiquei bastante, foi o segmento que mostra o clima no campus (os alunos residem em "repúblicas") na sexta-feira, com todos alunos transtornados com os últimos dias que antecedem as provas. Pelos corredores, vários colegas abordam Hart, lhe fazendo diversas perguntas sobre vários tópicos.
Diante disso, Hart e seu colega Ford concluem que será impossível estudar ali e
hospedam-se em um hotel por 3 dias, para ficar estudando. Apenas recebendo comida no quarto, sem deixar que as arrumadeiras entrem para fazer limpeza ou trocar lençóis. Os funcionários do hotel ficam intrigados e preocupados, tentando imaginar o que aqueles dois homens estariam fazendo.
Isso me faz lembrar de situações que enfrento ao tentar estudar em casa: interrupções, barulho, visitas não esperadas etc. Quantas vezes já não tive que sair de casa, à contragosto, levar mais de 1 hora de deslocamento para me dirigir até uma biblioteca e poder estudar em paz! Se tivesse recursos financeiros para tal, não descartaria tomar tal medida drástica como fizeram no filme! hahaha
Outro ponto curioso no filme, é quando Hart avista uma espécie de sótão na biblioteca que guarda a chamada "Coleção Vermelha", trata-se de anotações que os professores fizeram na época em que eram alunos. Cria-se uma aura de mistério e Hart fica curioso em saber o que Kingsfield escrevera quando estudante,
não demora muito para fazer uma invasão furtiva durante a madrugada, para espionar tais documentos!
Em suma, é um bom filme para quem se interessa em ver por outro ângulo essa experiência vivida durante graduação ou afins, algo que costumamos relegar aos nossos pensamentos ou conversas de corredores.
Me identifiquei com a questão da ditadura de pensamento que existem em alguns professores que restringem a forma de aprender apenas ao seu próprio método. Ou aqueles que são extremamente egocêntricos, que se colocam num patamar que, em sua visão, pode ser alcançado, mas jamais ultrapassado (não que eu tenha tais ambições, longe disso, minha superação é sempre relação aos meus próprios limites, nunca pautado aos outros).
Deixo aqui também um desabafo. Em relação ao cerceamento de pensamento que muitas vezes é imposta. Sei que, muitas vezes, me excedo nas questões discursivas, mas tento desenvolver o pensamento de forma mais orgânica e menos "engessada" [OK, sei que "prova não é lugar de fazer isso"]. E faço isso consciente de que posso ter pontos deduzidos ou questões anuladas, não me importo, é um risco que corro.
Um ponto que, infelizmente, professores e colegas não entendem: quando, na devolutiva (correção da prova) tento questionar o professor (para saber porque errei e qual seria a forma correta de responder), costumam ver, como é regra para maior parte dos alunos, alguém reclamando da nota e querendo reformá-la. Sinceramente, meu ethos está acima disso. Sinceramente, pouco me importa a nota, desde que consiga compreender meus erros e aprender através deles.
Sei que, depois da graduação existe o mestrado e doutorado, depois dos quais poderei me expressar mais livremente. Mas nem sei se ou quando chegarei lá. Prefiro me arriscar mais, de maneira consequente, do que ser mais autômato seguindo apenas fórmulas. Gosto muito daquela frase: "O caminho traçado levará apenas até onde os outros chegaram". Não acredito que eu possa fazer a diferença agindo igual a todos.
Nós Somos as Melhores!
4.1 112Muito bom! Atendeu minhas expectativas, tendo a leveza que eu esperava e que estava precisando no momento em que assisti.
Suécia tem muitas bandas punk e derivadas do estilo muito boas, que valem a pena ouvir: Martyrdöd, Wolfbrigade, Mob 47, Anti Cimex, Asta Kask, entre outras.
Os diálogos são sensacionais:
- Odeio esporte, faça aborto, odeio esporte.
- O que quer dizer, faça aborto?
- Como, abortar o esporte.
- Eu não entendi.
- Isso é o que separa o punk da disco music comercial, você tem que pensar um pouco.
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"Ele traiu o punk. Escuta o Joy Division".
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"Sim, e é político que passemos tempo com pessoas que estão tendo um momento difícil".
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"Pode ser muito divertido. Por favor, você deve. Não há escolha. Tamanha é a fé". [uma ateia tentando convencer a amiga cristã] :-)
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"É sobre Deus caindo, porque ele é um fascista... Mas na verdade é uma canção cristã: se você canta sobre como você quer que Deus caia, então Deus deve existir... então você acredita em Deus. Portanto, é uma canção cristã". [ainda tentando convencer a amiga, hahaha)
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- Você é tão sensível. Eu não entendo essa coisa de Deus. Como você pode acreditar em algo que você nunca viu ou conheceu?
