Gosto tanto do "Halloween" original quanto do filme do Zombie de 2007, que para mim são filmes complementares. "Halloween 2" é o oposto do filme anterior. Se aquele era criticado por querer explicar demais, este não diz nada. Por exemplo há umas sequẽncias de sonho que supostamente deveriam aprofundar o personagem do Michael Mayers mas acaba por complicar a trama desnecessariamente em um filme saturado de técnica sem subtância.
Parei de ver com 6 minutos. De início a tentativa de ter uma pegada "Silêncio dos Inocentes" estava escancarada, mas quando a pirralha começou a falar imitando Hannibal Lecter foi demais pra minha suspensão da descrença
Passados sei lá quantos anos de seu lançamento,"Kids" é ainda alvo de crítica, mas por outro lado: por não ser substancial o bastante. Mas teve valor em seu tempo. Com uma juventude afogada nas mídias como cinema, televisão, games; "Kids" é um retrato dos jovens apáticos em meio a um mundo em movimento, e com nenhuma outra perspectiva além de se estimularem inconsequentemente com drogas e sexo. Além do que fez a fama do filme, cenas soft porn com atores adolescentes, há pouco aprofundamento na sucessão de situações que apenas acontecem. Essa poderia ser uma decisão criativa para que os espectadores, como testemunhas, julgarem por si os personagens e suas ações; quanto pela fidelidade em retratar esses jovens em suas vidas ocas. Os atores são absurdamente bem dirigidos, demonstrando um leque de emoções que entrega a tragédia no desfecho da tênue trama que conduz o filme.
Continuação preguiçosa de um filme criativo. Rec 2 é o Rec 1, só que com policiais porque tem que ter ação, com adolescentes retardados porque todo filme de terror tem que ter adolescente retardado, tem exorcismo porque não, explicação do final do primeiro filme porque tem que explicar tudo. O cenário é repetido, há cenas repetidas e climax repetido. Você não precisa assistir o mesmo filme de novo sem nada de tudo aquilo que o fez diferente.
Esse filme foi feito para todos os milhões de cinéfilos que perderam o sono imaginando "como seria A Bruxa de Blair na Romẽnia?". Pois é, ninguem se perguntou isso. O filme tem a cena da barraca, o final de REC e coraçõezinhos no lugar dos bonecos de graveto. Mais desnecessário impossível. Mas a atriz é gatinha, se é pra citar algo positivo.
O filme tem seus méritos. Considerando o baixo orçamento da produção e os limites do gênero de "casa assombrada", consegue ser criativo e caprichado. "A Casa Assombrada" investe quase dois terços da duração desenvolvendo personagens, e quando parece não ter mais tempo para engrenar a história, a impressão que se tem é que o filme se desdobra para mais uma hora. A natureza da assombração da casa é interessante e foi o motivo de ter me prendido até o final, porém quando o filme chega ao fim ele não conclui satisfatoriamente nada. O final em aberto não se conecta com nenhum dos arcos da história, nem com a epígrafe, nem com o título original, nem nada. De minha parte, como eu gosto de ver ideias fora da caixa mesmo que não tão bem executadas, "A Casa Assombrada" valeu a intenção do que o filme poderia ser se não fosse o final.
"Virus" tem um jeitão de filme anos 90, mas não se deve cometer o erro de achá-lo datado ou só mais um enlatado de seu tempo, pois se trata de bom entretenimento. O filme mistura tanto o elemento de terror quanto a ficção científica, com a ação desenrolando em um ambiente claustrofóbico semelhante à "Alien". Pode-se considerar "Vírus" uma reinterpretação da criatura de "Alien" em seu tempo, adaptando o conceito para um vírus de computador que se replica além do ambiente eletrônico utilizando de seres humanos para criar autênticos seres biomecânicos. Ciborgues. Há outras semelhanças como a ação se passar em "naves" (ships), temos uma Ripley (Lee Curtis) e tripulantes discutindo o pagamento. Mas "Vírus" não é como outras cópias de "Alien" pois muito dos seus méritos vem de outra mídia. O filme é adaptação de um quadrinho da Dark Horse (a mesma que publicou outro sucesso dos anos 90, "O Máskara") de mesmo nome, equilibrando bem a ação com uma história interessante e personagens com motivações críves, principalmente o vilão de Donald Sutherland. Além desse e da citada Jamie Lee Curtis, o filme também conta com William Baldwin no elenco (coisa mais anos 90 é impossível). Os monstros são visualmente impressionantes e são bem grotescoso, feitos de animatrônicos e maquiagem, atribuindo um charme especial até hoje.
Um grupo de japoneses vão à Marte para trabalhar matando baratas. Lá eles descobrem que as baratas são, tipo, bombadas e querem matar os humanos das maneiras mais exageradas possíveis. Mas para a sorte dos humanos eles também tem poderes de inseto para lutar contra as baratas. O que me impressiona é o capricho e a seriedade com que os japoneses fazem tudo, os figurinos e os cenários ficam bem em tela (até as baratas, que são obviamente falsas, combinam com o clima kafkiano do filme) e os atores são bem dirigidos, deixando a sinopse de "Terra Formars" mais engraçada e absurda. Após uma hora de filme (do total de uma hora e quarenta e quatro minutos) a premissa fantástica deixa de ser interessante porque perde a surpresa do inusitado, aprofundando mais nos personagens e na trama do enredo. Este momento é quando o filme perde a maioria dos espectadores, mas de minha parte eu fiquei interessado em saber como o filme terminaria. E não fiquei desiludido, pois há uma sequência que mistura o poético e o bizarro que só os japoneses sabem fazer e ter essa experiência já me valeu o filme. "Terra Formars" não é o melhor filme do Takashi Miike, mas ainda diverte e distrai.
