Estava garimpando para achar um filme bom e diferente no serviço de streaming que tem nome de um grande rio brasileiro e este me chamou à atenção.
Achei incrível como aquele diálogo (com flashback) segura legal a primeira metade do longa, intrigando e prendendo atenção.
Achei genial a simplicidade técnica aliada a complexidade especulativa do roteiro e fator ficção científica.
Porém, o final pode decepcionar, a depender da bagagem de filmes do espectador, por soar muito explicadinho. No meu caso: "Amnésia"; "Primer"; "Os 12 Macacos"; "Looper"; "Mr. Nobody", entre outros. Aliás, fica a dica destes filmes para quem gostou de "O Predestinado".
No mais, o filme acertou em pegar uma temática que está em voga e colocá-la de forma não gratuita, fazendo com que ela seja o um dos pilares da trama.
"Não basta ser gênio, é preciso coragem para mudar o coração das pessoas".
O filme mostra o paradoxo existente (até hoje, em muitos casos) da convivência entre brancos e negros.
Próxima, íntima, no que se refere ao âmbito profissional e cultural (exemplo: uma manicure ou babá).
Distante, abissal, no que tange ao que seria considerado um contato mais familiar, pessoal (exemplo sentar à mesa, usar mesmo banheiro, copos e talheres).
Sobretudo, evidencia que, muitas vezes, para enxergarmos tudo isso é necessário sentir na pele tais situações. Algo que o documentário Olhos Azuis ilustra muito bem.
Gostei do filme! Passou despercebido por mim na época, apesar de ouvir falar algumas vezes. Filme curto e com enredo na medida, para garantir um sentido mínimo em meio a ação desenfreada.
No final, o jeito que ele empunha a arma, acredito ser uma referência a Django, de 1966, o qual vale muito a pena assistir, para quem curte filmes de ação com tiros e faroeste
Se permitir: acho que essa frase resume a mensagem do filme.
Não se trata de dizer "Sim" para tudo, incondicionalmente. Mas de ponderar quando recebemos um convite. Pessoas na situação inicial como a do personagem de Jim Carrey tem uma postura defensiva e já se fecham, dizem não antes mesmo de pensar. Depois, com mais calma, podem até achar que deveriam ter aceito o convite, proposta etc. Mas como já disse não, fica nessa zona de conforto. É uma postura de se fechar pelo medo da rejeição, do fracasso, frustração etc.
O "Sim" é a ideia de nos arriscarmos mais naquilo que enxergamos que pode nos fazer evoluir, trazer algo de bom em nossas vidas. Mesmo que tenha um desconforto inicial.
Mas sempre tomando o cuidado para não se forçar a fazer algo que realmente não quer fazer e nos deixa muito mal, só para agradar aos outros. Inicialmente, a outra pessoa irá gostar, mas depois de descobrir que fizemos a contragosto pode ser mais frustrante do que uma recusa inicial imediata.
Ótimo filme. Nos leva à reflexão do valor de coisas "intangíveis". Trata-se de uma experiência, de um momento. Algo que pode até ser filmado, fotografado, mas a sensação estará presente apenas naquele momento.
Nos leva a pensar na realização de sonhos que não são sobre coisas palpáveis, como carros, casas ou milhões na conta bancária. Assim como a transgressão de leis e regras nas quais, em tese, nenhum bem material é subtraído ou deteriorado, a integridade física de terceiros não é comprometida.
Não é à toa que muitos embarcam nesta aventura e se tornam cúmplices. Até mesmo aqueles que não tem coragem nem de ficar em cima de uma cadeira querem contribuir, por ver a grandiosidade de tal performance e, de alguma forma contribuir para sua realização.
Recomendo dois documentários: "O Equilibrista", de 2008 ("Man on Wire"). E também Duna de Jodorowsky (Jodorowsky's Dune, 2013). Este último, não tem nada a ver com essa travessia, mas também mostra alguém que quer realizar uma grande obra e como, com sua paixão, consegue arregimentar uma equipe para sua realização.
Excelente! Tenho a tendência a procrastinar o filme quando ele é baseado em livro. Mas acabei não resistindo e, mesmo assim, ainda pretendo ler a obra original.
Uma forma de narrativa que não sei se está presente no livro, mas ficou muito boa, foi a estrutura de "capítulos" para apresentar os personagens. Aliás, é digno de nota o peso que cada um deles possui.
No mesmo quesito, fluiu muito bem os temas e explicações nas aulas, servindo como analogia para situações e atitudes dos personagens. E, por mais que tenha sido usada uma metáfora, simbolizando que Auggie seria o astro em que outros planetas orbitavam, o filme não descuida dos outros dramas não físicos, não visíveis ou tangíveis que os outros vivem.
O que, ao final, reforça a ideia de que todos possuem problemas, dos mais diversos tipos e intensidades. E, por mais grave que seja o nosso, temos que guardar aqueles "10%" de energia para conseguir dar apoio e forças para aqueles próximos de nós.
Também chama à atenção o fato de que, assim como não existe ninguém que é 100% "mocinho", "herói", também não existe o "100% vilão". Todos, de uma forma ou de outra, acabam sendo vítimas de alguma circunstância. Mesmo que tenha sido causada pelo próprio agente.
Dentre as lições, cabe relembrar: entre estar certo e ser gentil, escolha a segunda. E, sempre que tiver chance, seja gentil, teça um elogio sincero para as pessoas. Algumas delas podem estar tendo um dia difícil e, em casos extremos, a ponto de fazer alguma loucura. Com nossa gentileza, podemos salvar não só o dia daquela pessoa, mas até mesmo uma vida.
Tive a oportunidade de ler o livro antes de assistir ao filme (li em uma semana e consegui assistir o filme no último dia que ficou em cartaz no Cinema). Ambos são bons. Porém, da metade para o final, acho que o livro é mais enigmático, interessante.
Agora, voltei aqui para comentar uma relação que fiz: sem dar spoiler, mas notei uma certa semelhança, sob uma certa perspectiva, entre o filme e o livro Em Busca de Sentido, de Viktor Frankl. Sobre o método usado para abstrair as tragédias da vida e, apesar delas, ainda conseguir enxergar um motivo para lutar pela vida. Faz muito tempo que li este último, mas fica a recomendação.