- Há coisas que você não pode ver.
- Como o quê?
- Você não pode ver a radiação nuclear.
- Você acredita em Deus?
- Não, mas algumas coisas não podem ser vistas. [touché!]
Saída Pela Loja de Presentes
4.3 195Excelente. Descobri o documentário ao ver o livro "Guerra e Spray" em promoção ( com a icônica imagem do estêncil de alguém preparando-se para arremessar um buquê na capa). Ao pesquisar para ver do que se tratava, associei o nome à pessoa: responsável por produzir uma polêmica abertura dos Simpsons.
É chocante como o documentário soa como algo romantizado, como ficção, de tão bizarra que é a realidade vivida por Thierry Guetta:
1) pela constatação de que ele "filma tudo o tempo todo"
2) Pelo fato de saber que ele apenas filma por filmar e nunca mais toca no material
3) Por receber a missão de Banksy e se transformar numa "explosão" em forma de tinta, num amálgama de todos os grafiteiros.
4) O toque final, de resgatar, por meio sua técnica da época da venda de roupas usadas, conseguindo altos lucros com seu trabalho.
5) Como em toda "jornada do herói", aquele momento de crise, de negação
6) Finalmente, a superação, o sucesso na missão e a dúvida se se trata, realmente, de um herói ou de um vilão.
O momento em que Banksy diz que Thierry Guetta ganhou sua confiança, no qual ele abre as caixas de notas adulteradas, soa como a abertura da "Caixa de Pandora". Agora, fica a cargo do espectador decidir se o que saiu dela foi algo positivo ou negativo. De qualquer forma, em um ou outro caso, ainda resta a esperança.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraNão sou daqueles que ficam irritados com traduções de títulos para português do Brasil, mas como estou estudando esses dias, não pude deixar de notar:
"Moonlight: Sob a Luz do Luar"
A redundância no fato de o subtítulo repetir o que diz o título original, é de praxe, nesse quesito está tranquilo.
Mas colocar "Luz do Luar", sendo que Luar já significa "Luz da Lua", fica complicado: "Sob a Luz da Luz da Lua"...
Melhor opção seria "Sob a Luz da Lua" ou "Sob o Luar".
... Sobre o filme, quero assistir, mas em momento oportuno. :-) Não gosto muito de fazer maratonas de filmes do Oscar, acho que há um ritmo e tempo certo para cada um, mas espero que ele saia com alguma estatueta, ouvi falar muito bem! :-)
Paranoid Park
3.6 324Eu aqui pensando que este tinha sido o primeiro filme que assisti do Gus Van Sant e, puta que o pariu: 10 anos antes ele fez Gênio Indomável! Sem consultar a filmografia dele, jamais teria feito a relação entre estes dois filmes! Ambos muito bons, cada qual ao seu modo.
Melhor É Impossível
4.0 683 Assista AgoraFiquei o filme inteiro tenso esperando a cena em que o Jack Nicholson faz o lance com os óculos, só então relaxei. Tenho TOC? :-P
Demorou vinte anos, mas finalmente assisti! Grande filme! Me surpreendeu. Mostra como é difícil para algumas pessoas muito sistemáticas, eu incluso, sair da zona de conforto, lidar com mudanças e tudo aquilo que está fora de nosso controle.
Uma das partes mais interessantes é aquela
do jantar, quando Melvin diz: "Falar assim é exaustivo", mostrando o qual difícil é, não só para ele, mas para muitas pessoas agirem de um jeito "normal", o que também pode significar usar máscaras, tecer elogios não sinceros só para agradar uma pessoa (e tendo consciência de que esta pessoa também tem consciência disso), transformando tudo num cansativo joguete ao invés de ir direto ao ponto. É claro que, no caso específico do personagem, também envolve a dificuldade em expressar seus (verdadeiros) sentimentos. E também, é claro: é deselegante ser 100% sincero o tempo todo, alguns comentários devemos guardar para nós para não magoar as pessoas, como "Não entendo este lugar: me fazem comprar paletó e você entra usando um vestido caseiro." hahaha.
Para quem assistiu e gostou de "Melhor É Impossível", recomendo:
"Gran Torino" com Clint Eastwood
"Derek" série britânica com Ricky Gervais
E (por que não?) "Brother", com Takeshi Kitano :-)
Sr. Ninguém
4.3 2,7KEsse filme é tipo aquele
Efeito "Brabuleta" :-P
Muito bom. Há tempos queria assistir. Já esperava algo além de mediano e ele atendeu essa expectativa. Mesmo sabendo que as peças iriam se encaixar, nessa primeira vez que assisti, achei que tem um ritmo um pouquinho arrastado, é preciso estar bem disposto para assistir.
