Vi esse filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 24/10/15 e achei mediano em comparação com as comédias nacionais [absurdamente cretinas] que têm sido lançadas ultimamente. Por mais bobo que seja o enredo, pelo menos nos traz a conclusão meio clichê, mas válida, de que somos os únicos responsáveis pela nossa própria vida e felicidade (ou não). (Quem nunca pensou em ter um duplo para fazer as coisas chatas: ir para a escola, ir para um trabalho sem futuro, manter um relacionamento de aparências?)
Tive curiosidade de ver esse filme porque a sinopse me lembrou "O menino no espelho", livro do Fernando Sabino, que também tem uma versão cinematográfica. Nesse filme o menino também tem um "duplo" que vai para a escola e fica de castigo, enquanto o "original" vai pescar e brincar... até que a cópia descobre que só fica com o lado chato e se revolta. Ou seja, a ideia de "Um homem só" não é tão original assim - e imagino que deve ter vários outros livros e filmes com esse mesmo enredo.
É um filme ok para ver com amigos e família e dar um pouco de risada (e talvez se deprimir em algumas cenas), mas é melhor não ir com grandes expectativas.
Os personagens são meio caricatos (o marido trouxa/capacho, a esposa megera, o amigo bobão e medroso, a mocinha bonita, os caras maus...). Fiquei surpresa em ver a Ingrid Guimarães fazendo papel de megera... não sei se ela já fez outros papéis assim, mas é que não tem nada a ver com os outros papéis que a vi fazendo e (imagino) não tem nada a ver com ela - apesar disso, o papel convence... dá vontade de dar um tapa na cara do Arnaldo e falar: "Larga essa megera!!" logo no começo do filme.
Do ponto de vista comecial, acho que não dá para esperar muito mais que isso de uma comédia nacional. Os produtores precisam investir em projetos/ roteiros que vão dar retorno, e esse deve ser o tipo de filme/entretenimento que o brasileiro médio curte.
Uma ponta solta: no final do filme, no cemitério de animais, quando os matadores estão atrás dos Arnaldos (original e cópia), a "tia" da Josie aparece desmaiada no chão. Apesar da confusão, Josie e o amigo de Arnaldo saem correndo para procurar os Arnaldos... e a tia fica lá desmaiada; fiquei esperando alguém chamar a ambulância ou algo assim, mas não. Ficou por isso mesmo.
Para quem já leu o livro do Agualusa, o filme perde muito em qualidade em relação ao livro? E esse filme tem a ver com o filme "Violação de Privacidade", com o Robin Williams (em que ele interpreta um editor de filmes a ser exibidos no funeral das pessoas)? Nesse filme, de certa forma, ele também altera o passado das pessoas, em geral, escondendo as partes "feias" e "erradas".
Terceiro filme e ótimo filme das aventuras do Antoine Doinel!
Aqui, ele ainda está tentando amadurecer, ainda sai com garotas de programa e se apaixona por mulheres "erradas", além de se meter em algumas confusões ao tentar trabalhar como detetive particular. No fim, parece que sua vida vai tomar um rumo.
Estou ansiosa para ver o próximo capítulo da vida dele, "Domicílio conjugal". Fiquei pensando que essa história daria um ótimo romance. Doinel é incrível! <3
Baseado nos bastidores da série "Coronation Street", rodada em Manchester, Reino Unido, a série inglesa mais longa - teve início em 1960 e ainda está no ar. Essa série mostra o cotidiano de famílias comuns da classe operária de Manchester. Achei bastante inverossímil o fato de Tony Warren, o roteirista, então com 24 anos, ter exigido tantas coisas (e conseguido), mesmo sendo novato e inexperiente. Talvez por se tratar dos anos 1960 e os tempos serem diferentes isso seja meio verdade, mas duvido que se hoje em dia um roteirista que estivesse começando a carreira fosse tão exigente quanto ao elenco, cenário etc., se ele seria atendido... É legal para saber como uma rede de TV pequena funcionava e como um projeto em que a maioria não acreditava pôde dar tão certo.
Assustador como Charles Manson era manipulador e, mesmo sendo uma pessoa perturbada, conseguia se impor e convencer seus "discípulos" a cometerem atrocidades. Na verdade, não dá para saber se o Manson apresentava os mesmos trejeitos e jeito de falar do filme, mas imagino que, pelo tanto de drogas que ele usava, dava para perceber que "normal" ele não era, e mesmo assim as garotas o achavam o máximo...
Para mim ainda é um mistério por que as pessoas o seguiam, mesmo não tendo para onde ir, sendo rejeitadas por sua família ou tendo diversos problemas. Como é que as pessoas conseguiam colocar toda a lógica, os valores de certo e errado e a lucidez de lado e acreditar nos absurdos que o Manson dizia? Por outro lado, eu não deveria me espantar tanto, pois até hoje há pessoas que acreditam em "messias", "fim do mundo" e em "guerra santa", né?
Filme muito perturbador. Faz pensar em como pessoas loucas são perigosas e "sedutoras" (sabem o que dizer no momento certo para que pessoas fracas, desiludidas ou sem rumo acreditem nelas).
A interpretação do Jeremy Davies como Manson foi bastante convincente.
Quando a pessoa gosta de alguém, ela se submete a cada coisa, não?