Singelo. Com lindas tomadas abertas. Ao vê-las, você sente até que o lugar onde você está ficou mais arejado!
Há anos procrastino para ver este (com minha sistemática mania de querer ver "o filme original" antes... Há um filme de 1947, de mesmo nome). Mas vi uma recomendação deste de 2013 e pensei: quer saber? Que se dane, vou assistir agora!
As cores e planos abertos, tomadas aéreas são um colírio. A começar pela ótima escolha de mesclar os créditos iniciais no cenário ("isso" é Cinema!).
Confesso que, após a cena de Cheryl tocando violão e ele pulando no helicóptero, fiquei desconfiado e achei que o final seria uma retomada para algo mais banal e que tudo o mais teria sido sonho. E pensei: se não for sonho, ficará um tanto "forçado". Quanto mais se aproximava do final, mais eu via que tudo caminhava para a segunda opção.
Porém, a mensagem que o filme passou para mim vai muito além disso. Ele não quer mostrar grandes aventuras que só ocorrem na imaginação. Mas sim chamar à atenção para as coisas boas, sejam incríveis ou não que já acontecem na vida real e que, nós, perdidos em nossos devaneios, deixamos de notar e depois nos queixamos por não acontecer nada de incrível em nossa vida.
Da mesma forma, quantos olhares não se cruzam. Quantas conversas não são iniciadas no dia a dia, por estarmos com a cabeça baixa, olhando para a tela do smartphone?
Para quem gostou deste filme, recomendo fortemente Mais Estranho Que a Ficção, com Will Ferrell
Estou começando a pesquisar mais sobre Minimalismo neste contexto. Até então, só conhecia a vertente estética, fortemente inspirada pela Apple. No livro Sapiens, há uma passagem bem interessante, que faz me parece trazer um paralelo entre os minimalistas que são nômades digitais e as pessoas mais apegadas a um local fixo de moradia e suas coisas:
"com o passar do tempo elas acumularam cada vez mais coisas - objetos, não facilmente transportáveis, que os prendiam ao local. Os antigos agricultores podem nos parecer miseráveis, mas uma família típica tinha mais artefatos que uma tribo inteira de caçadores-coletores [...] na economia de subsistência da caça e da coleta, havia um limite óbvio a tal planejamento a longo prazo. Paradoxalmente, isso poupava os caçadores-coletores de muitas ansiedades. Não fazia sentido se preocupar com coisas que eles não podiam controlar [...] estavam à mercê de secas, inundações e pestes".
Vou tecer algumas observações, apenas apontando e não querendo criticar negativamente:
1) Percebo que boa parte dos minimalistas apresentados seguem um estilo mais aventureiro, de nômade digital, empreendedor ou profissional liberal. Salvo engano, não temos nenhum assalariado ou afim. Além disso, boa parte deles, tiram seu sustento justamente pela promoção do estilo de vida Minimalista: os dois autores do livro e os designers/arquitetos de "Tiny Houses".
2) Outro detalhe que chama à atenção é de que, a despeito da vida pregressa pobre de alguns, a maioria dos minimalistas apresentados só se tornaram minimalistas depois de ultrapassar salários de 6 dígitos. Aliás, a citação de Jim Carrey corrobora este ponto, dizendo que queria que todos tivessem a chance de ser famosos e ricos para ver que isso não é tudo, não traz a felicidade (não lembro ao pé da letra). Isso, é claro, não é um defeito. Mas percebo que é bem difícil introjetar um pensamento minimalista em pessoas de menor poder aquisitivo. É até meio cruel uma pessoa incentivar outra a se abster de algo que nunca teve acesso (sendo que quem geralmente prega isso, já se fartou de tais bens e prazeres). Aliás, fazendo um contraponto, temos o exemplo da Blogueira de Baixa Renda, recomendo o canal. Ela, que mora em comunidade, tem feito vídeos sobre o assunto Minimalismo.
Agora, fato incontestável: quanto mais coisas temos e mais apego a elas, mais preocupações. Não tenho carro (não tenho condições de ter), muitas vezes é frustrante a dificuldade de locomoção (não tenho acesso a Uber porque no meu celular não roda o app até onde sei... tenho um iPhone 4), porém, fico pensando nas preocupações de quem tem um carro: licenciamento, IPVA, revisão, troca de óleo, pastilhas de freio, cambagem de pneus, multas, abastecimento, lavagem, etc.
Tenho dificuldade com os livros. A maioria dos que tenho são e-books. Mas, principalmente, alguns livros didáticos funcionam melhor impressos, sem contar os que não possuem equivalentes. Tenho muitos DVDs também, parei de comprar, porém não me livro dos meus porque o serviço de streaming não possui todos os títulos e, além disso, possuem extras. É interessante ter o filme sempre a mão, sem depender de catálogo ou internet.
Quanto as roupas, uma dica legal que vi: colocar o gancho do cabide ao contrário em todas as roupas, depois de 6 meses a um ano, verificar o que continua ao contrário (que não foi usado) e se livrar, doando, vendendo etc.
O primeiro filme que assisti no cinema foi Ace Ventura 2: Um maluco na África, em 1996. Somente anos depois que vim assistir ao primeiro, na Sessão da Tarde, na Globo. Lembro que gravei em VHS e re-assisti algumas vezes. Resolvi assistir mais uma vez, agora na Netflix, com a dublagem clássica, é claro. Continua sendo uma ótima experiência, um dos meus favoritos no gênero comédia.
Enquanto o 2 tem um humor mais pastelão, exagerado. Este é um pouco mais contido, possui uma certa sutileza, se assim podemos dizer. Apesar de Jim Carrey ter ficado ainda mais famoso depois deste filme, acredito que, nele, teve uma de suas melhores performances visuais. Suas caras e bocas, modo de andar, transpiram sinceridade na atuação, você sente que ele se esforçou ao máximo para entregar uma boa atuação. Nos outros filmes, acho que ele já fica um pouco mais tranquilo e não se esforça tanto na atuação.