"Liga da Justiça de Zack Snyder" é a obra prima do Zack Snyder. Gostando ou não, isso é um fato. Ele é um raro diretor que possui estilo próprio em uma época que a cultura de massa nivela as obras cinematográficas para baixo para conseguir um público maior, ávidos pelo "mais do mesmo". Em contramão disso, é possível reconhecer um "filme do Zack Snyder" ou "tipo Zack Snyder" de longe. Em "Liga da Justiça de Zack Snyder" dá para perceber que tudo o que o diretor sabia de cinema ele colocou no filme, e tudo o que ele já fazia ele continua fazendo, com esteróides, para fazer o maior filme "massa véio" e repleto de fanservice de todos os tempos. Lógico que você não é obrigado a gostar disso, mas será muito difícil passar pela primeira meia hora (de quatro) se se aventurar nesta obra. Aí você vai ficar tipo "ain, o Batchimã naum matah", P**** MANO, PARADEMONIO NAO É GENTE! TA COM PENA DE PARADEMONIO AGORA? VAI CRIAR ONG DE ADOÇÃO DE PARADEMONIO???? Enfim, eu me exaltei. Mas voltando aonde eu estava, neste tempo o filme não fazia o menor sentido pra mim (aliás, tem que destacar que "Liga da Justiça de Zack Snyder" é continuação direta do polêmico "Batman V Superman") e muitas vezes eu me pegava pensando "pra quê isso, mano?" e "ok, já entendi, não precisa me mostrar isso!". Mas depois da primeira parte o filme engrena e te cativa de um modo é difícil parar. A estrutura em capítulos me parecia se despropositada antes de ver o filme, mas durante a exibição a experiência é a mesma de se maratonar uma minissérie ou os desenhos animados da Liga, com cada parte com arcos definidos e que se conectam com o seguinte. Personagens como Flash, Aquaman e Ciborgue são bem apresentados com as personalidades e motivações bem definidas. Ciborgue com certeza é o que tem o arco mais interessante. Ray Fisher faz um personagem muito bacana: quando ele está com roupas de esportista ele tem postura reta, elegante; mas quando se mostra como Ciborgue para a Diana ele tem uma postura curvada muito semelhante aos dos filmes do Corcunda de Notre Dame ou o Igor de Frankenstein. A interação entre os personagens é boa, tem humor de situação mas sem cair no ridículo. O vilão Lobo da Estepe tem mais profundidade e o que é melhor, podemos ver a atuação de voz de Cyaran Hinds que já interpretou bilhantemente o melhor César de todos na série Roma da HBO. "Liga da Justiça de Zack Snyder" não muda a história do filme de 2017, mas deixa a trama mais satisfatória: a derrota de Lobo da Estepe não é tão fácil porque a vitória sobre o vilão exige a atuação de outros personagens e a batalha final tem um climax melhor. Enfim, eu não dou nota alta para qualquer filme, os filmes que eu dei nota maior que 4 foram "Lawrence da Arábia" (que é um filme perfeito e meu filme favorito de todos os tempos) e "Willy's Wonderland" que eu dei 4,5 de sacanagem, mas "Liga da Justiça de Zack Snyder" além de ser uma obra madura de um diretor e ser o épico do gênero dos filmes de super herói, é uma obra coletiva. Zack Snyder fez este filme para os fãs e foram os fãs que confiaram no diretor, mesmo debaixo de tanta polêmica, críticas injustiças e tragédias pessoais, que acreditaram na visão do diretor e tornaram esse projeto possível. Então fã, seja feliz enquanto assiste "Liga da Justiça de Zack Snyder" porque faz parte daquele prazer de ser fã da DC. PS: só pra não falarem que só disse qualidades, poderiam lançar uma versão "Snyder Cut Without OOOaaaaOOOOaaaaOOOOhhhhh Edition" porque... nossa, enjoou essa música
"Uma Aventura na Ilha Deserta" é uma adaptação do clássico romance "O Senhor das Moscas". Mas com estereótipos de filmes adolescentes dos anos 80. Tem até o Corey Feldman. E funciona, depende, é claro, do quanto você é apegado à fonte de inspiração. Apesar disso, o filme mantém em sua conclusão o mesmo tom agridoce do romance e ainda assim consegue ser uma obra distinta e pertencente á sua propria época. O filme respeita muito a forma criada pelo John Hughes em seus filmes, transformando "Uma Aventura na Ilha Deserta" em uma fábula sobre amadurecimento e autodescoberta
Esse filme não seria ruim SE não fosse por uma coisa: O Senhor dos Anéis, que colocou os filmes de fantasia em outro patamar (e os filmes épicos de sua época em um todo). Ainda que a única referência da cultura de massas fosse a adaptação em desenho animado do RPG Dungeons and Dragons, conhecido no Brasil como Caverna do Dragão, as décadas que separam o desenho de sua versão cinematográfica seria o suficiente para categorizá-lo como um produto da nostalgia, apelo para o público dos anos 2000 (o que de fato aconteceu). Enfim, dá para perceber a abordagem caricata tanto nos figurinos quanto na atuação exagerada de Jeremy Irons, mas também se nota que houve um investimento nos já citados figurinos e nos cenários internos que são bem bonitos. Todo esse investimento faltou nos efeitos especiais, que faz categorizar Dungeons and Dragons no gênero "trash". Além do Jeremy Irons, o elenco conta com Tora Birch, que era a musa dos filmes independentes antes da Scarlet Johansson e a promessa de ser uma grande estrela de Hollywood em sua primeira grande produção, mas Dungeons and Dragons aparentemente matou a carreira dela. Uma coisa legal neste filme é a participação do Riff Raff do Rocky Horror Picture SHow, comandando um game show dentro do filme.