A pergunta que talvez fique na cabeça de muita gente é: "Mas por que Charlie deixava que Sarah a tratasse mal, que a manipulasse, que causasse transtornos para ela, que a humilhasse tanto?".
Imagino que quando a gente gosta de alguém, há uma cegueira momentânea. Não importa o quanto a pessoa seja má, mesquinha, mentirosa, louca e traga transtornos, sempre vamos ficar inventando desculpas para ela (ou pedindo desculpas, mesmo sabendo que não temos culpa). Às vezes é difícil se livrar de Sarahs, pois esse tipo de pessoa costuma ser sedutora, interessante, e, ao mesmo tempo, manipuladora.
Um dos pontos interessantes é que Charlie parece ter se espelhado na própria mãe - consciente disso ou não -, que aceitava as merdas que o pai dela fazia, ao se relacionar com Sarah. Talvez tenha a ver com baixa autoestima ou insegurança normal para a idade dela.
Gostei bastante do filme por misturar drama e suspense. Comprei o livro em que o filme foi baseado, que tem o mesmo nome do filme em português, "Respire", escrito por Anne-Sophie Brasme (em francês, pois parece não ter sido lançado no Brasil - para quem se interessar, também vi versões em inglês e espanhol na Livraria Cultura) e estou curiosa para ler e talvez descobrir mais detalhes da trama.
O pano de fundo é o conflito "The Trouble", ocorrido na década de 1970, na Irlanda do Norte, entre protestantes (maioria da população que queria manter laços com a Grã-Bretanha) e católicos (minoria que queria a independência da Irlanda do Norte ou integração com a república da Irlanda). No entanto, o centro da trama é a relação de amizade que se desenvolve entre Jonjo e Mickybo, dois garotos de uns 8 ou 9 anos, que adoram filmes de caubói, principalmente o filme de Butch Cassidy e Sundance Kid.
Mickybo, em seu mundo de fantasia, se transforma em Butch Cassidy e Jonjo, sob algum protesto, encarna Sundance Kid, embora também quisesse ser Butch Cassidy. Mickybo é o mais "espertinho" e levado (por ter uma educação mais livre, pois tem vários irmãos e seus pais não ficam no pé dele) e assume o papel de líder da dupla. Jonjo é um pouco mais realista e sensível, mas embarca nas fantasias do amigo.
Depois de um incidente, eles acham que a polícia vai querer prendê-los e, por isso, precisam fugir. Por sugestão de um adulto em uma brincadeira, eles partem rumo à Austrália.
É interessante notar que "The Trouble" permeia a trama em detalhes. Quando as crianças chegam à Irlanda (parte sul), percebe-se um clima de tranquilidade, diferente do clima tenso que existia na cidade em que moravam - Belfast, onde ocorriam atentados e havia a presença constante de militares - , e a breve conversa delas com o policial durante o trajeto até a fronteira com a Irlanda do Norte reforça isso. Mickybo comenta que um policial sem arma não é um policial de verdade, e o policial responde que eles não precisam de armas ali e que eles já iam ver armas demais do outro lado da fronteira.
Vi esse filme em 02/10/15 no Festival de Cinema Chinês que está acontecendo no CineSESC, em São Paulo. O título em português ficou "O mais querido" e o filme foi baseado em fatos (no final do filme é possível ver imagens das pessoas reais).
Ao mesmo tempo em que o filme passa o drama do casal cujo filho sumiu, também levanta outras questões na China, como o tráfico de crianças, a existência de grupos de apoio a pais cujos filhos estão desaparecidos, o preconceito contra pessoas de zonas rurais/ pobres/ sem educação formal e ou de origens menos privilegiadas (elas não têm voz e ninguém as respeita), comprovado pelo fato de que os pais pedirem para o filho sempre falarem mandarim e não dialeto.
O clima de suspense permeia o filme, pois não dá para saber se a criança será encontrada ou não - o tempo vai passando e o encontro parece cada vez mais improvável.
Vi esse filme em uma versão não finalizada em uma sessão de pesquisa de opinião. Não é o tipo de filme que eu pagaria para ver e, se soubesse que era esse o filme da pesquisa, talvez não teria ido. Ainda bem que na contramão desses filmes nacionais cretinos existem outros diretores tentando inovar. Se bem que se esses filmes existem é porque existe público, né? Triste, bem triste.
Vi esse filme em 01/10/2015 na mostra "5X Kon Ichikawa", que está acontecendo no Centro Cultural São Paulo.
Sinopse: Trazido do romance semi-autobiográfico de Aya Koda, filha da era romancista Meiji Koda Rohan, revela um drama familiar com foco na relação quase incestuosa entre um irmão e sua irmã mais velha. Um dos filmes mais premiados de Kon Ichikawa, foi agraciado no Festival de Cannes e eleito melhor filme de 1960 entre os críticos Kinema Junpo Poll.
Apesar de ter lido na sinopse que a relação entre Gen, uma jovem de 17 anos (embora a atriz pareça bemmm mais velha), e Hekiro, seu irmão mais novo (em japonês, "otôto" significa "irmão mais novo", título original do filme), é "quase incestuosa", sinceramente, não consegui ver as coisas dessa forma.
Para mim, no filme, os irmãos tinham bastante carinho um pelo outro, apesar de brigarem às vezes. Não sei se no livro em que o filme foi baseado o tipo de relação e sentimentos envolvidos são mais explícitos.