*Aliás: assisti a versão estendida: alguém sabe dizer quais são as diferenças dela para a edição normal?
A fotografia e paleta de cores é impressionante. A única coisa que estranhei um pouco (e não quero aqui levantar polêmicas) foi o fato de praticamente não existirem negros no filme. Não estou falando que o filme deve ter "cotas" ou algo do tipo, mas essa questão de (falta) diversidade étnica atrapalhou um pouco minha suspensão de descrença no mundo apresentado. Nada que estrague o filme, mas me causou um estranhamento significativo.
Algumas questões científicas apresentadas são interessantíssimas e dão o tom para o entendimento e fundamento para a trama do filme. É daqueles para se assistir mais de uma vez.
Me fez lembrar de filmes como Efeito Borboleta e Primer.
Comando Para Matar
3.4 368Ao rever este clássico (pela quarta ou quinta vez, já perdi a conta!) e observar as cenas finais, fiquei imaginando: se fossem fazer um filme do Gears of War, o Schwarzenegger dessa época (anos 80) cairia como uma luva no personagem de Marcus Phoenix.
O Homem Que Caiu Na Terra
3.3 132Na parte visual, gostei muito das tomadas abertas, mostrando o céu, com cores bem vivas, nestas cenas, achei a fotografia excelente. Já em momentos que temos efeitos especiais/visuais, é algo sofrido de se ver:
raios ou a maquiagem de David Bowie na sua forma de alienígena, por exemplo
Peters pulando do trampolim, com os braços abertos, esta silhueta, inclusive, está ilustrada na capa do livro da Darkside
Logo no começo, um momento WTF:
O que é aquilo quando Newton está conversando com Farnsworth? Este parece cuspir uma bolha de saliva ou algo assim, fazendo um barulho estranho...
É muito comum ver cenas de nudez em filmes dos anos 70, a exemplo de "Corrida contra o destino" e "Serpico" mas, ao contrário deles, "O Homem Que Caiu Na Terra" tira a nudez como pano de fundo e fica jogando na nossa cara a todo o momento, como se esse fator fosse mais importante do que a trama!
O que dizer daquela cena em que Bryce está deitado com uma de suas alunas, que segura seu pênis, deixando a glande à mostra? Ou quando Mary-Lou "transa" com Newton e o mesmo "ejacula" (pela mão!) em seu seio?! (Confesso que enquanto escrevo, refletindo, talvez essa última parte que citei da ejaculação alienígena possa até ser válida no sentido de colocar as diferenças fisiológicas entre humanos e anthenos em perspectiva)
Enfim, é inegável que se tratam de atrizes bonitas e, em sua maioria, com belos corpos, extremamente sensuais, mas do jeito que tudo isso é inserido no filme, achei descabido. Para quem gosta de ver bastante nudez, num filme longo, mas de maneira mais coerente com a trama, recomendo "Azul é a Cor Mais Quente".
Percebam que evitei fazer comparações com o livro. Mas chega um momento que isso é inevitável, para quem já o leu. Acredito que houvesse mais espaço para diálogos (ou monólogos) levantando mais questões filosóficas e sobre a natureza humana.
O livro é de 1963 e traz uma visão de futuro entre
1985-1990
o que me incomodou foi o fato de os personagens envelhecerem bastante, com uma maquiagem que vai de ruim a razoável, aparentando um período de 25 ou 30 anos. Porém, não consegui "sentir" o avanço desse tempo, exceto pelo envelhecimento de Bryce, Mary-Lou e Peters, na parte tecnológica, exceto pelas invenções de Newton, já presentes nos primeiros anos, isso ficou bem esquisito
Na parte visual, tenho que tirar o chapéu para o filme quanto
à revelação instantânea de fotos, ficou bem legal. E acredito que, próximo do final, na cena em que Mary-Lou vai visitar Newton, a arma que dispara, mas não tem munição, me pareceu ser uma referência às espoletas fabricadas pela empresa de Newton
No mais, acho que é um filme realmente bem confuso e com duração muito longa. Peca pelo excesso de nudez sem sentido e efeitos psicodélicos mal colocados. Achei o filme bem ruim e bem decepcionante, apesar de alguns pontos legais. Imagino que possa servir, talvez, como uma boa experiência sensorial para aqueles que o assistirem sob efeito de substâncias psicoativas, como o LSD (pelo ano em que o filme foi produzido, não duvido que muitos tenham lançado mão deste recurso).