Este filme passava no Cine Privê. Contexto: era anos 90 e muitos atores da década anterior não conseguiram fazer a transição para uma nova década. Eis que temos dois dos atores mais queridos dos anos 80, Haim e Feldman, em um fundo do poço moral e artístico, produzindo e estrelando este filme que não consegue ser nem comédia e nem pornô. É degradante. E se esta fita tem alguma utilidade, é mostrar as consequências dramáticas de abuso moral e sexual de crianças e do vício em drogas
Nicolas Cage entrega uma atuação brilhante neste filme que é uma obra prima. A prova de que o que eu falo sério é que eu dei a Willy's Wonderland uma nota maior que Lawrence da Arábia, que é o melhor filme de todos os tempos. Apensar da comparação com Five Night's at Freddie's, inclusive com um background que lembra muito uma das teorias sobre o game, Willy's Wonderland tem situações distintas e é suficientemente original para que não se tenha a impressão de assistir uma filmagem do jogo. Os animatrônicos são diferentes, inclusive entre si, e são todos feitos de efeitos práticos, o que torna muito mais divertido quando Nicolas Cage os massacra com brutalidade satisfatória. E tem Nicolas Cage mudo, transbordando emoções com o olhar que é uma aula de interpretação (é impossível querer elogiar esse filme sem parecer irônico; e não importa quantas vezes eu enfatize isso, não será verdade o suficiente).
Ender's Game é entretenimento de qualidade. O enredo promete um épico espacial, se passando em um futuro em que a humanidade espera uma nova invasão alienígena de seres de intenções desconhecidos aparentados com insetos. O clichê acaba aqui, o filme se desenvolve em torno do personagem Ender, que é apresentado de maneira ambígua: ele evita lutar e para isso é capaz de eliminar seu inimigo de forma implacável e definitiva. Logo, nos vemos acompanhando um antiherói e um possível vilão, e nos identificando com suas emoções, graças á ótima atuação de Asa Butterfield no papel título do filme. A trama de autodescoberta de Ender acontece durante um treinamento em uma estação espacial aonde ele e outros jovens são preparados para a guerra contra os tais alienígenas. Emboras limitadas neste contexto e espaço, as cenas de ação não são monótonas, elas ocorrem em gravidade zero e são belamente filmadas e coreografadas, com situações distintas e uma trilha sonora muito emotiva. O terço final do filme, embora seja muito breve, encerra de forma satisfatória a jornada de Ender, lembrando que este filme se parece bastante em motivo com 12 Casas de Shaolim, em que o importante é a descoberta, a conquista de si mesmo, e não seu objetivo final.
O elenco secundário é ótimo, com excelentes atores veteranos como Abigail Breslin, Ben Kinsley e Viola Davis e Harrison Ford, que é a face e o nome para atrair o grande público para o filme. Muito se critica sobre o sub aproveitamento desses atores, principalmente de Viola Davis. Há muito pouco desenvolvimento desses personagens, provavelmente em benefício do personagem principal, então não havia muito no que esses atores trabalharem: o personagem de Ben Kinsley é uma presença constante na história, ele é belamente apresentado no terço final do filme, mas não é relevante para o desfecho. A personagem de Viola Davis serve apenas para que o personagem do Ford tenha diálogos expositivos. Por falar no personagem do Harrison Ford, também é muito raso, porém o ator consegue passar sentimentos de seu personagem para Ender, como confiança e persuasão.
É meio difícil recomendar ou não este filme porque depende muito do tipo de humor de quem assiste, mas Jackboots on Whitehall definitivamente vale a pena ser assistido por sua maravilha técnica. O filme tem um charme raro de ser uma animação com bonecos, não com stop motion, mas com marionetes manipuladas em cena. Todo o cenário é bonito com o carinho nos detalhes e veículos se movimentando por controle remoto. É nostálgico ver os bonecos se matando e se explodindo como soldados de brinquedo que são. Essa proeza não é a toa, porque séries de marionetes da Inglaterra, como Thunderbirds, foram muito famosas na segunda metade da década de 90 e é como assistir novamente esta tradição. Infelizmente as piadas são características e podem não soar tão interessantes, focam basicamente em estereótipos das Ilhas Britãnicas e humor autodepreciativo. Talvez este tipo de humor fácil não fosse um problema se as esquetes estivessem ligadas em um fio de narrativa interessante, que não estão. Ainda pesa contra que existe uma produção contemporânea recente que pode ser comparada com Jackboots on Whitehall, Team America de Trey Parker e Matt Stone, que gostando deles ou não elevam o nível do politicamente correto. Mas o filme tem sua recompensa, terminando em uma apoteose anárquica, absurdamente maluca, que me obrigou a repetir os últimos 20 minutos e foi aí que marquei como "favorito"
É muito difícil inovar em uma narrativa que é contada e recontada durante séculos, em produções ora boas, ora modestas. A Ressurreição consegue trazer essa inovação ao mesmo tempo que se mantém fiel ao seu material de origem mudando o ponto de vista da ressurreição para um tribuno romano. Em A Ressurreição, Jesus já está morto e a trama gira em torno do Tribuno que tem que lidar com o que acontece depois: qual fim terá, ou teve, o corpo de Jesus? A narrativa desenrola como uma investigação policial, até mesmo com tons políticos pois o destino da frágil relação entre judeus e romanos também é o do corpo de quem seria o messias. É muito interessante destacar no personagem principal em como ele tenta racionalizar as crenças de um povo diferente do seu com as crenças romanas da existência do corpo. A produção é modesta, mas bem caprichada. O mise en scene valoriza muito o cenário e os figurinos. Infelizmente, pelo menos para mim, o filme segue o mesmo caminho previsível de outras produções do gênero e perde o mistério, junto com o protagonismo do personagem principal; mas isso não deve ser nenhum demérito para quem procura este filme pelo seu conteúdo religioso e espiritual.