Hekiro era mimado, infantil e completamente irresponsável e, mesmo assim, Gen parecia gostar muito dele, sendo que muitas vezes tentava colocar panos quentes em tudo que ele aprontava (dívida na casa de bilhar, dívida com o cara que alugava barcos, quando o cavalo que Hekiro montava cai em um barranco e quebra a perna), mas, até então, parece um amor de irmã e até um amor meio "maternal", já que a mãe deles havia morrido.
Imagino que, também, por eles terem uma madrasta cristã (que lembra um pouco algumas pessoas evangélicas no Brasil, meio obcecadas pela religião, evocando o nome de Deus sempre) com reumatismo e chata e, ao mesmo tempo, um pai totalmente ausente, que trabalhava muito para pagar as contas da casa (além das dívidas que Hekiro contraía), eles se sentiam isolados na própria casa e o apego entre eles era maior, mas nada fora do normal, nada "incestuoso".
O filme vale a pena pelo drama familiar e como um mergulho na sociedade japonesa dos anos 1960.
A parte de que menos gostei foi quando Hekiro, doente, vai para o hospital e fica entre a vida e a morte. Pensei que ele fosse morrer em vários momentos, mas só morre alguns minutos antes do final mesmo. Essa parte dele no hospital poderia ser encurtada talvez, para o filme ficar menos arrastado.
Inspirada pela exposição do Truffaut no MIS (Museu da Imagem e do Som), fui ver "Os incompreendidos" e "Antoine e Colette". No DVD que comprei no próprio MIS há esse primeiro filme com a saga de Antoine Doinel (na infância) e depois a sequência, quando ele já tem 17 anos em "Antoine e Colette", que faz parte do filme "Amor aos vinte anos", com outros diretores de outros países, sobre paixões adolescentes. Uma curiosidade: o ator que interpreta Antoine Doinel nesse filme continua interpretando o mesmo personagem ao longo dos outros filmes (na sequência: "Antoine e Colette", "Beijos proibidos", "Domicílio conjugal" e "O amor em fuga") e o personagem é um pouco o alter-ego do próprio Truffaut, que teve uma infância conturbada também. Gostei muito desse filme, que retrata o não conformismo do menino com a realidade que o cercava, sua solidão, e, ao mesmo tempo, como isso foi lapidando sua personalidade única. Estou bastante curiosa para ver os outros três filmes que dão continuidade às "aventuras de Antoine Doinel". Super recomendado!
Em geral, gosto muito dos filmes do François Ozon por causa do estranhamento e, ao mesmo tempo, da familiaridade que me provocam; sempre há personagens desajustados ou que se comportam de um jeito diferente do padrão e, não sei por quê, isso me traz um certo conforto.
Para mim, o encontro de Claire com David/Virginia é mágico. Como são mágicos todos os encontros com pessoas que nos ajudam a estar mais próximos de nós mesmos, que transformam a nossa vida de alguma forma, nos ensinam algo valioso e/ou deixam marcas indeléveis que não poderiam ser deixadas por nenhuma outra pessoa. E é estranho pensar que se Laura não tivesse morrido, os dois nunca teriam tido a chance de se aproximar tanto.
No começo, Claire estava muito abalada com a falta que Laura fazia e talvez tenha encontrado em Virginia o colo que faltava, mas depois foi se apaixonando pela pessoa que David/Virginia era ou que estava se revelando a ela e talvez porque Virginia a deixava livre para ser quem ela era também. E o amor talvez nasça a partir desse reconhecimento da beleza no outro, ainda que essa beleza às vezes seja imperceptível para a maioria das outras pessoas, e de aceitar as pessoas como elas são.
Obs.: desnecessárias as cenas com as abelhas voando ao longo do filme e no final alteradas por computação gráfica. Devem ter gasto um tempo enorme e bastante dinheiro com isso, mas essas cenas foram as que eu menos gostei.
Depois de ver esse documentário não vou conseguir mais comer mel (que adoro) sem sentir culpa.
As cenas em que apareciam milhares de abelhas mortas após o transporte em caminhão, nos Estados Unidos, são perturbadoras. Também é muito triste a cena em que as abelhas do apicultor artesanal suíço estão sendo mortas com enxofre por terem sido contaminadas por algum parasita, provavelmente de outra espécie de abelha introduzida na região, enquanto ele observa pela janela sem poder fazer nada.
Dá uma depressão ao pensar que vamos fazer o que for para acelerar o processo de industrialização de tudo em nome de um "crescimento econômico" insano e dos lucros. Será que isso ainda tem jeito de melhorar?
Fui ver esse filme porque gosto de cinema latino-americano e é meio raro ver filmes peruanos em cinemas brasileiros. Tentei me empolgar, mas o enredo não ajudava (lá pelo meio do filme, eu já me perguntava por que não fui ver "Meu verão na Provença", que tinha uma sessão no mesmo horário). O filme é monótono, mesmo quando a filha, a neta, o marido da neta e a bisneta chegam à casa de Dona Pilar, supostamente "quebrando a rotina diária". Claro que dá para notar ressentimentos e mágoas familiares (se entendi bem, entre outras coisas, a filha de Dona Pilar tem ciúmes da Tuna, a cachorra?! Gente, que vida), além da irritação e do cansaço da neta em estar ali com sua bebê. Aliás, esses familiares estão ali por obrigação e não porque queriam estar ao lado da matriarca. Achei o filme cansativo, mas menos mal que dura só 1h30.