Além de um ótimo filme de comédia, traz uma boa dose detetivesca, investigativa, que faz lembrar as descobertas de Sherlock Holmes (me refiro aos livros). O roteiro também é competente, amarrando tudo até na última cena do filme. Também traz algo um pouco raro hoje em dia (salvo engano): uma duração mais curta, menos de 1 hora e meia. O filme já começa com "ação", sem explicações mirabolantes e é construído de uma forma que o espectador compreende bem.
A despeito da facilidade do Streaming, é daqueles que vale a pena ter em DVD/Blu-ray.
Sempre ouvi falar muito deste filme por parte dos amigos, em podcasts, programas sobre cinema, a emblemática trilha sonora, mas só agora, em 2019, assisti.Causa um estranhamento. A parte de comédia não me fez rir muito, acredito que se o tivesse assistido nos anos 90, teria me divertido mais.
O filme brinca muito com os absurdos, fazendo algo parecido com o que vemos na série Corra Que a Polícia Vem Aí (com Leslie Nielsen). Porém, aqui, o filme simplesmente ignora o absurdo e segue em frente, sem ficar jogando ele na cara, como na maioria dos filmes de comédia. E isso é uma qualidade: Blues Brothers acredita em seu próprio universo, sem temer a descrença dos espectadores.
A qualidade técnica é excelente e surpreende a quem espera apenas um filme de comédia, pois tem cenas de ação alucinantes, envolvendo perseguições de carros. De cair o queixo mesmo, rivalizando com as de filmes como: Corrida Contra o Destino, Bullitt e, até mesmo, o primeiro Mad Max (1979). Algo cada vez mais raro e que traz grande nostalgia, por conta dos efeitos práticos, hoje (quase sempre) substituídos pelos efeitos visuais "de computador".
Também se enquadra no formato de musical, se considerarmos numa classificação mais ampla. Ótima trilha e performances, mesclando os aspectos positivos em situações negativas (até à última cena). Isso também é um ponto positivo para o filme, que traz uma mensagem animadora sem negar a realidade: a possibilidade de melhora "apesar de".
Notei as notas baixas e comentários negativos. Ainda assim, resolvi assistir por: gostar desse visual meio cyberpunk/Blade Runner, por ser do mesmo diretor do ótimo Lunar e por ter o Alexander Skarsgård, que fazia o Eric, da série True Blood.
Decepção. Relutei muito em assistir ao ver que tinha mais de 2 horas e a mim, parece uma duração bem maior do que a necessária. Lunar tem pouco mais de 1 hora e meia, um ritmo bem lento, mas é bem intrigante. O enredo deste (para decepção maior ainda, escrito pelo próprio Duncan Jones) é bem disperso.
O que salvou, para mim, foi um pouco dos visuais, por lembrarem Blade Runner e as referências ao filme Lunar
há uma cena numa TV de um café que mostra Sam Bell e sua cópia num tribunal, onde ambos afirmam ser Sam Bell. O posto de gasolina (ou melhor, de recarga elétrica) e suas máquinas de conveniência são da Lunar Industries
Até o próprio Alexander Skarsgård teve uma atuação bem fraca. Antes, sempre falava que ele seria a escolha perfeita para um filme do Thor, mas acho que só pelo visual mesmo. Sua atuação que parece não variar muito, parece ter caído bem só no personagem de True Blood mesmo.
Não sei qual foi o orçamento deste filme, mas se foi muito alto, talvez seja melhor Duncan voltar para projetos mais independentes para que as limitações estimulem mais sua criatividade, como ocorrera em Lunar.
O gato parece o gato do PC no PC do PC Siqueira XD
Assistível. Como já assisti o antigo, não estava com vontade de ver o novo. Acabei indo só para acompanhar os amigos, achei legal pela diversão e para dar risada das tosquices. Mas para quem for levar o filme a sério, pode se decepcionar. Bastante.
Achei a premissa inicial bem interessante, mas achei que faltou alguma "liga". A parte do RPG achei bem enfadonha (acho que a execução nos moldes do que costumam fazer na série Community seria mais legal). Também poderia ter uma uma duração menor. Enfim, acho que coloquei expectativa no filme.
Filmaço. Decidi assisti-lo por ser dos mesmos diretores de "Intocáveis" (Intouchables, 2011). De antemão, para quem gostou da temática e sensibilidade de "Samba", recomendo a minissérie britânica, de 4 capítulos, "Run", de 2013.
Voltando ao filme, penso que ele mostra o pior de 2 mundos: daqueles que não tem o mínimo existencial para levar uma vida digna e, ainda assim, lutam por ela, por pior que seja. E daqueles que estão materialmente plenos, mas que perderam a essência da vida para levá-la adiante.
Acabei imaginando isso de uma forma bem visual e simbólica e o que me veio à mente foi a imagem do Yin e o Yang:
O Yin, [sem conotações sobre a cor de pele] sendo Samba, a metade escura representando as condições degradantes em que vive, sem condições materiais mínimas, porém com aquele ponto branco que é sua gana de viver.
Já o Yang, seria Alice, a metade clara representando todo o conforto material que o dinheiro pode proporcionar preenchido, embora o ponto negro é justamente a ausência daquela chama da vida.
Ao passo que, juntos, Samba e Alice podem formar a síntese, preenchendo suas respectivas lacunas de forma recíproca.
Um momento bem singelo é quando Alice diz que ficou feliz e Samba responde: "Fico feliz por você ter ficado feliz". É de uma empatia sem igual.
E, em meio a tudo isso, não poderia deixar passar a história contada pelo tio de Samba, que traz uma reflexão justamente sobre essa temática maior do filme. Alertando que não basta a vontade de viver, é necessário saber diferenciar aquilo que é um mero anestésico ou distração das coisas que realmente irão nos preencher e nos edificar.
"Na África, nas noites de chuva, os insetos efêmeros, voam dando voltas e caem nos pratos. Batem nas paredes e já caem meio mortos. O problema é que eles não conseguem resistir à atração da luz. O desejo de viver é grande demais. Eles giram freneticamente em torno da lâmpada. Pela manhã, eles parecem as pequenas folhas mortas espalhadas sobre a mesa, embora no dia anterior fossem borboletas. Eu desejo que nenhum de nós seja um desses efêmeros".