Eu nunca fui um fã do primeiro filme, e talvez por isso eu assisti esta continuação de coração aberto e eu nunca imaginei que eu gostaria tanto. É um filme fiel ao original que cria a sua história através de um ciclo qual é o tema desta série: criação. Na obra original, uma criatura dá origem à sua criação; e nesta sequência a criação dá origem á criatura. A trama parece óbvia em menos de uma hora de rodagem, mas a sua conclusão não é. A trama é cheia de ambiguidades que caracteriza seus persoangens replicantes, mas em nenhum tempo o roteiro subestima sua inteligência e tenta te enganar. Visualmente, o filme apresenta os mesmos elementos do filme original, a arquitetura, a chuva... Mas o filme expande os cenários da trama, e são nestes cenários que Blade Runner 2049 imprime sua própria identidade e se distingue (e não tenta ser outra cópia de Blade Runner). O filme é todo contemplativo e parece durar muito mais do que as já extensas 2 horas e quarenta minutos, mas quando o filme abre com uma tomada incrível de uma fazenda futurista (assista este filme na maior tela que vc conseguir!) vc já está dentro deste universo e quer voltar para ver mais. E quando termina vc quer mais. Raramente dou cinco estrelas para um filme, só para Lawrence da Arábia que pra mim é o filme perfeito, e dou 4 e meio para Blade Runner 2049
Quando eu vi a Apple apresentar a video chamada em um smartphone em 2001, eu comentei com meu pai "estamos vivendo no Blade Runner". Assistindo 2049 eu fui no site da Amazon porque eu queria comprar uma Alexa pra mim, igual a Joi do filme (pois é). Foi quando descobri que o nome do produto é "echo" e não "Alexa", mas todos os usuários insistiam em se referir ao produto pelo nome. Vivemos no Blade Runner, manos...
...E na época de facebook, instagram e tinder, em que tentamos ser perfeitos e cobrar perfeição de quem interagimos, 2049 consegue ser crítico aos nossos sentimentos em relação à tecnologia. A tal criança que é "a revolucionária", a "líder", o "milagre", e "perfeita" é tão humana que até tem defeito.
Filme sobre a transição da adolescência e o fim da inocência, tem o seu mérito em expor a moralidade quando a percepção de certo e errado se mostra mais complexa nesta idade. Tem-se um personagem, um bully, que afronta o irmão de um personagem mais velho, que junto com um outro adolescente, planejam uma viagem de carro à um rio para se vingarem. A m**** está armada. Logo o bully se mostra um personagem bem tratável, alguem que nunca teve a oportunidade de se amigar com alguem, e demonstra até uma certa condição psíquica que dificulta seu trato com o resto de seu meio. Ele e o garoto com quem ele brigou na escola até ficam amigos, como crianças que são; mas um dos adolescentes de comportamento acima de qualquer suspeita parece que toma as dores do amigo apenas como uma desculpa para ferir alguém. As atuações estão à altura da complexidade do conflito, infelizmente a resolução em minha opinião não foi satisfatória por escolher o caminho mais fácil. Ainda assim o filme tem o mérito em mostrar o peso da morte para os personagens em um momento da vida em que vida e morte parecem extremos opostos.
É um filme sobre um barco endemoniado. E isso é ridículo, sabem por quẽ? Porque levaram isso a sério. Sabe outra coisa que é ridícula? Um carro endemoniado chamado Christine. Mas todo mundo gosta de Christine, porque o filme não se leva a sério. Ok, não tem piadas, mas é tudo meio ridículo: furar um iorgute com um canivete, o nerd que vira o James Dean, triângulo amoroso, assassinatos mirabolantes e aquela trilha sonora de teclado Cassio. Acho que vou ver Christine...
Esse filme tem várias tosqueiras que o transformam em um dos meus trash favoritos, mas o ponto alto é o final, que em meio a tanto absurdo consegue ser perturbador com um simbolismo tão simples.
Transmorphers 2: Fall of Man
2.3 6TEM UMA ANTENA PARABOLICA QUE SE TRANSFORMA EM ROBO VEI
Halloween 2
2.6 680 Assista AgoraGosto tanto do "Halloween" original quanto do filme do Zombie de 2007, que para mim são filmes complementares. "Halloween 2" é o oposto do filme anterior. Se aquele era criticado por querer explicar demais, este não diz nada. Por exemplo há umas sequẽncias de sonho que supostamente deveriam aprofundar o personagem do Michael Mayers mas acaba por complicar a trama desnecessariamente em um filme saturado de técnica sem subtância.