Gostei bastante desse filme porque interpretei tudo como um sonho da Antônia. Talvez um desejo reprimido que tomou forma de sonho; por isso não é possível ouvir os diálogos dos personagens, por isso há aquela cena linda no início - o almoço japonês ao ar livre -, em que as xícaras e vasilhas começam a "derreter", o líquido começa a derramar, mas o casal continua a comer como se nada estivesse acontecendo; por isso na história há "lacunas", Luana vai e vem "do nada", entre uma cena e outra (não há linearidade), como acontece quando sonhamos. Na cena em que a Antônia está lendo um livro e Pedro está sentado sobre ela e depois sai e ela fica com uma fisionomia pensativa, cheguei a pensar que a história que estávamos vendo era a história do livro que ela estava lendo, em que ela se colocava no lugar de uma das personagens, talvez porque a vida dela fosse muito tediosa e ela tivesse vontade de fantasiar tudo aquilo. Achei o filme inovador e surpreendente porque foge da mesmice (comédias e/ ou filmes sobre pobreza) que em geral são produzidos no Brasil, embora eu também veja comédias e filmes sobre pobreza.
Imagino que retrataram a Karla como "coitadinha"/ vítima em alguns momentos (pelo menos me causava um pouco de pena as cenas em que o Paul batia nela e, ao mesmo tempo, indignação por ela querer continuar com ele) para mostrar como ela era dissimulada. Na tentativa de convencer o avaliador - dos 12 anos, ela havia cumprido 8 no presídio e poderia cumprir os 4 anos restantes em liberdade condicional - de que a culpa dela no caso era menor, não creio que seja tão inverossímil esse filme: ela tentou ser "sedutora" (não no sentido "sexual", mas no sentido de conquistar a simpatia/empatia do avaliador) para conseguir o que queria.
Embora eu tenha tido certa pena quando via as cenas em que o Paul batia/espancava/maltratava a Karla, ao mesmo tempo eu ficava pensando em COMO alguém pode concordar em ajudar o namorado a estuprar a própria irmã e ser conivente em relação a ele estuprar outras mulheres. Alguém assim não é normal. Por mais que ela amasse o Paul, não sentir remorsos nem nenhum tipo de compaixão com as vítimas indica sérios distúrbios psicológicos e emocionais.
Em geral, gosto de filmes franceses, mas esse deixou a desejar. Imagino que o filme foi idealizado para conter elementos de drama e comédia, mas, no fim, acaba não sendo uma coisa nem outra e se arrastando bastante - ou seja, em vez de criar expectativa, provoca um certo tédio. Poderia ter sido um filme criativo sobre a vida dupla de um cara de meia-idade ou sobre sua indecisão de continuar com sua esposa ou ficar com a amante, mas frustrou as minhas expectativas.
Que filme delicioso de ver!! Ele é engraçado sem que os personagens sejam caricatos (aliás, o casal protagonista é muito gracinha!).
Gostei bastante por se tratar de uma história de amor madura. Não existem problemas/loucuras (ciúmes, obsessão, apego doentio, vingança, traição...) que são retratados em vários filmes. Gostei especialmente da atitude matura do Albert
quando ele descobre que a ex-esposa e a Eva se conheciam e que a Eva estava absorvendo os comentários ruins sobre ele que a ex-esposa fazia. Simplesmente termina a relação e pronto, sem dramalhão, sem discussões desnecessárias.
Mescla a biografia do Sebastião Salgado com o trabalho dele (achei a esposa uma mulher de garra, sempre apoiou os sonhos e o trabalho do marido e continua ajudando) e também há algumas cenas em que o filho conta um pouco sobre a relação com o pai e "entrevista" o avô.
As fotos apresentadas são espetaculares (só conhecia a exposição Gênesis, que vi em Curitiba no fim do ano passado - agora acho que ela está na Itália e algumas fotos avulsas) e eu adorava quando o Salgado comentava sobre as fotos, sempre relacionando determinadas situações com imagens de livros que ele carrega consigo. Gostei especialmente quando ele falou sobre os trabalhadores na Serra dos Carajás, no Pará... essas fotos sempre me causaram espanto... sempre pensei: "como é possível que algo assim tenha existido no Brasil?".
O olhar dele em relação às pessoas e ao mundo que o cerca é surpreendente.
Um Homem Só
2.8 44 Assista AgoraVi esse filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 24/10/15 e achei mediano em comparação com as comédias nacionais [absurdamente cretinas] que têm sido lançadas ultimamente. Por mais bobo que seja o enredo, pelo menos nos traz a conclusão meio clichê, mas válida, de que somos os únicos responsáveis pela nossa própria vida e felicidade (ou não). (Quem nunca pensou em ter um duplo para fazer as coisas chatas: ir para a escola, ir para um trabalho sem futuro, manter um relacionamento de aparências?)
Tive curiosidade de ver esse filme porque a sinopse me lembrou "O menino no espelho", livro do Fernando Sabino, que também tem uma versão cinematográfica. Nesse filme o menino também tem um "duplo" que vai para a escola e fica de castigo, enquanto o "original" vai pescar e brincar... até que a cópia descobre que só fica com o lado chato e se revolta. Ou seja, a ideia de "Um homem só" não é tão original assim - e imagino que deve ter vários outros livros e filmes com esse mesmo enredo.