Filmaço, não lembro onde vi a indicação, mas foi de algum canal sobre cinema, acho que do "Every frame a painting" ou outro relacionado.
Guardados todos os méritos do filme, me remeteu a "O Profissional", de Luc Besson e, em menor parte, a "U.S. Marshals", por conta do personagem de Wesley Snipes. A mescla de violência e brutalidade balanceados com o drama e a sensibilidade me fizeram lembrar também de Hana bi, de Takeshi Kitano.
Sempre bom respirar novos ares e sair do lugar-comum (sem fazer juízo de valor) que são os filmes exibidos nos Multiplex.
Daqueles filmes que, cada vez que re-assisto, fica melhor. Um prato cheio para quem gosta de literatura (brincando com alguns clichês e até ensinando termos narrativos como "character driven" / "story driven"). O personagem sistemático e / ou com TOC (remetendo, de leve, ao filme "Melhor é Impossível", com Jach Nicholson). Um bom roteiro, dando pistas reiteradas e um ar singelo e leve, que nos aconchega.
Li os 3 volumes do livro entre 2012 e 2013 e assisti ao primeiro filme apenas. Sabia que tinha sido lançado o II, mas não sabia ou lembrava do III e, que pena, a julgar pelos comentários daqui. Realmente, esse lance de mudar elenco é algo complicado. Por isso que acho interessante, nestes casos, aquelas minisséries para a TV, como aquelas feitas pelos britânicos. Uns 4 ou 6 episódios dariam conta e poderiam filmar tudo de uma vez. Já não sei se assistirei estes 2 últimos filmes, mas pretendo reler a obra, que é ótima!
Tomei conhecimento da obra através do novo livro de Ignácio de Loyola Brandão, "Desta Terra Nada Vai Sobrar, a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela" (2018), uma distopia com vários paralelos com acontecimentos recentes de nosso país, na forma de extrapolações. Na que se refere à aposentadoria e o papel dos idosos na sociedade, temos uma referência ao filme, de maneira nada sutil ou poética. Nele, 67 anos é a idade. Autoeutanásia, o termo.
Apesar de o livro citar, claramente, o filme de 1958, acabei assistindo aos dois, em ordem cronológica. Se você quiser algo mais poético, sutil, com referências ao teatro Kabuki, fique com o de 1958. Se quiser algo mais cru, visceral e perturbador (esteja avisado), veja este de 1983.
O filme de 1983 é extremamente chocante, mas seu final tem uma melhor construção. No filme de 1958, a jornada até Narayama soa como um 'passeio no parque', no filme de 1983, toma uma boa parte do tempo em tela, nos fazendo sentir a enorme dificuldade para chegar lá.
PS: Em meio a toda podridão, há uma cena que, para o contexto do filme, chega a ser singela: quando a senhora que está doente vai passar a noite com o 'fedido' e diz algo como: "Até que ainda sirvo para alguma coisa". Pois, quando estava desenganada, se lamentava por se achar uma inútil e por não poder terminar sua vida em Narayama.
Este filme trouxe, ao mesmo tempo um alento e um lamento. Suas cores vibrantes, em especial a cena que mostra uma pedra caindo no lago, nos remetem à etimologia de "motion picture" (fotografia em movimento). Algo que, cada vez mais, veremos cada vez menos nos novos filmes.
Tomei conhecimento da obra através do novo livro de Ignácio de Loyola Brandão, "Desta Terra Nada Vai Sobrar, a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela" (2018), uma distopia com vários paralelos com acontecimentos recentes de nosso país, na forma de extrapolações. Na que se refere à aposentadoria e o papel dos idosos na sociedade, temos uma referência ao filme, de maneira nada sutil ou poética. Nele, 67 anos é a idade. Autoeutanásia, o termo.
Depois vou assistir a versão de 1983. Estou gostando destes filmes japoneses antigos. Minha última experiência foi o excelente "Sete Samurais", de Kurosawa.
Já havia assistido há muitos anos o Apocalypse Now (Redux, mais de 3h, mas que não me cansou nem um pouco!). Em 2012, no "auge" de minhas jogatinas, conheci Spec Ops: The Line, jogo que dizia ser uma adaptação moderna do livro Coração das Trevas (Heart of Darkness), desde então surgiu o interesse de ler a obra (algo que ainda não fiz). Mas foi com a série Community (S03E08), que tomei conhecimento das existência desse filme, que algum dia pretendo assistir (depois de ler o livro, preferencialmente). Grata surpresa saber que Tim Roth e John Malkovich estão no elenco!
Resumindo o filme em uma palavra: MEDIAÇÃO. Fala sobre como nos relacionamos, sempre, de forma mediata: através de objetos (cobertor elétrico, que evita o contato direto com o frio), de interpretações (em nossas relações sociais, simulando e dissimulando) e, hoje, através de redes sociais.
Na conversa, falam sobre uma nova língua, do coração. Isso remete ao filme Metrópolis: "O mediador entre a cabeça e as mãos é o coração".
Da próxima vez que alguém vier me perguntar se tenho "Face" [Facebook], vou responder: "Tenho sim. Aqui ó [apontando para meu rosto e o da pessoa] 'Face to Face' ".
Claro que não sou radical, afinal esse espaço aqui já é uma rede rede social. Mas acho interessante essa intermediação para comunicar com pessoas distantes no espaço (que moram em outros estados ou países) ou no tempo (pensadores que já morreram há séculos, através dos livros).
No mais, prefiro conversas presenciais, pois concordo com a máxima: as redes sociais aproximam quem está longe e afastam quem está perto.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraEthan Hawk é fã do Ultraje a Rigor :-P
Estava garimpando para achar um filme bom e diferente no serviço de streaming que tem nome de um grande rio brasileiro e este me chamou à atenção.
Achei incrível como aquele diálogo (com flashback) segura legal a primeira metade do longa, intrigando e prendendo atenção.
Achei genial a simplicidade técnica aliada a complexidade especulativa do roteiro e fator ficção científica.
Porém, o final pode decepcionar, a depender da bagagem de filmes do espectador, por soar muito explicadinho. No meu caso: "Amnésia"; "Primer"; "Os 12 Macacos"; "Looper"; "Mr. Nobody", entre outros. Aliás, fica a dica destes filmes para quem gostou de "O Predestinado".