Maligna
2.6 100 Assista AgoraParei de ver com 6 minutos. De início a tentativa de ter uma pegada "Silêncio dos Inocentes" estava escancarada, mas quando a pirralha começou a falar imitando Hannibal Lecter foi demais pra minha suspensão da descrença
Kids
3.5 665Passados sei lá quantos anos de seu lançamento,"Kids" é ainda alvo de crítica, mas por outro lado: por não ser substancial o bastante. Mas teve valor em seu tempo. Com uma juventude afogada nas mídias como cinema, televisão, games; "Kids" é um retrato dos jovens apáticos em meio a um mundo em movimento, e com nenhuma outra perspectiva além de se estimularem inconsequentemente com drogas e sexo. Além do que fez a fama do filme, cenas soft porn com atores adolescentes, há pouco aprofundamento na sucessão de situações que apenas acontecem. Essa poderia ser uma decisão criativa para que os espectadores, como testemunhas, julgarem por si os personagens e suas ações; quanto pela fidelidade em retratar esses jovens em suas vidas ocas. Os atores são absurdamente bem dirigidos, demonstrando um leque de emoções que entrega a tragédia no desfecho da tênue trama que conduz o filme.
[REC]² Possuídos
3.1 1,4K Assista AgoraContinuação preguiçosa de um filme criativo. Rec 2 é o Rec 1, só que com policiais porque tem que ter ação, com adolescentes retardados porque todo filme de terror tem que ter adolescente retardado, tem exorcismo porque não, explicação do final do primeiro filme porque tem que explicar tudo. O cenário é repetido, há cenas repetidas e climax repetido. Você não precisa assistir o mesmo filme de novo sem nada de tudo aquilo que o fez diferente.
Prisioneiros do Demônio
1.2 68 Assista AgoraEsse filme foi feito para todos os milhões de cinéfilos que perderam o sono imaginando "como seria A Bruxa de Blair na Romẽnia?". Pois é, ninguem se perguntou isso. O filme tem a cena da barraca, o final de REC e coraçõezinhos no lugar dos bonecos de graveto. Mais desnecessário impossível. Mas a atriz é gatinha, se é pra citar algo positivo.
A Casa Assombrada
1.2 31 Assista AgoraO filme tem seus méritos. Considerando o baixo orçamento da produção e os limites do gênero de "casa assombrada", consegue ser criativo e caprichado. "A Casa Assombrada" investe quase dois terços da duração desenvolvendo personagens, e quando parece não ter mais tempo para engrenar a história, a impressão que se tem é que o filme se desdobra para mais uma hora. A natureza da assombração da casa é interessante e foi o motivo de ter me prendido até o final, porém quando o filme chega ao fim ele não conclui satisfatoriamente nada. O final em aberto não se conecta com nenhum dos arcos da história, nem com a epígrafe, nem com o título original, nem nada. De minha parte, como eu gosto de ver ideias fora da caixa mesmo que não tão bem executadas, "A Casa Assombrada" valeu a intenção do que o filme poderia ser se não fosse o final.
Vírus
2.6 62"Virus" tem um jeitão de filme anos 90, mas não se deve cometer o erro de achá-lo datado ou só mais um enlatado de seu tempo, pois se trata de bom entretenimento. O filme mistura tanto o elemento de terror quanto a ficção científica, com a ação desenrolando em um ambiente claustrofóbico semelhante à "Alien". Pode-se considerar "Vírus" uma reinterpretação da criatura de "Alien" em seu tempo, adaptando o conceito para um vírus de computador que se replica além do ambiente eletrônico utilizando de seres humanos para criar autênticos seres biomecânicos. Ciborgues. Há outras semelhanças como a ação se passar em "naves" (ships), temos uma Ripley (Lee Curtis) e tripulantes discutindo o pagamento. Mas "Vírus" não é como outras cópias de "Alien" pois muito dos seus méritos vem de outra mídia. O filme é adaptação de um quadrinho da Dark Horse (a mesma que publicou outro sucesso dos anos 90, "O Máskara") de mesmo nome, equilibrando bem a ação com uma história interessante e personagens com motivações críves, principalmente o vilão de Donald Sutherland. Além desse e da citada Jamie Lee Curtis, o filme também conta com William Baldwin no elenco (coisa mais anos 90 é impossível). Os monstros são visualmente impressionantes e são bem grotescoso, feitos de animatrônicos e maquiagem, atribuindo um charme especial até hoje.