É um filme ok para ver com amigos e família e dar um pouco de risada (e talvez se deprimir em algumas cenas), mas é melhor não ir com grandes expectativas.
Os personagens são meio caricatos (o marido trouxa/capacho, a esposa megera, o amigo bobão e medroso, a mocinha bonita, os caras maus...). Fiquei surpresa em ver a Ingrid Guimarães fazendo papel de megera... não sei se ela já fez outros papéis assim, mas é que não tem nada a ver com os outros papéis que a vi fazendo e (imagino) não tem nada a ver com ela - apesar disso, o papel convence... dá vontade de dar um tapa na cara do Arnaldo e falar: "Larga essa megera!!" logo no começo do filme.
Do ponto de vista comecial, acho que não dá para esperar muito mais que isso de uma comédia nacional. Os produtores precisam investir em projetos/ roteiros que vão dar retorno, e esse deve ser o tipo de filme/entretenimento que o brasileiro médio curte.
Uma ponta solta: no final do filme, no cemitério de animais, quando os matadores estão atrás dos Arnaldos (original e cópia), a "tia" da Josie aparece desmaiada no chão. Apesar da confusão, Josie e o amigo de Arnaldo saem correndo para procurar os Arnaldos... e a tia fica lá desmaiada; fiquei esperando alguém chamar a ambulância ou algo assim, mas não. Ficou por isso mesmo.
O Vendedor de Passados
2.7 173 Assista AgoraPara quem já leu o livro do Agualusa, o filme perde muito em qualidade em relação ao livro?
E esse filme tem a ver com o filme "Violação de Privacidade", com o Robin Williams (em que ele interpreta um editor de filmes a ser exibidos no funeral das pessoas)? Nesse filme, de certa forma, ele também altera o passado das pessoas, em geral, escondendo as partes "feias" e "erradas".
Beijos Proibidos
4.1 138 Assista AgoraTerceiro filme e ótimo filme das aventuras do Antoine Doinel!
Aqui, ele ainda está tentando amadurecer, ainda sai com garotas de programa e se apaixona por mulheres "erradas", além de se meter em algumas confusões ao tentar trabalhar como detetive particular. No fim, parece que sua vida vai tomar um rumo.
Estou ansiosa para ver o próximo capítulo da vida dele, "Domicílio conjugal". Fiquei pensando que essa história daria um ótimo romance. Doinel é incrível! <3
A Vida De Pessoas Reais
2.8 2Baseado nos bastidores da série "Coronation Street", rodada em Manchester, Reino Unido, a série inglesa mais longa - teve início em 1960 e ainda está no ar. Essa série mostra o cotidiano de famílias comuns da classe operária de Manchester.
Achei bastante inverossímil o fato de Tony Warren, o roteirista, então com 24 anos, ter exigido tantas coisas (e conseguido), mesmo sendo novato e inexperiente. Talvez por se tratar dos anos 1960 e os tempos serem diferentes isso seja meio verdade, mas duvido que se hoje em dia um roteirista que estivesse começando a carreira fosse tão exigente quanto ao elenco, cenário etc., se ele seria atendido...
É legal para saber como uma rede de TV pequena funcionava e como um projeto em que a maioria não acreditava pôde dar tão certo.
Helter Skelter
3.5 209Assustador como Charles Manson era manipulador e, mesmo sendo uma pessoa perturbada, conseguia se impor e convencer seus "discípulos" a cometerem atrocidades. Na verdade, não dá para saber se o Manson apresentava os mesmos trejeitos e jeito de falar do filme, mas imagino que, pelo tanto de drogas que ele usava, dava para perceber que "normal" ele não era, e mesmo assim as garotas o achavam o máximo...
Para mim ainda é um mistério por que as pessoas o seguiam, mesmo não tendo para onde ir, sendo rejeitadas por sua família ou tendo diversos problemas. Como é que as pessoas conseguiam colocar toda a lógica, os valores de certo e errado e a lucidez de lado e acreditar nos absurdos que o Manson dizia? Por outro lado, eu não deveria me espantar tanto, pois até hoje há pessoas que acreditam em "messias", "fim do mundo" e em "guerra santa", né?
Filme muito perturbador. Faz pensar em como pessoas loucas são perigosas e "sedutoras" (sabem o que dizer no momento certo para que pessoas fracas, desiludidas ou sem rumo acreditem nelas).
A interpretação do Jeremy Davies como Manson foi bastante convincente.
Respire
3.8 290 Assista AgoraQuando a pessoa gosta de alguém, ela se submete a cada coisa, não?
A pergunta que talvez fique na cabeça de muita gente é: "Mas por que Charlie deixava que Sarah a tratasse mal, que a manipulasse, que causasse transtornos para ela, que a humilhasse tanto?".
Imagino que quando a gente gosta de alguém, há uma cegueira momentânea. Não importa o quanto a pessoa seja má, mesquinha, mentirosa, louca e traga transtornos, sempre vamos ficar inventando desculpas para ela (ou pedindo desculpas, mesmo sabendo que não temos culpa). Às vezes é difícil se livrar de Sarahs, pois esse tipo de pessoa costuma ser sedutora, interessante, e, ao mesmo tempo, manipuladora.