Recomendo fortemente o livro, lançado pela Darkside, o conteúdo condiz com a apresentação de luxo. *Quando eu fizer a resenha do livro, edito o comentário e posto o link aqui.
EDIT:
Segue o link para a Resenha do Livro:
https://medium.com/@7seconds_/quando-o-messias-vier-nos-salvar-de-n%C3%B3s-mesmos-quem-o-salvar%C3%A1-d793992a79f7
Por Água Abaixo
3.1 414 Assista AgoraMe surpreendeu positivamente, nunca tinha ouvido falar deste filme. Um primo mais novo trouxe um DVD pirata sem rótulo nenhum, coloquei no PC e vi o título (Flushed Away) no arquivo, pesquisei e, como tinha no Netflix, assistimos por lá (até para eu não correr o risco de algum travamento repentino ou sabe-se lá mais o que...)
O filme me cativou logo na abertura quando começou a tocar "Dancing with myself" (Billy Idol) em meio a várias referências culturais, principalmente as relacionadas ao cinema.
Um detalhe importante: assisti o filme legendado. E, logo nas primeiras cenas e piadas, deduzi que uma boa parte das referências tenham se perdido na adaptação (dublagem em português). O que, talvez, ainda mantenha um bom resultado para entreter as crianças, mas que pode matar as boas sacadas.
Outra ressalva: Muito raramente assisto animações, é bem provável que parte dessas referências e piadas mais elaboradas sejam comuns em animações da Pixar e Dreamworks, mas como não tenho costume de assistir, acabei me surpreendendo.
Acho que nem precisa falar da mensagem que o filme passa tanto para as crianças quanto para os adultos, cada qual com seus correspondentes, sobre a fartura material de um lado e a miséria pessoal de outro.
O ponto alto para mim foram as referências e, como elas foram encaixadas tão bem visualmente, são tantas e com certeza, devo ter deixado passar batido várias, mas cito alguns exemplos:
- Franceses: em dado momento, Le Frog diz algo como "ajam como franceses" e seu séquito de rãs "Eu me rendo, eu me rendo" [erguendo as mãos].
- Ingleses: piada sobre peixes e [batatas] fritas
- Norte Americanos: dois torcedores americanos assistindo a Copa do Mundo e reclamando: "Onde estão os capacetes?" e apontando outros elementos que faltam para o Futebol (para os americanos, "Football" é o Futebol Americano, o tradicional é chamado de Soccer)
- Momento hilário onde um personagem grita "Wave!" se referindo a onda gigantesca que se aproxima e todos fazem uma "Wave" (Ola) de estádio.
- Outra referência sutil é a barata na casa dos ratos, lendo "A Metarmofose" (Kafka)
Na parte visual, temos elementos muito bem colocados, para dar o ar de miniaturização:
- Lata de cerveja Heineken compondo parte do barco
- Corneta de ar comprimido no lugar de buzina do navio
- Ponta de um lápis usada como perna de pau de um rato pirata
- Batedeiras como Jet Skis (e que bela cena quando Rita joga pó de mistura para torta na água para pará-los!)
- Até mesmo o plano mirabolante do vilão, que usa o momento do intervalo para provocar uma inundação, que traz um liame interessante entre o mundo dos humanos e o mundo subjacente, dos esgotos, dos ratos, baratas e demais seres asquerosos.
Nos faz pensar naquelas coisas que sabemos que existem, mas não costumamos parae para pensar: o vaso sanitário é algo "mágico" em que apertamos um botão ou puxamos uma alavanca e tudo vai "água abaixo". Mas e a estrutura por trás de tudo isso funcionar. Qual seu impacto para o meio ambiente, seja o "alheio" ou o nosso próprio?
... E por aí vai!
Obviamente, minha avaliação do filme é bem subjetiva, sobretudo o contexto em que foi assistido (sem prévio conhecimento da existência do filme), sem nenhuma expectativa, sem nenhuma indicação ou saber o que esperar. Aliado ao elenco de dubladores originais e paralelos com características dos papéis prévios, a exemplo da roupa de Wolverine, de Roddy (Hugh Jackman, seu dublador, interpretou o mutante nas telonas).
Quem gosta da Sétima Arte, irá se deleitar.
O Dia em que a Terra Parou
2.7 783 Assista AgoraAssisti no Cinema. Na época, ainda tinha uma certa ingenuidade quanto a certos remakes. Recomendo fortemente que assistam a versão de 1951 e leiam também o conto "Adeus ao Mestre", de Harry Bates, presente na coletânea História de Robôs - Volume 1 da editora L&PM. Quanto a este filme, só recomendo para quem já assistiu o original e tiver alguma curiosidade mórbida, no mais, é um desperdício de tempo.