Terra Formars: Missão em Marte
2.3 43 Assista AgoraUm grupo de japoneses vão à Marte para trabalhar matando baratas. Lá eles descobrem que as baratas são, tipo, bombadas e querem matar os humanos das maneiras mais exageradas possíveis. Mas para a sorte dos humanos eles também tem poderes de inseto para lutar contra as baratas. O que me impressiona é o capricho e a seriedade com que os japoneses fazem tudo, os figurinos e os cenários ficam bem em tela (até as baratas, que são obviamente falsas, combinam com o clima kafkiano do filme) e os atores são bem dirigidos, deixando a sinopse de "Terra Formars" mais engraçada e absurda. Após uma hora de filme (do total de uma hora e quarenta e quatro minutos) a premissa fantástica deixa de ser interessante porque perde a surpresa do inusitado, aprofundando mais nos personagens e na trama do enredo. Este momento é quando o filme perde a maioria dos espectadores, mas de minha parte eu fiquei interessado em saber como o filme terminaria. E não fiquei desiludido, pois há uma sequência que mistura o poético e o bizarro que só os japoneses sabem fazer e ter essa experiência já me valeu o filme. "Terra Formars" não é o melhor filme do Takashi Miike, mas ainda diverte e distrai.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3K"Liga da Justiça de Zack Snyder" é a obra prima do Zack Snyder. Gostando ou não, isso é um fato. Ele é um raro diretor que possui estilo próprio em uma época que a cultura de massa nivela as obras cinematográficas para baixo para conseguir um público maior, ávidos pelo "mais do mesmo". Em contramão disso, é possível reconhecer um "filme do Zack Snyder" ou "tipo Zack Snyder" de longe. Em "Liga da Justiça de Zack Snyder" dá para perceber que tudo o que o diretor sabia de cinema ele colocou no filme, e tudo o que ele já fazia ele continua fazendo, com esteróides, para fazer o maior filme "massa véio" e repleto de fanservice de todos os tempos. Lógico que você não é obrigado a gostar disso, mas será muito difícil passar pela primeira meia hora (de quatro) se se aventurar nesta obra. Aí você vai ficar tipo "ain, o Batchimã naum matah", P**** MANO, PARADEMONIO NAO É GENTE! TA COM PENA DE PARADEMONIO AGORA? VAI CRIAR ONG DE ADOÇÃO DE PARADEMONIO???? Enfim, eu me exaltei. Mas voltando aonde eu estava, neste tempo o filme não fazia o menor sentido pra mim (aliás, tem que destacar que "Liga da Justiça de Zack Snyder" é continuação direta do polêmico "Batman V Superman") e muitas vezes eu me pegava pensando "pra quê isso, mano?" e "ok, já entendi, não precisa me mostrar isso!". Mas depois da primeira parte o filme engrena e te cativa de um modo é difícil parar. A estrutura em capítulos me parecia se despropositada antes de ver o filme, mas durante a exibição a experiência é a mesma de se maratonar uma minissérie ou os desenhos animados da Liga, com cada parte com arcos definidos e que se conectam com o seguinte. Personagens como Flash, Aquaman e Ciborgue são bem apresentados com as personalidades e motivações bem definidas. Ciborgue com certeza é o que tem o arco mais interessante. Ray Fisher faz um personagem muito bacana: quando ele está com roupas de esportista ele tem postura reta, elegante; mas quando se mostra como Ciborgue para a Diana ele tem uma postura curvada muito semelhante aos dos filmes do Corcunda de Notre Dame ou o Igor de Frankenstein. A interação entre os personagens é boa, tem humor de situação mas sem cair no ridículo. O vilão Lobo da Estepe tem mais profundidade e o que é melhor, podemos ver a atuação de voz de Cyaran Hinds que já interpretou bilhantemente o melhor César de todos na série Roma da HBO. "Liga da Justiça de Zack Snyder" não muda a história do filme de 2017, mas deixa a trama mais satisfatória: a derrota de Lobo da Estepe não é tão fácil porque a vitória sobre o vilão exige a atuação de outros personagens e a batalha final tem um climax melhor. Enfim, eu não dou nota alta para qualquer filme, os filmes que eu dei nota maior que 4 foram "Lawrence da Arábia" (que é um filme perfeito e meu filme favorito de todos os tempos) e "Willy's Wonderland" que eu dei 4,5 de sacanagem, mas "Liga da Justiça de Zack Snyder" além de ser uma obra madura de um diretor e ser o épico do gênero dos filmes de super herói, é uma obra coletiva. Zack Snyder fez este filme para os fãs e foram os fãs que confiaram no diretor, mesmo debaixo de tanta polêmica, críticas injustiças e tragédias pessoais, que acreditaram na visão do diretor e tornaram esse projeto possível. Então fã, seja feliz enquanto assiste "Liga da Justiça de Zack Snyder" porque faz parte daquele prazer de ser fã da DC. PS: só pra não falarem que só disse qualidades, poderiam lançar uma versão "Snyder Cut Without OOOaaaaOOOOaaaaOOOOhhhhh Edition" porque... nossa, enjoou essa música
Uma Aventura na Ilha Deserta
3.2 30"Uma Aventura na Ilha Deserta" é uma adaptação do clássico romance "O Senhor das Moscas". Mas com estereótipos de filmes adolescentes dos anos 80. Tem até o Corey Feldman. E funciona, depende, é claro, do quanto você é apegado à fonte de inspiração. Apesar disso, o filme mantém em sua conclusão o mesmo tom agridoce do romance e ainda assim consegue ser uma obra distinta e pertencente á sua propria época. O filme respeita muito a forma criada pelo John Hughes em seus filmes, transformando "Uma Aventura na Ilha Deserta" em uma fábula sobre amadurecimento e autodescoberta
Dungeons & Dragons: A Aventura Começa Agora
2.0 167Esse filme não seria ruim SE não fosse por uma coisa: O Senhor dos Anéis, que colocou os filmes de fantasia em outro patamar (e os filmes épicos de sua época em um todo). Ainda que a única referência da cultura de massas fosse a adaptação em desenho animado do RPG Dungeons and Dragons, conhecido no Brasil como Caverna do Dragão, as décadas que separam o desenho de sua versão cinematográfica seria o suficiente para categorizá-lo como um produto da nostalgia, apelo para o público dos anos 2000 (o que de fato aconteceu). Enfim, dá para perceber a abordagem caricata tanto nos figurinos quanto na atuação exagerada de Jeremy Irons, mas também se nota que houve um investimento nos já citados figurinos e nos cenários internos que são bem bonitos. Todo esse investimento faltou nos efeitos especiais, que faz categorizar Dungeons and Dragons no gênero "trash". Além do Jeremy Irons, o elenco conta com Tora Birch, que era a musa dos filmes independentes antes da Scarlet Johansson e a promessa de ser uma grande estrela de Hollywood em sua primeira grande produção, mas Dungeons and Dragons aparentemente matou a carreira dela. Uma coisa legal neste filme é a participação do Riff Raff do Rocky Horror Picture SHow, comandando um game show dentro do filme.