No mais, o filme acertou em pegar uma temática que está em voga e colocá-la de forma não gratuita, fazendo com que ela seja o um dos pilares da trama.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista Agora"Não basta ser gênio, é preciso coragem para mudar o coração das pessoas".
O filme mostra o paradoxo existente (até hoje, em muitos casos) da convivência entre brancos e negros.
Próxima, íntima, no que se refere ao âmbito profissional e cultural (exemplo: uma manicure ou babá).
Distante, abissal, no que tange ao que seria considerado um contato mais familiar, pessoal (exemplo sentar à mesa, usar mesmo banheiro, copos e talheres).
Sobretudo, evidencia que, muitas vezes, para enxergarmos tudo isso é necessário sentir na pele tais situações. Algo que o documentário Olhos Azuis ilustra muito bem.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraBacurau é uma amostra grátis do futuro para o qual o Brasil caminha, em forma de supositório.
Mandando Bala
3.0 565 Assista AgoraGostei do filme! Passou despercebido por mim na época, apesar de ouvir falar algumas vezes. Filme curto e com enredo na medida, para garantir um sentido mínimo em meio a ação desenfreada.
No final, o jeito que ele empunha a arma, acredito ser uma referência a Django, de 1966, o qual vale muito a pena assistir, para quem curte filmes de ação com tiros e faroeste
Sim Senhor!
3.5 1,9K Assista AgoraSe permitir: acho que essa frase resume a mensagem do filme.
Não se trata de dizer "Sim" para tudo, incondicionalmente. Mas de ponderar quando recebemos um convite. Pessoas na situação inicial como a do personagem de Jim Carrey tem uma postura defensiva e já se fecham, dizem não antes mesmo de pensar. Depois, com mais calma, podem até achar que deveriam ter aceito o convite, proposta etc. Mas como já disse não, fica nessa zona de conforto. É uma postura de se fechar pelo medo da rejeição, do fracasso, frustração etc.
O "Sim" é a ideia de nos arriscarmos mais naquilo que enxergamos que pode nos fazer evoluir, trazer algo de bom em nossas vidas. Mesmo que tenha um desconforto inicial.
Mas sempre tomando o cuidado para não se forçar a fazer algo que realmente não quer fazer e nos deixa muito mal, só para agradar aos outros. Inicialmente, a outra pessoa irá gostar, mas depois de descobrir que fizemos a contragosto pode ser mais frustrante do que uma recusa inicial imediata.
A Travessia
3.6 613 Assista AgoraÓtimo filme. Nos leva à reflexão do valor de coisas "intangíveis". Trata-se de uma experiência, de um momento. Algo que pode até ser filmado, fotografado, mas a sensação estará presente apenas naquele momento.
Nos leva a pensar na realização de sonhos que não são sobre coisas palpáveis, como carros, casas ou milhões na conta bancária. Assim como a transgressão de leis e regras nas quais, em tese, nenhum bem material é subtraído ou deteriorado, a integridade física de terceiros não é comprometida.
Não é à toa que muitos embarcam nesta aventura e se tornam cúmplices. Até mesmo aqueles que não tem coragem nem de ficar em cima de uma cadeira querem contribuir, por ver a grandiosidade de tal performance e, de alguma forma contribuir para sua realização.
Recomendo dois documentários: "O Equilibrista", de 2008 ("Man on Wire"). E também Duna de Jodorowsky (Jodorowsky's Dune, 2013). Este último, não tem nada a ver com essa travessia, mas também mostra alguém que quer realizar uma grande obra e como, com sua paixão, consegue arregimentar uma equipe para sua realização.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraExcelente! Tenho a tendência a procrastinar o filme quando ele é baseado em livro. Mas acabei não resistindo e, mesmo assim, ainda pretendo ler a obra original.
Uma forma de narrativa que não sei se está presente no livro, mas ficou muito boa, foi a estrutura de "capítulos" para apresentar os personagens. Aliás, é digno de nota o peso que cada um deles possui.
No mesmo quesito, fluiu muito bem os temas e explicações nas aulas, servindo como analogia para situações e atitudes dos personagens. E, por mais que tenha sido usada uma metáfora, simbolizando que Auggie seria o astro em que outros planetas orbitavam, o filme não descuida dos outros dramas não físicos, não visíveis ou tangíveis que os outros vivem.
O que, ao final, reforça a ideia de que todos possuem problemas, dos mais diversos tipos e intensidades. E, por mais grave que seja o nosso, temos que guardar aqueles "10%" de energia para conseguir dar apoio e forças para aqueles próximos de nós.
Também chama à atenção o fato de que, assim como não existe ninguém que é 100% "mocinho", "herói", também não existe o "100% vilão". Todos, de uma forma ou de outra, acabam sendo vítimas de alguma circunstância. Mesmo que tenha sido causada pelo próprio agente.
Dentre as lições, cabe relembrar: entre estar certo e ser gentil, escolha a segunda. E, sempre que tiver chance, seja gentil, teça um elogio sincero para as pessoas. Algumas delas podem estar tendo um dia difícil e, em casos extremos, a ponto de fazer alguma loucura. Com nossa gentileza, podemos salvar não só o dia daquela pessoa, mas até mesmo uma vida.
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KTive a oportunidade de ler o livro antes de assistir ao filme (li em uma semana e consegui assistir o filme no último dia que ficou em cartaz no Cinema). Ambos são bons. Porém, da metade para o final, acho que o livro é mais enigmático, interessante.
Agora, voltei aqui para comentar uma relação que fiz: sem dar spoiler, mas notei uma certa semelhança, sob uma certa perspectiva, entre o filme e o livro Em Busca de Sentido, de Viktor Frankl. Sobre o método usado para abstrair as tragédias da vida e, apesar delas, ainda conseguir enxergar um motivo para lutar pela vida. Faz muito tempo que li este último, mas fica a recomendação.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraSingelo. Com lindas tomadas abertas. Ao vê-las, você sente até que o lugar onde você está ficou mais arejado!
Há anos procrastino para ver este (com minha sistemática mania de querer ver "o filme original" antes... Há um filme de 1947, de mesmo nome). Mas vi uma recomendação deste de 2013 e pensei: quer saber? Que se dane, vou assistir agora!