Um dos pontos interessantes é que Charlie parece ter se espelhado na própria mãe - consciente disso ou não -, que aceitava as merdas que o pai dela fazia, ao se relacionar com Sarah. Talvez tenha a ver com baixa autoestima ou insegurança normal para a idade dela.
Gostei bastante do filme por misturar drama e suspense. Comprei o livro em que o filme foi baseado, que tem o mesmo nome do filme em português, "Respire", escrito por Anne-Sophie Brasme (em francês, pois parece não ter sido lançado no Brasil - para quem se interessar, também vi versões em inglês e espanhol na Livraria Cultura) e estou curiosa para ler e talvez descobrir mais detalhes da trama.
Recomendo!
Eternos Heróis
4.1 33Gostei bastante do filme!
O pano de fundo é o conflito "The Trouble", ocorrido na década de 1970, na Irlanda do Norte, entre protestantes (maioria da população que queria manter laços com a Grã-Bretanha) e católicos (minoria que queria a independência da Irlanda do Norte ou integração com a república da Irlanda). No entanto, o centro da trama é a relação de amizade que se desenvolve entre Jonjo e Mickybo, dois garotos de uns 8 ou 9 anos, que adoram filmes de caubói, principalmente o filme de Butch Cassidy e Sundance Kid.
Mickybo, em seu mundo de fantasia, se transforma em Butch Cassidy e Jonjo, sob algum protesto, encarna Sundance Kid, embora também quisesse ser Butch Cassidy. Mickybo é o mais "espertinho" e levado (por ter uma educação mais livre, pois tem vários irmãos e seus pais não ficam no pé dele) e assume o papel de líder da dupla. Jonjo é um pouco mais realista e sensível, mas embarca nas fantasias do amigo.
Depois de um incidente, eles acham que a polícia vai querer prendê-los e, por isso, precisam fugir. Por sugestão de um adulto em uma brincadeira, eles partem rumo à Austrália.
É interessante notar que "The Trouble" permeia a trama em detalhes. Quando as crianças chegam à Irlanda (parte sul), percebe-se um clima de tranquilidade, diferente do clima tenso que existia na cidade em que moravam - Belfast, onde ocorriam atentados e havia a presença constante de militares - , e a breve conversa delas com o policial durante o trajeto até a fronteira com a Irlanda do Norte reforça isso. Mickybo comenta que um policial sem arma não é um policial de verdade, e o policial responde que eles não precisam de armas ali e que eles já iam ver armas demais do outro lado da fronteira.
O Mais Querido
4.2 13Vi esse filme em 02/10/15 no Festival de Cinema Chinês que está acontecendo no CineSESC, em São Paulo. O título em português ficou "O mais querido" e o filme foi baseado em fatos (no final do filme é possível ver imagens das pessoas reais).
Ao mesmo tempo em que o filme passa o drama do casal cujo filho sumiu, também levanta outras questões na China, como o tráfico de crianças, a existência de grupos de apoio a pais cujos filhos estão desaparecidos, o preconceito contra pessoas de zonas rurais/ pobres/ sem educação formal e ou de origens menos privilegiadas (elas não têm voz e ninguém as respeita), comprovado pelo fato de que os pais pedirem para o filho sempre falarem mandarim e não dialeto.
O clima de suspense permeia o filme, pois não dá para saber se a criança será encontrada ou não - o tempo vai passando e o encontro parece cada vez mais improvável.
Vale a pena!
Vai Que Cola - O Filme
2.7 526 Assista AgoraVi esse filme em uma versão não finalizada em uma sessão de pesquisa de opinião. Não é o tipo de filme que eu pagaria para ver e, se soubesse que era esse o filme da pesquisa, talvez não teria ido.
Ainda bem que na contramão desses filmes nacionais cretinos existem outros diretores tentando inovar. Se bem que se esses filmes existem é porque existe público, né? Triste, bem triste.
Irmão Mais Novo
3.7 3Obs.: o título do filme na Mostra Kon Ichikawa era "Her Brother".
Irmão Mais Novo
3.7 3Vi esse filme em 01/10/2015 na mostra "5X Kon Ichikawa", que está acontecendo no Centro Cultural São Paulo.
Sinopse: Trazido do romance semi-autobiográfico de Aya Koda, filha da era romancista Meiji Koda Rohan, revela um drama familiar com foco na relação quase incestuosa entre um irmão e sua irmã mais velha. Um dos filmes mais premiados de Kon Ichikawa, foi agraciado no Festival de Cannes e eleito melhor filme de 1960 entre os críticos Kinema Junpo Poll.
Apesar de ter lido na sinopse que a relação entre Gen, uma jovem de 17 anos (embora a atriz pareça bemmm mais velha), e Hekiro, seu irmão mais novo (em japonês, "otôto" significa "irmão mais novo", título original do filme), é "quase incestuosa", sinceramente, não consegui ver as coisas dessa forma.
Para mim, no filme, os irmãos tinham bastante carinho um pelo outro, apesar de brigarem às vezes. Não sei se no livro em que o filme foi baseado o tipo de relação e sentimentos envolvidos são mais explícitos.