A Prisão do Amor
2.1 3Este filme passava no Cine Privê. Contexto: era anos 90 e muitos atores da década anterior não conseguiram fazer a transição para uma nova década. Eis que temos dois dos atores mais queridos dos anos 80, Haim e Feldman, em um fundo do poço moral e artístico, produzindo e estrelando este filme que não consegue ser nem comédia e nem pornô. É degradante. E se esta fita tem alguma utilidade, é mostrar as consequências dramáticas de abuso moral e sexual de crianças e do vício em drogas
Willy's Wonderland: Parque Maldito
2.8 209 Assista AgoraNicolas Cage entrega uma atuação brilhante neste filme que é uma obra prima. A prova de que o que eu falo sério é que eu dei a Willy's Wonderland uma nota maior que Lawrence da Arábia, que é o melhor filme de todos os tempos. Apensar da comparação com Five Night's at Freddie's, inclusive com um background que lembra muito uma das teorias sobre o game, Willy's Wonderland tem situações distintas e é suficientemente original para que não se tenha a impressão de assistir uma filmagem do jogo. Os animatrônicos são diferentes, inclusive entre si, e são todos feitos de efeitos práticos, o que torna muito mais divertido quando Nicolas Cage os massacra com brutalidade satisfatória. E tem Nicolas Cage mudo, transbordando emoções com o olhar que é uma aula de interpretação (é impossível querer elogiar esse filme sem parecer irônico; e não importa quantas vezes eu enfatize isso, não será verdade o suficiente).
Ender's Game: O Jogo do Exterminador
3.4 891 Assista AgoraEnder's Game é entretenimento de qualidade. O enredo promete um épico espacial, se passando em um futuro em que a humanidade espera uma nova invasão alienígena de seres de intenções desconhecidos aparentados com insetos. O clichê acaba aqui, o filme se desenvolve em torno do personagem Ender, que é apresentado de maneira ambígua: ele evita lutar e para isso é capaz de eliminar seu inimigo de forma implacável e definitiva. Logo, nos vemos acompanhando um antiherói e um possível vilão, e nos identificando com suas emoções, graças á ótima atuação de Asa Butterfield no papel título do filme. A trama de autodescoberta de Ender acontece durante um treinamento em uma estação espacial aonde ele e outros jovens são preparados para a guerra contra os tais alienígenas. Emboras limitadas neste contexto e espaço, as cenas de ação não são monótonas, elas ocorrem em gravidade zero e são belamente filmadas e coreografadas, com situações distintas e uma trilha sonora muito emotiva. O terço final do filme, embora seja muito breve, encerra de forma satisfatória a jornada de Ender, lembrando que este filme se parece bastante em motivo com 12 Casas de Shaolim, em que o importante é a descoberta, a conquista de si mesmo, e não seu objetivo final.
O elenco secundário é ótimo, com excelentes atores veteranos como Abigail Breslin, Ben Kinsley e Viola Davis e Harrison Ford, que é a face e o nome para atrair o grande público para o filme. Muito se critica sobre o sub aproveitamento desses atores, principalmente de Viola Davis. Há muito pouco desenvolvimento desses personagens, provavelmente em benefício do personagem principal, então não havia muito no que esses atores trabalharem: o personagem de Ben Kinsley é uma presença constante na história, ele é belamente apresentado no terço final do filme, mas não é relevante para o desfecho. A personagem de Viola Davis serve apenas para que o personagem do Ford tenha diálogos expositivos. Por falar no personagem do Harrison Ford, também é muito raso, porém o ator consegue passar sentimentos de seu personagem para Ender, como confiança e persuasão.