As cores e planos abertos, tomadas aéreas são um colírio. A começar pela ótima escolha de mesclar os créditos iniciais no cenário ("isso" é Cinema!).
Confesso que, após a cena de Cheryl tocando violão e ele pulando no helicóptero, fiquei desconfiado e achei que o final seria uma retomada para algo mais banal e que tudo o mais teria sido sonho. E pensei: se não for sonho, ficará um tanto "forçado". Quanto mais se aproximava do final, mais eu via que tudo caminhava para a segunda opção.
Porém, a mensagem que o filme passou para mim vai muito além disso. Ele não quer mostrar grandes aventuras que só ocorrem na imaginação. Mas sim chamar à atenção para as coisas boas, sejam incríveis ou não que já acontecem na vida real e que, nós, perdidos em nossos devaneios, deixamos de notar e depois nos queixamos por não acontecer nada de incrível em nossa vida.
Da mesma forma, quantos olhares não se cruzam. Quantas conversas não são iniciadas no dia a dia, por estarmos com a cabeça baixa, olhando para a tela do smartphone?
Para quem gostou deste filme, recomendo fortemente Mais Estranho Que a Ficção, com Will Ferrell
Minimalismo: Um Documentário Sobre Coisas Importantes
3.5 195Estou começando a pesquisar mais sobre Minimalismo neste contexto. Até então, só conhecia a vertente estética, fortemente inspirada pela Apple. No livro Sapiens, há uma passagem bem interessante, que faz me parece trazer um paralelo entre os minimalistas que são nômades digitais e as pessoas mais apegadas a um local fixo de moradia e suas coisas:
"com o passar do tempo elas acumularam cada vez mais coisas - objetos, não facilmente transportáveis, que os prendiam ao local. Os antigos agricultores podem nos parecer miseráveis, mas uma família típica tinha mais artefatos que uma tribo inteira de caçadores-coletores [...] na economia de subsistência da caça e da coleta, havia um limite óbvio a tal planejamento a longo prazo. Paradoxalmente, isso poupava os caçadores-coletores de muitas ansiedades. Não fazia sentido se preocupar com coisas que eles não podiam controlar [...] estavam à mercê de secas, inundações e pestes".
Vou tecer algumas observações, apenas apontando e não querendo criticar negativamente:
1) Percebo que boa parte dos minimalistas apresentados seguem um estilo mais aventureiro, de nômade digital, empreendedor ou profissional liberal. Salvo engano, não temos nenhum assalariado ou afim. Além disso, boa parte deles, tiram seu sustento justamente pela promoção do estilo de vida Minimalista: os dois autores do livro e os designers/arquitetos de "Tiny Houses".
2) Outro detalhe que chama à atenção é de que, a despeito da vida pregressa pobre de alguns, a maioria dos minimalistas apresentados só se tornaram minimalistas depois de ultrapassar salários de 6 dígitos. Aliás, a citação de Jim Carrey corrobora este ponto, dizendo que queria que todos tivessem a chance de ser famosos e ricos para ver que isso não é tudo, não traz a felicidade (não lembro ao pé da letra). Isso, é claro, não é um defeito. Mas percebo que é bem difícil introjetar um pensamento minimalista em pessoas de menor poder aquisitivo. É até meio cruel uma pessoa incentivar outra a se abster de algo que nunca teve acesso (sendo que quem geralmente prega isso, já se fartou de tais bens e prazeres). Aliás, fazendo um contraponto, temos o exemplo da Blogueira de Baixa Renda, recomendo o canal. Ela, que mora em comunidade, tem feito vídeos sobre o assunto Minimalismo.
Agora, fato incontestável: quanto mais coisas temos e mais apego a elas, mais preocupações. Não tenho carro (não tenho condições de ter), muitas vezes é frustrante a dificuldade de locomoção (não tenho acesso a Uber porque no meu celular não roda o app até onde sei... tenho um iPhone 4), porém, fico pensando nas preocupações de quem tem um carro: licenciamento, IPVA, revisão, troca de óleo, pastilhas de freio, cambagem de pneus, multas, abastecimento, lavagem, etc.
Tenho dificuldade com os livros. A maioria dos que tenho são e-books. Mas, principalmente, alguns livros didáticos funcionam melhor impressos, sem contar os que não possuem equivalentes. Tenho muitos DVDs também, parei de comprar, porém não me livro dos meus porque o serviço de streaming não possui todos os títulos e, além disso, possuem extras. É interessante ter o filme sempre a mão, sem depender de catálogo ou internet.
Quanto as roupas, uma dica legal que vi: colocar o gancho do cabide ao contrário em todas as roupas, depois de 6 meses a um ano, verificar o que continua ao contrário (que não foi usado) e se livrar, doando, vendendo etc.
Ace Ventura: Um Detetive Diferente
3.1 581 Assista AgoraO primeiro filme que assisti no cinema foi Ace Ventura 2: Um maluco na África, em 1996. Somente anos depois que vim assistir ao primeiro, na Sessão da Tarde, na Globo. Lembro que gravei em VHS e re-assisti algumas vezes. Resolvi assistir mais uma vez, agora na Netflix, com a dublagem clássica, é claro. Continua sendo uma ótima experiência, um dos meus favoritos no gênero comédia.
Enquanto o 2 tem um humor mais pastelão, exagerado. Este é um pouco mais contido, possui uma certa sutileza, se assim podemos dizer. Apesar de Jim Carrey ter ficado ainda mais famoso depois deste filme, acredito que, nele, teve uma de suas melhores performances visuais. Suas caras e bocas, modo de andar, transpiram sinceridade na atuação, você sente que ele se esforçou ao máximo para entregar uma boa atuação. Nos outros filmes, acho que ele já fica um pouco mais tranquilo e não se esforça tanto na atuação.
Além de um ótimo filme de comédia, traz uma boa dose detetivesca, investigativa, que faz lembrar as descobertas de Sherlock Holmes (me refiro aos livros). O roteiro também é competente, amarrando tudo até na última cena do filme. Também traz algo um pouco raro hoje em dia (salvo engano): uma duração mais curta, menos de 1 hora e meia. O filme já começa com "ação", sem explicações mirabolantes e é construído de uma forma que o espectador compreende bem.