Hekiro era mimado, infantil e completamente irresponsável e, mesmo assim, Gen parecia gostar muito dele, sendo que muitas vezes tentava colocar panos quentes em tudo que ele aprontava (dívida na casa de bilhar, dívida com o cara que alugava barcos, quando o cavalo que Hekiro montava cai em um barranco e quebra a perna), mas, até então, parece um amor de irmã e até um amor meio "maternal", já que a mãe deles havia morrido.
Imagino que, também, por eles terem uma madrasta cristã (que lembra um pouco algumas pessoas evangélicas no Brasil, meio obcecadas pela religião, evocando o nome de Deus sempre) com reumatismo e chata e, ao mesmo tempo, um pai totalmente ausente, que trabalhava muito para pagar as contas da casa (além das dívidas que Hekiro contraía), eles se sentiam isolados na própria casa e o apego entre eles era maior, mas nada fora do normal, nada "incestuoso".
O filme vale a pena pelo drama familiar e como um mergulho na sociedade japonesa dos anos 1960.
A parte de que menos gostei foi quando Hekiro, doente, vai para o hospital e fica entre a vida e a morte. Pensei que ele fosse morrer em vários momentos, mas só morre alguns minutos antes do final mesmo. Essa parte dele no hospital poderia ser encurtada talvez, para o filme ficar menos arrastado.
Os Incompreendidos
4.4 645Inspirada pela exposição do Truffaut no MIS (Museu da Imagem e do Som), fui ver "Os incompreendidos" e "Antoine e Colette". No DVD que comprei no próprio MIS há esse primeiro filme com a saga de Antoine Doinel (na infância) e depois a sequência, quando ele já tem 17 anos em "Antoine e Colette", que faz parte do filme "Amor aos vinte anos", com outros diretores de outros países, sobre paixões adolescentes.
Uma curiosidade: o ator que interpreta Antoine Doinel nesse filme continua interpretando o mesmo personagem ao longo dos outros filmes (na sequência: "Antoine e Colette", "Beijos proibidos", "Domicílio conjugal" e "O amor em fuga") e o personagem é um pouco o alter-ego do próprio Truffaut, que teve uma infância conturbada também.
Gostei muito desse filme, que retrata o não conformismo do menino com a realidade que o cercava, sua solidão, e, ao mesmo tempo, como isso foi lapidando sua personalidade única.
Estou bastante curiosa para ver os outros três filmes que dão continuidade às "aventuras de Antoine Doinel".
Super recomendado!
Uma Nova Amiga
3.7 120 Assista AgoraEm geral, gosto muito dos filmes do François Ozon por causa do estranhamento e, ao mesmo tempo, da familiaridade que me provocam; sempre há personagens desajustados ou que se comportam de um jeito diferente do padrão e, não sei por quê, isso me traz um certo conforto.
Para mim, o encontro de Claire com David/Virginia é mágico. Como são mágicos todos os encontros com pessoas que nos ajudam a estar mais próximos de nós mesmos, que transformam a nossa vida de alguma forma, nos ensinam algo valioso e/ou deixam marcas indeléveis que não poderiam ser deixadas por nenhuma outra pessoa. E é estranho pensar que se Laura não tivesse morrido, os dois nunca teriam tido a chance de se aproximar tanto.
No começo, Claire estava muito abalada com a falta que Laura fazia e talvez tenha encontrado em Virginia o colo que faltava, mas depois foi se apaixonando pela pessoa que David/Virginia era ou que estava se revelando a ela e talvez porque Virginia a deixava livre para ser quem ela era também. E o amor talvez nasça a partir desse reconhecimento da beleza no outro, ainda que essa beleza às vezes seja imperceptível para a maioria das outras pessoas, e de aceitar as pessoas como elas são.
Mais que Mel
4.0 12Obs.: desnecessárias as cenas com as abelhas voando ao longo do filme e no final alteradas por computação gráfica. Devem ter gasto um tempo enorme e bastante dinheiro com isso, mas essas cenas foram as que eu menos gostei.
Mais que Mel
4.0 12Depois de ver esse documentário não vou conseguir mais comer mel (que adoro) sem sentir culpa.
As cenas em que apareciam milhares de abelhas mortas após o transporte em caminhão, nos Estados Unidos, são perturbadoras. Também é muito triste a cena em que as abelhas do apicultor artesanal suíço estão sendo mortas com enxofre por terem sido contaminadas por algum parasita, provavelmente de outra espécie de abelha introduzida na região, enquanto ele observa pela janela sem poder fazer nada.
Dá uma depressão ao pensar que vamos fazer o que for para acelerar o processo de industrialização de tudo em nome de um "crescimento econômico" insano e dos lucros. Será que isso ainda tem jeito de melhorar?
Casadentro
3.1 6Fui ver esse filme porque gosto de cinema latino-americano e é meio raro ver filmes peruanos em cinemas brasileiros.
Tentei me empolgar, mas o enredo não ajudava (lá pelo meio do filme, eu já me perguntava por que não fui ver "Meu verão na Provença", que tinha uma sessão no mesmo horário).
O filme é monótono, mesmo quando a filha, a neta, o marido da neta e a bisneta chegam à casa de Dona Pilar, supostamente "quebrando a rotina diária". Claro que dá para notar ressentimentos e mágoas familiares (se entendi bem, entre outras coisas, a filha de Dona Pilar tem ciúmes da Tuna, a cachorra?! Gente, que vida), além da irritação e do cansaço da neta em estar ali com sua bebê. Aliás, esses familiares estão ali por obrigação e não porque queriam estar ao lado da matriarca.