Jackboots on Whitehall
3.0 9É meio difícil recomendar ou não este filme porque depende muito do tipo de humor de quem assiste, mas Jackboots on Whitehall definitivamente vale a pena ser assistido por sua maravilha técnica. O filme tem um charme raro de ser uma animação com bonecos, não com stop motion, mas com marionetes manipuladas em cena. Todo o cenário é bonito com o carinho nos detalhes e veículos se movimentando por controle remoto. É nostálgico ver os bonecos se matando e se explodindo como soldados de brinquedo que são. Essa proeza não é a toa, porque séries de marionetes da Inglaterra, como Thunderbirds, foram muito famosas na segunda metade da década de 90 e é como assistir novamente esta tradição. Infelizmente as piadas são características e podem não soar tão interessantes, focam basicamente em estereótipos das Ilhas Britãnicas e humor autodepreciativo. Talvez este tipo de humor fácil não fosse um problema se as esquetes estivessem ligadas em um fio de narrativa interessante, que não estão. Ainda pesa contra que existe uma produção contemporânea recente que pode ser comparada com Jackboots on Whitehall, Team America de Trey Parker e Matt Stone, que gostando deles ou não elevam o nível do politicamente correto. Mas o filme tem sua recompensa, terminando em uma apoteose anárquica, absurdamente maluca, que me obrigou a repetir os últimos 20 minutos e foi aí que marquei como "favorito"
Alice: O Lado Negro do Espelho
1.8 25Insuportável
Ressurreição
3.4 181 Assista AgoraÉ muito difícil inovar em uma narrativa que é contada e recontada durante séculos, em produções ora boas, ora modestas. A Ressurreição consegue trazer essa inovação ao mesmo tempo que se mantém fiel ao seu material de origem mudando o ponto de vista da ressurreição para um tribuno romano. Em A Ressurreição, Jesus já está morto e a trama gira em torno do Tribuno que tem que lidar com o que acontece depois: qual fim terá, ou teve, o corpo de Jesus? A narrativa desenrola como uma investigação policial, até mesmo com tons políticos pois o destino da frágil relação entre judeus e romanos também é o do corpo de quem seria o messias. É muito interessante destacar no personagem principal em como ele tenta racionalizar as crenças de um povo diferente do seu com as crenças romanas da existência do corpo. A produção é modesta, mas bem caprichada. O mise en scene valoriza muito o cenário e os figurinos. Infelizmente, pelo menos para mim, o filme segue o mesmo caminho previsível de outras produções do gênero e perde o mistério, junto com o protagonismo do personagem principal; mas isso não deve ser nenhum demérito para quem procura este filme pelo seu conteúdo religioso e espiritual.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraEu nunca fui um fã do primeiro filme, e talvez por isso eu assisti esta continuação de coração aberto e eu nunca imaginei que eu gostaria tanto. É um filme fiel ao original que cria a sua história através de um ciclo qual é o tema desta série: criação. Na obra original, uma criatura dá origem à sua criação; e nesta sequência a criação dá origem á criatura. A trama parece óbvia em menos de uma hora de rodagem, mas a sua conclusão não é. A trama é cheia de ambiguidades que caracteriza seus persoangens replicantes, mas em nenhum tempo o roteiro subestima sua inteligência e tenta te enganar. Visualmente, o filme apresenta os mesmos elementos do filme original, a arquitetura, a chuva... Mas o filme expande os cenários da trama, e são nestes cenários que Blade Runner 2049 imprime sua própria identidade e se distingue (e não tenta ser outra cópia de Blade Runner). O filme é todo contemplativo e parece durar muito mais do que as já extensas 2 horas e quarenta minutos, mas quando o filme abre com uma tomada incrível de uma fazenda futurista (assista este filme na maior tela que vc conseguir!) vc já está dentro deste universo e quer voltar para ver mais. E quando termina vc quer mais. Raramente dou cinco estrelas para um filme, só para Lawrence da Arábia que pra mim é o filme perfeito, e dou 4 e meio para Blade Runner 2049
Quando eu vi a Apple apresentar a video chamada em um smartphone em 2001, eu comentei com meu pai "estamos vivendo no Blade Runner". Assistindo 2049 eu fui no site da Amazon porque eu queria comprar uma Alexa pra mim, igual a Joi do filme (pois é). Foi quando descobri que o nome do produto é "echo" e não "Alexa", mas todos os usuários insistiam em se referir ao produto pelo nome. Vivemos no Blade Runner, manos...
...E na época de facebook, instagram e tinder, em que tentamos ser perfeitos e cobrar perfeição de quem interagimos, 2049 consegue ser crítico aos nossos sentimentos em relação à tecnologia. A tal criança que é "a revolucionária", a "líder", o "milagre", e "perfeita" é tão humana que até tem defeito.
Quase um Segredo
3.7 143Filme sobre a transição da adolescência e o fim da inocência, tem o seu mérito em expor a moralidade quando a percepção de certo e errado se mostra mais complexa nesta idade. Tem-se um personagem, um bully, que afronta o irmão de um personagem mais velho, que junto com um outro adolescente, planejam uma viagem de carro à um rio para se vingarem. A m**** está armada. Logo o bully se mostra um personagem bem tratável, alguem que nunca teve a oportunidade de se amigar com alguem, e demonstra até uma certa condição psíquica que dificulta seu trato com o resto de seu meio. Ele e o garoto com quem ele brigou na escola até ficam amigos, como crianças que são; mas um dos adolescentes de comportamento acima de qualquer suspeita parece que toma as dores do amigo apenas como uma desculpa para ferir alguém. As atuações estão à altura da complexidade do conflito, infelizmente a resolução em minha opinião não foi satisfatória por escolher o caminho mais fácil. Ainda assim o filme tem o mérito em mostrar o peso da morte para os personagens em um momento da vida em que vida e morte parecem extremos opostos.
A Possessão de Mary
1.8 83 Assista AgoraÉ um filme sobre um barco endemoniado. E isso é ridículo, sabem por quẽ? Porque levaram isso a sério. Sabe outra coisa que é ridícula? Um carro endemoniado chamado Christine. Mas todo mundo gosta de Christine, porque o filme não se leva a sério. Ok, não tem piadas, mas é tudo meio ridículo: furar um iorgute com um canivete, o nerd que vira o James Dean, triângulo amoroso, assassinatos mirabolantes e aquela trilha sonora de teclado Cassio. Acho que vou ver Christine...
Evolver: O Game da Morte
3.2 30É ruim, então é bom. Indicado para saudosistas.
Grotesk
2.5 29Desisti no monólogo durante os créditos iniciais.
A Semente da Maldição
2.7 29Esse filme tem várias tosqueiras que o transformam em um dos meus trash favoritos, mas o ponto alto é o final, que em meio a tanto absurdo consegue ser perturbador com um simbolismo tão simples.