A despeito da facilidade do Streaming, é daqueles que vale a pena ter em DVD/Blu-ray.
Os Irmãos Cara-de-Pau
3.8 292 Assista AgoraSempre ouvi falar muito deste filme por parte dos amigos, em podcasts, programas sobre cinema, a emblemática trilha sonora, mas só agora, em 2019, assisti.Causa um estranhamento. A parte de comédia não me fez rir muito, acredito que se o tivesse assistido nos anos 90, teria me divertido mais.
O filme brinca muito com os absurdos, fazendo algo parecido com o que vemos na série Corra Que a Polícia Vem Aí (com Leslie Nielsen). Porém, aqui, o filme simplesmente ignora o absurdo e segue em frente, sem ficar jogando ele na cara, como na maioria dos filmes de comédia. E isso é uma qualidade: Blues Brothers acredita em seu próprio universo, sem temer a descrença dos espectadores.
A qualidade técnica é excelente e surpreende a quem espera apenas um filme de comédia, pois tem cenas de ação alucinantes, envolvendo perseguições de carros. De cair o queixo mesmo, rivalizando com as de filmes como: Corrida Contra o Destino, Bullitt e, até mesmo, o primeiro Mad Max (1979). Algo cada vez mais raro e que traz grande nostalgia, por conta dos efeitos práticos, hoje (quase sempre) substituídos pelos efeitos visuais "de computador".
Também se enquadra no formato de musical, se considerarmos numa classificação mais ampla. Ótima trilha e performances, mesclando os aspectos positivos em situações negativas (até à última cena). Isso também é um ponto positivo para o filme, que traz uma mensagem animadora sem negar a realidade: a possibilidade de melhora "apesar de".
Mudo
2.6 240 Assista AgoraNotei as notas baixas e comentários negativos. Ainda assim, resolvi assistir por: gostar desse visual meio cyberpunk/Blade Runner, por ser do mesmo diretor do ótimo Lunar e por ter o Alexander Skarsgård, que fazia o Eric, da série True Blood.
Decepção. Relutei muito em assistir ao ver que tinha mais de 2 horas e a mim, parece uma duração bem maior do que a necessária. Lunar tem pouco mais de 1 hora e meia, um ritmo bem lento, mas é bem intrigante. O enredo deste (para decepção maior ainda, escrito pelo próprio Duncan Jones) é bem disperso.
O que salvou, para mim, foi um pouco dos visuais, por lembrarem Blade Runner e as referências ao filme Lunar
há uma cena numa TV de um café que mostra Sam Bell e sua cópia num tribunal, onde ambos afirmam ser Sam Bell. O posto de gasolina (ou melhor, de recarga elétrica) e suas máquinas de conveniência são da Lunar Industries
Até o próprio Alexander Skarsgård teve uma atuação bem fraca. Antes, sempre falava que ele seria a escolha perfeita para um filme do Thor, mas acho que só pelo visual mesmo. Sua atuação que parece não variar muito, parece ter caído bem só no personagem de True Blood mesmo.
Não sei qual foi o orçamento deste filme, mas se foi muito alto, talvez seja melhor Duncan voltar para projetos mais independentes para que as limitações estimulem mais sua criatividade, como ocorrera em Lunar.
Cemitério Maldito
2.7 891O gato parece o gato do PC no PC do PC Siqueira XD
Assistível. Como já assisti o antigo, não estava com vontade de ver o novo. Acabei indo só para acompanhar os amigos, achei legal pela diversão e para dar risada das tosquices. Mas para quem for levar o filme a sério, pode se decepcionar. Bastante.
Faça o que eu Digo, Não Faça o que eu …
3.3 303 Assista AgoraAchei a premissa inicial bem interessante, mas achei que faltou alguma "liga". A parte do RPG achei bem enfadonha (acho que a execução nos moldes do que costumam fazer na série Community seria mais legal). Também poderia ter uma uma duração menor. Enfim, acho que coloquei expectativa no filme.
Samba
3.8 336"Deve ser a resistência..." :-)
Filmaço. Decidi assisti-lo por ser dos mesmos diretores de "Intocáveis" (Intouchables, 2011). De antemão, para quem gostou da temática e sensibilidade de "Samba", recomendo a minissérie britânica, de 4 capítulos, "Run", de 2013.
Voltando ao filme, penso que ele mostra o pior de 2 mundos: daqueles que não tem o mínimo existencial para levar uma vida digna e, ainda assim, lutam por ela, por pior que seja. E daqueles que estão materialmente plenos, mas que perderam a essência da vida para levá-la adiante.
Acabei imaginando isso de uma forma bem visual e simbólica e o que me veio à mente foi a imagem do Yin e o Yang:
O Yin, [sem conotações sobre a cor de pele] sendo Samba, a metade escura representando as condições degradantes em que vive, sem condições materiais mínimas, porém com aquele ponto branco que é sua gana de viver.
Já o Yang, seria Alice, a metade clara representando todo o conforto material que o dinheiro pode proporcionar preenchido, embora o ponto negro é justamente a ausência daquela chama da vida.
Ao passo que, juntos, Samba e Alice podem formar a síntese, preenchendo suas respectivas lacunas de forma recíproca.
Um momento bem singelo é quando Alice diz que ficou feliz e Samba responde: "Fico feliz por você ter ficado feliz". É de uma empatia sem igual.
E, em meio a tudo isso, não poderia deixar passar a história contada pelo tio de Samba, que traz uma reflexão justamente sobre essa temática maior do filme. Alertando que não basta a vontade de viver, é necessário saber diferenciar aquilo que é um mero anestésico ou distração das coisas que realmente irão nos preencher e nos edificar.
"Na África, nas noites de chuva, os insetos efêmeros, voam dando voltas e caem nos pratos. Batem nas paredes e já caem meio mortos. O problema é que eles não conseguem resistir à atração da luz. O desejo de viver é grande demais. Eles giram freneticamente em torno da lâmpada. Pela manhã, eles parecem as pequenas folhas mortas espalhadas sobre a mesa, embora no dia anterior fossem borboletas. Eu desejo que nenhum de nós seja um desses efêmeros".