Achei o filme cansativo, mas menos mal que dura só 1h30.
O Uivo da Gaita
2.4 73 Assista AgoraGostei bastante desse filme porque interpretei tudo como um sonho da Antônia. Talvez um desejo reprimido que tomou forma de sonho; por isso não é possível ouvir os diálogos dos personagens, por isso há aquela cena linda no início - o almoço japonês ao ar livre -, em que as xícaras e vasilhas começam a "derreter", o líquido começa a derramar, mas o casal continua a comer como se nada estivesse acontecendo; por isso na história há "lacunas", Luana vai e vem "do nada", entre uma cena e outra (não há linearidade), como acontece quando sonhamos.
Na cena em que a Antônia está lendo um livro e Pedro está sentado sobre ela e depois sai e ela fica com uma fisionomia pensativa, cheguei a pensar que a história que estávamos vendo era a história do livro que ela estava lendo, em que ela se colocava no lugar de uma das personagens, talvez porque a vida dela fosse muito tediosa e ela tivesse vontade de fantasiar tudo aquilo.
Achei o filme inovador e surpreendente porque foge da mesmice (comédias e/ ou filmes sobre pobreza) que em geral são produzidos no Brasil, embora eu também veja comédias e filmes sobre pobreza.
A Lição
3.9 26 Assista AgoraExcelente!
Karla: Paixão Assassina
3.2 114Imagino que retrataram a Karla como "coitadinha"/ vítima em alguns momentos (pelo menos me causava um pouco de pena as cenas em que o Paul batia nela e, ao mesmo tempo, indignação por ela querer continuar com ele) para mostrar como ela era dissimulada. Na tentativa de convencer o avaliador - dos 12 anos, ela havia cumprido 8 no presídio e poderia cumprir os 4 anos restantes em liberdade condicional - de que a culpa dela no caso era menor, não creio que seja tão inverossímil esse filme: ela tentou ser "sedutora" (não no sentido "sexual", mas no sentido de conquistar a simpatia/empatia do avaliador) para conseguir o que queria.
Embora eu tenha tido certa pena quando via as cenas em que o Paul batia/espancava/maltratava a Karla, ao mesmo tempo eu ficava pensando em COMO alguém pode concordar em ajudar o namorado a estuprar a própria irmã e ser conivente em relação a ele estuprar outras mulheres. Alguém assim não é normal. Por mais que ela amasse o Paul, não sentir remorsos nem nenhum tipo de compaixão com as vítimas indica sérios distúrbios psicológicos e emocionais.
Adeus Berthe: o Enterro da Vovó
2.9 10Em geral, gosto de filmes franceses, mas esse deixou a desejar.
Imagino que o filme foi idealizado para conter elementos de drama e comédia, mas, no fim, acaba não sendo uma coisa nem outra e se arrastando bastante - ou seja, em vez de criar expectativa, provoca um certo tédio.
Poderia ter sido um filme criativo sobre a vida dupla de um cara de meia-idade ou sobre sua indecisão de continuar com sua esposa ou ficar com a amante, mas frustrou as minhas expectativas.
À Procura do Amor
3.5 275 Assista AgoraQue filme delicioso de ver!! Ele é engraçado sem que os personagens sejam caricatos (aliás, o casal protagonista é muito gracinha!).
Gostei bastante por se tratar de uma história de amor madura. Não existem problemas/loucuras (ciúmes, obsessão, apego doentio, vingança, traição...) que são retratados em vários filmes. Gostei especialmente da atitude matura do Albert
quando ele descobre que a ex-esposa e a Eva se conheciam e que a Eva estava absorvendo os comentários ruins sobre ele que a ex-esposa fazia. Simplesmente termina a relação e pronto, sem dramalhão, sem discussões desnecessárias.
Recomendo!!
Se Eu Fosse Você 2
3.0 907Achei o primeiro filme engraçado, por isso fui ver a continuação, mas foi decepcionante.
Tanto o primeiro filme quanto este não são nada de mais, mas o primeiro tem mais cenas engraçadas.
Gosto do Tony Ramos e da Glória Pires!
O Sal da Terra
4.6 449 Assista AgoraE além de tudo ainda tem o Wim Wenders, um dos meus diretores preferidos, envolvidos nesse projeto! *_*
O Sal da Terra
4.6 449 Assista AgoraExcelente!
Mescla a biografia do Sebastião Salgado com o trabalho dele (achei a esposa uma mulher de garra, sempre apoiou os sonhos e o trabalho do marido e continua ajudando) e também há algumas cenas em que o filho conta um pouco sobre a relação com o pai e "entrevista" o avô.
As fotos apresentadas são espetaculares (só conhecia a exposição Gênesis, que vi em Curitiba no fim do ano passado - agora acho que ela está na Itália e algumas fotos avulsas) e eu adorava quando o Salgado comentava sobre as fotos, sempre relacionando determinadas situações com imagens de livros que ele carrega consigo. Gostei especialmente quando ele falou sobre os trabalhadores na Serra dos Carajás, no Pará... essas fotos sempre me causaram espanto... sempre pensei: "como é possível que algo assim tenha existido no Brasil?".
O olhar dele em relação às pessoas e ao mundo que o cerca é surpreendente.