O Homem de Lugar Nenhum
4.1 238 Assista AgoraFilmaço, não lembro onde vi a indicação, mas foi de algum canal sobre cinema, acho que do "Every frame a painting" ou outro relacionado.
Guardados todos os méritos do filme, me remeteu a "O Profissional", de Luc Besson e, em menor parte, a "U.S. Marshals", por conta do personagem de Wesley Snipes. A mescla de violência e brutalidade balanceados com o drama e a sensibilidade me fizeram lembrar também de Hana bi, de Takeshi Kitano.
Sempre bom respirar novos ares e sair do lugar-comum (sem fazer juízo de valor) que são os filmes exibidos nos Multiplex.
Mais Estranho que a Ficção
3.9 603Daqueles filmes que, cada vez que re-assisto, fica melhor. Um prato cheio para quem gosta de literatura (brincando com alguns clichês e até ensinando termos narrativos como "character driven" / "story driven"). O personagem sistemático e / ou com TOC (remetendo, de leve, ao filme "Melhor é Impossível", com Jach Nicholson). Um bom roteiro, dando pistas reiteradas e um ar singelo e leve, que nos aconchega.
Atlas Shrugged III: Who is John Galt?
2.5 7Li os 3 volumes do livro entre 2012 e 2013 e assisti ao primeiro filme apenas. Sabia que tinha sido lançado o II, mas não sabia ou lembrava do III e, que pena, a julgar pelos comentários daqui. Realmente, esse lance de mudar elenco é algo complicado. Por isso que acho interessante, nestes casos, aquelas minisséries para a TV, como aquelas feitas pelos britânicos. Uns 4 ou 6 episódios dariam conta e poderiam filmar tudo de uma vez. Já não sei se assistirei estes 2 últimos filmes, mas pretendo reler a obra, que é ótima!
A Balada de Narayama
4.0 54Tomei conhecimento da obra através do novo livro de Ignácio de Loyola Brandão, "Desta Terra Nada Vai Sobrar, a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela" (2018), uma distopia com vários paralelos com acontecimentos recentes de nosso país, na forma de extrapolações. Na que se refere à aposentadoria e o papel dos idosos na sociedade, temos uma referência ao filme, de maneira nada sutil ou poética. Nele, 67 anos é a idade. Autoeutanásia, o termo.
Apesar de o livro citar, claramente, o filme de 1958, acabei assistindo aos dois, em ordem cronológica. Se você quiser algo mais poético, sutil, com referências ao teatro Kabuki, fique com o de 1958. Se quiser algo mais cru, visceral e perturbador (esteja avisado), veja este de 1983.
Na verdade, ambos são muito bons.
O filme de 1983 é extremamente chocante, mas seu final tem uma melhor construção. No filme de 1958, a jornada até Narayama soa como um 'passeio no parque', no filme de 1983, toma uma boa parte do tempo em tela, nos fazendo sentir a enorme dificuldade para chegar lá.
PS: Em meio a toda podridão, há uma cena que, para o contexto do filme, chega a ser singela: quando a senhora que está doente vai passar a noite com o 'fedido' e diz algo como: "Até que ainda sirvo para alguma coisa". Pois, quando estava desenganada, se lamentava por se achar uma inútil e por não poder terminar sua vida em Narayama.
A Balada de Narayama
4.3 31Este filme trouxe, ao mesmo tempo um alento e um lamento. Suas cores vibrantes, em especial a cena que mostra uma pedra caindo no lago, nos remetem à etimologia de "motion picture" (fotografia em movimento). Algo que, cada vez mais, veremos cada vez menos nos novos filmes.
Tomei conhecimento da obra através do novo livro de Ignácio de Loyola Brandão, "Desta Terra Nada Vai Sobrar, a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela" (2018), uma distopia com vários paralelos com acontecimentos recentes de nosso país, na forma de extrapolações. Na que se refere à aposentadoria e o papel dos idosos na sociedade, temos uma referência ao filme, de maneira nada sutil ou poética. Nele, 67 anos é a idade. Autoeutanásia, o termo.
Depois vou assistir a versão de 1983. Estou gostando destes filmes japoneses antigos. Minha última experiência foi o excelente "Sete Samurais", de Kurosawa.
Papillon
3.7 223 Assista Agora... Mais um remake... Gosto muito do trabalho do Charlie Hunnam, posso até assistir algum dia, mas não antes de assistir o antigo, com Dustin Hoffman.
A Maldição da Selva
3.1 6Já havia assistido há muitos anos o Apocalypse Now (Redux, mais de 3h, mas que não me cansou nem um pouco!). Em 2012, no "auge" de minhas jogatinas, conheci Spec Ops: The Line, jogo que dizia ser uma adaptação moderna do livro Coração das Trevas (Heart of Darkness), desde então surgiu o interesse de ler a obra (algo que ainda não fiz). Mas foi com a série Community (S03E08), que tomei conhecimento das existência desse filme, que algum dia pretendo assistir (depois de ler o livro, preferencialmente). Grata surpresa saber que Tim Roth e John Malkovich estão no elenco!
Meu Jantar com André
4.1 78Resumindo o filme em uma palavra: MEDIAÇÃO.
Fala sobre como nos relacionamos, sempre, de forma mediata: através de objetos (cobertor elétrico, que evita o contato direto com o frio), de interpretações (em nossas relações sociais, simulando e dissimulando) e, hoje, através de redes sociais.
Na conversa, falam sobre uma nova língua, do coração. Isso remete ao filme Metrópolis: "O mediador entre a cabeça e as mãos é o coração".
Da próxima vez que alguém vier me perguntar se tenho "Face" [Facebook], vou responder: "Tenho sim. Aqui ó [apontando para meu rosto e o da pessoa] 'Face to Face' ".
Claro que não sou radical, afinal esse espaço aqui já é uma rede rede social. Mas acho interessante essa intermediação para comunicar com pessoas distantes no espaço (que moram em outros estados ou países) ou no tempo (pensadores que já morreram há séculos, através dos livros).
No mais, prefiro conversas presenciais, pois concordo com a máxima: as redes sociais aproximam quem está longe e afastam quem está perto.